reino dos céus! Rev. Fábio Henrique do Nascimento Costa
Introdução
A questão do divórcio era um tema controverso
nos dias de Jesus, e há algumas evidências que sugerem que o divórcio era de uma proporção epidêmica naquela época, como é na nossa.
O divórcio era um problema significativo. Era
quase impossível citar o nome de um judeu que não fosse divorciado. Isso nos mostra que o problema não afetava apenas os que não fazem parte da igreja, mas também, dentro da igreja.
Houveram divórcios significativo sentre os
líderes religiosos de Israel, pois, havia distorção 2
do entendimento acerca de casamento, divórcio
e novo casamento. E assim, como foi uma questão controversa nos dias de Jesus, é uma questão controversa em nossos dias.
Elucidação
O divórcio faz parte do contexto da nossa
sociedade. Assim como foi nos tempos de Jesus.
E, Mateus coloca o tema sobre divórcio logo
após o cap. 18 justamente por querer tratar as tensões que o casamento tem e como trata-los adequadamente.
Tema: Casamento, divórcio, novo
casamento e o reino dos céus!
Desenvolvimento 3
I. Jesus cuida das pessoas.
E a primeira coisa que podemos ver nos
versículos 1 e 2, onde Jesus está começando Seu ministério na região fronteiriça de Judá, do outro lado do Jordão. E o que aprendemos mais uma vez é que Jesus realmente se importa com as pessoas. Quanto aos fariseus não podemos dizer o mesmo.
O Senhor Jesus tem uma visão mais radical
sobre casamento, divórcio e novo casamento, se é que podemos usar esse termo, e, é por essa razão que Ele realmente tem cuidado com as pessoas.
Como podemos ter essa certeza?
4
Observe a informação que nos é dada da
localização geográfica por Mateus. Mt. 19. 1b “deixou a Galileia e foi para o território da Judeia, além do Jordão.”.
Os fariseus estavam na Judeia não porque
foram ministrar a palavra aos gentios. Eles eram altamente preconceituosos e se consideravam superiores ao povo de outras nações. Eles não se importavam com o povo, não queriam saber de suas necessidades.
Então o que eles estavam fazendo na Judeia?
Eles estavam ali querendo pegar Cristo em
alguma controvérsia. 5
Para fazer parte da seita dos fariseus era
necessário ser casado. Isso era um dos pontos inegociáveis para eles.
Mas, algo muito raro era ter um fariseu que não
tivesse sido divorciado. Eles tinham uma visão muito frouxa acerca do divórcio.
Eles pegavam um pequeno trecho das
Escrituras, e distorcia o conceito de casamento, divórcio e novo casamento.
Dt. 24. 1-4
Eles pegam apenas o v. 1a “Se um homem
tomar uma mulher e se casar com ela, e se ela não for agradável aos seus olhos, por ter ele achado coisa indecente nela, e se ele lhe lavrar um termo de divórcio, e 6
lho der na mão, e a despedir de casa”,
ignoram todo o contexto. Deturpando a palavra de Deus ao seu bel prazer para justificar seus corações mesquinhos, odiosos e promíscuos.
II. Jesus ensina a visão bíblica do
casamento.
Ao seguirmos o texto, e levando em
consideração o que vimos no ponto anterior, o Senhor Jesus nos traz uma visão bíblica acerca do casamento, algo que era completamente agressivo aos ouvidos do ser humano nos tempos de Jesus, como o é para nossos dias, inclusive muitos crentes.
Um ponto que devemos entender é que a Bíblia
fala de vários aspectos sobre o divórcio. Por 7
exemplo pode surgir a pergunta: Pastor, quando
o cônjuge é abusivo e violento não é correto dar carta de divórcio? Quando um cônjuge coloca a vida do outro em risco, também não é correto dar carta de divórcio? Sei que têm muitas outras perguntas desse gênero. Mas, vamos nos deter apenas no que é o casamento e divórcio de forma geral, que é o ponto de Jesus narrado por Mateus.
Vamos analisar o texto propriamente dito.
Leiamos o v. 3 “3 Vieram a ele alguns
fariseus e o experimentavam, perguntando: É lícito ao marido repudiar a sua mulher por qualquer motivo?”. 8
Temos que entender que essa foi uma pergunta
capciosa, isto é, que procura enganar. Que induz em erro: tem como objetivo confundir os demais diante de seu discurso.
Os fariseus tinham como objetivo gerar um
conflito, e levar Jesus ao erro, a contradição.
Pois os Judeus estavam divididos em relação a
qual seria o motivo lícito para o divórcio.
Aqueles que seguiam o Rabi Shammai diziam
que o divórcio só era legítimo em caso de infidelidade conjugal. Eles tinham a visão “estrita”.
Aqueles que seguiram o rabino Hillel defendiam
que o casamento poderia terminar, o divórcio poderia ocorrer por qualquer motivo. Na 9
verdade, um dos rabinos que seguiram o rabino
Hillel disse que um homem poderia se divorciar de sua esposa se ela queimasse o arroz. Se ele conhecesse uma mulher mais bonita que sua esposa, ele poderia se divorciar de sua esposa e se casar com outra mulher. Portanto, praticamente qualquer causa, qualquer descontentamento, era motivo para o divórcio.
Tendo isso em mente, você agora entende o que
está por trás da pergunta dos fariseus? Assim como na época de Jesus o homem que dava início ao divórcio, pois, para o homem precisaria apenas duas testemunhas que assinassem ali a carta, e pronto estava consumado o divórcio. Mas, para a mulher dar 10
carta de divórcio seria necessário ela ir a um
juiz, haver um julgamento levar testemunhas que o homem de fato deu motivos legais para que ela desse a carta de divórcio.
Assim como nos dias de Jesus havia muita
negligencia para com o casamento e assim como a precipitação para com o divórcio.
O objetivo da resposta de Jesus foi uma
proteção para com as mulheres.
Como também precipitação quanto aos
divórcios...
Isso porque os fariseus fazem uma
interpretação distorcida do texto de Dt. 24. 1-4.
E, Jesus os responde com dois textos de Gênesis
onde o próprio Deus institui o casamento, e 11
assim explicando o conceito e o propósito do
casamento. Mt. 19. 4-6 “Então, respondeu ele: Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher 5 e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne? 6 De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.”.
O casamento é para promover a unidade e, por
isso, nunca devemos considerar levianamente o que Deus instituiu e quebrar a instituição que é projetada para promover a unidade. Não 12
podemos tratar isso de forma leviana. Em
outras palavras Jesus está dizendo o seguinte: Que vergonha de vocês, estão ignorando o que Moisés fala sobre casamento.
III – Jesus denuncia a causa do divórcio
Ao ouvir de Jesus a respeito sobre o conceito e
propósito do casamento, os fariseus retrucam com outra pergunta capciosa Mt. 19. 7 “7 Replicaram-lhe: Por que mandou, então, Moisés dar carta de divórcio e repudiar?”.
Essa pergunta soa da seguinte forma: Sim, mas,
o mesmo Moisés manda dar carta de divórcio?
Os fariseus estavam fazendo o mesmo que
muitos opositores do evangelho em nossos dias. 13
A pergunta deles não é com a intenção de se
submeter ao que Deus diz por meio da sua Palavra, e sim desvirtuá-la como fez o próprio Satanás Mt. 4. 1-11.
O Senhor os desmascara mostrando o real
motivo do coração pelo qual eles davam cartas de divórcio.
Mt. 19. 8,9 “8 Respondeu-lhes Jesus: Por
causa da dureza do vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossa mulher; entretanto, não foi assim desde o princípio. 9 Eu, porém, vos digo: quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério [e o que 14
casar com a repudiada comete
adultério].”.
Jesus deixa claro que o texto de Dt. 24.1-4 não
eram declarações que davam permissão para dar carta de divórcio por qualquer motivo dar carta de divórcio. Era uma permissão para conceder o divórcio em certas circunstâncias por causa da dureza de coração, é só analisar o texto dentro do seu próprio contexto que ficará claro que a permissão é apenas em duas circunstâncias bastante específicas.
Em primeiro lugar, ele teve que dar o divórcio à
esposa. E isso indicava que essa pobre mulher não tinha culpa dos pecados de mandá-la 15
embora, o que a deixava livre para se casar sem
nenhum impedimento.
Em segundo lugar, observe que naquela
passagem em Deuteronômio 24 3-4, Moisés diz: “Se você se divorciar dela e ela se casar novamente, você não poderá se casar com ela novamente. Portanto, saiba do que você está desistindo para sempre ao fazer isso. E então Moisés está colocando pressão sobre eles nessa passagem. Ele não está dando a eles um cheque em branco para preencher. Você tem que casamento e divórcio que isso é uma coisa séria que você está fazendo ao mandar uma mulher embora. 16
Assim Jesus explicou que a lei do divórcio de
Moisés era permissão, não ordem.
E em terceiro lugar Ele continua dizendo que a
violação do casamento é uma violação do sétimo mandamento. É adultério. Mt. 19. 9 “9 Eu, porém, vos digo: quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério [e o que casar com a repudiada comete adultério].”.
Devemos nos lembrar que os fariseus eram
duros com a imoralidade, eram duros com aqueles que eram pegos em adultério. 17
Sim, o divórcio além daquilo que é permitido
pelas Escrituras é a quebra do sétimo mandamento.
138. Quais são os deveres exigidos no
sétimo mandamento?
Os deveres exigidos no sétimo mandamento
são: castidade no corpo, mente, afeições, palavras e comportamento; e a preservação dela em nós mesmos e nos outros; a vigilância sobre os olhos e todos os sentidos; a temperança, a conservação da sociedade de pessoas castas, a modéstia no vestuário, o casamento daqueles que não têm o dom da continência, o amor conjugal e a coabitação; o trabalho diligente em 18
nossas vocações; o evitar todas as ocasiões de
impurezas e resistir às suas tentações.
139. Quais são os pecados proibidos no
sétimo mandamento?
Os pecados proibidos no sétimo mandamento,
além da negligência dos deveres exigidos, são: adultério, fornicação, rapto, incesto, sodomia e todas as concupiscências desnaturais; todas as imaginações, pensamentos, propósitos e afetos impuros; todas as comunicações corruptas ou torpes, ou o ouvir as mesmas; os olhares lascivos, o comportamento impudente ou leviano; o vestuário imoderado; a proibição de casamentos lícitos e a permissão de casamentos ilícitos; o permitir, tolerar ou ter bordéis e a 19
frequentação deles; os votos embaraçadores de
celibato; a demora indevida de casamento; o ter mais que uma mulher ou mais que um marido ao mesmo tempo; o divórcio ou o abandono injusto; a ociosidade, a glutonaria, a bebedice, a sociedade impura; cânticos, livros, gravuras, danças, espetáculos lascivos e todas as demais provocações à impureza, ou atos de impureza, quer em nós mesmos, quer nos outros.
Aplicação
O casamento é entre um homem e uma mulher
20
A relação sexual só pode ser dentro do
casamento. Ou seja, não pode ser antes, nem pode ser fora do casamento.
Perdão tem que ser exercido Mt. 18
As consequências do divórcio.
Conclusão
Agora os discípulos são alérgicos ao compromisso. Os
próprios discípulos tiveram a mesma atitude que seus contemporâneos. Veja a resposta deles no versículo 10. Os discípulos dizem: “Se eu não tivesse a saída de emergência de poder me livrar de minha esposa sempre que quisesse, que coisa, seria melhor ficar solteiro!” É incompreensível. A atitude dos discípulos aqui. É incompreensível. Mas Jesus os ensina não apenas que eles devem ter uma visão elevada do casamento, mas também diz: “Veja, o estado do casamento não deve ser negligenciado por causa de seus desafios”. Jesus 21
diz: “Claro que estou exigindo compromisso. O casamento é
isso. É compromisso. É o compromisso contratual divino feito entre si em votos perante o homem e Deus. É difícil." Mas Ele diz: “Discípulos, quero dizer a vocês que o que vocês acabaram de dizer é muito mais difícil do que qualquer coisa que eu disse. Você acabou de dizer que não quer assumir um compromisso, um compromisso de vida com uma mulher, apenas prefere ficar solteiro. Você prefere ser celibatário. E Ele diz: “Eu quero te dizer uma coisa. Não somos programados dessa maneira. Não, ser solteiro é um chamado.”
Observe o que Ele diz: “Existem três maneiras de você ser
solteiro. Você pode nascer assim no sentido de que houve algum tipo de deformação física que o impede de ter relações conjugais e, portanto, requer uma forma de solteiro. Pode haver mutilação pelo homem. Você se lembra que, no Oriente Próximo, havia culturas em que os homens tinham a função de cuidar do harém e, portanto, eram fisicamente mutilados para 22
que pudessem ser “confiados” no comando do harém. Ele diz:
“Essa é a maneira pela qual você pode ser um eunuco, e há outra maneira de ser um eunuco. Você pode decidir que fui chamado para servir a Deus, e posso servir melhor a Deus se for solteiro e, portanto, abrirei mão do meu direito de ser casado.
O próprio Paulo havia passado por essa abordagem
específica. Paulo, por ser fariseu, em algum momento foi casado. Agora, ou sua esposa o deixou quando ele entrou no ministério do evangelho, ou talvez ela tenha morrido. Mas, fosse qual fosse o caso, Paul decidira renunciar ao casamento. Ele fala sobre isso em uma de suas cartas. Peter, por outro lado, era casado. Jesus diz, tudo bem. Mas Ele também diz: “Você precisa ter um chamado para ser solteiro. Ele está dizendo: 'Oh, eu simplesmente não quero fazer esse tipo de compromisso. Vamos ficar solteiros. Não, o casamento é bom, mesmo que seja difícil. O compromisso é necessário. Ser solteiro é um chamado. Assim, os discípulos, 23
como muitos em sua época e na nossa, são tão alérgicos ao
compromisso que declaram o celibato melhor do que a visão de casamento de Jesus. E Jesus responde rejeitando enfaticamente a lógica deles. O casamento é bom; celibato, a solteirice é um chamado.
As palavras de Jesus reformulam completamente o próprio
debate e nos pedem para repensar o que estamos fazendo quando nos comprometemos um com o outro no casamento. Quando fazemos esses votos, não é apenas um ritual sem importância que fazemos aqui quando nos casamos. Estamos fazendo votos diante de Deus e dos homens. E digo que no próximo ano, todos nesta congregação devem se dedicar a ajudar a fortalecer a vida familiar de nossa congregação. Se você passou pelo divórcio, tem a oportunidade de ministrar a casamentos em dificuldades e à nossa família, para poder dizer: “Deixe-me contar o que passei nisso. E deixe-me encorajá-los a superar e permanecer juntos. Talvez agora você esteja em um casamento difícil e 24
precise entrar em contato com alguém que já passou por isso
antes. Houve pessoas nesta congregação que ocasionalmente tiveram dificuldades no casamento. Eles dizem que sim, já passei por isso e quero te ajudar.
Talvez você esteja em uma situação irreparável. Uma situação
em que o voto do casamento foi tão grosseiramente quebrado que não há oportunidade de reconciliação. Você ainda precisa se reunir e dizer: “Não é minha falta de respeito em relação ao estado civil, mas sim o contrário. Minha alta estima me leva a dizer que esta relação conjugal deve terminar por causa da infidelidade ocorrida”. Seja qual for o caso, todos nós precisamos nos dedicar a defender o status do casamento. Não é apenas um fundamento de nossa nação, é o fundamento desta congregação. Todos nós temos interesse em ajudar uns aos outros nas áreas de casamento e família. Quer sejamos solteiros, quer sejamos divorciados, quer sejamos casados, quer tenhamos um casamento feliz. Todos nós temos interesse 25
em ajudar uns aos outros nesta área. Que Deus nos ajude a