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DIVÓRCIO – Mateus 19.

1-12

1-2: Encerrando o discurso de Jesus, como é comum em Mateus, temos


essa marcação de movimento. Jesus conclui suas palavras e segue em
direção a uma nova área com novos desafios ao seu ministério.

Jesus deixou a Galiléia pela última vez e partiu para a área da Judéia
que se estende a leste do rio Jordão, iniciando seu caminho para
Jerusalém. Grandes multidões o seguiram até lá, e ele as curou.

Temos aqui mais um embate entre Jesus e os fariseus, agora sobre


questões relacionadas a casamento e divórcio. Esse é um texto difícil e
bem complexo, vamos nos deter nas lições que podemos aprender
através de Cristo aqui.

Aqui, o divórcio é posto em um debate teológico que visava


descredibilizar Jesus. Há duas falas dos fariseus e uma dos discípulos,
onde podemos separar a sessão em três blocos.

3-6: Fariseus – É lícito repudiar sua mulher por qualquer motivo?

Eles tinham a esperança de que Jesus dissesse algo que prejudique sua
reputação com o povo ou até mesmo que pareça contradizer Moisés.

Os fariseus divergiam entre si, havia uma diversidade de motivos que


elencavam como lícitos para o divórcio, desde imoralidade até qualquer
desagrado.

Jesus responde voltando ao fundamento, não a lei Mosaica. É


impossível ir mais para trás que a criação para estabelecer a
responsabilidade da humanidade.

Se o casamento é fundamentado na criação, na forma como Deus nos


fez, ele deve ser estabelecido.

O casamento une o homem e a mulher, não como duas pessoas que


partilham certas coisas em comum, mas a fim de criar algo novo, uma
só carne.
Jesus lidava com a santidade do casamento focando a união do casal
ordenada por Deus. Assim, o que Deus une, que o homem não separe.

Assim, de acordo com a estrutura da própria criação de Deus, se ele


uniu, o divórcio é “antinatural”, uma ação contra o ordenado por Deus.

7-9: Fariseus – Por que mandou Moisés dar carta de divórcio?

Os fariseus referem-se a Deuteronômio 24.1-4, onde Moisés traz


orientações quanto ao divórcio. Eles querem levar Jesus a contradição.

Se o divórcio é contra Deus, porque Moisés falou abriu essa permissão


na própria Lei de Deus? Seu propósito era levar Jesus a uma acusação
de blasfêmia, por ir contra a algo estabelecido na Lei.

Jesus responde que o preceito de Moisés com respeito ao divórcio


surgiu como resultado da dureza de coração deles.

A concessão de Moisés não refletia a verdadeira ordenança da criação,


mas a dureza do coração do homem. O divórcio não faz parte do
desígnio perfeito do Criador.

Nunca se deve pensar no divórcio como uma ordem de Deus, como


opção moralmente neutra, mas como evidência de pecado, de dureza de
coração. A atitude fundamental dos fariseus sobre isso era errada!

Essa é uma evidência, dentre muitas, da realidade pós queda (Gn. 3), da
qual escancara os efeitos do pecado sobre a criação perfeita de Deus.

Jesus diz que o divórcio e o novo casamento sempre envolvem essa


realidade caída, mas como Moisés permitiu-o por causa da dureza de
coração dos homens, ele também permite, desde que por causa de
relações sexuais ilícitas.

Jesus quer evidenciar que o divórcio atesta que o mundo está caído, e a
lei é uma clara demonstração disso. Qual o propósito da lei? Mostrar
nosso pecado! Assim, não há contradição em Jesus, apenas uma
testificarão da realidade humana pós queda. (catástrofes, doenças,
males)
O divórcio comprova que esse mundo está caído e anda contrário a
Deus. As situações de cada divórcio são particulares e complexas, como
é a realidade humana pós-queda, assim, Jesus não quer colocar tudo
dentro de uma caixa única.

9-12: Discípulos – Diante disso, não convém casar-se.

Se é assim a condição entre um homem e sua mulher, respondem os


discípulos, não convém casar. Jesus responde que nem todos podem
viver de acordo com esse veredicto, essa abstinência do casamento.

Mas alguns conseguem, que são aqueles a quem isso é concedido — os


que nascem eunucos, os que são transformados em eunucos pelos
homens e os que se fazem eunucos por causa do reino de Deus.

O último citado não é uma recomendação de autocastração, mas de


renúncia ao casamento à luz da declaração dos discípulos de que “é
melhor não casar”. (1 Co. 7.7-9)

Jesus nem os apóstolos veem o celibato com uma condição


intrinsecamente mais santa que o casamento ou como requisito para o
ministério, mas como um chamado especial concedido para grande
proveito no reino.

O distintivo do verdadeiro discípulo é a vida em plena obediência aos


melhores planos de Deus para os seres humanos.

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