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DIREITO ROMANO

18 de setembro de 2023 17:18

O Estado é o legislador pelo que elabora as leis e estas são aplicadas pela comunidade
nacional.
O Direito enquanto conceito abstrato pode ser definido como lei, jurisprudência e
costumes.
Em Roma e, mais precisamente, durante o Império Romano, não havia poder legislativo
específico, ou seja, não há uma entidade específica que pense nas soluções para os
problemas das relações entre pessoas. O Império Romano precisou de 5 a 6 séculos até se
constituir e, embora não possuisse legislação, possui Direito. Antes de Roma não verificava a
existência de Direito.
O Direito Romano é o conjunto de regras jurídicas do povo romano e está na base do
Direito Português e do Direito Europeu, no entanto, verificam-se diferenças entre o Direito
Romano e o Direito atual.
O Direito Romano nasce da análise e resolução do caso concreto, ou seja, é utilizado para
resolver o problema/conflito concreto da pessoa A ou pessoa B. É, por esta razão,
considerado casuístico. Além de casuístico, o Direito Romano não é abstrato, visto que o
Direito olha para cada situação concreta, por outro lado, não engloba o conceito de
generalidade, ou seja, as soluções jurídicas dependem de cada caso e, por fim, não engloba o
conceito de casos precedentes pelo que não há obrigatoriedade de solucionar os mesmos
casos da mesma forma. O Direito Romano não envolve, portanto, imposição político
legislativa.

DIREITO ROMANO - adaptável, informado por decisões prévias mas ainda assim moldado a
cada situação

Na atualidade e a partir do século XVII, verifica-se a aplicação territorial do Direito, ou seja,


o Estado assume a função de criador e aplicador do Direito e todas as pessoas no território de
um país estão ao abrigo do Direito desse país. Por outro lado, em Roma não se verificava tal
acontecimento, ou seja, o Direito era de cariz e aplicação pessoal e apenas se aplicava aos
cidadãos romanos que possuíssem o direito da cidadania seja por nascimento, aquisição ou
casamento.
A sociedade romana é composta por cidadãos (estatuto jurídico: homens livres), servos
(estatuto jurídico: homens semilivres), escravos (estatuto jurídico: objeto, não pessoa ) e
estrangeiros (estatuto jurídico: nacionais de outras terras e por conseguinte sujeitos ao
Direito das suas próprias terras).
No entanto, perante a necessidade de resolução de conflitos entre cidadãos romanos e
estrangeiros, começaram a vigorar em Roma dois ordenamentos jurídicos de caráter pessoal
e casuístico:
• Ius civile, conjunto de instituições jurídicas que apenas se aplica aos cidadãos romanos;
• Ius gentium (" direito dos povos"), conjunto de instituições jurídicas que apenas se
aplica aos estrangeiros e às relações entre estrangeiros e cidadãos romanos.
No Direito atual verifica-se a existência de direitos confessionais, aplicados em Estados
confessionais, ou seja, aqueles no qual há uma religião, por vezes também citada como
religião de Estado, oficialmente reconhecida pelo Estado. O direito canónico é um exemplo e,
em Portugal, verifica-se a existência de tribunais eclesiásticos que surgem em conjunto com o
direito civil e que assumem a função de realizar os julgamentos que decorrem do estatuto
canónico da pessoa. Por exemplo, no casamento canónico existe uma componente civil e uma
componente canónica sendo que, através do divórcio, é possível fazer a anulação civil mas
apenas os tribunais eclesiásticos realizam a anulação canónica.
A extraterritorialidade é o estado de ser isento da jurisdição da lei local, geralmente como
resultado de negociações diplomáticas. A extraterritorialidade é, portanto, aplicada a
embaixadores e agente diplomáticos mas também a lugares físicos, tais como embaixadas

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embaixadores e agente diplomáticos mas também a lugares físicos, tais como embaixadas
estrangeiras e consulados e a objetos, como aviões e navios. Pela extraterritorialidade, um
terreno num país estrangeiro é considerado uma extensão do próprio país pelo que está
isento da aplicação da lei desse país estrangeiro e apenas obrigado a cumprir a legislação de
seu país de origem ou internacional ou a de aceitação mútua.
No âmbito do Direito Romano surgem vários termos em latim entre eles: Derectium, Ius,
Iustitia e Aequitas. Derectium surge da soma de "de" e "rectium" e refere-se ao Direito que é,
de facto, "reto" ou "não torto", ou seja, não é adaptável, é geral, abstrato e cego e aplica-se a
todos, pelo que não atende às especificidades e necessidades individuais. Ou seja,
"Derectium" decorre das leis que se aplicam a todos em todos os casos. O Direito Romano
não atende a esta definição. O termo Ius indica-nos este caráter adaptável do Direito
Romano, em oposição ao termo "Derectium". No Ius encontramos a iustitia e a aequitas. O
Direito Romano, o ius, tende para a justiça.
Este ius que tende para a justiça, é guiado por três grandes princípios fundamentais: os
Praecepta iuris, proferidos por Ulpiano:
• honeste vivere (viver honestamente)
• alterum non laedere (não prejudicar o próximo);
• suum cuique tribuere (atribuir a cada um o seu).

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