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Havia também o grupo dos fariseus, os quais não viviam separados, mas que
assumiram para si uma "superioridade religiosa", os quais se concebiam como
o grupo religioso mais acentuadamente preocupado com as obrigações e
realizações dos caprichos divinos na Terra. Caíram num literalismo total
relativo à Palavra de Deus. Se Deus dizia: "Guarda a Palavra na tua cabeça."
Outro grupo contemporâneo de Jesus era o dos saduceus, cuja maioria era
formada de sacerdotes, portanto, trabalhando dentro do templo, oficiando,
diante de Deus, todos os sacrifícios e todas as cerimônias. E, justamente por
esta razão, presos dentro dum claustro litúrgico que não se comunica com as
demais dimensões da vida. Surge Jesus, num ambiente religioso como este, e
fala não necessariamente para nenhum daqueles grupos específicos, não Se
dirigindo a uma plateia formada por essênios, fariseus, zelotes e saduceus,
mas a uma plateia formada por gente que não tem "pedigree", que não carrega
"grifes" religiosas, ou seja, a um grupo formado por pessoas do povo:
pescadores, fiscais de impostos, prostitutas sensibilizadas, pais de família
curiosos, mães esperançosas, gente simples que vem de todas as partes;
gente doente, angustiada, possessa, oprimida; gente sadia, gente alucinada,
gente culpada, outras nem tanto; enfim, gente de todo tipo. Jesus olha para
aquelas pessoas, vendo a semente de um novo tempo e de uma nova
comunidade; vendo nelas o que ninguém mais vê; enxergando nelas um
potencial que só Deus consegue vislumbrar na pessoa humana. Jesus olha
para aquelas pessoas, cuja maioria não tinha nome, estirpe, precedidos
apenas pelos primeiros discípulos que já naquela hora estavam se
transformando em apóstolos; os outros eram uma massa anônima. E Jesus
lhes diz, com toda esperança de Deus falando ao homem; com toda a vontade
Divina de ver a Sua Palavra Se materializar: "Vós sois o sal da terra; ora, se o
sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta
senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens." (Mateus 5:13) Quando se
observam os outros evangelhos e os movimentos de
Jesus, parece que, até aquele momento, não havia ninguém consciente da
possibilidade de se viver uma vida tão fantasticamente desafiadora e
revolucionária. Ninguém jamais disse isso. Olhar para um grupo de excluídos,
de indigentes e dizer-lhes: "Vós sois o sal da terra". Em outras palavras, Jesus
estava lhes dizendo: "Vou transformar vocês naquilo que vai dar gosto ao
mundo. Vou jogar uma 'pitada' de Deus neste planeta. E conto com vocês para
serem esse tempero da graça divina na Terra."
Revolucionar o mundo é uma tarefa que começa comigo, passa pela minha
intimidade com deus e pelo meu amor a ele. Não ganharemos o mundo para
Jesus enquanto a responsabilidade de cada membro do corpo de Cristo não for
reconhecida. (Gedeão). Enquanto você jogar para o outro a tarefa que está em
sua mão, dificilmente a igreja avançará nos terrenos que precisam ser
conquistados.
A igreja precisa aceitar o grande desafio de olhar o mundo ao seu redor com o
olhar paterno de Deus. Há um desafio em cada esquina da cidade. Há uma
geografia espiritual que reclama a manifestação dos filhos de Deus. Não
podemos fechar os olhos para as estruturas espirituais da maldade que
aprisiona o ser humano, precisamos ter um olhar que consiga enxergar as
ações do diabo e avançar na força do senhor destruindo essas estruturas e
libertando as pessoas das prisões espirituais em nome de Jesus.
16- Indo para Nazaré, onde fora criado, entrou, num sábado, na sinagoga,
segundo o seu costume, e levantou-se para ler.
17- Então, lhe deram o livro do profeta Isaias, e, abrindo o livro, achou o lugar
onde estava escrito:
18- O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar
os pobres, enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da
vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos.
A respeito deste texto, Jorge Barro diz ser ele a agenda programática da
missão de Jesus.
Libertar os oprimidos.
Proclamar o ano aceitável do Senhor.
Conclusão.
A Igreja tem uma grande missão, que vai além da sua prática litúrgica e
evangelística.
Diante de um país que vive nas trevas, onde acordos e negociatas são feitos
as escuras, entre quatro paredes e longe dos olhos de todos precisamos ser
“luz do mundo”. As trevas não subsistem diante da luz. A luz de Cristo precisa
brilhar e mostrar a todos o que está acontecendo por detrás dos “bastidores”.
Diante de um país que está aprisionado na mentira precisamos mostrar a
“Verdade que liberta”. Apesar do “grito do Ipiranga” os brasileiros continuam
escravos aprisionados em estruturas que geram dor e tristeza.