Você está na página 1de 7

Formação em Teologia

1
Conteúdo licenciado para Jose Jales de Figueiredo Junior -
Formação em Teologia

Livro de Isaías - o Evangelho do Antigo Testamento

O profeta Isaías viveu numa época em que Judá estava mergulhada


em apostasia, desigualdade social e confusão religiosa, o que fez Isaías profetizar
a queda de Israel diante dos assírios. O livro fala sobre governantes que
reconheceram a ajuda de outras nações, mas que desprezaram ao Senhor,
contribuindo para o desvio espiritual do povo. Isaías também é chamado de profeta
evangelístico por abordar a obra redentora do Messias, que Deus providenciaria
por causa do distanciamento da nação. O Livro de Isaías é o que mais faz
referências a Cristo em todo o Antigo Testamento, e nos ensina que Deus deseja
perdoar o seu povo e apagar suas transgressões através do verdadeiro
arrependimento:

- Condenação de Judá
- Cativeiro
- O sinal do Messias
- Juízos sobre diversas nações
- A grandeza de Deus
- A salvação que vem do Messias
- O plano de Deus é trazer Paz
- A glória de Israel no reino milenar

No Livro de Isaías, uma das primeiras informações é a morte do rei Uzias.


Isaías tem cerca de 20 anos, está na corte, é próximo ao rei e faz parte de um grupo
de pessoas com prestígio político, ele vive o melhor do reino quando o óbito deixa
o trono vazio, e nesse vácuo de liderança, alguém precisa se posicionar. É nesse
momento que o chamado de Isaías acontece, na falta de uma referência, no entanto
para isso, Isaías precisa de uma experiência de santidade com Deus, o que só
acontece depois de uma real experiência de pecado, pois alguém que não entende

2
Conteúdo licenciado para Jose Jales de Figueiredo Junior -
Formação em Teologia

a gravidade de seus pecados não terá uma experiência real de santidade, algo sério
e inegociável para o Deus santo.
A experiência de santidade de Isaías (tão necessária a todo cristão) começa
com um ‘’Ai de mim’’, e não com “Ai dos outros’’. Porém, para muitos, a santidade
está relacionada à roupa adequada, frequência em reuniões e obediência de
protocolos, e quando a igreja começa a falar de santidade, a tendência é falar do
“outro”, mas um ministério profético autêntico começa com um ‘’Ai de mim que sou
pecador’’. Sem essa consciência o ministério profético está fadado a se corromper.
E sendo assim, a consciência do pecado (junto da necessidade do castigo e da
esperança de salvação) faz a base do Livro de Isaías.

Profeta messiânico: O profeta Isaías fala sobre seriedade e o significado de


um Deus santo, e, mesmo falando da necessidade de castigo, ele aponta para uma
esperança, o Messias, e esse novo elemento faz de Isaías o profeta messiânico, pois
a presença dessa salvação pode ser percebida no livro inteiro, uma redenção até
para um povo como Israel, que ainda não sabe viver fora da idolatria.
A nomeação dos filhos de Isaías dão pistas sobre o futuro e sobre o que fazer
no presente, pois esses nomes são simbólicos e carregam a essência da mensagem
do profeta. Um deles é Sear-jasube, que significa ‘’Um resto há de voltar’’; e o outro
é Maher-shalal-hash-baz, que significa “Pronto para o saque”. Os nomes fazem
parte de inúmeros avisos, anúncios e condenações que revelavam o juízo divino
sobre Israel e a sobrevivência de um remanescente fiel, isto é, somente uma parcela
pequena, porém leal ao Senhor seria salva. Além disso, pensando na nova aliança,
o remanescente é a igreja.
A denúncia de Isaías serve para sacudir a consciência de Israel, que está
quebrando a aliança, e perceber que a situação é pior do que eles imaginam, e a
acusação não poupa nem o rei que, entre outras coisas, está com medo de uma
ameaça de invasão, vemos isso em Isaías 7:2, onde a mensagem do profeta é direta:
Se você não crer, não vai sobreviver! De fato, a circunstância de um ataque iminente

3
Conteúdo licenciado para Jose Jales de Figueiredo Junior -
Formação em Teologia

foi usada por Deus para ministrar à nação, visto que o medo do ataque ou, vai gerar
quebrantamento e arrependimento para a redescoberta da fé e restauração da
comunhão com Deus, ou esse medo criará novas alianças duvidosas, com povos
estranhos ao Senhor, que aproximaram Israel da idolatria. A advertência de Isaías
não deixa ninguém de fora, e sua batalha não é uma luta contra o medo somente,
pois, por mais que estejamos falando de um Deus que está reivindicando justiça,
essa justiça não quer simplesmente destruir, ela chama o país para um conserto, e
só sobrevive quem crê.
Agora vamos ao capítulo 57, em que Isaías faz um desenho da idolatria do
povo:

‘’Perece o justo, e não há quem considere isso em seu


coração, e os homens compassivos são recolhidos, sem que
alguém considere que o justo é levado antes do mal. Entrará
em paz; descansarão nas suas camas, os que houverem
andado na sua retidão. Mas chegai-vos aqui, vós os filhos da
agoureira, descendência adultera, e de prostituição. De
quem fazeis o vosso passatempo?......Contra quem
escancarais a boca, e deitais para fora a língua? Porventura
não sois filhos da transgressão, descendência da falsidade,
que vos inflamais com os deuses debaixo de toda a árvore
verde, e sacrificais os filhos nos ribeiros, nas fendas dos
penhascos? Nas pedras lisas dos ribeiros está a tua parte;
estas, estas são a tua sorte; sobre elas também derramaste
a tua libação, e lhes ofereceste ofertas; contentar-me-ia eu
com estas coisas?’’

4
Conteúdo licenciado para Jose Jales de Figueiredo Junior -
Formação em Teologia

E no capítulo anterior, Isaías chega a acusar os atalaias de sentinelas cegos


(56:10), o profeta busca avisar do caminho errado pois, aqueles que eram
responsáveis por vigiar, não enxergaram o caos em que o povo se meteu,
afundando-se em injustiça e idolatria. Ainda no capítulo 56 vemos que a
misericórdia virou ídolo e se entende que a bênção de ontem pode se tornar o ídolo
de amanhã, como o ouro egípcio que Israel recebeu no êxodo, mas que transformou
em um bezerro de ouro e que os atalaias cegos não viram.
Voltando ao capítulo 57, vemos a importância de alguns lugares de culto
nesse período da história, são eles: carvalhos, ribeiros e montes. São lugares onde
os patriarcas viveram experiências incríveis com Deus e onde foi revelada a
idolatria do povo. A cama da prostituição apareceu no lugar do culto, isto é, o povo
adulterou contra Deus no lugar do culto, profanando a promessa ao usar elementos
da terra (ribeiros, carvalhos, colinas). E para entender a força dessas ações é
necessário perceber que há uma diferença entre o pensamento judeu e cristão
referente ao favor de Deus. O entendimento hebreu vê o favor divino se expressar
na terra prometida - uma benção material, visível e palpável. Enquanto a
mentalidade cristã reconhece o favor de Deus na cruz de Cristo. Portanto,
entendendo que o ministério profético aponta uma continuação, o conserto da
aliança que Isaías profetiza significa voltar à essência da cruz.

5
Conteúdo licenciado para Jose Jales de Figueiredo Junior -
Formação em Teologia

6
Conteúdo licenciado para Jose Jales de Figueiredo Junior -
Formação em Teologia

7
Conteúdo licenciado para Jose Jales de Figueiredo Junior -

Você também pode gostar