um coração misericordioso! Rev. Fábio Henrique do Nascimento Costa
Introdução
Estou abordando o cap. 18 de Mateus a cerca de
um mês.
E este grande discurso de Jesus começou com o
questionamento dos discípulos “quem é o maior no reino dos céus?”.
A resposta a esta pergunta o Senhor Jesus os
ensina que os valores do reino dos céus são completamente opostos aos valores do mundo.
Mas, perceba bem que um ‘simples’
questionamento revela as motivações que estão por trás dessa pergunta. 2
E, Jesus confronta cada motivação errônea e
revela os valores distorcidos que estão associados a cultura do status, do glamour que reside na ambição do homem.
Por isso que as vezes as pessoas acham que
pastor é prolixo, e as vezes de fato o é, no entanto, nós tratamos o problema na causa, na raiz, e não os sintomas. E, usamos do aconselhamento noutético, isto é, a confrontação do coração.
Elucidação
Valores do mundo X valores do reino dos céus
Mt. 18. 1-5
Não ser pedra de tropeço nem para os irmãos
nem para nós Mt. 18. 6-9 3
A identificação da ovelha perdida e o cuidado
do Supremo e bom pastor. Mt. 18. 10-14
O tratamento do coração do ofendido. Mt. 18.
15-20.
E agora por fim nos vv. 21-35 o Senhor faz o
arremate com o base, a essência do perdão, que e as misericórdias do Senhor sobre nós.
Tema: A marca essencial da graça
salvadora é um coração misericordioso!
Desenvolvimento
I. O perdão não pode ter limite
Aqui não é uma questão hipotética que Jesus
está colocando, mas, de fato há um problema no relacionamento entre os discípulos. 4
Os discípulos e não Pedro é que pergunta quem
é o maior no reino dos céus. Pois, na visão deles, e de alguns de fora tinham Pedro como o líder. Mt. 17. 24 “24 Tendo eles chegado a Cafarnaum, dirigiram-se a Pedro os que cobravam o imposto das duas dracmas e perguntaram: Não paga o vosso Mestre as duas dracmas? Mateus 17:24”. E, logo no v. 1 do cap. 18 os discípulos mostram que a vaidade tomou conta de seus corações e a inveja e o ciúme trouxe crise entre os discípulos.
Então a problemática está clara, foi detectado o
problema. E, o Senhor diz que é para o ofendido, no caso aqui Pedro, deve procurar o ofensor e perdoar. É como se Jesus tivesse 5
dizendo Pedro vai e procura os outros
discípulos e trate o problema, exponha o que está em teu coração, fale para eles o que te magoou. Lembre-se que você tem que perdoá- los, pois, você era a ovelha errante e o Pai deixou as 99 e foi em busca de você. Ele se compadeceu da sua vida.
Mas, Pedro com todo seu orgulho, pergunta ao
Senhor quantas vezes ele deveria perdoar, e sugere 7 vezes. Mt. 18:21 “21 Então, Pedro, aproximando-se, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes?”. 6
A pergunta de Pedro soa como um homem
bastante espiritual. Pois, o número sete sugere um perdão robusto. Digno do líder dos discípulos, daqueles que são mais espirituais que os demais. Penso eu que na mente de Pedro, ele imaginou que iria impressionar Jesus.
A resposta de Jesus é impressionante. Mt. 18.
22 “22 Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete.”.
O significado da resposta de Jesus é: Pedro nem
mesmo conte. Quando alguém for até você e pedir perdão, seu coração tem que estar pronto e disposto a estender a mão, quantas vezes 7
foram necessárias. Isso porque Pedro você tem
que ter em sua mente o quanto foi que Deus te perdoou. Pedro não esqueça do tamanho, e a dimensão do perdão que você foi alvo.
Então percebemos aqui que o perdão é uma via
de mão dupla, onde tem que exige humildade das duas partes. O ofendido ao externar em que o irmão o ofendeu, o ofensor em reconhecer o mal que cometeu contra o ofendido e pedir perdão. Na treplica o ofendido é levado a perdoar o ofensor, isso porque leva em conta a misericórdia da qual foi alvo.
Dois tipos de confissão.
II. O espírito do perdão
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Esta parábola é sobre o Espírito de perdão. É
um quadro vivo da verdadeira motivação porque o crente deve perdoar. É um lembrete daquilo que nos permite perdoar as outras pessoas, e, ao mesmo tempo, é uma advertência contra um espírito mesquinho, impiedoso e implacável que não perdoa.
Nesta parábola, Jesus aguça nossa percepção da
dimensão do perdão de Deus, e assim nos permite perdoar quando somos agudamente feridos. Ao colocarmos em comparação o perdão que misericordiosamente nos foi dado, com a ofensa que fomos vítimas enxergamos que o que sofremos é insignificante se comparado a ofensa que nos foi perdoada. 9
A parábola chega ao cerne do que nos permite
perdoar e nos mostra negativamente o que se esconde por trás dessa atitude implacável. Só a plena realização da misericórdia que nos foi estendida em Cristo pode nos levar a perdoar e exercer a misericórdia cristã aos nossos irmãos e irmãs que nos feriram.
A história é a seguinte: um rei tem um servo e
esse servo não é um empregado comum. Este servo é alguém como um sátrapa no tempo de Daniel. Este é um administrador. Sendo que este adquiriu uma dívida imensa “24 E, passando a fazê-lo, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos.”. 10
E, ele não tinha a menor condição de pagar essa
dívida Mt. 18. 25a “25 Não tendo ele, porém, com que pagar”
Jesus coloca essa dívida para ilustrar a condição
de algo que está além do nosso alcance, e com isso que o rei aplica a lei Mt. 18. 25b “ordenou o senhor que fosse vendido ele, a mulher, os filhos e tudo quanto possuía e que a dívida fosse paga.” O servo se prostra diante do senhor e então este rei que estava pronto para tê-los por escravo tem misericórdia e perdoa a dívida! Mt. 18. 26-27 “26 Então, o servo, prostrando-se reverente, rogou: Sê paciente comigo, e tudo te pagarei. 27 E o senhor daquele servo, compadecendo- 11
se, mandou-o embora e perdoou-lhe a
dívida.”
O que se espera de alguém que foi alvo de tão
grande misericórdia é que ele tenha um coração transformado, e cheio de misericórdia.
Mas, isso não é a realidade desse servo.
Mas, qual foi a atitude dele?
Mt. 18. 28-30 “28 Saindo, porém, aquele
servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem denários; e, agarrando-o, o sufocava, dizendo: Paga- me o que me deves. 29 Então, o seu conservo, caindo-lhe aos pés, lhe implorava: Sê paciente comigo, e te pagarei. 30 Ele, entretanto, não quis; 12
antes, indo-se, o lançou na prisão, até
que saldasse a dívida.”
Ele estava quebrado. Com uma dívida que se
trabalhasse por mais de 200 anos sem gastar um centavo não teria condições de pagar.
Mas, você pode estar pensando consigo mesmo:
Ele merecia ser vendido como escravo. Ele merecia ser punido ao extremo. Ele merecia condenação. Ele recebeu misericórdia. Mas, ele não mostrou misericórdia.
Meus irmãos, Jesus está colocando essa
parábola diante de nós como um retrato da dívida que temos para com Deus. Sendo assim os pecados que são cometidos contra nós não podem igualar os pecados que cometemos 13
contra Deus. A dívida do servo do servo é
infinitamente menor da que o servo devia ao rei.
Esse é o ponto de Jesus. “Pedro, quantas vezes
devemos perdoar? Pedro, deixe-me lembrá-lo de uma coisa quanto é a sua dívida com Deus? Quanto você deve a Deus? Qual o seu merecimento em relação a justiça de Deus. Então, agora você entende o que quero lhe falar sobre o espírito de perdão, e não a forma engessada, fria, exibicionista e egoísta que o mundo tem?
Movido pela gratidão, o pecador perdoado deve
sempre optar por perdoar aqueles que pecaram contra ele e deve fazer tudo que estiver ao seu 14
alcance para que tenha uma reconciliação
completa.
Jesus está dizendo: 'Pedro, não me importa
quão profunda seja a ferida; a ferida que você recebeu não pode se comparar ao pecado que você cometeu contra o Pai, que o Pai te perdoou gratuitamente.
Pense agora nas mágoas que você traz para este
lugar hoje, as feridas, relacionamentos familiares fraturados, negócios que deram errado, pessoas que o decepcionaram muito, e você pode pensar: “Sim, me custaria perdoar”. Mas, também você pode ouvir as palavras de Jesus dizendo: “Pense no quanto você deve ao 15
Pai. Você pode perdoar porque você obteve
grande perdão?”.
III. Um coração de misericórdia é uma
marca essencial da graça salvadora.
O que o Senhor nos fala no v. 35 é um alerta
para nós. Esta advertência é semelhante a outras advertências que Jesus dá nos evangelhos. E, aqui Ele nos ensina que um coração misericordioso é uma marca essencial da graça salvadora. Um coração misericordioso é o primeiro sinal de uma pessoa que tem a plena compreensão da misericórdia de Deus que lhe foi dada. 16
Agora, entenda o ponto de Jesus. O ponto de
Jesus não é que ganhamos o perdão de Deus perdoando os outros. O ponto de Jesus não é que merecemos o perdão de Deus perdoando outras pessoas. O ponto de Jesus é este: quando você recebeu em seu coração a graça de Deus, e você foi perdoado de seus pecados, justificado pela graça, não pode deixar de transformar seu coração no âmbito da misericórdia. sendo misericordioso para com os outros que o ofenderam. Pois assim como o Pai te perdoou em sua grande ofensa, você está habilitado a perdoar os outros em sua minúscula ofensa. E assim, Jesus está dizendo isso: o primeiro sinal que vemos em um coração transformado pelo perdão de Deus é que esse coração se torna 17
perdoador. Uma pessoa vê a grandeza de seu
pecado e a grandeza de seu Salvador e é levada a ser generosa no perdão.
Mas, por outro lado, Jesus adverte que aqueles
que não demonstram um coração perdoador são como esse servo. Eles não percebem o custo que foi arcado pelo rei por seu perdão.