Você está na página 1de 4

ANTIGO TESTAMENTO

LIVROS PROFÉTICOS- PARTE V

l I​ ntrodução

Falaremos agora do Livro de Isaías, do chamado de Isaías, e a primeira


informação importante que temos, é sobre o ano em que morreu o rei Uzias,
provavelmente Isaías devia ter cerca de 20 anos.

Isaías é um profeta que está na corte e faz parte de um grupo de pessoas com
maior prestígio político, ele está dentro do reino, quando temos a afirmação de
um trono vazio, quando a referência acaba (morte de Uzias), alguém precisa se
posicionar, ou seja, o chamado de Isaías acontece quando falta uma liderança e
uma referência. Muitas vezes o nosso chamado para exercer o ministério
profético acontece justamente nessa circunstância.

l​ Isaías

É tempo de ser referência. É assim que começa o chamado de Isaías, com uma
experiência de santidade, e isso só acontece depois de uma experiência real de
pecado, e ninguém que entende de fato a gravidade de seus pecados, terá uma
experiência real de santidade.

Essa experiência de santidade tão necessária a todo o cristão começa com um


‘’ai de mim’’, e não com ‘’ai dele’’. Minha preocupação pastoral é que quando
falamos de santidade, vemos sempre uma relação de ‘’você não está vestindo a
roupa adequada, você não está cumprindo os protocolos...’’ quando a igreja
começa a falar de santidade, a tendência é falar de ‘’você’’, no entanto, um
ministério profético autêntico começa com uma experiência de santidade que
nasce com um grito profundo de ‘’ai de mim que sou pecador’’, enquanto essa
consciência não ficar clara, o ministério profético está fadado a se corromper no
meio do caminho.

Isaías traz a ideia de que a força da santidade de Deus é algo sério e importante,
e servimos um Deus santo, a consciência do pecado junto com a necessidade de
um castigo e a esperança de salvação, essa é a estrutura básica do livro de Isaías.

Conteúdo licenciado para Jose Jales de Figueiredo Junior -


l​ Chamado de Profeta Messiânico

O profeta Isaías fala sobre a seriedade sobre o que significa um Deus santo, só
que o elemento novo, (por isso o chamamos de profeta messiânico) é que
mesmo falando da necessidade de castigo, ele aponta para uma esperança de
salvação, mesmo para um povo que não sabe praticamente nada sobre viver
sem idolatria. O fato diferente é que apesar da santidade de Deus, o profeta traz
uma esperança de salvação e ela permeia todo o livro.

Encontramos então a nomeação dos filhos, os nomes são simbólicos e


carregam a essência da mensagem. Isaías tem dois filhos, que são: SearYasub,
que significa ‘’ um resto há de voltar’’, e ‘’ MaherSalalHasBaz’’, que significa
‘’pronto para o saque’’. A ideia que existe durante todo o livro de Isaías, é a do
remanescente fiel, o povo que é filtrado depois dos inúmeros anúncios e
condenações, é o povo que vai sobreviver.

Pensando na Nova Aliança, o remanescente é a igreja. O livro de Isaías, apesar


de falar de condenação ou de juízo, o juízo sempre está a serviço da salvação.

A denúncia de Isaías é para sacudir a consciência do povo que está quebrando a


aliança e perceber que a situação é pior do que eles imaginam. Ele confronta o
medo, pois o rei está com medo da ameaça da invasão, vemos isso em ​Isaías 7:2​,
o Rei está com medo das ameaças e Isaías fala ​‘’se você não crê, não vai
sobreviver’’​, esse medo do ataque ou vai gerar quebrantamento e a fé será
redescoberta, ou esse medo criará novas alianças que afastam de Deus e se
aproximam da idolatria, Isaías adverte o medo do Rei e o medo do povo, pois
esse medo pode se tornar distancia de Deus e idolatria.

É uma luta do profeta contra o medo, pois por mais que estejamos falando de
um Deus que está vindo e reivindicando justiça, essa justiça não quer
simplesmente destruir, mas ela chama para uma correção para que o povo volte
a fazer parte da aliança. O chamado de Isaías é esse, só sobrevive quem crê.

Agora, vamos ao capítulo 57 de Isaías para fazermos algumas breves reflexões,


nesse capítulo, temos esse desenho da idolatria do povo, então lendo desde o
capítulo 1: ‘’ perece o justo, e não há quem considere isso em seu coração, e os
homens compassivos são recolhidos, sem que alguém considere que o justo é
levado antes do mal.’’ A primeira afirmação de Isaías nesse capítulo é de que o
justo está perecendo e ninguém presta atenção nele, o homem é compassivo. E
o texto continua: ​‘’entrará em paz; descansarão nas suas camas, os que
houverem andado na sua retidão. Mas chegai-vos aqui, vós os filhos da
agoureira, descendência adulterina, e de prostituição. De quem fazeis o vosso
passatempo?

Conteúdo licenciado para Jose Jales de Figueiredo Junior -


Contra quem escancarais a boca, e deitais para fora a língua? Porventura não
sois filhos da transgressão, descendência da falsidade, que vos inflamais com
os deuses debaixo de toda a árvore verde, e sacrificais os filhos nos ribeiros,
nas fendas dos penhascos? Nas pedras lisas dos ribeiros está a tua parte;
estas, estas são a tua sorte; sobre elas também derramaste a tua libação, e
lhes ofereceste ofertas; contentar-me-ia eu com estas coisas?’’

No versículo 10, Isaías chega a acusar as atalaias de ‘’ atalaias-cegos’’, a turma


que era para vigiar, não enxerga o caos que o povo se meteu, então são
‘’atalaias-cegos’’, para ler o profeta Isaías, precisamos entender que ele tenta
enfrentar um medo de um povo que está perdendo a fé, se metendo em
idolatrias, praticando injustiças, etc., e quem era para avisar do caminho errado,
está cego.

Existe uma diferença que precisamos entender entre a mentalidade judaica e a


mentalidade cristã, quando pensamos em mentalidade judaica, o favor do
Senhor é revelado na terra prometida, como essa mentalidade percebe a
benção do Senhor? Ela se revela através da Terra. Como a mentalidade cristã
reconhece o favor da parte de Deus? Ele é percebido na cruz. Se tendemos que
o ministério profético precisa continuar, voltar para a Aliança é voltar à essência
da cruz.

No capítulo 57 a partir do versículo 5, vemos que os ídolos foram construídos


com o mesmo ouro que receberam do Egito como símbolo de grandeza. A
misericórdia virou ídolo, e o ídolo de amanhã foi a bênção de ontem. Se
posicionar dentro dessa batalha e perceber a aliança que vivemos e as
consequências dela, é muito importante.

Os bezerros de ouro, que os atalaias cegos não veem, as bênçãos que


recebemos, em minha opinião, são: tradição, sobrenatural (bom) e ação social.

No capítulo 57 também vemos alguns lugares de culto que são primordiais


nesse período da história, são eles: os carvalhos, os ribeiros e os montes. São
lugares onde os patriarcas viveram experiências incríveis com Deus, são lugares
onde a idolatria do povo é revelada. A cama da prostituição apareceu no lugar
do culto. o povo adulterou contra Deus e o lugar do adultério, foi no culto, foi ali
onde Deus conseguiu identificar o adultério do seu povo. Quando o profeta traz
essa revelação, é uma mensagem forte.

Nesse capítulo vemos Deus anunciando o castigo e dizendo que os ídolos que o
povo procurou para se prostituir não vão ajudar, é hora de aplanar os caminhos
pois a justiça vai vir. Deus se revela como alguém que mora no alto, mas
também habita no coração, temos uma distinção, ele mora lá em cima, mas
também embaixo, no coração conflituoso.

Conteúdo licenciado para Jose Jales de Figueiredo Junior -


4

Conteúdo licenciado para Jose Jales de Figueiredo Junior -

Você também pode gostar