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Autores a Trabalhar:
1) How the law thinkings: toward a Constructivist Epistemology of law
– Günther Teubner
2) Construtivismo Epistemológico – Leonel Severo Rocha
3) Construtivismo Epistemológico – Marcelo Neves
4) 20 anos do Direito na Sociedade – Arthur Stamford Silva
5) La Investigacion Heurística – Josep Vidal
6) Heurística e Sistemas Sociais – Josep Vidal
7) Aportes Metodológicos-Sistêmicos Construcionistas recentes – Josep
Vidal
8) Aula VI – o observador
9) França (2015) – Observação, auto-observação e observação de
2ªordem
10) Teoria da Forma de Spencer Brawn (slides Adagenor)
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Introdução (OK construída)
Definir as 12 características do Sistema: o que eu entendo em minha Tese por Sistema e como construí
meu sistema e realizei a Diferença entre Sistema e Ambiente.
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3.5 Comunicação e sentido
Capítulo 2
CAPÍTULO 1 -
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2.1 O Estado da Arte em Judicialização da Saúde
O referencial teórico desta Tese foi montado em duas partes: - na primeira apresenta-se
o estado da arte referente ao fenômeno da Judicialização da Saúde no Brasil; - na
segunda parte encaminha-se o leitor a uma descrição das categorias da Teoria Sistêmica
Luhmanniana selecionadas para trabalhar o problema de investigação.
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Os trabalhos que coletamos intitulados “estado da arte”: Sociologia do Direito (LUHMANN, 1983); Introdução a
Teoria de Sistemas (LUHMANN, 2009); O Direito na Sociedade (LUHMANN, 2016); Sistemas Sociais: esboço de
uma Teoria Geral (LUHMANN, 2016); Fundamentos Teóricos e Filosóficos do novo direito constitucional brasileiro
(BARROSO, 2008); Política, sistema jurídico e decisão judicial (CAMPILONGO, 2011); Por meio da Teoria:
Enfoques Neosistêmicos e Estruturalistas(VIDAL, 2017); Introdución a la teoria de sistemas autoreferenciales y al
sistema de derecho em Niklas Luhmann (VIDAL, 2012); Teoria dos Sistemas e o Direito Brasileiro (VILAS BÔAS,
2009); O que há de complexo num mundo complexo? Niklas Luhmann e a Teoria dos Sistemas Sociais (NEVES,
2006); Entre Têmis e Leviatã: Uma relação difícil (NEVES, 2012); Teoria dos Sistemas Sociais: Direito e Sociedade
na obra de Niklas Luhmann (GONÇALVES E VILAS BÔAS, 2013); Diálogos entre os subsistemas sociais da saúde e
do direito: Atribuições e limites (PEREIRA, 2015); Efetivação do Direito à Saúde: Ampliação do debate e renovação
da agenda (OLIVEIRA, 2015); A Juricidização e a Judiciarização enfocadas a partir da Sociologia Política do
Direito de Jacques Commaille (VILAS BÔAS, 2015); A decisão judicial nas demandas repetitivas e a legitimação
pelo procedimento, segundo Niklas Luhmann (PORT, 2015); Tempo e Direito na construção da Saúde (SCHWARTZ,
2015), O Processo Judicial Decisório e as Políticas Públicas de Saúde a partir da Teoria de Sistemas de Niklas
Luhmann (FRANÇA, 2015), A Necessidade de justificação ética e fática dos argumentos trazidos ao debate sobre a
Judicialização da Saúde no Brasil (MACHADO, 2015), Efeitos distributivos da Judicialização da Saúde – o estudo
do caso do Município de Franca/SP na perspectiva da teoria dos sistemas autopoiéticos e do ciclo de políticas
públicas (HASS, 2015), Excesso de autorreferência e falta de heterorreferência: o simbolismo da atuação do STF em
direito e saúde (LIMA, 2016), The challenging nature of gathering evidence and analyzing the judicialization of
health in Brazil, Cadernos de Saúde Pública (BIELH, 2016), Direito, Democracia e Saúde: Uma Análise do
Potencial Comunicativo do Controle Social e a contribuição para efetivar o Direito Fundamental à Saúde ( TACCA,
2016), Um enfoque transdisciplinar para análise da complexidade do Direito à Sáude (SZINVELSKI, 2016),
Democracia Deliberativa, teoria da decisão e suas repercussões no controle social das despesas em saúde
(BITENCOURT, 2017) e, Necessidade de confiança na jurisdição constitucional para a efetivação do direito à saúde
(MARTINI, 2018).
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Scielo
Lilacs
Bases de Dados
Google
Acadêmico
Quadros conceituais
do Estado da Arte
Resultados
O “estado da arte” sobre o tema foi construído em cinco fases. Primeiro fez-se o
levantamento bibliográfico nas bases de dados Scielo, Lilacs e Google Acadêmico por
meio dos descritores “Judicialização da Saúde”, “Teoria de Sistemas”, durante o
período de 2015 a 2017, dentre Teses Doutorais, dissertações e artigos. Em seguida,
foram adotados os seguintes critérios de seleção: pedido judicial de medicamentos e
análise téorica com a utilização da Teoria de Sistemas. Posteriormente, os artigos foram
selecionados pelos títulos, e em caso de dúvida lidos na íntegra. Nas teses e dissertações
eram lidos os resumos e a introdução, e se necessário, selecionados tópicos específicos
para leitura. Foram recuperados 12 artigos, 4 Teses e 1 Dissertação.
Por fim, produziu-se dois quadros conceituais que analisados formaram o estado
da arte em Judicialização da Saúde em dois eixos: a formação da percepção da
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Foram construídos dois Quadros Conceituais, a fim de identificar no material selecionado, ocorrências, premissas e
sínteses das categorias da problemática da autora nos textos. O número de ocorrência das categorias é um recurso
próprio do Programa Word. Pelo número de ocorrência, escolhemos os autores para aprofundar as leituras. Ressalta-
se que o limite deste procedimento metodológico ocorre com a reunião de artigos e/ou teses e dissertações, o que
requer uma atenção rigorosa na seleção, pois embora as ocorrências dos artigos sejam menores em relação as teses e
dissertações, pode haver naquele material mais densidade teórica que as explanações destas.
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judicialização da saúde sob a ótica da teoria de sistemas; os efeitos da judicialização
da saúde abordados sistemicamente. Para a construção do terceiro tópico - as lacunas
sobre o que precisa ser investigado na temática abordada trabalhamos com o Mapa
Conceitual das categorias investigadas, a partir dos autores mencionados e
acrescentamos outros.
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A partir das trocas comunicativas entre os sistemas jurídico e político-
administrativo, um sistema influenciará o outro nas tomadas de decisão. No sistema
direito, o magistrado ao decidir se vale de sua convicção para realizar justiça. Parte de
uma lógica individual. Mas ao lidar com casos referentes à coletividade, cuja a base são
as políticas, a racionalidade que está na base do direito é a racionalidade do sistema.
Estudos recentes sobre o tema apontam que os autores vem procurando uma
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alternativa teórica que contenha maior poder de explicação de uma realidade complexa,
a qual é o cenário da Judicialização. Esta alternativa tem recaído sobre a Teoria de
Sistemas. Decidimos construir o estado da arte sobre o tema buscando encontrar
abordagens que envolviam as categorias teóricas relacionadas a problemática da Tese,
as quais são: complexidade, autorreferencialidade, acoplamento estrutural, tomada de
decisão judicial e comunicação.
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Como disse Luhmann, “nenhum sistema pode nascer e reproduzir-se sobre uma
base exclusivamente autorreferencial” (apud Lima, 2013), deve pois o sistema abrir-se
para aprender e se atualizar. Tal abertura consiste no mecanismo de acoplamento
estrutural.
O acoplamento estrutural é o mecanismo pelo qual um sistema social utiliza as
estruturas de funcionamento de outro sistema social para realizar o próprio processo
comunicativo (FRANÇA, 2015, 35 ocorrências). Na ocorrência do acoplamento
estrutural de dois subsistemas funcionais há troca de estímulos, o que se denomina
irritação. Entre os sistemas parciais do direito e da política, a Constituição assume
relevância para o acoplamento, haja vista ser por meio dela que ocorre soluções
jurídicas à autorreferência do sistema político e soluções políticas à autorreferência do
sistema jurídico. É portanto, um mecanismo de interpenetração permanente e
concentrada entre tais sistemas sociais (TACCA, 2015, 48 ocorrências; LIMA, 2013, 19
ocorrências).
A literatura percebe que não somente a Constituição é forma de acoplamento,
mas também a Audiência Pública da Saúde (AP nº04 STF/2009) foi vista como
mecanismo de acoplamento estrutural e um campo aberto às irritações entre os
subsistemas. Pelo acoplamento estrutural da audiência pública sobre a Judicialização da
saúde ocorreria um mútuo aprendizado entre os sistemas parciais jurídico e político
(SANTOS et al, 2015, 06 ocorrências).
Segundo o estudo das autoras (SANTOS et al, 2015, p.192) desenvolvido nos 64
discursos da 1ª Audiência Pública sobre Judicialização da Saúde, o modelo de sistema
global já existente, burocratizado, limitado, atido a uma lógica pré-constituída, está em
conflito com um tipo inovador: finalístico, ágil, prático, mais suscetível aos
acoplamentos estruturais, disposto a aprender e comunicar.
Destaca-se ainda que o referido fenômeno não apresenta significado homogêneo
na sociedade. Isto significa dizer que numa sociedade complexa e policontextural, a
Judicialização pode ser um fenômeno de diferenças regionais da força do Poder
Judiciário em aumentar ou diminuir as demandas judiciais, dependendo da atuação do
defensor público e das limitações da administração pública. Logo, para observar a
Judicialização da política de medicamentos é importante também reconhecer as
diferenças regionais. Não se podendo encaixar todo o fenômeno num padrão uniforme
(BIELH e AMOM, et al, 2016).
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Para os autores investigados, o processo comunicacional autopoiético é o meio
de reprodução dos sistemas sociais que se converte todo em comunicação. Um sistema
social surge quando a comunicação desenvolve mais comunicação, a partir da própria
comunicação (FRANÇA, 2015, 73 ocorrências). Os sistemas sociais têm como
elementos de funcionamento processos comunicativos formados de três elementos: a
informação, a participação e a compreensão. A Teoria Luhmanniana explica que a
comunicação só se realiza em havendo compreensão e esta leva o sistema parcial da
sociedade a aceitar ou rejeitar o conteúdo do que foi comunicado. A comunicação é
eleita como o objeto preferencial de investigação sistêmica e só se torna viável,
dependendo da forma como os meios de comunicação produzem sentido (TACCA,
2015, 171 ocorrências).
Há no processo comunicativo uma informação emitida por alter que ego
compreende. Transportada essa perspectiva de análise para o direito, tem-se que na
idêntica proporção da complexidade interna ao sistema vinda do externo, o sistema
jurídico em questão responderá com uma emissão comunicacional, isto é, processa-se a
nova comunicação, que irrita o sistema, transformando-a em comunicação diferenciada
com base no binário lícito/ilícito, num processo operativo que resulta na própria
positivação do direito. Para ser considerada comunicação do sistema do direito, há a
irrenunciável necessidade de a comunicação ser diferenciada pelo código, sob pena de
não ser comunicação jurídica (LIMA, 2013, 78 ocorrências).
É provável que o fenômeno da judicialização da política de medicamentos
resulte de problemas comunicativos oriundos da diferenciação entre os códigos
funcionais que se relacionam (sistema jurídico, político-administrativo e econômico),
irritando-se reciprocamente. Assim, o sistema direito é obrigado a decidir materialmente
sobre o direito de acesso a medicamentos, questões pactuadas pelo meio de
comunicação simbolicamente generalizado (na Constituição Federal) entre os três
sistemas – jurídico, político e econômico. Disso resulta um reflexo negativo na
efetividade das decisões judiciais, posto que nem o sistema político, nem o sistema
econômico são partícipes na entrega prestacional em que o sistema direito é obrigado a
responder.
No Brasil, a judicialização da saúde tem sido objeto de debate não só no que se
refere às alternativas de processos de tomada de decisão sobre a alocação orçamentária,
especialmente em razão da insuficiência dos recursos atualmente alocados, como
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também no tocante à desorganização do Estado na definição e implementação das
políticas (MACHADO, 2015, 16 ocorrências).
As políticas públicas são desenhadas no âmbito da política, embora devam
observar os requisitos legais, estabelecidos pelo direito, para terem validade. A
judicialização prejudica a tomada de decisões coletivas pelo sistema político, pois as
decisões judiciais não tomam conhecimento dos elementos constantes na política
pública de medicamentos, editada conforme o direito para dar concretude ao direito
social da assistência farmacêutica.
As decisões tomadas pelo sistema jurídico influem, parcialmente, nos processos
comunicacionais que dependem das expectativas normativas para sua estabilização e
funcionamento.Se, por um lado cabe ao administrador (Sistema Político) a faculdade de
se omitir frente a uma decisão a ser tomada; por outro, ao juiz (Sistema Direito) não
cabe essa alternativa, forçando-o a tomar uma decisão (TACCA, 2015, 36 ocorrências).
A Constituição Federal, como acoplamento estrutural entre os sistemas jurídico e
político, propõe uma troca comunicativa entre os sistemas, em que um sistema
influenciará o outro na sua respectiva tomada da decisão. No sistema direito o
magistrado realiza a sua racionalidade de acordo com o encaixe dos fatos ofertados
pelas partes. Mas ao decidir se vale de seu sentir, de sua própria convicção para realizar
justiça. E para tanto, sua lógica é individual. Todavia, ao lidar com casos referentes a
coletividade, cuja a base são políticas públicas, a racionalidade vigorante é a
racionalidade do sistema.
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Quanto os efeitos da autorreferencialidade encontra-se no princípio da
solidariedade sua manifestação. Assim mesmo tendo a Política Nacional de Assistência
Farmacêutica já estabelecido a regra de competência no SUS para dispensar
medicamentos, a Jurisprudência entende que qualquer ente pode ser acionado para
dispensar medicamentos (Princípio da Solidariedade), o que causa indeterminação sobre
o ente federativo quer realmente está obrigado a realizar a prestação judicial.
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Comunicação França(2015) Existem fluxos comunicacionais que
Tacca(2015) circulam no ambiente da sociedade
Hass (2017) carregando as expectativas de saúde
Tomada de Decisão França(2015) A falta de expertise dos Tribunais para com
Hass (2017) os aspectos técnicos da implementação da
Lima (2016) política pública e, também, no que tange à
compreensão do seu fenômeno político
ilustraria uma enorme carência cognitiva
dos operadores do direito a quando da
decisão judicial no acesso a medicamentos
Elaboração da autora
Dessa maneira, o sistema parcial da política tem a função de garantir a saúde por
meio das políticas públicas e o sistema parcial do direito ao se utilizar da via
comunicativa dos filtros das Audiências Públicas, seleciona informações do ambiente.
Tais informações é que permitem aumentar o número de possibilidades (complexidade)
a que internamente o sistema terá a sua disposição no momento da tomada de decisão.
Mais especificamente, as audiências públicas realizadas pelo Supremo Tribunal Federal
(STF) permitem que o Sistema Parcial do Direito filtre inúmeras informações que
circulam pelo ambiente do sistema. Sem o auxílio desses filtros, dificilmente o sistema
teria êxito em tal tarefa comunicativa.
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Nesse contexto Hass compreende que o sistema político e suas discussões se
vêem deslocados para o âmbito jurídico, onde os temas são amplos, dotados de
especificidades e tratados num nível de complexidade já reduzido, como acontece com
as exigências clínicas e administrativas da política de assistência farmacêutica. De um
lado, emerge o Poder Judiciário que decide com critérios da política protagonizando a
execução das funções políticas com parcialidade, a partir da utilização de critérios
extrajurídicos e, de outro, uma política que incorpora o ritmo, a lógica, a
processualidade e a prática da decisão jurisdicional (ibidem, p.88).
Para referida autora, as decisões judiciais que criam o direito, são formadas a
partir da atividade interpretativa e se realizam por meio da argumentação, que interpreta
a comunicação na perspectiva sistêmica, ou seja, seleciona possibilidades comunicativas
da complexidade discursiva, cujo objetivo do intérprete é alcançar um sentido válido de
comunicação normativa. Sugere-se, portanto, orientação de interpretação sistêmica.
i) o Judiciário não tem competência para criar políticas públicas, tarefa exclusiva do
sistema político;
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(iv) ao interpretar a norma aplicável ao caso concreto, o sistema jurídico apresenta-se
cognitivamente aberto ao ambiente, observando as irritações ali produzidas e
absorvendo aquelas que o interessam, de acordo com sua própria estrutura e elementos,
já que ao realizar suas operações ele é operativamente fechado;
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da Saúde em que há uma reação comunicativa do sistema jurídico em relação as
cobranças sociais pelo direito de acesso a medicamentos materializadas na hipótese de
Constituição-álibi.
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submetida ao Poder Judiciário, considerando o non liquet.3 Todavia, referida autora não
fornece meios assertivos de se diferenciar na Judicialização de casos, o que pertence
exclusivamente a Política e o que pertence exclusivamente ao Direito, a fim de se evitar
a corrupção dos códigos.
Se tem mais argumentos para enfrentar esta situação com Hass (2017, 14
ocorrências). Explica o autor que direitos sociais, como a saúde, relacionam-se com a
implementação de uma política pública sendo resultado de um processo que se dá
dentro do âmbito político, observando o funcionamento do diálogo entre governo e
oposição. Assim, desde a seleção dos problemas até a efetiva implementação da política
pública, as estruturas de decisão são selecionadas por agentes políticos e sociais no
diálogo com agentes administrativos, mais em função do momento político e da
capacidade de organização e pressão política, a que o alinhamento com as demandas
sociais e dispositivos constitucionais. Logo, a diferenciação entre a Politica e o Direito é
patente nas questões da Judicialização da Saúde, as quais subordinam-se a critérios
políticos muito mais que a critérios jurídicos e sociais. Valendo-se tais processos dos
procedimentos formais e da autoridade da norma jurídica como instrumento de
legitimação de suas decisões. Para este autor, as operacionalidades internas do sistema
do direito e da política são mantidas. Tanto que as questões políticas, administrativas e
clínicas são tratadas no momento em que são judicializadas, no sentido de serem
reconhecidas sua existência, mas não consideradas nas decisões de concessão de
medicamentos. Ou seja, são as políticas de saúde compreendidas e praticadas pelos
gestores da saúde, e não pelos operadores do direito.
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Sustenta-se com fundamento no art. 5º, XXXV, da Constituição (inafastabilidade do controle jurisdicional), que o
juiz não pode deixar de julgar uma causa que lhe foi submetida (proibição de juízos de non liquet).
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Para o citado autor, não há corrupção de códigos em referido fenômeno porque o
sistema jurídico vem atuando de acordo com o seu prisma de código e função, de acordo
com a sua autorreferencialidade. O que ocorre seria uma juridificação das questões
políticas e clínicas, tratadas de forma restritivas e inadequadas. Para Hass, o sistema
jurídico está fechado em sua operacionalidade, mas quando se trata de acoplamento
estrutural, deve o mesmo se abrir e observar os critérios da política. Não teria o Sistema
Jurídico sua referencialidade corrompida porque executa bem sua função. Mas haveria
uma juridificação das questões políticas e clínicas tratadas de forma restritivas e
inadequadas. Nesse sentido, o que o processo de juridificação requer é que seja
observado o papel crescente da Justiça na produção de políticas públicas.
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ocorrências). Assim, a saúde é um direito social relativo a uma política pública, o qual
requer que os operadores do direito compreendam o fenômeno político que conforma a
gestão da saúde pública. A literatura investigada entende que nos Tribunais haveriam de
existir expertises nos aspectos técnicos da implementação da política pública.
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envolvam a saúde pública deverá ser construída com os elementos do sistema jurídico,
que por sua vez, ao incorporar as irritações do ambiente, reduzindo complexidades,
deverá buscar sempre a consistência do processo decisório em atos de justiça interna e
externa.
Teoria de Sistemas.
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mas pela ótica sistêmica, a fim de perceber as construções sociais entre tempo e o
direito relacionado a saúde.
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Passível também de observação deve ser a análise acadêmica guiada pela consideração
de achados heterogêneos de diversos estudos.
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