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SUMÁRIO

Introdução 04

Capítulo 01
Inicio de um chamado 05

Capítulo 02
O Sermão deve ser resultado da oração 09

Capítulo 03
Homilética: A arte da pregação 14

Capítulo 04
Falando bem: A Oratória 16

Capítulo 05
Aceite quem você é! 21

Capítulo 06
A letra mata 23

Capítulo 07
Ganhamos autoridade pra falarmos bem, quando nos 26
preparamos bem

Capítulo 08
29
O tema do pregador: O Calvário!

Capítulo 09
32
Fundamentos da Pregação

Conclusão 39
AMANDA
SILVA
BREVE BIografia

Amanda Silva tem 26 anos e é casada com João Ricardo. É uma


fervorosa serva do Senhor Jesus Cristo e por ser apaixonada pela
Palavra de Deus, é estudante de Teologia, pois se preocupa em estar
sempre preparada para a obra, através das Escrituras.

Amanda, é também estudante de outros idiomas como o Inglês e o


Coreano. Seu amor maior é servir ao Senhor Jesus Cristo e à sua
igreja, desempenhando um papel ativo na divulgação do evangelho e
na expansão do Reino de Deus. Sua vida é um testemunho vivo do
compromisso com a fé, com os estudos e com o serviço ao próximo.

@amandasilvaeponto

03
INTRODUÇÃO
SER UM PREGADOR DE EXCELÊNCIA
É UMA TAREFA DESAFIADORA, MAS,
EXTREMAMENTE GRATIFICANTE.

Quando um pregador é capaz de transmitir a mensagem de Deus de


forma clara e envolvente, ele pode ter um impacto significativo na
vida de seus ouvintes.

No entanto, muitos pregadores lutam para encontrar o equilíbrio


certo entre ser fiel à mensagem bíblica e ser relevante para a cultura
em que vivemos.

Neste e-book, você encontrará algumas dicas úteis para ajudá-lo a


se tornar um pregador de excelência.

Esperamos que esse conteúdo seja de grande valia para seu


crescimento e desenvolvimento ministerial.

Deus os abençoe!

04
CAPÍTULO 01

INÍCIO DE UM CHAMADO

UM CHAMADO SEMPRE COMEÇA COM UMA BACIA, ÁGUA E UMA


TOALHA. E NÃO COM UM MICROFONE.

A bacia, símbolo de humildade e serviço, nos recorda que qualquer


chamado autêntico começa na disposição de nos abaixarmos. Não é
o brilho da atenção pública que nos eleva, mas sim a capacidade de
nos curvarmos para servir a outros. A água, fonte de purificação e
renovação, representa a preparação interior necessária para
desempenhar o papel que nos é destinado. A toalha, utilizada para
secar e cuidar, simboliza a gentileza e a preocupação genuína pelos
que nos cercam.

Assim, o início modesto de um chamado nos relembra que a


autenticidade está na simplicidade, que o verdadeiro impacto se
origina na capacidade de nutrir e cuidar. Enquanto o microfone pode
ampliar nossa voz, são as ações humildes e compassivas que
realmente ressoam nas vidas daqueles que tocamos. Portanto, que o
brilho de um chamado não seja medida por aplausos, mas pelo
legado de amor, serviço e transformação que deixamos para trás,
como uma marca etérea que transcende o tempo.

05
CAPÍTULO 01

A caminhada em direção ao ministério da palavra é uma jornada


repleta de desafios e reviravoltas, muito diferente de uma estrada
reta e sem obstáculos. Imagine-a como uma estrada sinuosa, onde
cada curva e obstáculo representa uma oportunidade de
aprendizado e crescimento.
A primeira curva nessa estrada é chamada de "Fracasso". Ela nos
ensina que cometer erros é parte integrante do processo de
crescimento. Cada fracasso é uma lição que nos aproxima mais da
excelência em nosso ministério.
À medida que avançamos, encontramos um trecho desafiador
chamado "Dicção". Aqui, aprendemos a importância da comunicação
clara e eficaz para transmitir a mensagem da palavra de Deus de
maneira impactante.

No próximo desafio, nos deparamos com um quebra-molas


chamado "Timidez". Muitas vezes, a timidez pode nos impedir de
compartilhar nossa fé e conhecimento, mas superá-la nos torna
comunicadores mais confiantes e habilidosos.
E, como em qualquer jornada, há o temido "Pneu Furado" chamado
"Procrastinação". Adiar nossas responsabilidades ministeriais pode
nos atrasar, mas é importante lembrar que podemos superar isso
com determinação e foco.
A boa notícia é que podemos nos preparar para enfrentar esses
desafios. Carregamos um estepe valioso chamado "Determinação"
para lidar com os momentos difíceis. A "Bíblia" é nosso motor,
fornecendo-nos a orientação e sabedoria necessárias em cada
curva. A "Fé" age como um seguro, nos protegendo contra as
incertezas.
E, o mais importante de tudo, temos um motorista incrível ao nosso
lado, chamado "Jesus". Ele é nosso guia constante, nossa fonte de
força e inspiração, garantindo que nunca estejamos sozinhos na
estrada.

06
CAPÍTULO 01

Com esses recursos valiosos, podemos ter certeza de que, ao


longo dessa jornada desafiadora, experimentaremos um crescimento
ministerial profundo e significativo. Cada curva, cada obstáculo, nos
moldará e nos capacitará a compartilhar a palavra de Deus com
amor, confiança e graça, impactando vidas ao longo do caminho.
Quando tocamos a vida das pessoas através da pregação do
evangelho, deixamos uma marca indelével, como impressões digitais
na alma daqueles que encontram o caminho para Jesus. É um
momento que fica gravado na memória, um divisor de águas que
transforma vidas.
Pode ser que você se lembre vividamente do dia em que deu o
passo para aceitar Jesus como seu Salvador. As palavras do
pregador, o local onde estava, a roupa que vestia e o impacto da
mensagem são lembranças que permanecem nítidas em sua mente.
É como se a conversão tivesse criado uma identidade única, uma
pegada espiritual que se destaca na sua história.
Por outro lado, se tentarmos recordar detalhes mundanos, como o
que comemos no café da manhã em uma data específica,
percebemos como a nossa mente prioriza aquilo que realmente
importa. O encontro com Jesus é um acontecimento de magnitude
incomparável, e é natural que nossas lembranças o valorizem acima
de outros momentos cotidianos.
Tudo isso nos ensina uma lição profunda: a vida já é boa quando
temos Jesus, mas ela se torna extraordinária quando permitimos que
outros O encontrem através de nós. Nada na natureza existe apenas
para si mesmo.

07
CAPÍTULO 01

Os rios não saciam sua própria sede, as árvores não se beneficiam


dos próprios frutos, o sol não brilha apenas para aquecer a si
mesmo, e as flores não espalham sua fragrância só para si. Assim
como esses elementos da natureza servem a um propósito maior,
Jesus também não se sacrificou por Si mesmo, mas por toda a
humanidade, para que todos possam encontrar a salvação através
Dele. Portanto, ao compartilharmos a mensagem do evangelho,
estamos seguindo o exemplo d'Ele, espalhando a luz, a graça e o
amor divino para que outros também possam ser transformados por
essa experiência inesquecível.

APRENDENDO COM MAIOR PREGADOR

A água que não corre forma um pântano; a mente que não pensa
forma um tolo.

Os ensinamentos de Jesus eram como rios cristalinos que fluíam,


desafiando seus seguidores a mergulhar nas profundezas da
compreensão. Ele não oferecia verdades prontas, mas sim questões
provocadoras que despertavam a busca pela verdade.
Com maestria, Jesus utilizava o método dedutivo, lançando
enigmas e parábolas que ecoavam por gerações. Ele não apenas
transmitia conhecimento, mas convidava à reflexão. Suas palavras
eram como sementes plantadas em solos férteis, aguardando o
momento certo para florescer.
Ao invés de respostas diretas, Jesus oferecia pistas para o
entendimento. Ele desafiava seus ouvintes a pensar, a discernir, a
descobrir por si mesmos a sabedoria contida em suas palavras.
Como Ele mesmo disse, 'Quem tem ouvidos para ouvir, ouça' (Mateus
11:15), convidando-nos a não apenas ouvir, mas também a
compreender e aplicar seus ensinamentos em nossas vidas.

08
CAPÍTULO 02

O SERMÃO DEVE SER


RESULTADO DA ORAÇÃO.

"A oração é para o crente, o que o capital é para um


homem de negócios". (Leonard Ravenhill)

Não é segredo para ninguém que a oração deve ser prioridade na


vida de todo o cristão. É também através dela que mantemos
comunhão com Deus.
Ele fala conosco através de sua palavra, do sorriso de uma criança,
do cântico dos pássaros, da quebra das ondas do mar e etc.
Mas nós, temos um único meio de falar e manter comunhão com
ele, e é através da oração. Essa responsabilidade dobra, quando um
ministro, pregador, se propõe a pregar o evangelho.
Pois é através da oração que ele recebe do Espírito Santo de Deus,
a orientação de sua palavra, sobretudo, sua vontade para seu povo.
Existe um valor extraordinário em nossa comunhão privada com Deus,
o tempo tem um valor essencial.

Muito tempo passado com Deus é o segredo da oração eficaz.

Um pregador que prioriza a oração é alguém que reconhece a


importância da comunhão com Deus em sua vida pessoal e
ministerial. Ele entende que a oração é a base de todo ministério
eficaz e que, sem ela, não há poder ou unção em seu serviço.

09
CAPÍTULO 02

QUEM PLANTA NO SOLO DA ORAÇÃO COLHE PARA DEUS.

Colher para Deus é quando um pregador transmite a mensagem de


salvação a outras pessoas levando-as a uma experiência pessoal
com Ele.

E ele o faz com o coração, pois é o coração em chamas do


pregador que deve falar do púlpito.

Ele manifesta a outros, aquilo que ele também recebeu.

Por isso E.M Bounds disse:

“Aquele que não semeia com o coração, nunca fará uma colheita
para Deus”.

A oração faz do pregador, um pregador que prega com o coração.

É muito mais que transmitir meras informações, mas estar


incendiado pela unção do Espírito Santo, para que seja evidenciado o
poder de Deus, através dos olhos, gestos e palavras do pregador.

É um problema sério quando: “Ensina-se o jovem pregador a pôr


toda a sua energia na forma, no sabor e na beleza de seu sermão,
como se fosse um produto mecânico e intelectual”.

"Ponha fogo no seu sermão, ou ponha seu sermão no fogo" .


John Wesley

Infelizmente, nem muitos ministros entendem a grandiosidade da


oração, e por isso, apelam para a técnica e no fim, colhem para si
mesmos os aplausos dos homens, ao invés de colherem almas para o
Reino de Deus.

10
CAPÍTULO 02

Afinal, homens mortos, pregam sermões mortos, e sermões mortos,


matam.

Alguns pregadores avivalistas entendiam o valor da vida de oração


e foram bem sucedidos em seus ministérios:

1- Charles Finney:

Charles Finney foi um pregador americano do século XIX que


liderou o Segundo Grande Despertar. Ele enfatizou a importância da
oração em sua própria vida e em seu ministério. Finney costumava
orar por horas antes de pregar e acreditava que a oração era a chave
para o avivamento.

2 - George Whitefield:

George Whitefield foi um pregador britânico do século XVIII que


pregava ao ar livre para grandes multidões. Ele foi conhecido por orar
fervorosamente antes de cada pregação e por encorajar outros a
fazerem o mesmo.

11
CAPÍTULO 02

3 - John Wesley:

John Wesley foi um pregador e teólogo britânico do século XVIII que


fundou o metodismo. Ele era conhecido por sua disciplina espiritual,
que incluía horas de oração diárias. Wesley acreditava que a oração
era essencial para o ministério eficaz.

4 - Jonathan Edwards:

Jonathan Edwards foi um pregador americano do século XVIII que


liderou o Primeiro Grande Despertar. Ele enfatizou a importância da
oração e do arrependimento em sua pregação. Edwards costumava
orar por horas antes de pregar e acreditava que a oração era a chave
para a mudança de coração das pessoas.

Em resumo, entendemos que a oração é essencial para o ministério


eficaz e a busca incessante da presença de Deus.

12
CAPÍTULO 02

POR QUE DEVEMOS ORAR ANTES DE PREGAR?

Ao orarmos antes de pregar, buscamos a direção de Deus para a


mensagem que queremos transmitir. Pedimos que Ele nos guie em
nossas palavras e que nos ajude a transmitir a verdade de forma clara
e eficaz.
Ela também nos ajuda a reconhecer nossa dependência de Deus
em todas as coisas, incluindo em nosso ministério. Quando oramos
antes de pregar, estamos confessando que sem a ajuda de Deus, não
podemos fazer nada.
A oração é também uma forma de fortalecer nossa fé e nossa
conexão com Deus. Quando oramos antes de pregar, estamos nos
preparando espiritualmente para a tarefa que temos pela frente.

13
CAPÍTULO 03

HOMILÉTICA: A ARTE DA
PREGAÇÃO

"Todo cristão deve estar pronto para morrer, ou para pregar."


John Wesley

A homilética é a teoria e a arte de pregar um sermão. Ela envolve


técnicas para tornar a mensagem transmitida pelo orador mais fácil
de ser compreendida por aqueles que o ouvem. Ou seja, utilizar os
princípios da retórica com a finalidade específica de falar sobre o
conteúdo da palavra de Deus.
O termo Homilética é derivado do Grego “HOMILOS” o que significa:
multidão, assembleia do povo, derivando assim outro termo,
“HOMILIA” ou pequeno discurso do verbo “OMILEU” conversar.
O termo Grego “HOMILIA” significa um discurso com a finalidade de
convencer e agradar. Portanto, a Homilética significa “A arte de
pregar”.

A arte de falar em público nasceu na Grécia antiga com o nome de


Retórica. O cristianismo passou a usar esta arte como meio da
pregação, que no século 17 passou a ser chamada de Homilética.

SUA FINALIDADE: Sua finalidade é ajudar os pregadores a


desenvolver habilidades para comunicar as verdades bíblicas de
forma clara, envolvente e relevante para aqueles que o escutam.

14
CAPÍTULO 03

Através da homilética, os pregadores aprendem como estruturar um


sermão, escolher tópicos, desenvolver ilustrações e aplicar a
mensagem bíblica aos desafios da vida cotidiana. O objetivo final é
transmitir a mensagem bíblica de forma clara e impactante, a fim de
transformar a vida das pessoas que ouvem a pregação.

Em Marcos 16:15 Jesus disse aos seus discípulos: "Ide por todo o
mundo, pregai o evangelho a toda criatura".

Quando Jesus disse "Ide e pregai o evangelho" ele estava instruindo


seus discípulos a espalhar a mensagem do evangelho, que é a boa
notícia da salvação através de sua morte e ressurreição à todas as
pessoas.
Isso se faz por meio da fala, ou seja, da homilética.

15
CAPÍTULO 04

FALANDO BEM:
A ORATÓRIA.
A oratória é a arte de falar em público de maneira eficaz. É a
habilidade de se comunicar de forma clara, organizada e cativante
diante das pessoas.. Ela envolve tanto a forma como as palavras, que
são expressas quanto o conteúdo da mensagem transmitida.

Vale ressaltar que:

Um bom orador possui domínio sobre a linguagem verbal e não


verbal, usando técnicas como a entonação da voz, gestos
adequados, postura corporal e contato visual para transmitir sua
mensagem de maneira impactante.

A linguagem corporal e a expressão facial também desempenham


um papel importante na oratória, pois ajudam a transmitir emoções e
envolver o público.
A clareza na comunicação é essencial na oratória. Isso envolve o
uso de uma linguagem acessível, evitando jargões, vícios de
linguagem, e/ou palavras complexas que possam alienar o público.
Um orador inteligente é capaz de adaptar seu discurso/mensagem ao
nível de conhecimento e compreensão das pessoas que o escuta,
tornando-o compreensível e relevante para todos.

16
CAPÍTULO 04

Existem muitos pregadores renomados que são reconhecidos por


sua habilidade na oratória. Segue abaixo a lista de alguns:

Billy Graham - Foi considerado o maior evangelista cristão,


reconhecido por suas habilidades de oratória. Ele era conhecido por
sua clareza na comunicação, sua capacidade de conectar-se com as
pessoas e transmitir a mensagem do Evangelho de maneira acessível
e impactante.

John Piper - É um autor e pastor conhecido por sua pregação


apaixonada e teologicamente rica. Sua oratória é marcada por sua
ênfase na soberania de Deus, alegria em Cristo e uma profunda
paixão pela glória de Deus.

Charles Spurgeon - Foi um proeminente pregador batista do século


XIX Ele era conhecido por sua eloquência, uso de ilustrações vívidas
e uma voz poderosa que cativava a atenção dos ouvintes. Seus
sermões foram amplamente lidos e ainda são apreciados por muitos
hoje em dia.

JESUS O MAIOR ORADOR DE TODOS OS TEMPOS

O Senhor Jesus é sem dúvidas, considerado um dos maiores


comunicadores e mestres da história.
Sua habilidade na oratória transcendeu as fronteiras culturais e
religiosas, impactando inúmeras pessoas ao longo dos séculos. Aqui
estão alguns aspectos que contribuíram para a sua reputação como
um dos maiores oradores de todos os tempos:

Autoridade e Sabedoria:
Jesus falava com autoridade, diferenciando-se dos escribas e
fariseus de sua época. Suas palavras demonstravam profunda
sabedoria e conhecimento das Escrituras, transmitindo ensinamentos
que ressoaram com a verdade e a autoridade divina.

17
CAPÍTULO 04

Simplicidade e Clareza:
Jesus usava parábolas e histórias para transmitir verdades
complexas de maneira simples e acessível. Ele se conectava com as
pessoas por meio de ilustrações vívidas - parábolas - tornando seus
ensinamentos compreensíveis mesmo para aqueles com pouca
instrução formal.

Amor e Empatia:
Jesus irradiava amor e compaixão em suas palavras e ações. Ele
falava diretamente ao coração das pessoas, tocando suas vidas com
palavras de esperança, cura e redenção. Sua capacidade de se
conectar emocionalmente com as pessoas era uma marca registrada
de sua oratória.

Transformação:
Jesus não apenas comunicava verdades, mas também buscava
transformar vidas. Ele convencia as pessoas que o ouvia, a mudarem
suas perspectivas, arrependerem-se de seus pecados e o seguirem.

Autenticidade e Integridade:
Jesus vivia aquilo que ensinava, o que acrescentava autenticidade
às suas palavras. Jesus ensinava muito seus discípulos sobre a
prática da oração, tudo isso porque Ele era um exemplo de alguém
que dedicava bastante tempo à oração. Mateus 6:9-13/Lucas 22:42.
Ele buscava momentos de intimidade com o Pai, retirando-se para
lugares isolados para orar, muitas vezes durante a noite.

Sua vida exemplar e coerência entre suas palavras e ações


aumentavam a credibilidade e a impacto de sua oratória.

Embora seja difícil comparar os oradores ao longo da história de


maneira absoluta, é inegável que Jesus Cristo deixou um legado
duradouro como um dos maiores comunicadores e mestres da
humanidade. Seus ensinamentos e estilo de oratória continuam a
influenciar e inspirar milhões de pessoas em todo o mundo.

18
CAPÍTULO 04

DESENVOLVENDO A BOA ORATÓRIA

Desenvolver uma boa oratória na igreja requer prática, preparação e


confiança.
Aqui estão algumas dicas que podem ajudá-lo a melhorar sua
habilidade de falar em público e transmitir sua mensagem de maneira
eficaz:

Conheça seu público: Entenda quem são os membros de sua


congregação. Isso ajuda a adaptar sua linguagem, exemplos e
abordagem de acordo com as necessidades e interesses deles.

Preparação: Dedique tempo para compreender o tema e organize


seus pensamentos. Quanto mais você souber sobre o assunto,
mais confiante parecerá.

Prática: Treine regularmente seu discurso em voz alta. Isso ajuda a


melhorar a fluidez e a confiança na entrega.

Voz e tom: Mantenha uma entonação calma e clara. Varie a


velocidade e o volume para enfatizar pontos importantes.

Contato visual: Olhe para a congregação, estabelecendo conexão


visual. Isso cria um senso de envolvimento e empatia.

Postura: Fique ereto e relaxado. Uma boa postura ajuda a


transmitir confiança e autoridade.

Respiração: Pratique técnicas de respiração para controlar o


nervosismo e manter um ritmo constante.

Simplicidade: Use linguagem acessível e evite jargões


complicados. A clareza é fundamental para a compreensão.

Feedback: Peça feedback construtivo a pessoas de confiança.


Isso ajudará você a identificar áreas para melhorar.

19
CAPÍTULO 04

Lembre-se, a prática constante é fundamental para desenvolver


uma boa oratória. Com o tempo e o esforço, você se tornará mais
habilidoso em comunicar mensagens de forma eficaz na igreja.

20
CAPÍTULO 05

ACEITE QUEM VOCÊ É!

“Quanto melhor soubermos quem somos, menos serão nossos


esforços de agradar os outros.”
Charles Swindoll

Charles Swindoll disse uma vez: Quanto melhor soubermos quem


somos, menor serão nossos esforços de agradar os outros.
Você precisa compreender que Deus te escolheu, e te capacitou
para que seja único dentro do seu chamado.
Como o mesmo Swindoll, citado anteriormente disse: Todos nós
temos um jeito inimitável que é somente nosso. Somos iguais por
sermos seres humanos, mas, somos únicos porque o Senhor Jesus
confiou-nos qualidades inerentes que são unicamente nossos.
O sucesso de um chamado se deve a autoaceitação e
autoconfiança daquele que o possui.
Aceitar quem você é te torna mais confiante em suas habilidades e
talentos únicos, o que o capacita a usar esses talentos de maneira
mais eficaz em seu ministério. Isso pode ajudá-lo a desempenhar um
papel mais significativo e impactante em sua igreja e nas vidas das
pessoas que você está servindo.

21
CAPÍTULO 05

NÃO PERCA A SUA ORIGINALIDADE

Não é errado admirar alguém pela forma que Deus o usa, o que não
pode e nem deve acontecer é, em detrimento de si mesmo e de sua
originalidade, você copiar quem admira. Entenda quem és em Deus, e
como Ele te chamou para ser.

No entanto, é importante lembrar que aceitar quem você é não


significa que você não deve buscar crescer e melhorar a si mesmo. É
importante encontrar um equilíbrio saudável entre aceitação e
autodesenvolvimento, para que você possa continuar crescendo e
evoluindo como pessoa e líder.

22
CAPÍTULO 06

A LETRA MATA?
“A letra mata, mas o Espírito vivifica”
2 Coríntios 3.6

Eu tenho a certeza de que você certamente já ouviu: "A LETRA


MATA", será que se refere ao estudo teológico ou algo do tipo Afinal,
qual é o real sentido dessa palavra? Será que é isso que você
entendeu?

Vamos lá. Entendendo o contexto:

“A letra mata, mas o Espírito vivifica” vem de 2 Coríntios 3:6. Para


entender seu significado verdadeiro, é preciso olhar para o contexto
em que se insere. Os versículos anteriores afirmam que nossa
confiança e qualquer capacidade que temos vem de Deus. Por nosso
próprio mérito não conseguimos alcançar nada (2 Coríntios 3:4-5).
Em Jesus, firmamos uma nova aliança com Deus. Essa aliança não
se baseia naquilo que nós fazemos mas naquilo que Deus faz em nós.
Antes de conhecermos Jesus, estávamos debaixo da antiga aliança,
que exigia obediência perfeita às leis de Deus, senão ficávamos
debaixo de condenação. Essa aliança era visível na Lei de Moisés,
resumida nos Dez Mandamentos.
O povo de Israel era um exemplo da antiga aliança posta em prática.
Eles tinham as leis de Deus claramente registradas e tinham o dever
de as cumprir. O não cumprimento dessas leis, resultava em maldição
e morte.

23
CAPÍTULO 06

Mas os israelitas nunca cumpriram tudo perfeitamente. Da mesma


forma, todos nós pecamos, quebrando a lei de Deus, e ficamos
debaixo da maldição da morte (Romanos 3:19-20).

Já no capítulo 3 de Coríntios, Paulo escreve dizendo que os cristãos


convertidos ao Evangelho são cartas vivas (2 Coríntios 3:1-3). Com
isso, o apóstolo estava se referindo ao fato de que pessoas inimigas
do verdadeiro Evangelho e opositores de seu ministério, estavam
utilizando cartas de recomendação fraudulentas para atestar a
própria causa.

Por outro lado, Paulo argumenta que os próprios cristãos de


Corinto, que tiveram suas vidas transformadas pelo Evangelho, eram
cartas vivas que comprovavam a legitimidade de seu ministério. Ele
estava dizendo que os cristãos genuínos são “manifestos como carta
de Cristo” que é lida por todos os homens. Essa carta não era escrita
com tinta, “mas pelo Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra,
mas em tábuas de carne, isto é, o coração” (2 Coríntios 3:2,3).

Quando o apóstolo utilizou as expressões “tábuas de pedra” e


“tábuas de carne”, ele estava estabelecendo um contraste entre a Lei
do Antigo Testamento e a Lei do Novo Testamento, entre o ministério
de Moisés e o ministério apostólico instituído por Cristo. Moisés deu
aos israelitas a Lei em tábuas de pedra, e estes foram incapazes de
guardá-la no coração conforme o Senhor ordenou (Deuteronômio 6:6;
9:10). Por isso os israelitas foram punidos com o Exílio.

No entanto, os profetas, especialmente o profeta Jeremias e o


profeta Ezequiel, falaram que haveria um tempo em que finalmente o
povo de Deus obedeceria a seus mandamentos em justiça e
santidade (Jeremias 31:22-34; Ezequiel 11:19; 36:26). Paulo então
identificou que essa promessa já havia começado a se cumprir
durante o seu ministério. Os verdadeiros seguidores de Cristo,
capacitados pelo Espírito Santo, agora podem viver uma vida que
agrada a Deus.

24
CAPÍTULO 06

Assim como Deus designou Moisés para ser o profeta da antiga


aliança em Israel, Paulo foi escolhido por Deus para ser exercer seu
ministério como ministro da nova aliança. É justamente baseado
nesse contexto, onde o apóstolo falou sobre a nova e gloriosa
aliança, que ele escreveu a frase a famosa frase, conhecida de todos
e por todos, “a letra mata mas o Espírito vivifica”.

Em resumo, Enquanto que a Lei (a letra) mata, porque nos condena


por nossos pecados, o Espírito vivifica porque nos dá uma vida nova
em Jesus. Ele nos santifica e nos torna capazes de agradar a Deus, se
cremos nele e entregamos nossa vida a ele. A condenação do
pecado é removida e podemos viver uma vida nova, guiada pelo
Espírito Santo!

Portanto, a expressão “a letra mata” não significa uma proibição ao


estudo teológico. Infelizmente muitas pessoas por muito tempo, na
tentativa de priorizar o caráter espiritual das Escrituras, acabaram
condenando o estudo teológico.

Todavia, a frase “a letra mata mas o Espírito vivifica”, como


pudemos ver, não sustenta este equivocado pensamento. É claro que
precisamos sempre orar para que o Espírito Santo de Deus ilumine o
nosso entendimento a fim de que possamos compreender as
verdades das Escrituras. Mas ao mesmo tempo, devemos estudá-la e
examiná-la diligentemente.

Tá ligado? Espero que sim!

25
CAPÍTULO 07

GANHAMOS AUTORIDADE
PARA FALAR BEM,
QUANDO NOS
PREPARAMOS BEM

Ao nos prepararmos adequadamente em um determinado assunto,


adquirimos autoridade e credibilidade para falar sobre esse tema. A
preparação envolve estudar, pesquisar, adquirir conhecimento e
experiência relevante na área em questão.

Quando nos dedicamos a aprender e entender profundamente um


assunto, estamos mais bem equipados para fornecer informações
precisas, explicar conceitos complexos e oferecer insights valiosos.
Essa preparação nos ajuda a desenvolver uma base sólida de
conhecimento, que é essencial para falar bem sobre o assunto.

Além disso, a preparação adequada também envolve a prática da


comunicação eficaz. Isso inclui aprimorar habilidades de expressão
oral e escrita, organizar ideias de forma clara e coerente, adaptar a
linguagem ao público-alvo e usar exemplos e ilustrações relevantes.

26
CAPÍTULO 07

Quando nos preparamos bem, demonstramos comprometimento e


dedicação ao assunto, o que naturalmente aumenta nossa autoridade
e confiança, principalmente se esse assunto for a palavra de Deus! As
pessoas tendem a valorizar e respeitar mais as informações de
alguém que demonstra conhecimento e habilidade no assunto.

FALE COM PAIXÃO

Ao falar da palavra de Deus de apaixonadamente, estamos


refletindo a mensagem central do Evangelho, que é o amor de Deus
por toda a humanidade. Transmitir esse amor através de nossas
palavras e ações ajuda a criar um ambiente acolhedor e convidativo,
onde as pessoas se sentem valorizadas.

No entanto, é importante lembrar que falar da palavra de Deus com


amor não significa evitar ou comprometer os ensinamentos bíblicos.

Quando falamos com paixão, nossa voz ganha entonação e emoção,


transmitindo o significado e a importância do assunto de uma maneira
mais impactante. A paixão nos impulsiona a comunicar com clareza e
convicção.

Portanto, não esqueça: A preparação aumenta a autoridade!

27
CAPÍTULO 07

Preparar uma boa pregação, envolve cuidado, estudo e atenção


aos detalhes. Aqui está um passo a passo que pode ajudar você:

1. Escolha do tema: Selecione um tema bíblico relevante e


significativo para a congregação. Certifique-se de entender
profundamente o assunto.
2. Estudo da Bíblia: Pesquise as passagens relacionadas ao tema
escolhido. Leia-as em contexto, buscando compreender o
significado original e a aplicação moderna.
3. Defina o objetivo:* Determine o que deseja transmitir com o
sermão. Qual é a mensagem central que você quer que a
congregação compreenda?
4. Estrutura: Organize seu sermão em uma estrutura lógica. Uma
abordagem comum é a divisão em introdução, corpo (com pontos
principais e subpontos) e conclusão.
5. Ilustrações: Use histórias, testemunhos, exemplos e ilustrações
para tornar a mensagem mais tangível e envolvente.
6. Contextualização: Relacione o tema com situações cotidianas da
congregação. Isso ajudará a aplicar a mensagem à vida das
pessoas.
7. Introdução cativante: Comece com uma introdução que chame a
atenção e estabeleça o tom para o sermão.
8. Aplicação prática: Ajude a congregação a entender como aplicar
os ensinamentos em suas vidas diárias. Ofereça conselhos
específicos e ações concretas.
9. Conclusão: Recapitule os pontos principais e encerre com uma
conclusão poderosa que resuma a mensagem e motive à ação.
10. Oração: Ore antes de subir ao púlpito, pedindo orientação divina e
clareza na transmissão da mensagem.

Lembre-se de que o objetivo principal é compartilhar a mensagem


da Palavra de Deus de maneira clara, relevante e impactante. Com
prática e dedicação, você poderá preparar sermões edificantes para
sua congregação.

28
CAPÍTULO 08

O TEMA DO PREGADOR:
O CALVÁRIO

"Avivamento não é descer a rua com um grande tambor; é subir ao


Calvário em grande choro."
Billy Graham

UM SINTOMA MAIOR QUE TENTA COLOCAR O CRISTIANISMO EM


COMA INDUZIDO, PARA VIVER UMA ESPIRITUALIDADE IRREAL,
ALUCINANTE E ILUSÓRIA.

Esse coma induzido retira a consciência do Cristianismo e a


racionalidade do culto cristão. Produz alucinações nas mentes
desprovidas do conhecimento da Palavra, levando-os a pensar que
pode haver Cristianismo sem Cruz.

E os sintomas são manifestos: pregações e canções que são


verdadeiros mantras que levam multidões ao delírio, fazendo-os
pensarem serem “super seres humanos” que num dado momento,
enquanto estão em “transe”, vivem uma irrealidade de que podem
todas as coisas sem a Cruz. E há até quem se gloria, mas não na Cruz
de Cristo. É o típico sintoma do evangelho falsificado. Evangelho sem
cruz e sem renúncia. Evangelho sem salvação.

29
CAPÍTULO 08

Numa época onde os homens buscam o prazer acima de tudo,


queimando etapas e desconsiderando princípios e valores
fundamentais aos quais o Senhor nos ordenou a estrita observância, a
Mensagem da Cruz parece caminhar no sentido contrário do senso
que informa muitos oradores. Isto porque eles preferem seguir os
caminhos da popularidade ao invés da Senda verdadeira da ignomínia
da Cruz. Assim, é preferível falar de sucesso humano, da aquisição de
riquezas e do prazer acima de tudo. Entretanto, Jesus Cristo falou:
“Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a
sua cruz e siga-me.“ (Lucas 9.23).
Pode mesmo parecer loucura aos homens naturais o desapego ao
sucesso humano e à popularidade em troca pela identificação com
Cristo e sua feridas. Muitas vezes adotar tal postura traz solidão com
o afastamento dos amigos e dos propínquos (Salmo 38.11).
Entretanto, quando optamos pelo caminho da Cruz temos a
certeza que estamos em excelente companhia, nosso coração ferve
e arde (Salmo 45. v. 1, Lucas cap. 24, v. 32).
Ao invés de loucura, a mensagem da Cruz é Poder de Deus. É
sabedoria de Deus ( 1o Coríntios cap. 1, v. 24). A ilusão reside mesmo
na mensagem sem Cruz.
A centralidade da Cruz é reconhecida na Pregação do Apóstolo
Paulo. Ele diz aos Coríntios "porque nada me propus saber entre vós
senão a Jesus Cristo, e este crucificado" (1Co 2.2). Expressamente ele
afirma: "nós pregamos a Cristo crucificado" (1Co 1.23). Por sua vez, o
Apóstolo Pedro faz menção do sangue de Jesus Cristo em suas
cartas reconhecendo na Cruz o preço do nosso resgate: "Ele eleva o
Sangue de Jesus acima de qualquer valor, não encontrando nenhum
bem que possa servir de comparação a tão sublime sacrifício" (1Pe 1.
18-20).
Semelhante comportamento tiveram os demais apóstolos.
A Bíblia está inteiramente voltada para esse espetáculo imortalizado
nos anais da eternidade como emblema de vergonha e dor.
Poderemos escrever toneladas de papel sobre a relevância da Cruz e
ainda assim não se chega a descrever o quanto ela é fundamental,
necessária, e indispensável a cada um de nós.
30
CAPÍTULO 08

A Cruz sempre exerceu função essencial no Plano de Deus para o


homem, porque mesmo antes de se criar o mundo e tudo que nele há,
na eternidade Deus concebeu a ideia da Cruz e o Sacrifício de Cristo
pelo mundo perdido. Jesus Cristo é o Cordeiro que foi morto antes da
fundação do mundo (Apocalipse 13.8), o qual, na verdade, em outro
tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas
manifestado nestes últimos tempos por amor de vós (1Pe 1.20).
Destarte, antes de Deus dizer haja luz, Ele disse: haja Cruz!

Portanto, a pregação deve centrar-se na redenção oferecida pela


cruz, na identificação com Cristo em sua entrega e sacrifício, e na
necessidade de viver uma vida cristã autêntica, mesmo que isso
signifique afastamento de valores mundanos. A mensagem da cruz é
o alicerce da fé cristã, e pregá-la com clareza e paixão é essencial
para manter a integridade da fé e conduzir as pessoas a uma
espiritualidade genuína e significativa.

31
CAPÍTULO 09

FUNDAMENTOS DA
PREGAÇÃO
O chamado e a preparação do pregador

Todo pregador tem uma vocação específica para compartilhar a


Palavra de Deus com outros. É crucial compreender e abraçar esse
chamado, reconhecendo que é uma responsabilidade sagrada e uma
oportunidade de servir aos propósitos de Deus. Dedique tempo para
refletir sobre como Deus o chamou e busque confirmar esse
chamado através da oração e do aconselhamento espiritual.
Além do chamado, a preparação é essencial. Isso envolve uma
busca contínua pelo conhecimento da Palavra de Deus e pelo
desenvolvimento de habilidades necessárias para comunicá-la de
maneira eficaz. Invista tempo na leitura e estudo da Bíblia, explorando
seu contexto histórico, cultural e teológico. Aprenda a interpretar
corretamente as Escrituras e a aplicar seus ensinamentos aos
desafios e necessidades contemporâneas.

O PODER DA ORAÇÃO NA VIDA DO PREGADOR

Como comentado no capitulo I, a oração desempenha um papel


fundamental na vida de um pregador. É através da comunhão com
Deus que recebemos sabedoria, direção e poder espiritual para
cumprir nosso chamado.

32
CAPÍTULO 09

Estabeleça uma vida de oração consistente, reservando tempo


para buscar a presença de Deus, ouvir Sua voz e compartilhar suas
preocupações e necessidades.
Além disso, busque o apoio de uma comunidade de fé
comprometida em interceder por você e seu ministério. Peça
orações específicas por suas pregações, pela sensibilidade ao
Espírito Santo e pela capacidade de tocar os corações das pessoas
com a mensagem que você compartilha. Lembre-se de que a oração
é uma ferramenta poderosa que conecta você ao coração de Deus e
traz Sua graça e unção para seu ministério.

ESTUDO BÍBLICO EFICAZ: INTERPRETAÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO

Um pregador eficaz deve ser um estudante diligente da Palavra de


Deus. Dedique tempo para estudar a Bíblia com profundidade e
atenção aos detalhes. Familiarize-se com métodos de interpretação
bíblica, como a abordagem histórico-cultural, literária e teológica.
Isso ajudará a compreender o contexto original dos textos bíblicos e
a aplicar seu significado de forma relevante nos dias de hoje.
Ao preparar um sermão, procure conhecer bem o contexto da
passagem que você está abordando. Isso envolve entender o autor,
o público original, o propósito do texto e como ele se relaciona com
o restante das Escrituras. Além disso, leve em consideração o
contexto contemporâneo em que sua mensagem será
compartilhada. Como as verdades bíblicas podem ser aplicadas às
necessidades e desafios da sua audiência?
Lembre-se de que o estudo bíblico eficaz requer humildade e
dependência do Espírito Santo. Esteja aberto a insights e revelações
que Deus pode lhe dar enquanto você se dedica ao estudo das
Escrituras. Aprofunde-se na Palavra de Deus e deixe que ela seja a
base sólida sobre a qual você constrói suas mensagens.

33
CAPÍTULO 09

A NECESSIDADE DO ESTUDO DAS ESCRITURAS.

Isto está implícito em Salmo 119.130; Isaías 34.16; 2 Timóteo 2.15; 1


Pedro 3.15, e nos conduz a dois pontos de suma importância:

1) porque devemos estudar a Bíblia, e


2) como devemos estudar a Bíblia.

Estudar é mais que ler; é aplicar a mente a um assunto, de modo


sistemático e constante.

1. Porque devemos estudar a Bíblia?

a. Ela é o único manual do crente na vida cristã e no trabalho do


Senhor. O crente foi salvo para servir ao Senhor (Ef 2.10; 1 Pe 2.9).
Sendo a Bíblia o livro texto do cristão, é importante que ele a maneje
bem, para o fiel desempenho de sua missão (2 Tm 2.15). Um bom
profissional sabe empregar com eficiência as ferramentas de seu
ofício. Essa eficiência não é automática: vem pelo estudo e prática.
Assim deve ser o crente com relação ao seu manual - a Bíblia. Entre
as promessas de Deus nesse sentido, temos uma muito maravilhosa
em Isaías 55.11. Deus declara aí que sua Palavra não voltará vazia.
Portanto, quando alguém toma tempo para estudar com propósito a
Palavra de Deus, o efeito será glorioso quanto à edificação espiritual
e ao engrandecimento do reino de Deus.

b. Ela alimenta nossas almas (Jr 15.16; Mt 4.4; 1 Pe 2.2). Não há dúvida
de que o estudo da Palavra de Deus traz nutrição e crescimento
espiritual. Ela é tão indispensável à alma, como o pão ao corpo. Nas
passagens acima, ela é comparada ao alimento, porém, este só
nutre o corpo quando é absorvido pelo organismo. O texto de 1
Pedro 2.2 fala do intenso apetite dos recém-nascidos; assim deve
ser o nosso desejo pela Palavra. Bom apetite pela Bíblia é sinal de
saúde espiritual.
Como está o seu apetite pela Bíblia, leitor?

34
CAPÍTULO 09

c. Ela é o instrumento que o Espírito Santo usa (Ef 6.17). Se em nós


houver abundância da Palavra de Deus. o Espírito Santo terá o
instrumento com que operar. É preciso, pois. meditar nela (Js 1.8; SI
1.2). Ê preciso deixar que ela domine todas as esferas da nossa vida.
nossos pensamentos, nosso coração e, assim, molde todo o nosso
viver diário. Em suma: precisamos ficar saturados da Palavra de Deus.
Um requisito primordial para Deus responder às nossas orações é
estarmos saturados da sua Palavra (Jo 15.7). Aqui está, em parte, a
razão de muitas orações não serem respondidas: desinteresse pela
Palavra de Deus. (Leia o texto outra vez.) Pelo menos três fatos estão
implícitos aqui: a) Na oração precisamos apoiar nossa fé nas
promessas de Deus, e essas promessas estão na Bíblia, b) Por sua
vez, a Palavra de Deus produz fé em nós (Rm 10.17). c) Devemos
fazer nossas petições segundo a vontade de Deus (1 Jo 5.14), e um
dos meios de saber-se a vontade de Deus é através da sua Palavra.

Na vida cristã, e no trabalho do Senhor em geral, o Espírito Santo


só nos lembrará o texto bíblico preciso, se de antemão o
conhecermos (Jo 14.26). - É possível o leitor ser lembrado de algo
que não sabe? Pense se é possível! Portanto, o Espírito Santo quer
não somente encher o crente, mas também encontrar nele o
instrumento com que operar a Palavra de Deus.
Ter o Espírito e não conhecer a Palavra, conduz ao fanatismo.
Pessoas assim querem usar o Espírito em vez de Ele usá-las.
Conhecer a Palavra e não ter o Espírito conduz ao formalismo. Estes
dois extremos são igualmente perigosos.

d. Ela enriquece espiritualmente a vida do cristão (SI 119.72). Essas


riquezas vêm pela revelação do Espírito, primeiramente (Ef 1.17). O
leitor que procurar entender a Bíblia somente através do intelecto,
muito cedo desistirá do seu intento. Só o Espírito de Deus conhece
as coisas de Deus (1 Co 2.10). Um renomado expositor cristão afirma
que há 32.000 promessas na Bíblia toda! Pensai que fonte de riqueza
há ali! Entre as riquezas derivadas da Bíblia está a formação do
caráter ideal, bem como a moldagem da vida cristã como um todo.

35
CAPÍTULO 09

É a Bíblia a melhor diretriz de conduta humana; a melhor formadora


do caráter. Os princípios que modelam nossa vida devem proceder
dela.

A falta de uma correta e pronta orientação espiritual dentro da


Palavra de Deus. especialmente quanto a novos convertidos, tem
resultado em inúmeras vidas desequilibradas, doentes pelo resto da
existência. Essas, só um milagre de Deus pode reajustá-las. Pessoas
assim, ferem-se a si mesmas e aos que as rodeiam.

A Bíblia é a revelação de Deus à humanidade. Tudo que Deus tem


para o homem e requer do homem, e tudo que o homem precisa
saber espiritualmente da parte de Deus quanto à sua redenção,
conduta cristã e felicidade eterna, está revelado na Bíblia. Deus não
tem outra revelação escrita além da Bíblia. Tudo o que o homem tem
a fazer é tomar o Livro e apropriar-se dele pela fé. O autor da Bíblia é
Deus, seu real intérprete é o Espírito Santo, e seu tema central é o
Senhor Jesus Cristo. O homem deve ler a Bíblia para ser sábio, crer
na Bíblia para ser salvo, e praticar a Bíblia para ser santo.

2. Como devemos estudar a Bíblia?

a. Leia a Bíblia conhecendo seu autor. Isto é de suprema importância,


é a melhor maneira de estudar a Bíblia. Ela é o único livro cujo autor
está sempre presente quando é lida. O autor de um livro é a pessoa
que melhor pode explicá-lo. A Bíblia é um livro fácil e ao mesmo
tempo difícil; simples e ao mesmo tempo complexo. Não basta
apenas ler suas palavras e analisar suas declarações. Tudo isso é
indispensável, mas não basta. É preciso conhecer e amar o Autor do
Livro. Conhecendo o Autor, a compreensão será mais fácil.

Façamos como Maria, que aprendia aos pés do Mestre (Lc 10.39).
Esse é ainda o melhor lugar para o aluno!

36
CAPÍTULO 09

b. Leia a Bíblia diariamente (Dt 17.19). Esta regra é excelente.


Presume-se que 90fr dos crentes não lêem a Bíblia diariamente: não
é de admirar haver tantos crentes frios nas igrejas. Não somente frios
mas anãos, raquíticos, mundanos, carnais, indiferentes. Sem
crescimento espiritual, Deus não nos pode revelar suas verdades
profundas (Mc 4.33; Jo 16.12; Hb 5.12). É de admirar haver pessoas na
igreja que acham tempo para ler, ouvir e ver tudo, menos a Palavra
de Deus. Motivo: Comem tanto outras coisas que perdem o apetite
pelas coisas de Deus! É justo ler boas coisas, mas, é imprescindível
tomar mais tempo com as Escrituras. É também de estarrecer o fato
de que muitos líderes de igrejas não levam seus liderados a lerem a
Bíblia. Não basta assistir aos cultos, ouvir sermões e testemunhos,
assistir a estudos bíblicos, ler boas obras de literatura cristã: é
preciso a leitura bíblica individual, pessoal. Há crentes que só comem
espiritualmente quando lhes dão comida na boca: é a colher do
pastor, do professor da Escola Dominical, etc. Se ninguém lhes der
comida eles morrerão de inanição.

c. Ler a Bíblia com a melhor atitude mental e espiritual. Isto é de


capital importância para o êxito no estudo bíblico. A atitude correta é
a seguinte:
a) Estudar a Bíblia como a Palavra de Deus, e não como uma obra
literária qualquer,
b) Estudar a Bíblia com o coração, em atitude devocional, e não
apenas com o intelecto.

As riquezas da Bíblia são para os humildes que temem ao Senhor


(Tg 1.21). Quanto maior for a nossa comunhão com Deus, mais
humildes seremos. Os galhos mais carregados de frutos são os que
mais abaixam! É preciso ler a Bíblia crendo, sem duvidar, em tudo
que ela ensina, inclusive no campo sobrenatural. A dúvida ou
descrença, cega o leitor (Lc 24.25).

37
CAPÍTULO 09

d. Leia a Bíblia com oração, devagar, meditando. Assim fizeram os


servos de Deus no passado: Davi (SI 119.12,18); Daniel (Dn 9.21-23). O
caminho ainda é o mesmo. Na presença do Senhor em oração, as
coisas incompreensíveis são esclarecidas (SI 73.16,17). A meditação
na Palavra aprofunda a sua compreensão. Muitos lêem a Bíblia
somente para estabelecerem recordes de leitura. Ao ler a Bíblia,
aplique-a primeiro a si próprio, irmão, senão não haverá virtude
nenhuma.

e. Leia a Bíblia toda. Há uma riqueza insondável nisso! É a única


maneira de conhecermos a verdade completa dos assuntos nela
contidos, visto que a revelação de Deus que nela temos é
progressiva. - Como o leitor pensa compreender um livro que ainda
não leu do princípio ao fim? Mesmo lendo a Bíblia toda, não a
entendemos completamente. Ela, sendo a Palavra de Deus, é infinita.
Nem mesmo a mente de um gênio poderia interpretá-la sem erros.
Não há no mundo ninguém que esgote a Bíblia. Todos somos sempre
alunos (Dt 29.29; Rm 11.33,34; 1 Co 13.12). Portanto, na Bíblia há
dificuldades, mas o problema é do lado humano. O Espírito Santo,
que conhece as profundezas de Deus, pode ir revelando o
conhecimento da verdade, à medida que buscamos a face de Deus e
andamos mais perto dEle.

38
CONCLUSÃO

CHINGUS!!

Chegamos ao final desta jornada de aprendizado, quero enfatizar a


importância de sua missão como pregador. Preparar e entregar sermões
é uma vocação que exige de nós paixão, comprometimento e uma busca
constante por um relacionamento mais profundo com Deus.
A oração deve ser o alicerce de sua jornada de pregação, pois é na
comunhão com Deus que você encontra inspiração e direção para
compartilhar Sua mensagem com o mundo.
Lembre-se sempre de que a mensagem central é Jesus, Ele morreu em
nosso lugar para nos salvar.

"A BÍBLIA É UM LIVRO SOBRE JESUS. NO ANTIGO TESTAMENTO, ELE ESTÁ


PREVISTO NOS EVANGELHOS, ELE É REVELADO EM ATOS, ELE É PREGADO.
NAS EPÍSTOLAS, ELE É EXPLÍCADO. NO APOCALIPSE, ELE É ESPERADO."

Esta é a essência de nossa fé e deve ser o cerne de nossos sermões.


A Bíblia é uma fonte inesgotável de sabedoria e inspiração, e a chave
para entendê-la é permitir que ela mesma revele seu significado. Estude
profundamente!
Aceite-se como um instrumento nas mãos de Deus, e esteja disposto a
se preparar com dedicação. A autoridade em sua mensagem vem da
preparação cuidadosa e do aprimoramento de suas habilidades de
comunicação. Aprenda a arte da pregação e a oratória para transmitir a
mensagem de maneira eficaz.
Que este ebook seja uma fonte constante de inspiração e orientação.
Que suas palavras toquem corações, iluminem mentes e transformem
vidas. Continue a compartilhar o amor e a verdade de Deus com
humildade e dedicação.
Como manual, você sabe que pode consulta-lo sempre que precisar!
Que Deus o abençoe em sua jornada de pregação. Amém

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SIGA-ME:

@AMANDASILVAEPONTO

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