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O ministério de Jesus - Mateus 4.

12-25
Nestes versículos encontramos o começo do ministério de nosso Senhor entre os
homens. Ele dá início aos seus labores entre uma população ignorante e obscurecida. Ele
escolhe os homens que serão seus companheiros e discípulos e confirma o seu ministério
através de milagres, os quais chamam a atenção de “toda a Síria” e atraem grandes multidões
para ouvi-lo.
1. Observemos a maneira pela qual nosso Senhor deu início à sua poderosa realização:
“passou Jesus a pregar”. O ministério da pregação.
Não existe outra atividade tão honrada como a de um pregador. Não há trabalho
humano tão importante para as almas dos homens. Esse é um ofício do qual o próprio Filho de
Deus não se envergonhou. Através desse ofício Ele selecionou os seus doze apóstolos. Foi um
ofício que o apóstolo Paulo, já idoso, recomendou de maneira especial a Timóteo, quase que
em seu último alento: “prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não (2 Tm 4.2).
Acima de qualquer outro, esse é o instrumento que Deus se agrada em usar na
conversão e edificação das almas humanas. Os dias mais resplandecentes da igreja de Cristo
sempre foram aqueles em que a pregação do evangelho foi mais honrada. Enquanto os dias
mais escuros da igreja sempre têm sido aqueles em que a prédica foi desvalorizada. Honremos
as ordenanças e as orações públicas, nas igrejas locais, e utilizemo-nos reverentemente desses
meios da graça divina. Porém, cuidemos em nunca permitir que essas práticas venham a tomar
o lugar que pertence à pregação do evangelho.
2. Prestemos atenção à primeira doutrina que o Senhor Jesus proclamou ao mundo. Ele
começou afirmando: “Arrependei-vos”. A mensagem do arrependimento
A necessidade de arrependimento é um dos grandes fundamentos que estão à base do
cristianismo. É mister pregarmos que toda a humanidade, sem exceção, se arrependa.
Importantes ou não, ricos ou pobres, todos os homens têm caído no pecado e são culpados
diante de Deus. Todos precisam arrepender-se e converter-se, se porventura quiserem ser
salvos.
O verdadeiro arrependimento não é alguma questão superficial. Antes, envolve uma
completa mudança do coração no que concerne ao pecado, uma transformação que se
demonstra mediante uma santa contrição e humilhação, com uma sincera confissão dos
pecados, diante do trono da graça, e uma quebra total de hábitos pecaminosos, bem como um
ódio permanente a todo pecado.
Tal arrependimento é o acompanhante inseparável da fé salvadora em Jesus Cristo.
Devemos valorizar grandemente essa doutrina. Ela se reveste da maior importância. Nenhum
ensino cristão pode ser considerado sadio se não puser sempre em evidência “o
arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo” (At 20.21).
3. Observemos também a classe de homens a quem o Senhor Jesus escolheu para serem
seus discípulos. O método do discipulado
Eles pertenciam às camadas mais pobres e humildes da sociedade. Pedro, André, Tiago
e João eram todos “pescadores”. A religião de nosso Senhor Jesus Cristo não visava somente
aos ricos e cultos; destinava-se ao mundo todo, e a maior parte da humanidade sempre será
pobre.
A pobreza e a ignorância literária excluíam milhares de pessoas da atenção dos
orgulhosos filósofos do mundo pagão. Mas isso não impede a ninguém de ocupar mesmo os
mais altos escalões do ministério cristão. Um certo homem é humilde? Ele sente o peso dos
seus pecados? Ele está disposto a ouvir a voz de Cristo e a segui-Lo? Nesse caso, ele pode ser
o mais pobre dos pobres, mas, no reino dos céus haverá de ocupar uma posição tão importante
quanto qualquer outra pessoa. O intelecto e o dinheiro de nada valem, sem a graça de Deus.
A religião de Cristo deve ter tido a sua origem no céu. Do contrário, nunca teria
prosperado e se propagado por toda a terra, conforme tem sucedido. É inútil aos incrédulos
tentarem dar resposta a esse argumento. Ele não pode ser retorquido. Uma religião que não
lisonjeia aos ricos, aos grandes e aos bem instruídos, uma religião que não dá margem às
inclinações carnais do coração humano, uma religião cujos primeiros mestres foram pobres
pescadores, destituídos de riquezas materiais, posição social ou poder, uma religião como essa
jamais teria transtornado o mundo, se não procedesse de Deus.
Por um lado, contemplamos os imperadores romanos e os sacerdotes do paganismo,
com os seus esplêndidos santuários! Por outro lado, vemos alguns poucos trabalhadores
braçais, cristãos, sem grande instrução formal, mas anunciando o evangelho! Acaso, já houve
outros dois grupos tão diferentes um do outro? Os que eram fracos mostraram-se fortes; e os
que eram fortes mostraram-se fracos. O paganismo ruiu, e o cristianismo tomou o seu lugar.
Portanto, o cristianismo deve proceder de Deus.
4. Em último lugar, observemos o caráter geral dos milagres por meio dos quais nosso
Senhor confirmou a sua missão. A confirmação da missão
Nesta passagem bíblica, esses milagres são vistos em geral. Porém, um pouco mais
adiante, haveremos de vê-los descritos em particular. Mas, qual é o caráter desses milagres?
Eles foram alicerçados sobre a misericórdia e a bondade. Nosso Senhor “percorria... toda a
Galileia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de
doenças e enfermidades entre o povo”.
Esses milagres tiveram por propósito ensinar-nos quão poderoso é nosso Senhor.
Aquele que era capaz de curar enfermos com um simples toque de mão e expelir demônios
com uma palavra, também é poderoso para “salvar totalmente os que por ele se chegam a
Deus“ (Hb 7.25). Sim, Ele é o Todo-poderoso.
Esses milagres têm, igualmente, a finalidade de servir de símbolos ou emblemas da
habilidade de nosso Senhor como médico espiritual. Aquele, diante de quem nenhuma
enfermidade física mostrou ser incurável, é poderoso para curar cada um dos males que
afligem as nossas almas. Não há coração partido que Ele não saiba sarar. Não há ferida de
consciência que Ele não possa fazer cicatrizar. Todos nós somos indivíduos caídos,
esmagados, despedaçados e atingidos por alguma praga, por causa do pecado. Mas Jesus, por
meio de seu sangue e Espírito, pode curar-nos inteiramente. Tão-somente devemos ir até Ele.
Esses milagres têm também o propósito de mostrar-nos o coração de Jesus — o
Salvador extremamente compassivo. Ele não rejeitava a ninguém que viesse até Ele. Ele nunca
rejeitou a quem quer que fosse, por mais enfermo ou repugnante que estivesse.
Os seus ouvidos estavam dispostos a dar atenção a todos, e Ele estava sempre pronto a
ajudar a todos com um coração terno para com todos. Não existe bondade que se possa
comparar à sua. A compaixão de Jesus jamais falhará.
Nunca nos deveríamos esquecer de que Jesus Cristo “ontem e hoje é o mesmo, e o será
para sempre” (Hb 13.8)! Exaltado nos céus, à mão direita de Deus Pai, em coisa alguma Ele se
modificou. Ele continua perfeitamente capaz de salvar, igualmente disposto a acolher-nos, e
da mesma maneira preparado para ajudar-nos, tal e qual fazia há quase vinte séculos passados.
Teríamos nós colocado diante dEle as nossas petições naqueles dias? Façamos a mesma coisa
hoje. Ele pode curar “toda sorte de doenças e enfermidades”.

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