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INTRODUÇÃO:
Há grande riqueza de material bíblico que serve para o sermão biográfico, que
consiste no estudo de um personagem bíblico, ou de uma faceta de sua vida, verificando
as lições práticas para a nossa vida. É muito importante trazer o personagem para o
nosso século, fazendo uma aplicação à situação contemporânea. Os personagens
bíblicos foram pessoas como nós e muitas vezes enfrentaram situações semelhantes
àquelas que enfrentamos.
Cada tipo de sermão tem as suas vantagens, mas o sermão biográfico é um dos tipos
que têm mais vantagens.
1. Há abundância de material, uma fonte inesgotável para esses sermões. Há 2930
personagens bíblicos diferentes. 30 ou mais homens com o nome de Zacarias; 20
com o de Nata; 15 com o de Jônatas. Cerca de 400 dos personagens servem como
base para sermões, sendo 250 maiores e 150 menores.
2. O sermão biográfico, uma vez que aprendemos a fazê-lo, é o tipo mais fácil de
pregar. Capta a atenção do povo, apela à imaginação, traz o auditório dentro do
púlpito com mais facilidade.
3. O sermão biográfico está de acordo com a vida de hoje. O que se diz a respeito de
Pedro, Jacó, Lucas, Jonas, etc., tem a sua aplicação para o bancário, comerciante,
pedreiro, estudante, etc. É atual.
4. O sermão biográfico é lembrado mais facilmente pelos ouvintes, que guardarão por
muito tempo as experiências do personagem.
5. O sermão biográfico dá vida à Bíblia, que é um livro rico em material biográfico.
6. O sermão biográfico tem uma atração especial para o povo. Todos nós gostamos
de histórias envolvendo outras pessoas.
7. Há um campo aberto para que o pregador desenvolva a imaginação e o método
dramático através da pregação de sermões biográficos. O pastor deve usar a
imaginação e devemos descobrir melhor como desenvolver a nossa imaginação. E
também o sermão biográfico apela para a imaginação do ouvinte que quer ser usado
por Deus para tornar-se uma pessoa semelhante ao personagem focalizado no
sermão.
8. A pregação de sermões biográficos é áudio-visual, cria imagens na mente dos
ouvintes. E mais ainda quando já têm algum conhecimento sobre o assunto ou o
personagem.
9. As doutrinas teológicas mais abstratas e os ensinos éticos podem ser
apresentados à luz de um personagem bíblico. Exemplos: justificação – Abraão;
pureza – José; oração – Daniel; amor – bom samaritano, etc.
10. Através da pregação do sermão biográfico somos ajudados na procura de bom
material ilustrativo, pois o sermão biográfico é uma ilustração em si.
11. É mais fácil variar o programa de pregação quando usamos uns dois ou três
sermões biográficos. Devemos usar tanto os grandes como os menores
personagens.
12. A pregação de sermões biográficos ajuda o pastor no seu próprio estudo da
Palavra de Deus e ajuda os seus sermões a serem bastante bíblicos.
13. Na preparação para um determinado sermão biográfico o pastor encontrará muito
material para outros sermões que podem ser pregados no futuro.
14. O sermão biográfico pode trazer muitas novidades sobre a vida dos personagens e
tem a tendência de ter mais vida, mesmo que a história seja conhecida.
15. O sermão biográfico faz com que seja possível aproximar-se indiretamente de
problemas e situações difíceis da Igreja, que, se fossem atacados frontalmente,
talvez ofendesse a muitas pessoas.
16. O sermão biográfico é especialmente apropriado para ocasiões especiais.
17. O sermão biográfico tem muito valor na informação, identificação e inspiração.
Quando pregamos assim estamos seguindo o padrão divino porque Deus assim o
fez na Sua revelação, ou seja, através de personagens.
1. Faça a escolha do personagem bíblico que quer usar como base para a sua
mensagem;
2. Leia tudo o que existe sobre ele, conhecendo-o nos mínimos detalhes. Utilize
várias traduções.
3. Prepare o esboço da vida do personagem, em ordem cronológica.
4. Faça um estudo dos fatos, incidentes e detalhes mais relevantes e interessantes.
4.1. O que é que gosta ou não gosta na vida dele?
4.2. Que é que Deus está fazendo na vida deste personagem e que é que
aprendemos acerca de Sua natureza e maneira de agir?
4.3. Quais são as decisões que o personagem faz no decorrer de sua história?
4.4. Quais são as outras pessoas que são importantes para o personagem e
como é que ele se relaciona a elas?
4.5. Quais são a atitudes ou ações do personagem que modificam a sua vida ou
a vida de outrem?
4.6. O personagem bíblico é semelhante a que tipo de pessoa no mundo de
hoje?
4.7. De que maneira você é semelhante ou o oposto ao personagem bíblico?
4.8. Quais são as características da luta do personagem para estabelecer a sua
própria identidade, ou relação com o grupo, ou responsabilidade perante os
outros?
4.9. Que é que você aprendeu sobre si próprio e de que maneira você tem sido
desafiado a mudar alguma coisa em sua vida como resultado do estudo da
história do personagem?
5. Agora faça uma lista das características principais do personagem bíblico,
apontando os seus pontos fortes e fracos.
5.1. Que tipo de pessoa foi ele/ela?
5.2. Quais são os fatores que o/a fizeram ter estas características?
5.3. Quais são os resultados práticos destes fatores? (Exemplo: característica
principal de Barnabé: o grande encorajador).
6. Procure descobrir as causas das fraquezas do personagem bíblico bem como o
remédio para estas fraquezas.
7. Veja se pode descobrir o segredo das virtudes dele/dela.
8. Faça a aplicação das lições contidas na vida do personagem à sua própria vida e
também à vida dos ouvintes. (Veja 4.9)
9. Leia tudo que puder em comentários e dicionários bíblicos, livros especializados e
outros. Tome nota dos itens mais importantes e interessantes.
10. Faça a escolha do texto, tema da mensagem, objetivos, etc. Quanto ao objetivo
especifico, é necessário sempre ter em mente um dos seis objetivos gerais
conhecidos.
11. Agora você está pronto para preparar o esboço do seu sermão. Siga as regras da
boa organização das idéias do sermão (cuidado com o esboço histórico e o tema
histórico!)
12. Procure novo material ilustrativo além das ilustrações que vêm da vida do
personagem.
13. Escreva o sermão, pensando na linguagem oral ou verbal e não no estilo por
escrito (coloque as suas idéias no papel como se estivesse falando em voz alta.
Escreva tudo o que puder, introdução, corpo do sermão, e conclusão. Utilize um
estilo claro e simples).
14. Faça uma revisão em tudo e decore o esboço. Agora, com a ajuda de Deus, você
está pronto para pregar, pois a preparação espiritual tem acompanhado todos esses
passos.
15. Se possível, deixe sugestões para o povo levar consigo. Ex.: sugira que ponha em
prática a verdade ensinada no sermão, ou que imite o comportamento do
personagem bíblico.
16. Pregue o seu sermão no poder do Espírito.
1. Alguns tipos não servem ou pelo menos não são os melhores. É claro que alguns
pregadores são péssimos na organização de suas idéias, mas têm outros pontos
positivos que ajudam a vencer as falhas quanto a organização. Devemos lutar para
conseguir a melhor unidade e organização possível. O tipo de sermão biográfico
que escolhe o texto e apenas comenta versículo por versículo, sem uma organização
das idéias, não é o melhor tipo. Não se deve comentar apenas a história do
personagem, sem uma aplicação aos nossos dias. Também não se deve deixar a
aplicação para o fim.
2. Tipos que servem:
2.1. Uma análise da vida do personagem. Ex. Jonas
2.2. Uma análise temática. Ex. Falar sobre o avivamento de Jonas em Nínive.
2.3. Uma análise do caráter do personagem. Uma pessoa é composta de muitas
qualidades. Ex. Falar de Sansão e suas contradições – virtudes e defeitos.
2.4. Uma análise da carreira do personagem. Dividir a vida do personagem em
etapas. Ex. José: período de sonhos; período de prisões; período de
realizações.
2.5. Uma análise das atividades do personagem. Ex. Barnabé: amigo
simpatizante, missionário, homem liberal, etc.
2.6. Uma análise de locais significativos na vida do personagem. Ex. Moisés:
homem de três montanhas.
2.7. Uma análise do personagem pelas crises que passou. Ex. Ester: racial,
religiosa e pessoal.
2.8. Análise de parentesco
2.9. Análise da contribuição que alguém deixou pela passagem nesta vida.
2.10. Uma análise da grandeza do personagem. Ex. João Batista.
2.11. Uma análise do galardão do personagem. Ex. Rute: refúgio, descanso,
redenção, renome.
2.12. Uma análise por perspectiva diferente. Ex. Jesus: visto pelos pais, Herodes,
pelos pastores, pelos sábios, pelos inimigos, por Satanás, etc.
2.13. Uma análise de um grupo de personagens. Ex. Ananias e Safira.
2.14. Uma análise das lições encontradas na vida do personagem. Ex. O ladrão
penitente: salvação sem obras; salvação sem ordenanças ou sacramentos;
uma salvação eterna, indo ao paraíso logo depois da morte sem passar pelo
Purgatório.
2.15. Uma análise da característica principal do personagem. Ex. Estevão: uma
testemunha fiel.
2.16. Uma análise de um evento chave na vida do personagem. Ex. Elias no Monte
Carmelo.
2.17. Uma análise de um texto chave sobre a vida do personagem. Ex. Barnabé –
At 11. 24 – homem bom, caracterizado pela fé, e cheio do Espírito Santo.
2.18. Uma análise de uma idéia única. Ex. Erros de Moisés.
2.19. Uma comparação e/ou contraste entre dois personagens. Ex. Abraão e Ló.
2.20. Uma análise psicológica. Ex. Noé ou José e a vitória sobre as circunstâncias.
2.21. Uma análise do personagem através de uma série de mensagens.
BIBLIOGRAFIA:
1. Definição: o uso de duas ou mais pessoas num culto público para comunicar a
mensagem do Evangelho. É um tipo de interação no culto para comunicar a verdade
do evangelho.
2. Características do Sermão tipo diálogo:
2.1. Deve haver uma idéia central que o pregador quer comunicar.
2.2. As idéias apresentadas no sermão tipo diálogo devem ser baseadas na
Bíblia (é um sermão: com tema, tese, objetivos, etc.).
2.3. Deve haver bom uso da imaginação (Ex. aquilo que Jó e a esposa poderiam
ter falado um para o outro, quando ela disse que ele deveria amaldiçoar a
Deus e morrer; o que está por trás de uma afirmação dramática assim?).
2.4. Deve haver um bom senso na história (não pode ser, sobre hipótese
alguma, contrária àquilo que está na Bíblia, pois seria a anti-história).
2.5. Deve haver qualidade de “empatia”, que significa “sentir com as pessoas
envolvidas no diálogo” (devemos nos colocar no lugar dos personagens,
sentindo com eles).
2.6. Devemos explicar ao povo aquilo que vamos fazer. A idéia central do
diálogo deve ser simples e não confusa ou complicada. É uma ajuda extra,
quando se usa várias vezes, os nomes dos personagens envolvidos no
diálogo.
2.7. O sermão deve ser muito bem preparado, não tentando inventar muita coisa
na hora.
2.8. Procure não estar preso demais ao papel, às anotações. Tome cuidado
para jamais se perder nelas.
3. Desvantagem e objeções ao sermão tipo diálogo:
3.1. É um método novo, não segue o método tradicional, o que poderia ser
interpretado como não sendo um verdadeiro sermão ou a pregação do
evangelho.
3.2. O próprio pregador muitas vezes é limitado, não tendo grande capacidade
para dramatizar, o que é essencial no sermão tipo diálogo (tentar aprender o
método para usá-lo de vez em quando pode ajudar na variação do estilo de
pregação).
3.3. É difícil de encontrar pessoas capazes de ser nossas parceiras no diálogo.
3.4. O sermão tipo diálogo não pode ser usado com constância.
3.5. É necessário muito tempo para prepará-lo.
4. Vantagem do sermão tipo diálogo:
4.1. Envolve os ouvintes na ação, captando a sua atenção.
4.2. A pregação se torna mais interessante (podemos usar uma verdade bíblica
já muito conhecida com o novo método do diálogo).
4.3. É possível através do diálogo, expressar a fé bíblica através de perguntas e
respostas que são importantes na vida cotidiana dos ouvintes.
4.4. O método do sermão tipo diálogo oferece mais opções para variar a maneira
que usamos para apresentar as verdades da Bíblia.
5. Tipos ou possibilidades de sermão tipo diálogo:
5.1. O pregador pode fazer os dois papeis do diálogo.
5.2. O pregador pode usar um bonequinho, como ventríloquo.
5.3. O diálogo pode ser entre o pregador e um leigo, especialmente quando o
leigo representa as pessoas que precisam ser informadas.
5.4. O diálogo pode ser entre o pregador e o “advogado do Diabo”.
5.5. O diálogo pode ser realizado entre dois personagens bíblicos (Ex.: Saul e
Davi; Jônatas e Davi; João e seu Pai Zebedeu; Maria e Marta; etc.).
5.6. O diálogo pode ser com a congregação. Este diálogo pode ser antes,
durante ou depois do sermão.
5.7. O diálogo pode ser entre o pregador e uma gravação em voz diferente (do
próprio pregador ou de outrem, utilizando serviço de som, com alguém
controlando a gravação).
5.8. O diálogo pode ser entre o pregador e uma pessoa do auditório,
preferencialmente usando serviço de som (cuidado para não dar a idéia de
que qualquer pessoa do auditório pode participar do sermão).
5.9. O diálogo pode ser feito com dois pregadores (Ex. Pastores).
5.10. O diálogo pode ser do tipo “entrevista”, com um personagem bíblico
transportado para nossa época (neste caso, o personagem bíblico
responderia as perguntas do personagem da nossa época).
5.11. O diálogo pode ser do tipo entrevista com o Pregador respondendo as
perguntas que lhe são feitas por um interlocutor.
5.12. Não esqueça de incluir muita aplicação, e não apenas fazer o diálogo.
BIBLIOGRAFIA:
1. Brown, Donald R. I Was There. Grand Rapids: Zondervan, 1972. (Sermões tipo
monólogo)
2. Conley, Thomas H. Two in the Pulpit. Waco: Word Books, Publishers, 1973.
(Tipo diálogo)
3. Howe, Reuel L. Partners in Preaching. New York: The Seabury Press, 1967. (Tipo
diálogo)
4. Thompson, Willian D., e Bennett, Gordon C. Dialogue Preaching. Judson Press,
1969.
5. Speakman, Frederick. The Salty Tang. Revell, 1954, especialmente páginas 126-
160. (Monólogo)
O SERMÃO EXPOSITIVO
Pr. Gerard Rowlands
1. Neste caso estamos lidando com a arte de se expor uma passagem das Escrituras.
Expor significa interpretar e explicar: apresentar um assunto detalhadamente.
2. Vantagens da pregação expositiva: este é um excelente método de se ensinar a Bíblia.
Ele tem muitas vantagens distintas e é um bom estilo de se cultivar. Aqui estão
algumas das vantagens obvias deste método:
2.1. É um método bíblico: o próprio Jesus freqüentemente usava este método. Ele
tomava um trecho das Escrituras do Antigo Testamento e interpretava o seu
significado para seus ouvintes.
2.2. Produz pregadores da Palavra e congregações voltadas à Bíblia: a explanação
das Escrituras garante um grande teor bíblico nas suas pregações. À medida que
você prossegue num capítulo, versículo por versículo, os seus ouvintes estão
sendo alimentados com a Palavra de Deus.
2.3. Convida o reforço do Espírito Santo: o Espírito de Deus sempre concorda com a
Palavra de Deus (1Jo 5.7). Portanto, quanto mais teor bíblico pregamos, mais
unção do Espírito haverá sobre nossa proclamação. O Espírito Santo se deleita
em confirmar a Palavra de Deus. Ele o faz muitas vezes com sinais e maravilhas.
2.4. Estimula um interesse mais profundo na Bíblia: quanto mais você compartilhar da
Bíblia com as pessoas, tanto mais famintas dela tornar-se-ão. Logo começarão a
estudá-la por si mesma em níveis mais profundos. Suas vidas serão
transformadas. Serão fortalecidas e consolidadas pela Palavra.
3. Procedimentos sugeridos:
3.1. Escolha cuidadosamente uma passagem apropriada das Escrituras: certifique-se
de que esta passagem ministre vida e fortalecimento aos seus ouvintes. Não
escolha um assunto meramente porque ele lhe interessa ou lhe intriga. Evite
escolher um texto que gere discussões, divisões e brigas. Você está procurando
ser um canal para Deus, a fim de que Ele possa falar a sua Palavra ao seu povo
através de você. Você é, portanto, responsável em revelar a mente de Deus
sobre o povo o qual Ele lhe deu responsabilidade.
3.2. Procure um tema que seja relevante à situação atual do povo: Deus sempre tem
“verdades atuais” que Ele quer comunicar ao seu povo. Há uma progressão e
desenvolvimento constantes dos propósitos de Deus no meio do seu povo. Ele
tem um propósito específico para todas as congregações de crentes. Toda igreja
local deveria estar seguindo adiante naquele propósito específico que Deus
definiu para ela. A fim de realizarmos isto, é essencial que Seus específica
Palavra da Verdade seja consistentemente ministrada à congregação.
3.3. Estude a passagem cuidadosamente sob todos os ângulos possíveis.
Primeiramente, leia a passagem várias vezes, até que você comece a ficar
familiarizado com ela. Sempre que houver uma ligação óbvia com alguma outra
passagem das Escrituras, leia este outro trecho também. Estudo todo material
referente ao texto, disponível em livros, artigos, revistas e internet. Acima de
tudo, porém, mantenha sua mente alerta e aberta ao Espírito Santo para que
você possa colher quaisquer pensamentos que Ele vier a compartilhar com você.
3.4. Esforce-se para entender minuciosamente o seu tema. Tente sempre descobrir o
tema subjacente da passagem. O que o Espírito Santo estava tentando transmitir
ao inspirar esta passagem? O que Deus gostaria de dizer ao seu povo através
disto?
3.5. Tenha em mente um objetivo definido. O seu objetivo deve estar em total
harmonia com o objetivo de Deus. Tendo descoberto o que você sente que Ele
está querendo comunicar através destas Escrituras, a sua tarefa é ser tão fiel a
isto quanto possível. Assim sendo, é necessário que você se absorva
completamente nesta mensagem. Não é suficiente compreendermos
mentalmente o que Deus esta dizendo. É preciso que sintamos o que Ele está
sentindo. Ele quer comunicar o Seu coração como também a Sua mente e
vontade. Portanto, a Sua Palavra tem de fluir através do seu coração e mente.
3.6. Fale pela sua própria experiência. Para que você possa comunicar a verdade
eficazmente, deveria ser algo que Deus trabalhou primeiramente em sua própria
vida. Muitos pregadores apresentam teorias, pregando banalidades que muitas
vezes não tem qualquer relevância prática. Você tem que conhecer as
experiências como uma realidade em sua vida, antes que possa compartilhá-las
eficazmente com os outros.
3.7. Torne-a significativa. “Exegese” significa “salientar o verdadeiro significado”.
Você é responsável em garantir, da melhor forma possível, que o verdadeiro
significado e importância da passagem bíblica se torne claro aos ouvintes.
Sempre tente simplificar o assunto. Isto é o que Jesus fazia. Ele tomava
questões profundas e as tornava tão simples! Muitos pregadores atuais fazem
exatamente o oposto. Tomam os assuntos mais simples e os fazem tão
profundos e complicados que seus ouvintes entendem pouco do que escutam.
Lembre-se disto: quanto mais simples, melhor.
3.8. Torne-a prática. Sempre tente mostrar claramente as aplicações práticas que a
mensagem pode ter para o povo. Um grave perigo para os cristãos é em geral,
“um conhecimento excessivo e bem pouca prática”. Não se contente em
simplesmente falar ao povo. Faça com que as suas conclusões sejam bem
claras. Procure dar sugestões práticas no que se refere às maneiras pelas quais
o povo pode significativamente corresponder a Deus.
4. A coleta de material relevante:
4.1. O que já li ou ouvi sobre este assunto. Procure se lembrar de tudo o que você já
ouviu, leu e estudou sobre o assunto.
4.2. O que o Espírito Santo já me mostrou sobre este assunto. Se você fez anotações
sobre seu tempo de meditações e a sós com Deus, então agora você pode
recorrer a este tesouro que o Espírito lhe deu. Aqui está o valor do caderno de
anotações. Medite sobre o texto, a meditação o ajudará a lembrar de coisas que
você aprendeu pelo Espírito.
4.3. O que já observei que se relaciona com este assunto. Freqüentemente
observamos coisas que clarificam o assunto que estamos considerando –
incidentes da nossa experiência que ilustram algum aspecto da verdade que
estamos considerando no momento. Às vezes é algo que observamos na
natureza e que confirma um princípio que estamos estudando na Palavra de
Deus.
4.4. Que pensamentos já tive sobre este assunto. Vasculhe sua mente atrás de
antigos pensamentos sobre este assunto
4.5. Quem ou que posso consultar sobre este assunto. Discutir tópicos bíblicos com
um pregador amigo é uma fonte rica de pensamentos. Compartilhe seus
pensamentos com outros colegas e pessoas, e tome também a visão de outras
pessoas sobre a passagem e o tema em questão.
4.6. Deixe o Espírito Santo falar à vontade com você através de um tempo de
meditação, talvez em jejum e oração.
5. Preparação do seu material: tendo encontrado uma passagem adequada e relevante:
5.1. Aborde-a honestamente. Coloque de lado todas as suas idéias preconcebidas.
Permita que sua mente esteja aberta, e que não seja tendenciosa, para que você
possa receber e aprender algo novo. Alguém já disse que, se realmente
quisermos crescer espiritualmente, precisamos ler todos os trechos da Bíblia que
nunca sublinhamos. Freqüentemente estabelecemos conceitos com firmeza e
temos a tendência de vermos somente as coisas que confirmam aquilo que já
cremos. Precisamos abordar a Palavra de Deus com abertura e honestidade.
Não anule ou invalide a Palavra de Deus, porque a sua tradição religiosa fechou a
sua mente para qualquer outra coisa além do que você crê no presente.
Certamente você não tem a plenitude de todo o conhecimento que Deus quer
transmitir a você. Esteja pronto para prender qualquer que seja a nova verdade
que Deus possa, porventura, ter para compartilhar com você.
5.2. Investigue-a minuciosamente. Analise a passagem. Interrogue-a. Desmonte-a e
examine-a minuciosamente. Faça isto com sua mente aberta ao Espírito Santo.
Tenha a expectativa de receber novos pensamentos e revelações de Deus e
também de discernir verdades que você nunca percebeu antes. A Palavra de
Deus é um poço profundo. Cave fundo, para ter verdades que outros ainda não
perceberam. Um segredo de ensino eficaz é investigarmos as áreas da verdade
que ainda não ocorreram anteriormente às pessoas.
5.3. Faça alguma reflexão original sobre ela. Não permita que sua mente fique nos
caminhos rotineiros que você criou. Confie que o Espírito Santo iluminará sua
mente. Ele compartilhará algo com você que nunca lhe ocorrera antes. Confira-o
com o resto da Bíblia. Nenhuma “verdade” jamais contradiz o ensino global da
Bíblia. Confira-o também com alguém que conhece mais da Bíblia que você.
Não tenha medo de ter algum pensamento original. Permita que o vento do
Espírito expulse as teias de aranha da sua mente.
5.4. Aborde-a criativamente. Deus é um criador. A sua Palavra é uma palavra
criativa. Tudo o que Deus criou, Ele o fez pela sua palavra. A Palavra de Deus
não deveria ficar presa. Ela ainda é uma palavra criativa e poderosa. Quando
liberada em corações redimidos, ela cria e transforma. Esteja sempre consciente
do potencial criativo da Palavra de Deus.
5.5. Trate-a construtivamente. Lembre-se que você é um colaborador de Deus. Você
está envolvido na construção de algo. Sua tarefa, enquanto submisso a Deus, é
edificar o corpo de Cristo. Portanto, as suas mensagens devem ser construtivas
e não destrutivas, ou meramente condenativas. Às vezes, sua palavra poderá
gerar arrependimento no povo, constrangimento por causa do pecado. Mas o
povo não pode ficar sob condenação. Não coloque o povo constantemente sob
condenação. O seu objetivo final é vê-los edificados e fortalecidos. Para realizar
isto, você precisa ministrar construtivamente.
5.6. Aborde-a comparativamente. As Escrituras têm de ser comparadas com as
próprias Escrituras. Elas têm de ser interpretadas sempre dentro do contexto
total da Bíblia. Isto requer uma maturidade de entendimento de toda a Bíblia.
Você precisa estudar a Bíblia consistentemente para “...apresentar-te a Deus
aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a
palavra da verdade.” (2 Timóteo 2:15 RA)
5.7. Conclua-a de forma prática. Todas as pregações e ensinos bíblicos eficazes
devem ter uma conclusão e aplicação práticas. O ministério não é meramente
para informação da mente, e sim para formação de vida. Você deveria fazer
sempre uma conclusão prática.
6. O pronunciamento de uma mensagem expositiva.
6.1. Abra a Bíblia na passagem desejada. Faça com que seus ouvintes também
tenham a Bíblia aberta na mesma passagem.
6.2. Leia a passagem em voz alta. A leitura da passagem é muito importante, jamais
prescinda dela. Ela é a parte mais importante do sermão.
6.3. Apresente o seu tema. Explique como você o abordará. Explique seu propósito e
intenção, assim seus ouvintes lhe acompanharão.
7. Sete princípios do sermão expositivo.
7.1. Clareza. Certifique-se de que seu comentário seja facilmente compreendido.
Não tente aparentar-se profundo ou misterioso. O objetivo da pregação
expositiva eficaz é tornar a passagem relevante tão fácil para ser compreendida
quanto possível. Não tente ser “esperto” ou demonstrar seu conhecimento.
Tente quebrar o Pão da Vida de uma forma tal que todos os seus ouvintes sejam
capazes de seguirem facilmente a ênfase que você está dando.
7.2. Consistência. Mantenha os comentários em consistência com o tema que você
está expondo. Evite a tentação de divagar em vários caminhos tortuosos que
possam ocorrer à sua mente. Mantendo-se fiel ao seu assunto, você estará
reforçando-o nas mentes dos seus ouvintes.
7.3. Coerência. “Ser coerente, ou coeso” significa “permanecer junto”. Prtanto,
certifique de que seus pensamentos têm uma unidade clara. Alguém que esteja
falando incoerentemente não será compreendido. Um dos objetivos em se pregar
a Palavra é que ela seja claramente entendida. Permita que a exposição dos
seus pensamentos tenha uma unidade óbvia. Não vagueie de pensamento a
pensamento. Seja claro e conciso. Certifique-se de que seus pensamentos
sejam coesos e se unam bem, com cada um deles apoiando e complementando
ao outro.
7.4. Continuidade. Deve haver também uma clara progressão de pensamentos. As
suas declarações devem estar continuamente levando seus ouvintes em direção
ao objetivo proposto. Cada ponto deve seguir claramente o ponto anterior. Os
seus comentários devem fluir livremente, de um comentário para o seguinte, com
unidade, desenvolvimento e progressão claros. Continue a mover-se para diante,
suavemente, em direção ao seu objetivo final.
7.5. Concisão. Procure ser breve. É muito melhor fazer com que seus ouvintes
desejem que você continue, do que fazer com que desejassem que você já
tivesse terminada há vinte minutos. Evite a tentação de falar só por falar. Não
adquira o hábito de ficar esticando o assunto. Isto só confunde seus ouvintes.
7.6. Abrangência. Este ponto pode parecer que está contradizendo o anterior, no qual
se aconselha a brevidade. “Ser abrangente” significa “cobrir o assunto de forma
tão completa quanto possível”, portanto, não são opostos. Certamente é possível
e desejável cobrir um assunto de forma abrangente e contudo, tão breve quanto
possível. Para sermos abrangentes não é necessário falarmos tanto tempo que
nossos ouvintes se tornem cansados. Tente harmonizar os dois.
7.7. Conclusivo. Aqui está o ponto mais importante. Qual é a conclusão de tudo o
que você disse? Qual é o resultado final? O que conseguirão as suas palavras?
A conclusão desejada deve dominar a sua mente desde o começo. Você deve
mover-se inexoravelmente em direção a ela. Ministre em fé, tendo a expectativa
de que Deus realizará o Seu desejado objetivo. Lembre-se de que não é sua
responsabilidade “final” fazer com que a Palavra “não volte vazia, mas produza o
que foi determinada para ela produzir”. Você está cooperando com Deus, mas
não fazendo o Seu trabalho. Continue olhando para Deus e esperando que Ele
faça multiplicar os resultados que Ele mesmo determinou ao inspirar aquele texto
específico.
O SERMÃO E O PREGADOR
Pr. Gerard Rowlands
INTRODUÇÃO:
O segundo erro vai quase para o outro extremo. Neste caso, uma
confiança total é colocada na preparação e na capacidade humana. Há
pouca ou nenhuma dependência no Espírito Santo, havendo, porém, uma
autoconfiança que é o resultado do treinamento e do desenvolvimento das
capacidades naturais.
Um treinamento assim certamente pode produzir uma palestra bem
interessante e convincente. Contudo, é somente a unção do Espírito sobre a
mensagem que pode ministrar a vida de Deus para o povo.
A verdade é que um ministério eficaz necessita tanto do aspecto
humano quando do divino. Deus certamente pode abençoar e ungir pos
pensamentos que foram diligentemente levantados em oração e
cuidadosamente considerados.
Que a sua preparação consista de reflexões profundas e de orações
fervorosas. Proponha-se a ser o melhor possível, porém certifique-se que a
sua confiança está em Deus e não em você mesmo. Sempre confie que Ele
dará a unção e a benção necessárias à sua pregação.
6. O PREGADOR
8. O EQUIPAMENTO VITAL
8.1. Visão. Todo pregador precisa de uma visão. Com isto quero dizer um
conceito do que o seu ministério pode alcançar em Deus. Podemos dizer
que é um sonho do que podemos ser para Deus.
8.2. Vocabulário. O vocabulário do pregador compõe-se do numero de palavras
que conhece e que lhe são familiares. Como pregador, você precisa
interessar-se pelas palavras. Obviamente, as palavras são a ferramenta que
o pregador usa para cumprir o seu chamado.
8.3. Voz. A voz é certamente a maior vantagem natural do pregador.