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LEANDRO DI PAULA APOLOGETA

A lição 4 da classe de adultos da editora CPAD, no 3º


trimestre de 2022, vem trazendo um assunto delicado e
polêmico: divórcio.
E nós decidimos prestar algumas notas sobre esse assunto
após algumas pessoas nos procurarem para alguns
esclarescimentos.
Primeramente, queremos tratar da definição de alguns
termos, tais como: adultério e divórcio.

ADULTÉRIO
Podemos definir adultério como uma forma de falsificação.
Se a lei manda você ter apenas um objeto, e você tem mais
de um, este teu ato está alterando a lei. Quando alguém
falsifica um documento, ele está cometendo um adultério
(adulterando um documento).
Alterações e falsificações de algo verdadeiro, são em certo
aspecto, adultério.
A lei de Deus manda o homem ter apenas uma mulher. Se
ele der a outra mulher, o que por direito exclusivo deve ser
dado apenas à sua esposa, ele agride a lei de Deus e adultera
contra sua esposa.
Para termos noção do quão grave é o adultério, entenda o
casamento como duas barras de ouro.
Pegue essas duas barras de ouro, coloque-as no fogo para
fundí-las uma na outra (faça o casamento delas).

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Após a fundição (causada no derretimento das barras), as


duas barras de ouro passaram a ser UMA ÚNICA BARRA.
Agora tente separar todos os componentes que estavam na
barra 1 dos componentes da barra 2. Impossível, não é?
Essa é melhor linguagem da indissolubilidade do casamento.
Agora fica mais fácil entendermos a gravidade de um
adultério. O adultério quebra a união indissolúvel.

DIVÓRCIO
(‫ ;כְּ ִריתּות‬cortar, remover; άπόστασίον). Divórcio é um termo
legal para o ato de remover as obrigações do contrato de
casamento. A maioria das sociedades tem leis para a
dissolução do casamento quando este não dá certo.
Normalmente um divórcio também permite às partes
envolvidas contraírem outro casamento.
É importante entender que o divórcio é essencialmente um
conceito sócio-político. A religião se ocupa principalmente
com o desafio de seu abuso e em ministrar a ajuda devida aos
sofrimentos causados por ele. Religiosamente, como Jesus
explicou mais tarde, o divórcio está fora do plano de Deus.
Politicamente, tinha de ser permitido. A leitura das leis do
AT a respeito do casamento e do divórcio sugere a
importância da responsabilidade na vida da família.
(Enciclopédia Merril).

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Muito provavelmente, o divórcio era oficializado através de


uma simples declaração pública do homem: “Ela não é
minha mulher, nem eu sou seu marido” (cf. Os 2:2 ).
Os 2:2a - Contendei com vossa mãe, contendei, porque ela não
é minha mulher, e eu não [sou] seu marido.

O pedido de divórcio provou que a esposa divorciada havia


sido libertada. As disposições legais para o divórcio também
eram permitidas nos países vizinhos. Infelizmente, isso teve
que ser permitido em Israel por causa da dureza do coração
das pessoas ( Mt 19:8 ).

Embora não derrubada, a antiga teoria do direito irrestrito


do marido foi ainda mais modificada pela Mishná. Às duas
restrições mencionadas no Deuteronômio, a Mishná,
acrescenta três outras. Ela prevê que o marido não pode se
divorciar de sua esposa:
(1) quando ela é louca (Yeb.14:1),
(2) quando ela está em cativeiro (Ket. 4:9), ou
(3) quando ela é uma menor, tão jovem que seja incapaz de
entender ou cuidar dela, ou carta de divórcio ( ib.).

O direito da esposa de pedir o divórcio era desconhecido


da lei bíblica. Há um germe deste direito em Êxodo 21:11, mas
não foi até a Mishná que este direito foi estabelecido.

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Na verdade, Mishná afirma: “Eis que és livre para casar


com qualquer homem” (Gittin 9.3).
A esposa nunca obteve o direito de dar um geá¹ ao marido,
mas quando o tribunal decidiu que ela tinha o direito de se
divorciar dele, ele foi forçado a dar-lhe um geá¹. Durante o
reinado dos herodianos, sob a influência da prática romana,
registram-se casos em que as mulheres enviaram cartas de
divórcio a seus maridos (Josefo, “Ant.” 15:11, 18:7). Estes foram
reconhecidos como violações da lei e nunca se tornaram
precedentes. As seguintes causas são reconhecidas como
habilitando a esposa a exigir uma carta de divórcio do marido:
1) recusa dos direitos conjugais (Ket. 5:6);

2) impotência (Need. 11:12);

3) quando o marido tem alguma doença repugnante, ou


lepra, ou está envolvido em algum negócio malcheiroso
(Ket. 7:9);

4) a recusa do marido em sustentá-la (Ket. 77a);

5) tratamento cruel e privação de sua liberdade pessoal


legal (Ket. 7:2-5, 5:5);

6) espancamento da esposa (Eben ha-'Ezer, 154, 3, glosa);

7) a apostasia do marido (Maimônides, “Yad”, Ishut, 4:15)


– no último caso, os tribunais judaicos, tendo perdido
sua autoridade sobre ele, poderiam apelar aos tribunais

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dos gentios para cumprir seu mandato ( "Aposte


Joseph", 134);

8) a licenciosidade do marido (Eben ha-'Ezer, 154, 1, gloss).


(A Enciclopédia Judaica de 1901)

NOVO CASAMENTO NA PATRÍSTICA


Orígenes
• Temos em Orígenes um ECF que não acreditava na
indissolubilidade do casamento, que acreditava que o
homem poderia e deveria se divorciar se houvesse
motivos de fornicação, e que acreditava que aquele
que se divorciava de sua esposa por fornicação
poderia se casar moralmente novamente.

• Talvez ainda mais interessante do que isso seja o que


ele tinha a dizer sobre outros líderes da igreja que
permitiam que as mulheres se casassem novamente
enquanto seus maridos ainda estivessem vivos. Essa é
outra implicação de que Orígenes não tinha
problemas com homens se casando novamente após
se divorciarem por fornicação, mas tinha problemas
com mulheres fazendo isso.

CLEMENTE DE ALEXANDRIA

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• Parece que Clemente pode ter acreditado no direito


de novo casamento após o divórcio por fornicação
para o homem, no entanto.

• Curiosamente, Clemente sugere a possibilidade de


divórcio aceitável e novo casamento quando
menciona especificamente a declaração de Jesus
sobre como nem todos podem receber o ensinamento
sobre o celibato. Clemente acredita que os discípulos
estavam perguntando se eles deveriam permanecer
solteiros depois de se divorciar de seu cônjuge por
fornicação. Clemente acreditava que Jesus ensinou
que nem todos têm esse dom. Assim, isso significaria
que Clemente acreditava que Jesus estava permitindo
um novo casamento para aqueles que se divorciaram
de suas esposas por fornicação, mas não tinham o
dom do celibato.

PASTOR DE HERMAS

• Hermas não acreditava que o homem pudesse se


casar novamente se se divorciasse de sua esposa por
fornicação, porque isso tiraria sua oportunidade de
se arrepender.

TERTULIANO

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• Tertuliano, em seus primeiros anos, acreditava que um


homem poderia se divorciar por fornicação e se casar
novamente.

• Tertuliano também acreditava que a Antiga Lei não


contradiz o ensino de Jesus, que é onde Tertuliano fala de
fornicação como o fim do casamento e Deus colocando-o
“separado”.

• Esta é mais uma prova de que Tertuliano acreditava que o


homem poderia se casar novamente. Se a Antiga Aliança
permitia o novo casamento ao se divorciar por uma “justa
causa”, e Tertuliano usa esse mesmo argumento como
prova de que Jesus afirmou essa lei da Antiga Aliança,
então Tertuliano também afirmou o novo casamento com
o homem que se divorciou de sua esposa por fornicação.

JUSTINO MÁRTIR
• Justin não nos fornece muitos comentários sobre as
escrituras que ele alude.

• Ele nem mesmo se refere aos homens que se


divorciam e se casam novamente.

• Sabemos que Justin fez menção de uma mulher se


divorciar do marido por motivos legais, mas
nenhuma menção é feita de novo casamento nesse
contexto.

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• Justino não menciona a cláusula de exceção e diz que


aqueles que são casados duas vezes pela lei humana
são pecadores.

LACTÂNCIO
• Temos em Lactâncio uma permissão para um homem
se casar novamente após o divórcio se sua esposa se
divorciar por adultério.

• Ele não apenas estabelece a exceção de forma a


permitir ao homem um novo casamento se sua
esposa for culpada de adultério, mas também diz que
o pacto conjugal é dissolvido pelo adultério.

CRISÓSTOMO
• Crisóstomo parece claramente sugerir que o divórcio
e o novo casamento por qualquer motivo são
proibidos.

• Ele faz alusão à cláusula de exceção, mas, dado o


contexto de seus comentários, parece acreditar
apenas no divórcio disciplinar por fornicação e não
no novo casamento.

OS REFORMADORES

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Martinho Lutero
Em sua interpretação dos ensinamentos de Paulo, Lutero
acreditava que se um cristão impede um cônjuge crente de
seguir a Cristo, o divórcio está em ordem, sendo o novo
casamento uma opção viável. Por outro lado, se o cristão se
divorciar do incrédulo por outras causas, deve haver
reconciliação ou a manutenção de um estado celibatário.[ 35 ]
A ira também era uma causa justa. Se marido e mulher não
podem viver juntos harmoniosamente, mas apenas em ódio e
conflito contínuo, que eles se divorciem. Mais uma vez, no
entanto, a reconciliação ou o celibato foram preferidos. No
entanto, nesses casos, se um dos cônjuges não desejasse a
reconciliação e o outro não pudesse permanecer casto, este
último deveria se casar novamente, pois "Deus não exigirá o
impossível". (1 Co 7:32-34)

João Calvino
Embora Calvino fosse muito conservador em sua visão
teológica do divórcio, como Lutero sua prática era mais
liberal. Suas "Ordenações Eclesiásticas", a página 138, adotadas
pelos Pequenos e Grandes Conselhos de 1561, permitiam três
motivos para divórcio e novo casamento, além do adultério:
1) Impotência;
2) extrema incompatibilidade religiosa;
3) abandono;

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4) Previa também a anulação quando o cônjuge não


pudesse, por alguma enfermidade física, praticar o ato
conjugal.

Um dos primeiros reformadores ingleses, e um mártir de sua


fé (m. 1536), foi William Tyndale.
Para Tyndale, o divórcio só era possível por causa do
adultério. Visto que a Lei mosaica estipulava a morte do
adúltero, a parte inocente não estava sob a escravidão do
casamento original.

John Knox, o fundador do presbiterianismo escocês, era


muito parecido com seu mentor, João Calvino, em sua posição
sobre o divórcio. Em seu Primeiro Livro de Disciplina (1560),
ele observou que o casamento, uma vez contraído legalmente,
não poderia ser encerrado a menos que ocorresse
adultério. Como Calvino, ele lamentou o fracasso das
autoridades civis em executar adúlteros. A igreja deveria
excomungar essas pessoas e libertar a parte inocente para se
casar novamente.

Aqueles que negam o relato de Mateus são aqueles que se


opõem a um novo casamento. Jesus por implicação, como
em 5:31, permite o novo casamento da parte inocente, mas
não da culpada. Certamente Jesus elevou todo o assunto do
casamento e divórcio a um novo nível, muito além das

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pequenas contendas das escolas de Hillel e Shamai. (A.T


Robertson. Mt 19:9).

Embora não expressamente declarado, parece claro pelas


palavras de nosso Senhor que onde o divórcio foi obtido por
causa de adultério, a parte inocente é livre para se casar
novamente. Caso contrário, o divórcio não serviria para
outro propósito além da simples separação. (William
MacDonald – Mt 19:9).

No caso de infidelidade conjugal depois do casamento, o AT


determinava a dissolução do casamento com a execução das
duas partes culpadas (Lv 20.10; Êx 20.14; Dt 22.22). Isto,
evidentemente, deixaria o cônjuge inocente livre para
casar-se de novo (Rm 7.2; 1 Co 7.39).
Sob a Nova Aliança, os privilégios do crente não são
menores. Embora o divórcio seja uma tragédia, a
infidelidade conjugal é um pecado tão cruel contra o
cônjuge inocente, que este tem o justo direito de pôr termo
ao casamento mediante o divórcio. Neste caso, ele ou ela
está livre para casar-se de novo com um crente (1 Co
7.27,28). (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL).

O QUE ENTENDEMOS SOBRE A ASSOCIAÇÃO


REPÚDIO – DIVÓRCIO - NOVO CASAMENTO.

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Precisamos entender que o divórcio jamais foi um


mandamento divino. O divórcio foi permitido, por Moisés,
mas não ordenado por Deus. E antes que alguns possam
entender que somos legalistas, não queremos afirmar que em
todo caso, que o divórcio é pecado. Não!
Isso faria sentido se Deus fosse carrasco que, vê sua filha
apanhar do marido e ainda se sentir satisfeito, porque sua
filha está casada, já que o casamento é uma instituição dEle,
não o divórcio.
Seria como dizer que Deus estivesse satisfeito com qualquer
injustiça dentro do casamento. Ou seja, o mais importante não
é dar uma solução para a injustiça dentro do casamento, mas
manter o casamento por essa a vontade divina.

Esperamos que na lição da EBD, os professores não ensinem


que a banalização do casamento é somente o divórcio por
qualquer motivo, e não todas as injustiças que ocorrem
dentro do matrimônio sagrado.
Segue abaixo, um texto da “bíblia dos legalistas.”
• Posso descumprir meu papel de provedor do lar, mas
minha esposa tem que se submeter a isso pra ficar
casada comigo.
• Posso me negar para ela, mas minha esposa tem que se
submeter a isso e continuar casada comigo.
• Posso agredir minha esposa, mas ela tem que se
submeter a isso e a aparecer diante das minhas filhas,
do meu sogro, do seu patrão e de seu pastor na igreja

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com marcas de chineladas no rosto, marcas de cintadas


nos braços, hematomas na cabeça causados por cabo de
vassoura e marcas de pedaços de porta nas costas e ficar
dentro de casada com um “cidadão” que deveria estar
na cadeia.
• Por fim, posso ameaçar de morte a minha esposa, mas
ela tem que dormir toda noite comigo com uma faca em
baixo do travesseiro sem saber se vai amanhecer viva,
porque tem que ficar casada comigo.

ME RESPONDAM: ISSO É CASAMENTO DIVINAMENTE


INSTITUÍDO?
ISSO É CASAMENTO?

Finalizando, sabemos que durante a história, inúmeras


reuniões foram feitas para atualizar os dados sobre se pode
casar ou não, incluindo dentro do rabinismo, até mesmo na
Mishná conforme vimos acima.
Se a Igreja é soberana, se ela é O CORPO DE CRISTO, se ela
tem a mente de Cristo, se ela é o agente de Deus na Terra, se
“tudo que é ligado na terra é ligado no céu”, porque a Igreja
do séc. XXI não abre um concíclio para tratar de questões
dessa natureza.

OBSERVAÇÃO: NÃO TEMOS DADOS BÍBLICOS DE YESHUA


TRATANDO DESSAS COISAS QUE RELATAMOS ACIMA, MAS
APENAS QUESTÕES QUE TROUXRAM PARA ELE.

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MAS O CRISTO QUE A TUA BÍBLIA DE MOSTRA, DIRIA O QUE


PARA AS INJUSTIÇAS QUE APRESENTAMOS ACIMA?
MANDARIA CONTINUNAR CASADA(O)?

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