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APRENDER CIÊNCIAS POR MEIO DO LÚDICO: JOGOS DIDÁTICOS E A

INICIAÇÃO À DOCÊNCIA

O artigo aprender ciências por meio do lúdico:jogos didáticos e a iniciação à


docência escrito por Hulda Priscila Vieira Portes e Eliane Gonçalves dos
Santos descreve a utilização e a função de jogos didáticos (JD) como
metodologias diferenciadas no ensino de ciências e biologia. Foram analisados
os objetivos dos jogos, suas categorias que são: apresentar, ilustrar,
revisar/sintetizar ou avaliar os conteúdos dos 45 jogos. Com os jogos didáticos
podemos ensinar e instigar os alunos a pensar e discutir diferentes temática
que permeiam as aulas, mas para esse ser efetivo é preciso interesse e
motivação do professor para que possa ensino agir de forma que incentive o
aluno a participar, a dialogar, a interagir de maneira a desencadear a
construção do conhecimento. O lúdico possibilita a sintonia entre os sujeitos, a
construção do conhecimento de maneira interessante e prazerosa, tendo os
alunos motivação própria necessária para obtenção de uma aprendizagem
significativa. Este “brincar” possibilita aos alunos mobilizar os esquemas
mentais de forma acionar e “ativar as funções psiconeurológicas e as
operações mentais, estimulando o pensamento”. A avaliação precisa ser vista
pelo professor como um processo continuo, com metodologias diversificadas.
O ensinar de maneira lúdica promove o desenvolvimento intelectual dos
alunos, auxiliando-os na compreensão de conceitos difíceis, na socialização
entre alunos, na conscientização do trabalho em equipe, promovendo a
interação e a troca de saberes, além do que esse recurso pode ser facilitador
da construção do conhecimento.

Os jogos didáticos deveriam ser utilizados em varias aulas de ciências ou


biologia, mas deveria conter os objetivos, funções didáticas para facilitar o
planejamento do professor que irá aplicar. Pois metodologias ativas ajudam na
compreensão, ensinamentos e conhecimentos por parte dos alunos.

(Ensino de biologia celular, tecidual e do desenvolvimento- Prof. Patrícia)

A BIOLOGIA TEM HISTÓRIA: DARWINISMO SOCIAL E EUGENIA EM UMA


PROPOSTA TRANSDICIPLINAR

O referente relato escrito por Fernanda Pacheco Fernandes e Fernanda Cássia


dos Santos apresenta a interdisciplinaridade das disciplinas de história e
ciências para propor uma reflexão sobre o modo como os discursos científicos
foram produzidos historicamente pelas sociedades com contexto no
darwinismo social e a eugenia, e o modo como essas ideias influenciaram o
colonialismo no século XIX e a experiência nazista no século XX. O trabalho foi
realizado pela primeira vez em 2011, a escola tem uma organização
diferenciada, os alunos são divididos em grupos de interesses no qual o
conteúdo das diferentes disciplinas são organizadas em torno de uma única
situação-problema, essa sequência didática fazia parte da oficina “Guerra e
Paz, cujo desafio foi aprender sobre os grandes conflitos mundiais do século
XX. A sequência durou quatro semanas com encontros de uma hora e
quarenta minutos, alternados com a professora de biologia e história. Antes de
iniciar os estudos os alunos haviam estudado na disciplina de história a
ascensão do nazismo na Alemanha e em biologia as evidências da evolução e
as ideias de Lamarck. Na etapa 01 de sensibilização as professoras passaram
o documentário Noite e neblina e em seguida fizeram uma discussão partindo
de uma reflexão sobre as justificativas utilizadas pelo regime nazista para o
extermínio judeu. Já no segundo encontro: o estudo da teoria evolutiva: foi
realizado a análise do texto nazismo e a partir daí foi iniciada uma aula
expositiva na qual foi apresentado as biografias de Charles Darwin e Alfred
Russel Wallace e seus fundamentos da teoria da seleção natural, ao longo da
aula foi necessário desconstruir algumas ideias que faziam parte dos
conhecimentos prévios dos alunos, já na segunda aula os alunos já
começaram a relacionar a teoria da seleção natural e o pensamento nazista.
No terceiro encontro: As consequências da eugenia: neste encontro para
garantir a participação do maior número de alunos e evitar repetições, cada
equipe comentou uma parte do conteúdo: duas equipes comentaram
brevemente o nazismo; uma equipe sintetizou o que foi aprendido sobre a
teoria da seleção natural, concebida no século XIX; e duas equipe resumiram o
artigo Eugenia, a biologia como farsa. Em seguida, os alunos organizaram-se
para a atividade de aprofundamento sobre as consequências da eugenia em
diferentes contextos históricos. Cada equipe passou a pesquisar um dos temas
sorteados anteriormente: colonialismo do século XIX; reformas urbanas e
higienistas na primeira república brasileira; políticas de branqueamento
adotadas no Brasil durante a era Vargas; difusão das ideias de Francis Galton
nos Estados Unidos por Charles Davenport; consequências da eugenia na
Alemanha nazista. Na quarta etapa: roteiro de exercícios: O objetivo era que
eles refletissem sobre os conteúdos estudados, sistematizassem as ideias
centrais e, ao mesmo tempo, solucionassem possíveis dúvidas. Essa atividade
foi elaborada de maneira a oferecer aos participantes uma perspectiva
transdisciplinar dos conhecimentos. Na quinta etapa: apresentações das
pesquisas de aprofundamento: foi iniciada com a apresentação das pesquisas
sobre as consequências da eugenia em diferentes contextos históricos. A
atividade foi importante para que os alunos compreendessem que, ainda que a
experiência nazista tenha sido muito intensa, ela não pode ser vista como
isolada. Neste sentido, o mesmo discurso científico que foi usado pelos
nazistas embasou outras experiências ao redor do mundo. Sextaa etapa: júri
simulado: Para concluir e fazer uma avaliação diferenciada, propôs um debate
entre os alunos seguindo o modelo de um júri simulado. A questão colocada
teve a intenção de estimular os estudantes a relacionarem o nazismo e a
eugenia no passado a questões éticas que envolvem a genética na atualidade.
Nesse sentido, foi planejado que os alunos simulassem o julgamento de um
cientista hipotético que selecionou, de alguns embriões, características
genéticas intrínsecas aos mesmos criando, assim, bebês “perfeitos”, isto é,
apenas com características “desejáveis”. Os critérios do que seria “perfeito” e
do que seria “desejável” foram estabelecidos pelo referido cientista. Paraa
concluir: um balanço da experiência: houve dificuldades na condução dessas
propostas, mas a sequência descrita mostrou que a discussão pode ser mais
enriquecedora quando abordada transdisciplinarmente. Por meio da atividade,
os alunos puderam compreender as origens do racismo científico, do
pensamento eugênico e tiveram a oportunidade de refletir sobre o próprio
processo de construção dos discursos científicos. A partir desse estudo a
respeito dos efeitos nocivos da aplicação de pressupostos eugênicos em
políticas adotadas no século XX em diversos contextos, foi possível discutir os
limites éticos que devem ser levados em conta pelos cientistas, em especial no
campo da genética. O estudo sobre as consequências catastróficas da eugenia
no passado justifica-se pela intenção de não repetir os mesmos erros no
presente.

Quando comecei a ler a parte em que descrevia como era a organização


escolar lembrei de como será o ano de 2023 com o “novo ensino médio” com
as turmas do 2º ano, onde elas serão divididas por áreas de interesses. Outra
parte que achei interessante das professoras foi a questão da desconstrução
dos conhecimentos prévios dos alunos, pois não é fácil desconstruir os
conhecimentos dos alunos. Outra questão que pode complicar o trabalho é a
interdisciplinaridade pois alguns professores não gostam de trabalhar em
conjunto, o que pode dificultar o trabalho do profesor.

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