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Treine com o

Espírito Santo
Como um simples convite
pode te tirar do sedentarismo
físico e espiritual

@mariboquady estilodevidaemmovimento.com.br
Prefácio
Olá meu (minha) querido (a) leitor (a), seja muito bem-vindo (a)!
Você está prestes a mergulhar nas experiências incríveis da Ma-
riana Boquady.

Sou suspeito em falar dessa mulher incrível e maravilhosa que


Deus colocou em minha vida. Estar casado com ela foi a melhor
decisão que já tomei na vida, após, é claro, de me entregar pra
Jesus Cristo.

Eu tive o privilégio de ver a transformação da Mariana a partir


do momento que ela começou sua caminhada com Cristo.Ela
primeiro, e eu, cerca de 4 anos depois.

A maturidade dela ia crescendo conforme sua obediência, dedi-


cação, fome e sede por Cristo, iam crescendo. Era notório que o
Espírito Santo estava com ela.

Era incrível (e ainda é), ver e ouvir suas experiências com o Se-
nhor. Orações muitas vezes esquecidas que vinham sendo aten-
didas de forma sobrenatural.

A exemplo disso foi a nossa primeira gravidez. A Mari não engra-


vidava e a gente não sabia o porquê. Fizemos vários exames na
época, para investigar. O médico passou um anticoncepcional pra

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ela tomar durante uma semana, em uma dose muito forte. Ela
ficou preocupada e orou à Deus pedindo uma resposta.

Nessa mesma madrugada ela escuta uns passos no nosso quarto,


se assusta, tenta abrir os olhos e não consegue. Eu dormindo ao
lado não acordava, então ela pensou “Senhor, eu confio em Ti”,
e se entregou àquela sensação. Ela se sentiu como se estivesse
afundando dentro do colchão, e logo um sussurro em seu ouvi-
do diz “Calma filha, Sou Eu! Em alguns dias você vai entrar em
Jerusalém!”. Os segundos foram passando e a sensação daquela
presença, diminuindo.

Ela levanta e vai pra sala orar e tem um entendimento para não
tomar o remédio e agir por fé. Ao amanhecer, ela me acorda
contando a história, e decidimos fazer uma nova tentativa, con-
cebendo nosso primogênito Miguel, para honra e glória do nosso
Senhor Jesus Cristo.

Mas a história não termina aí. A cereja do bolo vem agora.


Após descobrirmos a gravidez ela me conta de outra oração que
havia feito alguns anos antes. De que só queria engravidar quan-
do eu fosse batizado.

Fizemos as contas e o resultado foi: batismo no domingo e a

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concepção na quarta-feira.
DEUS É TREMENDOOOOOO

Sem mais delongas vou ficando por aqui. Esse trecho foi só um
pedacinho do que você caro(a) leitor(a) vai encontrar daqui pra
frente.

Oro a Deus para que Ele fale especificamente com você durante
essa leitura. Que haja cura, tratamento, cuidado e zelo do Espí-
rito Santo com você.

Que haja um verdadeiro e profundo despertamento físico e espi-


ritual através dessa jornada contra o sedentarismo!

POIS O SEU CORPO É TEMPLO DO ESPÍRITO!

Graça e Paz
Rafael Dias

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Introdução
Entregar a minha vida ao Senhor Jesus foi a melhor decisão que
tomei até aqui. Ela aconteceu justamente no período em que es-
tava fazendo meu trabalho de conclusão do curso de Educação
Física. Foram 2 processos extremamente importantes pra mim.
Com certeza ter a presença de Deus no início da minha profissão
foi a benção que eu precisava para romper com meus medos,
fraquezas, inseguranças e complexos que estavam a postos para
atrapalhar o meu desenvolvimento e amadurecimento. Confesso
que eu não imaginava viver metade das coisas que já vivi e que
estou vivendo com o Espírito Santo durante a caminhada cristã.

Uma das surpresas foi ver a sua manifestação durante a prática


de exercícios físicos. Isso transformou a minha história de vida,
minha comunhão com Ele e como profissional de educação física
mudou a minha forma de enxergar o corpo e o treinamento, com
isso, o amadurecimento espiritual tem sido inevitável.

Escrevi este ebook com o propósito de inspirar e despertar pessoas


tementes a Deus que estão sedentárias, sem ânimo para praticar
exercício físico e até mesmo com a fé abalada também. Através
desta leitura você vai passar a olhar com mais respeito e cuidado
para o seu corpo, templo do Espírito Santo. Além disso, você lerá
meus testemunhos de quando comecei a praticar exercício físico
com Ele. Creio que edificará sua fé.

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Para a sua leitura fluir com leveza eu organizei essa obra em 3
partes.

Na primeira parte você vai me conhecer melhor, saberá como fo-


ram os meus primeiros passos com Jesus, que por incrível que
pareça não aconteceram dentro de uma igreja, mas em um estúdio
de treinamento físico. Você vai conhecer todos os detalhes dessa
conversão; como o Senhor falou comigo a respeito da Igreja dEle
enquanto eu estudava treinamento funcional e sobre a direção que
Ele me deu para abrir meu próprio estúdio de treinamento físico
a fim de me ensinar sobre caráter, fé e cura.

Na segunda parte do livro eu falarei sobre o entendimento de que


o nosso corpo é o templo do Espírito Santo: a consciência do corpo
como templo; da vaidade para a santidade; transformar o exercício
físico em um momento devocional.

Na terceira parte falarei sobre como viver um estilo de vida


que glorifica a Deus, esse estilo de vida não se limita a discipli-
nas espirituais para cumprir tabela ou escala para prestar conta
a um chefe ou general. Esse estilo de vida nasce de um coração
que ama intensamente o Pai, que quer agradá-lo em tudo que
faz, seja comendo, bebendo ou fazendo qualquer coisa, que seja
glorificando o Senhor.

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Nesse estilo de vida o corpo está sempre em movimento e você
entenderá o quão simples e poderoso é convidar o Espírito Santo
para fazer exercício físico, treinar com louvores e iniciar o dia
com o que eu chamo de “devocional em movimento’’.

Tudo foi escrito com muito amor, zelo e temor ao Senhor. Ele colocou
no meu coração o desejo de escrever este livro para te abençoar,
por isso minha oração é que ao ler essa obra o seu coração seja
cheio de mais temor à Jesus por causa do poder da simplicidade
dEle.

Uma coisa eu peço desde já é que você não resista ao Espírito


Santo! Ele habita em você, abra os olhos e ouvidos do seu coração
e deixe Ele falar!

Ótima leitura!

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Parte 1
Meus primeiros
passos com Jesus
Quem é Mariana Boquady?

Eu sou uma mulher apaixonada pela vida, por Jesus e por tudo
que Ele criou. Sou casada com o Rafael e juntos temos dois filhos
maravilhosos, Miguel e Daniel. Sou profissional de Educação Física
desde 2011 e exerço meu trabalho com muito amor e alegria.

Desde criança sou bastante ativa, já fiz aula de natação, ballet,


futsal, voleibol, handebol; cresci brincando na rua subindo em ár-
vores, correndo pra cima e pra baixo. Amava as aulas de Educação
Física na escola, estava sempre envolvida nos jogos e competições
esportivas. Com toda essa vivência me identifiquei muito com a
Educação Física e acabei escolhendo essa graduação.

Eu gostava muito do ambiente esportivo, porém no curso conheci


a musculação, o treinamento de alto rendimento, fisiculturismo,
atletismo e fui experimentando de tudo um pouco.

Eu sei o que é treinar pensando apenas nos resultados estéticos:


barriga chapada, bumbum grande e durinho, corpo todo definido.
Minha alimentação e meus treinos eram voltados para o objetivo
do corpo perfeito. Consegui bons resultados estéticos, foi muito
bom, mas eu tive algumas consequências ruins como gastrite, pro-
blemas intestinais, uma vida social limitada e dores constantes no

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corpo, porque eu ignorava o objetivo de ter uma boa qualidade de
vida e só queria ficar esteticamente bonita. Essa mentalidade me
levou a sentir muitas dores na lombar, joelhos, quadril e cervical.

Também já treinei para me tornar corredora de rua, estava focada


totalmente na performance da corrida, porém não suportei muito
tempo justamente pela falta de disciplina e o surgimento de algu-
mas lesões.

Vivi a fase de focar na minha performance para conseguir certifi-


cações em cursos de Treinamento Funcional, pois necessitava de
um teste físico para concluir as etapas da certificação. Foi nesse
momento que comecei a olhar para o exercício físico por um ângulo
diferente. Mais pra frente falarei a respeito.

No meu último semestre da faculdade, em 2011, eu estava


com 22 anos, quando tive a surpresa e oportunidade de conhecer
Jesus. Antes eu conhecia Jesus só de ouvir falar, O achava muito
distante. Pra mim a Bíblia era um livro cheio de regras, proibições,
com um Deus procurando as minhas falhas para me julgar e punir.
Olha só que horror!? A minha vontade era de ser livre de padrões
antiquados, para isto eu entendia que tinha que ficar longe da Bíblia.

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Porém, Deus é tão bom, mas tão bom, que Ele já tinha planejado
me transformar e renovar minha mente de um jeito que eu não
esperava.

No finalzinho do curso recebi o convite de um casal de amigos para


estagiar na empresa deles, era um estúdio de personal trainer.
Fiquei muito feliz com a oportunidade e aceitei. Eu mal sabia que
além de ser uma nova oportunidade de aprendizado seria também
o início da minha caminhada com Jesus. Foi nesse estúdio, através
dos meus amigos proprietários e de um casal de alunos, que eu
tive os primeiros ensinamentos sobre Jesus. Através deles ganhei
minha primeira Bíblia, primeiro CD com louvores e fui impactada
com o amor dEle ali dentro, em um ambiente de treinamento físico.

Como as aulas eram de personal eu ministrava aula para um aluno


a cada hora. Quando chegava a hora desse casal de alunos era
como se fosse um discipulado junto com treino, no entanto eu não
entendia o que Deus estava fazendo.

O Senhor me mostrou a simplicidade e amor dEle através do Deny


e da Michele (proprietários do estúdio) e do Anderson e da Cyntia
(alunos do estúdio que se tornaram meus discipuladores e grandes
amigos). Eu me deparei com um Deus Pai, amoroso, cuidadoso,
perdoador, amigo e descobri que Ele se importava comigo, tudo

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isso justamente no final de um ciclo muito importante da minha
vida, conclusão do curso superior. Isso me proporcionou finalizar
um ciclo com Jesus e começar um novo ciclo com Ele.

Através deles fui a um culto de uma igreja evangélica pela primeira


vez e de lá nunca mais saí. Eu me apaixonei por Jesus, mas é claro
que não foi assim repentinamente, caminhar com essas pessoas
no dia a dia foi fundamental.

As inúmeras escamas que estavam em meus olhos foram caindo,


de uma forma muito natural. Sem forçar a barra passei a enxer-
gar as coisas de uma maneira diferente, me rendi totalmente. Foi
só o início da nova fase da minha vida. Desde então iniciei minha
caminhada cristã com muita aventura.

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Testemunho de Conversão

Foi dentro de um estúdio de treinamento físico que conheci Jesus,


um local, naturalmente, pouco provável de encontrá-lO. Eu não O
conheci, primeiramente, dentro de uma na igreja, foi convivendo
com profissionais de Educação Física que amavam Jesus, que fa-
lavam dEle e que tinham atitudes inspiradas nEle. Pessoas simples
do dia a dia que carregavam a glória de Deus de forma tão natural
que nem mesmo elas percebiam que eram tão usadas pelo Senhor.

Normalmente, o ambiente de academia é visto como um local cheio


de vaidade, sensualidade, provocação, inveja e culto ao corpo.
Mesmo tendo tudo isso, o Senhor me despertou a olhar para cada
uma das pessoas que eu dava aula como uma vida, não apenas
como um corpo. No início eu não tinha tanta clareza disso, não
sabia exatamente o que fazer com esse entendimento, mas eu já
tinha uma motivação diferente dentro de mim. Desde então nasceu
em meu coração o desejo de fazer algo a mais pelos meus alunos,
e passei a orar pela vida deles em casa mesmo, no meu secreto.

Em junho de 2011 me formei, quatro meses depois mudei de em-


prego. Fui trabalhar exclusivamente com Treinamento Funcional
em uma academia que nunca havia trabalhado com esse método,
fui pioneira com esse tipo de trabalho ali naquele lugar, comecei

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do zero. Foi extremamente desafiador, não sabia como começar,
arrisquei tudo. Por isso eu passei a orar ainda mais, só que não
pelos alunos, mas sim para ter alunos.

Esse tipo de aula era tão novo naquela época que eu não tinha
aluno nenhum. Foi um trabalho de tijolinho por tijolinho. Por ser
uma novidade tanto para as pessoas quanto para mim, passei a
mergulhar mais no mundo do Treinamento Funcional e me apaixo-
nei pela visão, pois é uma metodologia de treino que olha para a
pessoa como um todo e não em partes. Antes eu estava acos-
tumada a olhar para os alunos e até pra mim mesma em partes.
Por exemplo: segunda-feira vou treinar bíceps, tríceps e peito. Na
terça-feira vou treinar glúteo, abdome e coxa. E por aí vai! Como se
eu e você fôssemos um conjunto de partes isoladas. O treinamen-
to funcional arrancou essa percepção e me trouxe para o mundo
integrado, onde todo estímulo influencia seu corpo como um todo.

Eu não sou contra o trabalho de musculação tradicional — com


uso de máquinas focado em um desenvolvimento isolado da mus-
culatura — eu respeito e sei que tem inúmeros benefícios. Porém,
ao conhecer o funcional meu coração se encantou, encontrei uma
funcionalidade no treinamento físico para um ser único e integrado
como nós somos.

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O Impacto do Treinamento Funcional e a Bíblia

Antes do Funcional eu trabalhava com musculação tradicional,


sempre apareciam na sala de musculação alunos com problemas
articulares na coluna, no joelho, nos ombros, artroses e etc. Eu
não me conformava com os argumentos que eu ouvia de alguns
profissionais da musculação para esses casos: Se você tem esse
problema você não pode usar essa máquina. Você nunca mais po-
derá agachar, não pode isso ou aquilo. Então eu pensava, o que
essa pessoa pode afinal?

Os treinos desses alunos eram monótonos, robóticos, logo a des-


motivação chegava e eles paravam. Ficava uma certa indignação
dentro de mim: Não é possível! Esse aluno precisa de algum mo-
vimento fora dessas máquinas. Foi quando eu conheci o Pilates,
fiz um curso e me certifiquei. Amei a forma como a metodologia
funcionava e como ela começou a responder alguns dos meus
questionamentos. Mas ainda faltava alguma coisa. Eu queria algo
com uma liberdade maior, com mais expressão, mais movimento.
Encontrei isso no Funcional.

Ao fazer cursos de Funcional aprendi que a base de tudo é o mo-


vimento. Aprendi também que existem padrões de movimentos no
nosso dia a dia, movimentos que se conectam, movimentos natu-

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rais do ser humano que acabam se perdendo e com isso crescem
as doenças.

Me simpatizei com o Funcional principalmente pelo sentido lite-


ral da palavra: para o corpo funcionar, de maneira respeitosa e
desafiadora. Percebi que conseguir fazer movimentos básicos do
corpo com segurança desperta o desejo de fazer movimentos mais
avançados para desafiar as diferentes capacidades do nosso corpo:
saltar, girar, correr, alongar, trabalhar força e potência entre outras.

Em 2012 fiz minha primeira certificação em Funcional, minha cabeça


chacoalhou de tanta informação para processar, ao mesmo tempo
meu coração explodia de tanta empolgação, me senti muito bem
aprendendo aqueles conteúdos. Parecia que tudo que eu queria
aprender estava num pacote, coisas que eu nem imaginava apren-
der, estava aprendendo e amando. Ao trabalhar exclusivamente
com isso, pensei: Agora vou ver se o Funcional funciona mesmo,
vou começar do zero.

Fui surpreendida, porque funciona muito, tanto para quem busca


o exercício físico para ter uma boa qualidade de vida quanto para
quem busca performance.

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Estava muito grata a Deus por esse novo em minha vida. Num
determinado dia estava em um momento de oração agradecendo a
Deus, pedindo discernimento, segurança e coragem para prosseguir.
Ao terminar de orar dei continuidade a minha leitura bíblica, nessa
época estava lendo a carta de 1 Coríntios. De repente eu li alguns
versículos que me chamaram a atenção. Eu já tinha lido outras
vezes o mesmo texto, mas não tinha me despertado tanto como
nesse dia. Foi engraçado porque eu li algo que me deixou presa
naquele trecho, mas eu não sabia exatamente o que era, então
reli algumas vezes até que me veio um entendimento mais claro
do ensinamento que o apóstolo Paulo nos traz em 1 Co 12: 12-28

Ora, assim como o corpo é uma unidade, embora tenha muitos


membros, e todos os membros, mesmo sendo muitos, formam
um só corpo, assim também é com respeito a Cristo. Pois em um
só corpo todos nós fomos batizados em um único Espírito: quer
judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi
dado beber de um único Espírito. O corpo não é feito de um só
membro, mas de muitos. Se o pé disser: “Porque não sou mão,
não pertenço ao corpo”, nem por isso deixa de fazer parte do
corpo. E se o ouvido disser: “Porque não sou olho, não pertenço
ao corpo”, nem por isso deixa de fazer parte do corpo. Se todo o
corpo fosse olho, onde estaria a audição? Se todo o corpo fosse
ouvido, onde estaria o olfato? De fato, Deus dispôs cada um dos
membros no corpo, segundo a sua vontade. Se todos fossem um
só membro, onde estaria o corpo? Assim, há muitos membros,
mas um só corpo. O olho não pode dizer à mão: “Não preciso de

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você!” Nem a cabeça pode dizer aos pés: “Não preciso de vocês!”
Ao contrário, os membros do corpo que parecem mais fracos são
indispensáveis, e os membros que pensamos serem menos honro-
sos, tratamos com especial honra. E os membros que em nós são
indecorosos são tratados com decoro especial, enquanto os que em
nós são decorosos não precisam ser tratados de maneira especial.
Mas Deus estruturou o corpo dando maior honra aos membros
que dela tinham falta, a fim de que não haja divisão no corpo,
mas, sim, que todos os membros tenham igual cuidado uns pelos
outros. Quando um membro sofre, todos os outros sofrem com
ele; quando um membro é honrado, todos os outros se alegram
com ele. Ora, vocês são o corpo de Cristo, e cada um de vocês,
individualmente, é membro desse corpo. Assim, na igreja, Deus
estabeleceu primeiramente apóstolos; em segundo lugar, profetas;
em terceiro lugar, mestres; depois os que realizam milagres, os
que têm dons de curar, os que têm dom de prestar ajuda, os que
têm dons de administração e os que falam diversas línguas.

Eu fiquei abobada! O Espírito Santo usou o conhecimento técnico


sobre o movimento do corpo humano para me explicar com clareza
o corpo de Cristo. Eu chorei muito. Veio sobre mim um temor
maior sobre o poder da igreja do Senhor, mas o Senhor também
me trouxe a lembrança de que o nosso corpo é templo do seu
Espírito; então eu tenho a responsabilidade de cuidar bem dele.

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Meu estúdio de Treinamento Físico

O meu trabalho de Treinamento Funcional na academia es-


tava crescendo bastante. Os alunos estavam desenvolvendo bons
resultados e foi realmente muito surpreendente. Eu não acreditava
que estava dando tão certo.

Não demorou muito para meu marido vir com a ideia de abrirmos
um estúdio, um espaço só nosso, a nossa empresa. Eu tive medo.
Muito medo. Tinha medo de liderar, medo de fazer o negócio falir,
medo de fazer algo errado, medo de não saber lidar com funcio-
nários, medo de ser empresária e mãe ao mesmo tempo. Afinal, o
meu sonho de ser mãe era maior que o sonho de ter um negócio
e eu achava que não iria dar conta.

Comecei a orar e pedir ao Senhor respostas para saber se era


vontade dEle. Quanto mais eu orava, mais alunos surgiam co-
mentando: Mari, você tem vontade de abrir um negócio seu? Você
tem cara de que vai ter um estúdio! Eu me arrepiava toda só de
ouvir, mas como a frequência desses comentários só aumentava,
resolvi fazer um propósito de três meses com o Senhor. Eu pedi
a Ele três respostas:

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1) Se era vontade dEle que abríssemos a empresa.
2) Onde seria.
3) Qual seria o nome.

O propósito foi do dia 1º de agosto a 30 de outubro de 2013.


Foi em outubro que comecei a ter as respostas do Senhor.

A 1ª resposta foi sobre a confirmação de que o negócio era vonta-


de dEle. Eu tinha ido para um chá de mulheres da igreja de uma
amiga da minha pastora. Lá, Deus usou a pregadora para falar
diretamente comigo a respeito da empresa. Eu não a conhecia e
através da boca dela o Senhor falou diretamente comigo dizendo
que Ele estava usando diferentes pessoas para me dizer que era
pra abrir a empresa, mas eu estava fingindo que não ouvia. Ali Ele
confirmou dizendo: “Vá, faça! Eu sou contigo!”

Cheguei em casa e falei para o Rafael o que tinha acontecido e ele


vibrou dizendo: Até que enfim! Agora vamos! Detalhe importante,
nessa época o Rafael não era convertido a Cristo Jesus, eu ia para
a igreja sozinha, porque ninguém da minha família era crente, com
exceção de mim e de uma prima minha. Logo em seguida começa-
mos a procurar o local para alugar para a empresa. O Rafael e eu
visitamos vários lugares, porém, os aluguéis tinham valores bem
altos e nada nos dava paz no coração.

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O Senhor usou uma aluna minha de uma forma muito específica
e ela nos indicou um lugar. Era uma casa numa quadra bem mo-
vimentada do Guará II, cidade satélite de Brasília-DF, nós fomos
visitá-la. Ao abrir uma sala que ficava no 1º andar da casa sentimos
uma paz e uma alegria gigantesca imediatamente. Ali tivemos a
certeza. Então fomos resolver a papelada do aluguel. Eu achava
que estava enlouquecendo, mas uma única coisa me confortava
por alguns instantes: Tenho o ”sim” de Deus, então vamos.

Estava tudo indo bem, mas ainda faltava mais uma resposta, o
nome da empresa. O Rafael e eu fizemos uma lista de diferentes
nomes, mas nada fazia meu coração arder. Até que um dia eu es-
tava dirigindo, voltando pra casa e de repente eu sinto um sussurro
no meu ouvido esquerdo: integrado!

Na hora que ouvi eu não entendi nada, continuei dirigindo e per-


guntando pra mim mesma “O que é integrado? Estou doida?”.
De repente eu me toquei que poderia ser o nome da empresa.
Encostei o carro no acostamento, parei pra pensar e percebi que
fazia todo sentido para ser o nome da empresa. Integrado, pois o
Treinamento Funcional não trabalha de forma isolada, é tudo inte-
grado, além disso o treinamento físico é apenas uma das formas
de cuidar da saúde, eu poderia integrar esse cuidado com outras
especialidades como a nutrição, a psicologia, a fisioterapia e até

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mesmo a medicina. Tudo começou a fazer sentido. Eu comecei
a gritar igual uma louca dentro do carro: Integrado! Integrado!
Integrado! É isso! Meu Deus, muito obrigada! Muito obrigada! O
Senhor me deu as três respostas, não estou acreditando! Obrigada,
Senhor! Chorei tanto, foi tão emocionante. Contei para o Rafael e
ele amou o nome, então começamos a trabalhar para criar uma
identidade, fazer uma logo e começar tudo do zero.

Esse trabalho começou com Deus, o Senhor sempre fez parte


desse negócio, porém eu não imaginava de jeito nenhum que essa
empresa era uma estratégia dEle para me amadurecer e também
que Ele levaria o Treinamento Físico para influenciar o amadure-
cimento espiritual. Ele começou a fazer isso em mim. Aos poucos
fui percebendo que o nome Integrado tinha tudo a ver com a
composição do ser humano: corpo, mente, espírito. O Rafael e eu
fomos tratados nos mínimos detalhes pelo Senhor, nosso caráter
foi forjado de uma forma inexplicável.

Foi desafiador ficar sete anos com a Integrado aberta, pensei


em fechar várias vezes, pois logo no segundo ano de empresa
(2015) iniciamos nossa crise financeira e só acabou quando fe-
chamos as portas em novembro de 2020, por causa da pandemia
do coronavírus.

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Ali encarei de frente todos os medos que tinha antes de abrir a em-
presa, liderei uma equipe de professores e outros colaboradores de
diferentes áreas me sentindo burra, fracassada, tímida, insegura.
Enfrentei com muito esforço, choro e oração. Aos poucos fui super-
ando os medos e me tornando uma mulher mais madura, porém
ainda com insegurança de ser dona de um negócio.

Eu sempre recebi muitos elogios dos meus alunos, mas mesmo


assim eu não sentia autoconfiança. Era horrível me sentir assim.
Só passei a me enxergar como uma mulher e uma profissional
madura e curada depois que a Integrado fechou de vez.

Mesmo passando por tudo isso eu perseverei e avancei porque o


Espírito Santo sempre esteve comigo. Ele me movia quando eu
queria parar, Ele me motivava quando eu queria desistir, Ele minis-
trava a palavra dEle enquanto eu treinava, enquanto dava aula ou
até quando ia a pé trabalhar. Desde o início da minha história com
essa empresa Ele sempre esteve ao meu lado e todo trabalho que
tenho desenvolvido hoje na internet teve origem nesse negócio.

Se você tem dúvidas do que fazer profissionalmente eu só te digo


uma coisa: Faça um propósito com o Senhor Jesus e construa algo
enraizado nEle, seja lá o que for, pois Ele é a fortaleza, a rocha,
o firme fundamento.

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Parte 2
Templo do
Espírito Santo
O que eu, como Tua filha, membro do corpo de Cristo e
também profissional de Educação Física, posso fazer para
ajudar pessoas a se olharem, se respeitarem e cuidarem de
seus corpos como templo do Espírito de Deus?

Essa é a pergunta que me incomodou durante muito tempo, e que


aos poucos foi ganhando uma resposta.

Consciência que o corpo é templo

A minha primeira experiência com Deus praticando exercício físico


foi algo que eu realmente não esperava viver. Como sempre en-
carei o treinamento físico como uma ferramenta para me deixar
saudável, bonita, forte, capacitada para treinar e cuidar dos meus
alunos com segurança, não imaginava viver algum ensinamento
espiritual enquanto treinava.

Para você entender o que Deus fez em mim é importante que você
saiba algo da minha infância. Quando eu estava na 4ª série, 10
anos de idade, eu tinha um pouco de dificuldade na disciplina de
matemática. Todas as vezes que tinha prova eu ficava muito ner-
vosa e com medo de falhar. Até que esse dia chegou. A professora
entregou as provas em ordem de nota, da maior nota — 10 pontos

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— para a menor — 0 pontos —.

Os primeiros que receberem a prova se sentiram super bem e


todos da turma olharam pra eles com respeito. Logo começou a
despertar na turma a curiosidade em saber qual era a nota mais
baixa da sala. De quem era? Você já deve estar imaginando quem
tirou a nota mais baixa, né? Pois é, fui eu. Eu tirei 4,6 naquela
prova, fui chamada de “a mais burra da sala”. Eu fiquei arrasada e
tomei posse da palavra: burra. Desde então essa palavra se tornou
a minha identidade, ou pelo menos era o que eu achava. Isso me
fez tão mal que acreditei que eu era burra não só em matemática,
mas em tudo na vida. Devido a este acontecimento eu carregava
em meu corpo, em minha mente e em minhas palavras um com-
plexo de inferioridade.

O meu irmão de sangue, Hudy, que é três anos mais novo, sempre
foi muito inteligente, na época da escola ele não precisava estudar
muito e sempre tirava boas notas. Minha mãe, ao conversar com
as amigas a respeito da gente, sempre dizia: O Hudy é inteligente,
já a Nana é esforçada. Então eu cresci entendendo que eu era uma
burra me esforçando para ser inteligente e me apoiei nisso pra
fazer tudo. Eu entendo que minha mãe não tinha a intenção de
me prejudicar, eu não a culpo, já conversamos sobre o assunto e
está resolvido. Mas até eu entender isso sofri um pouquinho.

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A primeira experiência com o Espírito Santo no exercício físico
tocou justamente nessa ferida que ainda estava aberta na época,
só então percebi que eu precisava ser curada de um complexo de
inferioridade que eu tinha adquirido sem perceber.

Mesmo me sentindo burra eu sempre fui muito extrovertida, ale-


gre, criativa, gostava muito de esporte, dança e era rodeada de
muitos amigos. Graças a Deus nunca reprovei em nenhuma série,
sempre fui boa aluna, mas também aprendi a ser muito esforçada.

Senti o impacto desse peso na minha fase adulta, principalmente


na área profissional. Fiz o curso de educação física e fui super bem,
porém, me achava inferior a todo mundo. Depois que me formei
então, nem se fala. Eu fazia os cursos de certificações e me achava
a ‘burrona’ da sala, mas eu permanecia até o fim.

Uma coisa boa da mentalidade de que eu era esforçada e não


inteligente, é que nunca fui preguiçosa para aprender, aprendi a
gostar de estudar, de ler, e assim fiz vários cursos para me capac-
itar ao longo do tempo.

Minha primeira experiência com o Espírito Santo no exercício físi-


co foi em 2017 num curso de certificação internacional na área
de Treinamento Funcional, o curso de TACFIT, que é um sistema

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de treinamento funcional. Que na época, na minha cabeça, seria
apenas mais um curso.

Nessa época estava passando por uma depressão, totalmente


desmotivada com a vida, fazendo as coisas com muito esforço,
tinha dias que estava bem e outros nem tanto. Me tornei uma
profissional hipócrita, pois o exercício tinha se tornado apenas o
meu trabalho, era bom só para meus alunos; mas não era bom
pra mim. Eu não tinha ânimo para treinar, não fazia mais sentido
treinar com a motivação de ter uma barriga chapada, uma coxa
grande, bumbum durinho, corpo definido, de ser mais rápida ou
mais forte simplesmente para mostrar para os outros. Para mim
não fazia mais sentido fazer exercício físico. O pensamento que me
perseguia era apenas que eu tinha que fazer só porque era bom pra
saúde. Mas isso não era nada inspirador, muito menos motivador.

Aconteceu que, trabalhar com treinamento físico se tornou uma


terapia pra mim, pois conversar com meus alunos, ouvi-los e ajudá-
los me fazia muito bem; mesmo eu não praticando exercício físico
nenhum.

Essa crise com o exercício físico veio logo após o nascimento do


Miguel, pois junto com o pós parto veio também a primeira crise
financeira, crise de identidade e todos os medos de frente, tive

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que enfrentar tudo de uma vez. Exercício físico era a última coisa
que eu queria fazer.

A certificação de TACFIT veio num momento muito específico, pois


eu precisava dar uma renovada profissionalmente, então essa foi
a motivação: aprender novas técnicas para continuar cuidando
bem dos meus alunos. Mas eu não sabia que eu teria que treinar
para fazer a certificação, eu só soube disso depois que fiz minha
inscrição. Não era apenas participar do curso, eu precisava passar
num teste físico muito desafiador. Se eu quisesse concluir o pro-
cesso com sucesso ou eu treinava ou treinava, não tinha opção.
Pensa num desafio! Eu achei que tivesse entrado numa fria, mas
foi nesse curso que o Espírito Santo me despertou de vez.

Fiz minha inscrição em dezembro de 2016 e o curso foi em fevereiro


de 2017. Foram dois dias de curso e no último dia aconteceria o
teste prático para validar a certificação. Tive apenas dois meses
para me preparar fisicamente para o curso, e estava sedentária
há um ano e meio. Durante esses dois meses eu vi o quanto eu
estava despreparada, fraca mental e fisicamente.

O Espírito Santo começou a me tratar no período da preparação,


no entanto eu não dava muita atenção a voz dEle, achava que era
coisa da minha cabeça. Eu me virei para encontrar tempo para

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treinar, o meu horário de treino era na hora do almoço. Eu deixava
o Miguel na creche às 13h e ia direto para o meu estúdio treinar.
Meu almoço era treino. Depois do treino eu comia qualquer coisa.
Sei que não fiz certo, mas eu só tinha essa opção; ou fazia isso
ou desistia.

Chegou o dia do curso. Eu me senti um peixe fora d’água, tinha


uns sessenta inscritos e a grande maioria morava fora de Brasília,
percebi que eles se conheciam, já tinham um certo conhecimen-
to sobre o sistema de treinamento, estavam familiarizados com
a metodologia e eu conhecia pouquíssimas pessoas de Brasília.
Logo o complexo de inferioridade bateu com força no meu peito.
Estava bem sem graça, me sentindo uma menina adolescente no
meio de adultos maduros cheios de conhecimento e vivência, e
eu burrinha no lugar errado. De novo me senti inferior e insegura.
Meu Deus, que sensação horrível! Mas decidi que não ia voltar pra
trás, firmei meu pé ali, fiquei até o fim, me permiti viver o novo.
Foi a melhor coisa que eu fiz!

O grande Despertar

Durante a parte teórica do curso o Coach que estava ministrando


disse o seguinte:

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1) O seu maior professor está dentro de você, quando ele é ouvido,
a sua dor mais profunda pode se tornar a lição mais importante
no seu crescimento.

2) Seu fluir não distingue entre cabeça, coração e mãos. É a ex-


periência unificada em que nossos pensamentos, sentimentos e
ações se tornam um, sintonia.
Ao ouvir isso, meu coração disparou! Na mesma hora o Espírito Santo
falou comigo: “Eu estou aqui dentro, Eu sou O professor. Cuide do
Meu templo!” Nesse momento uma verdadeira INSPIRAÇÃO para
praticar exercício físico nasceu dentro de mim: Eu não sou o foco!
O foco é o Espírito Santo! Um novo temor ao Senhor preencheu o
meu coração.

Depois disso, uma nova Mariana nasceu e eu passei a me sentir


mais autoconfiante naquele ambiente, pois aumentou o meu nív-
el de consciência de que o Espírito Santo estava comigo o tempo
inteiro e me encorajou demais.
Não acabou por aí, na verdade foi só o começo do que Deus estava
fazendo nesse dia. Tudo passou a fazer mais sentido!

Naquele fim de semana senti que eu precisava envolver o Espírito


Santo nos meus treinos. Entendi que treinar para cuidar do templo
do Espírito Santo é também um momento de devoção ao Senhor.

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Fui confrontada pelo Espírito Santo no teste prático

O curso começou no início da manhã de sábado e acabou no final


do dia, por volta das 19h. Foi um dia inteiro de muita prática e
teoria junto. No domingo começou cedo novamente e foi até às
19h, também com muita prática; porém no domingo ainda teve o
teste físico que foi reservado para acontecer no fim do dia. Pensa
num cansaço físico e mental que estávamos, e todos ainda seriam
submetidos a um teste físico bem desgastante no final de tudo.
Mas a metodologia do TACFIT é tão interessante e completa que
nos renova física e mentalmente de uma forma impressionante.
Fiquei extremamente impactada.

Chegou o momento do teste. Eram 6 exercícios diferentes em


um método chamado TABATA (referência do método rodapé), ou
seja, 20 segundos de execução do exercício para 10 segundos de
descanso 8 vezes seguidas - 8x (20’’ x 10’’). Esse tempo era para
cada exercício. Ao finalizar as 8 séries de um exercício tínhamos
1 minuto para descansar e iniciar o mesmo tempo com o próxi-
mo. Além do tempo, as repetições deveriam ser bem executadas.
Foi uma pressão muito grande, se eu falhasse em alguma série
comprometeria minha pontuação, por isso o foco e a concentração
foram extremamente necessários.

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Comecei bem! Mas quando estava no terceiro exercício o sofrimento
chegou e o pensamento de que eu não ia conseguir passou pela
minha cabeça várias vezes. Nesse momento fui confrontada de uma
forma que me desestabilizou e desencorajou por segundos, mas
logo depois me botou no eixo. Estava sob a pressão do tempo e da
técnica de execução, cansada, fatigada com uma respiração deses-
perada. De repente chegou uma treinadora no pé do meu ouvido
sussurrando a seguinte frase: sua mente está te atrapalhando!

Ouvir isso não foi nada fácil, pois eu estava me esforçando tanto.
Minha vontade foi de chorar, fiquei com raiva, senti um mix de
emoções em segundos, mas foi importante ouvir aquilo porque ela
me alertou para algo sério, realmente a minha mente estava me
atrapalhando. Essa repreensão foi necessária não só para continuar
com o teste, mas também para a forma que estava vivendo minha
vida, sempre com medo, travada e com muito esforço para ser
alguém que as pessoas acreditavam que eu era, mas eu mesma
não acreditava. Eu questionava Deus todos os dias porque Ele me
escolheu para ser empresária, líder e estar a frente de uma equipe,
eu não dava conta disso, eu não queria. E mesmo sem querer eu
estava em obediência, mas sofrendo muito. Minha vontade era fugir,
pois o pensamento de que eu era burra e inferior não me deixava
crescer em nada.

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No final das contas a frase “Sua mente está te atrapalhando” me
moveu a superar essas crises, e me deu um gás pra terminar o
teste como vitoriosa; independente do resultado eu foquei na
respiração, na técnica, e entrei numa concentração nunca vivida
antes desse dia. Terminei o meu teste com sucesso, consegui a
pontuação que eu precisava e passei na certificação. VITÓRIA!

Pode parecer apenas um teste de uma certificação


internacional, mas pra mim foi o início da nova fase
da minha vida. Foi uma grande conquista para mim.

Aquela frase continuou martelando na minha cabeça, passou a


martelar sempre, porque impactava em tudo na minha vida.

Desde então eu passei a olhar para o exercício físico de uma for-


ma diferente, uma nova motivação para treinar nasceu em mim.
A partir daí passei a convidar o Espírito Santo para treinar comigo
e novas experiências vieram.

Se prepare que vem mais!

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Fatores externos aumentaram minha conexão com o
Senhor

Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que
o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito.
Romanos 8.28

Todas essas coisas que ocorreram no curso foram diante de condições


que me forçaram a depender ainda mais do Espírito Santo para
finalizar aquele fim de semana.

No início do curso o professor proibiu algumas coisas como colocar


qualquer tipo de música para escutar e qualquer tipo de conver-
sa desnecessária, principalmente no momento das práticas. As
únicas coisas que precisávamos ouvir era a nossa respiração e as
instruções estratégicas dos treinadores.

Além disso, nós não podíamos ligar o ar condicionado. Sessenta


pessoas praticando exercício físico numa sala, imagine o cheiro!

Em determinado momento o pessoal pediu por música pra dar


aquela motivada, dar um gás para continuar, porém a música seria
apenas um motivador externo, a qual nos sustenta momentane-
amente. O que eu entendi imediatamente é que o professor nos

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propôs uma oportunidade de autoconhecimento profundo. Eu me
entreguei àquelas condições e deixei o Senhor falar comigo. Ele
falou, mas falou muito mesmo. Preste atenção nesses detalhes
que o Espírito Santo ministrou em mim:
1º - Quando o ambiente não está no seu padrão favorável você
reclama.
2º - Reclamar gasta energia, aprenda usar a energia e não gastá-
la em vão.
3º - Você precisa da motivação interna, aquela que ninguém vê e
que está dentro de você.

Depois Ele me explicou através da palavra dEle:


1º - Filha, Eu sou o seu escape! Não confie no que você sente ou
vê! Olhe pra mim!
Não sobreveio a vocês tentação que não fosse comum aos homens.
E Deus é fiel. Ele não permitirá que vocês sejam tentados além do
que podem suportar. Mas, quando forem tentados, Ele lhes providen-
ciará um escape, para que o possam suportar. (1 Coríntios 10:13)

2º - Falar demais ou reclamar irá te distrair. Silêncio! Foco! Na


hora certa você bradará!
Porém ao povo ordenara Josué, dizendo: Não gritareis, nem fareis
ouvir a vossa voz, nem sairá palavra alguma da vossa boca, até ao
dia em que eu vos diga: gritai! Então, gritareis. (Josué 6:10)

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3º - Eu habito em você! Eu sou tudo o que você precisa! Eu te
movo!
Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra
vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados
no qual clamamos: Aba, Pai. O próprio Espírito testifica com o nos-
so espírito que somos filhos de Deus. Ora, se somos filhos, somos
também herdeiros, herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo; se
com Ele sofremos, também com Ele seremos glorificados. Pois, quem
dentre os homens conhece as coisas do homem, a não ser o espírito
do homem que nele está? Da mesma forma, ninguém conhece as
coisas de Deus, a não ser o Espírito de Deus. Nós, porém, não rece-
bemos o espírito do mundo, mas o Espírito procedente de Deus, para
que entendamos as coisas que Deus nos tem dado gratuitamente.
Delas também falamos, não com palavras ensinadas pela sabedoria
humana, mas com palavras ensinadas pelo Espírito, interpretando
verdades espirituais para os que são espirituais. Quem não tem o
Espírito não aceita as coisas que vêm do Espírito de Deus, pois lhe
são loucura; e não é capaz de entendê-las, porque elas são discer-
nidas espiritualmente. (1 Coríntios 2:11-14)

Depois dessa experiência eu percebi o quanto ficava com o coração


apertado, angustiado e com raiva após reclamar de algo. Percebi que
reclamar de coisas pequenas do dia a dia me sugava energia para
fazer as coisas grandes. Um exemplo simples que provavelmente
já aconteceu ou acontece com você: Eu sempre recebia ligações
de números desconhecidos e ao atender o telefone desligava. Isso
me irritava demais. Era algo tão pequeno, tão insignificante, mas
eu reclamava só de ouvir o telefone tocar. Aproveitando a onda de

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murmuração, eu reclamava do sol, da chuva, da luz, dos armários,
das portas, das paredes, de tudo! Quando chegava o momento de
me encontrar com o Rafael, íamos conversar sobre qualquer assunto
e eu já estava impaciente, chata, fatigada. Isso acabou gerando
grandes problemas no meu casamento. Por isso essa repreensão
que o Senhor me deu enquanto eu treinava, me ensinou bastante
em outras situações do meu dia a dia.

E no seu dia a dia, como você está se comportando?

Se possível pegue um papel e uma caneta e responda às questões


a seguir.
1) Você consegue ver situações que te fazem reclamar? Quais são?
2) Você reclama sem perceber?
3) Após uma sessão de murmuração, como fica o seu coração?

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Após o dia da certificação

No dia seguinte após a certificação me senti extremamente inspira-


da a continuar treinando num horário sozinha e convidar o Espírito
Santo para estar comigo, pois eu queria mais daquela experiência
de aprender com Ele enquanto eu treinava. Então comecei a faz-
er isso. Passei a organizar meus horários para conseguir treinar
sozinha, nem sempre conseguia, mas quando dava certo me fazia
muito bem. Foi assim que fui liberta da depressão.

Da Vaidade para a Santidade

Essas experiências não só me ajudaram a me libertar da depressão


como também da pressão de treinar somente pela vaidade, a
pressão de que eu tinha que ter um corpo perfeito, de que o meu
corpo era minha propaganda, principalmente por eu ser uma Per-
sonal Trainer. A motivação da vaidade nos leva a ser desejada por
outras pessoas, alimenta muito o ego, e é maravilhosa para receber
elogios e ser aceita em um certo grupo de pessoas.

Antes de recomeçar a treinar, a motivação da vaidade já tinha


perdido a força em mim, e depois que passei a convidar o Espírito
Santo para treinar comigo a motivação mudou completamente.
Cada treino se tornou um culto racional ao Senhor, minha mente

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foi sendo renovada de tal maneira que Ele foi me despertando,
ensinando, confrontando, quebrantando e eu fui sendo transfor-
mada dia após dia. Só de escrever isso eu choro porque o Espírito
Santo é grandioso demais. Ele faz as coisas do jeito dEle. Ele me
surpreendeu ao transformar a minha motivação para fazer exercício
físico, agora não mais para a vaidade e sim porque eu quero viver
uma vida em santidade.

Esse entendimento veio quando eu compreendi o que é pecado.


Pecado é não amar a Deus acima de todas as coisas, consequen-
temente, todas as outras práticas e comportamentos que vem a
partir disso é pecado, é viver uma vida como se o Pai não existisse.
O fruto do pecado é a morte.

Quando vocês eram escravos do pecado, estavam livres da justi-


ça. Que fruto colheram então das coisas das quais agora vocês se
envergonham? O fim delas é a morte! Mas agora que vocês foram
libertados do pecado e se tornaram escravos de Deus, o fruto que
colhem leva à santidade, e o seu fim é a vida eterna. Pois o salário
do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna
em Cristo Jesus, nosso Senhor. (Romanos 6.20-23)

Quando somos tocadas por Ele, aumenta em nós a intensidade de


amar o Senhor. Amar, amar e amar com todo o nosso ser.

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Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a
tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força. (Mar-
cos 12.30)

A santidade não é o que eu faço para conquistar o amor ou a


aprovação de Deus, a santidade é o que faço para responder a
um Deus que me amou primeiro sem eu merecer. Santidade é um
estilo de vida de gratidão por um Pai que amou mesmo eu não
merecendo ser amada, ser grato a Deus por tudo, por tudo, por
tudo mesmo, inclusive meu corpo e minha saúde, o mínimo que
posso fazer é cuidar dela.

Aquilo que é importante pra Deus é importante pra mim, se Ele


valoriza eu valorizo.

O exercício físico pode ser uma ferramenta de culto ao corpo e


adoração ao próprio corpo, mas nessa nova jornada eu descobri
que é uma ferramenta poderosa de adoração ao Senhor. O ex-
ercício físico vai muito além de conquistar um corpo bonito, ele nos
permite acessar e cuidar das valências e habilidades físicas que o
Pai nos deu, cada um respeitando a sua individualidade. Ele não
nos formou de forma desleixada, Ele nos formou à sua imagem e
semelhança, por isso vamos nos posicionar como quem somos e
cuidar do que é do Senhor com amor, zelo e temor.

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O corpo é do Senhor, a Bíblia ensina que tudo que fizermos deve
ser motivado por um desejo profundo de agradar a Ele. Qual a
recompensa de cuidar do corpo somente pela vaidade como fim?
A recompensa não passa dos desejos dessa terra: ser elogiada,
adorada, aceita por um grupo de pessoas, se tornar amante de si
mesma e muito egoísmo.

Qual a recompensa de cuidar do corpo com a motivação de adorar


a Deus?

Uma vida de santidade, intimidade com Ele. Além do corpo sau-


dável, claro.

Não é sobre um corpo e pronto, é sobre a comunhão com Ele ao


cuidar do que é sagrado, o templo.

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Testemunhos que inspiram

“Em setembro de 2021 eu passei por uma cirurgia de retirada do


apêndice. Foi uma cirurgia pesada, pois estava superando. A recu-
peração foi mais lenta do que eu pensava. Fui instruída pelo médico
a não fazer atividades físicas por, pelo menos, trinta dias e depois
disso, só atividades leves. Eu, ex-professora de Educação Física,
lutadora de Muay Thai, me vi num estado de muita vulnerabilida-
de. Reconhecer minhas fragilidades foi um soco na auto-estima.
Sem saber, eu estava entrando num processo de depressão, num
momento pós-pandemia e ainda em luto pela perda da minha mãe.

No dia 10 de novembro, meu aniversário, estava assistindo uma


live da Maíra (Cristãos que Meditam) e a convidada (mais que)
especial, era a Mari. Ela estava apresentando o Estilo de Vida em
Movimento. Eu achei a ideia sensacional: buscar a Deus e, ao mes-
mo tempo, me exercitar. Resolvi me presentear com o programa.
Foi o início da mudança de vida que eu precisava e sempre quis,
mas não sabia como começar.

Fui nascida e criada num lar cristão. Mas confesso que nunca tinha
buscado a Deus de uma forma consistente. Comecei a acordar às
5 da manhã pra fazer os devocionais em movimento. E como Ele
prometeu:

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“buscar-me eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso
coração “ (Jeremias 29:13).

Então o Senhor foi se revelando a mim de uma maneira maravil-


hosa. Eu comecei a me derramar e a querer mais e mais dEle.

Durante muito tempo eu tinha receio de me entregar a esse pro-


cesso, de busca e santificação, e perder meu marido, que não era
convertido. Mas o que aconteceu foi o contrário, eu o encontrei. E
o mais importante, ele encontrou Jesus e foi resgatado. Aleluia!!
Sofri por ter perdido anos preciosos aos pés do Senhor, mas en-
tendi que tudo tem um tempo certo para acontecer. É o “kairós”
de Deus, o tempo oportuno.

Agora quero correr atrás do tempo que perdi. Quero servir a Deus.
Quero o estilo de vida do Jardim do Éden, para o qual fomos cria-
dos, com saúde e movimento. Quero Jesus!”

Cristiane Dutra, 49 anos - Belo Horizonte, MG

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Eu diria que existe um renovo espiritual e uma comunhão maravi-
lhosa com as irmãs do EVM (Estilo de Vida em Movimento) capaz
de transformar a história de vida de qualquer pessoa ávida por
buscar intimidade e conectar corpo, alma e espírito com o Senhor
Deus. O Devocional em Movimento (DM) foi o melhor motivo que
encontrei para sair da cama.

Todas as manhãs, ao acordar orava ao SENHOR e agradecia, mas


não tinha ânimo, não tinha brilho no olhar. O DM foi um grande
despertar espiritual na minha vida. Agora acordo às 4h50 motiva-
da a fazer meu DM, minha leitura bíblica e minhas orações antes
de começar a trabalhar. Tudo tornou-se diferente, mais leve, mais
alegre. Mari é um grande e abençoado instrumento nas mãos de
Deus para transformar vidas.

Em várias aulas de DM senti a presença do SENHOR, mas teve


um dos encontros on-line ao vivo que foi surreal. A Mari, após a
aula, foi ministrando e fui tomada por uma unção sobrenatural.
Senti-me muito amada, abraçada, acariciada pela mão potente do
SENHOR. Me derramei em lágrimas!

Denise Pimentel, 54 anos - Arinos, MG

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Transformando o exercício físico em um
Momento Devocional

Treinar ouvindo louvor


Antes da certificação gostava de colocar umas músicas de rock
para me motivar e me distrair, já estava acostumada com essa
dinâmica, mas depois do curso eu passei a treinar em silêncio.
Foi muito difícil no início porque parecia que faltava alguma coisa,
mas eu insisti e com o tempo passei a me conhecer mais com os
treinos sem música. Foi um tempo de autoconhecimento profundo.

Um dia eu decidi fazer diferente, já que eu estava convidando o


Espírito Santo para treinar comigo, resolvi colocar uns louvores
durante o treino. Louvores aleatórios. Alguns eram mais lentos,
outros mais agitados, mas eu não mudava a canção, simplesmente
deixava tocar. Foi num desses dias, treinando e ouvindo louvor que
Deus falou fortemente comigo através do louvor sobre adoração
com todo o ser. Ouvi:

“Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que
habita em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de
vós mesmos? Porque fostes comprados por um preço; glorificai, pois,
a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a
Deus.” (1 Coríntios 6:19-20)

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A prática de exercício físico além de ser uma ferramenta para
cuidar da minha saúde física e emocional, se tornou também mo-
mento de comunhão e adoração. Eu estava precisando muito de
um despertamento espiritual e mais uma vez o Espírito Santo me
surpreendeu, pois eu não imaginava que convidá-LO para treinar
comigo seria tão simples e poderoso.

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Como o treinamento de força física
fortaleceu meu espírito
Treino com Kettlebell

Você conhece o kettlebell? É uma ferramenta super eficiente para


treinar força. Seu formato lembra uma chaleira. Algumas pessoas
dizem que é uma bola de ferro com uma alça, mas não é qualquer
bola e nem qualquer alça, o formato do kettlebell é extremamente
importante para o movimento acontecer com uma mecânica segura
que ajuda diretamente no desenvolvimento da força, estabilidade
de músculos profundos, mobilidade articular e proporciona muita
eficiência no treino. Com apenas um kettlebell dá para fazer um
treino de alta intensidade dentro de casa.

Em 2013 fiz meu primeiro curso de Kettlebell e depois não parei mais
de estudar sobre o assunto, fiquei maravilhada com infinitas possi-
bilidades de se trabalhar com ele. Além de treinar força é excelente
para um trabalho de reabilitação, melhora da postura, preparação
física, emagrecimento, coordenação motora e contribui significati-
vamente para a diminuição de lesões. Eu sou suspeita de falar!

Em um dos meus treinos com louvor eu estava treinando bem


pesado. Um dos exercícios da minha série era o Military Press uni-
lateral semiajoelhada.

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Eu seguro o kettlebell com uma
mão e elevo acima da minha ca-
beça com a força pura, ou seja,
sem balançar, sem pegar impul-
so, sem dar ‘aquela roubada’.
Para executar esse movimento é
necessário segurar o kettlebell de
forma correta, ativar os músculos
corretos e respirar com técnica
para fazer a força pura. Na pri-
meira série fiz 10 repetições de
cada lado, com o kettlebell de
12 kg. Foi fácil. Como meu objetivo era fazer mais força, resolvi
aumentar a carga na segunda série para fazer mais força, então
peguei o kettlebell de 16 kg e fiz apenas 6 repetições, aumentou
o nível de dificuldade e não tinha força para fazer mais do que 6
repetições. Na terceira série decidi arriscar um pouco mais e pe-
guei o de 20 kg pra ver se sairiam pelo menos 2 repetições, mas
não consegui levantar, eu já estava bem cansada e mantive as 6
repetições com o de 16 kg mesmo.

Ao terminar o treino o Espírito Santo falou o seguinte: “Cada um


desses pesos representa uma dificuldade na sua vida. A primeira
vez que você fez esse exercício você fez com 16 kg?” Mentalmen-

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te respondi: Claro que não! A primeira vez que fiz esse exercício
comecei com o de 8 kg, foi difícil porque era desconhecido, com
a prática fui entendendo mais sobre a posição e as técnicas, logo
esse peso ficou leve, já não fazia nenhum esforço para subir o peso
acima da minha cabeça, eu tinha que fazer umas 18 a 20 repeti-
ções pra sentir o esforço. Então esse foi o momento de aumentar
a carga para desenvolver mais força. Ou seja, o fácil já tinha sido
difícil um dia.

Cada dificuldade que passamos na vida não vem com o objeti-


vo final de nos derrubar, por mais que tudo aponte para isso, no
entanto a dificuldade é difícil porque é algo desconhecido, novo,
nos desafia, nos coloca em movimento para mudar de posição,
respiramos mais fundo buscando um novo fôlego com um único
objetivo: nos fortalecer. Saímos mais forte!

“Cada dificuldade superada te fortalece, te amadurece e te prepara


para o novo que está por vir, assim como o treino com o kettlebell
de 8 kg te fortaleceu para um de 12 kg e depois para o de 16 kg,
e no final das contas você se sentiu vitoriosa.” (Deus falou isso
comigo).

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Fortes de dentro para fora

Essa reflexão do kettlebell me levou a um entendimento sobre o


nosso crescimento espiritual, um amadurecimento de dentro para
fora. Em minhas aulas sempre falo aos meus alunos o seguinte:
“A força precisa ser de dentro para fora e do centro para as ex-
tremidades.”

Ter um um corpo definido não significa que é um corpo forte, ter


um corpo esteticamente bonito, também não significa que é um
corpo forte. A força real vem de dentro para fora. Saber ativar os
músculos do tronco como o grande dorsal, abdômen, músculos da
escápula e da cintura pélvica faz toda diferença no nosso dia a dia,
por exemplo: na hora de pegar um peso do chão, empurrar o sofá
ou a geladeira pra fazer uma faxina, carregar um balde d’água ou
até mesmo estender no varal um edredom molhado exige uma
força de dentro para fora. Não é fazer qualquer movimento, de
qualquer jeito, tem que ter consciência do que está fazendo, pois
sem ela você fará os movimentos errados sem saber e logo será
surpreendido por uma lesão.

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Meus alunos não adquirem essa consciência corporal em um dia
de treino, muito menos fazendo um único exercício e uma única
vez. Ela vem com a prática, um dia após o outro, cada aula que
eles fazem tem um ensino importante, um toque diferente, uma
dica que faz a diferença. Com o tempo eles vão entendendo o
que estão fazendo, ficam mais fortes e no dia a dia essa força vai
sendo consciente e crescente. Semelhantemente é a nossa cami-
nhada com Jesus, uma progressiva caminhada de transformação,
é contínua, de glória em glória, de fé em fé e de dentro para fora.
A ‘nova criatura’ nasce de dentro para fora, o novo nascimento é
de dentro para fora. Todos os dias vamos conhecer mais da nova
natureza divina em nós, pois é Cristo EM nós.

Ele em nós:
Esperança da glória;
Renova a nossa mente;
Alcançamos um caráter aprovado;
Nos faz exalar seu bom perfume;
Nos ensina a perseverar; perdoar, amar, curar, libertar;

Ele em nós__________________________________________
Complete com suas palavras.

É caminhando com Ele, de fé em fé, de glória em glória, degrau

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por degrau, de arrependimentos em arrependimentos, tijolinho por
tijolinho, dia após dia que vamos amadurecendo de dentro para
fora chegando ao ponto de falar com convicção… Fui crucificado
com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em
mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de
Deus, que me amou e se entregou por mim. (Gálatas 2:20)

Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho


a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na
mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor. (2 Coríntios 3:18)

Estamos nas mãos do oleiro, o resultado final da obra do oleiro


é visto só por fora, mas a força para moldar é por dentro. É de
dentro para fora!

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Os treinos não são sobrenaturais

Os meus treinos não são sobrenaturais. Os treinos são simples,


porém ao convidar o Espírito Santo se tornou poderoso. Me inseri
num treinamento mais integrado ainda, pensando no CORPO, ALMA
e ESPÍRITO. Nos treinos o Senhor me ensinou sobre:
- Ir mais longe é melhor do que ir mais rápido.
- Você é muito mais do que o espelho mostra.
- Você é muito mais do que seus olhos veem.
- Bem-aventurados os que não me viram e creram. (Jó 20,29)

Cada treino só me fez desejar mais a comunhão com o grande


amigo Espírito Santo.

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Parte 3
Viver um Estilo de
Vida em Movimento
O ato profético que deu o ponta pé

O ano de 2017 foi o ano que Deus escolheu para me tirar da zona
de conforto que estava vivendo. Hoje eu penso como algo tão ruim
estava tão confortável? Era confortável usar os mesmos argumentos
para não agir, para duvidar de Deus, para desistir ou não avançar.
Eu fui submetida a agir.

Uma das coisas que eu também vivia nessa época era a falta de
tempo para as coisas essenciais da minha vida. Antes do meu
despertar na certificação eu usava o argumento que estava sem
tempo pra Deus, sem tempo para minha família e pra mim mes-
ma, até porque eu já não tinha motivação nenhuma para treinar
e nem fazer nada por mim.

Eu conversava com Deus na hora que dava, do jeito que dava, mas
sentia minha alma gritando desesperada pelo Senhor, eu precis-
ava de um tempo maior com Ele, mas não conseguia romper. Até
que em maio de 2017 eu participei de um retiro espiritual onde
fui muito confrontada. Uma pergunta que me tirou totalmente da
zona de conforto foi: O que te impede de mergulhar mais profundo
em Deus? A minha resposta foi: MEDO e FALTA DE TEMPO! Essa
pergunta foi feita no meio de uma trilha, debaixo do sol quente
e naquela ocasião tinha um buraco, terra e uma pá. O rapaz que

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me confrontou me desafiou a fazer um ato profético, enterrar ali
as coisas que me impediam de mergulhar de vez na presença do
Senhor. Então eu peguei a pá chorando e declarei: Hoje eu enter-
ro o meu medo e minha falta de tempo para Deus. Joguei a terra
dentro daquele buraco e pronto.

Meu Deus, e agora? Acabou o retiro e voltei pra casa com a ideia
de acordar todos os dias mais cedo para dedicar a primeira hora
do meu dia ao Senhor, ter tempo de qualidade com Ele antes de
todas as outras atividades do dia. Como eu dava aula às 7h eu
tinha que acordar bem cedo mesmo para consolidar esse hábito.
E assim foi.

Não foi fácil, na verdade não foi nada fácil, mas eu perseverei
porque percebi que meus dias estavam sendo diferentes, pois eu
estava me comportando diferente.

63
Um novo hábito nasceu

Um belo dia eu decidi fazer alongamentos antes de começar o


devocional justamente para me despertar para o devocional e
aliviar as dores no corpo que eu sentia. De fato me senti mais dis-
posta. Fiz a mesma coisa no dia seguinte, no outro dia e no outro
resolvi colocar um louvor aleatório enquanto me alongava. Meu
Deus! O louvor que tocou enquanto me alongava foi providência
de Deus, estava tocando ‘Ser mudado’ do Alessandro Vilas Boas.
O Senhor começou a falar comigo e eu chorava enquanto fazia
os alongamentos, logo percebi que aquele momento já estava
fazendo parte do meu devocional com o Senhor.

Pronto, mais uma experiência com Deus fazendo exercício físico,


só que desta vez foi com alongamentos, algo mais suave. E Ele
falou muito.

Esse se tornou meu hábito matinal: acordar, alongar com louvor,


depois oração e leitura bíblica. Não começava o dia sem isso. Ti-
nham dias que eu conseguia fazer mais tempo, outros dias nem
tanto. Esse pequeno tempo do meu dia foi me transformando
muito.
Mais uma vez o Espírito Santo me surpreendeu, porque eu não
imaginava que esse hábito de acordar em movimento se tornaria

64
um futuro projeto do Senhor para transformar outras vidas. Logo
mais a frente você entenderá detalhes desse projeto.

Escrever sobre isso me fez olhar para o meu passado e ver como
eu era com a depressão. Não foi fácil sair dela, não foi fácil rom-
per com ela mantendo meu corpo e minha fé em movimento.
Me trouxe à memória o testemunho de uma das minhas alunas
depois que ela começou a viver o Estilo de Vida em Movimento.

A Nazarena, 56 anos, de Brasília disse:

O Estilo de Vida em Movimento me ajudou a superar a depressão,


ansiedade e dores no corpo. Todo dia é uma experiência nova! Uma
que marcou e é para onde minha memória corre. Um dia acordei
muito triste e percebi que me fecho fisicamente quando me sinto
assim, mas eu decidi fazer a aula do DM a qualquer custo, então
quando fiz o movimento de arrumar a postura e abrir os braços,
minha alma também se abriu, foi como abraçar a vida com tudo o
que Deus tivesse ainda para eu viver pela frente. Fui invadida de
gratidão e entendi que talvez eu não saiba exatamente para onde
estou indo, mas sei exatamente para onde não quero voltar.

Se o EVM não existisse Deus providenciaria outros meios para me


alcançar, mas é infinitamente mais agradável receber a mensagem

65
de uma mulher corajosa, delicada e admirável como a Mary e ter
essa troca humana que a Família em Movimento proporciona do
que obrigar Deus a usar uma pedra, corvos ou uma mula.

O conhecimento que fortaleceu o hábito de


acordar em movimento

Meses se passaram e surgiu a oportunidade de fazer mais uma


certificação e mais experiências com o Espírito Santo vieram, ainda
em 2017.

Percebeu como o meu ano de 2017 foi intenso? No mesmo ano fiz
a certificação de TACFIT em fevereiro e em dezembro a de FLOW-
FIT, as duas certificações são da mesma escola de treinamento
físico, uma abordagem complementa a outra. A metodologia do
FLOW é mais focada no movimento com o peso do próprio corpo,
não utiliza nenhuma ferramenta externa. O FLOWFIT consiste em
trabalhar mobilidade, força e flexibilidade através de uma sequên-
cia de movimentos que se conectam necessitando do controle e
da consciência da respiração, além de estimular e exigir muito da
memória e concentração durante a prática. O Flowfit desafia todo
o sistema: você!

66
A experiência que vivi com o Flow foi ainda mais profunda. A filoso-
fia dessa aula me impactou. O fato de ser só o peso corporal deixa
a impressão de que é mais fácil, mas isso é um enorme engano.
Exercícios que envolvem peso corporal são muito mais difíceis,
exigem mais controle motor, força, atenção plena na respiração e
no próprio corpo. É um treinamento totalmente Integrado.

O teste dessa certificação foi o mais difícil que eu já fiz até hoje. Eu
precisava fazer 8 voltas de 7 movimentos sequenciais em apenas
7 minutos. É muito intenso. O curso foi em dezembro, mas tinha
feito minha matrícula em setembro; por isso eu tive um tempo
hábil para treinar antes do curso com o objetivo de conseguir faz-
er o teste ao vivo e concluir mais essa etapa. Mas eu falhei nos
treinos, me sabotei muito, não tive disciplina e nem foco.

Mesmo falhando na preparação eu estava super empolgada com o


curso, por dois motivos: Primeiro porque eu estava indo com dois
professores da minha equipe que na época eram estagiários: o Lucas
e a Luiza. Eu fiquei em êxtase por tê-los inspirado a conhecerem essa
metodologia fantástica ao ponto de desejarem se certificar também.
O outro motivo era ser o mesmo professor que deu o curso de TACFIT.
A primeira vez foi tão forte que eu estava com muita expectativa
e Deus usou novamente aquele coach para me chacoalhar. Quanto
ensinamento. Eu não queria perder nenhum detalhe.

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68
Aprendizado sobre a dor

O curso foi incrível! O teste foi em um domingo pela manhã, mas


nem a Luiza, nem o Lucas, nem eu conseguimos ser aprovados.
Fiquei chateada, mas eu sabia que não tinha me dedicado como
deveria, então aquele resultado foi esperado. A organização dava
uma segunda chance: até três meses depois do curso tínhamos
que enviar um vídeo com o teste e eles avaliariam. Se não pas-
sasse no teste perdia a chance, para conseguir tinha que começar
do zero, fazer o curso novamente.

Então começamos a treinar! Mas às vezes o desânimo chegava, ainda


vinha uns resquícios da depressão e recaídas, eu estava na fase de
aprender a ter disciplina, foi difícil. Sem contar que nos treinos eu
sentia uma dor terrível no lado direito do meu quadril. O objetivo era
realizar 8 voltas, mas eu só conseguia chegar na 5ª volta porque a
dor no quadril estava tão grande que não dava para continuar. Isso
contribuiu pra eu ficar ainda mais desanimada. E o pior foi que eu,
sem perceber, acabei desanimando a Luiza e o Lucas.

O nosso prazo estava acabando, faltavam 15 dias, eu me desesperei


porque eu não estava evoluindo e já estava pensando em desistir,
mas se eu desistisse eu ia jogar R$ 2.500,00 fora, além de todo o
aprendizado. Daí o Rafael falou o seguinte: Amor, descansa! Faça

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isso essa semana e volta com tudo na última semana do seu prazo.
Descansei e fiz essa oração: Senhor, essa certificação não é a coi-
sa mais importante da minha vida, mas é um processo que quero
muito concluir com sucesso, me ajude!

Durante os dias de descanso tive um sonho e o Senhor me falou o


seguinte: Não foca na dor! Foca no que é preciso fazer! Acordei e
essa frase não saía da minha cabeça dia e noite. Me senti inspirada
pelo Senhor e motivei o Lucas e a Luiza a concluírem o processo
juntos comigo.

Chegou o dia do teste. Foi numa quinta-feira lá no estúdio Inte-


grado. O Lucas e eu combinamos de gravarmos um ao outro e
antes de começar chamei o Lucas para orar. Nós oramos e depois
começamos.

Uma coisa pedi ao Lucas: Me avise quando eu der as 8 voltas.


Pronto! Antes de começar o teste a frase da dor ecoava dentro de
mim. Não foque na dor! Não foque na dor! Foque na técnica, foque
no que você precisa fazer. Assim foi. Fiz o teste, mas não contei
quantas voltas. Estava totalmente centrada. Entrei num estado de
Flow, que significa se mover com consciência e presença, longe
das distrações. Passaram os sete minutos, o cronômetro apitou e
eu parei logo em seguida. Estava extremamente cansada, porém,

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atenta na respiração para me recuperar.

Então perguntei ao Lucas: Foram 8 voltas?


Ele respondeu: Não! Você fez 9 voltas!

Eu não acreditei, me emocionei imediatamente enquanto agradecia


ao Senhor, chorando de tanta alegria Ele falou: Aquilo que você
tanto quer está além da dor. Por isso não foque na dor! Eu chorei
mesmo, fiquei maravilhada com a bondade, paciência e aprendizado
com o Espírito Santo nessa jornada. Mas não acabou por aí, juntou
o cansaço e a emoção, me deitei no chão para processar tudo que
estava acontecendo, aí o Senhor falou outra coisa muito forte pra
mim: Filha, eu te dou mais do que você precisa, confie! Ou seja,
eu precisava só de 8 voltas, mas eu resolvi obedecer o comando
que o Senhor me deu e Ele me deu mais.

Esse dia eu tive a certeza absoluta que eu não poderia jamais deix-
ar de convidar o Espírito Santo para todos os treinos ou exercícios
físicos que eu fizesse. Ele é o Deus que dá muito mais.

O Lucas fez o teste também e fez 10 voltas, a Luiza, depois de uma


injeção de ânimo que demos nela, também fez o teste e completou
9 voltas. Foi sucesso pra todos!

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Uma experiência extraordinária, além de aprender sobre dor o
Senhor me ensinou sobre liderança também. Saí dessa experiência
determinada a ser uma líder que inspira e encoraja as pessoas a
fazerem o melhor, não mais aquela que desanima e desencoraja
seus liderados.

E você, onde está o seu foco hoje? Em aliviar a dor e pronto ou


em saber onde o Espírito está vivo em meio a dor?

Ele está vivo não pelo o que Ele é capaz de fazer, mas pelo que Ele
é! Ele não é só aquele que alivia ou tira a dor, Ele é maior, infini-
tamente maior do que ela. Ele é o fôlego de vida vibrando dentro
de você todos os dias!

Convite ao Espírito Santo para a corrida

Não poderia deixar de compartilhar meu recomeço em corridas


de rua, foi algo maravilhoso. Esse retorno foi em 2019 quando o
Rafael Freitas, professor que trabalhava comigo na Integrado, me
encorajou a montar uma equipe da Integrado pra gente correr uma
prova de revezamento e me desafiou a voltar a correr também. O
Rafael é especialista em corrida, então ele nos prometeu dar todo
o suporte de treino e suporte no dia da prova também. Resisti um

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pouco, pois já haviam seis anos que não corria. Inventei algumas
desculpas porque eu sabia que teria que treinar com muito foco
para voltar a correr. Aceitei e determinei uma meta pra mim, correr
10km. Mas eu só tinha 3 meses para treinar.

Você já deve ter percebido que muita coisa acontece comigo na


pressão, né? Se tivesse muito planejamento eu pensaria na melhor
forma de criar argumentos para me sentir incapaz e não enfrentar
a situação. Só sei que aceitei a loucura.

Essa corrida de revezamento é muito famosa em Brasília, Volta


do Lago Paranoá - 100 km. Não se assuste! Eu não corri 100 km.
Eu não faço parte do time dos super humanos! A Volta do Lago é
uma corrida de revezamento de até 8 atletas, em que você passa
o domingo inteiro com sua equipe numa van, seja correndo, seja
servindo de apoio para os outros atletas, seja comendo ou apenas
descansando depois de correr seu trecho. De sobra, ainda conhece
Brasília de uma forma diferente dos outros moradores e turistas.
Eu já tinha realizado essa corrida em 2008 com a equipe da ac-
ademia onde eu estagiava na época, corri só um trecho 3,5 km,
bem suave.

É uma corrida muito longa, são 12 trechos com distâncias e car-


acterísticas diferentes, alguns trechos tinham muita subida, out-

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ros descida, trechos na beira do Lago Paranoá, outros no meio da
cidade, debaixo e em cima da ponte JK, no meio da terra e entre
árvores. A quilometragem dos trechos variam entre 4, 6, 8, 10 e
11 km.

A regra dessa prova só permite ter no máximo 8 atletas por equi-


pe, mas são 12 trechos, por isso alguns da equipe correm 2 ou
mais trechos.

Formamos a equipe Integrado, 7 alunos e só eu de professora. Nos


primeiros dias de treino na rua eu caminhava e corria, não con-
seguia correr o percurso todo do treino, eu não conseguia correr
4 km direto, foi suado. Na minha mente ficava martelando apenas
o objetivo de correr 10 km, eu estava bem distante desse alvo.
Logo nos primeiros treinos passei a convidar o Espírito Santo pra
ir comigo, então as experiências começaram.

Logo no primeiro dia de treino na rua aprendi algo muito valioso,


que a preparação para algo grande é a fase mais importante, ou
seja, o treinamento é mais importante do que a competição, pois
é na preparação que conhecemos nossas fraquezas, dores, falhas,
pontos a melhorar até chegar o grande dia.

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A Riqueza da Preparação

Meus treinos eram realizados no Guará, cidade satélite em que


eu morava. Uma volta completa no Guará dá aproximadamente 8
km, neste percurso eu fui adquirindo muitos ensinamentos com o
Senhor enquanto treinava a corrida, até uns puxões de orelha eu
recebia, um verdadeiro confronto; vale a pena compartilhar dois
episódios com você.

Nas primeiras vezes eu saia pra correr com um fone de ouvido para
ouvir umas músicas motivantes, mas um dia o Rafael Freitas me
aconselhou correr sem música para eu me ouvir mais. Na mesma
hora eu resgatei a experiência que eu vivi de treinar em silêncio
(experiência da certificação).

No dia seguinte falei com Deus: Pai, eu não quero apenas me ou-
vir enquanto eu corro, eu quero te ouvir mais do que eu mesma.

Nesse dia, além da ausência da música eu tracei umas metas pra


mim, antes de correr determinei um ponto de partida e um ponto
de chegada para correr no total em 30 minutos, mas eu me dei
uma condição: Estou proibida de olhar meu relógio! Foi difícil de-
mais, toda hora eu queria dar uma olhadinha no relógio para saber
quanto tempo eu já tinha corrido.

75
A primeira voz que eu ouvi não foi a do Senhor, comecei ouvindo
o grito desesperado da ansiedade dentro do meu peito: Quanto
tempo já está correndo? Quantos km já correu? Será que você vai
passar de 30 minutos?

Meu Deus, que angústia! Pra não ficar ansiosa demais eu fiz minha
oração correndo: Pai, me ajuda a não olhar no relógio, em nome
de Jesus! Simples, né?

Daí, logo depois comecei a adorar a Deus enquanto corria: Pai,


o Senhor é tão grande, é tão maravilhoso, meu refúgio, minha
fortaleza, meu fôlego e tudo mais que vinha na minha mente eu
falava pra Ele. Decidi focar em quem Ele é. Como isso é poderoso!
Aquela angústia foi diminuindo ao ponto de ser insignificante.

Sem falar que essa corridinha se tornou uma corrida de oração,


porque a oração me ajudou a fixar meus pensamentos em Jesus,
silenciando a ansiedade naquele momento.

Cheguei até o ponto determinado, não olhei no relógio e consegui


fazer em 30 minutos. Foi surreal! Fiquei muito empolgada!

Deus me fez recordar da passagem:


Não andeis ansiosos por coisa alguma; antes em tudo sejam os vos-

76
sos pedidos conhecidos diante de Deus pela oração e súplica com
ações de graças; e a paz de Deus, que excede todo o entendimento,
guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo
Jesus. (Filipenses 4.6)

Nesse caso poderia dizer: Não correis ansiosa! Essa experiência me


ensinou sobre fixar os pensamentos em Jesus e não no problema!
Num outro dia de treino na rua tive um aprendizado fortíssimo com
o Espírito Santo. Fui correr pela primeira vez meus 7 km, defini o
percurso e fui. Desafiador.

O hábito de correr sem fone de ouvido já estava instalado em mim.


Eu queria ouvir a voz do Senhor. Num determinado momento da
corrida comecei a sentir dor no meu tornozelo, estava doendo ab-
surdamente. A voz da dor chegou! Eu já estava insistindo demais
e falei com Espírito Santo: Eu vou parar! Não aguento mais. Não
consigo chegar até o ponto que determinei. Em seguida ouvi a voz
do Senhor dizendo o seguinte: Qual voz você prefere ouvir, a
voz da dor ou a minha?

Eu parei, comecei a chorar e argumentei com Ele: como vou conti-


nuar se está doendo muito? Mas eu escolhi ouvir a voz dEle. Voltei
a correr mais lento, fazendo um trote e falando diretamente para
a dor: Você não vai me parar, a voz do Senhor é mais forte que
a sua voz! Fique quieta, dor! Chega, eu vou continuar! Eu fiquei

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discutindo com a dor um tempão, mas não conseguia conter as
lágrimas. Depois de trotar mais alguns metros eu resolvi cami-
nhar, aí o Espírito Santo falou mais: Você não precisa parar
para chegar no alvo, você pode desacelerar, ir devagar, mas
continuar INDO!

Essa palavra me deu um gás! Eu fui, terminei os 7 km caminhando,


mas terminei. Senti-me vitoriosa, feliz e emocionada por não ter
desistido e por ter confiado na voz do Senhor. Foi uma verdadeira
guerra mental, física e espiritual. Que loucura! Isso foi só o começo
dessa temporada de PREPARAÇÃO!

Como falei anteriormente, é na preparação que conhecemos nossas


fraquezas, dores, falhas e pontos a melhorar. Ao nos depararmos
com essas fragilidades temos duas opções a seguir: o caminho
mais fácil ou o melhor caminho.

No contexto dessa experiência o caminho mais fácil é dizer que


“é difícil e que por isso não dá conta”; “é muito esforço pra nada”,
“se no próximo treino for do mesmo jeito não vai dar certo’’. Outra
coisa, no caminho mais fácil a dor é transformada em um GPS,
ela que decide pra onde você deve ir, e aí tudo que você construir
será em cima desse fundamento instável que é a dor.

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O melhor caminho é com Deus na direção. O Espírito Santo vai te
encorajar, te dar estratégias para seguir, te alertar, guiar, ensinar,
falar para acelerar, desacelerar ou até mesmo frear, e o melhor
é que tudo que Ele te falar sobre a corrida se aplicará em outras
áreas da sua vida.

E a dor? Apresente a dor ao Senhor, mostra seu sofrimento, sua


angústia, sua necessidade, não tente resolver com seus argumentos
ou seu próprio entendimento. Jesus pode intervir com um milagre
ou simplesmente levantar médicos, fisioterapeutas, profissionais
de educação física, terapeutas ou qualquer profissional para nos
ajudar a superar.

Falando sobre essas duas opções de caminho me recordo da pas-


sagem que Jesus nos ensina sobre a porta larga e estreita que se
encontra no livro de Mateus 7.13-14:

Entrem pela porta estreita, pois larga é a porta e amplo o caminho


que leva à perdição, e são muitos os que entram por ela. Como é
estreita a porta, e apertado o caminho que leva à vida! São poucos
os que a encontram.

O sedentarismo é o caminho fácil, ou o largo caminho que te leva


a perdição.

79
Convidar o Espírito Santo para fazer um exercício físico com você
não se resume em te ajudar apenas no exercício como fim. O
exercício físico é apenas um meio que Jesus usa para te ensinar
sobre viver uma vida com Ele.

É por isso que não deixo mais de fazer esse convite simples e po-
deroso!

O desejo mais profundo do meu coração é que você


também faça esse convite e que sua amizade com
o Espírito Santo seja de muita intimidade!

Ao falar dessa experiência me lembrei do testemunho recente


de uma querida seguidora do instagram. Tudo começou quando
postei um vídeo com o propósito de inspirar mulheres a saírem do
sedentarismo fazendo caminhada, mas com o detalhe importante
de desafiar a convidarem o Espírito Santo para a caminhada. Olha
que lindo o que está acontecendo com ela:

O máximo que fiz de atividade física até então era dançar (a música
me move) cresci vendo meu pai, mãe e irmãos dançarem e era o
máximo que fazia. Porém não era diário. Na verdade, nós últimos
16 anos já não dançava mais. Eu fui uma criança magra, adoles-
cente magra e até os meus 38 anos era magra, mas quando eu

80
e meu esposo resolvemos ter outro filho não tinha ideia do quão
difícil seria voltar a forma física e depois de ganhar a Vallentina
com 41 anos começou uma luta com a obesidade. Cheguei a pesar
115kg e isso acabou com a minha autoestima. Imagina uma mul-
her que viaja pelo mundo palestrando para mulheres cuidarem do
espiritual, emocional e também do físico, mas estava totalmente
destroçada nessas mesmas áreas.

Eu me sentia uma HIPÓCRITA a cada vez que descia do altar.


Com o passar do tempo e com a correria entre ser esposa, mãe
e pastora, a MULHER CONSUELLO já não existia pois meu tempo
era somente para essas funções. A obesidade, junto a péssima
alimentação, pouco sono e o sedentarismo estavam me matando
lentamente e eu comecei a sentir no meu corpo os danos de anos
sem me AMAR. Estava com problemas cardíacos, síndrome do
pânico, depressão, crises de ansiedade, emoções descontroladas,
minha fuga era comer e chorar escondida. Meu corpo doía, e a
coisa mais simples que é respirar era quase impossível.

Voltei a morar em Minas na cidade de Contagem, uma cidade de


858m acima do mar e por 28 anos morei no Rio de Janeiro que é
apenas 2m acima do mar. Segundo os médicos respirar no Rio é
mais fácil e senti essa diferença fora o clima, Rio 40 graus e aqui
temos um clima bem ameno. O sofrimento era notório mas me es-

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forçava para esconder pois tinha meus “papéis” a desenvolver né.
Porém do final do ano passado ao início deste ano foi piorando. E
ficou sério, até episódios de desmaios eu tive. O que me chamava
a atenção era que se eu fosse fazer um propósito de jejum de dias
ou meses eu fazia numa boa mas se fosse fazer uma dieta não
passava do terceiro dia. Me sentia uma derrotada. Foi quando vi
que tudo que eu amava estava perdendo.

Desde meu ministério, pois já não conseguia fazer como gostava,


meu corpo já não aguentava e praticamente pedi licença das minhas
funções diárias na minha igreja e meus líderes foram maravilhosos
ao entender minha situação. Eu estava me paralisando! Então em
um Congresso chamado ‘Ela Por Elas’ da Bispa Ingrid Duque, minha
líder, ali eu me derramei e pedi a Deus ajuda. Neste momento to-
cava uma linda música e logo depois minha líder começou a orar
nas pastoras. Quando ela me tocou pedi a Deus que me desse
forças para viver porque eu estava morrendo e não sabia mais o
que fazer. Naquela hora meu coração se encheu de uma força e
tinha a certeza que algo aconteceria.

Mas o que seria? Como seria? Como começar? Pedi a Deus a di-
reção e ela veio no domingo através da sua vida Mari. Ao voltar do
Congresso que foi no sábado em São Paulo e cheguei pela manhã
em Minas Gerais no domingo. Ao chegar em casa cedinho e depois

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de uma conversa com meu esposo (banho, café da manhã) com o
corpo doído da viagem fui deitar e tentar descansar. Então ao abrir
o Instagram me deparo com um vídeo seu. Até hoje fico arrepia-
da com aquele vídeo. Estava sozinha no meu quarto e quando vi
aquele vídeo cada palavra que você dizia entrava em meu coração,
era a direção, a resposta da oração do Congresso no dia anterior.
Seu rosto ocupava toda a tela do meu celular e parecia que era só
eu, você e o Espírito Santo no meu quarto.

Estou escrevendo e chorando pois o desafio que o Espírito Santo


te inspirou a fazer através daquele vídeo foi a DIREÇÃO que eu
precisava para mudar a minha vida. Era a única forma de eu sair
do sedentarismo. Uma mulher espiritual e movida por coisas e
atos espirituais. Foi a estratégia que Deus te deu Mari não só para
minha vida mas para a vida de todas as pessoas que aceitaram
esse desafio. Naquela hora meu corpo estava no limite do cansaço
mas me organizei para o dia seguinte.

E na segunda feira pela manhã vesti a roupa, calcei o tênis e fui...


Não foi fácil chegar até a rua, mas quando coloquei meus pés para
fora um vento veio, era como se o Espírito Santo tivesse me fa-
lando ‘EI EU ESTOU AQUI’. Comecei a caminhar e a presença dEle
me tomou, eu chorava e pedia forças para conseguir ir até o meu
objetivo. E ouvindo louvores e chorando fiz a caminhada, treinei

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usando aqueles aparelhos de pracinha mesmo. Esse foi meu início.
Depois de um tempo caminhando com o Espírito Santo senti a
necessidade de ir pra academia. O que pra mim era um ambiente
hostil e que não tinha nada a ver comigo passou a ser o segundo
ambiente importante pra mim (o primeiro é a igreja). Hoje a dif-
erença é grande, consigo respirar sem esforço, minha disposição
e autoestima melhoraram muito.

A diferença na saúde emocional e física é grande e a disposição


para a obra de Deus triplicou. Como mãe, tenho também mais
disposição para brincar com minha filha e neto. E a alegria de ver
meu corpo aos poucos se transformando não tem preço. Receber
e aceitar o desafio do Espírito Santo naquele dia fez toda diferença
na minha vida. Talvez eu não estaria viva hoje, mas agora posso
glorificar a Deus por essa direção que veio para minha vida através
do DESAFIO DE CONVIDAR O ESPÍRITO SANTO PARA CAMINHAR
comigo. A Ele toda a glória e a você minha gratidão por ser a boca
de Deus trazendo a resposta do que eu precisava fazer para mudar
a minha vida.

Consuello, 47 anos, Contagem-MG. Pastora missionária, capelã


e diplomata Humanitária Civil pela Jethro em Genebra Suíça.

Essa história me impactou demais. ‘É surpreendente o que Deus faz!

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Experiência com Deus na Corrida de Rua 100 km

Uma semana antes do grande dia, o professor Rafael me deu uma


notícia surpresa:

Mari, você vai correr dois trechos. Eu pensei, ‘Ah beleza, corro um
trecho de 10 km e outro de 4 km, dou conta!’. Mas ele falou que
seria um trecho de 8,0 km e outro de 10 km. Eu Pirei! Como as-
sim? Estou me preparando pra correr 10 km e vou correr 18 km?
É quase o dobro?! O desespero bateu na porta e o medo chegou
com tudo! Mas eu encarei.

Chegou o dia da corrida. Foi uma experiência engraçada, forte,


emocionante e louca demais! Foi a melhor experiência de todas.
Foi incrível. A largada da prova foi às 4h15 da madrugada. É isso
mesmo que você leu, madrugada! A prova começou bem cedo,
estava de noite ainda. Nós chegamos no local às 3h30 da manhã,
pensa num lugar lotado de gente, de van, carro de passeio, ônibus,
várias equipes, uma galera feliz, animada, tocando instrumentos,
fazendo a maior bagunça...uma adrenalina maravilhosa. Se você
nunca fez uma prova em equipe, recomendo fortemente que faça,
é extraordinariamente maravilhoso!

Eu fui a primeira da equipe, então às 4h15 eu estava saindo para

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correr meu primeiro trecho de 8,0 km. A adrenalina e alegria da-
quela multidão na largada era tanta que eu mal sentia minhas
pernas, uma emoção gigantesca. Antes da largada eu fiz uma
oração: Senhor vem comigo, essa corrida é nossa! Deu a largada!
Uma emoção sem fim.

Quando cheguei nos 2 km encostou um rapaz e ficou correndo


ao meu lado, no meu ritmo. Ele era bem alto, deveria ter 1,90m.
Eu fiquei super incomodada com ele, porque ele encostou sem
falar nada e ficou. Eu achei muito estranho, e fiquei orando men-
talmente (sem abrir a boca). Aí começou minha conversa com o
Espírito Santo: Senhor, esse cara aqui está me atrapalhando, estou
incomodada. Já está me dando medo, Senhor. Me proteja de todo
mal. Parece que ele foi enviado do cão só para me desestabilizar
e intimidar.

O rapaz não falava nada e eu também não. Até que tive a ideia de
acelerar um pouco pra ver se ele ficava pra trás, mas ele acelerou
também, então eu diminui o ritmo e ele também. Pronto o medo
se instalou de vez em mim, meu coração apertou, passaram os
piores pensamentos na minha cabeça, achei que esse cara iria me
fazer algum mal em qualquer momento da corrida. Mas de repente
ouvi uma doce voz que disse: E se foi eu que enviei esse rapaz pra
te ajudar? Não tinha pensado nisso ainda, né?

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Só um parêntese aqui, é impressionante como a gente pensa nas
coisas ruins primeiro, realmente não passou pela minha cabeça que
Deus enviaria um rapaz que eu não conheço pra correr junto comigo.

Quando o Senhor falou aquilo chegou uma paz em mim e aquele


medo foi embora imediatamente, cheguei até pensar que poderia
ser um anjo do Senhor. Decidi quebrar aquele silêncio com uma
pergunta: Esse ritmo está bom pra você? Meu amigo de corrida
respondeu: Está ótimo! Porque quando a gente permanece na
mesma cadência ninguém fica pra trás e nem exagera indo na
frente sem controle. Eu não tinha acreditado que estava ouvindo
essa resposta. Na mesma hora aquela voz que sai de dentro do
coração me disse: Filha, quando nós dois estamos indo lado a lado,
na mesma cadência você não fica para trás e nem vai a minha
frente afoita demais para atrapalhar.

Eu não acreditei que estava tendo uma lição sobre ansiedade ali.
Eu já atropelei muitas promessas do Senhor na minha vida por
decidir as coisas com muita ansiedade, afoita demais sem esperar
a palavra dEle como direção. Essa lição foi direta no meu coração.
Mas isso foi só o começo. Continue a leitura que vem mais. Eu e
meu amigo de corrida corremos juntos até o fim do trecho.

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88
Esse percurso era muito longo, tinham vários lugares desertos e
ainda estava de madrugada tudo escuro, cada passada minha era
um agradecimento a Deus pelo meu amigo que Ele me deu para
me proteger.

O tempo todo corremos um ao lado do outro, mas por umas quatro


vezes no meio do percurso o caminho se estreitava, por isso um
ia na frente e o outro atrás. Algo curioso e interessante aconteceu
em todas as quatro vezes, sem combinar nada com o meu ami-
go de corrida ao se aproximar do caminho estreito ele acelerava,
passava na minha frente e eu ia atrás dele, depois voltávamos a
correr lado a lado. Essa dinâmica fluía naturalmente.

Na última vez que aconteceu isso o Espírito Santo disse: Filha,


quando as coisas se apertam eu vou a sua frente, não precisa
acelerar. Que experiência impactante! Foi a corrida mais incrível
que corri até hoje.

Eu e meu amigo corremos juntos até o fim dos 8 km. Ao aproxi-


mar da linha de chegada ouvi a minha equipe gritando meu nome,
torcendo por mim e a equipe do meu amigo também estava na
mesma agitação. Os próximos atletas já estavam esperando a gente
cruzar a linha de chegada para dar início ao trecho deles. E nessa
agitação toda acabei perdendo de vista meu amigo de corrida.

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O Rafael Freitas já chegou falando: Mari, você correu o primeiro
percurso muito bem. Parabéns, fez em 47 minutos, foi muito bem
mesmo. Eu sentia que estava chorando e rindo ao mesmo tempo.
Foi muita emoção de uma vez.

Em seguida, veio uma leve frustração por ter passado a corrida


inteira com o meu amigo e eu não perguntei o nome dele, acredi-
ta? E o problema é que eu o perdi de vista. Assim que terminei o
meu trecho, entrei na van e segui para o próximo ponto da corrida
junto com a equipe, foi tudo muito rápido.

Assim que chegamos no outro ponto da corrida fui procurar meu ami-
go para poder agradecê-lo. Demorei um pouquinho para encontrá-lo,
mas consegui. A gente se abraçou e começamos o diálogo engraçado:

- Cara, quero agradecê-lo pela companhia no meu primeiro per-


curso, você foi um anjo! Você me ajudou a fazer a melhor corrida
da minha vida.
- Menina! Eu nunca corri como corri hoje, você me ajudou muito.
- Oxe, foi você quem me ajudou!
- Não, você me ajudou a correr mais rápido, eu fiz o meu melhor
tempo!
- Uai, eu também tive um ótimo resultado! Achei que você é quem
tinha me ajudado.

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Começamos a rir e agradecer um ao outro. Depois seguimos com
a nossa equipe.

Foram muitos aprendizados em tão pouco tempo, mas sem dúvida


nenhuma que foi o aprendizado mais poderoso que tive: quando
convido o Espírito Santo para fazer o exercício físico comigo, Ele
fica bem à vontade e faz o que Ele quer.

Agora imagina se Ele sempre for convidado em tudo na sua vida,


em todos os lugares que você for. Você tem dúvidas de que Ele
será a sua melhor companhia?

Uma dica!

Quando você for convidar o Espírito Santo para fazer exercício físico
não fique achando que sempre será sobrenatural, apenas não se
distraia com bobagem, porque muitas vezes Ele fala nas pequenas
coisas, nos detalhes.

Meu Segundo Percurso

Às 8h30 da manhã fui correr meu segundo trecho, 10 km. Foi muito
difícil, o sol estava muito quente, eu criei muita expectativa que

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seria sobrenatural de novo, achando que o Senhor enviaria outro
amigo para me ajudar, mas nada aconteceu, aparentemente.

Em um determinado momento da corrida as dores no tornozelo e


quadril chegaram, a vontade de desistir era gigante, a voz da dor
e da intimidação queriam me dominar. Então o Senhor me disse
só uma coisinha: O que você aprendeu na preparação?

Os ensinamentos dEle na preparação permaneceram no dia da


corrida, a palavra dEle nunca será em vão!

E você, para o que o Senhor está te preparando? Como está a sua


preparação?

Quando Deus me freou!

Essa corrida foi em maio de 2019. Logo no mês seguinte, junho,


descobri que estava grávida do Daniel. Foi uma surpresa! Provav-
elmente eu corri grávida e nem sabia!

Logo que descobri precisei dar uma freada na intensidade dos meus
treinamentos e da minha rotina, porém o hábito de acordar em
movimento com meu devocional permaneceu durante a gestação

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todinha. Esse hábito me fez muito bem.

Foi justamente durante um alongamento matinal com o barrigão


de oito meses do Daniel, adorando ao Senhor com meu corpo ao
som de louvores, que uma voz ecoava dentro de mim, como se
a voz saísse do meu coração e entrasse na minha mente dizendo
algo muito específico: Quantas pessoas você pode influenciar po-
sitivamente com esse hábito? Essa ideia é minha, isso não é coisa
da sua cabeça, eu estou no meio disso! Vá filha, fale da minha
Palavra, de adoração, sobre disciplina, bem estar e movimento, vá
fazer isso que está fazendo seu coração queimar, pois essa ideia
fui eu quem te dei!

Eu paralisei por uns instantes para processar tudo aquilo, fiquei im-
pactada, chorei muito e fui correndo pegar o meu diário para registrar
tudinho para não correr o risco de me esquecer. Depois de escrever
veio a pergunta: Meu Deus, COMO vou fazer isso? Que loucura! Eu
vou ganhar neném a qualquer momento, como seria isso?

Olha a incredulidade batendo a porta! Eu não conseguia imagi-


nar como seria isso. Na hora que ouvi tudo aquilo fiquei feliz,
empolgada, mas depois bateu um medo porque não sabia COMO
seguir com aquilo.

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Até o nascimento do Daniel eu pensava nessa ideia, mas não sabia
como agir, então passei a orar por essa ideia.

Dia 15 de fevereiro de 2020 o Daniel nasceu, um mês depois o


mundo parou com a chegada da pandemia do coronavírus. Foi um
impacto para o mundo todo. Minha empresa fechou, perdemos
muitos alunos, meu marido estava desempregado e só tínhamos o
estúdio Integrado como fonte de renda. Tivemos que tomar sérias
decisões como por exemplo, pagar o aluguel apenas da empresa
mesmo com as portas fechadas, com a esperança que voltaríamos
o quanto antes. Então saímos do apartamento que morávamos e
fomos para o apartamento dos meus pais. Foi um desafio muito
grande viver essa fase.

Filho recém nascido, empresa fechada, cinco adultos e duas crianças


morando num apartamento de três quartos. Rafael, Miguel, Daniel
e eu passamos dois anos morando praticamente num quarto.

Eu fiquei sem saber o que fazer, totalmente paralisada. Decidi me


entregar totalmente à maternidade, mas no fundo no fundo eu
pensava: O que será da Integrado? Eu não tenho condições de
voltar a viver tudo que vivi na época do Miguel recém nascido, eu
adoeci. Não quero passar por tudo novamente com duas crianças.
Orei pedindo ao Senhor para não entrar em depressão novamente.

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Devocional em Movimento
O DM surgiu em meio a tempestade

Ao mudar para casa dos meus pais passei por diferentes conflitos
internos, um deles foi o fato de não ter mais o meu cantinho de ora-
ção, meu lugar a sós com o Senhor. Eu me senti perdida. Nós quatro
passamos a dormir no mesmo quarto, Rafael e eu na cama, Miguel
num colchão no chão e o Daniel num bercinho ao lado da cama.

Como tinha menos de dois meses que eu havia realizado uma ce-
sariana e passava as madrugadas amamentando o Daniel recém
nascido, eu ainda não estava fazendo os meus alongamentos ma-
tinais. Fui me angustiando com tudo isso.

Às vezes eu experimentava fazer uns movimentos para aliviar as


dores na lombar, mas sentia fisgadas na região da cirurgia. Ainda
não estava legal! Totalmente deslocada!

Certa madrugada o Miguel saiu do colchão e subiu para a cama pra


dormir com a gente, mas eu não conseguia dormir. Então resolvi
tirar o colchão do chão para liberar um espaço para me derramar
no chão um pouquinho para orar e chorar mesmo. Durante esse
tempo eu decidi me alongar devagarinho, respirando, tranquila e
de repente eu escuto: Que saudade! Como foi precioso ouvir isso.

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O Senhor estava com saudade desse meu tempo em movimento
com Ele, que emoção. Despertou em mim esse entendimento: Eu
não preciso estar em um lugar grande ou espaçoso para falar com
o Senhor e fazer os alongamentos, eu apenas preciso ter desejo
de estar com Ele e buscar por isso. O meu cantinho devocional
se tornou o espaço entre a cama e o guarda-roupa. E ali os meus
movimentos matinais começaram a fluir.

Quando o Daniel estava com três meses recebi um grande pre-


sente, uma resposta de oração abençoada. Como eu estava sem
saber o que fazer com relação a trabalho, eu passei a pesquisar
sobre marketing digital, mas eu era muito resistente pois tinha
muito medo de me expor na internet. O Rafael sempre falou pra
eu gravar e postar vídeos, que eu tinha facilidade para falar e en-
sinar, mas eu fugia dando várias desculpas.

De tanto ele falar eu decidi participar de uma semana gratuita sobre


marketing digital, as aulas eram ao vivo e duraram de segunda a
quinta-feira. Eu fiquei impactada com os testemunhos das pessoas
que estavam trabalhando pela internet, os resultados financeiros,
emocionais e a liberdade de tempo que elas tinham para ficar com
a família. Isso me chamou a atenção.

Na quinta feira, dia 14/05/2020, o professor divulgou o preço do

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curso dele, era nove mil reais, mas quem fizesse a inscrição na
próxima segunda-feira, dia 18/05, faria por seis mil. Eu parei e
fiz essa oração: Pai, eu não tenho dinheiro nenhum pra comprar
esse curso. Eu quero te fazer um pedido como filha mesmo. Se
o Senhor tem algum propósito comigo na internet eu quero esse
curso. Orei e pronto, não toquei mais no assunto. Passou sexta,
sábado, domingo e chegou a segunda-feira. Eu acordei na segunda
bem ansiosa pra saber se daria certo. Mas nada acontecia. O Ra-
fael tentou fazer um empréstimo no banco, mas não estava dando
certo pois toda hora aparecia um erro diferente.

Então descansei e entendi que Ele não tinha propósito comigo. Mas
a história mudou de repente! Às 17h30 recebo a ligação de uma
amiga perguntando sobre o curso, disse que tinha entrado no site
do curso e viu que a inscrição mais barata era naquele dia. Então
ela falou o seguinte: Mari, eu passei o final de semana discutindo
com Deus para saber se era ou não para eu te dar esse curso. E
Ele dizia que sim, mas eu estava resistente por ser um valor alto.
Quando fui buscar meu marido no aeroporto, que havia acabado
de chegar de viagem, conversei com ele e ele disse que era para
eu obedecer ao Senhor. Por isso Mari, me passa seus dados, pois
vou te dar esse curso. Eu ria de nervoso porque não estava acre-
ditando! A única coisa que falava forte dentro de mim era: EU
TENHO PROPÓSITO, SIM!

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E foi assim que fui parar nas redes sociais.

Esse testemunho é sobrenatural! O mais incrível é que logo na se-


mana seguinte essa minha amiga foi promovida no trabalho para
ganhar três vezes o salário dela. Deus é tremendo!

Começou a história do Devocional em Movimento

Mesmo tendo essa super resposta do Senhor ganhando o curso


comecei a estudar coisas totalmente novas, estava perdida, não
sabia como começar e nem o que fazer.

Eu ainda tinha o estúdio de funcional, fechado mas tinha. Nesse


período as coisas foram piorando, emocionalmente e financeira-
mente. Estava exausta. Eu perguntava ao Senhor como fazer e
o que fazer na internet, também o que fazer e como fazer com o
estúdio Integrado. Foi muita aflição.

Até que Rafael e eu decidimos fechar o estúdio por inúmeros


motivos, como a saúde dos nossos filhos, a nossa saúde física e
mental, as muitas dívidas e a insegurança com tudo que estava
acontecendo no mundo. Em outubro de 2020 fechamos. Eu tive
meus dias de luto, chorava muito. Mas o Senhor me deu uma pa-

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lavra para esse momento, João 12:24-26. Aquela semente precisa
morrer para dar frutos, e eu precisava me lançar em Deus. Eu não
tinha mais para onde ir a não ser ir para Ele.

O espaço físico estava se fechando, mas a empresa Integrado


não acabou, pelo contrário, foi por causa dela e de tudo que vivi
dentro dela que me aproximei e me tornei mais dependente de
Jesus, ao ponto de começar um novo hábito matinal que passou
a me transformar e transformar meus dias. Passei a buscar en-
tender de fato o que eu iria fazer na internet, então pensei: Acho
que chegou o momento do COMO ensinar e inspirar pessoas a
acordarem em movimento.

Foi uma busca constante, aos poucos as coisas foram se encaix-


ando, a metodologia foi sendo construída tijolinho por tijolinho e
o nome desse hábito foi criado a partir de uma conversa com o
Rafael depois que ele me fez a seguinte pergunta: Como você pode
descrever esse hábito matinal em uma frase? Eu respondi depois
de pensar bastante: Acho que posso dizer que é um Devocional
em Movimento. Eita, quando falei isso senti força nesse nome.

Então começou a jornada Devocional em Movimento, uma aula de


alongamento ao acordar ao som de louvores com o propósito de
cuidar da saúde física, mas transformando isso em uma adoração

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a Deus e tempo de comunhão com Ele.

Quantas experiências lindas eu passei a viver com o Espírito San-


to fazendo meu Devocional em Movimento ali, entre a cama e o
guarda-roupa nos dois anos que morei com meus pais.

Enquanto escrevo tudo isso eu choro de emoção ao me lembrar


desse começo. Como Deus é bom!

Percebi que estava vivendo um Estilo de Vida em


Movimento

A metodologia do Devocional em Movimento (DM) foi desenvolvi-


da no meu pós parto, eu estava voltando a fazer exercício físico,
o DM foi meu recomeço, bem lento, respeitando meus limites e
me adaptando a rotina aos poucos. Depois senti a necessidade
de fazer alguns exercícios mais intensos para desenvolver força e
melhorar minha condição cardiorrespiratória. A primeira atividade
física mais intensa que fiz foi subir as escadas do prédio da minha
mãe, 11 andares e eu quase morri, foi super sofrido. Me lembro
que antes fiz uma sequência do DM para me aquecer e aumentar
minha mobilidade. Depois passei a treinar em casa mesmo, só
com o peso corporal, sem cargas ou acessórios, também passei

100
a fazer caminhadas no parque. Independente do exercício, eu
sempre começava com uma sequência de DM para me preparar
além de ser um momento de oração e convite ao Espírito Santo
para estar junto comigo.

Outra coisa interessante, quando eu passava muitas horas sentadas


estudando e trabalhando na frente do computador me levantava
para me movimentar, assim me destravava e sentia um renovo
para continuar. Percebi que eu estava longe do sedentarismo,
porém longe de academias, estava vivendo um estilo de vida em
movimento. Por isso eu entendi que o DM faz parte de um Estilo
de Vida em Movimento. Melhor ainda, o Devocional em Movimento
é o início de um Estilo de Vida em Movimento.

Em fevereiro de 2021 lancei meu produto digital que se chama


Estilo de Vida em Movimento (EVM), com o propósito de
ajudar mulheres a saírem do sedentarismo físico e espiritual
transformando o exercício físico em um momento devocional, um
momento de comunhão diária com o Espírito de Deus.

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Família em Movimento

Deus tem me surpreendido com esse projeto. A cada turma do


EVM foram surgindo testemunhos de cura, reconciliação com o
Pai, restauração de casamento, restauração familiar e um renovo
de fé através da ideia genial dEle de unir ao exercício físico a sua
Palavra poderosa.

Hoje as alunas do EVM formaram a Família em Movimento, uma


família que o Senhor está cuidando de uma maneira muito especial.

Logo abaixo segue mais testemunhos de alunas que foram aben-


çoadas com o EVM. Mulheres que não tinham mais ânimo de sair
da cama, que estavam sofrendo com ansiedade, depressão, dores
físicas e que tinham perdido sua comunhão com o Espírito Santo.
Creio que esses testemunhos vão te abençoar e inspirar a se mover
sempre na presença do Espírito de Deus.

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Testemunhos das alunas

Quando comecei as aulas de DM eu já tinha uma visão sistêmica


sobre a vida, que tudo estava interligado. Porém, na prática estava
desconectado. Através das aulas, juntamente com os devocionais,
fui sentindo a presença do Espírito Santo dentro de mim, falando
ao meu espírito, conectando com meus pensamentos e sentimen-
tos, resultando em movimentos, algo único, como um corpo só:
espiritual, almático e corporal. Um dependendo do outro. Tudo co-
nectado! Me senti flutuando no Espírito! Hoje sinto tudo diferente
do que eu sentia antes. Eu sou uma com Deus!

Se o EVM não existisse… eu não teria conhecido pessoas que amam


a Deus, tão inspiradoras e não teria aprendido a fazer a conexão do
corpo espiritual com o corpo físico, na prática. Sabia com a mente
que era possível, mas não conectava na prática.

Ana Paula do Vale, 57 anos - Joinvile, SC

Minha experiência no EVM tem sido experiência de adoração. Fa-


zendo exercícios com louvor e sentindo quebrantamento, sendo
estimulada a aprofundar no relacionamento com o Pai.

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Para inspirar outras mulheres eu digo que se você quer resultado
diferente do que você está vivendo precisa mudar o que está plan-
tando. A saúde é algo que também precisa ser conquistado, bem
como a profundidade do conhecimento de Deus. Você precisa de
alguém para te incentivar?

A Mari é a pessoa certa para isso. Chega de dores! Chega de ma-


rasmo! Bora viver um estilo de vida em movimento! Alguém já
disse: “se você não tem tempo para se cuidar, investir em sua
saúde, um dia você vai precisar ter tempo para cuidar de doenças.”

Andrea Camilos, 50 anos - Contagem, MG

O EVM me ajudou a superar tantas coisas. Mudou minha rotina de


levantar, ou melhor, me deu um motivo para sair da cama. Ajudou
em minha vida de oração, a encarar as atividades físicas. Me ajudou
em várias inseguranças e com isso melhorou minha autoestima.
Sei que o Espírito Santo tem se movido em mim de uma maneira
que desconhecia. Sempre fui bem racional no quesito fé. Com o DM
meu coração tem ficado mais maleável. Digamos que mais doce.

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Se o EVM não existisse… talvez eu estivesse me afundado na de-
pressão devido aos problemas que estava vivendo.

Sandra Nery, 69 anos - Lafaiete, MG

Qual tipo de problema o EVM te ajudou a superar até aqui?


Em primeiro lugar foi minha autoestima. Cuidar do meu corpo,
minha saúde. Eu sentia muitas dores nas mãos, nas costas e no
joelho, hoje já não sinto mais. Glória a Deus por ter te encontrado
no Instagram! E foi por acaso de Deus, ninguém me indicou. Hoje
tenho mais disposição e me sinto mais elegante.

Se o EVM não existisse… estaria ainda me sentindo deprimida, feia,


ombros caídos, sem ânimo pra viver. Hoje gosto mais de mim, me
valorizo e tenho mais autoconfiança. Sou feliz!

Maria Bernardete, 53 anos - São Lourenço, MG

O EVM tem me ajudado fisicamente e espiritualmente. Fisica-


mente a maior diferença que percebo é na mobilidade, sinto que

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meu corpo ficou mais flexível e me movimentar já não é mais tão
penoso. Espiritualmente me ajudou a manter um hábito diário de
devocional, começar o dia na presença de Deus.

Especialmente nas primeiras semanas quando estávamos apren-


dendo mais sobre esse novo estilo de vida, muitas coisas acon-
teceram e foram mudando meu jeito de pensar. Mas algo que me
marcou muito, e tento sempre me lembrar quando acabo caindo
na rotina, é em relação a uma oração que eu já fazia há algum
tempo pedindo para Deus um espaço especial para poder meditar,
orar e ler, mas eu imaginava uma poltrona confortável, com uma
abajur bonito e luz acolhedora.

Na minha imaginação era algo que precisava de dinheiro e espaço,


e eu não via muito como isso poderia acontecer na realidade que
vivia. Mas durante um DM, enquanto eu orava entendi muito claro
de Deus que este era o local acolhedor, onde eu estivesse comple-
tamente entregue na presença Dele, no relacionamento com Ele,
e o melhor, esse lugar não seria preso na poltrona e no abajur, Ele
vai comigo, onde eu for, basta buscar ao Senhor e me entregar
diante dEle.

Para inspirar outras mulheres, o que você falaria?


São tantas coisas, mas o que mais me tem feito pensar é que

106
damos muito valor e dedicamos muito tempo para o que importa
menos. Podemos continuar com todas as nossas atividades se as
julgamos importantes, mas em primeiro lugar precisamos tirar um
tempo com Deus, experimentar Deus. E cuidar do nosso corpo é
estar com Deus, porque o Espírito de Deus habita em nós e o EVM
nos ajuda a focar naquilo que mais importa.

Priscila Robinson, 38 anos - Cianorte, PR

O EVM me ajudou a ter constância e disciplina, entendi que meu


corpo é templo do Espírito Santo é preciso cuidar. Devido ao meu
trabalho eu tinha dores no braço direito e no ciático e com os
alongamentos não tenho mais e também melhorou minha postura.
O EVM me ajuda muito a me manter saudável, sem dores e com
a mente saudável também, pois faço meu devocional ao mesmo
tempo e a minha intimidade com o Senhor melhorou muito. Deus
abençoe a Mari por essa iniciativa em dividir a experiência dela
conosco e nos ensinar. Se o EVM não existisse eu estaria com mui-
tas dores e ansiosa.

Quando comecei na jornada dos 42 dias logo na primeira semana


me senti bem mais disposta pois vivia cansada, as juntas estavam

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bem duras pois alguns movimentos eram bem difíceis, mas com
o passar do tempo foi ficando mais fácil lembro que na última se-
mana o último exercício era como se estivesse mergulhando num
rio e o louvor falava exatamente isso que “em tuas águas quero
mergulhar mais fundo...” e a Mari pediu pra gente fazer sozinha,
senti meu corpo quente e foi uma presença maravilhosa do Espírito
Santo que perdurou por todo o dia.

Outra experiência marcante foi a primeira vez que a Mari nos en-
sinou a fazer uma automassagem no rosto. Foi divino! Eu nunca
tinha experimentado. Agora sempre que passo creme no rosto me
lembro e faço como ela ensinou.

Para inspirar outras mulheres eu digo que aumenta a autoestima


e você terá uma experiência maravilhosa com o Senhor. Vale a
pena tentar, sua vida nunca mais será a mesma.

Marcia Pataco, 53 anos, Massachusetts, Estados Unidos.

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Além desses, têm muitos outros testemunhos que me encorajam
a continuar nessa jornada que o Senhor me chamou.

Convidar o Espírito Santo para fazer exercício físico sua mente se


renova, você para de treinar pensando num projeto verão e come-
ça a treinar para um projeto de gratidão a vida que Deus te deu.

Se a sua saúde não serve para servir a Deus ela tem servido para
o quê? Essa pergunta é dura, mas é necessária. Responda essa
pergunta para o Senhor e ore sobre isso!

Vamos viver um Estilo de Vida que glorifica a Deus em tudo que


fazemos?

Quando você tiver a suas experiências com o nosso amigo Espírito


Santo no exercício físico, por favor me conte, compartilhe seu de-
poimento comigo, pois a sua história pode ser um fôlego de vida
para alguém!

E se você autorizar, seu testemunho pode sair na 2ª edição deste


ebook.

Deixa Deus fazer em você, através de você e apesar de você!


Para compartilhar seu testemunho é só enviá-lo para o email
contato@devocionalemmovimento.com.br

Deus te abençoe!

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