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IGREJA CRISTÃ DA LUZ CFOL – Curso de Formação de Obreiros e Líderes

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IGREJA CRISTÃ DA LUZ CFOL – Curso de Formação de Obreiros e Líderes

Sumário

Oração: Canal Divino de Poder.........................................................................................................3

As Leis do Poder...............................................................................................................................6

Cuidando de Nós Mesmos................................................................................................................9

Com Tudo que Possuis, Adquire Unção.........................................................................................13

O Fervor no Púlpito deve ser Real..................................................................................................15

Como Avalio a Mim mesmo?..........................................................................................................16

Continue Estudando........................................................................................................................21

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Oração: Canal Divino de Poder


“Todo declínio espiritual começa com a negligência da oração. Nenhum coração pode
desenvolver-se bem sem muita comunhão íntima com Deus; não existe nada que possa
compensar a falta dela”
Berridge

Estamos constantemente empenhados, senão obcecados, em arquitetar novos métodos,


novos planos e novas organizações para fazer a Igreja progredir e assegurar a divulgação e a
eficiência do Evangelho. Essa direção hodierna tem a tendência de perder a visão do homem ou
afogar o homem no plano ou na organização. O Plano de Deus é usar o homem e usá-lo muito
mais do qualquer outra coisa. Homens são o método de Deus.

A Igreja está procurando métodos melhores; Deus está buscando homens melhores.
“Houve um homem enviado por Deus cujo nome era João” (Jo. 1:6). A dispensação que
anunciou e preparou o caminho de Cristo, estava confiada àquele homem, João: “Um menino
nos nasceu, um filho se nos deu” (Is. 9:6). A salvação do mundo se originou naquele Filho ainda
menino. Paulo traz à luz o segredo do êxito dos homens que arraigaram o Evangelho no mundo
quando pôs em relevo o caráter pessoal desses homens. A glória e a eficiência do Evangelho
dependem dos homens que o proclamam. Quando Deus declara que “quanto ao Senhor, Seus
olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é perfeito
para com Ele” (II Cr. 16:9), declara a necessidade de homens e o fato de Deus depender de
homens que sejam canais por meio dos quais exerça Seu poder sobre o mundo.

Essa verdade vital e urgente é o que esta era das máquinas tende a esquecer. Esquecê-
la é funesto para a obra de Deus como seria desastroso se o sol desaparecesse da abóbada
celestial. Seguir-se-iam trevas, confusão e morte. O que a Igreja necessita não é de mais e
melhor maquinismo, de novas organizações ou mais e novos métodos, mas homens a quem o
Espírito Santo possa usar – homens de oração, homens poderosos na oração. O Espírito Santo
não se derrama através dos métodos, mas por meio de homens. Não vem sobre maquinaria,
mas sobre homens. Não unge planos, mas homens – homens de oração. Um eminente
historiador disse que os acidentes do caráter pessoal têm mais a ver com as revoluções das
nações do que os historiadores, filósofos ou políticos democráticos reconhecem. Essa verdade
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tem aplicação plena no Evangelho de Cristo, ao caráter e à conduta dos seguidores de Cristo,
cristianiza o mundo e transforma nações e indivíduos. Em relação aos pregadores do Evangelho,
é eminentemente verdadeiro.

Tanto o caráter como o sucesso do Evangelho estão confiados ao pregador. Ele faz ou
desfaz a mensagem de Deus ao homem. O pregador é o canal de ouro pelo qual o óleo divino
flui. O canal deve ser não só dourado, mas também aberto e sem rachaduras, para que o óleo
flua bem, sem obstáculo e sem desperdício. O homem faz o pregador. Deus deve fazer o
homem. O mensageiro é, se possível, mais do que a mensagem. O pregador é mais que o
sermão. O pregador faz o sermão. Como o leite nutridor do seio materno é a própria vida
materna, de igual modo tudo o que o pregador diz está matizado e impregnado daquilo que o
pregador é. O tesouro está nos vasos de barro e o sabor do vaso nele se impregna e pode
descorá-lo. O homem, o homem todo, jaz atrás do sermão. A pregação não é tarefa de uma
hora. È manifestação de uma vida. É preciso vinte anos para fazer um sermão, porque são
necessários vinte anos para formar o homem. O verdadeiro sermão é uma obra de vida. O
sermão evoluiu porque o homem se desenvolveu.

O sermão é poderoso, porque o homem tem poder. O sermão é santo porque o homem
é santo. O sermão está cheio de unção divina, porque o homem está cheio de unção divina.
Paulo denominou-se “Meu Evangelho”; não que o tenha degradado por suas excentricidades
pessoais ou desviado por apropriação egoísta, mas o Evangelho foi colocado no coração e no
sangue do homem Paulo, como uma responsabilidade pessoal, para ser executado pelas
peculiaridades paulinas, a fim de trazê-lo em chamas e impulsioná-lo pela ígnea energia da sua
alma ardente. Os sermões de Paulo – que eram eles? Onde estão eles? Esboços, fragmentos
esparsos, flutuando no mar da inspiração! Mas, o homem Paulo, maior que os seus sermões,
vive para sempre, em plena forma, figura e estatura com sua mão modeladora sobre a Igreja. A
pregação é apenas uma voz. A voz silencia, o tema é esquecido, o sermão apaga-se da
memória; no entanto, o pregador vive.

O sermão não pode elevar-se em suas forças vivificadoras acima do homem. Homens
mortos em tiram de si sermões mortos e sermões mortos matam. Tudo depende do caráter
espiritual do pregador. Sob a dispensação judaica, o sumo sacerdote trazia um frontal de ouro
com a inscrição “Santidade ao Senhor” em letras engastadas de jóias. De igual modo, todo o
pregador no ministério de Cristo deve ser moldado e dominado por essa mesma divisa sagrada.

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É uma vergonha berrante ao ministério cristão estar debaixo do sacerdócio judaico na santidade
de caráter e na santidade de objetivo. Jonathan Edwards disse: “Eu continuei com minha busca
intensa de mais santidade e conformidade com Cristo. O céu que eu desejava era o céu de
santidade”.

O Evangelho de Cristo não é movido por ondas comuns. Não tem o poder de
autopropagação. Move-se como se movem os homens que tomaram o encargo disso. O
pregador deve personificar o Evangelho. As características divinas e mais salientes do
Evangelho devem estar nele incorporadas. O poder do amor, que constrange, tem que estar no
pregador como uma força relevante, excêntrica, que domina todo e o faz esquecer-se de si
mesmo. A energia da abnegação própria tem que constituir seu ser, coração, sangue e ossos.
Ele deve seguir avante entre homens como homem, revestido de humildade, cheio de brandura,
prudente como a serpente, simples como a pomba, reunindo em si a sujeição de um escravo e o
espírito de um rei, um rei de figura nobre, real e independente, e a simplicidade e doçura de uma
criança.

O pregador tem de lançar-se a si mesmo, com todo o abandono de uma fé perfeita e


esvaziada de si e dum zelo que consome à sua obra pela salvação dos homens. Sinceros,
heróicos, compassivos e intimoratos mártires têm que ser os homens que conquistam a geração
e a moldam para Deus. Se forem escravos do tempo, oportunistas, agradadores de homens,
sem têm respeito humano, se sua fé em Deus e Sua palavra têm pouca profundidade, se sua
abnegação pessoal é quebrada por qualquer fase do “eu” ou do mundo, não podem tomar conta
nem da Igreja nem do mundo para Deus. A pregação mais penetrante e forte do pregador
deveria ser feita a si mesmo. Sua obra mais difícil, delicada, laboriosa e radical deve ser consigo.
A instrução dos doze foi a grande, difícil e paciente obra de Cristo.

Os pregadores não são produtores de sermões, mas formadores de homens e de santos


e só quem fez de si mesmo um homem e um santo está bem instruído para essa obra. Não é de
grandes talentos, de grandes estudos ou de grandes pregadores que Deus necessita, mas de
homens grandes em santidade, grandes em fé, grandes em amor, grandes em fidelidade,
grandes para Deus – homens que pregam sempre por meio de sermões santos no púlpito e por
meio de vidas santas fora do púlpito. Esses podem moldar uma geração para Deus.

Os primeiros cristãos foram formados segundo esse princípio. Eram homens de sólida
formação, pregadores conforme o tipo celestial – heróicos, rijos, militantes e santos. Para eles, a
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pregação significa uma obra de auto-abnegação, de autocrucificação, séria, árdua, e de mártir.


Aplicaram-se a ela de tal modo que influíram na sua geração e formavam no seu seio uma
geração que haveria de nascer para Deus. O pregador deve ser homem de oração. A oração é a
mais poderosa arma do pregador. É em si mesmo uma força onipotente e dá vida e força a tudo.

O sermão real é feito no recinto secreto. O homem – o homem de Deus – é formado no


recinto secreto. Sua vida e suas mais profundas convicções nascem da sua comunhão secreta
com Deus. Suas mensagens mais ricas e doces são alcançadas quando está a sós com Deus. A
oração faz o homem; a oração faz o pregador; a oração faz o pastor. O púlpito de hoje é pobre
em oração. O orgulho da erudição opõe-se à humilde dependência da oração. A oração do
púlpito é por demais oficial – um desempenho na rotina do culto. Para o púlpito moderno, a
oração não é mais a força poderosa como o era na vida e no ministério de Paulo. Todo pregador
que não faz da oração um poderoso fator em sua própria vida e ministério é fraco como agente
no trabalho de Deus e impotente para fazer prosperar a Sua causa neste mundo.

E. M. Bounds
Extraído e adaptado de: www.levandoapalavra.com, onde você encontrará outros artigos de E.
M. Bounds sobre a oração. Sugestão de leitura: Poder pela Oração – E. M. Bounds, Ed. Vida.

As Leis do Poder

“É me dado todo poder no céu e na terra”- Mt 28.18

“Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós”- At 1.8

Uma coisa muito pequena pode fazer parar um motor, silenciar milhares de eixos de
tear, ou mergulhar uma cidade numa escuridão. O poder espiritual também esta sujeito a
condições. Uma vez este poder falhou nas mãos dos apóstolos, como se vê em Marcos 9.
Conhecemos a história. Jesus os havia chamado e enviado. Tinham expulsado demônios e
curados enfermos. Logo no nono capítulo do Evangelho de Marcos, encontraram um demônio
que não podiam expulsar. O poder de Deus é condicional. O poder do Espírito é inseparável de
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Sua Pessoa. Aprendemos ser religiosos e esquecemos que deve ser Ele operando através de
nós. Descuidamos do altar, e logo descobrimos que aquilo que estava acontecendo não
acontece mais. O poder espiritual esta sujeito a condições. Deus não arrenda Seus atributos.

Não se pode alugar seu poder. Ele fortalece por meio da habitação em nós. Aquele que
tem o Filho tem a vida, e o que não tem o Filho, a ira de Deus está sobre ele. O Espírito opera
por meio do Espírito. Ele não é somente o doador de poder, mas também controla esse poder.
Ninguém mais pode fazê-lo. O poder é uma posição. Somente mediante Sua obra em nós é que
somos capacitados a cumprir a vontade de Deus. Deus opera mediante o Espírito. Em outras
palavras, temos que ser cheios do Espírito para que Ele opere através de nós. É justamente
nisto que falhamos. Desejamos mais o poder do que o Espírito. Temos constantemente que
examinar os motivos e atitudes do nosso coração. Ele não vem para glorificar-nos nós mesmos.

Se estivermos mais ansiosos pelo poder do que por Ele mesmo, então queremos o
poder por outras razões fora de Deus. Estamos mais ansiosos pelos logros do poder do que pelo
Espírito do poder. Essa é a razão pela qual Ele tem retido o poder de nós. Queremos resultados
visíveis, acontecimentos dramáticos, sinais e maravilhas poderosos, mas nem sempre é para
isto que o Espírito Santo é dado. O poder é tão necessário para estar em silêncio como para
falar. Ele vem para nos fazer eficazes em toda a vontade de Deus e não apenas nessa pequena
vereda que queremos andar.

No mesmo Espírito existe tanto a função como a manifestação. A Sua obra depende do
Seu poder. Em um só Espírito há função e operação. A energia da carne não pode fazer a obra
do Espírito. Quando tentamos fazê-la desta forma, amaldiçoamos a obra de Deus. É tão
pecaminoso querer fazer as coisas verdadeiramente espirituais com a carne, como querer fazer
coisas carnais pelo Espírito. É uma maldição querer fazer com que Deus e o Espírito Santo
operem contigo num projeto carnal. É um grande pecado querer fazer a obra do Espírito por
meios carnais. Não existe substituto para o poder de Deus.

Não é somente imperativo que conheçamos a vontade de Deus, mas havemos de


buscá-lo para saber como essa vontade deve ser levada a cabo. Aquilo que o Espírito me
transmite, só Ele pode realizar. Quando Sião cobiça o ouro da Babilônia, inveja os vestidos de
Babilônia, copia a forma de Babilônia, adota os altares de Babilônia e peleja com as armas de
Babilônia, sua força falha, por que tem perdido o Espírito de poder. Os recursos carnais não são
vantagens na obra espiritual. Onde quer que seja permitido, o diabo sempre o recebe como
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adoração. Quando permitimos o carnal operar em qualquer área espiritual, estamos dando
direitos ao diabo no santuário.

Podemos amaldiçoar a igreja por usar aqueles que não são espirituais. Ter uma mente
carnal é morte. Só o que está vivo pode fazer esta obra. As armas desta guerra não são carnais.
A oração traz poder, por que o Espírito de poder é dado àqueles que oram. A oração é uma
arma forte contra as trevas. O testemunho é uma arma predileta de Deus. O Espírito é dado para
testificar. “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo e ser-me-eis testemunhas”. Somente pelo
Espírito Santo podemos ser testemunhas para Deus. Podemos falar e podemos discutir. Mas o
Espírito não salva por argumentos abstratos, senão por testemunhas vivas que testificam com
poder de uma experiência viva. Quando enviamos a igreja às ruas, às estradas e às prisões, não
é suficiente simplesmente indicar-lhes o que dizer. Eles têm de ir a esses lugares com uma
experiência viva desta vida.

Pelo Espírito Santo vem a convicção de pecado, da justiça e do juízo. Já que o dom o
Espírito é a herança de cada crente, não já justificação para a nossa ineficácia. Damos toda
classe de desculpas pela nossa desobediência. Não existe desculpa para o fracasso. Prestemos
atenção no seguinte: “e o mais fraco dentre eles nesse dia será como Davi, e a casa de Davi
será como Deus, como o anjo do Senhor diante deles” (Zc 12.8). Onde está o Espírito de poder?
O estudo de Pentecostes revela um contraste surpreendente entre a promessa de poder e a sua
ausência na Igreja de hoje. Julgando pelo seu próprio padrão de poder, a igreja não está fazendo
eficazmente o seu trabalho. Por quê? Onde está o Senhor Deus de Elias? Onde está o Espírito
de Poder? Nós, a Igreja Pentecostal, temos falado muito deste poder, contudo temos produzido
pouco dele. Chegamos dar mais importância a um homem do que ao Espírito Santo. Às vezes
não é culpa daquele homem. Talvez ele esteja sendo usado pelo Espírito Santo com os dons de
Deus, e as pessoas começam exaltá-lo a ele e não a Deus. Isso é uma maldição para a Igreja.

A causa principal do fracasso na Igreja esta na pobreza espiritual de sua gente. Todas
as causas do fracasso vêm de uma raiz: “Cremos no Espírito Santo”? Em sentido geral, nós não
cremos verdadeiramente nEle. Muitas atitudes da Igreja em nossos dias demonstram que não
temos fé no Espírito Santo. Precisamos voltar ao altar e aprofundar nossa experiência espiritual,
que só se realiza pela oração. Ser cheio do Espírito Santo é algo contínuo. A não ser que
permaneçamos cheios, a Igreja se torna uma operação da carne. Temos que manter-nos cheios
do Espírito Santo, e sempre crer no que Deus disse acerca Dele. Oremos até alcançar esta
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experiência. E quando soubermos que Ele nos tem enchido, saberemos que temos o poder.
Depois, temos que mover-nos nessa fé.

Extraído e adaptado de: Escola de Cristo Internacional, As Leis do Poder, pgs 142-146

Cuidando de Nós Mesmos


“Meu espírito, alma e corpo são os meus mecanismos mais à mão para o serviço
sagrado; as minhas faculdades espirituais e a minha vida interior são o meu machado de
combate, as minhas armas de guerra” Charles H. Spurgeon

“O que Deus abençoa não é tanto os grades talentos quanto a grande semelhança com
Jesus. Um ministro santo é uma temível arma nas mãos de Deus” Robert Murray McCheyne

“Cuidado para não desfazerem com suas vidas o que dizem com suas línguas. Cuidado
para não se tornarem, vocês mesmos, o maior obstáculo ao sucesso dos seus trabalhos”

Richard Baxter

Extraído e adaptado de: O Pastor Aprovado, Richard Baxter, Ed. PES

Consideremos agora o que é olhar por nós mesmos. Vejamos o que devemos fazer.
Empenhemos também os nossos corações nessa tarefa, à medida que a compreendamos.

1 - O perigo de não experimentar pessoalmente a Graça de Deus

Primeiro, somos exortados a olhar por nós mesmos, para não suceder estarmos vazios
da divina graça salvadora que estamos oferecendo a outros, porquanto, é possível oferecermos
esta graça a outros e, todavia, estarmos alheios às operações eficazes do evangelho que

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pregamos. Podemos proclamar a outros a necessidade de um Salvador e, em nossos corações


negligenciá-lo. Portanto, cuidemos de nós mesmos, para não perecermos enquanto clamamos a
outros que cuidem de si, para não perecerem! Podemos morrer de fome enquanto preparamos
comida para outros. É possível que muitos tenham admoestado outros a não virem ao lugar de
tormento no qual eles próprios se precipitaram.

É também possível que estejam agora no inferno muitos pregadores que tinham instado
centenas de vezes com seus ouvintes a que tomassem o máximo cuidado e empregassem a
máxima diligência para escaparem desse destino tenebroso. Creiam irmãos, que Deus jamais
salvou homem algum por ser pregador. Tampouco rejeitou alguém por não ser pregador eficaz.
Ele salvou o pregador porque foi homem justificado e santificado. Portanto, cada qual de vocês
olhe por si mesmo. Veja que você seja o adorador que persuade outros a serem. Certifique-se
de que crê naquilo que diariamente persuade outros a crerem. Assegure-se de que já acolheu
cordialmente a Cristo e ao Espírito Santo em sua alma, antes de oferecê-los a outros.

2 - O perigo de conviver com os pecados contra os quais pregamos

Segundo, somos exortados a olhar por nós mesmos, para não suceder que convivamos
como os mesmos pecados contra os quais pregamos. Cuidado para não sermos culpados
daquilo que talvez condenemos diariamente. Engrandecer a Deus seria a obra da qual
incumbimos? E, havendo feito isso, iremos desonrá-Lo como tantos outros? Proclamaremos o
poder dominador de Cristo, e, contudo, tendo falado desse poder, nós mesmos O negaremos e
nos rebelaremos contra Ele? Pregaremos as leis de Deus, e ao mesmo tempo as infringiremos
deliberadamente? Se o pecado é mal, por que viver nele? Se não há pecado, por que
procuramos dissuadir dele os homens? Se é perigoso, como ousamos praticá-lo? Se as
ameaças de Deus são verdadeiras, porque não as tememos? Acaso vocês não conhecem o
juízo de Deus? Os que praticam tais coisas são dignos de morte e, todavia, vocês persistiram em
praticá-las? (Rm 1.32) Vocês que ensinam outros, como não ensinam a si próprios? Vocês que
dizem a outros que não cometam adultério, que não sejam beberrões nem glutões, vocês
mesmos fazem estas coisas? Olhem por vocês, pois, para não suceder que desprezem o
pecado, e, contudo, não o dominem em si próprios. Sim, é mais fácil julgar o pecado que
dominá-lo.

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3 - O perigo da incompetência para os deveres pastorais

Terceiro, precisamos olhar por nós mesmos para que não estejamos despreparados
para as grandes tarefas que nos incumbimos de levar a cabo. É preciso que não seja um bebê
no conhecimento aquele que quer ensinar aos homens as coisas misteriosas que necessitam
saber para assegurar-se da salvação. Ah, que qualificações são necessárias ao homem que tem
sobre si a responsabilidade de que temos! Quantas dificuldades da teologia precisam ser
compreendidas! Que pontos essenciais da fé são obrigatoriamente necessários conhecer!
Quantos textos obscuros das Escrituras precisam ser explicados! Quantas tentações sorrateiras
e sutis precisamos expor perante os olhos de nosso povo, afim que possam escapar delas!
Quantos opressivos problemas de consciência temos que resolver quase todos os dias! Tanto
trabalho assim, e tal tipo de labor poderá ser realizados por homens imaturos e despreparados?

Ah, irmãos, que homens deveríamos ser, então, em habilidade, resolução e incansável
diligência, nós, que temos isso tudo com que lutar e enfrentar? Não bradou Paulo: “para estas
coisas quem está preparado? (2 Co 2.16). Portanto, este não é um fardo que se coloque nos
ombros de uma criança. Que habilidade cada parte da obra requer, e quanto tempo! Não
pensem que a pregação é a parte mais dura de nosso trabalho. Todavia, quanto habilidade é
necessária para dar clareza à verdade, a fim de persuadir os nosso ouvintes. Como é difícil fazer
com que a luz irresistível penetre na consciência deles, permaneça ali, e os capacite a
compreender a verdade! Como é difícil acionar a verdade em suas mentes e introduzir Cristo em
seus sentimos! Fazer isso tudo numa linguagem e de maneira apropriada ao nosso ministério e,
ainda assim, ajustadas às capacidades de nossos ouvintes, exige muito engenho e arte. Isso
tudo e muito mais se requer. Um tão grande Deus, cuja mensagem proferimos, deve ser honrado
pela maneira como transmitimos sua palavra.

4 - Cuidado com a incoerência moral

Quarto olhem por si mesmos, para não desfazerem com suas vidas o que dizem com
suas línguas. Cuidado, para não se tornarem, vocês mesmos, o maior obstáculo ao sucesso dos
seus trabalhos. Dificulta muito no nosso trabalho quando outros homens contradizem na vida

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particular o que lhes declaramos publicamente acerca da Palavra de Deus. Mas será muito mais
prejudicial ao nosso trabalho se contradissermos a nós mesmos. Se as nossas ações se tornam
uma mentira para nossas línguas, o que podemos edificar em uma ou duas semanas,
poderemos destruir em uma ou duas horas com as nossas mãos.

É deste modo que faz com que os homens achem que a Palavra de Deus não passa de
um conto ocioso e que a pregação não pareça melhor do que qualquer tagarelice. Ora, aquele
que de fato põe sentido no que fala, certamente age de acordo com o que fala. É um erro
patente aos olhos de todos aqueles ministros da igreja que abrem grande abismo entre a sua
pregação e seu viver. Eles estudam arduamente para pregar com exatidão, todavia, estudam
pouco para viver com exatidão. Causa-lhes repulsa a má colocação de um vocábulo em seus
sermões; porém não se preocupam nem um pouco em colocar mal os sentimentos, as palavras
e as ações no transcurso da vida.

5 - Motivos para cuidarmos de nós mesmos

Tendo-lhes mostrado o que é olhar por nós mesmos, permitam-me apresentar-lhes a


seguir alguns motivos para despertá-los para esse dever:

 Primeiramente, vocês têm o céu para ganhar ou perder. Essa é a realidade, como
também a de levar almas á felicidade ou à desgraça eterna.

 Segundo, olhem por si mesmos, porque vocês têm uma natureza depravada. Suas
inclinações pecaminosas são como as de qualquer outro.

 Terceiro, olhem por si mesmos, porque vocês têm maiores tentações e estão mais
expostos a elas que os outros homens.

 Quarto, olhem por si mesmos, porque o tentador fará a sua primeira e mais dura
investida contra vocês. Se forem líderes contra ele, ele não os poupará. Ele usa maior
astúcia contra o homem que está empenhado em causar-lhe maior dano.

 Quinto, olhem por si mesmos, porque há muitos olhos fixos em vocês. Se ocuparem
posições de proeminência na igreja, poderão esperar que os olhos dos homens estarão
postos em vocês.
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 Sexto, olhem por si mesmos, porque seus pecados sobressaem mais nas opiniões
alheias. Um grande homem não pode cometer um pecado pequeno.

Finalmente, reflitam sobre a necessidade de ver que todo o sucesso dos seus labores
depende da graça e da benção de Deus. Deus prometeu aos seus servos fiéis que estará com
eles, e que porá o Seu Espírito sobre eles e a Sua Palavra em suas bocas.

Com Tudo que Possuis, Adquire a Unção


“Por mais erudito que um homem seja, por mais perfeita que seja sua capacidade de expressão,
mais ampla sua visão das coisas, mais grandiosa sua eloqüência, mais simpática sua aparência,
nada disso toma o lugar do fervor espiritual. É pelo fogo que a oração sobe aos céus. O fogo
empresta asas á oração, dando-lhe acesso a Deus; comunica-lhe energias e torna-a aceitável
diante do Senhor. Sem fogo não há incenso; sem fervor não há oração”. E. M. Bounds

Na igreja moderna, a reunião de oração é uma espécie de cinderela. Essa serva do


Senhor é desprezada e desdenhada por que não se adorna com as pérolas do intelectualismo,
nem se veste com as sedas da Filosofia; nem se acha ataviada com o diadema da Psicologia.
Mas se apresenta com a roupagem simples da sinceridade e da humildade, e por isso não tem
receio de se ajoelhar. O “mal” da oração é que ela não se acha necessariamente associada a
grandes façanhas mentais (não quero dizer, porém, que se confunda com preguiça mental). A
oração só exige um requisito: a espiritualidade. Ninguém precisa ser espiritual para pregar, isto
é, a preparação e pregação de um sermão perfeito segundo as regras da homilética e com
exatidão exegética não requerem espiritualidade. Qualquer um que possua boa memória, vasto
conhecimento, forte personalidade, vontade, autoconfiança e uma boa biblioteca pode pregar em
qualquer púlpito hoje em dia.

E uma pregação dessas pode sensibilizar as pessoas; mas a oração move o coração de
Deus. A pregação toca o que é temporal; a oração o que é eterno. O púlpito pode ser uma vitrine
onde expomos nossos talentos; o aposento da oração, pelo contrário, desestimula toda a

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vaidade pessoal. A grande tragédia de nossos dias é que existem muitos pregadores sem vida
no púlpito, entregando sermões sem vida, a ouvintes sem vida. Tenho contatado um fato muito
estranho que ocorre mesmo em igrejas conservadoras: a pregação sem unção. E o que é
unção? Não sei. Mas sei muito bem o que é não ter unção (ou pelo menos sei quando não estou
ungido). Uma pregação sem unção mata a alma do ouvinte, em vez de vivificá-la. Se o pregador
não estiver ungido, a Palavra não tem vida. Irmãos, nós poderíamos ter a metade da capacidade
intelectual que possuímos ser fôssemos duas vezes mais espirituais. A pregação é uma tarefa
espiritual. Um sermão gerado na mente só atinge a mente de quem ouve. Mas gerada no
coração, chega ao coração.

Um pregador espiritual, sob o poder de Deus, produz mentalidade espiritual nos seus
ouvintes. A unção não é uma pombinha mansa esvoaçando à janela do pregador; pelo contrário,
temos que batalhar por ela e conquistá-la. Também não é algo que se aprenda; é benção que se
obtém pela oração. Ela é o prêmio que Deus concede ao combatente da fé, que luta em oração,
e consegue a vitória. E não é com piadinhas e tiradas intelectuais que se chega à vitória no
púlpito. Essa batalha é ganha ou perdida antes mesmo de o pregador pôr os pés lá. A unção é
como dinamite. Não é recebida pela imposição de mãos, nem tampouco cria mofo se o pregador
for lançado numa prisão. Ele penetra e permeia a alma, abranda-a e tempera-a. E se o martelo
da lógica e o fogo do zelo humano não conseguirem quebrar o coração de pedra, a unção o fará.
Apesar de todo crescimento institucional, sem pregadores ungidos, o altar dessas igrejas não
verá pecadores rendidos a Cristo. Suponhamos que todos os dias diversos pescadores saiam
para o alto mar com seus barcos, levando o mais moderno equipamento que existe para o
exercício desse ofício, mas retornem sempre sem apanhar um só peixe. Que desculpa poderia
dar para tal fracasso?

No entanto é isso que vem acontecendo nas igrejas. Milhares delas estão abrindo as
portas dominicalmente, mas sem conversões. Depois tentam encobrir sua esterilidade
interpretando textos bíblicos a seu bel prazer. Mas a Bíblia diz: “Assim será a palavra que sair da
minha boca; não voltará vazia” (Is 55.11). E o mais triste em tudo isso é que o fogo que devia
haver nesses altares encontra-se apagado ou arde em combustão muito lenta. A reunião de
oração esta morrendo ou já morreu. Com a atitude que temos em relação à oração, estamos
dizendo ao Senhor que o que Ele começou no Espírito, nós terminaremos na carne. Qual é a
igreja que pergunta a um candidato ao ministério quanto tempo ele passa diariamente em

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oração? A verdade é que o pregador que não passa pelo menos duas horas por dia em oração,
não vale um vintém, por mais títulos que possua.

Onde está o poder espiritual? A impressão que se tem é que, ultimamente, uma forte
sonolência tomou o lugar da oposição religiosa, nos púlpitos e também nas publicações
evangélicas. Quem hoje batalha “diligentemente pela fé uma vez por todas foi entregue aos
santos”? Onde estão os combatentes divinamente ungidos de nossos púlpitos? Os pregadores,
que deviam estar “pescando homens”, parecem estar pescando mais é o elogio deles. Os que
costumavam espalhar a semente, agora estão colecionando pérolas intelectuais. Chega dessa
pregação estéril, espiritualmente vazia, que é ineficaz, porque foi gerada num túmulo e não num
ventre, e se desenvolveu numa alma sem oração, sem fogo espiritual. Se Deus nos chamou para
o seu ministério, então, com tudo que possuis, adquire a unção, senão os altares vazios de
nossas igrejas serão exemplos vivos de nosso intelectualismo ressequido.

Leonard Ravenhill

O Fervor no Púlpito deve ser Real


Nós o vemos falsificado. Mas qualquer pessoa com um pingo de discernimento pode-o
detectar. Bater os pés, golpear o púlpito, suar, gritar, vociferar, citar trechos patéticos de
sermões alheios, ou derramar lágrimas voluntárias de olhos aguacentos, nunca substituirão a
verdadeira agonia da alma e real ternura do Espírito. A melhor peça de representação, não
passa de representação. Os que só olham a aparência podem agradar-se dela, mas o que
amam a realidade terão desgosto. Que presunção! Que hipocrisia é, com habilidoso controle da
voz, imitar a paixão que é a obra genuína do Espírito Santo! Tenham cuidado os meros atores,
para não serem achados pecando contra o Espírito Santo com suas representações teatrais.
Devemos ser fervorosos no púlpito por que somos fervorosos em toda parte. Precisamos
flamejar em nossos discursos por que estamos continuamente inflamados.

O zelo que fica armazenado para ser posto em ação somente nas ocasiões grandiosas é
um gás que um dia destruirá o seu proprietário. Nada senão a verdade pode aparecer na casa
do Senhor. Toda falta de naturalidade e sinceridade é fogo estranho e provoca indignação do
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Deus da verdade. Seja fervoroso, e parecerá fervoroso. Um coração ardente logo achará para si
uma língua flamejante. Fingir fervor é um dos mais desprezíveis artifícios emprestado para
cortejar a popularidade; detestemos até o pensar nisso. Pode ir, e seja negligente no púlpito, se
é o que você é no coração. Seja lerdo no falar, arrastado na entonação e monótono na voz, se é
assim que expressa melhor a sua alma. Mesmo isso seria infinitamente melhor do que fazer do
seu ministério uma falsificação, e de você mesmo um ator. Delicia-me a observação de
M’Cheyne: “O que Deus abençoa não é tanto o grande talento, mas a grande semelhança com
Cristo”.

Charles H. Spurgeon

Extraído e adaptado de:

Por que tarda o pleno avivamento? Leonard Ravenhill – Ed. Betânia, pg. 15-18

Lições aos meus alunos, Charles H. Spurgeon – Ed. PES, vol. 1, pg. 163, 166, 167

Como avalio a mim mesmo?

“Somente Deus sabe minha nota; por isso não preciso valorizar demais nem levar muito
a sério o que eu mesmo ou outra pessoa pensa de mim. Mas como ele um dia me fará a Grande
Pergunta da Fidelidade, é bom eu fazer a mim mesmo algumas perguntas como essa enquanto
esse dia não chega”

Ben Patterson

Pastor fundador da Igreja Presbiteriana de Irvine, na Califórnia, nos E.U. A

Como avalio a mim mesmo? Primeiro vou lhe dar uma resposta curta, depois uma longa.
A resposta curta é que eu não avalio a mim mesmo, ou, melhor, eu não posso ou não devo
avaliar a mim mesmo. Se entendo corretamente o Novo Testamento, fazer isso pode beijar a
presunção. Paulo recomendou: “Pouco me importa ser julgado por vocês ou por qualquer
tribunal humano; de fato, nem eu julgo a mim mesmo. Embora em nada minha consciência me

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acuse, nem por isso justifico a mim mesmo; o Senhor é quem me julga” (I Co 4 3,4). Além disso,
nada há para dizer sobre auto-avaliação ou sobre alguma avaliação humana. Deus é o juiz, não
nós, caso encerrado, fim de conversa, conclusão do capítulo, dissolução da comissão de
recursos humanos da minha igreja.

A resposta longa começa com a resposta curta e prossegue com cuidado para reabrir a
discussão, fazendo algumas perguntas duras sobre fidelidade. Paulo disse isso por que se via
como mordomo do evangelho. Mordomo é alguém a quem foram confiadas as propriedades de
alguém e que foi encarregado da administração delas, visando aos interesses do proprietário.
Fidelidade é a medida do administrador, diz Paulo: “O que se requer dos despenseiros é que
cada um deles seja encontrado fiel”. Tudo o que importa para ele é poder responder sim à
pergunta que ele sabe que um dia Deus fará a todo ser humano: “Você fez o que eu queria com
o que lhe dei, do modo que eu queria? Em outras palavras: “Você foi fiel? Então, como avalio a
mim mesmo? Começo reconhecendo, antes de qualquer coisa, que somente Deus sabe a minha
nota; por isso não preciso valorizar demais nem levar muito a sério o que eu mesmo ou qualquer
outra pessoa pensa de mim. Mas como Ele um dia me fará a Grande Pergunta da Fidelidade, é
bom eu fazer a mim mesmo algumas perguntas como essa enquanto esse dia não chega. Mas
sempre perante a sombra do Grande Avaliador, avançando com cautela e humildade.

O “sucesso” me impressiona?

É notório que os números não são confiáveis como medida de sucesso. Você e seu
sabemos disso. A idéia de “quanto mais, melhor” tem sido tão desacredita que ninguém mais lhe
dá atenção. Então por que o meu colarinho começa inexplicavelmente a apertar meu pescoço
quanto leio que a freqüência aos cultos deste ano está menor que no ano passado? Qual o
propósito desses números, afinal de contas? E continuamente fazemos projeções, projeções e
projeções. O estatístico eclesiástico que há em mim manifesta-se mais do que eu gostaria. Mas
quando olho a avaliação que o Cristo ressurreto fez das sete igrejas da Ásia Menor, surge um
escala de medida totalmente diversa. A mais rica, de Laodicéia, na realidade é a mais pobre. A
mais ativa, de Éfeso, é repreendida por sua falta de amor. As únicas igrejas que recebem do
Senhor elogios sem restrições são de Esmirna e Filadélfia, que Ele descreve como aflitas,

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pobres e fracas. Mas uma vez, é como Ele disse que seria: os primeiros serão os últimos, e os
últimos os primeiros.

Clarence Jordan teve um sonho de criar uma comunidade cristã bem no meio da racista
região sul dos Estados Unidos, uma comunidade que servisse de modelo de reconciliação entre
as raças. Ela colocou juntos brancos e negros para trabalhar e adorar a Deus na Fazenda
Koinonia, no estado da Geórgia. Durante algum tempo eles suportaram com coragem as
ameaças e violências previsíveis da parte dos moradores da cidade próxima. E quando a
fazenda foi incendiada, parecia que todo projeto ia desintegrar-se. Os repórteres dos jornais
vieram fazer a Jordan algumas perguntais difíceis de responder, das quais a mais dolorosa foi
esta: “Muito bem Clarence, até que ponto você acha que toda essa coisa deu certo?” Jordan
pensou por um momento e respondeu com candura: “Mais ou menos como a cruz deu certo”.

Se números elevados é um sinal de que muita gente está descobrindo a fé vital dentro
da igreja que pastoreio, fico feliz. Se um orçamento cada vez maior é um sinal de uma
consciência mais plena da responsabilidade cristã por parte do meu rebanho, fico grato e
contente. Mas não há como saber com certeza que esses dois sinais de sucesso institucional
têm alguma coisa que ver com sucesso no Reino de Deus. Na verdade, o pastor que luta com
números decrescentes pode estar conseguindo um sucesso espetacular no reino, simplesmente
por ser perseverante e fazer com fidelidade o máximo que pode, mesmo que esse máximo não
seja muito bom. O grau de deslumbramento gerado em mim por meu sucesso institucional pode
ser um sinal de profundo fracasso espiritual, um indício de que esqueci que fidelidade, e não
“sucesso”, é o que agrada ao Senhor, um sinal de que, depois de ter incentivado todo mundo a
terminar a corrido, eu mesmo fui desclassificado.

Amo as pessoas a quem sirvo?

Não amar a quem sirvo seria uma contradição, uma traição desesperada do que Jesus
disse ser a essência do serviço autêntico: dar a vida por meus irmãos e irmãs. Em I Coríntios 13,
Paulo diz que é possível ser eloqüente, sábio, generoso, resignado e até espiritual, em suma, ser
tudo que a maioria das igrejas gostaria que seu pastor fosse, e não conseguir absolutamente
nada. Pois, no fundo, é isso que valem todos esses ingredientes do sucesso institucional sem a
presença do amor. É possível ter um belo perfil como pregador e não amar aqueles para quem
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prego, receber louvor humano e aumentos de salário e não amar os que me elogiam e me
pagam, ser usado por Deus para ganhar almas e curar doentes e mesmo assim deixar de amar.

Mesmo quando estou na melhor condição possível, meu sucesso em qualquer uma
dessas áreas nada mais é que o resultado da decisão soberana de Deus de me usar apenas de
quem sou, e não por causa de quem sou. Afinal de contas, se ele usou a mula de Balaão, pode
me usar também. E assim tem feito. Será que eu os amo? É difícil dizer. Às vezes eles podem
achar que sim quando eu acho que não, e vice-versa. Podem confundir minha introversão com
frieza e a força dos meus braços com carinho. Só Deus sabe. Mas eu creio que existem alguns
indícios do amor.

 Pregação: Se eu achar que é muito fácil ser profeta, levar as palavras duras de
Deus para eles, então é provável que eu não os ame o suficiente. Se, a exemplo
de Paulo, minhas advertências são feitas entre lágrimas, é provável que sim.
Palavras duras, quando têm de ser ditas, devem ser penosas.

 Minhas expectativas: Se minha afeição por meu rebanho é paciente e


incansável, provavelmente eu o amo. Se ela é somente paciente ou somente
incansável, ou eu provavelmente não o amo, ou é um sinal de que meu amor
está seriamente comprometido. George MacDonald disse que Deus é fácil de
agradar, mas impossível de satisfazer, querendo dizer com isso que, como bom
Pai que é Ele se compraz com cada esforço que fazermos para crescer (seu
amor é paciente), mas não descansará até que seus filhos tenham crescido até
a plena estatura de Cristo (seu amor é incansável). Nem permissividade nem
perfeccionismo servem; aceitação e desafio, amor incondicional e exigência
precisam andar lado a lado. Preciso amar meu povo como ele é, e amá-lo
suficiente para não deixá-lo ficar como está.

 Oração: Se a intercessão é esparsa e mecânica, é provável que eu não ame o


meu rebanho. Se me colocar diante de Deus em favor deles for a essência do
que faço pelas pessoas da minha igreja, é provável que eu as ame. O apóstolo
Paulo estava impressionado com o que ele chamou de trabalho árduo que certo
pastor de nome Epafras estava realizando em favor de seu povo: “lutando em
oração em favor deles”, a quilômetros de distância fisicamente, mas bem ao
lado deles espiritualmente. O contrário pode ser verdade, e muitas vezes é:
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posso estar junto de meu povo fisicamente, mas a quilômetros de distância


espiritualmente, se eu não o colocar sempre diante de Deus em oração.

 Fins e Meios: Já faz muito tempo que vejo perplexo um pastor valente após
outro cair vítima dessa coisa nebulosa que chamamos de “estafa”. Tantas coisas
boas pareciam estar acontecendo na igreja: crescimento em todas as direções,
pessoas novas, programas novos, mais disso, mais daquilo. O problema era que
estávamos fazendo avanços estupendos no crescimento da instituição apoiados
nas costas de pessoas que tornavam os avanços possíveis. Estávamos
atingindo o que pareciam ser fins cristãos com meios não cristãos. No Reino de
Deus, no entanto, os meios e os fins têm que estar em harmonia. Nenhum fim
justifica um meio que destrói pessoas. Se o crescimento da igreja é comprado
pelo preço de um casamento rompido, da saúde comprometida ou de uma fé
destruída, então apenas a igreja cresceu, mas o Reino retrocedeu. Nosso
ministério é em favor de Cristo e por quem ele morreu. Se um deles é
desprezado, o que estou fazendo deixa de ser ministério. Isso inclui também o
que acontece em nossas famílias.

 Meu trabalho desvia a atenção Deus para mim ? O sucesso de meu ministério
gera louvor. E isso certamente faz bem de vez em quando, não é mesmo? Não
há nada de errado nisso, e eu acho uma coisa muito bonita ver um pastor capaz
de receber aplausos com emoção e humildade. Durante esses anos de
ministério, de vez em quando Deus, em sua misericórdia, tem enviado a mim um
Barnabé, um filho da consolação, nas horas em que eu mais preciso ser
lembrado de que meu trabalho não é em vão. Com certeza é bom quando uma
igreja agradecida expressa seu amor e satisfação diante do trabalho árduo de
seu pastor. Podemos receber as glórias, mas dar-lhes o valor correto, pois todo
sucesso vem de Deus. Nós, vasos de barro, temos o privilégio inestimável de
levar dentro de nós o tesouro do evangelho, de modo que fique evidente a todos
que olham que o tesouro é Deus, não nós mesmos. Estou contente por que isso
é assim? Estou satisfeito por ser um mero vaso de barro? Ou gostaria de ser
porcelana fina, ou ser visto como tal? Meu trabalho desvia a atenção de mim
para Deus? Depois de pregar um belo sermão, meu rebanho vai para casa com
a noção da grandeza de Deus ou de minha eloqüência ao falar dessa grandeza?
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Meu sucesso ou fracasso na obra do Reino depende de como se responde a


essa pergunta.

 Estou olhando além do aqui e agora ? Será que me lembro rapidamente de que,
como Paulo disse, “nada devemos julgar antes do tempo?” Não há louvor,
reconhecimento e crescimento da igreja suficientes para que eu possa fazer um
julgamento definitivo do sucesso de meu ministério. O julgamento definitivo
ocorrerá apenas no tribunal de Cristo. Por isso tenho de me tranqüilizar e
continuar trabalhando até o fim. O ministério é como a agricultura: temos de
arar, adubar, plantar, regar e depois esperar a colheita. A prova de que a
colheita foi boa bem com a colheita; nem um minuto antes. E o que faço
enquanto espero? Faço tudo que sei para a honra de Deus. Oro pedindo mais
amor e sabedoria e, na falta destes, às vezes peço com ousadia e depois clamo
pela misericórdia de Deus. E anseio pelo dia em que poderei ouvi-lo me dizer:
“Muito bem, servo bom e fiel”.

E você, Ama a quem serve no reino de Deus?

Extraído e adaptado de: Autenticidade ou Hipocrisia? A integridade e os desafios do ministério,


cap. 11 (Como Avalio a Mim Mesmo? Ben Patterson), Ed. Vida Nova, série Pastorado Eficaz,
Donald E. Price, org.

Continue Estudando
"A Sã Doutrina certamente jamais prevalecerá, até que as Igrejas sejam melhor providas de
pastores qualificados que possam desempenhar com seriedade o ofício de pastor"

João Calvino

A Importância do Estudo

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Falando muito francamente, a maioria dos pastores evangélicos não lê ou estudo muito
nestes dias, e a maior parte das igrejas não os encoraja a fazê-lo. Os membros da igreja e até
mesmo pastores têm muita dificuldade em compreender quanto tempo é necessário para se
preparar uma boa mensagem da Palavra de Deus, e, além disso, eles não conseguem enxergar
a importância do pastor estudar outros assuntos além das pregações e devocionais. Há uma
forte dose de anti-intelectualismo em nossos círculos de convivência e isto acaba por
desencorajar qualquer homem disposto a fazer o trabalho árduo de desenvolver sua mente e
expandir seus conhecimentos. Mas exatamente por que o nosso povo está mergulhado num mar
de informações triviais em nossos dias, eles precisam de um pastor com o verdadeiro
conhecimento, muito discernimento e uma aptidão para ver a verdade.

Este conhecimento precisa ser adquirido e estas qualidades cultivadas, porém ambos
requerem que você se torne um estudando permanente. Este chamado para o estudo é, sem
dúvida, completamente bíblico. A Bíblia enfatiza a importância de perseguir o verdadeiro
conhecimento de modo geral aos sábios e de modo específico aos pastores. Provérbios 15.14
diz que “o coração sábio procura o conhecimento, mas a boca dos insensatos se alimenta com
insensatez”. Esdras 7.10 descreve este grande líder do Antigo Testamento da seguinte forma:
“Esdras tinha disposto o coração para buscar a Lei do Senhor, e para cumprir e ensinar em
Israel os seus estatutos e juízos”. Assim como Esdras, Oséias lamentou a falta de líderes
espirituais, quando disse: “O meu povo esta sendo destruído, por que lhe falta conhecimento”.
Porque tu, sacerdote, rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas
sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei
de teus filhos” (Os 4.6).

Mas é nas epístolas pastorais que encontramos algumas das palavras de instrução e
exortação mais diretas sobre o estudo ministerial. Paulo pôde dizer para Timóteo: “ Procura
apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneje
bem a palavra da verdade” (2 Tm 2.15). Aqui nós temos uma diretriz apostólica a um jovem
ministro para estudar com um empenho e esforço equivalentes ao de um incansável trabalhador
braçal. O verdadeiro ministro é um trabalhador. O verdadeiro ministro deve trabalhar duramente,
dedicando-se aos estudos, a fim de conhecer e pregar a verdade corretamente. Como disse
Spurgeon: “O homem que nunca lê, nunca será lido; aquele que nunca usa os pensamentos do
cérebro de outros homens prova que ele próprio não tem cérebro”.

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O que estudar?

Agora preste a atenção, pois saber o que estudar é algo de vital importância, em dias
como estes em que boa parte da literatura vendida como cristã não passa de um grande
disparate. Por isso você precisa ter o propósito de ler sabiamente. A vida é muito curta para ser
desperdiçada com leituras rasas, sem substância. Naturalmente, você irá ler os comentários
bíblicos ao preparar as pregações, mas você precisa pensar em ler mais que apenas os
comentários. A ênfase precisa ser dada a piedade bíblica, nas doutrinas da graça, na visão
bíblica da igreja e do ministério e no desafio de consagrar todo seu coração (e não apenas a
mente) ao estudo ministerial. Aqui vão algumas sugestões importantes para sua biblioteca:

 Lições aos meus alunos, Charles H. Spurgeon vls 1,2,3, Ed. PES

 Por que tarda o pleno avivamento, Leonard Ravenhill, Ed. Betânia

 Crer também é pensar, John Stott, Ed. A. B. U

 Avivamento, D. M. Lloyd-Jones, Ed. PES

 O Pastor Aprovado, Richard Baxter, Ed. PES

 A Igreja que Jesus Queria, Gerhard Lohfink, Ed. Academia Cristã

 Amado Timóteo, Thomas K. Ascol, Ed. Fiel

 Uma fé mais forte que as emoções, Jonathan Edwards, Ed. Palavra

 Mente em Chamas, Blaise Pascal, Ed. Palavra

 O Melhor de A. W. Tozer, Ed. Mundo Cristão

 Pregação e Pregadores, D. M. Lloyd-Jones, Ed. Fiel

 A Importância da Pregação Expositiva, Hernandes D. Lopes, Ed. Candeia

 Verdade Absoluta, Nancy Pearcey, Ed.CPAD

 História da Teologia Cristã, Roger Olson, Ed. Vida

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 Comentário Histórico Cultural do NT, Lawrence O. Richards, Ed. CPAD

 Eleitos, mas livres, Norman Geisler, Ed. Vida

 Comentário Bíblico de Matthew Henry, Ed. CPAD

 A Igreja da Palavra e do Poder, Doug Banister, Ed. Vida

Em outras palavras, você deve estar preocupado em ler livros que “saciem” sua alma –
livros que irão aumentar o seu conhecimento, o seu amor pelo Senhor e a sua confiança nas
Escrituras. Além disso, mantenha-se atualizado com relação aos acontecimentos presentes.
Sempre dê uma olhada nas ultimas notícias, mas também não se esqueça de estudar a história
da Igreja. Muitos erros que comentemos hoje são devido à ignorância histórica.

Como estudar?

Meus comentários até agora indicam, obviamente, que a leitura deve ser um aspecto de
fundamental importância na continuidade de seus estudos como ministro da Palavra. Mas deixe-
me adicionar só mais um pouco sobre isto. Há cinco maneiras principais com as quais nosso
estudo contínuo será auxiliado: leitura, reflexão, escrita, ensino e vivência. Não direi mais nada
sobre a leitura, pois minha ênfase nisto já foi evidente. No que diz respeito a reflexão, eu apenas
direi que você precisa ir aos clássicos (ver bibliografia acima), afim de obter o máximo possível
de sua leitura. Sobre escrever, deixe-me apenas dizer que não existe uma disciplina mais
adequada para forçar a mente a se organizar e comunicar a verdade do que a de escrever. Se
você não é capaz de comunicar uma verdade, é porque você não a compreende. Se você não
consegue comunicá-la em mais de uma forma, é porque não a compreende. E, se você não
consegue comunicá-la claramente, é porque não a compreende. Quando escrevemos
recebemos ajuda em todas estas áreas.

No que diz respeito ao ensino, assim como a escrita, é um tremendo benefício para o
autodidatismo. Se você tiver ocasiões para praticá-lo, não perca a chance. Eu não estou falando
apenas de suas pregações regulares ou das oportunidades que surgem na Escola Bíblica
Dominical. Estou falando de contextos que o levem a transmitir as verdades em um nível muito
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mais elevado. Quando você tiver oportunidades, use-as. Algo que desejo enfatizar, exatamente
por ser de modo geral tão negligenciado entre aqueles que são devotados ao estudo, é a
relevância de viver e aprender. Com isto eu quero dizer, por um lado, que você deve estar
constantemente se perguntando como o aprendizado está agindo em sua vida.

Por causa do meu aprendizado, estou amando mais a Deus? Amando mais as
Escrituras? Estou mais devoto a Cristo, mais comprometido com o ministério do reino, mais
piedoso, sou um pai e um marido cristão melhor, sou mais amável com meus vizinhos, mais
justo, misericordioso e humilde e estou crescendo em graça? Jesus enfatizava regularmente em
seus ensinos que as nossas obras mostram o que nós realmente amamos e acreditamos.
Conseqüentemente, nossas atitudes, ações e prioridades na vida revelam os segredos do
coração. Se o seu aprendizado não está lhe ajudando em sua vida e em seu pastorado, de
acordo com a ênfase e o padrão bíblico, então o seu aprendizado está indo muito mal.

Quando estudar?

O pastor dos dias de hoje é, por definição, pau para toda obra. Muitas vezes ele é visto
como presidente administrativo, presidente executivo, trabalhador braçal, visitador oficial,
pregador/professor/conselheiro, chefe, relações-públicas, representante oficial da denominação
entre outros. É categoricamente impossível realizar um bom trabalho em todas estas áreas.
Quando alguém tenta fazê-lo, o estudo geralmente acaba sendo esmagado pela tirania da
urgência. De forma que você terá de planejar cuidadosamente quando estudar e como proteger
o tempo de estudo. Os três maiores desafios serão como lidar com as questões administrativas,
o atendimento aos membros da igreja e o tempo da família. Separe um tempo para teu estudo
pessoal e leve isso a sério se quiser crescer.

Qual seu alvo ao Estudar?

Entre os seus objetivos ao estudar, obviamente haverá a glória de Deus, seu


crescimento pessoal na graça, a edificação de outros e o desenvolvimento de suas próprias
capacidades como professor e pregador. Relacionando-se a este assunto, seria bom
lembrarmos-nos das três máximas de Herman Witsius (famoso pastor e teólogo holandês do
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século XVII) que diziam: “Ninguém ensina bem, sem que antes tenha aprendido bem”. “Ninguém
aprende bem, sem que antes aprenda a fim de ensinar”. “E, tanto aprendizado quanto ensino
são vãos e inúteis, sem que sejam acompanhados da prática”. Devemos almejar em nossos
estudos o cultivo de uma piedade ardente, completa, natural e prática. Esta piedade deveria ser
caracterizada pela reverência a Deus, amor ao próximo, seriedade de propósito em seu
chamado e determinação à santidade. Meu desejo é que você seja, como disse David Wells:
“centrado em Deus nos teus pensamentos, temente a Deus em seu coração, e honre a Deus em
sua vida”.

O que você faz com seus estudos?

O verdadeiro estudo do evangelho deve sempre nos levar à oração. Quando estudamos
algo que nos leva a compreender a grandeza de Deus e de sua obra salvífica, isto deveria nos
induzir a adoração, ação de graças e louvor. Não devemos resistir ao impulso de orar durante
nossos estudos. Quando lemos alguma coisa que nos convence de culpa, devemos ser
impelidos a confessar o pecado em oração. Quando lemos algo que nos lembra da terrível
condição dos outros, devemos ser movidos a interceder por eles. Todo nosso estudo deve ser
transformado em oração e servir ao propósito da santificação – dos outros e de nós mesmos.
Ambas as realidades devem permear todo nosso método de estudo. Está é uma das para a
profunda verdade encontrada em Provérbios 1.7 “O temos do Senhor é o princípio da sabedoria”.

Extraído e adaptado de:

Amado Timóteo, Uma coletânea de Cartas ao Pastor, Ed. Fiel, Thomas K. Ascol, org.

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