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DIVÓRCIO E NOVO
CASAMENTO - UM
ESTUDO BÍBLICO
INICIAL
fevereiro 06, 2018
Key Yuasa

Introdução

Recebi a visita de um homem, filho de crentes, que, estando divorciado,

desejava se casar porque encontrou uma boa pessoa. Sua ex-esposa há

anos deixou a casa, quando ele descobriu o fato de que ela saía com

outra pessoa. Os filhos ficaram com o pai, mas eles vêem regularmente

a mãe. A noiva que me foi apresentada é membro de uma igreja

evangélica e deseja levar uma vida cristã em nossa igreja. O noivo não é

membro, mas frequentava quando jovem a igreja e mandou, durante

anos, seus filhos para a escola dominical. Desta vez, ele gostaria de

poder preparar-se para o batismo para ter uma vida cristã, e, assim,

regularizar sua vida familiar. Que fazer? Qual é o ensino bíblico sobre

esse assunto?

Encontrei dois opúsculos recentemente lançados no Brasil: Divórcio e


Novo Casamento, de Tony Evans (São Paulo: Vida,1997; edição original

em inglês, Chicago: Moody, 1995) e Casamento: Contrato ou Aliança?,

de Craig Hill (Pompéia, SP, MMI, s/d; edição original Northglenn, Ccl.:

Harvest, 1992).

O primeiro livro começa muito bem,

contemplando a exceção apontada por Jesus em Mateus 19.9 e 5.32,

bem como a possibilidade de aceitar a separação de um cônjuge não

crente para que este fique livre da “servidão” ou das amarras do

casamento (apresentada por Paulo em 1 Co 7.15). Mas, a partir disso, o

autor faz malabarismos exegéticos que forçam a Palavra para incluir na

categoria de cônjuge morto, os mortos espirituais (Rm 7.1-3), abrindo a

porta para uma ampla gama de situações em que seria “bíblica” a

separação e o re-casamento. Esse livro, no mínimo força, na parte final,

a Palavra ao dizer o que o autor deseja, a fim de permitir o divórcio e o

re-casamento em mais situações do que a Bíblia permite.

O segundo adota a posição diametralmente oposta de procurar


desaconselhar ao cristão o divórcio e não permitir nenhum outro

casamento para a pessoa divorciada. Isso é feito através de categorias

apresentadas no livro chamado Meant to Last, de Paul Steele e Charles

Ryrie (Wheaton, Ill. Victor. 1986), no qual seriam cinco as posições dos

cristãos historicamente falando:

a) O ponto de vista patrístico - Os pais da igreja nos cinco primeiros

séculos e os líderes em geral, com poucas exceções, até o século 16,

teriam sido ‘unânimes no entendimento do ensino de Cristo e Paulo. Se

alguém sofresse o infortúnio do divórcio, um novo casamento não seria

permitido qualquer que fosse a causa.

b) O ponto de vista erasmiano - É a posição da maioria dos

protestantes, a partir do séc.16, que permite o divórcio e o re-

casamento.

c) O ponto de vista preterativo - É o ponto de vista de Agostinho, que

procura explicar o diálogo de Mateus 19.1-12, com esclarecimento de

que havia duas escolas rabínicas de interpretação da lei de casamento e

divórcio no judaísmo: uma de Hillel, que permitia todo tipo de divórcios

e outra de Shammai, que procurava restringir tal possibilidade ao

mínimo. A questão era como interpretar as “coisas indecentes” de

Deuteronômio 24.1 .A resposta de Jesus teria sido para despistar e, não,

para responder a nenhuma dessas sugestões. Depois, quando estavam

sozinhos com Cristo, os discípulos o pressionaram para resolver o


assunto, e ele teria respondido a questão em Marcos 10.11-12.

d) O ponto de vista dos esponsais entende “porneia” como uma

referência a relações sexuais de pessoas ainda não casadas de verdade.

Aquelas que estejam comprometidas como noivos. Apenas nesse caso

seria possível a separação e ‘re-casamento”, ou melhor, seria o primeiro

casamento

e) O ponto de vista da consanguinidade permite o divórcio, mas não o

re-casamento de pessoas cujos casamentos estão proibidos em Levítico

18.6-l8, entre pais e filhos(as) (mesmo de segunda núpcias), madrasta

e padrasto com enteado(a), entre sogros(as) e genros e noras, entre

pessoas que têm relacionamento de cunhados(as), entre tios(as) e

sobrinhos(as), entre avôs(ós) e netos(as).

Essa análise histórica de posições típicas, não deixa de ser interessante,

mas senti-me um pouco incomodado com o epíteto de “erasmiano”

(referente à figura humanista do Erasmo de Rotterdam), todas as vezes

que se tratava de uma posição que visasse valorizar o texto de Mateus

19.9. Considerei que o autor defendia seu ponto de vista contra o re-

casamento de pessoas divorciadas, e que o tratamento foi mais

ideológico do que uma análise do texto bíblico.

Diante disso, resolvemos ir pessoalmente aos textos bíblicos a fim de re-

estudá-los e chegarmos pessoalmente às conclusões de que


necessitamos com urgência para tomar uma atitude no caso que nos

ocupa pastoralmente. No exame dos textos, essas posições re-

aparecerão com maior detalhes.

Mateus 19.9

Examinemos diferentes versões deste texto.

Eu lhes digo que todo aquele que se divorciar de sua esposa exceto por

imoralidade sexual [porneia], e se casar com outra mulher, estará

cometendo adultério. (NVI)

Portanto eu afirmo o seguinte: o homem que se separar da sua mulher,

a não ser em caso de adultério [porneia], se tornará adúltero se casar

com outra mulher. (Linguagem de Hoje)

E eu lhes digo isto: Todo a quele que se divorciar de sua esposa, a não

ser por causa de infidelidade [porneia], e casar-se com outra, comete

adultério. (Viva)

Eu, porém, vos digo: Quem repudiar sua mulher, não sendo por causa

de relações sexuais ilícitas [porneia], e casar com outra, comete

adultério [e o que casar com a repudiada comete adultério]. (Alm. Rev.

Atual.)

Eu vos digo porém que qualquer que repudiar a sua mulher não sendo
por causa de prostituição [porneia] e casar com outra, comete adultério,

e o que casar com a repudiada também comete adultério. (Alm.

Contemp.)

Esse recenseamento breve dos textos mais usados entre nós permite

concluir preliminarmente que

a) Existe uma diferença entre os três primeiros em relação aos dois

últimos, no sentido de que aquelas versões não incluem a cláusula “e o

que casar com a repudiada comete adultério”, presente em alguns

manuscritos importantes, mas, ao mesmo tempo, ausente em outros. É

por causa disso que a edição de Almeida Revista e Atualizada manteve a

cláusula entre colchetes, a fim de indicar que, embora tenha evidência

bastante para ser incluída, essa cláusula não tem aceitação unânime

como outras partes deste Evangelho de Mateus. 

b) A não ser essa diferença no tratamento do texto original, todas as

cinco versões aceitam cláusula de exceção presente no texto de Mateus

(“não sendo...”, “a não ser por causa”, “exceto por..”), ao contrário dos

textos paralelos de Marcos e Lucas.

c) A diferença maior entre as versões em português está na

compreensão da palavra “porneia”, que recebeu as seguintes traduções:

i)imoralidade sexual, infidelidade, relações sexuais ilícitas;


ii) adultério, prostituição.

De um estudo acurado do significado da palavra pornéia, chegamos à

conclusão de que o sentido i) é mais correto e natural. Notamos que as

três traduções japonesas, bem como a versão particular Guendaiyaku do

prof. Reiji Oyama usaram as palavras futei, “infidelidade”

- Guendaiyaku (1983) e Shinkai-yaku (1963, 1970); fuhinkô,

imoralidade - Koogooyaku (1954) e inkô, “conduta contrária aos bons

costumes” - Bungoyaku (1930)mais próximas do sentido i) que do ii).

“Porneia” ainda significa: ofensivo ao pudor, contrário aos bons

costumes, imoralidade, incluindo o sentido sexual. Em português, deu

origem à palavra “pornografia”. Aliás, em quase todas as línguas

ocidentais temos palavras correspondentes a esse termo, que derivam

da mesma raiz grega. O sentido ii), que inclui o aspecto jurídico

(adultério) e o comercial (prostituição) não é o significado primário da

palavra “pornéia”. Mas, o sentido de adultério, pode ser inserido nessa

frase de Jesus, porque o contexto trata de uma esposa regularmente

casada.

O sentido de prostituição poderia ser deduzido a partir da frase

“contrário aos bons costumes”, aplicada a uma esposa e dona de casa.

Mas, tanto “adultério” como “prostituição”, parecem forçar um pouco o

sentido usual de “porneia”, quanto ao seu sentido gramatical, por força


de dedução hermenêutica. A dificuldade dessa interpretação forçada é

que no caso específico de “prostituição”, por exemplo, viria a dar um

sentido bastante diferente. Se o divórcio e o novo casamento são

permitidos somente quando há prostituição, estão excluídos adultérios

que não envolvem vantagens pecuniárias ou transação comercial?Seria

isso que Jesus quis dizer?

d) embora não dê uma aprovação entusiástica a isso, por causa da

dureza do coração dos homens Jesus aceita a possibilidade de divórcio e

re-casamento em caso específico de infidelidade conjugal praticada,

segundo o texto de Mateus.

Os textos em inglês

And 1 say unto you, Whosoever shall put away his wife except it be for

fornication, and shall marrv another, committeth adultery: and

whosoever marrieth her which is put away doth commit adultery. (KJ -

King James)

And 1 say unto you. Whoever divorces his wife, except for unchastity.

and marries another, commits adultery. (RSV - Revised Standard

Version)

I tell you, if a man divorces his wife for any cause other than unchastity,

and marries another, he commits adulterv. (OC - Oxford and Cambridge)


1 tell you that anyone who divorces his wife, except for marital

unfaithfulness, and marries another woman, commits adultery. (NIV -

New International Version)

Existe um paralelismo interessante entre as versões em português e as

versões em inglês:

a) a Bíblia King James (KJ) é muito semelhante a Almeida Revisada e

Atualizada, pois:

1.mantém a cláusula final que outras versões eliminaram;

2.traduz literalmente o verbo apolúse por “repudiar” ou “mandar

embora” (put away) e não modernizou usando a expressão “divorciar”

como as outras versões mais recentes;

3.a palavra “pornéia” é traduzida por “fornicação”, sentido que é bem

próximo de relações sexuais ilícitas.

b) todas as versões mais recentes em inglês ou em português

eliminaram a cláusula final.

c) No inglês há variantes na tradução de “pornéia”, vertido por “falta de

castidade” (unchasty) e por “infidelidade conjugal” (marital infidelitv).


No português existe um paralelismo, mas vemos que nossas versões

avançaram mais com “adultério” e “prostituição”. 

As versões católico-romanas

Para efeitos de comparação, vamos agora examinar algumas versões

católico-romanas.

Eu pois, declaro que todo aquele que repudiar a sua mulher, se não for

por causa de adultério, e casar com outra comete adultério; e o que se

casar com a que o outro repudiou, comete adultério. (A.P. Figueiredo.

1964, 1977)

Ora, eu vos declaro que todo aquele que rejeita a sua mulher, exceto no

caso de um matrimônio falso e esposa uma outra comete adultério. E

aquele que esposa uma mulher rejeitada comete também um

adultério. (versão Maredsous trabalhada no Centro Bíblico Católico, SP,

1959)

Or je vous le dis: quiconque repudie sa femme je ne parle pas de la

fornication et en épouse une autre, commet un adultère. (ed. orig franc.

da Bíbia de Jerusalém, 1955)

A hora bien, os digo que quien repudie a su mujer — salvo en caso de

fornicación y se case con otra, comete adultério. (vers. esp. da Bíblia de

Jerusalém, 1966)
Algumas observações:

a) as duas primeiras versões a de Figueiredo e a versão dos monges

Maredsous, trabalhada no Centro Bíblico em São Paulo — são bem

parecidas com a versão de Almeida pelo fato de que incluem a cláusula

final, assim como a versão King James a traz no inglês. A versão de

Figueiredo é realmente muito próxima à tradução de Almeida.

b) Todas as versões traduzem apoIúse por “repudiar” ou “rejeitar”,

numa tradução mais literalmente próxima da original.

c) A versão do Centro Bíblico traduz “pornéia” por “matrimônio falso”,

mas é honesto, ao indicar em nota ao pé da página, que se trata de um

texto de difícil interpretação. Nos esclarecimentos doutrinários ao final

da Bíblia, sobre a palavra “divórcio” são mencionados dois significados

mais usualmente adotados na tradução da palavra “pornéia”, “adultério”

ou “fornicação”, que viria de S. Jerônimo, isto é, da versão Vulgata

(versão latina e oficial da Igreja Católica Romana), e que não permite

re-casamento, e o outro igualando-a à palavra zenut, que seria

“concubinato” ou união ilícita, matrimônio falso ou nulo. Neste caso seria

permitido o casamento. Os exegetas católicos optam por essa

interpretação, pois estão certamente pressionados pela possibilidade

gramatical e exegética de Mateus 19.9 que permite o re-casamento e,

por isso, buscaram um sentido em que isso seria admissível

doutrinariamente.
d) A versão da famosa Escola Bíblica de Jerusalém optou por traduzir

“pornéia” - cremos pelo rigor científico costumeiro dos modernos

tradutores — por “fornicação” ou “relações sexuais ilícitas”, que parecem

mais próximas do grego. As anotações ao pé da pagina mostram o

natural esforço por harmonizar o tratamento honesto do texto original

com a doutrina da Igreja Católica Romana. Um verdadeiro malabarismo

exegético, recusando a hipótese do “concubinato”. Por essa exceção

própria a Mateus, Jesus não permite o divórcio (com re-casamento) em

caso de adultério . Parece que o texto de Mateus indica que, em caso de

infidelidade, há a necessidade de uma solução especial que ele,

inclusive, não indica. Essa solução, invisível enquanto o divórcio era

permitido, desenvolver-se-á na igreja sob a forma de uma “separação”

dos esposos sem “re-casamento” .

É impressionante verificar que, havendo restaurado um texto mais fiel

ao original grego, passem em seguida a desdizer o texto, inclusive

negando que Jesus tivesse autorizado o divórcio. É preciso relembrar

que os exegetas católicos dominicanos estão também sob a pressão da

doutrina católica do celibato. Creio que forçam o texto em direção à sua

posição ao entenderem que, para o cristão, o estado de casado é inferior

ao estado de solteiro, dizendo no comentário sobre o v. 12 dessa

passagem que “Jesus convida ao celibato perpétuo aqueles que desejam

consagrar-se exclusivamente para o Reino de Deus”. 


e) A moderna versão ecumênica católico-protestante em língua japonesa

a “Kyodôyaku” traduz “pornéia” por “fuhoo na kekkon” = casamento

ilegal o que os aproxima da versão do Centro Bíblico, com a diferença de

que não tem a cláusula final, como todas as versões japonesas

examinadas.

Resumo da análise de Mateus 19.9 

Eu porém vos digo: quem repudiar a sua mulher

1 Não sendo por causa de relações sexuais ilícitas

E casar com outra comete adultério 

2 e o que casar com a repudiada comete adultério.

2 = cláusula final contestadaGrego Português Inglês Japonês Católicas

2 Está em ARA KJ APF 

AC CBC 

2 Eliminada em GNT LH RSV B, Ko BJF 

PI BV NEB S, G BJE 

NVI NIV Kyo

Reconhecemos uma tendência geral de que nesse trabalho de crítica

textual mais rigorosa, a cláusula final está saindo das versões.

Entretanto, gostaríamos de anotar um aspecto significativo sobre essa

cláusula.

“e o que casar com a repudiada comete adultério.” (Mateus 19.9)

A presença de uma cláusula de Mateus em alguns manuscritos antigos, e

sua ausência em outros, não teria o efeito de produzir em nós


desconfiança no texto desse Evangelho? Especialmente a pessoas como

nós que não temos o hábito de praticar crítica textual, nem conhecemos

bem as tecnicalidades de seu procedimento? Como podem pessoas

comuns e correntes terem confiança no texto desse Evangelho, depois

de saber que uma cláusula sua está sendo contestada?

Confiabilidade de Mateus

A presença da cláusula em questão não acarretaria contradição

nenhuma com a palavra dos Evangelhos, pois essa cláusula existe com

as mesmas palavras em Mateus 5.32.

“e o que casar com a repudiada comete adultério”

A mesma idéia aparece com palavras ligeiramente diferentes em Lucas:

“e aquele que casa com a mulher repudiada pelo marido, também

comete adultério.” (Lucas 16.18)

Isso significa que a eventual permanência da expressão dentro do

versículo de Mateus 19.9 não acarretaria contradição nenhuma em

relação ao texto de Mateus em seus manuscritos mais antigos, ou nas

versões mais recentes, mas acrescenta pontos em sua confiabilidade.

Essa compreensão acrescenta confiabilidade mais madura também em

relação aos críticos de texto e aos tradutores.

1 Cláusula de exceção

Grego Português Inglês Japonês Católicas

A cláusula de exceção está presente em Todas Todas Todas Todas Todas


Cremos que todos os que são contra o divórcio gostariam de eliminar

essa cláusula de exceção, se fosse possível, mas ninguém, seja católico

ou protestante, conseguiu fazê-lo. Não podendo eliminar, partiram para

diversos tipos de tradução como vimos. Algumas traduções

extremamente forçadas, para poder avançar as doutrinas, ou os

costumes adquiridos.

O fato de que ninguém pode eliminar essa cláusula reforça os pontos de

confiabilidade de Mateus e, particularmente, a confiabilidade de Mateus

19.9. Quanto maior a confiabilidade de Mateus em geral e de Mateus

l9.9 ou, mais exatamente, a confiabilidade da cláusula de Mateus 19.9,

maior a tensão com os textos paralelos de Marcos 10.11 e 12 e de Lucas

16.18, os quais não têm cláusula de exceção.

Quem repudiar sua mulher e casar com outra comete adultério, e aquele

que casa com a mulher repudiada pelo marido, também comete

adultério. Repetindo e resumindo: A confiabilidade de Mateus ficou

estabelecida pelo exame dos textos e das traduções e, especialmente,

de Mateus 19.9, tanto pela observação de clausula final contestada,

quanto pelo exame de cláusula de exceção. Quanto mais se estabelece a

confiabilidade desse texto, mais aumenta a sua tensão com os textos

paralelos de Marcos e de Lucas.

Mateus19.9 Aumento de Marcos 10.11, 12


CONFIABILIDADE Tensão Lucas 16.18

Apresentaremos agora um resumo das variações de tradução da palavra

“pornéia”

Em seguida, nos concentraremos em compreender essa tensão, e

relação paradoxal. Estudaremos o contexto imediato de Mateus 19.9, em

Mateus 19.1-12 e em 1Coríntios 7.15.

Pornéia

Resumo da variação de sua tradução

Português Inglês Japonês Católicas

Relações sexuais ilícitas ARA B Imoralidade sexual NVI Ko

Fornicação KJ BJF, BJE, APF 

Falta de castidade NEB (CO)

RSV

Infidelidade BV G,S

Infidelidade NIV

Matrimonial

Adultério LH APF *

Prostituição AC

Matrimônio falso CPC

Matrimônio ilegal Kvo


É realmente impressionante a quantidade de versões variantes que essa

palavra tem apenas nas Bíblias evangélicas em Português. Sendo que

nenhuma versão repetiu a outra. Entre as que examinamos, as Bíblias

japonesas coincidiram com três das nossas versões. Nas católicas, a de

Figueiredo traduziu “pornéia” por “adultério” em 19.9, mas em 5.32 por

“fornicação”. Por que tantas traduções e graus de implicação jurídica,

social e moral diferentes?

Primeiro: o divórcio e re-casamento são assuntos muito delicados e há

sempre, no mínimo, dois lados da questão. Há, por isso, uma grande

gama de interpretação e práticas.

Segundo: gramaticalmente as palavras sempre têm uma certa

elasticidade e comportam mais de um significado. Por exemplo, o uso

normal de “pornéia” significar algo mais geral, como “relações sexuais

ilícitas”, ou “fornicação”, e “pornôs” (1Cor 5.9) pode significar um

homem sexualmente imoral; o seu feminino (porné), significa uma

mulher que pratica imoralidade sexual por profissão, logo, prostituta (Mt

21.31).

Terceiro: para que haja várias traduções, torna-se necessário adaptar o

que foi falado no meio judaico no primeiro século para o contexto do

século 20 ou 21. As bíblias Almeida, King James, Figueiredo, a Bungo-

yaku, e a Bíblia de Jerusalém mantiveram essa expressão sendo mais

fiel ao original (apoluse). No diálogo de Jesus com os fariseus a questão


do repúdio à mulher está sendo tratada à luz de Deuteronômio 24.1.

Existe, para o gosto democrático do nosso tempo, muito machismo

nessa prática. A maioria dos tradutores está abandonando a palavra

“repudiar” para usar a palavra “divórcio”, instituição que regula tanto os

direitos da mulher como os do homem e dos filhos, o que forma todo o

corpo jurídico vigente em nossas respectivas sociedades. 

As quatros primeiras traduções parecem se aproximar mais do sentido

gramatical do original. As duas seguintes “infidelidade” e “infidelidade

matrimonial”, seriam quase a mesma coisa, mas tratam de traduções

interpretativas mantendo o homem como o ponto de referência no

casamento. 

Tal é provavelmente o sentido no original. Em português, temos a

vantagem de nos referirmos tanto à infidelidade feminina, quanto à

masculina, portanto também o sujeito do divórcio pode ser tanto o

homem, quanto à mulher. 

Quanto ao sentido de “matrimônio falso e ilegal”, somente versões

católicas adotaram essa tradução. Cremos que existe uma clara

gradação: à medida que se desce a coluna, mais interpretativas vão se

tomando as traduções.

Tensão entre Mateus 19.9 e textos paralelos

Como conciliar essas duas declarações?


Eu lhes digo que todo aquele que se Grande Todo aquele que se

divorciar de sua esposa exceto por sua esposa e se casar com

imoralidade sexual e se casar com outra mulher estará cometendo

Tensão adultério contra ela. (Mc 10.11 adultério. (Mt 19.9) e Lc 16.18)

Já vimos mais acima que não se trata de erro de impressão ou de

preferência de algum copista. Os textos estão exatamente como os

vemos, com toda a contradição que podem trazer.

Gostaríamos de sugerir inicialmente que há uma tensão entre o Padrão

Perfeito de Deus e a Orientação ou Regulamentação Pastoral.

Regulamentação Pastoral Padrão Perfeito de Deus exceto por

imoralidade sexual Tensão sem exceção nenhuma - adultério - Mateus

Marcos e Lucas.

Se isso for verdade, nenhum dos dois pares pode/deve ser reduzido.

Cada um dos elementos da contradição, ou tensão, são essenciais. Não

se deve tentar relativizar a ordem de Deus. Também não se deve jogar

fora o texto de Mateus. Entendemos que a exegese correta nesse caso é

manter plenamente cada um dos pólos. O Padrão Perfeito de Deus

jamais deve ser relativizado, mas trabalhando com seres humanos

imperfeitos e pecadores, temos de encontrar caminhos para avançar. Ao

procurar esse caminho, é preciso sempre ter em mente a boa, perfeita e

agradável vontade de Deus e vivermos tendo como referência esse

padrão.
Regulamentação Pastoral Padrão Perfeito de Deus

Vê-se em outras palavras de Mateus um perfeito paralelismo da tensão

entre dois pólos.

Se o teu irmão pecar contra você, vai e a sós com ele mostra-lhe o seu

erro. Se ele o ouvir, você ganhou o seu irmão. Mas se ele não o ouvir,

leve consigo TENSÃO perfeito é o Pai Celeste mais um ou dois outros, de

modo que tial de vocês qualquer questão seja decidida pelo (Mt

5.48) depoimento de duas ou três testemunhas. Se ele se recusar a

(...) (Mt 18.l5ss)

O padrão perfeito de Deus está claramente expresso à direita, mas à

esquerda está o que acontece no convívio com meu irmão cristão que,

como eu, é de carne e osso, comete erros e pecados. Há uma orientação

pastoral; mostra-se como atuar. Não se trata de jogar o Padrão Perfeito

de Deus em seu rosto e castigá-lo com julgamento, rejeição e

condenação. Antes,é preciso fazer um esforço de procurá-lo, conversar

e, se necessário, mais de uma vez. Num outro momento, Jesus disse

que devemos perdoar nossos irmãos setenta vezes sete vezes.

No texto de Mateus 18 não se menospreza o padrão divino de perfeição

em se tratando de seres humanos. Se seu irmão rejeitar a terceira

tentativa de restauração feita conforme o ensino de Jesus, você pode

considerar que ele não é seu irmão na fé. Uma pessoa que rejeita os
ensinos de Jesus, o conselho da igreja deve ser considerada pagã ou

publicana, deixando de ser irmão segundo a palavra do Senhor.

Se desprezo o Padrão Perfeito de Deus, por ser perfeito demais e por

sermos pecadores e falhos, então não vou estar buscando a perfeição

Não estarei buscando a santificação. “Sejam perfeitos como é perfeito o

Pai Celestial de vocês” é uma palavra que devemos considerar para não

nos conformarmos com esse mundo e com o pecado. Devemos aprender

a amar e a servir a um Deus que é perfeito. Devemos buscar

continuamente a santificação, um padrão melhor de ética e de conduta.

O contexto imediato de Mateus 19.9 e 19.3-12

3 Vieram alguns fariseus, e o experimentavam, perguntando: É licito ao

marido repudiar a sua mulher por qualquer motivo?

4 Então respondeu ele: Não tendes lido que o Criador desde o princípio

os fez homem e mulher?

5 e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a

sua mulher, tornando-se os dois uma só carne?

6 De modo que já não são dois, porém uma só carne. Portanto, o que

Deus ajuntou não o separa o homem.


7 Replicaram-lhe: Porque mandou então Moisés dar carta de divórcio e

repudiar. (Veja um exemplar dessa carta de divórcio)

8 Respondeu-lhe Jesus: Por causa da dureza do vosso coração é que

Moisés vos permitiu repudiar vossas mulheres:, entretanto, não foi

assim desde o princípio.

9 Eu porém vos digo: Quem repudiar sua mulher, não sendo por causa

de relações sexuais ilícitas, e casar com outra, comete adultério [e o que

se casar com a repudiada comete adultério].

10 Disseram-lhe os discípulos: Se essa é a condição do homem

relativamente a sua mulher, não convém casar.

11 Jesus, porém, lhes respondeu: Nem todos são aptos para receber

este conceito, mas apenas aqueles a quem é dado.

12 Porque há eunucos de nascença; há outros a quem os homens

fizeram tais; e há outros que a si mesmos se fizeram eunucos, por causa

do reino dos céus. Quem é apto para admitir, admita.

Chamamos a atenção para o fato de que nesse contexto de Mateus 19.9,

na discussão com os fariseus, Jesus mostra que, no princípio, a regra

não era a separação ou o divórcio. O que Deus ajuntou não deve o

homem separar. 
Entretanto, por causa da dureza dos corações, Moisés permitiu que

houvesse separações. A pergunta dos fariseus “pode o homem repudiar

sua mulher por qualquer motivo ?”, foi o baixíssimo nível em que caiu o

casamento, por causa da interpretação machista de Deuteronômio 24.1. 

Segundo esse preceito o homem podia repudiar a esposa se ela não

fosse agradável aos seus olhos, por ter achado nela “algo indecente”.

Jesus procura mostrar o que existia desde o princípio: o padrão de Deus

para o casamento e a prática do divórcio que Moisés procurava moderar

e regular, para proteger a mulher. O divórcio não é uma ordem de Deus,

nem uma solução que o agrade. Aqui vemos repetir-se o modelo, o

padrão de Deus e a orientação pastoral.

Prática Pastoral Padrão de Deus

Moisés vos permitiu repudiar vossas mulheres por causa da dureza do

vosso coração. O que Deus ajuntou não o separe o homem.

Jesus não se mostra contra a permissão outorgada por Moisés. Parece a

favor dela, mas ele reformula a cláusula de exceção na frase que

começa com “Eu porém vos digo”, em Mateus 19.9, tornando muito mais

imperativa a manutenção do casamento. Ele estreitou a cláusula de

exceção que estava indefinida, fato que a tornava por demais inclusiva.
Em outras palavras, a cláusula de exceção, introduzida pela expressão

“eu porém vos digo” vem responder à expectativa criada pela indagação

dos fariseus, “É lícito para o homem repudiar a sua mulher por qualquer

motivo?”, e está logicamente ligada ao contexto desse diálogo. Sua

ausência criaria um vazio lógico e semântico dentro dessa construção.

Verificamos que o modelo de afirmações contrastantes e até

contraditórias, cuja conflitividade e tensão não devem ser diminuídas via

malabarismos exegéticos que forcem a Palavra de Deus, encontradas no

confronto de Mateus 19.9, de Marcos 10.1, 12 e Lucas 16. 18, repete-se

no contexto imediato de Mateus 19.3-12.

Afirmamos nossa fé de que Jesus não está em posição de confronto ou

negação em relação ao preceito de Moisés. Aqui também vale a sua

palavra de Mateus 5.17: “Não penseis que vim revogar a lei ou os

profetas: não vim para revogar, vim para cumprir”. Entendemos que

Jesus, ao estreitar a cláusula de exceção, está, na verdade,

reinterpretando melhor a intenção de Moisés. Moisés não inventou nem

introduziu a separação ou o divórcio de casais. O seu preceito tinha um

sentido moderador em relação aos costumes da época e procurava

proteger o casamento e a família, diminuir os repúdios e proteger a

mulher repudiada no caso de um divorcio.

Mateus Marcos e Lucas


Permite o divórcio e não proíbe Não permitem o divórcio nem O

recasamento em caso de o re-casamento sob hipótese fornicação.

alguma.

Se alguém argumentasse que são dois evangelistas contra um e que o

ensino na passagem de Marcos foi feito para os discípulos em particular,

poderíamos responder que Mateus tem duas citações do mesmo teor;

uma em Mateus 5.32. no contexto do Sermão da Montanha, ou seja, um

discurso para os discípulos, e outro em Mateus 19.9, no contexto da

discussão com os fariseus.

Caberia ainda lembrar que Mateus foi chamado pessoalmente por Jesus

e com ele esteve pelo menos 3 anos ouvindo, vendo e aprendendo.

Ao considerar o fato que Jesus via seu ministério não como contradição

ou revogação da Lei de Moisés, mas como o seu cumprimento, podemos

entender que Jesus está permitindo o re-casamento, no caso

excepcional em que permite o divórcio . Pelo teor da carta que veremos

mais abaixo, podemos depreender que permissão de divórcio, mesmo

que excepcionalmente, implica permissão de re-casamento.

Estudo da posição de Paulo

O tema do casamento, celibato e divórcio estão concentrados em 1 Cor

7. Desde o primeiro verso até o final, em quarenta versículos, ele


discorre sobre esses temas em resposta às indagações dos cristãos de

Corinto. Há naturalmente as clássicas passagens de Efésios 5, e em

alguns outros lugares. Em 1 Cor 7, especialmente, se concentra muito

do ensino de Paulo sobre o casamento, mas achamos dificuldade em

trabalhar esta passagem pelas seguintes razões:

a) A passagem começa e termina com uma apologia ao celibato. Com

exceção desses dois versículos inicial e final, ainda há muitos outros,

todos com referência à desejabilidade de estar solteiro. São, no total,

onze versículos, que transmitem o desejo de estar solteiro, ou viúvo,

mais do que do estar casado. Para falar a verdade ainda não temos

trabalhado adequadamente o tema do celibato (os católicos e o

movimento monástico parecem haver encampado a temática).

b) O casamento é considerado como um mal menor em alguns casos

(v.2, 9) e não é melhor que ao estado de solteiro (v.38). Ser cristão e

casado é ser mais mundano, é ter o coração dividido (v.33, 34). Não

chega a ser pecado casar-se (v.28, 36), mas se puder evitar, melhor.

Ora, isso não parece fazer justiça à doutrina evangélica do casamento.

c) Por três ou quatro vezes nesta passagem Paulo diz que está expondo

a sua opinião e não necessariamente do Senhor (v.12, 17, 25 e 40). Nos

versículos 25 e 40, ao mesmo tempo em que afirma ser sua a opinião,

acrescenta observações solicitando algum reconhecimento não só dele,

mas também de Deus. Uma vez afirma que o mandamento é claramente


da parte do Senhor e não dele mesmo (v.10) Qual o peso relativo de

cada uma dessas passagens?

d) Uma visão mais positiva da vida conjugal aparecerá em Colossenses

3.12ss e 18; sobretudo em Efésios 5.15-33 (cf 1 Pe 3.1-7). Todas essas

passagens, incluindo a de Pedro, foram escritas (62 d.C em diante) 6, 7

ou 8 anos após 1 Coríntios (55, 56 ou 57 d.C). Seria correto supor que,a

partir de uma visão um tanto quanto restritiva sobre o matrimônio do

cristão, Paulo teria evoluído para uma visão mais matizada, e mais rica?

Seria essa a razão de Paulo pedir aos líderes cristãos que fossem

pessoas casadas (1 Tm 3.2-5; Tt 1 5-8, ambas as epístolas,

presumivelmente, de 65 d.C) e não recomendar as pessoas solteiras à

liderança cristã nessas cartas, ao contrário de 1 Coríntios 7?

Essas declarações sobre o texto nos ajudam usá-lo com cuidado e

temperança, levando em conta esses matizes, a fim de alcançar um

entendimento mais próximo da verdadeira prática pastoral do grande

apóstolo.

1 Coríntios 7.10, 11 e 15

Versículos cruciais de 1 Coríntios 7 para o que estamos estudando são

os acima indicados:

1 Ora, aos casados, ordeno não eu, mas o Senhor que a mulher não se
separe do marido; (Se, porém vier a separar-se, que não se case, ou

que se reconcilie com seu marido) e que o marido não se aparte de sua

mulher” (1 Cor 11 e 12)

“ Mas se o descrente quiser apartar-se que se aparte; em tais casos não

fica sujeito à servidão, nem o irmão nem a irmã; Deus vos tem chamado

a paz. 1 Co 7.15 

Gostaríamos de indicar que o primeiro texto se refere mais ao padrão

divino para o casamento e nisso há perfeita concordância com as

palavras anteriormente citadas de Jesus, como “quem divorciar e casar

com outra comete adultério” e “o que Deus ajuntou, não separe o

homem”.

No segundo há uma referência ao casamento misto entre uma pessoa

crente com outra descrente, sendo que a parte crente não deve tomar

iniciativa de separação. Mas, se a parte descrente deseja separar-se,

deixe que o faça. Em tais casos não fica sujeito à servidão nem o irmão,

nem a irmã. Essa palavra é uma aplicação pastoral para o caso

específico de casamentos mistos. Paulo sente-se autorizado a fazer essa

aplicação pastoral; distinção não feita por Jesus na questão de

casamentos mistos. Existe também uma atitude especial de Paulo com

respeito aos coríntios. A chave para entender essa atitude pastoral de

Paulo está em, pelo menos, dois fatores:

a) Paulo é imitador de Cristo em ser o bom pastor que dá a sua vida


pelas ovelhas. Ele tem dado a vida, e arriscado a vida em favor dos

Coríntios.

b) Ele é intercessor incansável em favor dos coríntios e está pronto para

assumir diante de Deus as conseqüências do seu ensino. 

Lembremos de sua atitude com relação aos judeus: “tenho grande

tristeza e constante angústia em meu coração. Pois eu até desejaria ser

amaldiçoado e separado de Cristo por amor de meus irmãos, os de

minha raça, o povo de Israel” (Rm. 9 1- 4). Cremos haver uma grande

diferença entre um apóstolo-teólogo como Paulo e um simples professor

de teologia ou um teólogo que viva de fazer e ensinar teologia hoje .

O que estamos tentando dizer é: só porque Paulo sentiu-se autorizado a

fazer as aplicações pastorais que fez, não se segue que qualquer um de

nós, pastores de hoje, possamos fazer a nosso critério pessoal as

adaptações ou aplicações conforme queiramos.

Mas é verdade que podemos ser seus imitadores, como ele o era de

Cristo e, em parte, existe necessidade de aplicações pastorais

personalizadas. Assim, nessa hora devemos imitar o apóstolo dos

gentios, no sentido de assumir inteiramente a responsabilidade daquilo

que possa advir do nosso aconselhamento pastoral. Devemos fazer as

aplicações em consonância com Cristo, com a leitura de Cristo feita

pelos apóstolos e também com os apóstolos.


Se não estivermos prontos a entregar as nossas vidas em favor das

ovelhas, precisamos, então, ter cuidado com os conselhos que possamos

dar. Agora podemos esquematizar a palavra de Paulo em 1 Cor 7. 10 e

15 para indicar o paralelismo que viemos apresentando

Casamentos Mistos Padrão Divino para o Casamento

“Se a parte não crente consente em “Aos casados ordeno, não eu morar

junto com o cristão, não se o Senhor, que a mulher não se aparte” 7.

12-15 GRANDE separe do marido...

“Mas se a parte não-crente quiser e que o marido não se separe

de apartar-se, que se aparte. Em tais sua mulher” 7.10

Entendemos que a expressão “não fica em servidão”, significa que o

vínculo matrimonial pode ser desfeito e isso inclui o direito/permissão de

re-casamento. Nesse mesmo capítulo, no versículo 39, a palavra “livre”

é usada para indicar direito ou permissão de re-casamento.

A seguir listamos algumas conclusões a que este estudo nos permitiu

chegar e depois algumas sugestões pastorais.

Conclusões

1) Focalizamos o nosso estudo exegético em Mateus 19.9, por percebê-


la como a passagem “pivô” das discussões sobre casamento e divórcio.

Nosso estudo permitiu verificar que, apesar de ter uma cláusula

contestada, em vias de cair das versões contemporâneas, isso não

diminui em nada a credibilidade do versículo todo.

2) Quanto à cláusula de exceção, é mantida universalmente como algo

fidedigno. Apesar de ser a parte mais controvertida no aspecto teológico

e pastoral, ela se mostrou consistente e textualmente fidedigna. As

cláusulas “exceto por imoralidade sexual” ou “não sendo por causa de

relações sexuais ilícitas”, se mantêm, isto é, cremos que essa frase

provém de Jesus e do apóstolo Mateus. Portanto, Jesus admitiu a

hipótese da permissão de um divórcio permitido.

3) Quanto maior a confiabilidade da cláusula de exceção, maior se torna

o conflito e tensão com os seus textos paralelos em Marcos 10, 11, 12 e

Lucas 16.18. A tentativa de redução da tensão por meio de exegeses ou

hermenêuticas tende a diminuir a veracidade de um dos pólos da

contradição, não fazendo justiça ao Padrão Perfeito de Deus e também

não servindo de ajuda pastoral às pessoas.

4) Temos de entender e aceitar a grande tensão entre a vontade de

Deus para o casamento e as situações criadas pelo pecado humano

dentro do casamento, o que leva, às vezes, à quebra. Como enfrentar as

situações e os dramas familiares e como ajudar as pessoas que vêm

buscando auxílio e esperança no Evangelho? Essa é a preocupação que


nos move neste estudo. Será que Jesus proíbe o re-casamento de

pessoas divorciadas? Ao dizer que quem se casa depois de repudiar sua

esposa comete adultério (Marcos e Lucas), Jesus está dizendo que o re-

casamento em geral é pecado.

5) A passagem de Mateus também afirma que a pessoa que volta a se

casar comete adultério, exceto se as causas do divórcio forem “relações

sexuais ilícitas”. Entendemos que Jesus está aceitando essa exceção,

permitindo o divórcio e, portanto, o re-casamento. Jesus não está

censurando Moisés por ele ter concedido a possibilidade de divórcio por

causa da dureza dos corações. Parece que podemos, antes, censurar os

fariseus por não entenderem esse espírito, tomando o repúdio como

uma ordem, uma grande solução, ou, pior, considerando-os cínicos por

livrarem-se da esposa de quem se cansaram, naturalmente por culpa

dela, a culpa moral da separação recairia sobre Moisés que a teria

ordenado. Jesus concorda com Moisés quanto à dureza dos corações e

quanto ao pecado, além de manifestar o mesmo desejo de ajudar. Sua

ajuda, entretanto, não consiste em liberalizar ainda mais o divórcio,

mas, sim, em re-interpretar Moisés e refinar o seu preceito à luz do que

era “desde o princípio”. Na cláusula de exceção, Jesus só aceita um

motivo para o divórcio. Seria impensável, por outro lado, que Jesus

condenasse a mera separação como um adultério. É evidente que o que

está em jogo nessa cláusula de exceção é o re-casamento.

6) Jesus está contra ou a favor de Moisés? Essa é uma questão


importante que vai influir em nossa leitura. É verdade que Jesus pediu

aos discípulos que buscassem uma justiça melhor que a dos fariseus. Se

Jesus rejeitou o farisaísmo, o legalismo e a justiça de aparências

exteriores, por ouro lado ele era um fiel e leal filho de Israel, um

guardador da Palavra. “Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não

adulterarás. Eu porém vos digo: qualquer que olhar pra uma mulher

com intenção ...”. Nesse ensino, o “eu porém vos digo” em nenhum

momento está negando o “ não adulterarás” dos Dez Mandamentos de

Moisés. Pelo contrário, o está reforçando e reinterpretando com maior

rigor. Esse relacionamento de fidelidade para com a Lei e os Profetas e,

ao mesmo tempo, a capacidade de interpretar melhor que os mestres e

os doutores da lei, surpreendeu os líderes israelitas de seu tempo.

produzindo perplexidade e desconcerto entre eles.

7) Como Jesus mesmo disse, “não penseis que vim revogar a lei ou os

profetas. Não vim para revogar, vim para cumprir”. Jesus está

manifestando fundamentalmente aprovação e harmonia em relação a

Moisés. Só que Jesus preencheu o que antes ficara indefinido em

Deuteronômio 24.1, “alguma cousa indecente”, deixando espaço para

todo tipo de interpretação e práticas, ao sabor do egocentrismo dos

homens, no caso de se repudiar a mulher. Jesus permite o divórcio num

único caso excepcional. Essa harmonia fundamental em Moisés nos leva

a considerá-la como um elemento corroborativo para a permissão de um

re-casamento de pessoas que foram divorciadas por causa justa. Essa

permissão é, como em Jesus, por causa da dureza dos corações, não


uma licença alegre e universal. Na verdade, é uma licença restrita e

triste.

8) A multiplicidade de formas de tradução da palavra porneia indica os

esforços dos biblicistas e exegetas em encontrar uma interpretação

satisfatória para toda essa questão. Entendemos serem melhores as

traduções que tomam a palavra porneia em seu uso comum, sem muitas

interpretações.

9) Buscar conhecer melhor a patrística pode ser um movimento

saudável, porque os primeiros séculos da igreja cristã viram surgir

verdadeiros gigantes espirituais e homens de Deus extraordinários.

Basta pensar no Credo de Nicéia (325) e o Credo de Calcedônia (451)

em que Deus permitiu que a Igreja, respondendo a heresias, definisse

com maior clareza em que ela crê com respeito a Deus e a pessoa de

Cristo, a fim de que percebesse que o período patrístico foi muito

fecundo, com grandes desafios dentro e fora da Igreja, fazendo surgir

homens de Deus corajosos e bons pensadores, pastores e teólogos

talhados para enfrentar, com o Evangelho de Cristo no coração e na

boca, as demandas difíceis do momento. Nós, evangélicos, muitas vezes

vivemos distanciados dos pais apostólicos. Muitas de suas lutas e

conquistas são também nossas lutas e conquistas. Quando pensamos

em Atanásio, Irineu, Eusébio, Gregório, Agostinho e muitos outros pais e

mártires, verificamos que no período após o Novo Testamento Deus não

deixou a Igreja sem testemunhas. Importantes marcos sobre a pessoa


de Cristo e a natureza de Deus foram estabelecidos para sempre.

10) Da mesma forma, os grandes reformadores foram homens de Deus

que responderam de modo maravilhoso aos desafios de uma Igreja-

Império (um império mundano em processo de mundanizar a Igreja com

luzes e privilégios do poder) com a releitura das Escrituras e a

redescoberta da obra única e suficiente do Senhor Jesus na cruz. Suas

lutas e conquistas são, também, nossas lutas e conquistas e, sem dúvida

nenhuma, somos herdeiros da reforma. Se em algum ponto da doutrina

ou da prática encontramos uma luz melhor, nada impede que o

reformulemos à luz da Palavra de Deus. Mas, na essência, em sua luta

de fé, eles encontraram vitórias por todos nós, arriscando as suas vidas.

Portanto, não parece adequado o nome de “erasmiano” atribuído a todos

os que no séc XVI ou depois procuraram tomar a sério Mateus 19.9.

Erasmo foi humanista, uma figura marginal nos grandes embates da

Reforma Protestante. Ele foi um filósofo liberal que, começando em uma

posição cristã, foi caminhando para o liberalismo e depois caiu em

heresia e está longe da ortodoxia bíblica. Esse é um epíteto depreciativo

que não faz justiça aos homens de Deus de todos os séculos e ainda aos

contemporâneos que queiram tomar como do Senhor a cláusula de

exceção de Mateus.

Tanto a posição dos esponsais quanto a do casamento consanguíneo são

idéias defendidas principalmente por teólogos católicos. Para uma


discussão mais pormenorizada, em termos de exegese, recomendamos o

trabalho de Carson, que examina sete posições citando urna porção de

pesquisas recentes de outros autores evangélicos, apresentando as

dificuldades e as virtudes de cada uma delas.

11) A leitura do contexto imediato de Mateus 19.9 mostra que a cláusula

de exceção é uma resposta perfeitamente adequada e ligada

logicamente ao contexto da discussão e, em particular, à expectativa

criada pela pergunta dos fariseus. Isso reforça ideia de que essa cláusula

não é uma colagem posterior ao texto, mas algo presente desde a

composição dele.

12) O estudo do contexto de Mt 19.9 mostra, no diálogo entre Jesus e os

fariseus, a existência de um padrão instituído por Deus, “o que Deus

ajuntou não separe o homem” (v. 6), e a regulamentação pastoral de

Moisés como verdade e afirmações em conflitividade e tensão,

exatamente como no encontro de Mateus 19.9 e os textos de Marcos e

Lucas. Esse paralelismo, entendemos, reforça a tese de que os pólos de

contraste não devem ser reduzidos textual, semântica nem

exegeticamente. Eles devem ser mantidos tais quais estão, porque essa

tensão verdadeira tem conseqüências pastorais importantes.

13) Examinamos o texto de Paulo em 1 Co 7 e, mais detidamente, os

versículos 10 e 15 e procuramos caracterizar as suas dificuldades

inerentes. Apesar de difícil, pudemos também encontrar o modelo, o


padrão de Deus para o casamento e a regulamentação pastoral, dessa

vez em caso de casamentos mistos entre pessoas crentes e não crentes.

Como Paulo repete esse modelo, encontramos corroboração para que

tomemos Mateus 19.9 a sério em nossa compreensão dessa matéria no

campo exegética e pastoral.

14) Na proibição de separação e de re-casamento nos versículos 10 e 11

consta o padrão absoluto de Deus, constituindo-se paralelo perfeito com

Marcos 10.1 e 12 e Lucas 16.18. Nos versículos 10 e 11, quando se pede

que o crente não tome iniciativa de separação, e no versículo 15,

quando se permite a separação e o divórcio no caso de a parte não

crente desejar separar-se, há uma regulamentação pastoral que Paulo

sentiu-se autorizado a fazer.

15) Essa questão não tem recebido muita elaboração de autores

evangélicos. O prof Y Matsuki, no seu comentário sobre 1 Coríntios faz

uma leitura muito cuidadosa, especificando que a separação ou divórcio

não deve ser automática, caso a parte não-crente peça. Enfatizando a

expressão “Deus vos chamou para a paz”, quando descobrirem que não

é possível manter a fé de maneira nenhuma dentro desse casamento,

quando houver perigo para a integridade física, moral e espiritualmente

e o cônjuge não-crente pedir separação, então que se separem e se

divorciem. Em todo o caso, nessa passagem aparece uma segunda

exceção por regulamentação pastoral. A Bíblia Vida Nova anota “O

princípio é conservar o casamento se for possível. Se o cônjuge não-


crente deixar o outro em reação ao Evangelho, o crente não tem culpa”

e cita passagens em Lucas 12:51ss; 14:26; 21, 16, em que, por causa

do evangelho, há conflito dentro da família e até perigo de morte.

16) Cremos ser bíblica a permissão do divórcio em dois casos: a) no

caso de relações sexuais ilícitas praticadas pelo cônjuge (Mt 19.9) e b)

no caso de casamento misto em que o cônjuge não- crente abandona o

crente (1 Cor 7.15). Mas não julgamos aceitável a sugestão do autor

citado no começo deste ensaio, segundo a qual a morte espiritual

atestada pela Igreja seria um terceiro motivo aprovado para divórcios.

Nessa última categoria estão os casos, por exemplo, de cônjuge que não

sustenta a família, que maltrate fisicamente a mulher e os filhos, ou que

esteja viciado em drogas, por exemplo.

Recomendações Pastorais

A indissolubilidade dos laços conjugais deve ser pregada e ensinada com

ênfase. Noivos em preparação para o casamento devem conhecer bem o

padrão perfeito de Deus como meta a ser alcançada. O “sim” dos noivos

deve ter esse peso para que os abençoemos de coração.

O divórcio é, na ótica bíblica, uma tragédia. Nunca é uma solução alegre

e universal. É uma possibilidade restrita permitida com tristeza, como

exceção e, por isso, deve-se fazer sempre o máximo de empenho para

reconciliar e restaurar famílias. Devemos ensinar mesmo quando houver

adultério, que são necessárias paciência e oração pela restauração.


O exemplo de Oséias do A.T., que amou sua esposa adúltera, é

paradigmático. Esse amor do profeta pela esposa faltosa simboliza o

amor de Deus pelo seu povo, muitas vezes idólatra ou apóstata. Deus

oferece uma salvação completa e perfeita para o seu povo.

Quando ocorre o re-casamento, recomendamos modéstia, comedimento

e discrição próprios de alguém consciente da tragédia sobre a qual está

se realizando a nova união. Seria inapropriada uma comemoração sem

um simultâneo sentido de quebrantamento e contrição de alma pela

separação havida. Não se deve comemorá-lo como se fosse uma grande

solução.

Modelo de uma Carta de Repúdio ou de Divórcio

(Estilo israelense, do tempo de Jesus)

No dia........da semana............do mês.............., ano de...........desde o início da criação

do mundo, de acordo com o regulamento normal da Província

de..................................... eu.........................., filho

de......................................., qualquer que seja o nome pelo qual

sou conhecido, da cidade de ......................................, estando em

pleno gozo das faculdades mentais, e sem compulsão, imposição de

espécie alguma, divorcio, dispenso e repudio a

você ..................................... filha de .................... , qualquer que

seja o nome pelo qual você seja conhecida, da cidade

de....................................... , você, que foi minha esposa até aqui.

Mas agora está repudiada, você ......................................... , filha


de............................., qualquer que seja o nome pela qual você é

chamada, da cidade de ................................... , para que esteja livre

e aos teus próprios cuidados, para que segundo a sua livre vontade se

case com quem lhe agradar, sem impedimento algum da parte de

ninguém, de hoje em diante e sempre. Você está livre, portanto, para

qualquer pessoa que queira se casar com você. Seja esta a sua carta de

divórcio escrita por mim, uma carta de separação e expulsão, de acordo

com a lei de Moisés e Israel.

_____________________________

O marido

Testemunha............................... filho de................................

Testemunha................................ filho de................................

(Copiado de International Standard BibIe Encyclopaedia, “Divorce in OT’ in caput “Bill of

Divorcement” - vol. II. p. 864 trad. do inglês, K. Yuasa).

Versões originais e outras do novo testamento consultadas

A) Grego (Versões originais)

1.‘The Greek New Testament”, Edited by K. Aland, M. Black, C. Martini, B. Metzger and A.

Wikgren., United Bible Societies, New York, London, Edinburgh, Amsterdam, Stuttgart, 1966,

1968. (GNT)

2.“Pocket Interlinear New Testament”, Edited Green, Jay P., Baker Book House, Grand

Rapids, Mich. 1979, 1988. O texto grego deste NT bilíngüe é da Trinitarian Bible Society,

preparado, originalmente, por Schrivener, F.H.A. 1894, 1902, 1976. (PINT)

B) Português
1. Bíblia Sagrada, Trad. de Almeida, J.F. - Revista e Atualizada Sociedade Bíblica do Brasil,

Brasília, 1975, 1969. (ARA)

2. Bíblia Thompson, Trad. de Almeida, J.F., Ed. Contemporânea, Ed. Vida, Deerfield, LF.,

1990.

3. A Bíblia Viva, Ed Mundo Cristão, S. Paulo, 1981. (Original inglês: Living Bible, 1981 -

Living Bibles International, Wheaton, III. (BV)

4. A Bíblia Sagrada, na Linguagem de Hoje, Soc. Bíblica do Brasil Baruerí, SP 1988.

5. O Novo Testamento, Nova Versão Internacional, Soc. Bíblica Internacional, S.Paulo, 1993.

(NVI)

C) Japonês

1. Kyushinyakuseisho - The Holy Bible, containing the Old and New Testaments, with

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(B)

2. Seisho – Nipponseishokyokai- Sociedade Bíblica Japonesa, Tokyo 1954(NT), 1955 (VT) -

Versão Koogoo-yaku. (Ko)

3. Seisho -Sociedade Publicadora Bíblica - Tokyo, New Japanese Bible, The Lockmann

Foundation, 1963, 1970 - Versão Shinkai-yaku.(S)

4.Seisho - Gendaiyaku Version Bible Publishing Society. - Trad.de Reiji Oyama, Tokyo, 1983

- Versão Guendai-yaku. (G)

D) Inglês

1. The Holy Bible, Authorized King James Version, J.A. Dickson Publishing Co., Chicago, LII.

1946.(KJ)

2. The Bible, Revised Standard Version, The British and Foreign Bible Society, Britain, 1975

(NT 1946, 1972). (RSV)

3. The New English Bible - New Testament - Oxford and Cambridge, University Press, 1961 -

Versão Interconfessional entre Anglicanos, Presbiterianos, Metodistas e Batistas Britânicos.

(NEB)

4.Holy Bible, New International Version, NIV, International Bible Society, Colorado Springs,

1973, 1984. (NIV)

E. Versões católicas

1. Biblia Sagrada, Edição Ecumênica, Trad. Pe. A. P. Figueiredo, Barsa, Rio de Janeiro, 1964,

19778 - com Introduções interconfessionais e dicionário doutrinário católico. Ninil Obstat e


Linprimatur. (APF)

2. Bíblia Sagrada. Trad. dos originais mediante versão dos Monges de Maredsous (Bélgica),

pelo Centro Bíblico Católico, Ed. Ave Maria, São Paulo, SP, 1982 (42ª ed.) com dicionário

Católico. Imprimi Potest e Imprimatur de São Paulo. (CBC)

3. La Sainte Bible, L’École Biblique de Jérusalem, Ed. Cerf, Paris, 1955, 1961 - Versão

francesa. (BJF)

4. Bíblia de Jerusalém. Traduzida sob direção de J.A. Ubieta dos originais, segundo a crítica

textual e interpretação da Biblia chamada de Jerusalém (francês) da Escola Bíblica de

Jerusalém, Desclée de Brouwer, Bruxelas e Bilbao, 1967. Versão espanhola. (BJE) 

5.Shinyakuseisho - The New Testament - Japanese Interconfessional Translation. Japan Bible

Society, Tokyo, 1983 (cum approbatione ecclesiastica).Versão japonesa Kyoodoo-yaku.

(Kyo)

Bibliografia geral
Dicionários:

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A. United Bible Societies, 19**.

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866 em International Standard Bible Ecyclopaedia - ISBE - General Editor ORR, James,

Eerdmans, Grand Rapids, Mich, 1984 (1939) - É particularmente bom para os costumes

judaicos e o contexto cultural de Mateus 19.3-12.

Dictionary of New Testament Theology, 4 vol., verbetes “Divorce”, “Discipline”, etc. Editor

Brown, Colin, Regency, Grand Rapids, Mich., 1986 (1975) Traduzido do alemão

“Teologisches Begriefslexicon zum Neuen Testament, Theologisher Verlag, Wuppertal, 1971.

É particularmente bom para o recenseamento dos usos e costumes relativos à palavra

pornéia no contexto grego. (contexto de Corinto).

Comentários: 

Carson, D. A., “Matthew”, em Expositor’ s Bible Commentary, General Editor Gaebelin, Frank

E., Zondervan Co., Grand Rapids, Mich. 1984.

Champlin, Russel N., “N. Testamento interpretado”, A Voz Bíblica, Guaratinguetá, SP, s.d., 6
vols.

Mare, W. Harold, “1 Corinthians” em Expositor’s Bible Commentary, 10 Vol. General Editor,

Zondervan Co. Grand Rapids, Mich., 1976.

Matsuki, Yuzo “Corinto Dai Iti no Tegami”, Depto. Publicações da Igreja Holiness do Japão,

Tokyo, 1989: Recenceia as várias possibilidades de interpretar 1 Cor. 7.15, e é muitíssimo

cuidadoso em suas afirmações. O autor, falecido, foi presidente da Igreja Holiness do Japão.

Ensaios: 

Hill, Craig, “Casamento: Contrato ou Aliança?”, Marriage Ministries International, Pompéia,

SP, 1992.

Evans, Tony “Divórcio e Novo Casamento”, Ed. Vida, São Paulo, SP, 1997. (1995, Moody,

Chicago, III).

Bibliografia católico-romana

Código de Direito Canônico, Promulgado por João Paulo II, Papa, Edições Loyola, S. Paulo,

1983 - Tratamento global da matéria. Para ilustrar o que é um tratamento global no estilo do

direito canônico católico, transcrevemos os nomes dos títulos, capítulos e artigos sobre o

Matrimônio:

Do Matrimônio: Can.1055-1062.

Do Cuidado Pastoral e do que deve preceder a Celebração: Can.1063-1072.

Dos Impedimentos Dirimentes em Geral: Can.1073-1082.

Dos Impedimentos Dirimentes em Especial: Can.1083-1094.

Do Consentimento Matrimonial: Can.1095-1107.

Da Forma de Celebração do Matrimônio: Can.1108-1123.

Dos Matrimônios Mistos: Can.1124-1129.

Da Celebração Secreta do Matrimônio: Can.1130-1133.

Dos Efeitos do Matrimônio: Can.1134-1140.

Da Separação dos Cônjuges: Can.1141-1150.

Da Separação com Permanência do Vínculo: Can.1151-1155.

Da Convalidação do Matrimônio: Can.

Da Convalidação Simples: Can.1156-1160.

Da Sanatio in Radice do Matrimônio: Can.1161-1165.


Dicionário da Bíblia, Castro Pinto, J. A. L., de 1967, editado junto à Bíblia Sagrada, Ed.

Ecumênica, Trad. A. P. Figueiredo, Barsa, 1972 - verbete “Divórcio” pp. 42 e 43

Índice Doutrinal: verbete “Divórcio”, na Bíblia Sagrada, do Centro Bíblico Católico, São Paulo,

1982, p.1.581 e 2.

Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/294/divorcio-e-novo-casamento-um-

estudo-biblico-inicial

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Divórcio
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Reflexão - Filipenses 4:11-13


abril 08, 2014

v11 Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que
tenho. v12 Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as
coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a
padecer necessidade. v13 Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece. “Porque já
aprendi a contentar-me com o que tenho”  Paulo expressa uma verdade fundamental em sua
vida, ele sabia viver a sua realidade, ou seja, ele conseguia ser feliz apesar do que acontecia
na sua vida. É interessante observar essa verdade, já que em sua maior parte, as igrejas
evidenciam que para ter uma vida feliz é preciso ter e não ser. Não basta ser alguém do
Reino de Deus, é necessário apresentar as possessões deste Reino em suas vidas para ser
uma pessoa abençoada por Deus. Quando falo de Reino de Deus, não estou me referindo a
igreja Reino de Deus do Edir Macedo, mas ao Reino de Cristo. Jesus disse que o Reino de
De
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História MMI - Casados Para


Sempre
março 30, 2009

O Marriage Ministries International foi fundado em 1983 e está sediado em Littleton,


Colorado, USA. No Brasil sua sede fica na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais. Mike
Marilyn Phillipps são os fundadores e diretores internacionais do MMI, uma organização
mundial com milhares de casais ministrando sobre casamento, noivado e criação de filhos
em mais de 90 países. Através da fidelidade desses casais, matrimônios feridos estão sento
curados e outros fortes estão recebendo um novo desafio e visão. À medida que os lares se
tornam fortes, as igrejas são fortalecidas. Mike e Marilyn, junto com milhares de outros
casais, são provas vivas de que Deus pode curar até mesmo o pior dos casamentos e usá-los
para a Sua glória!
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Provérbios 1:1-33 Ensine seus


filhos
setembro 11, 2012

1) Ensine o temor do Senhor (versículo 7) v.7 "O temor do SENHOR é o princípio do


saber…”  Com certeza vocês querem ter um filho sábio, esperto, maduro e inteligente.
Saiba que toda esta esperteza deve estar alicerçada no respeito e compreensão das coisas de
Deus. Para isso: a) Ensine a Bíblia para seu filho b) Ensine-o a orar c) Ensine-o a respeitar
as coisas de Deus 2) Ensine o diálogo (versos 8-9) v.8 "Filho meu, ouve o ensino de teu pai
e não deixes a instrução de tua mãe…”  Seu filho só vai aprender a ouvir, se vocês, bem
cedo, aprenderem a conversar com ele (mas nunca é tarde para começar). Mas o que
conversar? Esqueçam a idéia de que vocês devem conversar coisas sérias, profundas e
espirituais; conversem sobre tudo: cinema, moda, jogos, namoro, sexo, certo-errado,
dinheiro, profissão, Deus, etc… Saiba que: a) O diálogo é fundamental no processo de
formação do caráter do seu filho b) O diálogo vai criar aproximação e segurança entre vocês
c) O diálog
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Date 30/03/2009 por Rachel Onofre

Os dez mandamentos da
criança para seus pais
agosto 08, 2018

Inspire-se ao ler um trecho de "Mãe de primeira viagem", livro escrito

por Kevin Leman

Trecho da obra “Mãe de primeira viagem: Como lidar com os desafios da

maternidade – do nascimento ao primeiro ano da pré-escola ”, Kevin

Leman:
1. Minhas mãos são pequenas; por favor, não esperem perfeição todas

as vezes que eu arrumar a cama, fizer um desenho ou lançar uma bola.

Minhas pernas são curtas; por favor, diminuam o passo para que eu

possa andar com vocês.

2. Meus olhos não viram o mundo como você já viu; por favor, deixem-

me explorá-lo com segurança; não me restrinjam desnecessariamente.

3. O trabalho de casa sempre estará lá. Eu serei assim pequeno por bem

pouco tempo; por favor, reservem momentos para me explicar as coisas

deste mundo maravilhoso, e façam isso com alegria.

4. Meus sentimentos são delicados; por favor, sejam sensíveis às

minhas necessidades; não me critiquem o dia inteiro. (Vocês não

gostariam de ser criticados por sua curiosidade.) Tratem-me como

gostariam de ser tratados.

5. Sou um presente especial de Deus; por favor, valorizem-me como

Deus deseja que façam, responsabilizando-me por meus atos, dando-me

orientações para seguir na vida e disciplinando-me de maneira amorosa.

6. Para crescer, preciso do seu incentivo, não do seu elogio. Por favor,

peguem leve nas críticas; lembre-se de que vocês podem criticar as

coisas que faço sem criticar-me.

7. Por favor, deem a mim a liberdade de tomar decisões que me digam

respeito. Permitam-me errar, de modo que eu possa aprender com meus

erros.
8. Por favor, não consertem as coisas que faço. De alguma forma, isso

dá a impressão de que meus esforços não estão à altura de suas

expectativas. Sei que é difícil, mas, por favor, não me comparem com

meu irmão ou minha irmã.

9. Por favor, não tenham medo de sair sem mim no final de semana. Os

filhos precisam de férias de seus pais, assim como os pais precisam de

férias de seus filhos. Além disso, essa é uma ótima maneira de mostrar

a nós, filhos, que seu casamento é especial.

10. Por favor, levem-me à escola dominical e à igreja regularmente,

dando um bom exemplo para que eu siga. Gosto de aprender mais sobre

Deus.

Saiba mais! O texto que você acaba de ler foi extraído do livro Mãe de

primeira viagem: Como lidar com os desafios da maternidade – do

nascimento ao primeiro ano da pré-escola, obra escrita por Kevin

Leman, autor best-seller, psicólogo de renome internacional e

autoridade em vida conjugal e familiar, paternidade e desenvolvimento

pessoal.

DESCUBRA ESSE PODER


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13 MOTIVOS
setembro 23, 2020
As circunstâncias podem fazer com que os sentimentos sejam abalados

e confundidos. Por isso, vale sempre lembrar qual é a verdade que Deus

tem a respeito de nós. 

Nesse Setembro Amarelo, vamos lembrar de valorizar a vida. Uma série

americana com nome de 13 reasons why (Os 13 porquês) conta a

história de uma menina que se suicidou e deixou fitas com 13 motivos

justificando sua atitude. Porém, aqui, nós queremos dar 13 razões que

falam a verdade sobre nós. 

E, claro, existem muito mais motivos para viver a vida que Deus deu a

você. 

01. Você não está sozinho (Salmos 23.4) 

02. Você tem valor (1 Pedro 2.9) 

03. Deus se importa com as suas lágrimas (Apocalipse 21.4) 

04. Você pode encontrar ajuda (Salmos 46.1) 

05. A sua vida tem um propósito (Jeremias 29.11) 


06. O que você está passando é temporário (2 Coríntios 4.16-18) 

07. Há um bom caminho a seguir, mesmo quando a vida é difícil (1

Coríntios 10.13) 

08. Você é mais do que sua aparência exterior (1 Samuel 16.7) 

09. Você não pode imaginar o bem que está reservado para você (1

Coríntios 2.9) 

10. Você nem sempre se sentirá assim (2 Coríntios 4.8-9) 

11. Você é muito amado (Efésios 3.18) 

12. Você não será envergonhado (Isaías 54.4) 

13. Deus intenciona o bem em sua vida (Romanos 8.28) 

A sua vida vale muito a pena! 

Se você conhece alguém que precisa desses motivos, compartilhe!

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Reflexão - Filipenses 4:11-13


abril 08, 2014
v11 Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que
tenho. v12 Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as
coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a
padecer necessidade. v13 Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece. “Porque já
aprendi a contentar-me com o que tenho”  Paulo expressa uma verdade fundamental em sua
vida, ele sabia viver a sua realidade, ou seja, ele conseguia ser feliz apesar do que acontecia
na sua vida. É interessante observar essa verdade, já que em sua maior parte, as igrejas
evidenciam que para ter uma vida feliz é preciso ter e não ser. Não basta ser alguém do
Reino de Deus, é necessário apresentar as possessões deste Reino em suas vidas para ser
uma pessoa abençoada por Deus. Quando falo de Reino de Deus, não estou me referindo a
igreja Reino de Deus do Edir Macedo, mas ao Reino de Cristo. Jesus disse que o Reino de
De
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História MMI - Casados Para


Sempre
março 30, 2009

O Marriage Ministries International foi fundado em 1983 e está sediado em Littleton,


Colorado, USA. No Brasil sua sede fica na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais. Mike
Marilyn Phillipps são os fundadores e diretores internacionais do MMI, uma organização
mundial com milhares de casais ministrando sobre casamento, noivado e criação de filhos
em mais de 90 países. Através da fidelidade desses casais, matrimônios feridos estão sento
curados e outros fortes estão recebendo um novo desafio e visão. À medida que os lares se
tornam fortes, as igrejas são fortalecidas. Mike e Marilyn, junto com milhares de outros
casais, são provas vivas de que Deus pode curar até mesmo o pior dos casamentos e usá-los
para a Sua glória!
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Provérbios 1:1-33 Ensine seus
filhos
setembro 11, 2012

1) Ensine o temor do Senhor (versículo 7) v.7 "O temor do SENHOR é o princípio do


saber…”  Com certeza vocês querem ter um filho sábio, esperto, maduro e inteligente.
Saiba que toda esta esperteza deve estar alicerçada no respeito e compreensão das coisas de
Deus. Para isso: a) Ensine a Bíblia para seu filho b) Ensine-o a orar c) Ensine-o a respeitar
as coisas de Deus 2) Ensine o diálogo (versos 8-9) v.8 "Filho meu, ouve o ensino de teu pai
e não deixes a instrução de tua mãe…”  Seu filho só vai aprender a ouvir, se vocês, bem
cedo, aprenderem a conversar com ele (mas nunca é tarde para começar). Mas o que
conversar? Esqueçam a idéia de que vocês devem conversar coisas sérias, profundas e
espirituais; conversem sobre tudo: cinema, moda, jogos, namoro, sexo, certo-errado,
dinheiro, profissão, Deus, etc… Saiba que: a) O diálogo é fundamental no processo de
formação do caráter do seu filho b) O diálogo vai criar aproximação e segurança entre vocês
c) O diálog
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Date 30/03/2009 por Rachel Onofre

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 Espiritualidade
 Cura interior

RECONCILIAÇÃO
O perdão não nasce do nosso sentimento




O perdão não nasce do nosso sentimento, mas


sim da nossa decisão
O perdão afeta a santidade e o nosso corpo. Sabemos que São Pedro perguntou a
Jesus até quantas vezes precisamos perdoar, e o Senhor respondeu: “Não só 7
vezes 7, mas 70 vezes 7”. Em uma casa, uma família precisa perdoar um usuário
de drogas, em um dia, 70 vezes 7.
Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com
A gratuidade do perdão

O perdão não nasce do nosso sentimento, mas sim da nossa decisão, que é uma
decisão de amor, uma graça que Deus nos dá. Algumas vezes, perdoamos
querendo algo em troca ou falamos: “Perdoei tal pessoa, mas ela não muda”; no
entanto, o perdão é nosso. Não podemos esperar mudança nem reconhecimento,
o perdão precisa ter gratuidade.
Há pessoas que se decidem a não perdoar, e se você livremente não toma a
decisão de perdão, você não entra no rio da misericórdia. Já pensou se Jesus
falasse assim com você: “Veio confessar de novo o mesmo pecado? Virou
brincadeira!”? Mas isso nunca vai acontecer, porque Deus vai nos perdoar
sempre.

Se nós não perdoamos uma pessoa gratuitamente, mesmo que ela não venha a
mudar, estamos fazendo a ela um mal espiritual terrível, estamos escravizando-a.

Existem pessoas que resolvem pegar o passado e enterrá-lo. Preste atenção: você
não é o senhor do tempo, o seu passado não é para ser enterrado, mas sim
redimido no Sangue de Jesus Cristo. Descave o seu passado, o que você precisa é
perdoar, é colocá-lo aos pés da cruz, para que ele seja redimido.

Primeiro caso equivocado: perdoar esperando recompensa. Segundo caso:


enterrar o passado. O terceiro caso: não perdoar, porque essa pessoa lhe fez mal.
Por exemplo: “Como vou perdoar uma pessoa que matou o meu pai?”. Eu lhe
respondo: com a graça de Deus. Você não tem nenhum motivo para não perdoar.
O quarto caso é: “Perdoei. Agora chega! Já faz 60 anos que perdoei esse infeliz e
ele faz a mesma coisa”. Você só será santo se perdoar até o fim.

O perdão e a escola dos santos

São João da Cruz pediu uma graça a Deus de não ser amado por ninguém.
Quando ele percebeu que estava para morrer, buscou o convento no qual
ninguém gostava dele. E disse que queria morrer naquele local, porque queria
morrer perdoando.

Quem tem a coragem de querer morrer na casa da pessoa que mais lhe fez mal?
Meus queridos, nós amamos muito e não queremos sofrer, não queremos a
frustração. Achamos que ser feliz é não ter problemas, achamos que ser feliz é
estar tudo bem, mas não é isso que diz o Evangelho. Como você quer seguir
Jesus, que passa pela cruz, e não quer sofrer? Ser feliz é amar a Deus, é viver
como Jesus a radicalidade do Evangelho.

Leia mais:
.: Perdoar é tomar a decisão de começar uma vida nova
.: Vença o medo diante das escolhas
.: A importância do perdão no processo de cura interior
Santa Terezinha, certa vez, levou uma sobrinha para o convento para cuidar da
menina. Começou, então, um boato na cidade de que ela havia tido uma filha
antes de ir para lá [convento]. A irmã lhe informou sobre o comentário que
ocorria na cidade, e a santa francesa respondeu: “Já fiz tantas coisas erradas, que
eles não souberam. Deixe-os falar, para que essa fique por conta do que eles não
sabem”.

Não vou perdoar, porque ele fez de propósito

O quinto caso é: “Não vou perdoar, porque ele fez de propósito”, mas isso não
faz diferença para o perdão. A graça do perdão jorra de Jesus Cristo. São João da
Cruz diz que tanto faz se um passarinho está amarrado por um barbante ou por
uma corrente, pois das duas formas ele estará amarrado. Assim é o perdão: não
importa se o que você tem de perdoar é algo grande ou pequeno. Nenhum pecado
atinge só a alma, atinge nosso corpo também, pois este foi feito para expressar a
santidade de Deus, o nosso corpo expressa a nossa história de vida.

Deus quer nos “revirginizar”, isto é, quer santificar nossa alma e nosso corp
Vença o medo diante das escolhas





A juventude não pode ter medo de fazer suas próprias escolhas 
Muitas vezes, ao partilhar algo com os jovens, que, assim como eu, se sentem
chamados a uma vocação, escuto sempre esta frase: “Eu tenho medo de errar, de
não ser esse o lugar que Deus quer para mim!”. Este é um questionamento que
sempre aflige o coração daqueles que estão descobrindo sua vocação.

Olhando para a minha curta caminhada vocacional, percebo que eu também me


fiz esse questionamento, e que ele nada mais é do que o medo disfarçado de
preocupação. Isso mesmo: medo.

O jovem tem medo de decidir-se por algo, de tomar uma decisão definitiva, pela
qual somente ele vai arcar com as consequências. Muitos buscam pessoas,
palavras e sinais para confirmar a sua vocação, o que, em muitas situações, pode
significar o desejo de responsabilizar alguém pelas suas atitudes. O jovem tem
medo de decidir-se por sua vida.
Esse medo começa a partir do momento em que ele percebe que está crescendo,
amadurecendo, comprometendo-se. É neste momento que, na grande maioria das
vezes, Deus entra na vida dele e faz o chamado. Agora ele tem de se decidir!

Vivemos em uma sociedade que já não acredita nas escolhas definitivas, não crê
em tudo o que é para sempre. É nessa sociedade que os jovens hoje se veem.

Mas há um caminho! Deus, quando escolhe alguém, o faz de forma definitiva. A


escolha d’Ele independe do seu querer, do seu medo. Claro, é Ele quem
o escolhe, mas é você quem Lhe dá o ‘sim’. No entanto, mesmo que você
fuja, corra, o chamado vai sempre estar no coração do Pai. Se você mudar de
ideia, Ele estará pronto a conquistá-lo novamente.
Não tenha medo de se arriscar no caminho que leva à vontade de Deus. Não
tenha medo de errar, de perceber, mais na frente, que não era bem aquele o lugar
que o Senhor havia preparado para você. Deus vai aproveitar-se de todas as
suas experiências para fazê-lo crescer. Se não for aquele o ponto de
chegada, durante a corrida Deus vai lhe mostrar o desvio. Não tenha medo de se
arriscar!
Independente da vocação – matrimônio, sacerdócio, vida consagrada ou até
mesmo uma vocação profissional –, no mundo sempre existirão dois tipos de
pessoas vocacionadas por Deus: as que se arriscaram e descobriram a verdade do
Senhor para elas, e as que nunca deram passos e ficaram sempre se questionando:
“E se eu tivesse dado passos nesta direção?”. Você é quem escolhe que tipo de
pessoa quer ser.

Medos todos os temos. Eu os tive. Eu os tenho. Mas, cada vez que esse medo
salta em meu coração, eu me lembro de Quem me chamou. Lembro-me de que
foi Deus quem fez o chamado, e Ele pode cuidar de tudo, basta que eu permita e
dê passos na fé.

O segredo é arriscar-se! Ninguém erra por buscar a vontade de Deus. Se


você se lançar, tudo o mais Ele fará!
Vença o medo diante das escolhas





A juventude não pode ter medo de fazer suas próprias escolhas 
Muitas vezes, ao partilhar algo com os jovens, que, assim como eu, se sentem
chamados a uma vocação, escuto sempre esta frase: “Eu tenho medo de errar, de
não ser esse o lugar que Deus quer para mim!”. Este é um questionamento que
sempre aflige o coração daqueles que estão descobrindo sua vocação.

Olhando para a minha curta caminhada vocacional, percebo que eu também me


fiz esse questionamento, e que ele nada mais é do que o medo disfarçado de
preocupação. Isso mesmo: medo.

O jovem tem medo de decidir-se por algo, de tomar uma decisão definitiva, pela
qual somente ele vai arcar com as consequências. Muitos buscam pessoas,
palavras e sinais para confirmar a sua vocação, o que, em muitas situações, pode
significar o desejo de responsabilizar alguém pelas suas atitudes. O jovem tem
medo de decidir-se por sua vida.
Esse medo começa a partir do momento em que ele percebe que está crescendo,
amadurecendo, comprometendo-se. É neste momento que, na grande maioria das
vezes, Deus entra na vida dele e faz o chamado. Agora ele tem de se decidir!

Vivemos em uma sociedade que já não acredita nas escolhas definitivas, não crê
em tudo o que é para sempre. É nessa sociedade que os jovens hoje se veem.

Mas há um caminho! Deus, quando escolhe alguém, o faz de forma definitiva. A


escolha d’Ele independe do seu querer, do seu medo. Claro, é Ele quem
o escolhe, mas é você quem Lhe dá o ‘sim’. No entanto, mesmo que você
fuja, corra, o chamado vai sempre estar no coração do Pai. Se você mudar de
ideia, Ele estará pronto a conquistá-lo novamente.
Não tenha medo de se arriscar no caminho que leva à vontade de Deus. Não
tenha medo de errar, de perceber, mais na frente, que não era bem aquele o lugar
que o Senhor havia preparado para você. Deus vai aproveitar-se de todas as
suas experiências para fazê-lo crescer. Se não for aquele o ponto de
chegada, durante a corrida Deus vai lhe mostrar o desvio. Não tenha medo de se
arriscar!
Independente da vocação – matrimônio, sacerdócio, vida consagrada ou até
mesmo uma vocação profissional –, no mundo sempre existirão dois tipos de
pessoas vocacionadas por Deus: as que se arriscaram e descobriram a verdade do
Senhor para elas, e as que nunca deram passos e ficaram sempre se questionando:
“E se eu tivesse dado passos nesta direção?”. Você é quem escolhe que tipo de
pessoa quer ser.

Medos todos os temos. Eu os tive. Eu os tenho. Mas, cada vez que esse medo
salta em meu coração, eu me lembro de Quem me chamou. Lembro-me de que
foi Deus quem fez o chamado, e Ele pode cuidar de tudo, basta que eu permita e
dê passos na fé.

O segredo é arriscar-se! Ninguém erra por buscar a vontade de Deus. Se


você se lançar, tudo o mais Ele fará!

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