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FAMÍLIA: UMA MISSÃO TRINITÁRIA

“A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam com
todos vocês.” (2Co 13.14)
 
Como já afirmou um certo teólogo, a unidade e unicidade de Deus não quer dizer
que Ele seja a solidão radical. O fato de ser um e único, não implica que Ele seja um
solitário absoluto. Deus em seu mistério subsiste em uma indivisível comunhão de
três pessoas. É uma ‘comunUnidade’ de substância, poder, glória, majestade,
deidade absolutamente iguais e intercomunicáveis, que em nada compromete a
integridade, singularidade e alteridade de cada pessoa da trindade bendita. 
 
O Deus triúno é uma família perfeita, santa, feliz e que deve ser colocada como o
mais belo modelo para a família humana. Os laços indestrutíveis que unem pela
eternidade a família trinitária são os do amor incondicional, devotado e sem mácula.
Amor que encontra gozo pleno no próprio objeto do amor, que se encanta com a sua
alteridade, singularidade, beleza e na contemplação e no desfrute de sua companhia.
Também os “divinos três” se alegram na medida mesma que buscam com toda
intensidade agradarem uns aos outros. A causa de sua alegria individual outra coisa
não é do que a alegria do outro. A alegria de um é a plena felicidade dos três. 
 
A “Felicidade da Trindade” é a plena realização em gozo de cada pessoa
individualmente. Um outro aspecto a salientar é que na família trinitária a
cooperação é total, sem reservas, mitigações ou limites. Não há coisa alguma
desejada, determinada ou comissionada pelo Pai que o Filho não realize com a mais
substancial e perfeita obediência amorosa. O Filho outra coisa não deseja do que em
tudo servir para a glória e plena satisfação do Pai Amado. O Espírito Santo não
existiria à parte de ver o Filho glorificado e o Pai sumamente Amado e obedecido. E
o Pai e o Filho nada designariam ou realizariam cujo escopo não fosse o Espírito
receber o louvor e a admiração por suas obras. Assim, o que um deseja, o outro
executa e o terceiro glorifica. Onde há o “UM e ÚNICO” estão presentes
perfeitamente os “Três Benditos”, quer na criação, quer na ofensa da queda, na oferta
de redenção, na execução do plano de salvação, na preservação dos eleitos e na
glorificação futura. 
 
A família trinitária trabalha em harmonia, cooperação e perfeita concorrência das
vontades. Um último aspecto que gostaria de destacar é que as pessoas da Trindade
Santíssima vivem um diálogo eterno, não há ‘silêncios’ à parte da contemplação
maravilhada da beleza que reflete das divinas faces, tudo no seio da Trindade é
conversado, planejado, estabelecido, louvável, determinado. Nada é decidido,
realizado e estabelecido à revelia das vontades, tudo é aliançado, pactuado entre os
“Três”. 
 
Iniciando o mês da família em nossa comunidade de fé, já poderíamos extrair aqui as
primeiras lições aprendidas da própria natureza divina. Isolamentos e alienações são
destrutivos e desagregadores. Famílias saudáveis são espaços para relações que
promovam acolhimento e integração de todos os membros. São ambientes onde as
singularidades e as diferenças são acolhidas como dons e fomento para a comunhão.
Famílias espelhadas no mistério da Trindade cultivam projetos pessoais de felicidade
que possam promover o bem-estar de todos e fazer com que todos, de alguma
maneira, se beneficiem da alegria de cada conquista pessoal. Famílias espelhadas no
Deus Trino defendem a honra de seus membros, fomentam um espaço de cura,
acolhimento e crescimento pelo diálogo integrador, franco e cheio de humanidade e
amor generoso. Aprendamos juntos da Trindade a tornar as nossas famílias um lugar
aproximado do Céu.

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