Você está na página 1de 55

Master of Business Administration – MBA

GESTÃO EM SAÚDE

MÓDULO: SISTEMAS E POLÍTICAS DE


SAÚDE
*
1ª AULA (2H30M)
15, Março, 2024

CONCEITO E ORGANIZAÇÃO DE SISTEMAS DE SAÚDE

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 2


OBJECTIVO GERAL DE APRENDIZAGEM

Conhecer o conceito e o pensamento actual


sobre sobre sistemas de saúde, incluindo os
seus elementos estruturantes, organização e
funcionamento.

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 3


OBJECTIVOS ESPECÍFICOS

*
• Conhecer os elementos estruturantes do
Sistema de Saúde e sua organização aos
diferentes níveis;

• Saber quais são as principais funções da

* Saúde Pública e os serviços essenciais para


prestação de cuidados de saúde aos
diferentes níveis;

* • Valorizar a epidemiologia e outras bases factuais


para a gestão dos serviços de saúde;

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 4


OBJECTIVOS ESPECÍFICOS (cont.)

*
• Conhecer os fundamentos para
elaboração de políticas e sistemas de
investigação em saúde;

*
• Conhecer os critérios essenciais de
avaliação de serviços de saúde e sua
importância na gestão do SNS;

• Analisar como as políticas nacionais e

* iniciativas globais da saúde interpelam o


pensamento actual sobre sistemas de
saúde.

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 5


CONCEITO O ORGANIZAÇÃO DE SISTEMAS DE SAÚDE
PLANO DA AULA

1. Introdução: conceitos básicos sobre sistemas e sistema de saúde;


2. Política de Saúde e principais funções da Saúde Pública;
3. Sistema de Saúde: elementos estruturantes, organização e
funcionamento a diferentes níveis;
4. Cuidados de saúde;
5. Modelos de Sistemas de Saúde
6. Gestão e avaliação dos serviços de saúde: importância das bases
factuais;
7. Políticas e Sistemas de Investigação em Saúde;
8. Percepções e perspectivas de comunidades africanas sobre os
sistemas de saúde (partilha de resultados de investigação inter-países);
9. Bibliografia

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 6


I – INTRODUÇÃO: Sistema

PRIMEIRAS IDEIAS SOBRE SISTEMAS:

1. O estatístico Lotka (1925), com interesses em questões da população, formulou


básicamente o conceito geral de sistema; concebeu as “comunidades como sistemas”.
2. O físico gestaltista Kohler (1927), postulou sobre possível teoria de sistemas, quando
pretendia melhor definir as propriedades gerais dos sistemas inorganicos, comparados
com os orgânicos; mas limitou-se à física e à biologia.
3. A “Society for General Systems Research”(1954), aprofundou o desenvolvimento da teoria
de sistemas, alargando para outras disciplinas, num espríto de complementaridade
científica.
4. A Teoria Geral de Sistema, proposta pelo biologista e filósofo Ludwig von Bertallanffy
(1956) progrediu com a função integrativa da TGS noutras ciencias, incluindo a sociologia,
organizaçções empresariais, etc…

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 7


1. Definição de Sistema
conjunto de objetos, incluindo o relacionamentos entre os mesmos e entre os
seus atributos.
(A. D. Hall & R. E. Fagen, Definition of System, General Systems, Vol 1, 1956, pp 18-28.)

v objectos – são as partes ou components do sistema

v Atributos – são as propriedades dos objectos

v Relacionamentos – são as interações que mantêm o sistema unido, e tornam útil a


noção de Sistema.

v Ambiente – é o conjunto de objectos cujos atributos afectam o sistema, e também os


objectos cujos atributos são modificados pelo comportamento do Sistema.

v Sistemas abertos ou fechados

EXEMPLOS: Sistema físico, orgânico, social, educação, saúde, etc

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 8


1. EVOLUÇAO HISTÓRICA DOS SISTEMAS DE SAÚDE

1. ANTIGUIDADE E IDADE MÉDIA


2. DEPOIS DO ILUMINISMO (SEC 17- SEC
20
3. SEC 20 – SEC 21

Ideologia – metodologia - prática

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 9


1.1 IDEOLOGIA

ANTIGUIDADE-IDADE MÉDIA SÉCULO 17-SÉCULO 20 2ªMETADE DO SÉCULO 20-SÉCULO 21


Era Pré-Científica Era do Iluminismo Era da Nova Saúde Pública

METAFÍSICA POSITIVISTA ESTRUTURALISMO


(Séc. 18, das Luzes – pela confiança depositada no Desde 1950-1970, sociedade
poder da razão)
concebida como sistema
• Teologia Auguste Compte 1798-1857 integrando estruturas.
1º filósofo da ciência
Pai da sociologia e o fundador do (Emile Durkheim, 1917; Claude
positivismo Lévis Strauss, 1908).
(Mecanicismo, Reducionismo e
Funcionalismo)
Declaração de Alma Ata, 1978
• Empirismo • Realização de Conferencias INTERPRETATIVISMO
Sanitárias Internacionais (Paris
1851; Viena 1874 e Washington
Novo Universalismo: diminuição do
papel do Estado e aumento do
1881) número de actores e parceiros na
• Criação da OMS (1948) saúde

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 10


1.3 METODOLOGIA

ANTIGUIDADE-IDADE MÉDIA SÉCULO 17-SÉCULO 20 2ªMETADE DO SÉCULO 20- SÉCULO 21


Era Pré-Científica Era do Iluminismo Era da Nova Saúde Pública

Inexistência do método científico Métodos de Investigação Pluralismo metodológico


Quantitativa i. Emergencia da economia
i. Investigação Biomédica para a saúde
(parasitologia, bacteriologia e
imunologia – descoberta de ii. Nova epidemiologia
agentes patogénicos e vacinas)
ii. Epidemiologia iii. Epidemiologia Social,
Epidemiologia Ecológica,
iii. Demografia
etc..
iv. Investigação Clínica
(descoberta de medicamentos e
tecnologias)
v. Desenvolvimento da ciência
e tecnologia para a saúde

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 11


1.4 PRÁTICA

ANTIGUIDADE-IDADE MÉDIA
SÉCULO 17-SÉCULO 20 2ªMETADE DO SÉCULO 20- SÉCULO 21
Era Pré-Científica
Era do Iluminismo Era da Nova Saúde Pública

Mudança das práticas baseadas no Maior êmfase para as soluções Aumento do numero de actores
pragmatismo e crenças teológicas baseadas na ciência e tecnologia da saúde a nível nacional e
para soluções baseadas no meio para cuidados de saúde ( ex: internacional
ambiente e saneamento; invenção do microscópio, 1676),
1978 - CSPs
A Igreja Romana e Católica infraestruturas de saúde
reforçou a proibição do clero fazer . Emfase em abordagens mais
trabalho médico (1131 e 1215); Melhoria das práticas de abrangentes, inclusivas e
organização e gestão dos serviços sustentáveis
Higiéne pessoal e comunitária de saúde;
práticamente inexistentes; 2000 - ODMs
Explosão de epidemias de varíola, Pandemia de Influenza “Gripe Promoção das Determinantes
cólera, sarampo e peste bubónica Espanhola” ceifou cerca de 40M de Sociais da Saúde
mataram cerca de 50 M de pessoas pessoas entre (1918-1920); 2015 - ODSs
sobretudo na Europa (1346-1350);
Em 1919 criado o Escritório da Liga
das Nações para a Saúde.
Em 1948 criação da OMS

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 12


II. POLÍTICA DE SAÚDE E FUNÇÕES DE SAÚDE PÚBLICA

POLÍTICA DE SAÚDE – são decisões habitualmente elaboradas


por decisores políticos de Governos, baseadas na análise da
situação sanitária, e definindo prioridades e objectivos a serem
alcançados pelo Sistema de Saúde, num determinado prazo.
O objectivo da política nacional de saúde deve ser criar as
condições que permitam um bom estado de saúde para toda a
população.

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 13


2 . FUNÇÕES ESSENCIAIS DA SAÚDE PÚBLICA
Saúde Pública: “ ciência e arte de prevenir doênças,prolongar a vida e promover a saúde
através de esforços organizados da sociedade” (Dep of Health, London, UK. 1988)

FUNÇÕES SERVIÇOS
1. Análise da situação 1. Monitorização do estado de saúde e identificação dos
sanitaria; (0) problemas
2. Diagnosticar e investigar os problemas e riscos associados
3. Informar, educar e capacitar a população sobre as questões
da saúde;
2. Elaboração de políticas 4. Mobilizar o partenariado comunitário para identificação e
públicas, legislação e solução dos problemas de saúde;
referida aplicação; 5. Elaborar políticas e planos que apoiem os esforços de saúde
(4SP+10 GM/SE) individuais e comunitários;
6. Aplicar Leis e Regulamentos que protejam a saúde e
3. Garantir a prestação garantam o bem-estar; (6)
dos cuidados (32) 7. Garantir os cuidados de saúde individuais (22);
8. Assegurar profissionais competentes para os cuidados de
saúde pública e clínicos; (4)
9. Avaliar a eficácia, cobertura e qualidade do pessoal e dos
serviços de saúde à população (0)
4. 4. I&D transversal (0) 10. Promover a investigação em saúde para novos
conhecimentos e soluções inovadoras.(0)

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD FONTE: Institute of Medicine, W-DC, 1988 14
III – SISTEMAS DE SAÚDE: elementos
estruturantes, organização e funcionamento
Algumas iniciativas mundiais de saúde que inspiraram a reforma
de sistemas nacionais de saúde

1. CRIAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO. MUNDIAL DA SAÚDE (1948) E A DEFINIÇÃO DE SAÚDE


NA CONSTITUIÇÃO;

2. DECLARAÇÃO DE ALMA-ATA SOBRE OS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS (1978)


E POLÍTICA DE SAÚDE PARA TODOS (2000);

3. OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 4, 5 E 6 (2000-2015);

4. OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL - ODS3 /CUS (2015-2030).

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 15


3.1 DECLARAÇÃO DE ALMA-ATA (1978)
sobre os Cuidados de Saúde Primários
(30 anos depois da criação da OMS)

Impacto mundial:
Objectivo:
• Healthy People 2000 – USA
Propor abordagem para realização da cobertura
• China PHC centered Health System
universal dos CSP acessíveis a todos (SPT2000).
• New Prespectives on the Health of Canadians
• Mudança de paradigma (equidade e acesso universal)
• Targets for HFA in the European Countries
• Descentralização
• The Health of the Nation – UK
• Participação comunitária
• African Health Development Framework –
• Promoção da saúde/colaboração intersectorial Subsaharan-Africa (1986)
• Reorientação dos Sistemas de Saúde • Reafirmada em Riga (1988), Astana (2018)

GRANDES DESAFIOS:
• Pesistência das iniquidades e disparidades inaceitáveis
• Conciliar as exigências das novas políticas com a coesão dos Sistemas de Saúde
Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD

3/15/24 16
3.1.1 - MODELO CONCEPTUAL DE SISTEMA DE SAÚDE
BASEADO NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS PARA SPT-
2000 (Tarimo, WHO, 1991)
Appraisal of district priorities

SISTEMA DE SAÚDE: Primary health care programme elements Functional infrastructure

r.
Iere?
...74:,.

0 1 ' C'

“Complexo de elementos interligados que contribuem 40041, 4))".6.).


CC's
1/4&
eCs \CP

para saúde nas residências, instituições de educação, a 4.47.-4P1,-


4cPe c4b 64'

locais de trabalho,locais públicos e comunidades”,


...C
0:20
0"
'',>,
.1,,,
C'44.ecr 0,-

e 1r
eell ...d'

assim como o ambiente físico e psico-social, o sector


... ,
N.
s.
r e
.4.
. r' e 1 .

%Z. '''''%'' Q'' s. , . / e . .


.
,
Stii,,, 4> r(
da saúde e afins. (OMS, 1984)
....... ''.
> cc,
.."
S.,
.>,
, .., ..
e-ce'
r ...
r 1. r
/ ,.
/ ...
/ / Nt / S.

COMPONENTES INTERRELACIONADAS e
... /
//
ss.

/ /e ' le ..,
/ S.
ss. , .
s.
,
r
hierarquizadas por níveis - 1º (distrital), 2º
,,...
....'
. . r
Nee
r. S. ...,
...

r r .....
. /. r ...
. A*.

(intermediário) e 3º (central)
..,
r ,, '
'5,
.... N. r .

... .. , ....
.

8 SERVIÇOS DE SAÚDE PÚBLICA ESSENCIAIS


INFRAESTRUTURA priorizando 6 funções:
ATRIBUTOS incluem a equidade, coordenação
intersectorial, descentralização e participação
comunitária
AMBIENTE inclui os aspectos físicos e psico-sociais

Fig. 4. A conceptual model of a comprehensive health system


based on the principles of pr: -nary health care
I) PRINCIPAL ESTRATÉGIA DA POLÍTICA DE SAÚDE PARA TODOS NO ANO 2000 (1978-2000)
II) ORGANIZAÇÃO E GESTAO DOS SISTEMAS DE SAÚDE 9 7 19

III) MUDANÇA DE PARADIGMA de Programas verticais orientados para doenças específicas para uma abordagem transversal e integrada.

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 17


3.1.2 - MODELO ROEMER DE SISTEMA DE SAÚDE
5 Componentes
(20 anos depois de Alma-Ata----SPT2000)

DEFINIÇÃO: “ um todo coerente consistindo de muitas componentes


inter-relacionadas, sectoriais e inter-sectoriais, assim como a comunidade,
produzindo um efeito combinado sobre a saúde da população”. Roemer, 1997

1. 3. APOIO 5. PRESTAÇÃO
2. RECURSOS 4. GESTÃO
ORGANIZAÇÃO ECONÓMICO DE SERVIÇOS

• Humanos • Financiamento
• MINSA público - OGE • Administração • Promoção
• Segurança
• Unidades
• SECTOR social (seguros • Planificação • Prevenção
sanitárias de saúde e
PRIVADO outros
• Regulação • Diagnóstico
• Tecnologias esquemas pre-
pagamento )
• Outros actores • Sector privado • Legislação • Tratamento
• Conhecimento
• Organizações
filantrópicas • Rehabilitação
• Cooperação
Internacional

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 18


3.1.3 – Modelo Murray & Frenk de Sistema de Saúde
4 Funções
(Murray & Frenk, 1999 – WHR 2000)

)
“inclui recursos, actores, e instituições relacionadas com o financiamento,
regulação e provisão de acções de saúde tidas como actividades cuja
intenção primária é manter ou melhorar a saúde”.

2. PROVISÃO DE 3. PRODUÇÃO DE 4. ADMINISTRAÇÃO


1. FINANCIAMENTO SERVIÇOS RECURSOS (STEWARDSHIP)
•Recursos humanos • Políticas de saúde
•Saúde individual • Avaliação do desempenho
•Colectar de várias fontes •Infraestruturas físicas • Definiçao de prioridades/consensus
•Saúde Pública (Promoção, prevenção, • Advocacia inter-sectorial /políticas
•Agrupar contribuições •Tecnologias de saúde públicas favoráveis à saúde
diagnóstico, tratamento, rehabilitação)
• Regulação da saúde
•Conhecimentos
•Comprar estratégicamente • Protecção do consumidor

OBJECTIVOS DE SAÚDE: 1) responder às legítimas expectactivas da população; 2) garantir justiça


no financiamento do sistema; 3) melhorar a saúde da população.
OBJECTIVOS TRANSVERSAIS: contribuir para a produção económica (PIB); educação e participação
da população no desenvolvimento.

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 19


PAUSA
2000 2015

3.2

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 20


3.2.1 - MODELO CONCEPTUAL DE SISTEMA DE SAÚDE– OMS 2007
“Reforçar os Sistemas de Saúde para Melhorar os Resultados em Saúde”

PRINCIPAIS INTENÇÕES: Source: WHO, Strengthening Health Systems


to Improve Health Outcomes, 2007.
• Promover a compreensão comum sobre, o que é um
sistema de saúde;
• Responder aos desafios e prioridades levantadas
pelos ODMs/Saúde e 11º PGT/OMS (2006-2015);
• Responder às necessidades de financiamento dos
sistemas de saúde a nível doméstico e internacional;
• Melhorar 4 tipos de resultados em saúde.
INSPIRADO NA DECLARAÇÃO DE ALMA-ATA DE 1978,
NO RELATÓRIO MUNDIAL DA SAÚDE DE 2000, E NA
POLÍTICA DO GÉNERO DA OMS DE 2002.
SISTEMA DE SAÚDE:
É definido como sendo “todas as organizações, pessoas,
e ações cuja intenção primária é a de promover,
restaurar ou manter a saúde”
COM 6 COMPONENTES INTERRELACIONADAS
ATRIBUTOS: acesso universal, qualidade, segurança,
equidade, participação e coordenação intersectorial.

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 21


DISTRIBUIÇÃO DOS ESTUDANTES POR ÁREAS FUNCIONAIS DO
SISTEMA DE SAÚDE ANGOLANO

10-POL
0-PSA
06-REG/INS
22-Clinica
04-S.Pública
04-RH
0-TEC
0-CIÊ/INV

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 22


4.3 - MODELO CONCEPTUAL DE SISTEMA DE SAÚDE– OMS/A HSPR 2009
“Pensamento Sistémico para Reforço dos Sistemas de Saúde”
Source: Don de Savigny & Taghreed Adam, 2009

A MUDANÇA DE PARADIGMA
Num contexto de:
Ø Recessão económica mundial
Ø Nova Pandemia Influenza e
Ø Mudanças climáticas. SISTEMA DE SAÚDE COM 6 COMPONENTES:
Definido tal como em 2007 (OMS).
Este Relatório Principal revelou considerável interesse e
frustrações entre os cientistas,financiadores e decisores- Êmfase nos relacionamentos e interações entre os
políticos, sobre a compreensão do que funciona e não componentes;
funciona no processo de reforço de sistemas de saúde. Alerta que são estas 2 características que convertem as
PRINCIPAIS QUESTÕES: componentes em sistema.
• O que é o pensamento sistémico e como poderá ser
aplicado por investigadores e decisores políticos? PRINCIPAIS INTENÇÕES:
• Mudança de paradigma para melhorar os resultados em
• Como poderíamos usar o pensamento sistémico para saúde;
melhor compreender e explorar as intervenções do
sistema de saúde? • Acelerar os progressos para os Objectivos de
Desenvolvimento do Milénio 4,5,e 6 (CDH, MAH, <BOD);
• Como poderá o pensamento sistémico contribuir para
melhor avaliação do sistema de saúde?

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 23


4.3 - MODELO CONCEPTUAL DE SISTEMA DE SAÚDE– OMS/A HSPR 2009
A Mudança de Paradigma
Source: Don de Savigny & Taghreed Adam, 2009

ABORDAGEM HABITUAL ABORDAGEM SISTÉMICA

Pensamento estático Pensamento dinâmico

Foco em fenómenos isolados Enquadrar oproblema em termos de padrão de


comportamento ao longo do tempo
Pensamento de sistemas como efeito Pensamento de sistema como causa

Olhar para o comportamento gerado pelo sistema Olhar para o comportamento do sistema como resultado
como efeito de forças externas dos actores internos que gerem as políticas do sistema
Pensar nas árvores Pensar na floresta

Acreditar que o conhecimento está nos detalhes Acreditar que o conhecimento requer o conhecimento do
contexto dos relacionamentos
Pensar nos factores Pensamento operacional

Concentração nos factores que influenciam o Concentração na causalidade e compreensão da maneira


resultado como os comportamentos são produzidos
Pensamento em linha recta Pensamento em ciclo

Olhar para a causalidade numa só direção, ignorando a Olhar para causalidade como processo contínuo, (e não como evento
interdependência e interação entre as causas pontual) com efeito de retro-alimentação sobre as causas que afectam
os diferentes elementos do sistema

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 24


4.3 - MODELO CONCEPTUAL DE SISTEMA DE SAÚDE– OMS/A HSPR 2009
Dez Etapas para o Pensamento Sistémico
Source: Don de Savigny & Taghreed Adam, 2009

INTERVENÇÃO AVALIAÇÃO

1. Convocar as partes 5. Determinar os indicadores


Representantes das componentes do sistema, Decidir sobre os indicadores que são importantes
gestores e pessoas envolvidas na execução, para monitorizar o processo e os resultados
representantes dod utentes e da comunidade
científica
2. Brainstorming (discussão colectiva) 6. Escolher os métodos M&E
Debate livre sobre todos possíveis efeitos emergentes 7. Tipo de avaliação de acordo com o que
das interacçoes e relacionamentos pretendemos medir

3. Conceber o modêlo funcional 8. Fazer o Plano e cronograma

Mapear as intervenções propostas e analisar como é que 9. Definir o Orçamento para intervenção e
vão afectar a saúde e o sistema, e sub-sistemas da saúde avaliação

4. Adaptar e rever o modêlo 10. Disponibilizar os fundos antes de


começar

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 25


3.2 – O EXEMPLO DOS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO
MILÉNIO
2000 – 2015 S ource: UNDP HDR 2015

50% 45%

de 380 para 210 obitos


de 90 para 43 óbitos por 1000 37 m pessoas evitaram infecção TB
por 100.000 nvs
nvs 6,2 m pessoas preveniram-se do paludismo
30 m de pessoas evitaram infecção pelo HIV
2015: ABOUT 6 MILLION CHILDREN 2015: ABOUT 290.000 WOMEN DIED 2015:
DIED BEFORE REACHING THE AGE OF DUE TO PROBLEMS RELATED WITH
5 YEAR (50% OF THEM DURING PREGNANCY OR DELIVERY 11 MILLION DEATHS DUE TO TUBERCULOSIS
NEONATAL PERIOD 0-28 d)
214 MILLION CASES (472.000 DEATHS) DUE TO MALARIA
37 MILLION PEOPLE GOT INFECTED WITH HIV

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 26


Agenda de Desenvolvimento pós-2015
Desafios:
• 7,2 bilhões de pessoas no mundo
• 1,4 bilhões vivem na pobreza
extrema
• 1 bilhão passa fome diariamente
• 2.5 bilhões não tem acesso a
saneamento básico
• 1 bilhão não tem acesso à energia
electrica
• As alterações climáticas podem levar
à extinção de mais de 1/3 das
espécies conhecidas do planeta.

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 27


A Pobreza Extrema POVERTY AND SHARED PROSPERITY 2022

FIGURE 1.2
The global extreme poor are concentrated in Sub-Saharan Africa

Uzbekistan
Indo

ria
Nige
nesia
Bra
zil
Sy ep
p.

ria ub
Re

East
R
Ye

n lic
m.

Ar
me
De

ab
n,

Asia
o,

La he C
Re
p. ng

tin ar
Co

a
Am ibb

nd Pa
Mi

e ri e a n
Ban d
No dle E

ca
glad

cific
esh

an
rth ast

d
Pakis Afr an
tan ica d
ania
Tanz

Madagascar

ia Ethiopia
South As Sub-S
aha
Afric ran
a Moza
mbiq
India ue

Uga
nda

Ke
nya
Ma
law
i

So
u th
A
A pobreza extrema está

fri
c
Nig

a
Zam

er
Ang
South Sudan

Soma

bia
Burundi
Sudan

ola
Ghana
altamente concentrada na África

lia
Sub-Sahariana onde vivem 60% East Asia and Pacific
Europe and Central Asia
South Asia
Sub-Saharan Africa

das pessoas mais pobres do


Latin America and the Caribbean Rest of the world
Middle East and North Africa

mundo com menos de 2,15 Source: World Bank, Poverty and Inequality Platform, https://pip.worldbank.org.
Note: The figure shows the distribution of the poor population at the US$2.15-a-day poverty line in 2019, by region and economy. For each
economy, the number of poor is calculated using the economy-level poverty estimate that underlies the global poverty estimate (see section

USD/dia.
“Calculating global and regional poverty” in online annex 1A to see how this is calculated) and the population in 2019.

(Relatório do Banco Mundial, 2022)

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 28

36
6-
UNIVERSAL CALL TO ACTION TO END POVERTY, PROTECT THE PLANET AND ENSURE
THAT ALL PEOPLE ENJOY PEACE AND PROSPERITY – FROM 2015 TO 2030

Source: UNDP

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 29


tem acesso a instalações sanitárias melho- cumento ambicioso que propõe 17 Obje- New

radas, em comparação com 51% da popu- tivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) › Vieir
ODS vs ODM
lação rural, embora as disparidades entre as e 169 metas correspondentes (Quadro 3). gura
Siste
nico
duo
› Vieir
safe
of W
IWA
› WHO
Qua
2011
› The
glob
susta
Figura 5 Estruturação estratégica dos ODM e ODS relativamente às grandes áreas de importância -17-s
crítica para a Humanidade e para o Planeta (adaptado de The Guardian, 2016)
OBJECTIVO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 3
“Garantir vida saudável e promover o bem-estar ao longo do ciclo de vida”

META 3.8
”Alcançar a COBERTURA UNIVERSAL EM SAÚDE, incluindo:
• a protecção contra os riscos de custos catastróficos de
saúde,
• acesso a cuidados de saúde de qualidade, e
• o acesso a medicamentos essenciais e vacinas seguras,
eficazes de qualidade e acessíveis para todos.”

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 31


the most common form of implicit rationing. account for the current situation in a country;
It is worth noting that while the term “benefit for example inequality in population coverage
package” is often associated with some form (both service and financial coverage) is
of explicit “insurance”, all systems provide common and not reflected in the simplified
some type of benefits, whether implicit or cube. A health financing strategy which aims
3.3 - ODS 3 - COBERTURA UNIVERSAL EM SAÚDE
Figure 7: Benefit design and rationing along the three dimensions of coverage

Towards universal coverage

Financial protection:
what do people have
to pay out-of-pocket
Include
other
services
Reduce cost sharing and fees

Extend to Coverage
non-covered mechanisms Services:
which services
are covered?
Population: who is covered?

Agir sobre três dimensões:


MÉDIA MUNDIAL (64%): A. Serviços de saúde essenciais e de
Ø África SS - 42% qualidade:
B. Proteção Social contrauhcriscos
& health e
fInancIng: underlyIng concePts & context 31
Ø Ásia - 64%
barreiras financeiras: reduzir a
Ø EUR&AMR-N - 77% percentagem de pagamentos
directos.
Ø AMR-L&CARAIBAS - 75%
C. Aalargar os serviços de saúde às
Fonte: WHO & WB, 2017 -Tracking Universal pessoas não cobertas.
Health Coverage – Global Monitoring Report

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 32


ancers had negative PCA weights in the highest decile clustered in Europe or nearby
, so their weights were ultimately (ie, Iceland), and almost all countries in the lowest decile
e cancers had PCA weights more located in sub-Saharan Africa. Exceptions to this pattern
e, maternal, and neonatal causes, included Canada, Japan, Australia, and New Zealand in
ses were weighted more equally the tenth decile, and Afghanistan in the first decile.
y, we derived PCA weights from More heterogeneity emerged among the next deciles of
and applied3.5them
- ÍNDICE DE QUALIDADE
to subnational performance E ACESSO
(eg, USA, AOS CUIDADOS
UK, Malta, Lebanon,DE SAÚDE
Singapore,
provides greater(HEALTH ACCESS
stability AND QUALITY
across andINDEX - LANCET,
South 2018) in the ninth decile; Cuba, Chile,
Korea,

www.thelancet.com Vol 391 June 2, 2018

Variações de cobertura entre países: Disparidades dentro de países:


97,1% -Islandia 18,6%-RCA
96,6%- Noruega 19,0%-Somália CHINA: (91,5% BEIJING – 48% TIBETE)
INDIA: (64,8% GOA. - 34% ASSAM)
96,1%- Holanda 23,4%-Guiné B
JAPÃO: com menos disparidades (gap
máximo 4,8%)

Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD

3/15/24 33
3.6 REGULAMENTO SANITÁRIO INTERNACIONAL
Níveis das competências essenciais dos Sistemas de Saúde para responderem à
emergências de Saúde Pública – (OMS; Set2020)

CAPACIDADES ESSENCIAIS (Global) CAPACIDADES ESPECÍFICAS (Global)

1. Política, Legislação e Financiamento (68%) 10. Perigos


2. Coordenação e Comunicação dos PFNs (70%)
3. Vigilância (74%) 10.1 Zoonoses. (64%GLO; 50%AFR)
4. Preparação (63%) 10.2 Segurança dos Alimentos (63%GLO;
5. Resposta (64%) 42%AFR)
6. Comunicação dos Riscos (63%) 10.3 Emergências Químicas (56%GLO;
7. Capacidade dos Recursos Humanos (63%) 33%AFR))
8. Laboratório (73%) 10.4 Emergências Radioactivas (54%GLO;
9. Controlo Sanitário de Fronteiras (60%) 32%AFR)

EM GERAL:
AFR-44% AMR-71% EMR-66% EUR-75% SEAR-61%. WPR-68%
PRECISAMOS DE REFORÇAR OS SISTEMAS DE SAÚDE E MELHORAR A SUA RESILIÊNCIA
OBS-DURANTE A PANDEMIA COVID 19: 1-nenhum país preenche todos os critérios; 2- sistemas de saúde pouco resilientes; 3-capacidade muito frágil a nível comunitário/areas remotas

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 34


IV . TIPO DE CUIDADOS DE SAÚDE E LOCAIS
DE PRESTAÇÃO
LOCAL
TIPO
(Saúde Pública)
PREVENTIVO • Programas de saúde pública, comunitários, estilos de vida
individuais;
………………………………………………
• Consultórios médicos/Clínicas
Saúde individual (complexidade)
• Postos de Saúde
PRIMÁRIO
• Centros de Saúde
• Medicina alternativa
• Cuidados individuais

SECUNDÁRIO
……………………………………………………………………….

• Hospitais (municipais, provinciais, gerais)


TERCEÁRIO
…….……………………………………………….

• Hospitais (centrais, regionais, nacionais)

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 35


4.1 DIMENSÕES DA QUALIDADE DE CUIDADOS DE SAÚDE
“ refere-se a intervenções de saúde que melhoram os resultados em termos de estado de
saúde e estão baseados nas mais recentes evidências científicas” (G. Guest and E.Namey, 2015)

Seguros

Eficazes (EBM)

Eficiêntes (custo-
eficácia)

Oportunos
(sem esperas)
respeito e
conforto do
paciente

Equidade

(Ransom, Joshi and al., 2012)


3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 36
4.2 - CONCEITO DE ACESSO A CUIDADOS DE SAÚDE
“ refere-se a serviços de saúde disponíveis e suficientes para responder à procura”

Cuidados
DISPONÍVEIS

Pacientes Oferta de cuidados


encontram ACESSÍVEL, AO
prestadores que ALCANCE DOS
RECURSOS,
RESPONDEM ÀS ACESSO ATEMPADA E
NECESSIDADES
a APROPRIADA

Cuidados de Saúde
PONTO DE
Os pacientes vão a ENTRADA
LOCAIS onde os DOS PACIENTES
cuidados estão
NO SISTEMA DE
disponíveis SAÚDE

SOURCE: Guest & Namey, 2015.


3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 37
4.3 FACTORES EXTERNOS QUE AFECTAM O DESEMPENHO

VALORES CULTURAIS E
SOCIAIS
(diversidade
étnica/coesão social)
CARACTERÍSTICAS DA
CLIMA POLÍTICO POPULAÇÃO
(poder executivo, (tendências
legislativo e demográficas/necessid
judicial; Grupos de ades de saúde; padões
interesse; Leis e de morbilidade e
Regulação) comportamentos de
risco)
Pestação de
Cuidados de Saúde
AMBIENTE FÍSICO
CONTEXTO
ECONÓMICO (resíduos
tóxicos/poluentes/age
(desempenho da
ntes quimicos;
economia;
saneamento; equilíbro
competiçaõ de
ecosistema; mudanças
agentes económicos)
climáticas)
PROGRESSO
TECNOLÓGICO
(biotecnologia; sistemas
de informação e
comunicação) SOURCE: Shi L. & Singh A.

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 38


V. MODELOS DE SISTEMAS DE SAÚDE
“A DEFINIÇÃO REPRESENTA UMA ESCOLHA DA SOCIEDADE”

PLANIFICADO – lógica de previdência


social LIBERAL – lógica de mercado
• Funções e components essenciais
• Hierarquizado c/ cuidados a vários níveis; • Funções e components essenciais
• Hierarquizado c/ cuidados a vários
• Princípios de universalidade e equidade.
níveis;
• O Estado é o principal prestador (rede
sanitaria e profissionais da saúde do sector • O Sector privado é o principal
prestador;
público);
• Financiamento pelo Estado (OGE) através • Financiamento através de seguros
privados; a população têm acesso
de impostos proporcionais ao rendimento,
através de pagamento directo;
pagos pela população e pelas empresas (
segurança social, seguro de saúde, taxa • O Estado define as regras;
• Exemplo: Belgica, EUA.
moderadora, gratuitidade, etc);
• Cuba, Espanha, Finlândia, Rwanda.
MISTO
• Alemanha, Inglaterra, Africa do Sul…
3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 39
5.1. LEI CONSTITUCIONAL DE
ANGOLA

ARTIGO 21
”Constituem tarefas fundamentais do Estado angolano:
d) Promover o bem-estar, a solidariedade social e a
elevação da qualidade de vida do povo angolano,
designadamente dos grupos populacionais mais
desfavorecidos;
e) Promover a eradicação da pobreza;
f) Promover políticas que permitam tornar universais e
gratuitos os cuidados primários de saúde.”

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 40


5.2: LEI CONSTITUCIONAL DE ANGOLA

ARTIGO 77 – SAÚDE E PROTECÇÃO SOCIAL


1. O Estado promove e garante as medidas necessárias para
assegurar a todos o direito à assistência médica e sanitária, bem
como o direito à assistência na infância, na maternidade, na
invalidez, na deficiência, na velhice e em qualquer situação de
incapacidade para o trabalho, nos termos da lei.

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 41


5.3: LEI CONSTITUCIONAL DE ANGOLA

ARTIGO 77 – SAÚDE E PROTECÇÃO SOCIAL

2. Para garantir o direito à assistência médica e sanitária incumbe ao


Estado:
a) Desenvolver e assegurar a funcionalidade de um serviço de saúde
em todo território nacional;
b) Regular a produção, distribuição, comércio e uso dos produtos
químicos, biológicos, farmacêuticos e outros meios de tratamento e
diagnóstico;
c) Incentivar o desenvolvimento do ensino médico-cirúrgico e da
investigação médica e de saúde.
3. A iniciativa particular e cooperativa nos domínios da saúde, previdência
e segurança social é fiscalizada pelo Estado e exerce-se nas condições
previstas por lei.
.

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 42


5.4: SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE
Distribuição dos níveis de atendimento, 2013

3º Nivel HOSPITAIS CENTRAIS


(de Referência Nacional) 8

Nível de
Atendimento
Especializado
HOSPITAIS GERAIS
32
2º Nivel (províncias)

Centros de Saúde Municipais /


Hospitais Municipais

Centros de Saúde Unidades Sanitárias 228


1º Nivel (Rurais e Urbanos) de Empresas Nível de
Atendimento
Postos de Saúde Primário
Postos de Saúde 1453
de Empresas

COMUNIDADE Agentes Comunitários (Promotor de Saúde, Parteira


Tradicional)

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 43


PAUSA

VI. Gestão e Avaliação de Serviços


de Saúde:
funções de gestão
uso da epidemiologia

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 44


6.1. DESAFIOS DOS SISTEMAS DE SAÚDE EM
AFRICA
HRH

FINANCIAMENTO
GESTÃO SIS &
INVESTIGAÇÃO

LOGISTICA

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 45


Planificação *decidir antecipadamente o que deve ser feito
6.2 - Funções de GESTÃO

Organização de pessoas e estruturas

Direcção estimular os esforços para realização

Coordenação harmonizer pessoas e


sincronizar actividades
OBJECTIVOS
&
Controle M & E corrigindo RESULTADOS
actividades (pessoas e instituições)
DESEJADOS
GESTÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE: “Coordenação de diferentes partes inter-relacionadas de uma
organização de saúde , com o objectivo de prestar cuidados de saúde e melhorar o estado de
saúde de uma determinada população”. Alan Dever, 1984
3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 46
6.3 -PLANIFICAÇÃO EM SAÚDE
etapas principais
IDENTIFICAÇÃO
DE PROBLEMAS E
NECESSIDADES

DEFINIÇÃO DE
AVALIAÇÃO
PRIORIDADES

MOBILIZAÇÃO E
COORDENAÇÃO OBJECTIVOS
DE RECURSOS

ACTIVIDADES
SOURCE: Alan Dever, 1984

ESCOLHI O PROCESSO DE PLANIFICAÇÃO PARA ANALISAR A CONTRIBUIÇÃO DA


EPIDEMIOLOGIA NA GESTÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE
3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 47
6.4 – EPIDEMIOLOGIA PARA
IDENTIFICAÇÃO DOS PROBLEMAS E NECESSIDADES DE
SAÚDE
Descripção
da população

Atributos demográficos
Socio-económicos e geográficos

Descrip. problemas de
saúde
Identificação (Epid Descriptiva)
de recursos NECESSIDADES
E
Análise da utilização dos
serviços

Para enfrentar as necessidades Faltas, capacidade de serviços


oportunidades de mercado Morbilidade, mortalidade
e cobertura de serviços

Análise da Etiologia
(Epidemiologia analítica)
SOURCE: Alan Dever, 1984
Causa dos problemas de saúde:
Determinantes e factores de risco
3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 48
6.5 – EPIDEMIOLOGIA PARA DEFINIÇÃO DE:

PRIORIDADES OBJECTIVOS ACTIVIDADES

• Determinar problemas • Expressão • Encontrar ideias


mais importantes sobre as formas
requerendo mais quantitativa:
possíveis para
atenção; • Ex: taxas de alcançar os objectivos
• Planificar e atribuir incidência e
recursos (ex OGE) pelos • Análise custo-
prevalência. benefício e explorar
decisores politicos (EXE e
AN); alternativas;
• Ajudar gestores quando
as necessidades de
saúde superam os
recursos disponíveis

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 49


6.7 - RELAÇÃO ENTRE RECURSOS E RESULTADOS

RESPONSABILIDADE, COMPETÊNCIA, NORMAS, ÉTICA, ETC…….

RESULTADOS RESULTADOS FINAIS


RECURSOS RESULTADOS INTERMEDIÁRIOS
ou IMPACTO
• FIinanças DIRECTOS •Consequência dos
resultados directos * Estado de saúde
•Produção quantitativa
• Pessoal resultante da •Ex: Proporção de *Equidade
• Tecnologias combinação de recursos população vacinada,
testada, ou de crianças *Qualidade de vida
•Ex: numero de vacinas,
• Orientações e testes ou mosquiteiros U5 que dormiram *Redução de taxas de
debaixo de mosquiteiro
Normas distribuídos
na noite anterior
morbilidade e
mortalidade

Source: (Heidi Reynolds, in Public Health Research Methods


by Guest G. and Namey E., 2 015)

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 50


6.8 - Factores que podem dificultar ou facilitar:
GESTÃO BASEADA EM EVIDENCIAS

IDEOLÓGICOS • Política
• Poder
Ambiente politico e
administrativo • Liderança

• Qualidade dos profissionais


TÉCNICO- • Domínio das teorias de
CIENTÍFICOS gestão, estatística e
epidemiologia

• Organização e
financiamento
PRÁTICOS • Formação e disponibilidade
de epidemiologistas e
gestores

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 51


6.9 AVALIAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE
Colheita e análise de informação, utilizando métodos que permitem
determinar a pertinência, progresso, eficiência, eficácia e impacto de
actividades planificadas. (J.E. Veney & A.D. Kaluzny, Evaluation and Decision Making for
Health Services)

MAIS OU MENOS

Eficiência

Pertinência
Eficácia

FORMATIVA Progresso SUMATIVA


Colheita e análise
Impacto Colheita de dados
de dados para melhoria do para análise de impacto
desempenho no processo de a longo termo
execução. INDICADORES DE RESULTADOS
INDICADORES DE PROCESSO

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 52


7. CONCLUSÕES
ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE SISTEMAS DE SAÚDE

Enquadrar as funções de saúde pública na estrutura do Sistema de Saúde


Organização de cuidados de saúde aos diferentes níveis, com qualidade e equidade

Funções de Gestão; importância da epidemiologia e bioestatística

Relação entre Recursos e Resultados

Medir, Avaliar e Investigar os Serviços/Sistemas de Saúde.

CADA PAÍS É UM CASO DIFERENTE RESULTANDO DA CRIATIVIDADE DE ACORDO COM O CONTEXTO


POLÍTICO, ECONÓMICO, SOCIAL E CULTURAL.

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 53


14. HABILIDADES PARA O SÉCULO XXI

COMPORTAMENTOS E BOAS
FORMA DE PENSAR FERRAMENTAS DE TRABALHO FORMAS DE TRABALHO PRÁTICAS

Criatividade

Cidadania
Pensamento holístico TICs Comunicação
Vida e Carreira
Resolução de problemas Literacia informática Colaboração
Saúde digital Transdisciplinaridade Responsabilidade pessoal
e social
Tomada de decisões

Aprendizagem
SOURCE: adapted from UNDP, 2016 HUMAN DEVELOPMENT REPORT

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 54


“A melhor maneira de prever o
futuro é criá-lo...”
Peter Drucker

3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 55


VII. Bibliografia

1. Guest G. & Namey E., Public Health Research Methods, SAGE, London/Washington DC, 2015.

2. Don De Savigny D. & Taghreed A., Systems Thinking for Health Systems Strengthening, AHPSR and WHO, 2009.

3. Murray C & Frenk J. WHO Framework for Health Systems Performance Assessment

4. World Health Organization and The World Bank, Tracking Universal Health Coverage: Global Monitoring Report, Geneva, 2017.

5. World Health Organization, Health Systems Financing: The path to universal coverage, World Health Report, Geneva, 2010.

6. Turnock B. Public Health: What It Is and How It Works, Jones Bartlett, 3rd Ed, Boston, 2004.

7. WHO, Strengthening Health Systems to Improve Health Outcomes: WHO’s Framework of Action, World Health Organization, Geneva, 2007.

8. Tarimo, E. Towards a Healthy District: Organizing and Managing District Health Systems based on Primary Health Care,
WHO,Geneve, 1991.

9. Covey R. S, Les 7 Habitudes de Ceux Qui Réalisent Tout Ce Qu’ils Entrepennent, FIRST Editions, 1989
10. Jackson M. & L. Sambo Health Systems Research and Critical Systems Thinking, Systems Research and Behavioural Sciences, 2019;

11. Sambo L & Jackson M, Empowering Health Systems Research to engage with technical, organizational, social and economic forces,
Systems Research and Behavioural Sciences, 2021.

12. Leiyu Shi & Douglas A. Singh, Delivering Health Care in America: A Systems Approach. NA ASPEN Publication

13. Kleczkowski, B.M. Roemer, M. I. et al. National Health Systems and Their Orientation towards Health for All. Geneva. WHO. 1984
14. Dever, A. G. Epidemiology in Health Services Management. Gaithersburg, Maryland. USA. ASPEN Pub. 1984.

…….
3/15/24 Prof. Luis G. Sambo, MD, PhD 56

Você também pode gostar