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Introdução
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Sistémica e Modelos de Informação
É, também, esclarecido por Easton que o sistema político não existe no vácuo e
está, aliás, rodeado por vários meios: meio físico, biológico, social e psicológico. Este
facto não deve ser descurado apenas por ser incontestável e, caso o “abandono” desta
veracidade aconteça, não será possível fazer uma análise rigorosa sobre o estudo dos
sistemas políticos:
“Se descurarmos o que parece tão incontestável, uma vez que já o admitimos,
será impossível estabelecer uma análise rigorosa sobre o modo como os
sistemas políticos conseguem persistir num mundo de estabilidade e
transformação.”
Daqui se conclui que um sistema político é um sistema aberto, uma vez que se
relaciona com o meio. A este tipo de sistema também se atribui a adaptabilidade, uma
vez que resistem, independentemente dos “golpes sofridos”:
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Sistémica e Modelos de Informação
Numa segunda parte, David Easton expõe os conceitos indispensáveis para uma
análise em termos de sistema, aborda as variáveis de ligação entre sistemas, assim como
os apoios e os pedidos considerados como formas de input, disserta também sobre
outputs e retroações. Analisa também o sistema político como processo.
David Easton começa por definir aquilo que se designa de sistema – “Em
primeira análise podemos definir um sistema como um conjunto de variáveis seja qual
for o grau de relação existente entre elas.” e, depois, esclarece a definição de sistema
político, apontando, também, para a distinção entre um sistema político e os outros
sistemas do meio:
“[…] um sistema político pode ser designado como o conjunto das interações
através das quais, numa determinada sociedade, se realiza a atribuição
autoritário dos valores: aqui reside a principal diferença entre o sistema
político e os outros sistemas do seu meio.”
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São estas variáveis, a distribuição dos valores por uma certa sociedade e a
aceitação dos mesmos por esta, que permitem saber quando e como é que as
perturbações que há no sistema se tornam fontes de tensão. São variáveis “essenciais de
toda a vida política”. O cientista política alerta para o facto de não ser possível a
existência de uma sociedade sem um sistema político, seja ele de que género for.
Atingir o estado de tensão não é, normalmente, desejável, pois pode cair por não
saber tomar as medidas certas, e, como tal, o sistema deve possuir uma capacidade de
resposta a um eventual estado de tensão, com a finalidade de fazer face às tensões
exercidas sobre as suas variáveis essenciais. Essa resposta evita que o sistema passe por
um estado de tensão.
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David Easton anuncia que os inputs, se considerarmos o seu sentido mais amplo,
compreendem todos os acontecimentos exteriores que podem modificar o sistema e,
posto isto, a lista dos inputs que atuam sobre um sistema é inesgotável e isto não é útil,
na medida em que prejudica a organização e a simplificação da realidade. Em
consequência, limitar-nos-emos a “certas espécies de inputs que fixaremos a título de
indicadores, que resumem as ações mais importantes na constituição das tensões que se
exercem sobre os sistemas políticos a partir do meio”.
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anel de retroação, é possível explicar os procedimentos através dos quais o sistema faz
face às tensões e, além deste aspeto, o sistema tenta ajustar o seu comportamento futuro:
Após esta análise do sistema político, pode-se deduzir que cada ação do sistema
pode ter consequências no comportamento do mesmo, daí que seja absolutamente
fundamental interpretar os processos políticos de forma contínua. Para acrescentar, os
resultados que um sistema político apresenta tomam a forma de outputs.
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Estas afirmações sustentam a ideia de Easton, que aponta para o facto de não se
dever descurar que o sistema político não existe no vácuo, estando rodeado pelo meio
físico, biológico, social e psicológico, sendo totalmente influenciado pelo povo alemão.
A partir deste ponto, também é possível deduzir que, efetivamente, o sistema político é
um sistema aberto.
Conclusão
Para finalizar, o sistema político da Alemanha entre 1933 e 1945 pode ser
abordado de uma forma sistémica, mais especificamente à luz do modelo de David
Easton.
É notável, não sendo possível um sistema político existir no vácuo, que o
sistema político da Alemanha Nazi esteve sempre exposto a influências, no entanto, teve
quase sempre a possibilidade de lhe responder, até que atingiu o seu limiar crítico,
devido à existência de um estado do tensão e, como é óbvio, ao facto de o sistema não
ter conseguido subsistir.
Por fim, segundo a tese de David Easton, um sistema político resulta de um
processo de interação cujo objetivo é a atribuição autoritária de valore e tem sido vista
como uma unidade que recebe inputs e outputs, o que envolve, também, a cibernética.
Um sistema político é um sistema aberto que se adapta conforme as necessidades do
próprio sistema.
Bibliografia