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1 Coríntios 1-4

1.1 Introdução

1.1.1 Sequência de Assuntos


Introdução com gratidão (1:1-9):
 elementos comuns na introdução de uma carta
 contém núcleos dos assuntos que serão tratados na carta (como é costume
paulino).
No 1:10 o autor já entra no primeiro assunto da carta.

1.2 A Introdução à Carta (1:1-9)

1.2.1 Introdução
Como é costume na suas cartas, a saudação contém vários elementos básicos dos
assuntos que serão tratados (BKN)—sementes que serão elaboradas no decorrer da
carta.
Os irmãos desta igreja eram chamados:
1. a serem santos (1:2) e
2. à comunhão de Jesus Cristo (1:9)
Os problemas da igreja remontavam a equívocos destas verdades postas em
prática.

1.2.2 Esboço (1:1-9)


Esboço 1
I. Autor (v. 1)
chamado apóstolo
II. Audiente (v. 2)
chamado santos
III. Saudação (v. 3)
IV. Gratidão (v. 4-9)

Esboço 2
I. O Autor (1:1).
II. A Igreja (1:2-3)
III. As Riquezas da Igreja (1:4-9)
A. A graça recebida de Deus (v. 4).
B. Os dons recebida pela igreja (v. 5-7)
C. A garantia possuida de Deus (v. 8-9)

TMF. Análise de 1 Coríntios: caps. 1-4 , v. 2008.3, p. 1


1.2.3 O Autor (v. 1)
“chamado” o ministério de Paulo era um chamado, chamado de Deus.
 o conceito de chamado diferencia o judaio-cristianismo das outra culturas
 cada crente tem chamado e deve procurar cumprí-lo
 Devemos indagar da seguinte maneira—“O que é que Deus quer que eu faça
com a minha vida?”
 nota-se que o chamado não é para um lugar de serviço nem condições físicas
mas de um serviço, aqui no texto ao apostolada e no contexto, muito
sofrimento.
 não é um emprego, nem deve ser visto como carreira profissional (veja 1:18-
31; 4:9-13) (veja Apêndice 1)
 E bom querer ser pastor (1 Tim 3:1), porém deve certificá-se que tem o
chamado divino.
“Sostenes” provavelmente o amenuensi.
 Os comentaristas não podem evitar pensar em Atos 18:17.
 Provavelmente é, pois é tratado como conhecido pelos coríntios.
 Aplicação: “Se for, ele mostra como Deus pode virar o pior jogo em
vantagem final para o crente” (BKN).

1.2.4 Audiente (v. 2)


“à igreja de Deus”—desde já lembrar esses irmãos que a igreja pertence a Deus e não
a uma outra figura (v. 12). “Se os coríntios tivessem reconhecido isso, seus
problemas de divisões talvez não tivessem surgidos” (BKN).
Essa igreja tinha duas características:
1. santificados em Cristo Jesus
comp. Rom 6-8
veja Ryrie, nota
a carta trata de se tornar prática a santificação posicional
“em Cristo Jesus”—a base de união, não só em Corinto mas “em todo...”
2. chamados para ser santos lit. “chamados santos”
também (cf. v. 1) “chamados”, nesse caso “chamados santos”
Essas duas características não se limitava somente à igreja de Corinto (v. 2 “com
todos...” )
incluem todo crente
Aplic.:
Quanto à pergunta—“Qual é meu chamado?” Já foi revelada a maior parte:
santidade.
O crente que se preocupa com sua vida espiritual não precisa se estressar
com seu chamado.
Coloque Deus em primeiro lugar, o resto é detalhe.

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1.2.5 Saudação (v. 3)
“graça” veja v. 4. Variação do cumprimento grego porém distintamente teológico
(veja MORRIS)
Não exatamente uma junção do cumprimento grego (graça) e judaico (paz/
shalom)
“paz” cumprimento judaico mas se torna mais completo após ser conhecedor da
justiça de Deus
veja v. 5-7 esp. o conceito de completo—“não vos falte...” (v. 7)
tudo como deve estar, completo, sadio, “aguardando” (v. 7); “irrepreensivel” (v.
8).
paz de Deus—proveniente dEle
o chamado de Deus para a salvação no faz recipientes da graça de Deus e
beneficiados da paz de Deus (comp. Ef. 1 “todas a bençãos espirituais...”)
A graça de Deus juntou estes irmãos e agora eles deveriam mutuamente demostrar
paz relacional (BKN).
“nosso Pai”—figura de linguagem. Relacionamento.
se limita a crentes
obs. Os liberais falavam muito da “paternidade de Deus” implicando também em
salvação universal. Este conceito deve ser limitado ao sentido que todo ser
humano é criatura de Deus (apesar que muitos desse mesmos liberais rejeitaram a
veracidade de Gên 1-2).

1.2.6 Gratidão (v. 4-9)


v. 4 “dou graças...” Este é o verbo principal dos vss. 4-9.
“a meu Deus”
so podia ser “a Deus” tendo em vista os problemas da igreja. “Gratidão por uma
igreja tão cheia de problemas soa estranho,” porém a esperança da reforma deste
grupo não cabia a Paulo mas devido a obra de Deus nela, e isso era o motivo de
gratidão (BKN).

Nota crítica-textual: deve-se conservar “meu”, apesar que a RA coloca em


colchetes devido o testemunho de a* (Sinaiticus, mão original) (UBS, III)
É comum no N.T. que a gratidão é direcionado a Deus e comunicado aos irmãos.
Rom 16:4 excessão
Aplic. Não esqueça agradecer a Deus (com Col 3:15,16,17; 4:2; comp. Rom
1:21)
A gratidão é devido a “a graça de Deus dada em Cristo...”—salvação (Ef 2:8ss)
tudo que eles eram se devia à graça de Deus
Gratidão por:
1. enriquecido (v. 5)
descrito no v. 5—não riqueza temporal mas “em palavra e ...conhecimento”
(cf. Jer 9:23-24)

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cf. 2 Cor 6:10; 9:11
v. no aor.—algo que já aconteceu
2. estabelecido “confirmado” (v. 6)
um t.t. jurídico para designar um seguro devidamente garantido
aqui se trata da mensagem do evangelho penetrando a vida
cf. v. 8; 2 Cor. 1:21
ilustr.: seguradora reconhecida versus uma “fundo-de-quintal”
v. no aor.—algo acontecido (veja v. 8-9)
3. completo—não falta dons (v. 7)
cf. 8:8
a situação presente. A igreja de Corinto era completo nos dons. Isso não
significa que tinham todos os dons no corpo de Cristo (e.g. apóstolo), mas
que não necessitava algo mais. (comp. o movimento moderno—procurar
ardentemente certos dons que então não havia).
“irrepreensivel” cf Col 1:22
4. confirmado “confirmará” (v. 8)
mesma palavra do v. 6; conjugação do verbo: fut. do ind.
a situação do crente no momento da volta de Cristo é certa. Quadro muito
diferente daquele pregado pelos pentecostais-carismáticos da atualidade.
veja Fp 1:6
veja Ryrie, nota.
5. garantido
baseado, não na habilidade do sujeito manter sua salvação (comp. o quadro
pentecostal), mas no caráter de Deus
“fiel”—relacionado ao conceito “firme”
a. no âmbito do físico: “fixo, imovel” e portanto
b. no âmbito espiritual “imutável”
c. na aplicação prática traduz a “confiavel, digno de se apoiar, de
confiança”
d. pelo hebraico vem transliterado “amen”—seja firmado, afirmativo.

1.2.7 Conclusão e Aplicação


Apesar dos problemas graves incluindo carnalidade e imoralidade, ele começa por
centralizá-se a atenção “em Cristo Jesus” e afirma o destino do crente completa e
garantida na fidelidade de Deus (v. 9). Isso traz conforto e certeza perante nossas
próprias falhas, aliás pecados.

1.2.8 Apêndice (1:1-9)


Os Crentes em Corinto
Santificados (v. 2)
Abençoados
agraciados (v. 4)
TMF. Análise de 1 Coríntios: caps. 1-4 , v. 2008.3, p. 4
“graça”—receptores da graça de Deus
em Cristo
enriquecidos (v. 5)
“em toda palavra e em todo o conhecimento”
confirmados (v. 6)
a. no testemunho de Cristo
o evangelho aceito
os dons espirituais dados (v. 7.a.)
b. no tempo (até o fim v. 8)
c. no teor—irrepreensivel (que Cristo se revelar, v. 8.b.)
garantidos (v. 9)
“Fiel é Deus” (também v. 8.b.)
sequência enfática; a fidelidade de Deus (comp. “Deus é fiel”).

1.3 Exortação a união (1:10-4:21)

1.3.1 Panorama do Trecho:


Exortação inicial e fatos de divisões (1:10-17)
A mensagem evangélica é loucura (humanamente falando) (1:18-25)
O crente é louco (humanamente falando) (1:26-31)
o propósito: vs. 31 ninguém se achar superior
Paulo não veio (na fundação) com sabedoria humana (2:1-5)
Porém o evangelho é sabedoria (sendo sabedoria divina), compreendida pelo crente
(2:6-16).
Paulo não pôde, nem ainda pode fala sabedoria espiritual pois ainda estão
imaduros (evidenciado pelo partidarismos e lealdade indevido a meros servos)
(3:1-4; 5-10).
Os ministros são servos [(3:5-10)] na construção do edifício que pertence a Deus,
aliás tudo pertence a Ele (3:10-23).
portanto o requerimento básico do lider é fidelidade (4:1-5)
Paulo escreveu esta cousas para que ninguém se ensoberbeça. Há contraste com a
mente do soberbo (abastado, satisfeito) e a situação de Paulo (oprimido, desprezado)
(4:6-13)
*obs. Soberba fazia parte do problema fundamental dos coríntios (comp 1:31;
4:6, 18-19)
Esta admoestação vem do pai na fé e cabe a “vós decidir como vai responder porque
irei visitar-vós.” (4:14-21)

O Problema: Partidarismo
claramente identificado: divisões ou facções na igreja
a raíz do problema: orgulho, soberba
O Procedimento: Doutrina, não Legislação

TMF. Análise de 1 Coríntios: caps. 1-4 , v. 2008.3, p. 5


O procedimento costumavel de Paulo diante dos problemas é através de ensino ou
doutrina
Teria sido mais fácil legislar uma comportamento, porém o autor se preocupa
com o pensamento fundamental por trás das atitudes.
A Prescrição: Pensar corretamente
“A solução do problema está em pensar corretamente” (MACARTHUR, 87).
(comp. Apêndice, abaixo)
O ensino que ele prescreve:
Conceito correto do evangelho (1:18-25)
Conceito correto do crente (1:26-29)
Conceito correto do procedimento de Paulo entre eles (2:1-5)
Conceito correto de sabedoria divina (2:6-16)
Conceito correto deles mesmo (até então) (3:1-4)
carnais, bebê-adultos, longe de onde deveriam estar
Conceito correto do ministro (3:5-9)
Conceito correto da igreja (3:10-23)
pertence a Deus
Conceito correto do cargo (4:1-5)
“ministros” e “despenseiros” cujo requerimento básico é fidelidade e
que responderão ao Senhor no julgamento.
O Problema básico: soberba (4:6-13)
todo partidarismo provém de um senso que sou melhor ou mais correto
que os outros.
Conclusão: Paulo com pai na fé virá. Admoestação a imitar o pai (4:14-21).

1.3.2 Sequência de Assuntos


Introdução com gratidão (1:1-9)
Exortação a união (vs. principal v. 10)
Partidos (prova/ explica que há divisões?) (v. 12)
Poucos batizados por Paulo (v. 14)
Evangelizava, não em palavras sábias, para que a cruz não seja anulada
pois a cruz é loucura para o mundo (v. 18-25)
Deus sabiamente escolheu um meio louco para a salvação para excluir tudo
além da fé.
até o meio era escolhido para reduzir a salvação à fé somente (v. 21);
pelo poder de Deus somente (v. 24)
excluindo o que atraente à cultura
exemplo dentre os próprios Coríntios (v. 26ss)
para excluir qualquer orgulho a não ser, orgulhar no Senhor (v. 31)
O propósito do plano sábio de Deus é que o homem glorie-se no Senhor.
cap. 2
O Passado: a vinda de Paulo. Começo humilde
não em palavras persuasivas mas demonstração de Espírito e poder
TMF. Análise de 1 Coríntios: caps. 1-4 , v. 2008.3, p. 6
O Presente: Falando sabedoria ao maduro
a vinda de Cristo—então oculta mas agora para os que O amam.
divinamente revelada.
cap. 3 (Paulo aplicando, o que ele acabou de explicar, a seu ensino)
Não pôde vir falar aos sábios mas dando leite
e ainda estão carnais

Todos estes (Paulo, Apolo, etc) são simples servos, cada qual com sua
recompensa
figura de construção/ prédio
prova de qualidade—se permanecer
Imperativo contra auto-engano: sabedoria divina versus “sabedoria” mundana
duas citações ref. a sabedoria de Deus
tudo pertence a Cristo... a Deus.
cap. 4 Fidelidade do “ministro” e “despenseiro”
Soberba,
Admoestação

1.3.3 Estrutura Literária


Cap. 1-4 tratam de um único assunto: a união da igreja em Corinto, sendo que o V.
principal se encontra no 1:10: “Rogo-vos...que faleis todos a mesma cousa.”
Dois verbos gerais:
1:10 “Rogo-vos”
4:16 “Admoesto-vos”

1.3.4 Esboço
RYRIE
A. O Fato das divisões (1:10-17)
B. As causas das Divisões (1:18-2:16)
1. A falta de compreensão da mensagem divina da cruz (1:18-2:5)
2. A falta de compreensão do ministério de revelação do Espírito (2:6-16)
C. As consequências das Divisões (3:1-4:5)
1. O crescimento espiritual é prejudicado (3:1-9)
2. Os galardões se perderão (3:10-4:5)
D. O Exemplo de Paulo (4:6-21)

comp. c/ BKN
...B. As Causas de Divisão (1:18-4:5)
desentendimento da mensagem (1:18-3:4)
desentendimento do ministério (3:5-4:5)
C. A Cura para Divisão (4:6-21)
O Problema: Orgulho (4:6)

TMF. Análise de 1 Coríntios: caps. 1-4 , v. 2008.3, p. 7


A Solução: Imitar a Paulo (4:16)

Esboço 2 (de HOYT??)


I. O Caso das Divisões (1:10-12)
II. As Causas das Divisões (1:13-4:5)
[veja Apêndice]
A. Um conceito errado de Cristo (1:13-17)
B. Um conceito errado do Evangelho (1:18-26)
C. Um conceito errado da Igreja (1:26-31)
D. Um conceito errado de sabedoria (2:1-3:12)
E. Um conceito errado do ministério (3:13-17)
III. A Conclusão do Caso das Divisões (4:6-21)

Esboços Homiléticos
O Partido Paulinista—por batismo (1:12-17)
O Partido Apolonista—por sabedoria (1:18-25)
O Partido Petrino—por posição/raça ou lei (1:26-28)
A Solução—glorie-se no Senhor (1:31)

1.3.5 Propósitos
Tratar com o problema de divisões na igreja. Ele não resolve com ação mas combate
o problema com ensinamento. Esta característica Paulina é repetida à carta toda.

1.3.6 Chaves
Versículos
1:10 O Fato de divisões
1:31 Glorie-se no Senhor e não se ensoberbeça
3:2 Eles ainda não podiam suportar alimento sólido
3:5 Líderes são “servos por meio de quem...”
4:1 Líderes são “ministros” e “despenseiros”
4:2 Se requer a fidelidade
Tema
Exortação a união. Ensino para combater as divisões na igreja de Corinto.

1.3.7 Mensagem
Esboço do cap. 1
I. Exortação a união (v. 10)
II. Explicação: partidarismo (v. 11)
III. Evangelho: loucura humana (v. 18-25)
IV. Escolha: loucos (v. 26-31)

TMF. Análise de 1 Coríntios: caps. 1-4 , v. 2008.3, p. 8


I. Exortação a União (1:1-17)
Paulo começa exortando a união entre os irmãos. A presença de divisões ou partidos
comprova que precisavam da exortação.

Esboço de MacArthur (p. 25)


I. Um pedido para união doutrinária (v. 10).
II. Os partidos que eram leais a homens (v.11-12)
III. O princípio de união em Cristo (v. 13a)
IV. A prioridade da pregação (v. 13b-17)

v. 10 A união tratada aqui era dentro da congregação local


não a união mística do crente no corpo de Cristo, “em Cristo” (comp. Efésios).
não se trata de união denominacional.
1:12 Apolo ministrou na Acaia (e Corinto) após Paulo (Atos 18:24-19:1)

II. Locura: A Cruz, o Crente e Paulo (1:18-2:5)


O propósito deste trecho é mostrar que os crentes coríntios não deviam buscar as
“virtudes” gregas... humanas... mundana, esp. o orgulho, pois o evangelho é locura
para estes e a escolha divina não contempla estas características.

A Mensagem louca (v. 18-25)


As facções em Corinto eram irracionais pois todos os irmãos subscreveram a uma
loucura (mensagem e método) segundo os padrões humanos.

1:21 Interpretação “aprouve a Deus... pela loucura da pregação”


Qual o sentido da frase “da pregação”?
a. O conteúdo da mensagem
 “A pregação refer-se ao conteúdo da mensagem, e não ao método de
sua apresentação” (Ryrie, nota 1:21).
 Certamente o Messias crucificado era escândalo para o Judeu e loucura
para o grego (1:23). A morte vergonhosa de cruz não enquadrava na
esperança messiânica judaica. Humildade (Fil 2:7ss) era desprezada
pelo grego como também a noção de ressurreição (At 17:32).
 A ênfase (devido a conjugação) no vs. 23 está na crucificação
b. A forma ou método de apresentação
 Faz parte do argumento paulino (comp. 2:1-5), esp. 2:4
 supõe-se que os coríntios não reclamavam do conteúdo dos vários
líderes mas do estilo (esp. à luz de Atos 18:24.
 1:17.c o evangelismo não era “com sabedoria de palavra”
 As palavras para pregação (e.g. , ) não englobam
na arte da oratória tão estimada pelos gregos (MAKUJIMA, 285ss)
Implicações:

TMF. Análise de 1 Coríntios: caps. 1-4 , v. 2008.3, p. 9


baseado na hipótese que se trata exclusivamente do conteúdo, é justificado
qualquer e todo meio para alcançar o descrente (e.g. shows de rock, etc.).
Alegam-se—“Afinal, somente o conteúdo é fundamental. Nossa letra sadia
é posta em forma atrativa à cultura moderna.”
c. Se trata de ambos a mensagem como também o método (veja MORRIS)
Deus sabiamente escolheu o meio louco de salvação a fim de excluir todo
além da fé. Não somente a mensagem mas também o meio era calculada
para reduzir a salvação somente pela fé (v. 21), unicamente pelo poder de
Deus (v. 24) à exclusão daquilo que era culturamente atrativo (v. 22). O
propósito deste plano sábio divino era que o ser humano orgulhasse (“glorie-
se”) no SENHOR (e não na sua lealdade partidária).

1:22-23 “pedem...mas” (“pedem” = “buscam”)


Parece que o apóstolo propositadamente não se conformava a sua igreja ao gosto
do freguês.
1:23 “escândalo”—algo offensivo, repugnante; estimulava oposição, ira, rejeição
(BAGD). A noção do Messias sofredor—morto de forma mais repudiante imaginável
—não dava certo.
1:23 Obs. que no N.T. há três categorias de povos: “Judeus...Gentios... e chamados”
(1:23-24). Implica-se que não houve transposicionamento da igreja no lugar dos
Judeus.
1:21-24 O ser humano a sós é incapaz de chegar ou alcançar a Deus; incapza de
conhecer a Ele. A inteligência, a filosofia, a lógica são insuficientes. Deus
deliberadamente desenvolveu Seu método justamente para excluir o home orgulhoso
de sua suposta posição, posse ou perícia. A lógica deixa o ser humano cambaleando
na sua própria estultícia.
O Crente louco (v. 26-31)
As facções em corinto eram loucas pois a maioria dos irmãos eram nada antes da
conversão e tudo que passaram a ser se devia à escolha divina. Aliás, o plano divino
aproveita especialmente os “ninguéns.”
Esboço homilético (1:26-31)
Introd: Havia problemas na igreja: uma falta de união
Era devido o conceito errado de si mesmo—orgulho
Estrutura do Texto
v. 26-29 corpo do ensino
v. 30-31 resumo do ensino
I. A nossa Procedência—“não muitos...” (v. 26)
(obs. isso não exclui de forma absoluta os ricos, etc.)
II. A divina Promoção (escolha) (v. 27-28)
III. O Propósito (v. 29, 31)
Ef 2:9
Jer 9:23-24 (cx queda de Jerusalém)

TMF. Análise de 1 Coríntios: caps. 1-4 , v. 2008.3, p. 10


O evangelho foi elaborado justamente para parecer loucura. Isso foi de propósito:
1:26, 31.
1:31 “gloriar” (cf 3:21; 4:6). Deus, através do evangelho, eleva o mais humildes a
serem cidadões celestiais (e deixa de lado os orgulhosos). Tudo isso temo o propósito
de exaltar o caráter de Deus, a bondade divina.

O Exemplo de Paulo (2:1-5)


explica o anterior. Aqui Paulo traz como exêmplo seu próprio procedimento.
O Passado Procedimento de Paulo (2:1-4):
 Exemplo do que acabou de ensinar
 A chegada de Paulo a Corinto na fundação da igreja:
- não em ostentação nem sabedoria.
obs. aplic. que sua conduta correspondeu com sua afirmação (cf. v.
18ss.)
- Não em pomposidade ou pretensioso mas em poder
- obs.: “poder”—o poder de vidas transformadas e pecado superado
- a ausência de erudição (“sabedoria”), atração (“show”), emoção (“sinais”)
ou estimulação (marqueting), era proposital.
O Propósito do Procedimento de Paulo (2:5)
Fé apoiada exclusivamente em Deus
Paulo guardava para que as pessoas não se convertia a ele mesmo.
Paulo cuidava para que as pessoas não se convertia a um método ou programação
O Presente (então) Princípio (ensino) de Paulo (2:6)
Ensino espiritual, de procedência Espiritual, para homens espirituais.
Aplic.
No evangelismo:
As vezes almejamos uma inteligência, eloquência, poder persuasivo ou perícia
apologética para conquistar e envergonhar a oposição. Porém devemos lembrar
que não cabe a nós convencer o incrédulo à salvação.
Na igreja:
É moda atual usar diversos meios para atrair o incrédulo à igreja para lá então
tomar uma decisão. Pressupõe algumas conceitos teológicos:
1. que é necessário atraí-lo com algo que ele gosta. “Pescaria precisa de
isca.”
2. que o incrédulo é neutro na sua escolha de cousas espirituais (Rom 3:11)
ou que é capaz de avaliar cousas espirituais (comp. 2:15).
cf. “[O Espírito de Deus no crente] faze dele um enigma para o homem
natural” (MORRIS, 49).
3. que o ministério dominical tem caráter principalmente evangelístico

III. A Sabedoria Divina (cap. 2:6-16)

TMF. Análise de 1 Coríntios: caps. 1-4 , v. 2008.3, p. 11


Existe uma sabedoria divina, um ensino profundo. Era oculta no passado, esp. na
crucificação do Messias, porém revelada a nós por Deus. O evangelho de fato é
sabedoria, porém sabedoria de padrão divino, de nivel celestial.

Porém Paulo não pôde proceder ou tratá-los como espirituais (3:1)


A carnalidade comprovou sua imaturidade. O partidarismo proibiu proceder
como se fossem maduros.
Ele não pôde ensinar sabedoria divina
obs. “mistério” e “sabedoria divina/ espiritual” não se refere a verdades
ocultas à maioria das pessoas sendo reservados a uma classe “iniciada” mas
se trata de verdades Bíblicas/teológicas além do simples evangelho,
provavelmente a doutrinas de Salvação (e.g. eleição, justificação, redenção,
santificação, vindicação—comp. Romanos) (veja MORRIS).
Parece que o apóstolo considerava todo crente um teólogo. Aprofundamento
teológico não era restrita à liderança. Todos deviam aumentar sua sabedoria
espiritual.
Anotações
2:15 “espiritual” cf. 3:1; 14:37
IV. A Imaturidade Coríntia (3:1-4:5)
No capítulo 3, mais uma vez, continua integralmente ligado ao anterior. Começa
lembrando que no início ele não pôde ensinar como maduros na fé mas,
passa a repreender v. 2 “Nem ainda agora podeis (suportá-lo).”
A ênfase neste trecho está na frase “...de Deus” chegando a um clímax no 3:21-23.

Esboço
Conceito correto dos fundadores/ líderes (3:1-9)
“de Deus” (cinco vezes—v. 6,7, 9). O trabalho é feito por Deus.
são meros “servos por meio...” (3:5)
exemplo da agricultural
Conceito correto do edifício (3:10-23)
“de Deus” (v. 23) Tudo pertence a Deus.
exemplo da construção
Apesar que as etapas sejam “terceirizadas,” a obra pertence a Deus.
Conceito correto da avaliação (4:1-5)
A avaliação não é feita por homens mas por Deus
“ministros” e “despenseiros... de Deus” (4:2)
“louvor da parte de Deus” (4:5)
exemplo da economia/ administração
A avaliação não é feita segundo o padrão humano mas Divino
Qualidade não quantidade (3:13-15)
O requerimento fundamental: fidelidade (a Deus) (4:2)

Anotações
TMF. Análise de 1 Coríntios: caps. 1-4 , v. 2008.3, p. 12
3:1 “carnais”
Há uma linha teológica evangélica que não aceita a possibilidade de crente
carnal. Porém observe as três categorias contidas no Texto:
1. o natural (2:14)—uma pessoa voltada à vida fisica
 --relativa à palavra “alma” (comp. Gên 1:21, 24; 2:7
“ser/alma vivente”)
 O ser humano foi criado de forma que abrangesse ambas as esferas
—natural e espiritual—porém, com o pecado, perdeu a comunhão
com Deus e passou a ser morto espiritualmente, necessitado do
novo nascimento (Jo 3; cf. Tiago 3:13-15-18). Logo, este é restrito
à ordem da natureza/criação; limitado ao físico; preso à carne
(Judas 19, cf. Ryrie nota).
 veja MORRIS
 Nela está ausente do Espírito Santo e portanto não pertence a Cristo
(Rom 8:9) contrastado com a pessoa atenta ao espiritual cf. 2 Cor
4:18
 Características: não aceita; considera locura; é incapaz de apreciar;
não tem discernimento espiritual. Ex: “Como o surdo que critica a
música e o cego que zomba da arte, assim é o incrédulo quanto à
Palavra de Deus e o evangelho” (LOWERY em BKN).
 Esboço:
a. A Descrição do homem natural (v. 14.a)
afirmação: rejeita; não suporta ou tolera as cousa do Espírito
Santo de Deus
causa: para ele estas são loucura (cf. 1:18-25)
b. A Deficiência do homem natural (v. 14.b) por meio de
afirmação e causa
afirmação: incapaz de entender
causa: as cousas do Espírito de Deus são discernidas
espiritualmente
c. Aplicação: Dois caminhos, duas pessoas, duas frutas; dois
destinos (cf. Sl 1; Mt 7:13-14 (tb. vs. 15-20—falsos mestres;
verdadeiro fruto); cf. Fil 3:18-19 cousas terrenas contraste com
v. 20-21 a pátria celestial.
2. o espiritual (2:15)
 a pessoa controlada/ guiada pelo Espírito Santo. Ela está
sintonizada ao âmbito espíritual.
 comp. Jo 4:24; Rom 8:10; Gal 5:22-23
 Características: tem o Espírito Santo; compreende a dimensão
espiritual
a. é crente: cf. v. 12 (tb. Rom 8:9; 1 Cor 12:13)
b. é maduro: pode avaliar, peneirar, discernir. cf. Heb 5:11-
14. Isso requer: 1. conhecimento da Palavra de Deus; 2.
TMF. Análise de 1 Coríntios: caps. 1-4 , v. 2008.3, p. 13
comportamento coerente à Palavra de Deus; 3. comunhão
com Deus—interação, relacionamento—orar a Deus e
ouvir pela Palavra de Deus, a Bíblia. Em fim, ela tem “a
mente de Cristo” (2:16.b).
c. é autônomo (cf. v. 15.b): O descrente ou crente carnal não
é capaz de avaliar o crente maduro. Por estar sintonizado
ao Espírito Santo, este pode compreender uma perspectiva
além do alcance físico (e.g. ser pastor, missionário, obreiro
não faz sentido ao incrédulo além de achar bonito a
expressão altruista de ação social.
3. o carnal (3:1-4)
 contraste interno do homem espiritual,
a. identificados como “irmãos” (3:1);
- comp. Gal 5:13, 16-18; 6:1 deixam claro a possibilidade do
crente agir na carne
b. considerados “crianças em Cristo”
- conhecimento limitado. Eram incapazes de receber “alimento
sólido” (3:2). Ao passo que o natural “não aceita...”, o carnal
“não é instruido.” No contexto se trata da situação quando
eram novos convertidos e, portanto, não dignos de censura.
-comportamento limitado. Eram incoerentes às verdades
evangélicas. Visto pela presença de ciúmes e contendas;
divisões e partidarismo; em fim, soberba.
 estado não esperado de crentes há muito tempo (“Nem ainda
agora...” 3:2). Obs.: +/- 5 anos desde a fundação da igreja.
 caracterizado por andar “segundo o homem” e ser partidarista.
Paulo indica que os problemas (esp. partidarismo) na igreja de
Corinto eram expressões da carne. (cf. Gál 5:19-21).
 Apesar que haja teólogos que negam esta categoria de crente, crê-se
que isso é influência do seu sistema teológico imposto sobre o
Texto. Resumidamente, esta posição raciocina-se o seguinte—“Se
salvação requer o senhorio de Jesus na vida da pessoa, logo, a
pessoa que não demostra crescimento espiritual não é salvo pois ela
recusa obedecer o Senhor Jesus.”
 deve-se lembrar que “espiritual” e “carnal” se tratam de controle
interno. O termo fala de uma orientação de vida ou hábito de
preferência nas escolhas. Comp. Rom 8:5ss onde se usa as figuras
“andar, cogitar, inclinar, estar na” carne ou Espírito.
 Este é “nascido de novo mas controlado/ dominado pela carne
(Rom 7:14,18; 1 Cor 3:3)” (HOYT).
3:2 leite (vs. carne). O contraste não está na natureza secreta (e.g. religiões místicas)
ou difícil (e.g. seitas que precisam ocultar as aberrações mais extremas) das doutrinas
cristã. Aqui fala do esforço necessário para beneficiar delas (HOYT?, p. 22)..
TMF. Análise de 1 Coríntios: caps. 1-4 , v. 2008.3, p. 14
 cf. Heb 5:13 a criaça precisa de leite mas deve avançar à carne
 leite pode ser figura da Palavra toda (1 Ped 2:1; cf. tb. Heb 5:10-11; 6:1-2).
 carne se refere às verdades que requerem disposição para receber, digerir e
por em práticas.

3:3-4 O autor levanta de novo o partidarismo como prova da carnalidade


Esboço de 3:3-4:5 por HOYT (24.)
Tinham falso conceito do ministério cristão. Os ministros são:
1. servos pertencentes a Deus (3:3-6)
2. patentes iguais que diferem somente nos dons (3:7-9)
3. no final, prestam contas a Deus (3:10-17)
4. possessão da igreja (3:18-23)
5. recompensados por Deus (4:1-5)
3:5 “quem é Apolo...Paulo?” no sentido de “que tipo” (veja MORRIS, tb. BAGD)
3:5 “servos por meio de quem crestes”
 (veja MORRIS, 52 “salienta o caráter modesto do serviço prestado.”)
 aqui a palavra não é “escravo” mas a mesma da qual se deriva “diácono.”
 veja Apêndice
 “Paulo e Apolo não estavam competindo um com o outro. Eram parceiros
na obra de Deus” (3:5-9) (DOCKERY, 727).
3:10 cada um trabalha a Deus
3:12 “ouro, prata... palha” veja MORRIS
Não há graduação de valor nessas figuras. Falam do nosso propósito.
cf. MacArthur, 82-83: Esses materiais não representam riqueza, talentos nem
oportunidade. Representam a resposta do crente àquilo que tem. Como servem
ao Senhor com o que foi entregue? Representam as nossas obras (comp. Ef 2:10;
Col 1:10). Todo crente é construtor e cabe a cada crente construir com o melhor
material—suas melhores obras.
MacArthur sugere que construimos ao Senhor em três maneiras (MACARTHUR,
83-84):
1. Nosso motivos
Por que fazemos o que fazemos: pressão ou amor? (e.g. evangelismo no
sábado à tarde)
2. Nossa conduta
Fazendo algo que realmente tenha resultados eternos.
comp 2 Cor 5:10
3. Nosso serviço
Fazendo o que Deus quer que fizermos—usando nossos dons
espirituais.
3:13 “qual seja” = “que tipo de trabalho”
“O que conta é a qualidade da obra, não a quantidade” (MORRIS, 55)
o contexto não é salvação (BAXTER, VI:107)
Esboço de 3:18-23 por MACARTHUR (87ss.)
TMF. Análise de 1 Coríntios: caps. 1-4 , v. 2008.3, p. 15
Como alcançar e manter união na igreja? Deve ter:
1. O Conceito correto do nós mesmo (v. 18-20)
2. O Conceito correto dos outros (v. 21-22a)
3. O Conceito correto das Posses (v. 22b)
4. O Conceito correto do Possuidor (Aquele que nos possui—Jesus Cristo) (v.
23)

3:21 “gloriar” (cf 1:31; 4:6)


4:1, 2 “despenseiro” Palavra relacionada à administração de uma casa grande mas
empreendida em vários contextos. “mordomo, administrador”
 Palavra usada tanto em empreendimento privado (Lc 12:42; 16:1,3,8) como
público (Rom 16:23—tesoureiro). Como figura de linguagem dos apóstolos
(1 Cor 4:1), do bispo (Tito 1:7) e do crente (1 Pd 4:10).
 Um conceito bíblico básico da responsabilidade do homem debaixo do
Criador (Gên 1:26-28 “dominar” e “sujeitar”).
 comp. tb. dispensação Ef 1:10; 3:2,9; 1 Cor 9:17; Col 1:25
 comp. José: Gên 39:6ss; 39:21ss; 41:40
4:2 “seja encontrado fiel”
 Fidelidade se mede com a eternidade.
 Mede permanência e consistência; resistência e perseverança.
 veja MORRIS—pela natureza de despenseiro (pouco supervisionado),
fidelidade é fundamental
 Aplic.: O ministro de Jesus, esp. o pastor, tem muita flexibilidade. Devemos
ser cuidadosos e diligentes quanto ao nosso serviço a Deus e à igreja.
4:4 A avaliação será feita por Deus o qual medirá cousas invisíveis incluindo também
os motivos. Apesar que não será feita à base de critérios humanos, constará mais do
que meras intenções. Boas intenções não justificam o erro; sinceridade não é
suficiente.

V. O Problema Fundamental e Conclusão (4:6-21)


Esboço
O Problema Fundamental: soberba (v. 6-7).
A Evidência do problema (v. 8).
A Realidade da Paulo (v. 9-13).
extremamente sofrido, maltratado e desprezado.
O Propósito da admoestação (v. 14-16).
proveniente do relacionamento único de Paulo com os coríntios—pai na fé.
admoestou imitá-lo.
se o pai experimentavatudo isso (v. 9-13), os filhos poderiam esperar também
A Advertência (v. 17-21)

Anotações
4:6 Apolo estava com Paulo no momento (cf. 16:12)
TMF. Análise de 1 Coríntios: caps. 1-4 , v. 2008.3, p. 16
4:6 soberba: cf. 4:18,19; 5:6; 8:1; comp. 1:29,31
o partidarismo na igreja remonta a soberba, pois estes expressam o egoísmo—
cada um se acha melhor; do partido “mais correto”; do candidato superior; da
posição mais inteligente; etc.
Em fim, mediram e avaliaram as contendas com padrões naturais; mundanos.
4:12 cf. MORRIS e tb.15:58
4:16 “Admoesto-vos” Aqui se encontra o segundo verbo principal do trecho caps. 1-
4. (comp. 1:10).
Segundo MORRIS, nesta seção (4:8-13) há contraste entre valores: cristão vs. grego
(MORRIS).

1.3.8 Aplicação
A beleza da comunhão e a tristeza do partidarismo
uma pessoa carnal promove divisão na igreja. Ela procura queixar contra
qualquer cousa.
Por outro lado, veja uma descrição da beleza da comunhão conforme Sl 133 e a
importância de ser espiritual.
A melhor vacina contra o partidarismo ou divisão é promover o crescimento
espiritual (cf. 3:2).
Pensar corretamente e imitar os pais na fé
Isso vem através da Palavra de Deus 2 Tim 3:14-4:2.
O Conceito correto do ministro. Sua posição diante de Deus e da obra.

1.3.9 Apêndice
1.3.9.1 Considerações quanto ao Evangelho
Os caminhos do mundo são opostos ao caminho do SENHOR. Observa-se que a
mensagem evangélica:
 não vem pelos meios esperados pelo mundo (1:18-25)
 não atingem as pessoas esperadas pelo mundo (1:26-30)
 não vem pela forma esperada pelo mundo (2:1-5)

1.3.9.2 Considerações quanto ao Partidarismo


As Causas do Partidarismo
Divisões ou partidarismo remonta a doutrina, i.e. pensar incorretamente. Observa-se
os falsos conceitos que são corrigidos (HOYT? apostila do Grace Seminary cedido
pelo Pr. Ricardo Matthews, p. 9).
1. Tinham falso conceito de Cristo (1:13-17).
2. Tinham falso conceito do evangelho (1:18-26).
3. Tinham falso conceito da igreja (1:26-31).
4. Tinham falso conceito da sabedoria (2:1-3:2).
TMF. Análise de 1 Coríntios: caps. 1-4 , v. 2008.3, p. 17
5. Tinham falso conceito do ministério (3:3-4:5).

Os Erros do Partidarismo
(BAXTER VI:97)
 cap. 1 Partidarismo que exaltava o homem (v. 10-17) é errado porque salvação
pela cruz anula ao todo a sabedoria humana (v. 18-31)
 cap. 3 Partidarismo que exaltava o homem é errado porque a sabedoria
verdadeira é concedido pelo Espírito, e não por homem (vs. 5-13).
 cap. 3-4 Partidarismo que exaltava o homem é errado porque mestres humanos
são meramente despenseiros: o poder é de Deus (3:5,6, 21; 4:1)

A Solução para o Partidarismo:


 Meio a batalha contra o partidarismo, Paulo ensina uma compreensão correta do
evangelho e ministério (Baxter VI:105)
1. É loucura para o sábio deste mundo (1:18-31)
2. Sua operação no pregador e ouvinte (2:1-16)
 poder pelo pregador (v. 1-18)
 revelação no ouvinte (v. 9-16)
3. Seus mestres e a assembléia local (3:1-23)
 são cooperadores de Deus (v. 5-15)
 são dádivas à assembléia (v. 16-23)
[????]
4. Seus ministros são responsáveis a Deus (4:1-21)
 os verdadeiros serão vindicados (v. 1-7)
 alguns farão sacrifícios dispendiosos (v. 8-21)
5. Suas demandas de santidade aos crentes (cap. 5-6)
 a assembléia deve expulsar a impureza (cap. 5)
 Não ao defraudar! Não à impureza (cap. 6)

1.3.9.3 Apelo por John PIPER


(Extraído do livro PIPER, John, Brothers, we are not Professionals. (Irmãos, não
somos profissionais) Nashville, EUA: Broadman & Holman Publishers, 2002, cap.
1).
Nós pastores estamos sendo mortos pela profissionalização do ministério
pastoral. A mente do profissional não é a mente do profeta. Não é a mente do
escravo de Cristo. Professionalismo não tem nada a ver com a essência e o coração
do ministério cristão. Quanto mais profissionais desejarmos ser, a mais morte
espiritual deixaremos em nossos rastos. Não há profissionalismo infantil (Mt 18:3);
não há compaixão profissional (Ef 4:32); não há suspiro profissional por Deus (Sl
42:1).

TMF. Análise de 1 Coríntios: caps. 1-4 , v. 2008.3, p. 18


Nosso primeiro negócio é suspirar por Deus em oração. Nosso negócio é
lamentar pelo pecado (Tiago 4:9). Há lamento profissional? Nosso negócio é almejar
à santidade de Cristo e avançar ao prêmio de Deus (Fil 3:14); esbofetear nossos
corpos e subjugá-los para que não sejamos rejeitados (1 Cor. 9:27); negar-nos e tomar
diariamente a cruz ensaguentada (Lc 9:23). Como é que portamos a cruz
profissionalmente? Fomos crucificados com Cristo, porém agora vivemos pela fé
naquele que nos amou e a si mesmo se entregou por nós (Gal 2:20). O que é fé
profissional?
Não devemos nos encher com vinho, mas com o Espírito (Ef 5:18). Somos
divinamente procurados a ser amantes de Cristo. Como podemos ser
profissionalmente embriagados com Jesus? Portanto, maravilha das maravilhas, foi
nos confiado o tesouro evangélico a ser portado em vasos de barro a fim de mostrar o
transcendente poder de Deus (2 Cor 4:7). Existe maneira de ser vaso de barro
profissional?
Somos atribulados, porém não machucados, perplexos mas não levados ao
desespero, perseguidos mas não destruídos, sempre levando no corpo a morte de
Jesus (profissionalmente?) para que a vida de Jesus se manifeste (profissionalmente?)
em nossos corpos (2 Cor. 4:9-11).
Acho que Deus exibiu nós pregadores como os últimos no mundo. Somos loucos
por causa de Cristo, mas profissionais são sábios. Somos fracos, mas profissionais
são fortes. Profissionalismo é estimado; mas nós, desprezados. Não tentamos
assegurar um padrão de vida profissional, mas estamos prontos a passar fome e sede e
ser mal vestidos e ficar sem teto. Quando injuriados, bendizemos; quando
perseguidos, suportamos; quando caluniados, tentamos conciliar; temos chegado a ser
considerados lixo do mundo, escória de todos (1 Cor. 4:9-13). Ou será que fomos?
Irmãos, nós não somos profissionais. Somos réprobos. Somos estrangeiros e
exilados no mundo (1 Pd 2:11). Nossa cidadania está no céu, e atenciosamente
aguardamos o Senhor (Fp 3:20). Não se pode profissionalizar o amor pela Sua vinda
sem matá-lo. E está sendo matado/ abatido.
Os alvos do nosso ministério são eternos e espirituais. Não são compartilhados
por nenhuma profissão. É precisamente por falha de enxergar isto que estamos
morrendo.
...O mundo estabelece a agenda do homem profissional; Deus faz a agenda do
homem espiritual... Há diferença infinita entre o pastor cujo coração se fixa a ser
profissional e o pastor cujo coração está na fragrância de Cristo—cheiro de morte
para alguns e vida eterna para outros (2 Cor 2:15-16).
Deus, livra-nos dos profissionalizantes! Livra-nos do “pensamento baixo,
gerencial, maquinante, manipulante entre nós.”* Deus, dá nos lágrimas pelos nossos
pecados. Perdoa-nos por sermos tão rasos em oração, tão leves na compreensão das
verdades santas, tão contentes entre vizinhos perecendo, tão ausentes de paixão e
fervor nas nossas conversas... Que Cristo seja tudo e em todos (Col. 3:11)...

TMF. Análise de 1 Coríntios: caps. 1-4 , v. 2008.3, p. 19


* Richard Cecil citado em E. M. BOUNDS, Power through Prayer (Grand Rapids,
Mich. Baker Book House, 1972), 59)

Bibliografia suplementar
BAXTER, J. Sidlow, Explore the Book. (Examinai as Escrituras).

TMF. Análise de 1 Coríntios: caps. 1-4 , v. 2008.3, p. 20

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