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Quem Foi Estêvão na Bíblia?

Estêvão foi o um dos sete homens escolhidos por ordem


dos apóstolos para serem diáconos da Igreja Primitiva de Jerusalém. Ele cuidava da distribuição
da assistência às viúvas e aos necessitados. Neste estudo bíblico conheceremos um pouco mais
sobre a história de Estêvão.
A história de Estêvão Estêvão era um membro da Igreja de Jerusalém, e aparece na narrativa
bíblica no livro de Atos dos Apóstolos. O nome Estêvão significa “coroa”, do grego stephanos.
Não se sabe exatamente a origem de Estêvão. Alguns acreditam que ele era um judeu helenista,
ou seja, um judeu da dispersão que cresceu fora da Palestina e falava grego.
Outros sugerem que Estêvão poderia ser um judeu da própria Palestina. Naquela época muitos
judeus palestinos tinham nomes gregos. Há também quem defenda que Estêvão era um
samaritano.
Seja como for, os sete homens escolhidos como diáconos tinham nomes gregos. Inclusive, sobre
o último deles, Nicolau da Antioquia, o texto bíblico afirma explicitamente ser um prosélito.
A escolha de Estêvão como diácono em Jerusalém
O capítulo 6 do livro de Atos dos Apóstolos relata a instituição dos diáconos na Igreja Primitiva.
Naqueles dias o número de cristãos estava crescendo, e houve uma crise entre os helenistas e os
hebreus. Aparentemente as viúvas dos judeus gregos estavam sendo prejudicadas na distribuição
diária de alimentos.
Então os doze apóstolos (aqui com Matias já incluso) se reuniram, convocaram a comunidade
cristã, e ordenaram que fossem escolhidos sete homens para supervisionar essa distribuição de
mantimento. Juntamente com Estêvão foram escolhidos: Filipe, Prócoro, Nocanor, Timão,
Comentado [DBdC1]: Atos 6:5
Parnemas e Nicolau. Especificamente sobre Estêvão, o texto bíblico o descreve como alguém
repleto de fé e do Espírito Santo. Dentre esses homens escolhidos, a Bíblia destaca Estêvão e
Filipe.
O ministério de Estêvão
O ministério de Estêvão foi muito além da diaconia das mesas. Além de cumprir suas
responsabilidades perante a Igreja Primitiva, Estêvão se empenhou em proclamar o Evangelho,
ficando marcado na História da Igreja.
O texto bíblico nos informa que Estêvão, tomado de graça e poder, fazia prodígios e grandes
sinais entre o povo. Estêvão e Filipe são citados no Novo Testamento realizando milagres
semelhantes aos realizados pelos apóstolos. Saiba mais sobre os milagres no período apostólico
da Igreja.
A pregação de Estêvão confrontava o antigo sistema religioso judaico. Por isso tão logo Estêvão
despertou a ira dos membros da sinagoga dos judeus helenistas. Esses homens subornaram
algumas testemunhas para acusá-lo de blasfêmia (Atos 6:11).
A pregação de Estêvão
Estêvão foi o primeiro mártir da Igreja Cristã. Após ser acusado de blasfêmia, Estêvão foi levado
perante o Sinédrio. Ali, falsas testemunhas depuseram contra ele, o acusando de pregar contra a
adoração no Templo e contra a Lei (Atos 6:13).
A Bíblia diz que quando os membros do Sinédrio olharam para Estêvão, “viram seu rosto como
se fosse rosto de anjo” (Atos 6:15). Antes, o mesmo capítulo nos informa que os membros da
sinagoga não conseguiam resistir à sabedoria e ao Espírito pelo qual Estêvão falava (Atos 6:10).
Perante o Sinédrio, Estêvão foi convidado a se defender. Sua defesa, sem dúvida, foi um dos mais
brilhantes sermões já pregados em toda a História da Igreja. Sua pregação foi uma autêntica
exposição das Escrituras. Estêvão fez uma extraordinária retrospectiva do relacionamento de
Deus com Israel, revelando o fracasso do Israel do Antigo Testamento e apontando para a
esperança que só pode ser encontrada em Cristo.
Em sua pregação, Estêvão falou sobre a era Patriarcal; sobre os dias de Moisés e o período de
peregrinação no deserto; e sobre o Tabernáculo e o Templo. Estêvão falou sobre a chamada
de Abraão, e explicou como o patriarca demonstrou fé e obediências nas promessas do Senhor.
No entanto, ele enfatizou a rejeição ao escolhido do Senhor quando José foi traído por seus irmãos
(Atos 7:2-16).
Falando de Moisés, Estêvão apontou para como o líder hebreu foi rejeitado pelo povo, mesmo
tentando protegê-lo. Estêvão entendeu que Moisés foi um predecessor do próprio Cristo, e a
rejeição sofrida por ele foi uma rejeição ao próprio Deus (Atos 7:17-43).
Estêvão também falou sobre o Tabernáculo, desde a época em que era utilizado no deserto, depois
quando foi levado na liderança de Josué para a Terra Prometida, até os dias de Davi. Estêvão
enfatizou o desejo de Davi em construir um Templo, que acabou sendo concretizado por seu filho,
o rei Salomão. Com isto, Estêvão chamou a atenção para a verdade de que o Altíssimo não habita
em casas feitas por mãos humanas, e que a ideia de um Deus estático e localizado era equivocada
(Atos 7:48).
Por fim, Estêvão, usando metáforas com base no Antigo Testamento, denunciou a rebeldia
espiritual daquele povo. Ele demonstrou que aquelas pessoas não eram regeneradas. Isso significa
que as pessoas que acusavam Estêvão de blasfêmia, estavam agindo da mesma forma que seus
próprios antepassados idólatras que se rebelaram contra a liderança de origem divina.
Estêvão mostrou àqueles homens que assim como seus antepassados tinham perseguido os
profetas que anunciaram a vinda do Messias, agora eles haviam traído e se tornado assassinos do
próprio Cristo.
O martírio de Estêvão
Ao ouvirem essa grave acusação feita por Estêvão, aqueles homens ficaram completamente
enfurecidos. Mesmo assim, Estêvão fez uma grandiosa declaração que ficaria perpetuada nas
páginas da Bíblia. Ele disse: “Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem em pé à destra
de Deus” (Atos 7:56). Estêvão sabia que Jesus era o seu advogado. Isso não significava que ele
seria livrado da morte, mas que a justiça de Deus vindicaria não somente seu sangue, mas o sangue
de todos os mártires (Apocalipse 6:10,11).
Então aqueles homens agarram Estêvão, o levaram para fora da cidade e o apedrejaram. O texto
de Atos nos diz que as vestes dos executantes de Estêvão foram deixadas aos pés de um jovem
chamado Saulo, que consentia na morte de Estêvão (Atos 7:58,60).
O exemplo de Estêvão
Estêvão aparece muito rapidamente na narrativa bíblica. Não sabemos nenhuma informação
biográfica sobre ele, ou qualquer outro detalhe que faz com que seja possível conhecermos um
pouco melhor sua origem.
No entanto, o curto relato sobre ele no livro de Atos é suficiente para termos a certeza do tipo de
homem que Estêvão foi. Quando olhamos para seu testemunho diante de uma morte iminente,
percebemos que aquela discussão citada sobre sua origem, se ele era da Palestina ou da Dispersão,
não faz qualquer sentido. Isso porque Estêvão era um cidadão do céu. Ele amava mais a sua pátria
celestial do que suas tradições e origem terrena. Ele amava mais a vida de seu Mestre, do que sua
própria vida.
É impossível não percebermos as semelhanças entre as acusações sofridas por Estêvão, bem como
sua própria morte, e as acusações depositadas sobre Jesus e sua morte no Calvário. Estêvão foi
condenado à morte por falsas acusações, tal como Jesus também o foi (cf. Mateus 26:59-61;
Marcos 14:58).
Também da mesma forma como Jesus orou no momento da crucificação pedindo para que Deus
Pai perdoasse seus algozes, Estêvão também o fez. Ele orou dizendo: “Senhor, não lhes imputes
este pecado!” (Atos 7:60). Saiba mais sobre as frases de Jesus na cruz. Nos momentos finais na
cruz, Jesus entregou o seu espírito ao Pai (Lucas 23:46). Estêvão, por sua vez, entregou seu
espírito a Jesus (Atos 7:59). Essa foi uma clara declaração sobre a divindade de Cristo.
Estêvão morreu, mas a Igreja continuou viva
Também na morte de Estêvão podemos ver o cumprimento da promessa feita por Jesus de que as
portas do inferno não prevaleceriam contra sua Igreja. A palavra “inferno” foi utilizada para
traduzir o original grego hades, que nesse caso significa morte. Em outras palavras, Jesus diz que
o poder da morte não poderia triunfar sobre a Igreja, ao contrário, a Igreja triunfaria sobre a morte.
A vida de Estêvão foi uma prova real disso. Saiba mais sobre o significado de hades.
Estêvão morreu e uma grande perseguição aos cristãos foi desencadeada. Mas logo no capítulo
seguinte já vemos Filipe pregando o Evangelho de uma forma muito semelhante a Estêvão. A
Igreja estava sendo perseguida, mas nada poderia ser capaz de barrar a pregação do Evangelho.
As vestes daqueles que mataram o primeiro mártir da era da Igreja foram depositadas nos pés
de Saulo de Tarso, o maior perseguidor da Igreja. Mas uma promessa havia sido feita; a morte
não poderia prevalecer contra os seguidores de Cristo. Então um capítulo depois, no próprio livro
de Atos, podemos entender que essas vestes foram depositadas, na verdade, aos pés do maior líder
do cristianismo: o apóstolo Paulo (Atos 9). O maior dos perseguidores, agora havia se tornado o
maior pregador do Evangelho.
É assim que a graça de Deus faz. Ela transforma o perseguidor em perseguido, para que a glória
de Deus e a obra de Cristo na cruz sejam manifestadas. Assim como Estêvão, Paulo também foi
martirizado, e igualmente outros milhares de milhares de cristãos. Mas a Igreja continua de pé,
porque a morte não pode prevalecer contra os escolhidos de Deus.

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