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Divórcio e Novo Casamento: Uma Declaração

por

John Piper

21 de julho de 1986

Pano de fundo e Introdução

Em toda a minha vida adulta, até o momento em que encarei a


necessidade de lidar com divórcio e novo casamento no
contexto pastoral, sustentei a visão protestante prevalecente,
que afirma que o novo casamento após o divórcio é sancionado
biblicamente em casos em que o divórcio foi resultado de uma
deserção ou de adultério persistente. Somente quando eu fui
compelido, alguns anos atrás, ao estudar Lucas, a lidar com a
afirmação absoluta de Jesus em Lucas 16.18, comecei a
questionar esta posição inerente.

Eu senti um peso imenso por ter de ensinar à nossa


congregação qual a vontade revelada de Deus neste assunto de
divórcio e novo casamento. Eu não estava desavisado que
entre meu povo haviam aqueles que se divorciaram-se e
casaram-se novamente, aqueles que se divorciaram e
permaneceram descasados, e aqueles que estavam em
processo de divórcio ou contemplando isto como uma
possibilidade. Eu sabia que isto não seria um exercício
acadêmico, mas que de imediato afetaria várias pessoas muito
profundamente.

Eu também estava ciente das horrendas estatísticas em nosso


próprio país, assim como em outros países ocidentais, a
respeito do número de casamentos que terminam em divórcio,
e do número de pessoas que estão no segundo e terceiro
casamentos. Em meu estudo de Efésios 5, fui cada vez mais
convencido que há uma profunda significação na união de
marido e mulher em “uma só carne” como parábola do
relacionamento entre Cristo e sua igreja.

Todas as coisas conspiravam para criar um sentimento de


solenidade e seriedade enquanto eu pesava o significado e a
implicação dos textos bíblicos sobre divórcio e novo
casamento. O resultado desta experiência crucial foi a
descoberta do que eu creio, uma proibição neotestamentária
de todo novo casamento, exceto no caso em que o cônjuge
faleceu. Eu não afirmo que encontrei ou disse a última palavra
nesta questão, nem que eu estou além de correção caso prove-
se que estou errado. Estou ciente de que homens mais

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piedosos que eu tiveram opiniões diferentes. Entretanto, todas


as pessoas e igrejas devem ensinar e viver de acordo com o que
dita sua própria consciência informada por um sério estudo da
Bíblia.

Como conseqüência, este documento é uma tentativa de


afirmar meu próprio entendimento deste assunto e seu
fundamento na Escritura. Serve, portanto, como uma
explanação bíblica do por que me sinto constrangido a tomar
as decisões que tomo a respeito daqueles casamentos que
realizarei e que tipo de disciplina eclesiástica parece-me
apropriada em questões de divórcio e novo casamento.

Se eu desse uma exposição exaustiva de cada texto relevante,


esta declaração viraria um gigantesco livro. Assim, o que
planejo é trazer algumas explanações breves de cada um dos
textos cruciais, como alguns argumentos exegéticos chaves.
Haverão, sem dúvida, muitas questões que podem ser
levantadas, e eu espero ser capaz de aprender com estas
questões, e fazer o meu melhor para respondê-las na
discussão que seguirá a esta declaração.

Parece que a forma mais eficiente de iniciar esta questão é


simplesmente dar uma lista de razões, baseadas em textos
bíblicos, com motivos para eu crer que o Novo Testamento
proíbe todos os novos casamentos, exceto quando o cônjuge
faleceu. O que se segue é uma lista desses argumentos.

Onze razões para eu crer que todo novo casamento após o


divórcio é proibido enquanto os cônjuges estiverem vivos

1) Lucas 16.18 nos diz que todo novo casamento após o


divórcio é adultério

Lucas 16.18: Qualquer que deixa sua mulher, e casa com


outra, adultera; e aquele que casa com a repudiada pelo
marido, adultera também.

1.1) Este verso mostra que Jesus não reconhece o divórcio


como o término de um casamento aos olhos de Deus. A razão
para o segundo casamento ser chamado de adultério é porque
o primeiro é considerado ainda válido. Assim, Jesus está
tomando uma posição contra a cultura judaica, em que
considerava-se que todo divórcio levava ao direito de um novo
casamento.

1.2) A segunda metade do versículo mostra que não apenas o


homem divorciado é culpado de adultério quando ele casa-se
novamente, mas também qualquer homem que casa-se com
uma mulher divorciada.

1.3) Uma vez que não há exceções mencionadas no verso, e

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uma vez que Jesus está claramente rejeitando o conceito


cultural comum de que o divórcio inclui o direito ao novo
casamento, os primeiros leitores deste evangelho teriam uma
grande dificuldade em argumentar qualquer exceção baseada
na idéia de que Jesus compartilhava a premissa de que o
divórcio por infidelidade ou deserção liberava um cônjuge para
um novo casamento.

2) Marcos 10.11-12 chama todo novo casamento após o


divórcio de adultério, seja o marido ou a esposa quem se
divorcia

Marcos 10.11-12: E ele lhes disse: Qualquer que deixar a sua


mulher e casar com outra, adultera contra ela. E, se a mulher
deixar a seu marido, e casar com outro, adultera.

2.1) Esse texto repete a primeira metade de Lucas 16.18, mas


vai além e diz que está cometendo adultério não apenas o
homem que divorcia, mas também a mulher que divorica, e
então casa-se novamente.

2.2) Como em Lucas 16.18, não há exceção mencionada a esta


regra.

3) Marcos 10.2-9 e Mateus 19.3-8 ensinam que Jesus rejeitou


a justificativa dos fariseus para divórcio em Deuteronômio
24.1 e reafirma o propósito de Deus na Criação, de que
nenhum ser humano separe o que Deus uniu.

Marcos 10.2-9: E, aproximando-se dele os fariseus,


perguntaram-lhe, tentando-o: É lícito ao homem repudiar sua
mulher? 3 Mas ele, respondendo, disse-lhes: Que vos mandou
Moisés? 4 E eles disseram: Moisés permitiu escrever carta de
divórcio e repudiar. 5 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Pela
dureza dos vossos corações vos deixou ele escrito esse
mandamento; 6 Porém, desde o princípio da criação, Deus os
fez macho e fêmea. 7 Por isso deixará o homem a seu pai e a
sua mãe, e unir-se-á a sua mulher, 8 E serão os dois uma só
carne; e assim já não serão dois, mas uma só carne. 9
Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.

Mateus 19.3-9: Então chegaram ao pé dele os fariseus,


tentando-o, e dizendo-lhe: É lícito ao homem repudiar sua
mulher por qualquer motivo? 4 Ele, porém, respondendo,
disse-lhes: Não tendes lido que aquele que os fez no princípio
macho e fêmea os fez, 5 E disse: Portanto, deixará o homem
pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só
carne? 6 Assim não são mais dois, mas uma só carne.
Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem. 7
Disseram-lhe eles: Então, por que mandou Moisés dar-lhe
carta de divórcio, e repudiá-la? 8 Disse-lhes ele: Moisés, por
causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar

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vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim. 9 Eu vos


digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não
sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete
adultério; e o que casar com a repudiada também comete
adultério.

3.1) Tanto em Mateus quanto em Marcos, os fariseus vêm a


Jesus e o provam ao perguntá-lo se é lícito a um homem
divorciar-se de sua esposa. Eles evidentemente tinham em
mente a passagem em Deuteronômio 24.1, que simplesmente
descreve o divórcio, ao invés de dar qualquer legislação a favor
disto. Eles se perguntam como Jesus se posicionará a respeito
desta passagem.

3.2) A resposta de Jesus é “Moisés, por causa da dureza dos


vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres” (Mt
19.8)

3.3) Mas então Jesus critica a falha dos fariseus em


reconhecer nos livros de Moisés a intenção original e mais
profunda de Deus para o casamento. Então ele cita duas
passagens de Gênesis. “Homem e mulher [Deus] os criou...
Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-
á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” (Gn 1.27; 2.24)

3.4) Destas passagens de Gênesis, Jesus conclui: “Assim não


são mais dois, mas uma só carne”. E então, ele faz sua
afirmação decisiva: “O que Deus ajuntou não o separe o
homem”

3.5) A implicação é que Jesus rejeita o uso de Deuteronõmio


24.1 dos fariseus e apresenta o padrão de casamento para
seus discípulos na intenção original de Deus na Criação. Ele
diz que nenhum de nós deveria tentar desfazer a relação “uma
só carne” que Deus uniu.

3.6) Antes de pularmos para a conclusão de que esta


afirmação absoluta deveria ser qualificada em vista da
cláusula de exceção (“não sendo por causa de prostituição”)
mencionada em Mateus 19.9, devemos seriamente aceitar a
possibilidade de que a cláusula de exceção em Mateus 19.9
deveria ser entendida à luz da afirmação absoluta de Mateus
19.6, (“não o separe o homem”), especialmente porque os
versículos que seguem esta conversação com os fariseus em
Marcos não contêm qualquer exceção quando condenam um
novo casamento. Mais sobre isso abaixo.

4) Mateus 5.32 não ensina que o novo casamento é lícito em


alguns casos. Pelo contrário, reafirma que casamento pós-
divórcio é adultério, mesmo para aqueles que divorciaram-se
inocentemente, e que um homem que divorcia-se de sua
esposa é culpado de adultério do segundo casamento dela, a
não ser que ela já tenha se tornado adúltera antes do divórcio.

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Mateus 5.32: Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar
sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela
cometa adultério, e qualquer que casar com a repudiada
comete adultério.

4.1) Jesus assume que em muitas situações naquela cultura, a


esposa que foi repudiada por um marido será encaminhada
para um segundo casamento. No entanto, a despeito desta
pressão, Jesus chama este segundo casamento de adultério.

4.2) O que chama atenção na primeira metade deste versículo


é que o novo casamento de uma esposa que foi inocentemente
repudiada é ainda assim um adultério: “qualquer que repudiar
sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela (a
esposa inocente que não foi infiel) cometa adultério”. Esta é
uma afirmação clara, como me parece, de que o novo
casamento é errado não simplesmente quando uma pessoa é
culpada no processo de divórcio, mas também quando uma
pessoa é inocente. Em outras palavras, a oposição de Jesus ao
novo casamento parece ser baseada na indestrutibilidade da
união do casamento, a não ser pela morte.

4.3) Eu deixarei minha explanção da cláusula de exceção (“a


não ser por causa de prostituição”) para mais adiante na
declaração, mas por enquanto, é suficiente dizer, sobre a
interpretação tradicional da cláusula, que simplesmente
significa que um homem faz de sua esposa uma adúltera
exceto no caso em que ela fez a si própria uma.

4.4) Eu assumo que, uma vez que uma esposa inocente que é
divorciada comete adultério quando ela casa-se novamente,
segue-se que uma esposa culpada que casa-se novamente
após o divórcio torna-se muito mais culpada. Se alguém
argumentar que esta esposa culpada é livre para casar-se
novamente, enquanto a inocente que foi repudiada não é, já
que o adultério da culpada quebrou o relacionamento de “uma
só carne”, então esta pessoa deve colocar-se na inconveniente
posição de dizer à divorciada inocente que “se agora você
cometer adultério, será lícito você casar-se novamente”. Isto
parece ser errado por pelo menos duas razões.

4.4.1) Isto parece elevar o ato físico de relação sexual ao


elemento decisivo em união e separação conjugal.

4.4.2) Se a união sexual com outro quebra os laços de


casamento e legitima o novo casamento, então dizer que uma
divorciada inocente não pode casar-se novamente (como Jesus
realmente diz) assume que o marido divorciado dela não está
se divorciando para ter relações sexuais com outra. Isto
signifca assumir uma postura muito improvável. Mais provável
é que Jesus assuma que alguns desses maridos divorciados
terão relações sexuais com outra mulher, mas ainda assim as
esposas de quem eles se divorciaram não podem casar-se
novamente. Portanto, adultério não anula o relacionamento de

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“uma só carne” do casamento, e tanto o cônjuge culpado


quanto o inocente são proibidos de casar-se novamente em
Mateus 5.32.

5) 1 Coríntios 7.10-11 ensina que o divórcio é errado, porém se


é inevitável, a pessoa que se divorcia não deve casar-se
novamente.

1 Coríntios 7.10-11: Todavia, aos casados mando, não eu mas


o Senhor, que a mulher não se aparte do marido. 11 Se,
porém, se apartar, que fique sem casar, ou que se reconcilie
com o marido; e que o marido não deixe a mulher.

5.1) Quando Paulo diz que esta ordem não é sua, mas do
Senhor, eu acredito que ele quer dizer que está ciente de um
específico dito do Jesus histórico que trata desta questão.
Como prova, estes versos parecem-se muito com Marcos
10.11-12, porque é destinado tanto ao marido quanto à
esposa. Além disso, o novo casamento parece ser excluído do
verso 11, da mesma forma que é excluído em Marcos 10.11-12

5.2) Paulo parece saber que a separação será inevitável em


alguns casos. Talvez ele tenha em mente uma situação de um
adultério sem arrependimento, ou deserção, ou brutalidade.
Mas em um caso assim, ele diz que a pessoa que se sente
constrangida à separar-se não deveria procurar um novo
casamento e deveria permanecer solteira. E ele reforça a
autoridade desta instrução ao dizer que ele tem uma palavra
do Senhor. Portanto, a interpretação dos dizeres de Jesus é
que um novo casamento não deve ser procurado.

5.3) Como em Lucas 16.18, Marcos 10.11-12 e Mateus 5.32, o


texto não explicita consideração sobre a possibilidade de
qualquer exceção à proibição do novo casamento.

6) 1 Coríntios 7.39 e Romanos 7.1-3 ensinam que o novo


casamento é lícito somente depois da morte do cônjuge.

1 Coríntios 7.39: A mulher casada está ligada pela lei todo o


tempo que o seu marido vive; mas, se falecer o seu marido fica
livre para casar com quem quiser, contanto que seja no
Senhor.

Romanos 7.1-3: Não sabeis vós, irmãos (pois que falo aos que
sabem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o
tempo que vive? 2 Porque a mulher que está sujeita ao marido,
enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o
marido, está livre da lei do marido. 3 De sorte que, vivendo o
marido, será chamada adúltera se for de outro marido; mas,
morto o marido, livre está da lei, e assim não será adúltera, se
for de outro marido.

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6.1) Em ambas as passagems (1 Coríntios 7.39; Romanos 7.2)


é dito explicitamente que uma mulher está ligada ao marido
enquanto ele viver. Nenhuma exceção é explicitamente
mencionada que sugeriria que ela pudesse ser livre de seu
marido e casar-se com outro usando outra base.

7) Mateus 19.10-12 ensina que uma graça cristã especial é


dada por Deus a discípulos que sustentam-se na vida de
solteiro, quando renunciam casar-se novamente de acordo
com a lei de Cristo.

Mateus 19.10-12: Disseram-lhe seus discípulos: Se assim é a


condição do homem relativamente à mulher, não convém
casar. 11 Ele, porém, lhes disse: Nem todos podem receber
esta palavra, mas só aqueles a quem foi concedido. 12 Porque
há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há
eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que
se castraram a si mesmos, por causa do reino dos céus. Quem
pode receber isto, receba-o.

7.1) Logo antes desta passagem, em Mateus 19.9, Jesus


proibiu todos casamento após o divórcio (eu lidarei com o
significado de “não sendo por causa de prostituição” abaixo).
Isto pareceu como uma proibição intolerável aos discípulos de
Jesus: se você fechar qualquer possibilidade de novo
casamento, então você faz o casamento tão arriscado que seria
melhor não casar-se, uma vez que ou você está “preso” a viver
como um solteiro o resto de sua vida ou você estará “preso” em
um casamento ruim.

7.2) Jesus não nega a tremenda dificuldade deste


mandamento. Pelo contrário, ele diz no verso 11 que a
capacidade de cumprir o mandamente de não casar-se
novamente é um dom divino aos seus discípulos. Verso 12 é
um argumento de que uma vida assim é de fato possível,
porque existem pessoas que por amor ao Reino, e também por
razões menores, dedicaram-se a si mesmas para viver uma
vida de solteiro.

7.3) Jesus não está dizendo que alguns de seus discípulos têm
a habilidade de obedecer este casamento de não casar-se
novamente e outros não. Ele está dizendo que a marca de um
discípulo é que eles receberão um dom de contigência,
enquanto não-discípulos não. A evidência para isto é que 1) o
paralelo entre Mateus 19.11 e 13.11; 2) O paralelo entre
Mateus 19.12 e 13.9,43 e 11.15; e 3) o paralelo entre Mateus
19.11 e 19.26.

8) Deuteronômio 24.1-4 não legisla base para o divórcio, mas


ensina que o relacionamento “uma só carne” estabelecido pelo
casamento não é destruído pelo divórcio e mesmo pelo novo
casamento.

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Deuteronômio 24.1-4: Quando um homem tomar uma mulher


e se casar com ela, então será que, se não achar graça em seus
olhos, por nela encontrar coisa indecente, far-lhe-á uma carta
de repúdio, e lha dará na sua mão, e a despedirá da sua casa.
2 Se ela, pois, saindo da sua casa, for e se casar com outro
homem, 3 E este também a desprezar, e lhe fizer carta de
repúdio, e lha der na sua mão, e a despedir da sua casa, ou se
este último homem, que a tomou para si por mulher, vier a
morrer, 4 Então seu primeiro marido, que a despediu, não
poderá tornar a tomá-la, para que seja sua mulher, depois que
foi contaminada; pois é abominação perante o Senhor; assim
não farás pecar a terra que o Senhor teu Deus te dá por
herança.

8.1) O que chama atenção nestes quatro versos é que,


enquanto o divórcio é garantido, ainda assim a mulher
divorciada torna-se “contaminada” por seu novo casamento
(verso 4). Pode muito bem ser que, quando os fariseus
perguntaram a Jesus se o divórcio era legítimo, ele baseou sua
resposta negativa não somente na intenção de Deus expressa
em Gênesis 1.27 e 2.24, mas também em Deuteronômio 24.4,
em que o novo casamento pós-divórcio contamina a pessoa.
Em outras palavras, existiam várias pistas na lei mosaica de
que a concessão do divórcio era baseada na dureza do coração
humano, e realmente não tornavam o divórcio e o novo
casamento legítimos.

8.2) A proibição da esposa retornar ao seu primeiro marido


mesmo depois que o segundo marido morrer (porque é uma
abominação) sugere muito fortemente que nem o segundo
casamento deveria ser rompido a fim de restaurar o primeiro
(para a explanção de Heth e Wenham disto, veja Jesus and
Divorce, p. 110).

9) 1 Coríntios 7.15 não quer dizer que, quando um cristão é


abandonado por um cônjuge incrédulo, ele está livre para
casar-se novamente. Significa que o cristão não está obrigado
a lutar a fim de preservar a união. Separação é permissível se
o parceiro incrédulo insiste nisso.

1 Coríntios 7.15: Mas, se o descrente se apartar, aparte-se;


porque neste caso o irmão, ou irmã, não esta sujeito à
servidão; mas Deus chamou-nos para a paz.

9.1) Existem muitas razões para que a frase “não está sujeito à
servidão” não deveria ser construída para significar “é livre
para casar-se novamente”

9.1.1) Casamento é uma ordenança da Criação ligando todas


as criaturas humanas de Deus, a despeito de sua fé ou falta de

9.1.2) A palavra usada para “servidão” (douloo) no verso 15

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não é a mesma palavra usada no verso 39, em que Paulo diz:


“A mulher casada está ligada (deo) pela lei todo o tempo que o
seu marido vive”. Paulo consistentemente usa deo quando fala
do aspecto legal de ser ligado a um cônjuge (Romanos 7.2; 1
Coríntios 7.39), ou comprometido com alguém (1 Coríntios
7.27). Mas quando ele refere-se a uma esposa abandonada não
estar ligada em 1 Coríntios 7.15, ele escolhe uma palavra
diferente (douloo), que esperaríamos que ele fizesse já que ele
não está dando a um cônjuge abandonado a mesma liberdade
para casar-se novamente como ele dá ao cônjuge cujo parceiro
morreu (verso 39).

9.1.3) A última frase do verso 15 (“Deus chamou-nos para a


paz”) suporta o verso 15 melhor se Paulo está dizendo que um
parceiro abandonado não é “obrigado a fazer guerra” contra o
incrédulo desertor para que ele ou ela permaneça. Me parece
que a paz que Deus tem nos chamado é a paz da harmonia
matrimonial. Portanto, se o parceiro incrédulo insiste em
afastar-se, então o parceiro crente não está obrigado a viver
em conflito perpétuo com o cônjuge incrédulo, mas é livre e
inocente para deixá-lo(a) partir.

9.1.4) Esta interpretação também preserva uma harmonia fiel


com a intenção dos versos 10-11, em que a separação
inevitável não resulta no direito de um novo casamento.

10) 1 Coríntios 7.27-28 não esina o direito das pessoas


divorciadas a casarem-se novamente. Ensina que virgens
noivos devem seriamente considerar a vida de solteiro, mas
que eles não pecam se se casarem.

1 Coríntios 7.27-28: Estás ligado à mulher? não busques


separar-te. Estás livre de mulher? não busques mulher. 28
Mas, se te casares, não pecas; e, se a virgem se casar, não
peca. Todavia os tais terão tribulações na carne, e eu quereria
poupar-vos.

10.1) Recentemente algumas pessoas têm argumentado que


esta passagem lida com pessoas divorciadas, porque no verso
27 Paulo pergunta: “Estás livre de mulher?”. Alguns assumem
que ele quer dizer “Estás divorciado?”. Portanto o que ele
estaria dizendo no verso 28 é que não é pecado quando
pessoas divorciadas casam-se novamente. Existem muitas
razões para esta interpretação ser a mais improvável.

10.1.1) O verso 25 sinaliza que Paulo está começando uma


nova seção e lidando com uma nova questão. Ele diz “Ora,
quanto às virgens (ton parthenon) não tenho mandamento do
Senhor; dou, porém, o meu parecer, como quem tem
alcançado misericórdia do Senhor para ser fiel”. Ele já lidou
com o problema das pessoas divorciadas nos versos 10-16.
Agora ele toma uma nova questão, sobre aqueles que ainda
não são casados, e ele sinaliza isso ao dizer “Ora, quanto às

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virgens”. Portanto, é muito improvável que as pessoas referidas


nos versos 27 e 28 sejam as divorciadas.

10.1.2) Uma afirmação simples de que não é pecado para as


pessoas divorciadas casarem-se novamente (verso 28)
contradiz o verso 11, em que é dito que uma mulher que se
separou de seu marido deveria permanecer solteira.

10.1.3) Verso 36 certamente está descrevendo a mesma


situação em vista nos versos 27 e 28, mas claramente refere-se
a um casal que ainda não é casado. “Mas, se alguém julga que
trata indignamente a sua virgem, se tiver passado a flor da
idade, e se for necessário, que faça o tal o que quiser; não
peca; casem-se”. Isto é o mesmo do verso 28, em que Paulo diz
“Mas, se te casares, não pecas”.

10.1.4) A referência no verso 27 a ser ligado à “mulher” pode


ser mal-entendida porque pode sugerir que o homem já é
casado. Mas no grego, a palavra para esposa é simplesmente
“mulher” e pode referir-se tanto à noiva de um homem quanto
à sua esposa. O contexto dita que a referência é à noiva virgem
de um homem, não à sua esposa. Assim, “Estás ligado à
mulher” e “Estás livre de mulher?” tem de fazer referência a
uma pessoa que é noiva ou não.

10.1.5) É significante que o verbo que Paulo usa para “estás


livre” (luo) não é uma palavra que ele usa para divórcio. As
palavras de Paulo para divórcio são chorizo (versos 10,11,15;
cf. Mateus 19.6) e aphelia (versos 11,12,13).

11) A cláusula de exceção de Mateus 19.9 não precisa implicar


que o divórcio em caso de adultério libera uma pessoa a casar-
se novamente. Todo o peso das evidências dadas pelo Novo
Testamento nos dez pontos anteriores é contra esta visão, e
existem várias formas de fazer um bom julgamento deste
verso, de forma que ele não entre em conflito com o
ensinamento geral do Novo Testamento de que um novo
casamento após o divórcio está proibido.

Mateus 19.9: Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar


sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com
outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada
também comete adultério.

11.1) Há muitos anos atrás eu ensinei nossa congregação em


dois cultos noturnos a respeito do meu entendimento deste
verso e argumentei que “não sendo por causa de prostituição”
não se refere ao adultério, mas à fornicação sexual antes do
casamento que um homem ou uma mulher descobre no noivo.
Desde que descobri outras pessoas que sustentam essa visão e
que deram uma exposição muito mais acadêmica que eu fiz,
tenho também descoberto numerosas outras formas de
entender que este verso também exclui a legitimidade do novo

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casamento. Muitas delas estão sumarizadas em Jesus and


Divorce, William Heth e Gordon J. Wenham (Nelson:1984).

11.2) Aqui eu simplesmente darei um resumo breve de meu


próprio ponto de vista de Mateus 19.9 e como cheguei a ele.

Eu comecei, primeiramente, ao ser incomodado pela forma


absoluta da denúncia de Jesus contra o divórcio e o novo
casamento em Marcos 10.11,12 e Lucas 16.18 não está
preservado em Mateus, se na verdade esta cláusula de exceção
é uma brecha para o divórcio e novo casamento. Eu estava
incomodado pela simples idéia que tantos escritores fazem, de
que Mateus simplesmente está tornando explícito algo que era
implicitamente entedido pelos ouvintes de Jesus ou os leitores
de Marcos 10 e Lucas 16.

Eles realmente teriam assumido que as afirmações absolutas


incluiam exceções? Eu duvido muito, e portanto minha
inclinação é questionar se de fato ou não a exceção de Mateus
conforma-se com o absoluto de Marcos e Lucas.

A segunda coisa que começou a me incomodar foi a questão –


Por que Mateus usa a palavra porneia (“não sendo por causa
de prostituição”) ao invés da palavra moicheia , que significa
adultério? Quase todos os comentaristas parecem
simplesmente presumir que porneia significa adultério neste
contexto. A questão que persistia era por que Mateus não
usaria a palavra para adultério, se isto fosse o que ele
realmente queria dizer.

Então notei algo muito interessante. O único outro lugar, além


de 5.32 e 19.9, em que Mateus usa a palavra porneia é em
15.19, onde é usada ao lado de moicheia . Portanto, é a
evidência contextual primária para o uso de Mateus é que ele
concebe porneia como algo diferente de adultério. Poderia isto
significar, então, que Mateus concebe porneia em seu sentido
normal de fornicação ou incesto (1 Coríntios 5.10), ao invés de
adultério?

A. Isaksson concorda com esta visão de porneia e apresenta


sua pesquisa, parecida com esta, nas páginas 134 e 135 de
Marriage and Ministry :

Portanto, não podemos fugir do fato de que a distinção entre o


que era considerado como porneia e o que era considerado
como moicheia foi minuciosamente mantido na literatura
judaica pré-cristã e no NT. Porneia pode, é claro, denotar
diferentes formas de relações sexuais proibidas, mas não
podemos encontrar exemplos inequívocos do uso desta palavra
para denotar o adultério conjugal. Sob estas circunstâncias
dificilmente poderíamos assumir que esta palavra significa
adultério na cláusula em Mateus. A logia do divórcio foi escrita
como um parágrafo da Lei, intentando ser obedecida pelos
membros da Igreja. Debaixo destas circunstâncias é

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Divórcio e Novo Casamento: Uma Declaração - John Piper Page 12 of 15

inconcebível que, em um texto desta natureza, o autor não


tivesse mantido uma clara distinção entre o que era a falta de
castidade e o que era adultério: moicheia e não porneia seria
usada para descrever o adultério da esposa. Do ponto de vista
filológico existem argumentos fortíssimos contra esta
interpretação da cláusula permitindo divórcio no caso da
esposa ser culpada de adultério.

A próxima pista de minha busca por uma explicação veio


quando estudei sobre o uso de porneia em João 8.41, em que
os líderes judeus indiretamente acusam Jesus de ser nascido
de porneia . Em outras palavras, uma vez que eles não
aceitava o nascimento virginal, assumem que Maria havia
cometido fornicação, e Jesus era resultado deste ato. Com
base nesta pista, eu voltei para estudar o registro de Mateus
do nascimento de Jesus em Mateus 1.18-20. Isto foi
extremamente elucidador.

Nesses versos, José e Maria são referidos como marido ( aner )


e esposa ( gunaika ). Ainda assim, eles são descritos como
noivos somente. Isto provavelmente vem do fato de que as
palavras para marido e esposa eram simplesmentem homem e
mulher, e do fato de que o noivado era um comprometimento
muito mais significante do que é hoje. No verso 19, José
resolve “divorciar-se” de Maria. A palavra para “deixá-la” é a
mesma palavra de Mateus 5.32 e 19.9. Mas, mais importante
que tudo, Mateus diz que José foi “justo” ao tomar a decisão
de divorciar-se de Maria, presumivelmente por causa de
porneia , fornicação.

Portanto, enquanto Mateus procede em construir a narrativa


de seu Evangelho, ele encontra-se no capítulo 5 e depois no
capítulo 19 precisando proibir todo casamento pós-divórcio
(como ensinado por Jesus) e ainda permitir “divórcios” como
aquele que José considerou como possibilidade, por pensar
que sua noiva era culpada de fornicação ( porneia ). Assim,
Mateus inclui a cláusula de exceção em particular para
exonerar José, mas também no geral para apresentar que o
tipo de “divórcio” que alguém talvez procure durante um
noivado por causa de fornicação não está incluído na proibição
absoluta de Jesus.

Uma objeção comum a esta interpretação é que em Mateus


19.3-8 e Mateus 5.31-32, a questão que Jesus responde é
sobre casamento e não sobre noivado. O argumento é que “não
sendo por causa de prostituição” é irrelevante no contexto do
casamento.

Minha resposta é que esta irrelevância é simplesmente o ponto


aonde Mateus quer chegar. Podemos ter por certo que o
rompimento de um casal de noivos por causa de fornicação
não é um “divórcio” ruim e não proibe um outro casamento.
Mas não podemos assumir que os leitores de Mateus tinham
isso por certo

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Divórcio e Novo Casamento: Uma Declaração - John Piper Page 13 of 15

Mesmo em Mateus 5.32, que parece sem importância para nós


excluir o caso da fornicação (uma vez que não podemos ver
como uma virgem noiva poderia ser feita adúltera), isto poderia
não ser inútil para os leitores de Mateus. Na verdade, não
deveria ser sem importância para nenhum leitor: se Jesus
tivesse dito “todo homem que se divorciar de sua mulher faz
dela uma adúltera”, um leitor legitimamente poderia perguntar
“Então José estava pra fazer de Maria uma adúltera?”.
Podemos dizer que esta questão não é razoável, uma vez que
acreditamos que você não pode fazer mulheres solteiras serem
adúlteras. Mas, certamente isto não é sem propósito ou, talvez
para alguns leitores, inútil, pois Mateus fez explícita a óbvia
exclusão do caso de fornicação durante o noivado.

Esta interpretação da cláusula de exceção tem sérias


vantagens:

1. Não força Mateus a contradizer o significado claro e


absoluto de Marcos e Lucas, e o inteiro ensinamento do
Novo Testamento apresentado nas seções 1-10, incluindo
o próprio ensinamento absoluto de Mateus em 19.3-8
2. Provê uma explicação de por que a palavra porneia é
usada na cláusula de exceção de Mateus ao invés de
moicheia .
3. Concorda com o uso do próprio Mateus de porneia para
fornicação em Mateus 15.19
4. Encaixa-se com a necessidade do contexto maior de
Mateus a respeito de José considerar o divórcio

Desde a primeira vez que escrevi esta exposição de Mateus


19.9 descobri um capítulo com esta visão em Heth e Wenham,
Jesus and Divorce , e uma defesa acadêmcia disto em A.
Isaksson, Marriage and Ministry in New Temple (1965).

Conclusão e Aplicação

No Novo Testamento, a questão sobre o novo casamento pós-


divórcio não é determinada por:

1. A culpa ou inocência de qualquer cônjuge


2. Nem se qualquer cônjuge é crente ou não
3. Nem pelo caso do divórcio ter acontecido antes ou depois
da conversão de qualquer dos cônjuges
4. Nem pela facilidade ou dificuldade de viver como solteiro
pelo resto da vida na Terra
5. Nem se há adultério ou deserção envolvidos
6. Nem pela realidade da dureza do coração humano
7. Nem por permissividade cultural da sociedade em redor

Pelo contrário, é determinado pelo fato de que:

1. Casamento é um relacionamento de “uma só carne”


estabelecido por Deus e de extraordinária significância

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Divórcio e Novo Casamento: Uma Declaração - John Piper Page 14 of 15

aos olhos de Deus (Gênesis 2.24; Mateus 19.5; Marcos


10.8)
2. Somente Deus, não o homem, pode terminar esta relação
de “uma só carne” (Mateus 19.6; Marcos 10.9 – isto é
porque o novo casamento é chamado de adultério por
Jesus: ele assume que o primeiro casamento ainda está
valendo, Mateus 5.32; Lucas 16.18; Marcos 10.11)
3. Deus termina o relacionamento de “uma só carne”
somente por meio da morte de um dos cônjuges
(Romanos 7.1-3; 1 Coríntios 7.39)
4. A graça e o poder de Deus são prometidos e são
suficientes para capacitar um cristão divorciado e fiel a
ser solteiro por toda sua vida terrena, se necessário
(Mateus 19.10-12,26; 1 Coríntios 10.13)
5. Frustrações temporárias e desvantagens são muito mais
preferíveis que a desobediência do novo casamento, e
produzirá profunda e duradoura alegria tanto nesta vida
como na vida porvir.

Aos que já casaram-se novamente:

1. Devem reconhecer que a escolha de casar-se de novo e o


ato de entrar em um segundo casamento foi um pecado,
confessá-lo como tal e buscar perdão
2. Devem não tentar retornar ao seu primeiro parceiro após
entrar numa segunda união (veja 8.2 acima)
3. Devem não se separar e viver como solteiros pensando
que isto resultaria em menos pecado porque todas as
suas relações sexuais são adultério. A Bíblia não dá
prescrições para este caso particular, mas trata o
segundo casamento como tendo significância aos olhos de
Deus.Isto é, existem promessas feitas e uma união foi
formada. Não deveria ter sido formada, mas foi. Isto não
deve ser tomado levianamente. Promessas existem para
serem mantidas, e a união deve ser santificada a Deus.
Embora não seja o estado ideal, permanecer em um
segundo casamento é a vontade de Deus para um casal e
suas relações seguintes não devem ser vistas como
adúlteras.

21 de Julho de 1986

Nota: Os leitores desta declaração devem ter certeza de


consultarem a declaração oficial do Concílio de Diáconos da
Igreja Batista Bethlehem, intitulado A Statement on Divorce
and Remarriage in the Life of Bethlehem Baptist Church. Este
documento, datado de 2 de maio de 1989, apresenta a posição
sobre divórcio e novo casamento que guiará a igreja em
questões de membresia e disciplina. A declaração que você tem
em mãos NÃO é a posição oficial da igreja sobre divórcio e novo
casamento. É o meu próprio entendimento das Escrituras e

http://www.monergismo.com/textos/familia_casamento/divorcio_novo_casamento_pip... 1/12/2007
Divórcio e Novo Casamento: Uma Declaração - John Piper Page 15 of 15

portanto as linhas-mestras para minha própria vida,


ensinamentos e envolvimento ministerial em casamentos. Mas
eu pretendo respeitar a declaração oficial (cujo primeiro
rascunho foi escrito por mim mesmo) como nosso guia em
questões de membresia e disciplina. Eu faço esta declaração
acessível para que a base de certas afirmações da declaração
oficial possam ser facilmente obtidas.

Traduzido por: Josaías Cardoso

Agradecemos ao tradutor, que gentilmente se dispôs a traduzir


esse artigo para o site Monergismo.com.

Este artigo é parte integrante do portal


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nosso material, cite o autor, o tradutor (quando for o caso), a
editora (quando for o caso) e o nosso endereço. Contudo, ao invés
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