Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Índice
Introdução ........................................................................................................................................ 3
Conclusão ...................................................................................................................................... 12
Bibliografia .................................................................................................................................... 13
3
Introdução
Para efetivação do trabalho, baseou-se no Modulo do curso e nas diversas obras e estudos feitos
disponíveis fisicamente e electronicamente que retratam as temáticas.
Título de crédito é o documento representativo de um crédito que uma pessoa (credor) tem sobre
outra (devedor). Isto é, o título de crédito é o “documento necessário para exercitar o direito
literal e autónomo nele mencionado (Pedro, 1990).
O título de crédito, também, pode ser definido como documento necessário para se exercer o
direito literal que nele se menciona.
Para Marcos (2000), título de crédito é um documento, ele não é um documento qualquer. Pós, o
título de crédito é um documento que se encontra numa “posição única”, numa posição
característica em face do direito a que se refere. Não é simples meio de prova; não, ele é
(normalmente) um requisito necessário para a própria existência do direito nele mencionado.
Segundo, Vasconcelos (1990, pp.03 – 05), diz que “o título de crédito é um documento que
incorpora um direito literal e autónomo, que legitima o seu titular a exercê-lo e serve de suporte à
sua circulação e mobilização. Tem como função titular e incorporar direitos de modo a permitir e
facilitar a sua circulação e mobilização”.
E, ainda mais à frente o autor diz que, “o regime jurídico do direito civil não permitia, nem a
segurança nem a celeridade, nem a circulação de direitos que o comércio carecia. A solução
prática encontrada pelos comerciantes consistiu numa original “coisificação” dos direitos através
da sua incorporação em documentos – títulos – que seguissem depois o regime da circulação de
coisas móveis. Os títulos de crédito e o seu regime foram criados pela prática dos comerciantes
fora dos quadros do direito civil. São um instituto clássico do Direito Comercial”.
Literalidade: o título de crédito vale pelo que nele está escrito. Ou seja, o conteúdo,
limites e modalidades do direito são os que resultam da letra (texto) do título de crédito ou
documentos neles referenciados. Portanto, a literalidade significa que os títulos de crédito
são documentos escritos onde as palavras e números (escritos no documento) delimitam e
definem o conteúdo e a extensão do direito incorporado. O direito vale precisamente nos
5
termos daquelas palavras e números46: quem examinar o título passa a ter conhecimento
completo do direito, facto que, justamente, permite a sua mobilização e circulação.
Autonomia: o portador de um título de crédito tem um direito próprio, independente de
quaisquer obrigações existentes entre o credor inicial (antigo possuidor do título de
crédito) e o devedor. Ou seja, o possuidor de um título de crédito, desde que tenha
recebido nos termos da lei, adquire o direito nele referido, independentemente da
titularidade do seu antigo dono e dos possíveis vícios. Assim, O princípio da autonomia
quer-nos dizer, em síntese, que o direito do título, ou seja, o direito emergente e
incorporado no título é autónomo relativamente ao direito subjacente, ao direito que o
originou. O princípio da autonomia (em qualquer das suas duas modalidades, ou seja,
enquanto autonomia do direito cartular relativamente ao negócio subjacente, mas
igualmente enquanto autonomia do direito sobre o título) só ocorre enquanto o título de
crédito circula em observância das suas regras próprias e não já segundo o regime geral da
transmissão.
Títulos nominativos (nº 3, artigo 635 e artigos 696 e seguintes do Cód. Comercial): a
sua transmissão efectua-se através da declaração e averbamento. Por exemplo: o título
emitido a ordem de António ele pode transmiti-lo por declaração escrevendo que
transmite o direito à empresa Sol & Mar Lda. Exemplos de títulos nominativos: Acções
das sociedades comerciais quando forem nominativos; obrigações quando forem
nominativos.
Títulos à ordem (nº 2 do artigo 635 e artigos 671 e seguintes do Código Comercial): a
sua transmissão é por meio de endosso. Ex.: letras, livranças e cheques quando não forem
ao portador.
Títulos ao portador (nº 1 do artigo 135 e 663 e seguintes do Cód. Comercial): a sua
transmissão opera-se pela simples entrega do título. Ex.: Cheque ao portador.
6
Títulos públicos: são emitidos pelo Estado ou outras pessoas colectivas de direito Público
no uso dos poderes de autoridade. Ex.: Bilhetes do Tesouro, cujo regime é estabelecido
pelo Decreto nº 22/2004, de 7 de Junho (regulado pelo Aviso nº 04/GGBM/2004, de 4 de
Agosto).
Títulos privados: são emitidos por particulares ou por entes públicos quando despidos do
poder de autoridade. Ex.: Letras, livranças, acções, obrigações, etc.
Letra é um título de crédito pela qual uma pessoa (sacador) ordena à outra (sacado) que lhe pague
a si ou à sua ordem ou a terceiro ou à ordem de terceiro (tomador) uma determinada quantia em
determinada data.
b) Transmissão da Letra
Nos termos do nº1 do artigo 714 do Código Comercial, “Toda a letra de câmbio, mesmo que não
envolva expressamente a cláusula à ordem, é transmissível por via de endosso”
8
Nos termos do nº 2 do artigo 714 do Código Comercial, a letra só é transmissível pela forma e
com efeitos de uma cessão ordinário se o sacador tiver inserido na letra a expressão “não à
ordem” ou outra equivalente.
Livrança é um título à ordem, sujeito a certas formalidades, pelo qual uma pessoa se compromete
para com a outra a pagar-lhe determinada importância em certa data.
O artigo 780 do Código Comercial manda aplicar à Livrança as disposições relativas à letra: se
quisermos saber como se endossa uma livrança vamos ver os artigos 715 a 723 do Cód.
Comercial; para saber como ocorre o vencimento duma Livrança temos que ver os artigos 736 a
740 do Cód. Comercial; o pagamento da livrança é regulado pelos artigos 741 a 745 do Cód.
Comercial.
a) Legislação aplicável
O cheque é regulado, basicamente, pelo Código Comercial, pela Lei 5/98 (Lei do Cheque), pelo
Decreto nº 13004 de 12 de Janeiro de 1927; pelo Aviso nº 01/GBM/2003, de 26 de Fevereiro de
2003 (aprova o Regulamento da Lei de Valorização do Uso do Cheque)
b) Definição
Cheque é um título de crédito através do qual uma pessoa (sacador) ordena que uma instituição
de crédito (sacado), onde depositou fundos ou dispõe de crédito, pague a si ou a terceiro ou a
ordem a si ou ordem a terceiro determinada quantia.
9
Quando o sacador (através do cheque) ordena ao pagamento de uma quantia superior à quantia
que ele tem nessa instituição de crédito, diz-se “cheque sem cobertura” ou “cheque sem
provisão”. A emissão de “cheque sem cobertura” ou “cheque sem provisão” é crime nos
termos do artigo 23 do Decreto nº 13004 de 12 de Janeiro de 1927. Ao sacador que emitir cheque
nessas condições será aplicada a pena de seis meses a dois anos de prisão correccional, nos
termos do artigo 24 do Decreto nº 13004 de 12 de Janeiro de 1927, caso o portador do cheque
denuncie tal emissão de “cheque sem cobertura” ou “cheque sem provisão”. Nos termos do §
único do artigo 24 do Decreto nº 13004 de 12 de Janeiro de 1927 a aplicação da pena de prisão ao
sacador pode ser acompanhada de responsabilidade civil ou outra medida punitiva prevista
noutras disposições. Nos termos do nº 1 do artigo 11 da Lei nº 5/98, incorre, igualmente, nas
penas de crime de emissão de “cheque sem provisão” quem proibir ao banco sacado , dentro do
prazo para apresentação a pagamento indicado pela Lei Uniforme Relativa ao Cheque (que agora
faz parte dos artigos 782 a 838 do Código Comercial), o pagamento de cheque emitido e
entregue, sem que haja relevante razão de direito; e a quem endossar cheque que recebeu,
conhecendo a falta de provisão.
d) Tipos de cheques
Cheque nominativo [alínea b), nº 1 do artigo 786 do Cód. Comercial]: é o que contêm o
nome da pessoa a quem deve ser pago e deve conter a expressão “não à ordem” ou outra
equivalente.
Cheque à ordem [alínea a), nº 1, artigo 786 do Cód. Comercial]: é o que contém o nome
da pessoa a quem deve ser pago, com ou sem a cláusula expressa “à ordem”.
Cheque ao portador [alínea c), nº 1, artigo 786 do Cód. Comercial]: é o que não contém o
nome da pessoa a quem deve ser pago, podendo ser pago a quem apresentá-lo para cobrar
ao banco (ou outra instituição de crédito) sacado.
Cheque cruzado (artigos 818 e 819 do Cód. Com.): é aquele em que o sacador ou
portador cruza-o traçando duas linhas paralelas na face do cheque. Cruzamento geral do
cheque é quando escreve apenas dois traços paralelos, ou se entre eles está escrita a
palavra banqueiro ou outra equivalente. Cruzamento especial do cheque quando tem
10
escrito entre dois traços o nome dum banqueiro. O cruzamento visa evitar que o cheque
possa ser recebido por pessoa que não seja o seu legítimo possuidor.
Cheque “para levar em conta”(artigo 820 do Cód. Com.): é aquele em que o sacador ou
portador proíbe o seu pagamento em numerário inserindo na face do cheque
transversalmente a menção “para levar em conta” ou para equivalente. Os cheques,
geralmente, são pagos em dinheiro, mas por vários motivos o cheque pode ser liquidado
através da escrita na conta.
Cheque administrativo: é o sacado pela sede do banco contra um das suas dependências.
Cheque avulso: fornecido pelo banco mas que não faz parte do livro de cheques.
Cheque bancário: é aquele que é sacado por uma instituição de crédito a outra instituição
de crédito.
Cheque de viagem (traveller´s check): é emitido por uma banco num país, de quantia
expressa em moeda de outro país, de modo que o seu titular possa utilizar no estrangeiro.
Um cliente que pretenda usar dinheiro no estrangeiro, dirige-se a um banco e compra um
cheque de viagem (devendo assinar logo que compra) e quando chega noutro país dirige-
se ao banco para levantar o montante referido.
Cheque documentário: é o cheque emitido para pagar a contra entrega de certos
documentos.
Cheque em branco: cheque assinado pelo seu emitente cabendo a quem o recebe a
indicação da quantia que recebe.
Cheque especial: pago pela caixa da instituição do crédito, mesmo sem a existência de
fundos do sacador e poder da instituição de crédito, até ao limite da garantia concedida
pelo sacado ao seu cliente.
Cheque fiscal: é o emitido por uma entidade fiscal para restituir oficiosamente aos
contribuintes os reembolsos a que tenham direito.
Cheque postal: cobrável através de serviços de correios, quando exercem também as
funções das instituições de crédito. È típico de alguns países.
11
e) Transmissão do cheque
O cheque pode ser transmitido por endosso, no caso de cheque “à ordem” (nº 1, artigo 795 do
Cód. Comercial); por cessão ordinária, no caso do cheque “não à ordem” (nº 2 do artigo 795 do
Cód. Comercial) e por entrega, no caso de cheque “ao portador”.
Nos termos do artigo 634 do Cód. Comercial “Podem emitir-se títulos de crédito não
especialmente regulados por lei, desde que deles conste claramente a vontade de emitir títulos
dessa natureza e a lei não proíba”.
12
Conclusão
Bibliografia
ASCENSÃO, José de Oliveira. Direito Comercial, volume III: títulos de crédito. Lisboa:
Faculdade de Direito de Lisboa, 1992;
DINIZ, Maria Helena. Dicionário Jurídico, em 4 volumes. São Paulo: Editora Saraiva, 1998;
OLIVEIRA, Jorge de. Breves Noções de Direito Comercial. Maputo: Edição do Autor, 1998;