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REPÚBLICA DE ANGOLA

GOVERNO DA PROVÍNCIA DO BENGO


ESCOLA DE MAGISTÉRIO KIMAMUENHO

CURSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSOR NA ESPECIALIDADE DE


INSTRUÇÃO PRIMÁRIA

A FRACA RELAÇÃO FAMÍLIA – ESCOLA NO PROCESSO DOCENTE


EDUCATIVO. ESTUDO DE CASO REALIZADO NA ESCOLA Nº 315 –
11 DE NOVEMBRO AÇUCAREIRA PROVÍNCIA DO BENGO

CAXITO – MARÇO
2023
REPÚBLICA DE ANGOLA
GOVERNO DA PROVÍNCIA DO BENGO
ESCOLA DE MAGISTÉRIO KIMAMUENHO

CURSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSOR NA ESPECIALIDADE DE


INSTRUÇÃO PRIMÁRIA

A FRACA RELAÇÃO FAMÍLIA – ESCOLA NO PROCESSO DOCENTE


EDUCATIVO. ESTUDO DE CASO REALIZADO NA ESCOLA Nº 315 –
11 DE NOVEMBRO AÇUCAREIRA PROVÍNCIA DO BENGO

Trabalho de fim do curso apresentado a Escola de


Magistério Kimamuenho no Curso de Educação na
Especialidade de Instrução Primária.

AUTORA: MANUELA ALBERTO FRANCISCO


ORIENTADOR:

CAXITO – MARÇO
2023
MANUELA ALBERTO FRANCISCO

CURSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSOR NA ESPECIALIDADE DE


INSTRUÇÃO PRIMÁRIA

A FRACA RELAÇÃO FAMÍLIA – ESCOLA NO PROCESSO DOCENTE


EDUCATIVO. ESTUDO DE CASO REALIZADO NA ESCOLA Nº 315 –
11 DE NOVEMBRO AÇUCAREIRA PROVÍNCIA DO BENGO

O JURI

Presidente_________________________________________________________________

1º Vogal __________________________________________________________________

2º Vogal___________________________________________________________________

Orientador_________________________________________________________________

O Secretário _____________________________________________________________

DATA DA DEFESA______/_______________________________/______________
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha mãe, pela confiança que depositou em mim e por estar
ao meu lado durante todo o percurso dos 4 anos que passei nesta Instituição.

I
AGRADECIMENTOS

Este trabalho não teria sido Possível sem a colaboração e participação de algumas
pessoas, muito importantes, que direta ou indiretamente contribuíram para a sua
concretização.

O meu muito Obrigado

II
EPIGRAFE

… Os vossos filhos não são vossos.


São filhos do apelo que a vida faz a si própria.
Nascem através de vós mas não de vós.
E ainda que estejam convosco, não vos pertencem.
Podeis dar-lhes o vosso amor,
mas não os vossos pensamentos,
porque eles têm os seus próprios pensamentos..."
KHALIL GIBRAN

III
RESUMO

No enfoque sociológico a relação família- escola é vista em função de determinantes quer


sejam ambientais ou culturais. A relação entre a educação e a classe social mostra um certo
conflito entre as finalidades socializadoras da escola (valores coletivos) e a educação familiar
(valores individuais), ou seja, entre a organização da própria família com os objetivos da
escola.

Para este trabalho foram traçados objectivos como, a compreensão dos conceitos de escola,
relação e família. Apesar de a família e a escola serem os principais contextos de
desenvolvimento humano, poucos estudos científicos têm-se dedicado a compreender de
forma sistemática a relação existente entre ambas.

O problema em estudo tenta dar algumas respostas relativamente ao que se referiu em cima,
onde se tenta oferecer propostas de um sistema de acções que visa solucionar a fraca relação
família – escola no processo docente educativo na escola nº 315 – 11 de Novembro no
Município do Dande.

Foram efetuados inquéritos por questionário aos encarregados de educação dos alunos da
turma escolhida, e ainda entrevista ao diretores de turma escolhidos aleatoriamente, tendo este
turma de anos diferentes, de modo a conseguirmos obter uma maior diversificação de
resultados.

Os professores e a escola aparecem aqui como parceiros insubstituíveis no “transporte” de


responsabilidades, unindo esforços, partilhando objectivos, reconhecendo a existência de um
mesmo bem comum para os alunos, onde todos (professores, pais e alunos) têm a ganhar com
uma colaboração genuína e educada.

Ajudar os pais e encarregados de educação a ultrapassar alguns obstáculos, e ainda ajudando


toda a comunidade educativa, acreditando nos benefícios que esta envolvência trará à escola,
tendo a responsabilidade de ajudar as autoridades escolares a perceberem que esta é uma
aliança fundamental e cada vez mais urgente sendo de extrema importância criarem-se
espaços para receber os pais/encarregados de educação, pedindo colaboração de outros
técnicos de educação.

Palavras – Chaves: Relação. Família. Escola

IV
ABSTRACT

In the sociological approach, the family-school relationship is seen in terms of determinants,


whether environmental or cultural. The relationship between education and social class shows
a certain conflict between the socializing purposes of the school (collective values) and family
education (individual values), that is, between the organization of the family itself and the
school's objectives.

For this work, objectives were outlined, such as understanding the concepts of school,
relationship and family. Despite the fact that the family and the school are the main contexts
of human development, few scientific studies have dedicated themselves to systematically
understanding the relationship between the two.

The problem under study tries to give some answers regarding what was mentioned above,
where it tries to offer proposals for a system of actions that aims to solve the weak family-
school relationship in the educational teaching process at school nº 315 – 11 de Novembro in
the Municipality of Dande.

Questionnaire surveys were carried out with the parents and guardians of the students in the
chosen class, as well as interviews with the randomly chosen class directors, with this class
coming from different years, in order to obtain a greater diversification of results.

Teachers and the school appear here as irreplaceable partners in the “transportation” of
responsibilities, joining efforts, sharing objectives, recognizing the existence of the same
common good for students, where everyone (teachers, parents and students) has to gain from
a collaboration genuine and polite.

Helping parents and guardians to overcome some obstacles, and also helping the entire
educational community, believing in the benefits that this involvement will bring to the
school, having the responsibility of helping school authorities to realize that this is a
fundamental alliance and increasingly It is urgent and extremely important to create spaces to
receive parents/guardians, asking for collaboration from other education technicians.

Key Words: Relationship. Family. School

V
SUMÁRIO

DEDICATÓRIA.........................................................................................................................1

AGRADECIMENTOS...............................................................................................................2

EPIGRAFE.................................................................................................................................3

ABSTRACT................................................................................................................................5

INTRODUÇÃO..........................................................................................................................1

1- Justificativa.........................................................................................................................1

1.1. Formulação de Problema..................................................................................................1

1.1.2. Pergunta de Partida........................................................................................................2

1.1.3- OBJECTIVOS DO ESTUDO.......................................................................................2

1.3.1- Geral..............................................................................................................................2

1.3.2- Específicos....................................................................................................................2

1.1.4- Objecto de Estudo.........................................................................................................2

1.1.5- Importância do Estudo..................................................................................................2

1.6- Limitação e Delimitação..................................................................................................3

CAPÍTULO II- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................4

2.1. DEFINIÇÃO DE TERMOS E CONCEITOS......................................................................4

2.1.1. Família...........................................................................................................................4

2.1.2. Escola............................................................................................................................4

2.1.3- Relação Família-Escola................................................................................................5

2.2. BREVE HISTORIAL DA RELAÇÃO ENTRE A FAMÍLIA E A ESCOLA.................5

2.3. Relação Família - Escola “uma Aliança Fundamental”...................................................6

2.4. Ação educativa e relação educativa.................................................................................7

2.5. Participação dos Pais na Escola.......................................................................................7

2.6. Acompanhamento e visitas de encarregados de educação à escola.................................8


2.4- TIPOS DE ATITUDES DAS AUTORIDADES ESCOLARES ASSIM COMO DOS
PROFESSORES......................................................................................................................8

2.4.1- Causas do Fraco Relacionamento Entre a Escola e a Família......................................9

2.5- Importância da relação entre a família e a escola no Processo docente educativo........10

2.5.1. Modelos que Permitem a Participação da Família na Escola......................................10

2.6- RELAÇÃO ESCOLA - FAMÍLIA NO CONTEXTO ANGOLANO...........................11

2.6.1- A Relação Escola-Comunidade na actualidade..........................................................12

CAPITULO III- METODOLOGIA..........................................................................................13

3.1-Paradigma de pesquisa....................................................................................................13

3.2- Tipo de Pesquisa............................................................................................................13

3.3- MÉTODOS, TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE PESQUISA.................................13

3.3.1- Métodos de pesquisa...................................................................................................13

3.3.2- Técnicas de Pesquisa...................................................................................................14

3.3.3- Instrumentos de Pesquisa............................................................................................14

3.4- População.......................................................................................................................14

3.5- Amostra..........................................................................................................................14

3.6- Tipo de Amostra............................................................................................................14

3.7- CARATERIZAÇÃO DO CAMPO DE ESTUDO.........................................................14

3.7.1- Procedimentos de Realização da Pesquisa..................................................................15

3.7.2- Dificuldades Encontradas...........................................................................................15

CONCLUSÕES........................................................................................................................17

SUGESTÕES............................................................................................................................18

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................19
INTRODUÇÃO

O trabalho em referência, faz uma abordagem sobre “A fraca Relação Família -Escola
no Processo docente educativo ”, na vertente estudo de caso realizado na escola nº 315 – 11
de Novembro.

Este estudo com o título A fraca Relação entre a Família e a Escola – as suas
implicações no processo de ensino-aprendizagem, insere-se numa temática muito falada, mas
ainda com grandes discrepâncias e lacunas por resolver. É fundamental que os pais se
integrem na vida escolar ativa dos seus educandos, de forma a conseguirem dar todo o apoio
que eles necessitam no seu crescimento escolar. A escola é um local onde os pais confiam a
educação dos seus filhos e encontram nela um tipo de apoio para as suas vidas, sendo mesmo
um elemento indispensável para os pais e encarregados de educação.

1- Justificativa
A escolha deste tema deveu-se ao problema que vem inquietando a escola, pelo fraco
grau de participação dos pais e encarregados de educação, afectando negativamente o
processo de ensino e aprendizagem, principalmente no rendimento escolar dos alunos.

Nos dias de hoje, a problemática do envolvimento parental é umas das mais


importantes temáticas neste momento, visto que o desenvolvimento das crianças na escola é
extremamente importante, porque se as crianças forem bem acompanhadas no seu processo
escolar em parceria com os pais, estas crianças serão com certeza uns cidadãos com uma
perspetiva de vida e também escolar muito melhor, sendo profissionalmente exemplares. O
ambiente familiar, a relação com a escola e a descontinuidade entre ambas são na minha
opinião aspetos fundamentais para a problemática da participação dos pais na escola.

1.1. Formulação de Problema


Actualmente, temos verificado na nossa comunidade, a falta de relação entre as
famílias das crianças que frequentam a mesma escola, os pais não se relacionam entre si fora
da escola e que mesmo os contactos que estabelecem sobre aspectos relacionados com a
escola são muito limitados.

Outrossim, temos notado na comunidade algumas crianças sentadas ao lado umas das
outras influenciando-se mutuamente quer na escola como fora dela; pais que não se conhecem

1
uns aos outros; crianças que passam grande parte do tempo fora da escola a sós ou com outras
crianças, sem a supervisão dos adultos que são responsáveis por elas.

1.1.2. Pergunta de Partida


O que está na base do fraco relacionamento entre a escola e a família na escola Nº 315
- 11 de Novembro no Município do Dande?

1.1.3- OBJECTIVOS DO ESTUDO


1.3.1- Geral
Compreender as causas da fraca relação família – escola no processo docente
educativo na escola nº 315 – 11 de Novembro no Município do Dande.

1.3.2- Específicos
 Fazer um estudo teórico para sistematização dos conhecimentos científicos sobre a
fraca relação Família – Escola.
 Identificar as causas do problema em estudo.
 Explicar as causas da falta de acompanhamento da família no processo de ensino-
aprendizagem, seu impacto no rendimento escolar dos alunos;
 Elaborar propostas bem como mecanismo de acções para resolução do problema da
fraca relação família.

1.1.4- Objecto de Estudo


O nosso objecto de estudo é: A fraca relação família-escola no processo
docente educativo.

1.1.5- Importância do Estudo


Esta pesquisa é importante porque pode reduzie as constantes ausencias de pais e
encarregados de educação nas escolas.

A escola é vista como um entre dinamizador da sociedade em que qualquer indivíduo


esteja inserido.

Poderá nos permitir a ter uma melhor visão e actuação de acordo com a nossa forma
de actuação enquanto encarregados de educaçao. O estudo em abordagem visa reforçar a
parceria escola-família através de efectiva colaboração dos pais e outros membros da família
nas actividades educativas de aprendizagem de novas gerações. Pretendemos fazer uma
reflexão sobre o trabalho realizado pela escola e pela família na comunidade, no sentido de

2
dar a nossa contribuição com algumas sugestões a fim de melhorar a relação entre a escola e a
família.

1.6- Limitação e Delimitação


O estudo deste trabalho está limitado na Província do Bengo, Município do Dande,
Bairro Açucareira, quanto ao tempo corresponde o período de Dezembro de 2022 a Março de
2023 perfazendo um total de 4 meses. Está delimitado sobre a fraca relação família – escola
dos alunos da 6ª classe da escola nº 315 - 11 de Novembro, província do Bengo.

3
CAPÍTULO II- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. DEFINIÇÃO DE TERMOS E CONCEITOS
Neste subcapítulo foram abordados conceitos como escola, ensino, aprendizagem,
família por lado, por outro os principais temas que serviram para o desenvolvimento deste
estudo, foram enfatizados os seguintes: Caracterização da pareceria entre a escola e família no
processo de ensino e aprendizagem, o papel do professor como mediador na aprendizagem do
aluno.

2.1.1- Família
Segundo (MAIA, 2002), Em sentido restrito, o termo família costuma designar,
geralmente, o conjunto de pessoas que vivem sob o mesmo tecto. No sentido lato, a família é
entendida como o conjunto das sucessivas gerações descentes dos mesmos antepassados

Para (LEANDRO, 2001), O termo família é derivado do latim famulus, que significa
“escravo doméstico”. Este termo foi criado na Roma Antiga para designar um novo grupo
social que surgiu entre as tribos latinas, ao serem introduzidas à agricultura e também
escravidão legalizada. No direito romano clássico a "família natural" cresce de importância,
esta família é baseada no casamento e no vínculo de sangue

Na visão de (DIOGO, 1998), Define a família como o “conjunto de indivíduos que


residem no mesmo alojamento e que têm relações de parentesco (de direito ou de facto) entre
si, podendo ocupar a totalidade ou parte do alojamento”. Considera-se também como família
clássica qualquer pessoa independente que ocupa parte ou a totalidade de uma unidade de
alojamento.

2.1.2- Escola
De acordo com (LAKATOS, 2006), Escola é um estabelecimento de ensino ordenado
pelas autoridades reconhecidas da nação, cujo acesso é para todo o povo, onde o estado é
gestor em sua plenitude.

No olhar de (GADOTTI, 2007), A escola é um lugar de esperança e de luta; um lugar


bonito, um lugar cheio de vida, seja ela uma escola com todas as condições de trabalho, seja
ela uma escola onde falta tudo; é um espaço de relações.

Já (PILETTI, 2007), A escola é uma instituição de ensino que funciona e que seja
administrada adequadamente, que só conseguirá preencher essa função quando houver o
entrosamento dos pais com a escola e com a comunidade.
4
2.1.3- Processo docente

Segundo Ruiz-Calleja, J. M. (2004), É o meio pelo qual o professor transmite aos seus
alunos conhecimentos adquirido no seu processo de formação, experiências de vida,
conteúdos específicos para a superação de dificuldades e meios para a construção de seu
próprio conhecimento, nesse sentido sendo protagonista de sua formação humana e escolar.

Freire, P. (2001), O processo educativo é o comportamento que mais marca o


quotidiano das nossas vidas, e é o mais quotidiano dos processos que orienta o nosso agir.
Seja como ensino, seja como aprendizagem, procura sistematizar o conjunto do dia-a-dia de
todos os seres humanos de diversas idades que coexistem.

Aguilera, L. O. (2005), O processo docente-educativo contém sempre uma atividade de


ensino-aprendizagem, que transcende suas fronteiras como processo pedagógico mesmo. Este
deve se adequar aos novos paradigmas do que hoje se entende por ensino e aprendizagem
escolar nas atuais condições e exigências sociais, prevalecendo a ideia de que na escola há-de
ensinar- se como transformar a informação, adquirindo métodos de auto-formação, através de
uma aprendizagem significativa para o estudante.

2.1.3- Relação Família-Escola


A intervenção dos pais na educação dos filhos é indiscutivelmente essencial. Dar apoio
e cuidados adequados ao filho é uma responsabilidade bastante exigente. Muitas vezes, os
pais estão preocupados/envolvidos com os outros problemas (profissionais, pessoais,
económicos, financeiros) que se esquecem de dar atenção aos seus filhos, o que leva muitas
vezes a um afastamento entre pais e filhos, e é precisamente isso que não se quer.
Consideramos fundamental nos dias de hoje, e com a constante evolução da sociedade que as
escolas devam acima de tudo ser promotoras de políticas/estratégias que promovam uma
maior aproximação dos pais à escola.

Sabemos que, as crianças beneficiam quando os adultos com quem se relacionam


partilham valores básicos sobre a educação, comunicam entre si e quando lhes proporcionam
apoio e orientação consistente. Naturalmente, cada comunidade precisa cuidar da formação
dos indivíduos, auxiliar no desenvolvimento das suas capacidades físicas e espirituais,
prepará-los para a participação activa e transformadora nas várias instâncias da vida social”.

Claramente, nenhuma comunidade escapa-se da missão educativa, pois que, trata-se de


uma actividade sob responsabilidade de todos os agentes educativos, por ser uma exigência da
5
vida em comum. É pois, um processo de promover aos indivíduos conhecimentos,
habilidades, hábitos, atitudes, experiências e valores que os tornam aptos em actuar no meio
social, de formas a transformá-lo em função das necessidades económicas, sociais e políticas
da mesma comunidade. Algumas famílias pensavam que a única responsável pela educação
dos filhos era a escola, provocando a ausência ou a fraca relação entre a família e a escola.

A Família é considerada a instituição social básica a partir da qual todas as outras se


desenvolvem, a mais antiga e com um carácter universal, pois aparece em todas as sociedades,
embora as formas de vida familiar variem de sociedade para sociedade. A aproximação entre
a escola e a família tem sido alvo de muito critica perante a sociedade, face atuação de muitos
pais e encarregados de educação não colaborarem directamente nos problemas que afligem
essa relação, no sentido de se criar condições para melhorar o processo de ensino e
aprendizagem dos educandos.

2.2. BREVE HISTORIAL DA RELAÇÃO ENTRE A FAMÍLIA E A ESCOLA


Até ao final da idade média, a aprendizagem das condutas e do saber necessário para a
integração social processava-se sobretudo no seio da família e da comunidade. Com o início
da idade moderna, a escola, enquanto espaço especializado de processos educativos
internacionais, passa a substituir gradualmente a família e a comunidade. Numa primeira fase,
a Igreja desempenhou um papel fundamental na criação e controlo dos novos dispositivos de
formação, que assumiram uma grande variedade de configurações estruturais (NOVOA,
1987).

Contudo, o Estado que durante o antigo regime desempenhou um papel secundário


neste processo, vai progressivamente assenhorar-se da educação formal, substituindo a tutela
da Igreja, deixando claro que a missão educativa era demasiado importante para ficar
dependente das orientações de instituições sobre as quais tinha um controlo muito limitado
(LIMA, 2002).

Segundo (NOVA, 1992, citado por LIMA, 2002), Paralelamente ao processo de


estatização da escola, verifica-se a progressiva afirmação dos professores como profissionais,
processo no qual a sua funcionalização desempenhou um papel muito importante, libertando-
os do controlo da Igreja e colocando-os sob a alçada do Estado. Estabelece-se, assim, uma
espécie de contrato entre os professores e o estado, com direitos e deveres mútuos, que em
última instância resultou numa perda efectiva de influência por parte dos pais e na sua
marginalização: Num certo sentido, o aparelho escolar edificou-se contra as famílias e as
6
comunidades que foram marginalizadas, ora com o argumento político (a legitimidade do
Estado para decidir em matéria educativa), ora com o argumento profissional (a competência
especializada dos professores em matéria educativa).

No início do nosso século, a maioria das famílias não se relacionava com a escola
pública, nem tinha meios para expressar ou fazer valer, enquanto grupos distintos, uma atitude
crítica. As autoridades escolares preocupavam-se pouco com as suas opiniões. Os pais de
grande parte dos alunos eram considerados ignorantes, que era preciso educar. (MANTADON
e PERRENOUD, 2001).

2.3. Relação Família - Escola “uma Aliança Fundamental”


Uma das profissões mas difíceis é de ser pai, e é a única para a qual não há formação
(cit. In Ausloos, 1996).

Quando se fala das escolas do passado, o modelo de referência é o que vigorou até às
vésperas do 25 de abril, modelo este marcado fortemente pela disciplina. Nas escolas desta
época, não era apenas a existência de um Reitor nomeado pelo poder central que garantia um
funcionamento sem grandes sobressaltos, era também um regime de ditadura que refletia o
estilo de vida daquele período.

Nesse tempo, havia padrões de comportamento para cada grupo que determinavam até
a maneira de vestir. Os estudantes não eram exceção. Formavam um grupo específico que se
desejava. E essa uniformização passava, por exemplo, pelo uso obrigatório da bata no caso
das raparigas, pelo uso obrigatório de gravata no caso dos rapazes que frequentavam o liceu,
pela proibição absoluta de usar calças no caso das raparigas e de deixar crescer o cabelo no
caso dos rapazes.

Estudos recentes mostram que em vários países, nas últimas décadas, que se os pais se
envolverem na educação dos filhos, eles por ora, obtêm melhor aproveitamento escolar. De
muitas variáveis que se estudaram, o envolvimento dos pais no processo educativo foi a que
obteve maior impacto, estado este impacto presente em todos os grupos sociais e culturais
(Marques, 2001).

2.4. Ação educativa e relação educativa


O desenvolvimento e aprendizagem passam através da dinâmica e a interação entre a
estrutura do sujeito e a estrutura da tarefa e acontece de um modo integrado, global,
harmónico e progressivo no contesto do processo educativa. A acção educativa, por
7
conseguinte, pressupõe o conhecimento da interação da estrutura do sujeito a educar e das
tarefas de desenvolvimento e aprendizagem a propor em cada estádio. (ALARCÃO e
ALARCÃO, 2005).

Como podemos compreender, a relação entre todos os agentes educativos origina uma
complexa rede de relações que vão influenciar o relacionamento entre o educador e o
educando a que se chama, embora numa acepção mais ampla, relação educativa. Aqui
incidiremos sobre a relação entre professor – aluno o educador e o educando (ALARCÃO e
ALARCÃO, 2005).

Portanto a relação educativa nasce, acontece, fundamentalmente, na acção educativa


ou pedagógica. Por sua vez, a relação educativa reforça ou condiciona a própria acção
educativa ou pedagógica (ALARCÃO e ALARCÃO, 2005).

2.5. Participação dos Pais na Escola


O direito à participação nasce precisamente da nossa condição de pessoas e de
cidadãos. Não é uma dádiva nem um favor, participar na comunidade educativa de forma
activa, directa e plena todos os membros que a integram. O que se passa na escola não
interessa somente aos que estão dentro dela, mas sim a todos os cidadãos (GUERRA, 2002).

A vertente escola inclui todas actividades levadas a cabo nas escolas, individuais e
colectivas, por incentivos dos professores, dos pais ou dos alunos. Exemplos são o encontro
de um docente com um pai de um determinado aluno ou uma reunião entre o docente e os pais
de uma determinada turma, ou uma reunião entre todos os professores e todos os pais.
Incluem-se aqui, ainda, a participação de encarregados de educação em órgãos da escola ou
reuniões da associação de pais. Estas actividades constituem a fase mais visível da relação
escola-família.

A vertente lar inclui todas actividades relacionadas com a escola e desempenhadas em


casa pelo aluno e / ou os pais. Incluem actividades como os trabalhos de casa, outras
actividades manifestas do estudo (e o apoio que lhes é, ou não, dado pela família), mas
também todo tipo de iniciativa desenvolvida pela família com vista a uma melhor
escolaridade por parte do seu educando, e que são, amiúde, invisíveis fora do lar (desde o
simples incentivo ao arranjo de um espaço próprio para estudo, de materiais específicos, etc.)
(LIMA, 2002).

2.6. Acompanhamento e visitas de encarregados de educação à escola


8
Em muitos aspectos, a escola desapossa os pais dos seus filhos. Priva-os da sua
presença, podendo ter várias implicações:

Por vezes é uma força de trabalho para a preparação das refeições, os trabalhos
domésticos ou as tarefas profissionais quando uma empresa familiar- agrícola ou comercial
por exemplo- tem interesse em mobilizar toda a família. A este mobile tradicional junta-se
tudo o que participa do sentimento da infância, nas sociedades modernas. (KELLERCHLS e
PASINI, 1976).

Isto não exige a presença contínua da criança, mas a sua partida a horas fixas pode ser
sentida como um desapossamento, em particular para as mães que estão em casa. A entrada na
escola pode ser vivida como uma ruptura decisiva na relação entre a mãe e o seu filho: pela
primeira vez ele escapa-lhe para ser cuidado por outros adultos. Esta separação nem sempre é
vivida como frustração. (MONTADON e PERRENOUD, 2001).

2.4- TIPOS DE ATITUDES DAS AUTORIDADES ESCOLARES ASSIM


COMO DOS PROFESSORES
Primeira atitude: Os pais são considerados como clientes, que não sabem nada de
pedagogia ou de gestão. Consequentemente, a única coisa a fazer é informá-los. A informação
prestada é, frequentemente, sobre assuntos relativamente pouco importantes. Satisfaz alguns
pais, mas deixa outros desapontados. Sem dúvida, apesar de extraordinárias possibilidades
técnicas em matéria de informação, a tarefa de bem informar continua a ser um desafio para a
maior parte das organizações. A informação fornecida pela escola nem sempre passa e não
conduz necessariamente a um processo de comunicação;

Segunda atitude: Os pais são considerados como uma caução; são consultados para
se obter um feedback, uma informação de retorno. Isto pode dar às autoridades uma ideia do
afastamento entre as suas políticas e as expetativas dos pais. É, por vezes, uma forma de
manter a consciência tranquila. Raramente as autoridades conseguem dizer como é que as
distâncias podem ser atenuadas, com efeito não é dada qualquer garantia aos pais de que as
suas ideias ou recomendações serão tidas em conta (HENRIPIN, 1976).

Terceira atitude: As autoridades consideram os pais como um grupo de pressão. Elas


esperam as suas reivindicações para reagir. Isto coloca os pais em situação de adversário.
Alguns desmobilizam-se, nomeadamente os que desejam uma participação concreta e
construtiva. Outros são apanhados nas malhas do jogo e vão desempenhar o seu papel de

9
grupo de pressão até ao fim, suscitando frequentemente a reacções negativas (HENRIPIN,
1976).

As autoridades poderiam, adoptada uma quarta atitude, considerar os pais como


verdadeiros parceiros. Os pais, sem pretenderem tornar-se profissionais do ensino ou da
gestão são, não só consultados, como participantes nas decisões. Esta concepção, raramente
concretizada, pressupõe uma vontade política de modificar as relações sociais no interior do
sistema escolar (IDEM).

2.4.1- Causas do Fraco Relacionamento Entre a Escola e a Família


As relações entre pais e professores sempre foram assunto polémico ao longo da
história do sistema educativo. Quer pela sua inexistência quer pelo seu carácter sensível que
assumem, quando se concretizam estas relações têm suscitado debates intensos e apaixonados
(LIMA, 2002).

Nestas discussões, ora se culpam os pais por ignorarem positivamente ou


culpabilizarem injustamente os professores pelos problemas dos filhos, ora se acusam os
docentes de menosprezarem ou hostilizarem as perspectivam dos encarregados de educação
sobre a escolaridade dos seus filhos (IDEM).

Com as dificuldades sentidas na maior parte das experiências, em curso em outros


países, que visam o alargamento da participação formal dos pais nos órgãos de gestão das
escolas. Segundo Barroso (1996), estas dificuldades resultam essencialmente dos seguintes
factores:

 Conflito de competência entre os pais e os professores;


 Falta de condições que são dadas para a participação dos pais;
 Limitada representatividade de muitos dos pais eleitos;
 Formalismos das estruturas e processos de participação utilizados;

Pais trabalhadores, sua condição de família trabalhadora, dificulta um


acompanhamento mais próximo do trabalho académico das crianças, sua baixa escolaridade
também dificulta esse acompanhamento.

Nota-se, frequentemente, uma confusão quanto à quem cabe a educação das crianças e
quais aspectos são especifico para cada instituição. Alguns professores queixam-se de que as
famílias delegam a eles toda a educação dos filhos e, com razão, sentem-se sobrecarregados e

10
mesmo incapazes de realizar tal tarefa. Algumas vezes, as famílias sentem-se desautorizados
pelo professor que toma para se tarefas que são da competência da família. (SZYMANSKI,
2011).

2.5- Importância da relação entre a família e a escola no Processo docente


educativo.
Nos tempos mais recentes tem havido, a nível internacional, uma maior abertura da
escola ao exterior, através da multiplicação e diversificação das suas formas de contacto com
as famílias, desde a presença de representantes dos pais nos órgãos de gestão dos
estabelecimentos de ensino às sessões informativas, aulas abertas, exposições, noites
recreativas e, até, piqueniques. (LIMA, 2002).

Pode-se participar na direcção e na gestão das escolas, no processo de aprendizagem e


na dimensão comunitária, que incumbe a escola. A presença dos pais na comunidade escolar
não deve ser vista, pelos professores, como uma ameaça. Esse é um erro que prejudica
fundamentalmente o professor. (GUERRA, 2001).

Conforme o sentido piagetiano, a relação escola-família prevê o respeito mútuo, o que


significa tornar paralelos os papéis de pais e professores, para que os pais garantam as
possibilidades de exporem suas opiniões, ouvirem os professores sem receio de serem
avaliados, criticados, trocarem pontos de vista. (PIAGET, 1972).

2.5.1. Modelos que Permitem a Participação da Família na Escola


 Participação plena: partilha-se o poder real e individualmente;
 Participação parcial: pode-se influir nas decisões mas não tomá-las ou participar nelas;
 Pseudo participação: as questões em que se participa já foram decididas previamente,
real ou formalmente.

Situando-se na realidade do sistema educativo faz uma diferenciação em três formas


de participar: decidir (que supõe exercer o poder), controlar (que é ter responsabilidade sobre
a forma com outro o exerce) e comunicar (que consiste na explicação dada por quem exerce o
poder) (GUERRA, 2002).

Bastiani (1987) faz uma classificação que poderíamos escalonar na ordem inversa a
que fazíamos nos dois casos anteriores. De menos para mais:

 A compensação: a intervenção autónoma da escola deve corrigir as desigualdades e


as deficiências, a corrigir as desigualdades e as deficiências;
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 A comunicação: os professores como profissionais devem informar dos propósitos
educativos, a sociedade, os pais e os alunos;
 A prestação de contas: os professores devem responder perante a família e a
sociedade pelos resultados que os alunos conseguem;
 A participação: os três sectores devem partilhar as decisões e as responsabilidades.

Gil-Villa, (1992) apresenta-se a participação a partir de três contextos diferentes:

O político (a gestão da escola), o académico (referido ao processo de ensino e


aprendizagem), e o icomunitário (o que diz respeito as actividades extras-escolares)
(GUERRA, 2002).

2.6- RELAÇÃO ESCOLA - FAMÍLIA NO CONTEXTO ANGOLANO


Trata-se de educação Angolana depois da independência, onde vamo-nos debruçar nos
mais variados aspectos da relação escola-família, focando os problemas que dificultam o
relacionamento entre estas instituições, procurando soluções para ultrapassar essa situação.

A Educação angolana significa para nós, compreendermos e analisarmos a


organização do sistema educacional como um processo que envolve questões não meramente
didáticas mas de concepção de homem do ideal politico e cultural de uma geração. É um
processo completo, pois envolvem questões que vão alem a sala de aula. A escola é um
aparelho do estado e está ao serviço dele, ela é o reflexo da política do país, é o espaço
propício do desenvolvimento da crítica social, política, ideológica, cultural e de construção do
saber necessário para o entendimento e convivência social (NGULUVE, 2010).

Participação das famílias no processo de ensino e aprendizagem secundarizada com


frequência, principalmente, porque as perspectivas dos professores e dos pais e encarregados
de educação na maior parte das vezes, infelizmente, são divergentes. Em Angola as possíveis
causas da falta de diálogo entre a escola e a família não difere das outras regiões do mundo.
(MENEZES, 2010).

Em minha opinião, a aprendizagem dos alunos é potenciada e realizada com maior


sucesso, quando existe um ambiente de colaboração entre os professores e os encarregados de
educação, assim está comprovada a importância do desenvolvimento das famílias no processo
de ensino e aprendizagem. A presença dos pais na escola contribui para o rendimento escolar
dos alunos. No contexto angolano, para a participação da família na escola, foi implementado

12
um órgão que deve servir de elo de ligação entre a família e a escola chamado Comissão de
Pais e Encarregados de Educação.

2.6.1- A Relação Escola-Comunidade na actualidade


Actualmente, “um dos aspectos mais interessantes da investigação educacional é a
pesquisa qualitativa que envolve estudos sobre as parcerias entre a escola e a família” como
afirma (MENEZES, 2010).

Como vemos, é a família que representa a participação da comunidade no processo de


ensino-aprendizagem da criança. Naturalmente, a escola não é o único palco de produção de
saberes. A casa, a rua, os grupos existentes na comunidade são também contexto onde se
produzem saberes necessário (PESSANHA; BARROS; SAMPAIO, 2013).

Notamos aqui a necessidade da escola criar condições de abertura que promova a


participação da comunidade no serviço da formação do homem novo, que obviamente não se
dá de forma isolada entre os agentes educativos.

Certamente, uma escola que se perceba a si mesma como uma comunidade formada
pelos seus diferentes agentes educativos, mais do que como uma organização, tem mais
possibilidades de estimular as interacções sociais que conduzem à acumulação de capital
social, favorecendo a aprendizagem efectiva da criança.

13
CAPITULO III- METODOLOGIA
3.1-Paradigma de pesquisa
O paradigma deste trabalho é a pesquisa qualitativa, visto que este tipo de paradima
visa fazer um estudo mais profundo do fenómeno e não está preocupado em quantificá-lo.

A pesquisa qualitativa refere que o pesquisador busca levantar basicamente as


opiniões, as crenças, os significados das coisas nas palavras dos participantes da pesquisa
(VIEIRA, 2009).

3.2- Tipo de Pesquisa


Neste trabalho utilizamos a pesquisa bibliográfica. A pesquisa bibliográfica visa na
busca de informações em documentos já escritos que podemos encontrar nos livros, jornais,
revistas, entre outros.

3.3- MÉTODOS, TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE PESQUISA


3.3.1- Métodos de pesquisa
Para a realização deste traalho utilizou-se os seguintes métodos:

 Bibliográfico: Permite fazer uma recolha de informações a partir de documentos já


inscritos anteriormente atis como livros, revistas e outros.
 Indutivo: Procede inversamente ao método dedutivo: parte do particular e coloca a
generalização como um produto posterior do trabalho de coleta de dados particulares.
As conclusões obtidas por meio da indução correspondem a uma verdade não contida
nas premissas consideradas, diferentemente do que ocorre com a dedução. Assim, se
por meio da dedução chega-se a conclusões verdadeiras, já que baseadas em premissas
igualmente verdadeiras, por meio da indução chega-se a conclusões que são apenas
prováveis. (GIL, 2019).
 Dedutivo: A dedução é o elemento que se encarrega de provar se a lei é verdadeira em
todos os casos. A indução possibilita a extensão do conhecimento, é imaginosa,
criativa. A dedução é lógica, segura e tem a comprovação dos fatos. (MICHEL, 2015).

Indução e dedução são duas formas de raciocínio, isto é, procedimentos racionais de


argumentação ou de justificação de uma hipótese. A ciência trabalha, pois, com raciocínios
indutivos e com raciocínios dedutivos. Quando passa dos fatos às leis, mediante hipóteses,
está trabalhando com a indução; quando passa das leis às teorias ou destas aos fatos, está
trabalhando a dedução. (SEVERINO, 2016).
14
 Histórico lógico:

3.3.2- Técnicas de Pesquisa


 Entrevista: Com esta técnica permitiu-nos obter informações acerca do tema em
estudo, pois, foi aplicada por meio de um guião de entrevista que era composto com
questões dirigidas aos intervenientes da referida pesquisa.
 Observação: Esta técnica permitiu ver e analisar de forma mais concreta a presença
dos pais e encarregados de educação na escola.

3.3.3- Instrumentos de Pesquisa


 Guião de entrevista: Este instrumento foi aplicado aos alunos, pais e encarregados de
educação bem como em professores para podermos compreender melhor as causas dos
problemas identificados. Portanto, de modos a não cansar os interlocutores, o
instrumento comporta apenas cinco questões que foram respondidas de forma
diferente.
 Grelha de observação: Este instrumento ajudou-nos a ter outras informações
importantes uma fez que podemos abservar de forma mais clara a comparência dos
pais e encarregados de educação.

3.4- População
A população abrangida pelo nosso trabalho é constituída da seguinte forma: Director
geral, Subdirector, professores, pais e encarregados de educação e alunos.

3.5- Amostra
Amostra é uma parcela convencional selecionada do universo (população), ou seja, é o
subconjunto do universo. Amostragem não probabilística é aquela que é feita, mas
dependendo do critério do investigador para a sua selecção (MARCONI E LAKATOS, 2010).

3.6- Tipo de Amostra


Trabalhamos com uma amostra de participantes que foram escolhidos de forma
aleatória simples, uma vez que não houve uma selecção prévia dos interlocutores.

3.7- CARATERIZAÇÃO DO CAMPO DE ESTUDO


Neste item, pretende-se identificar vários aspectos relacionados com o campo de
estudo como: situação geográfica da escola, número de docentes, de alunos, de pais e
encarregados de educação, estrutura física e a data da inauguração da escola. Fica situada, no

15
Município de Dande, Comuna de Caxito, onde a Norte encontra-se hamburgaria rua do
Quissoma a, ao Sul pelo Hospital Municipal do Dande, à Oeste pala escola superior
pedagógica do Bengo e à Este pela igreja católica. A escola foi inaugurada em 11 de 11 de
2008. Quanto à estrutura física, a escola dispõe de 16salas de aulas, 2WC, Gabinete do
Director Geral, Gabinete do Subdirector Pedagógico, Gabinete do Subdirector
Administrativo, Secretaria, 1 Pátio da escola. A escola funciona em dois turnos: um no
período da manhã com o ensino primário e outro no período da tarde com o primeiro Ciclo do
ensino secundário.

A mesma escola tem Director geral, 1 Subdirector administrativo,1professores, 69


alunos, 3 guardas e 2 funcionárias de limpeza. Tem luz elétrica e água canalizada e todas as
condições para um bom funcionamento.

A escola está localizada dentro de uma comunidade de boa convivência e


maioritariamente trabalhadora, que leva uma vida dinâmica atendendo as exigências que a
mesma lhes impõem. De nível social médio, é constituída por funcionários públicos, privados
e outros trabalham por conta própria.

3.7.1- Procedimentos de Realização da Pesquisa


Para efectivar este trabalho de pesquisa, tivemos os seguintes procedimentos: Escolha
do tema fez-se a discussão para compreender a sua autenticidade e prossegue-se
posteriormente a escolha da bibliografia inerente ao tema.

Mantemos contacto com a direção da escola para a obtenção de autorização para a


implementação da pesquisa;

Elaboramos ficha de entrevista para os membros de direção constituída por 3 a 4


perguntas, bem como, elaborou-se guião de entrevista composta por 4 a 6 perguntas de
professores e alunos da escola;

Fez-se a recolha, análise e interpretação dos dados recolhidos.

3.7.2- Dificuldades Encontradas


O presente estudo apresenta limitações à medida que começou a ser elaborado em tão
pouco tempo, aí num espaço de dois meses. Não foi possível colher mais dados, porque o
tempo foi insuficiente.

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Quanto ao questionário, só conseguimos trabalhar de verdade, quando começamos ter
contacto com alunos e professores no momento de estágio.

Quanto às dificuldades encontradas durante a realização do trabalho, pode-se indicar


algumas como:

 Dificuldade de se encontrar bibliografia concernente ao tema em estudo;


 Complexidade dos pais e dos alunos em responderem as questões;
 Dificuldade na execução do trabalho;
 Foi difícil a elaboração deste trabalho por ser a primeira experiência na área de
investigação científica.
 Dificuldade de meio financeiro para concretização do presente trabalho
 Com todos os imprevistos citados, anteriormente, neste trabalho cometeu-se possíveis
lacunas que poderão ser superadas num próximo estudo.

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CONCLUSÕES

Ao longo de minha pesquisa percebo que são várias as dificuldades citadas pela
família e pela escola em relação a sua convivência, que por hora podemos dizer conflituosa,
pois principalmente os pais não conseguem ver de que forma poderiam participar da vida
escolar dos filhos. A escola por sua vez conforme a pesquisa acima relatada realiza atividades
extracurriculares a fim de que os pais venham conhecer e participar da escola, para que seus
filhos entendam que estão preocupados com sua educação e como isso é fundamental para a
construção do conhecimento.

A fraca relação família-escola tem sido apontada como um dos factores que
contribuem para o fraco desempenho dos alunos. Portanto, podemos afirmar que os objectivos
traçados foram alcançados e confirmadas as hipótese elaboradas, pois o gestor escolar é
importante na qualidade do ensino, pois que, é a entidade máxima que vela pela organização e
funcionamento da escola.

Confirmou-se que existe uma fragilidade no que conserne a relação entre escola e a
família, visto que estes enfraquecem esta relação.

As crianças que não têm a família presente na escola, ou que os pais só vão à escola
quando são chamados insistentemente porque seus filhos já se tornaram um problema na
escola, essas crianças não têm um desempenho satisfatório na escola, segundo as
coordenadoras da respectiva instituição onde foi realizada a pesquisa, estas crianças se sentem
desamparadas e desmotivadas em relação a sua educação, pois seus pais não conhecem sua
escola, muito menos o seu professor, então se acomodam e não se sentem estimuladas em
aprender.

Acredito que está relação exige ainda muitos estudos a serem desenvolvidos, porque
são inúmeras as dificuldades na relação família/escola que necessitam de repostas. Gostaria de
salientar que desde o início desta pesquisa existiu inúmeras dificuldades de entendimento e
finalização desta pesquisa, e neste momento quero apresentar algumas das propostas que
penso que se realizadas tanto pela família, como pela escola pode melhorar esta relação.

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Contudo, os pais apresentam inúmeras respostas para sua ausência na escola, como
reuniões no horário de trabalho, baixa escolaridade, não tem tempo para participar, assim fica
impossibilitado a comunicação e principalmente a relação entre família e escola.
Contudo, os pais apresentam inúmeras respostas para sua ausência na escola, como reuniões no horário de trabalho, baixa escolaridade, não tem tempo para participar, assim fica impossibilitado a comunicação e principalmente a relação entre família e escola. Contudo, os pais apresentam inúmeras respostas para sua ausência na escola, como reuniões no horário de trabalho, baixa escolaridade, não tem tempo para participar, assim fica impossibilitado a comunicação e principalmente a relação entre família e escola

SUGESTÕES

Todo trabalho científico exige uma contínua e sistemática pesquisa, com isso somos a sugerir
que:

 A escola e a família devem desempenhar um papel crucial na participação e tomada de


decisões relativas as actividades com a escola, influenciando a problemática do
processo de ensino e aprendizagem dos educandos.
 Deve haver maior impacto no processo de ensino e aprendizagem dos educandos, para
uma boa ligação escola, família e comunidade.
 A escola deve dar oportunidade dos pais participarem na tomada das decisões dentro
da instituição, ser mais inclusiva possível, democrática e uma gestão mais
participativa.
 Para que haja eficácia no processo de ensino e aprendizagem na escola nº 315, somos
de opinião que os pais devem participar na tomada de decisões da escola.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Aprendizagem (1ª ed. Almedina, Coimbra.
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apoio à realização de trabalho de investigação. 1ª Edição Lisboa: Síbabo, 2008.
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 COSTA, J. Almeida, et al. Dicionário. Porto: Porto Editora, 2007.
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Disciplina. ed. Arx : São Paulo, 2004.
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 FILIPE ZAU: Educação em Angola “Novos trilhos para o desenvolvimento. Editora
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Edição. São Paulo: Editora Paz e Terra S/A.
 GUERRA, Miguel Ângelo Santos. Participação de pais na escola. Porto Editora, 2002.
 HAYDT, R. C. Curso de Didáctica Geral. 8ª ed., São Paulo: Editora Ética, 2009.
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 LIMA, Jorge Ávila de. Pais e professores um desafio à cooperação. 1ª Edição.
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 MAIA, Rui Leandro, et al. Dicionário de Sociologia: Dicionário Temático. Porto
Editora, 2002.
 MARCONI, Maria de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia Cientifica.5ª
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 MARCONI, Maria de Andrade, LAKATOS, Eva Maria. Sociologia Geral. 7ª Edição.
S. Paulo: Atlas - 2006.
 MENEZES, Azancot de. Reflexões Sobre Educação. Ed.Mayamba: Luanda, 2011
 MENESES, J.G.Carvalho et al. Relação da Escola com a comunidade.3ª reimpr da 2ª
ed.actual.de 1999.
 MERICI, I.G. Didáctica geral. 23ª ed. São Paulo: Editora Ética, 1992.
 NGULUVE, Alberto Capitango. Educação Angolana: Políticas de reformas do
Educativo. 1ª Edicção. S. Paulo: Biscalchim Editor, 2010.
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acção discreta da riqueza cultural. Revista brasileira de Educação. ANPEd, 1998.
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 SZYMANSKI, Hiloisa. A relação família escola/ escola desafios e perspectiva. 2ª
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 GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa social. 6ª Ed. São Paulo: Atlas, 2008.

20
 Gadotti, M. A. (2007). Escola e o professor: Paulo Freire e a Paixão de ensinar. 1ª
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 Piletti, C. (2007). Didáctica Geral. 1ª Edição. Editora Atena. São Paulo.
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 Ruiz-Calleja, J. M. 2004. Os professores diante os desafios do Terceiro Milênio.
FAED. Universidade de mato Grosso: 132-52.

APÊNDICES

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ANEXOS

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