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O amor incondicional do Pastor


supremo!
Rev. Fábio Henrique do Nascimento Costa

Introdução/Elucidação

Nosso Pai, nós Te agradecemos por esta palavra


e pedimos que por Teu Espírito Tu nos ensines
a verdade, nos ensines a verdade sobre nossos
próprios corações e nos ensine o que Cristo
quer que façamos. E especialmente, ó Senhor,
revela-nos a ti mesmo para que, conhecendo o
coração do Pai, possamos pela graça do Espírito
imitá-lo. Pedimos isso em nome de Jesus,
amém.   

Se você olhar Mateus 18 versículos 10 e 11, você


verá dois versículos que introduzem o
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pensamento que Jesus vai lidar na passagem


que estamos estudando hoje. Jesus diz: “10
Vede, não desprezeis a qualquer destes
pequeninos”. Ele está novamente falando
daqueles que são fracos, os que aos olhos do
mundo são menosprezados. Aos olhos do
mundo, eles são insignificantes Mt. 18. 1-5. E,
os discípulos, eles não devem desprezá-los. Por
quê? Porque até seus anjos estão
incessantemente diante do Pai celestial. O Pai
zela por esses pequeninos, e continua
lembrando aos discípulos no versículo 11 que o
Filho do Homem veio a este mundo para salvar
aqueles que estão perdidos. Para salvar aqueles
são insignificantes aos olhos do mundo. E
diante disso, 
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Tema: O amor incondicional do Pastor


supremo!

Desenvolvimento

I. Deus cuida dos fracos como um bom


pastor.    

Esta não é a única passagem que Jesus


fala sobre as noventa e nove ovelhas e a
ovelha perdida. No evangelho de Lucas,
Ele faz uma exposição extensa desse
tema. E a ideia de Deus como pastor é um
tema que permeia todas as Escrituras. O Antigo
Testamento está repleto de textos em que fala
de Deus como o Pastor bendito. 

Nos versículos 12 a 14, Jesus faz a ilustração de


um pastor cuidando de uma ovelha perdida com
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o objetivo de nos mostrar o coração de Deus e


nos ensinar sobre como devemos tratar uns
com os outros. 

Então, eu gostaria de direcionar sua


atenção para três coisas nesta passagem
hoje. Vamos olhar para os três versículos
de três ângulos diferentes e ver o que
Jesus tem para nos ensinar. 

Em primeiro lugar, Eu gostaria que você


visse que nesta passagem nos versículos
12 a 14, que Jesus está nos mostrando
qual é a atitude de Deus para com os
fracos, os pequenos e os
“perdidos”. Aqueles que podem parecer
insignificantes aos olhos do mundo, aqueles que
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são vistos como fracos e marginalizados aos


olhos do mundo, Jesus está nos mostrando qual
o tratamento de Deus para com eles. E
aprendemos nesses versículos que Deus cuida
dos fracos como um bom pastor.

Observe as palavras iniciais de Jesus. Ele faz


uma pergunta. Ele faz uma pergunta
retórica. "que vos parece?”. Ele faz essa
pergunta para chamar nossa atenção e nos
concentrar no assunto que Ele abordará. Ele
quer que Seus ouvintes concordem com Ele
enquanto Ele lhes conta esta história. E assim,
Ele usa uma pergunta retórica e conta a história
de um pastor e Suas ovelhas.
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Todos os que estavam ouvindo Jesus


estavam familiarizados com a ideia de
que o Senhor Deus de Israel é o Supremo
pastor. Davi deixa claro ao escrever sobre isso
no Salmo 23. É isso que cantamos no culto hoje
– uma versão do Salmo 23. Mas esse não é o
único lugar onde Deus é retratado como
um pastor no Antigo Testamento. Pense,
por exemplo, no livro de Ezequiel, onde Deus
acusa os pastores de Seu povo de
negligenciarem o cuidado para com seu povo; e
Ele está falando principalmente dos líderes
políticos e religiosos. Ele basicamente diz:
'Vocês têm sido maus pastores para o Meu
povo, por isso Eu mesmo me tornarei o pastor
do Meu povo.' E nesse contexto você tem a bela
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passagem em Ezequiel 34 quando Ele fala sobre


enviar Davi novamente, mas, para fazer o
quê? Para pastorear Seu povo como Rei Ez.
34.24. É claro, que se cumpre em nosso
Senhor Jesus Cristo que vem como o
grande Pastor, o Bom Pastor das
ovelhas. Mas, esse tema de Deus como
pastor percorre todo o Antigo
Testamento.

Jesus está nos contando esta parábola


sobre uma ovelha que está perdida e o
pastor que vai encontrá-lo porque Ele
quer nos contar algo sobre o caráter de
Deus. Ele quer que tenhamos uma dedução
lógica disso. Ele extrai uma implicação do
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caráter de Deus para que seja essa a nossa


conduta e essa tem que ser a conduta todo o
discípulo de Cristo.

O ponto principal desta história é


mostrar que o Pai celestial é um pastor
que ama, cuida e considera na mais alta
estima cada ovelha. Essa história
costumava me incomodar porque, ao lê-
la, parecia que Deus se importava muito
mais com aquela ovelha perdida do que
com as outras noventa e nove. Afinal, a
história nos diz que Ele se alegrou por aquela
que encontrou mais do que as noventa e nove
que não havia perdido? E isso me parecia
estranho. Porque parecia à primeira vista
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que Ele teria favoritos entre Seus filhos e


há alguns que Ele realmente gosta mais e
há outros com os quais Ele não dava
muita importância, essa é a impressão
que muitos têm. Mas, o que Jesus nos ensina
é o seu cuidado individual e pessoal com cada
um de nós. Jesus usa esta ilustração para que
nos identifiquemos com a ovelha perdida,
porque de fato estávamos perdidos, e Ele
buscou cada um de nós, e estávamos
exatamente como a ovelha que estava
perdida. Ele mostra preocupação e cuidado
especial – mesmo aqueles que estão “perdidos”,
mesmo aqueles que são fracos, mesmo aqueles
que são marginalizados, mesmo aqueles que
parecem estar distantes. Ele quer que vejamos o
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seu procedimento para resgatá-los. Ele


demostra uma preocupação específica e especial
por cada um de nós. Esse é o ponto desta
passagem.

ILUSTRAÇÃO DO BANCO QUANDO ERA


COMERCIANTE

Agora Jesus não está dizendo que Deus Pai ama


alguns assim, mas que Ele ama cada uma de
Suas ovelhas assim, mesmo que pareçam
insignificantes aos olhos do mundo ou até
mesmo aos olhos dos demais discípulos (Mt. 18.
1-5). E assim Ele está nos mostrando o coração
do Pai. O cuidado pastoral com cada uma de
Suas ovelhas e está nos revelando boas novas
sobre Deus. 
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Sabemos que Deus é um Deus poderoso, Ele é


um grande Deus, Ele é o grande Rei acima de
todos os deuses. Ele reina sobre o céu e a
terra. Ele é soberano e Ele é justo. E quando a
consciência nos acusa que somos pecadores e
que merecemos condenação, nosso coração
estremece, ficamos receosos em nos aproximar
dEle. Por quê? Porque sabemos que Ele é
justo. Sabemos que o que merecemos é a
condenação. E o Senhor Jesus Cristo diz: “Isso é
verdade. Deus é justo e Ele deveria lhe
condenar, mas você precisa saber também: que
Ele é o Pastor que ama suas ovelhas e mesmo
que estejam perdidas, Ele as busca e nenhuma
se perde. E, há uma grande alegria em Seu
coração quando encontra as ovelhas que estão
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perdidas. Mt. 18. 13 “E, se porventura a


encontra, em verdade vos digo que maior
prazer sentirá por causa desta do que
pelas noventa e nove que não se
extraviaram.” E assim, o Senhor Jesus diz
que você precisa saber essas duas coisas sobre
Deus: não apenas que Ele é justo, mas que Ele é
um Deus misericordioso que se deleita quando
os pecadores se voltam para Ele.  

II. Deus quer que imitemos Seu


coração.   

Tendo-nos mostrado o coração do Pai, Jesus


ensina que a nossa atitude deve ser a mesma
para com os perdidos, os que estão caídos, os
que nos ofenderam, os fracos, os desprezados
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aos olhos do mundo. Devemos ter a mesma


atitude que o Pastor celestial tem. A atitude de
Deus para com os fracos, os pequenos e os
perdidos deve ser também a nossa. Jesus
mostra uma imagem de como o coração de
Deus é para Seus discípulos.  Ele nos diz que
deseja que imitemos o coração de Deus ao
lidarmos uns com os outros. Isso porque os
discípulos estavam discutindo entre si sobre
qual deles era o maior e Jesus disse: 'Deixe-
me falar sobre o maior de todos. Ele é
meu pai. E deixe-me dizer-lhe como Ele
é: Ele ama de forma incondicional todas
as suas ovelhas, É assim que Ele
é. Agora, se você quer ser grande em Seu reino,
qual é a coisa sábia a fazer? Imite-o. Ou seja,
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trate os irmãos da mesma forma, com a mesma


disposição do coração de Deus para com os
fracos, desprezados e perdidos. Ao se importar
com aqueles que são fracos, neófitos e imaturos
na fé. Cuidando daqueles que nos ofenderam e
cuidando daqueles que se desviaram.  Você está
sendo o maior no reino de Deus.

Paulo retoma essa ênfase do Senhor Jesus


Cristo pelo menos duas vezes em suas
cartas. Em Romanos, capítulo 14 versículo 5 “5
Um faz diferença entre dia e dia; outro
julga iguais todos os dias. Cada um tenha
opinião bem definida em sua própria
mente.”, ele fala com os cristãos com muita
franqueza sobre como devemos nos relacionar
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com os discípulos que são mais fracos na


fé. Suas consciências são fracas e ternas. Em
Romanos, capítulo 14, Paulo está falando sobre,
entre outras coisas, sobre a questão da carne
oferecida aos ídolos. Era um grande problema
entre os cristãos de sua época, porque havia
muitos sacrifícios pagãos e uma das coisas
normais a se fazer no mercado era vender
sobras de carne desses sacrifícios
pagãos. Alguns cristãos não achavam certo
comer aquela carne porque ela havia sido
dedicada a outro deus. Outros cristãos diziam:
“Quem se importa? É carne. É barato. Nós
compramos, e comemos” O apóstolo Paulo
sabia que aquele era um ponto de tensão entre
alguns irmãos, e Paulo diz em Romanos 14:5
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que não devemos comer essa carne para não


ofender a consciência de um irmão mais
fraco. Então, qual é o ponto dele? Que
precisamos pensar em nossas ações, e se elas
estão apenas corretas, mas se elas podem de
alguma forma ofender nossos irmãos. Ele está
nos ensinando não apenas a pensar em nós
mesmos, mas a pensar no impacto de nossas
ações no outro. (altruísmo)

Ele volta à mesma ideia em 1 Coríntios, capítulo


8:11-13, e diz: “11 E assim, por causa do teu
saber, perece o irmão fraco, pelo qual
Cristo morreu. 12
E deste modo, pecando
contra os irmãos, golpeando-lhes a
consciência fraca, é contra Cristo que
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pecais. 13 E, por isso, se a comida serve de


escândalo a meu irmão, nunca mais
comerei carne, para que não venha a
escandalizá-lo.” Paulo está nos mostrando a
atitude que Jesus está chamando Seus
discípulos a manifestarem aqui quando Ele diz:
'Eu não sou o único em quem tenho que pensar
quando faço alguma coisa ou quando falo algo
como cristão. Eu também tenho que pensar em
meus irmãos e irmãs em Cristo e especialmente
naqueles que são frágeis. Então, Paulo está
aplicando exatamente o que Jesus está
ensinando a Seus discípulos aqui.

Jesus quer que Seus discípulos deixem de se


preocupar consigo mesmos; deixar de fazer com
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o que 'eu quero fazer, e com o que é bom para


mim', Ele quer que entendamos que temos
responsabilidade com o outro. Quando a
preocupação com os outros está em primeiro
lugar, aí estamos com o mesmo amor que Cristo
tem para com cada um de nós. É assim que
imitamos a Deus.  'Olhe para o coração do Pai'.
'Ele é um pastor que se deleita em resgatar
ovelhas perdidas. Você deve ter a mesma
'atitude de coração' ao amar quando as ovelhas
perdidas são resgatadas. 

“Já que todo o objetivo e incumbência do Filho


do Homem vindo ao mundo era salvar os
perdidos, tomemos cuidado para que, ao causar
ofensas, não prejudiquemos aqueles por quem
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Jesus morreu”.  “se Ele negou a Si mesmo se


esvaziando de si mesmo para a salvação dos que
estavam perdidos, logo devemos negar a nós
mesmos para edificação e consolação de suas
ovelhas." 

Hoje em dia temos duas reações que são


extremas. A primeira é a que deixamos de lado
quando alguém cai em pecado grave – mesmo
um cristão professo – damos de ombros e
pensamos: “Isso é uma bobagem. Todo mundo
comete adultério hoje. Todo mundo mente
hoje. Todo mundo trapaceia no imposto de
renda hoje. Todo mundo trapaceia nos negócios
hoje. Todo mundo usa esse tipo de linguagem
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hoje.” Poderíamos continuar dando exemplos e


meios que se é racionalizado o pecado. 

Por outro lado, há muitas pessoas que são


justiceiras e impiedosas para com aqueles que
cometem pecados graves que se pudessem não
permaneciam no mesmo ambiente dessas
pessoas. E se a ofensa for contra ela, o
fulminaria.  O Senhor Jesus diz que devemos
nos lembrar de ambos: como cristãos, devemos
nos lembrar dos padrões de Deus e ao mesmo
tempo devemos desejar ver aquele pecador
restaurado por Deus. 

Essa é a sua atitude para com aqueles que lhes


ofenderam?

“História do Dr. Rian”


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Calvino disse: “Por Seu próprio exemplo, Cristo


agora nos exorta a honrar nossos irmãos fracos
e humildes, pois Ele desceu do céu para ser seu
Redentor, para salvar os que estão perdidos. E é
indigno rejeitar, por causa do nosso orgulho,
aqueles por quem o Filho de Deus fez tanto...
porque eles não devem ser avaliados de acordo
com suas próprias virtudes, mas segundo a
graça de Cristo”. Você ouviu isso? Um discípulo
errante não deve ser avaliado de acordo com
suas próprias virtudes ou a falta delas, mas de
acordo com a graça de Cristo. Assim, devemos
desejar ver os perdidos resgatados para e por
Ele.
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III.  Nosso Deus se deleita no resgate das


suas ovelhas.

Uma última coisa que Jesus nos ensina


aqui. Ele não apenas nos mostra o coração do
Pai, não apenas diz que devemos imitar o
coração do Pai, mas também, devemos querer
ser como Ele.

Algo muito importante. No versículo 14.


Observe estas palavras: “14 Assim, pois, não é
da vontade de vosso Pai celeste que
pereça um só destes pequeninos.”. Jesus
está nos ensinando que nosso Deus se deleita
em ver as ovelhas perdidas restauradas. É
evidente nesta passagem que o amor de Deus é
a verdade central sobre Seu caráter. Nunca nos
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é dito que Deus se deleita na condenação dos


ímpios. Mas, nos é dito constantemente nas
Escrituras que Ele se deleita na salvação das
ovelhas perdidas. 

Agora, é importante para nós entendermos que


Jesus não está dizendo o porque Deus se deleita
na salvação de suas ovelhas. Esse não é o ponto
aqui. Jesus deixa muito claro em vários lugares
do evangelho que nem todos são salvos, mas, ao
mesmo tempo, Ele deixa claro que Deus se
deleita quando os pecadores são convertidos de
seus pecados. Ezequiel coloca este ponto. Ele
não se regozija com a morte dos ímpios, mas se
regozija quando os pecadores se voltam e se
arrependem e se convertem a Ele. Esta é a
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verdade da palavra de Deus. Deus se deleita


com isso.

E essa mensagem tem duas partes. Primeiro,


para o discípulo, a mensagem que Deus se
deleita na restauração de pecadores
perdidos. Ele se deleita não na condenação final
dos ímpios, mas no retorno dos filhos perdidos
a Si mesmo. É nisso que Ele se deleita.

Você vive para ver as pessoas se voltarem para


Cristo? Temos esse tipo de preocupação um
pelo outro? Quando vemos irmãos e irmãs em
nossa própria congregação se afastando de
Deus o que você faz? Vemos essas coisas
acontecendo o tempo todo. Nosso coração
anseia que aquele irmão ou irmã sejam levados
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de novo ao aprisco? Ou simplesmente não nos


importamos? Jesus está dizendo: 'Eu quero que
você tenha corações como o Pai tem'.

E para os incrédulos, para aqueles que nunca


confiaram em Jesus Cristo para a salvação, isso
tem uma mensagem tremenda. Quando você
confia em Jesus Cristo para a salvação, o que o
move a confiar somente em Cristo para a
salvação é que você percebe que é um
pecador. Você percebe que precisa do perdão
dos pecados. Você percebe que deveria ser
condenado por seus pecados. E, quando você
percebe isso pela primeira vez, quando você
sente; a última coisa no mundo que você
naturalmente quer fazer é ir a Deus. 
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Nesta passagem, Jesus nos mostra o coração de


Seu Pai. 

Então Ele chama os crentes a agirem como Ele


porque devemos refletir a imagem visível para o
mundo de como nosso Pai é. Para os crentes,
Ele coloca o Pai diante de vocês e diz: “Assim é
o Deus Todo-Poderoso do céu e da terra. Assim
é o Seu coração. Você não precisa correr para
nenhum outro lugar a não ser para Seus braços,
e encontrará salvação e comunhão com Ele para
sempre”. Que Deus nos capacite a agir de
acordo com a verdade desta palavra. 

Aplicação

Conclusão
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