Você está na página 1de 7

Aula 24/01

Lembrar que no DI não existe hierarquia jurídica. Entretanto, o jus cogens tem prevalência
sobre as outras normas do DI.

jus cogens

Direito imperativo

Não existe norma que revoga o jus cogens. 1

“Uma norma que for contra jus cogens perde a validade.”

Exemplo de norma jus cogens:


A igualdade soberana entre os Estados2

Três situações que ferem o jus cogens:


● Escravização
● Colonização
● Ocupação militar

Pilares do DI
1. Fontes
2. Responsabilidade Internacional
3. Sujeitos do DI

Cláusula Federal - capacidade de estados e municípios de um país fazerem tratados

A cláusula federal (para estados e municípios) não existe no Brasil.

1
Uma norma jus cogens já é determinada como uma ferramenta jurídica que as outras normas
devem respeitar
2
Presente na Corte Internacional de Justiça (CIJ)
No Brasil, o papel das relações diplomáticas é do Poder Executivo (presidente). Existe
competência delegada, quando o presidente pode passar essa função (delegar) para outra
pessoa ou ministério (no caso br, Ministério das Relações Exteriores), como diplomatas.

Reparação de danos (1949) CIJ 3 - caso do conde Bernadotti


Esse caso tem relações com uma OI (ONU); na época havia dúvida se a ONU tinha
personalidade jurídica.4 Na atualidade, é com toda certeza que pontuamos que organizações
internacionais têm personalidade jurídica.

O conde sofreu um atentado em Jerusalém e morreu, enquanto estava sem serviço pela ONU.
Para a ONU poder investigar o caso, ela deveria ter poderes inerentes determinados.

A Assembleia Geral estipulou perguntas/dúvidas, caso os mandatários do assasstinato fossem


descobertos:
1. A família do conde pode pedir reparação de danos?
2. A ONU pode pedir reparação de danos?

- diante disso, juízes responderam que a organização internacional não tinha


personalidade jurídica pré-determinada

● Reconhecimento operado pelo ordenamento jurídico


● Diferença entre sujeitos e atores internacionais
● Ser destinatário
● Ser regido pelo DI

DEFINIÇÃO DE SUJEITOS INTERNACIONAIS

3
Primeiro parecer da CIJ
4
No âmbito interno, entes despersonalizados (?) podem atuar no âmbito jurídico, mesmo não tendo
personalidade jurídica
“São sujeitos de direito internacional toda entidade que goza de direitos e deveres
internacionais e tenha capacidade para exercê-los, englobando Estados, OIs e Indivíduos
(admitidos em campos esporádicos). (GUIDO SOARES)

“Sujeito é toda entidade que goza de direitos e deveres internacionais e que possui capacidade
de exercê-los.” (HIDELBRANDO ACCIOLY)

“São sujeitos de direito internacional todos aqueles entes ou entidades cujas condutas estão
diretamente previstas pelo direito das gentes..” (MAZZUOLI)

“Pessoas jurídicas de direito internacional público são os Estados soberanos (aos quais se
equipara, por razões singulares, a Santa Sé) e as organizações internacionais em sentido
estrito.” (REZEK)5 Indivíduos? Onde estão?

Estado
● A personalidade jurídica deriva da soberania (interna e externa)
● Elementos que compõem a existência de um Estado - governo, território e nação6

Deveres internacionais do Estado:


● Não-ingerência nos negócios internos dos outros Estados
● Estabelecimento de restrições a atividades que importam a utilização imoderada dos
respectivos territórios7
● Exercícios da competência sobre pessoas e bens sob a jusridição dos Estados

Capacidades internacionais do Estado (segundo Dupuys) - o que o Estado pode fazer no


âmbito internacional

● Capacidade de produzir atos jurídicos8

5
Rezek ignora a existência destes sujeitos internacionais na sua definição
6
O Mazzuoli postula que o reconhecimento perante outros Estados é necessário para considerar um
país existente ou não
7
Tópico relacionado com o uso de recursos naturais / uso do território (meio ambiente)
8
Lembrar: atos jurídicos dependem da vontade internacional; fatos jurídicos …
● Somente Estados podem instituir obrigações válidas erga omens9 por meio de tratados
internacionais;
● Os limites datuação no âmbito internacional só existiria em função do jus cogens.

OIs têm personalidade jurídica

Tópico sobre OMC10

● Capacidade de verem-se imputados fatos ilícitos internacionais (responsabilidade


internacional)
● A possibilidade de reparação de danos, originadas de um ílicito internacional, tanto no
pólo passivo quanto no ativo das obrigações
● Exceções: Tribunais Administrativos; UE na OMC e na FAO

OIs não têm capacidade de pedir reparação


Indivíduos têm capacidade de buscarem reparação de atos ílicitos (modos ativo e passivo11)

Obs pesquisar Cori crimes

3. Capacidade de acesso aos procedimentos contenciosos internacionais


OIs não têm essa capacidade


As OIs podem processar um Estado no direito interno, não no direito internacional
Indivíduos têm essa capacidade

4. Capacidade de os Estados tornarem-se membros ou participarem plenamente da vida


das organizações internacionais intergovernamentais

9
São questões que devem ser resolvidas internamente por cada poder, sendo questões próprias de
cada regimento interno
10
A OMC “não deu muito certo” porque precisava de unanimidade para realizar qualquer atuação no
âmbito internacional. Todos vetos/bloqueios resultantes pelos países em desenvolvimento, já que os
tópicos/ pela agenda que estavam sendo propostos pelos países desenvolvidos.
11
Modo ativo: quando o indivíduo peticiona um tribunal internacional; modo passivo: quando um
indivíduo é julgado pelos atos por um tribunal internacional
● Como exemplo, o direito de voz e voto, condicionados aos tratado-fundações

As OIs não têm essa capacidade, só podem ser espectadores (sem direito ao voto)
Os Indivíduos não têm essa capacidade

5. Capacidade de estabelecer relações diplomáticas e consulares12


● Possibilidade de envio de representantes (direito de legação ativo)
● Dever de receber (direito de legação passivo)

OIs têm essa capacidade


Indivíduos não têm essa capacidade

6. Capacidade de exercício da efetiva proteção a pessoas físicas e jurídicaas


consideradas nacionais dos Estados

OIs não têm essa capacidade


Indivíduos não têm essa capacidade

As organizações internacionais são criadas a partir da vontade de Estados, consubstanciadas


em um tratado ou convenção multilateral

As ONGs são atores internacionais, criadas a partir da vontade de particulares

Cruz Vermelha13

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), entidade do direito suíço, possui


reconhecimento de sua personalidade internacional pela doutrina internacionalista.

Nascimento do Direito Internacional Humanitário

12
Relações diplomáticas: públicas; consulares: privadas.
13
Criada por Henry Dunant, horrorizado pelas catástrofes decorrentes da guerra
1867 - Primeira Conferência Internacional da Cruz Vermelha

1965 - Proclamação dos Princípios Fundamentais da Cruz Vermelha

Humanidade, imparcialidade, neutralidade, independência, serviço voluntário, unidade,


universalidade

SUJEITOS DO DIP

Situações particulares (chamadas de coletividades não-estatais por Mazzuoli)

São atribuídas personalidades internacionais em razão de situações específicas

- status beligerantes: ocorrente em guerraas civis no âmbito dos Estados, em que certos
direitos são reconhecidos
- Reconhecimento de governos no exílio (quando um governo perde o poder do Estado
e mesmo assim recebe apoio externo para tentar recuperar o poder)
- Santa Sé: constitui-se como Estado sem nação, mas com território e governo
autônomo soberano
- Ordem Soberana e Militar de São João de Jerusalém (de Malta): instituição
benemerente com sede em Roma e que mantém embaixadas e estabelecimentos como
hospitais e escolas
- República Democrática da China, naa ilha de Taiwan (Formosa)
- Palestina
Mudança de status na ONU de “entidaade observadora” a “Estado observador não-membro,
com direito a voz, mas não a voto
OIs tem interna corporis14 e não tem erga omnis, já que nem todos são obrigados a aderir .

14
Vale pra todos os membros

Você também pode gostar