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Aula 04 (31/01)

SISTEMA INTERAMERICANO DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

OEA - forjada em 1948


Declaração de Direitos e Deveres do Homem - 1948 (antecede a Declaração Universal dos
Direitos Humanos em alguns meses)
Comissão Interamericana de Direitos Humanos - 1959
Corte Interamericana de Direitos Humanos - 1969

América x Europa (similaridades entre os sistemas regionais)1


Diferenças entre eles comentadas pela prof2
Convenção (ou Tratado) tem mais peso que Declaração

O MOVIMENTO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DA PROTEÇÃO DOS DIREITOS


HUMANOS

● Marco histórico: II Guerra Mundial


● Marcos normativos: Declarações de 1948 (Declaração de Direitos3 e Deveres do
Homem e Declaração Universal de Direitos Humanos4)

SUPERAÇÃO DOS CLÁSSICOS OBSTÁCULOS PARA A PROTEÇÃO


INTERNACIONAL DOS DDHH (A. A. CANÇADO TRINDADE)

● Relativização da noção tradicional de soberania


A fim de proteger os direitos humanos, independente da nacionalidade do individuo
(ligando-se à noção de defender o fato de humanidade como mínimo para motivo de
proteção)
● Contestação da noção de competência nacional exclusiva

1
Conselho da Europa (1949) e Convenção Europeia de Direitos Humanos (1950); Comissão
Europeia dos Direitos Humanos (deixa de existir na década de 80, assim, possibilitando o acesso
mais rápido da Corte aos casos); Corte Europeia de Direitos Humanos
2
A Corte Internamericana é muito mais revolucionária, enquanto a Corte Europeia é muito mais
conservadora, procurando tratar mais sobre soberania entre os Estados
3
Por parte da OEA
4
Por parte da ONU
● Esgotamento da reciprocidade em questões de proteção dos direitos humanos
● Gradual atribuição de capacidade de agir aos órgãos de supervisão internacional
● Desenvolvimento da personalidade jurídica internacional do ser humano5

OS SISTEMAS INTERNACIONAIS E NACIONAL DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS


HUMANOS

● Os Sistemas Internacionais somam-se ao Sistema Nacional sob valor da primazia da


proteção do see humano6
Entretanto, dependendo do caso, a Comissão pode ser acionada, caso as instâncias jurídicas
nacionais não resolvam
● A proteção dos direitos humanos é uma obrigação objetiva
● O Estado responde no plano internacional por violação dos direitos humanos em
virtude de sua omissão (i) prevenção, (ii) reparação dos danos ou ainda na (iii)
repressão aos violadores (RAMOS, 2019).

FASE LEGISLATIVA

Plano Global
Tema geral: Declaração Universal e Pactos das Nações Unidas sobre Direitos Civis e
Politicos (PIDCP) sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC)
Temas especializados

Plano regional
Tema geral: Declarações e Convenções Europeia, Americana e Africana
Temas especializados

Na década de 60, acontece a adoção de documentos especializados sobre minorias, por


exemplo. A especialização é necessária porque esses grupos são mais vulneráveis e os

5
O Indivíduo agora possui competência de (i) acessar os procedimentos contenciosos internacionais
e (ii) responsabilização internacional
6
O Estado deve julgar primeiro, antes do caso ir para a Comissão Interamericana
documentos de Direitos Humanos focam no HOMEM (padrão de homem branco, europeu,
heterossexual, cis)7

FASES DE IMPLEMENTAÇÃO

PARA QUE SERVE O SISTEMA INTERAMERICANO?

Para agir quando a justicsde um país do Continente falha em garantir os direitos humanos de
seus próprios cidadãos. É a última saída diante dos abusos cometidos por um governo contra
uma pessoa ou um grupo. É formado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos,
criada em 1959, e pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, em 1979.

SISTEMA INTERAMERICANO DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

- ligado à OEA
- Composto pelo CIDH e pela Corte IDH (ou CtIDH) (+ Assembleia Geral)
- Principais documentos
Declaração Americana de Direitos e Deveres do Homem (DADDH) em 1948
Convenção Americana dos Direitos Humanos (CADH), mais conhecida como Pacto de San
José da Costa Rica, em 1969

FASES DE EVOLUÇÃO DO SIDH

● Antecedentes: mescla de instumentos com efeitos variados


- 1959: Criação da CIDH
Esforços próprios para expandir suas atribuições:
1961: visitas in loco
1965: petições individuais
- 1969: assinatura da CADH
- 1978: entrada em vigor Internacional da CADH

7
Princípios pró-homem. Por isso, a necessidade de documentos especializados em grupos, como
mulheres, crianças, idosos, pessoas com deficiência etc
Brasil: assina o Pacto em 1992 e aceita a jurisdição da Corte em 1998

- década de 1980: consolidação do SIDH e início da atuação da Corte IDH


- 1990: decisões da Corte IDH de grande impacto
- 2010: reformas do SIDH na década de 2010

COMISSÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS


Finalidade: promover a observância e a defesa dos direitos humanos
Instrumentos: carta da OEA, CADH, Estatuto e Regimento
7 membros (eleição de 4 em 4 anos com uma possibilidade de reeleição)
Sede: Washington, DC

PROCEDIMENTOS DE PETIÇÕES PERANTE A CIDH

5 etapas

A) Admissibilidade8
B) Investigação dos fatos a partir de informação das partes
C) Solução Amistosa
D) Emissão do Informe Provisional do art. 50 do Pacto de José da Costa Rica
E) Envio do caso à Corte Interamericana de Direitos Humanos

Admissibilidade

Regra: para um caso ser admitido pela Comissão, deve ter esgotado os recursos internos -
coisa julgada; 6 meses depois disso para propor a petição.

Contudo, esse processo pode ser flexibilizado, a fim do caso ir direto para a Comissão, sem
precisar dos requisitos/ regras citados acima

8
Verificação do caso para a Comissão admitir (aceitar) / perceber que houve uma violação dos
direiros humanos no caso apresentado
● Não exista na legislação interna o devido processo legal para a proteção do direito ou
deveres que se alega terem sido violados9
● Não tenha permitido ao suposto lesionado em seus direitos o acesso ao recursos da
jurisdição interna, ou se tenha impedido de esgotá-los
● Se tenha retardado injustificadamente a decisão dos recursos internos
● Exista temor generalizado nos advogados do Estado
● A matéria objeto da petição ou comunicação não pode estar pendente de outro
procedumento Internacional, ou seja, o mesmo caso não pode estar sendo julgado por
dois órgãos diferentes

QUEM PODE PETICIONAR

Deve ser uma vítima, sua família ou qualquer grupo de pessoas atuando por ele (o que
permite a participação de ONGs)

● Deve ter seu direito supostamente violado em um Estado que faça parte do Pacto de
San José (e que tenha reconhecido a jurisdição da Corte)
● Estado: deve ser membro da OEA; em casos de petições interestatais, o Estado
denunciado deve declarar que aceita a atribuição da CIDH

PROCEDIMENTOS DE PETIÇÕES PERANTE A CIDH

● Investigação dos fatos


A comissão inicia etapa de investigação com base na informação trazida pelas partes
(peticionários e Estado julgado).
Os efeitos desta investigação são acessíveis a qualquer das partes (exceção: segredo de
justiça)
A comissão pode solicitar a qualquer das partes informações adicionais, receber informes
escritos, bem como realizar audiências para a escuta de testemunhas

9
Não possuir precedentes no ordenamento jurídico interno
Emissão do informe provisional
Mandar o caso para a Corte

CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS (CtIDH ou Corte IDH)

7 juízes eleitos para mandatos de 6 em 6 anos, com direito a uma reeleição


Período de Sessões ordinárias ou extraordinárias
Competências: contenciosa e consultiva
Sede: São José, Costa Rica

A Corte não é um tribunal penal, nem recursal (competência originária)

Contenciosa: resolução de casos concretos mediante sentenças, que são vinculantes


Consultiva: emissão de opiniões sobre temas de direitos humanos a serem interpretados
A corte emite uma opinião

QUEM PODE APRESENTAR UM CASO À CtIDH?

● Somente a Comissão e o Estado Parte da CADH podem submeter um caso à


CtIDH10
● Admitido o caso pela CtIDH a vítima, seus familiares ou representantes apresentam
por escrito suas solicitações (Artigos 35 s 25 do novo Regulamento sa CtIDH)
● O Estado deve ser membro da OEA, parte da CADH e declarar reconhecimento da
Corte

Etapas dos casos peranta à Corte

● Etapa inicial e probatória: Fase de exceções preliminares11 e Fase de fundo


● Etapas de Sentença: fase de reparações

10
Cançado Trindade buscava alterar esse procedimento (extinguindo a Comissão, assim como fez o
Conselho da Europa), a fim de dar mais acesso à Corte por parte de quem peticiona os casos
11
Defesa processual do Estado, falando sobre coisas técnicas (as regras requeridas para peticionar
um caso na Comissão), tipo instâncias que não foram esgotadas internamente, caducidade da
demanda
ETAPA POSTERIOR À SENTENÇA12 DA CtIDH

Fase de execução e fiscalização da sentença13

Amicus curiae: …

Recurso de Revisão: somente será aplicado para situações particulares, como aparição de
provas novas que poderiam modificar o resultado do caso, a fim de esclarecer algo

REPARAÇÕES

● Lucro cessante: o que a vítima ou seus sucessores deveriam receber no tempo de sua
vida laboral se ela tivesse existido (a violação de seus direitos)
Expectativa de vida e Projeto de vida

● Dano emergente ;Gastos efetuados pelas vítimas ou seus familiares com motivos de
investigar e sancionar os fatos que vulneraram os direitos das vítimas
Todos os gastos devem ser demonstrado por prova idônea

● Danos não patrimoniais

FASE DE SUPERVISÃO E EXECUÇÃO DA SENTENÇA

● Requer cuidadoso estudo - se o Estado tem cumprido com suas obrigações na forma e
no tempo previstos
● Dependem da natureza do caso
● Os Estados devem adotar

PERSPECTIVAS PARA O FUTURO

● Adoção de legislação interna [nos países], a fim de prevenir casos que violem os
direiros humanos

12
A sentença é definitiva e inapelável
13
Averiguação se o Estado está cumprindo as sentenças
● Sanção de Estados que descumprem as sentenças14
● Acesso direto15 e assistência legal
● Funcionamento permanente [da Corte], e não ordinário ou extraordinário
● Fim da cláusula facultativa

14
O Chile é o Estado que mais cumpre as sentenças lhes impostas
15
Por meio da extinção da Comissão

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