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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Campus: 300 - CAMPUS DE XANXERÊ
Curso/Matriz/Fase: 39 - Psicologia/17/9
Componente curricular: 24176 - Tanatologia e Cuidados Paliativos
Professor: 222951 - Fábio Augusto Lise
Nr. créditos/Carga Horária: 4/60h Período letivo: 2022/1
BRIGAGÃO, Jaqueline; NASCIMENTO, Vanda Lúcia Vitoriano do; SPINK, Peter Kevin. As interfaces
entre psicologia e políticas públicas e a configuração de novos espaços de atuação. Revista de
Estudos Universitários, v. 37, n. 1, p. 199-215, 2011
CONSELHO REGIONAL DE Psicologia do Rio Grande do Sul. Enfrentamento de Crises em
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HISTÓRIA DA MORTE:
PRÉ-HISTÓRIA: na pré-história os mortos eram cobertos por pedras, principalmente a cabeça,
ou para protege-los dos animais ou para que não retornassem ao mundo dos vivos – também eram
depositados alimentos ou armas do falecido sobre a sepultura;
EGÍPCIOS ANTIGOS: tinham um sistema que visava ensinar cada indivíduo a pensar, sentir
e agir em relação à morte.
SÉCULO XX: negação da finitude. O morrer em casa junto a família a ajuda a entender a morte
como um fenômeno natural, no hospital a família se retira da responsabilidade de decisão e a delega
ao médico (INSTITUCIONALIZAÇÃO DA MORTE).
ESTADO DE SAÚDE ATUAL: (KRIEGER): O estado de saúde atual dos indivíduos resulta das
trajetórias de desenvolvimento pessoal ao longo do tempo, conformadas pela história de cada um
referida ao contexto social, econômico, político e tecnológico das sociedades nas quais tais trajetórias
se desenvolveram.
QUALIDADE DE VIDA: Tem efeito de abordar os diversos determinantes que influenciam a saúde
da população, no sentido da sua coletividade, e serve para orientação dos sistemas de saúde e
monitoramento das políticas de saúde;
O perfil epidemiológico populacional será resultante da ação de todos estes mediadores a estrutura
das classes sociais e o processo saúde doença.
MEDO DA MORTE: é o medo básico e ao mesmo tempo fonte de todas as nossas realizações:
tudo aquilo que fazemos é para transcender a morte. As pessoas que dizem que não pensam na morte,
normalmente têm uma relação mais sofrível ainda com esse assunto, tão sofrível que nem se permitem
pensar a respeito.
BIOÉTICA: área da ética criada para a discussões das questões que envolvem a vida e morte
dos seres vivos.
LUTO ANTECIPATÓRIO;
NEGAÇÃO – a pessoa continua vivendo como nada tivesse acontecido – isolamento, silenciosa e
apática;
AMBIVALÊNCIA – a pessoa está indecisa sobre aceitar o sentimento de perda e negar a doença –
reflete sobre seu estudo, mas faz plano a longo prazo
REVOLTA – a pessoa se sente castigada – raiva, ressentimento, protestando contra si e seu destino;
DEPRESSÃO – a pessoa apresenta uma tristeza profunda – não manifesta mais vontade de
melhorar, o que diminui sua sobre vida.
SUICÍDIO
CONCEITO DE SUICÍDIO: uma forma de morrer onde a pessoa retira a própria vida
voluntariamente e deliberadamente. Ainda pode ser caracterizado com um fenômeno complexo e
multifatorial no qual a interação de fatores individuais, sociais e culturais serão determinantes na
decisão de tirar a própria vida, na maioria das vezes pessoa não quer se matar, mas eliminar a dor e
diminuir o sofrimento.
O suicídio está entre as dez principais causas de morte e entre as duas ou três causas mais frequentes
de morte para o grupo de adolescentes e adultos jovens.
COMPORTAMENTO SUICÍDA: pessoas que ameaçam tirar sua vida através de estratégia
pessoal e familiar, mas não conseguem efetivação. A prevenção do comportamento suicida deve
começar na família.
IDEAÇÃO SUICIDA: pensar ou planejar o suicídio - estes pensamentos podem variar desde a
criação de um plano detalhado até uma consideração passageira - não inclui o ato final de suicídio.
SUICÍDIO POR PASSAGEM AO ATO: o paciente que não deseja ser salvo.
NEXO-CAUSAL OU NEXOS:
- FATORES PRECIPITANTES: normalmente atuais e externos ao sujeito;
Geralmente situações de muito sofrimento vividas anteriormente pelo sujeito que dispara a ocorrência
de um sentimento devastador que reedita estas situações potencializando-as e as tornando intolerável
o momento atual.
- FATORES INTERNOS: relacionados a sua história de vida e aos transtornos mentais
preexistentes e o contexto sociocultural do ato.
- TRANSTORNOS PSIQUIATRICOS: compreendidos como fenômenos de causas complexas
e de múltiplas determinações (medicalização);
- Fatores emocionais;
- Fatores religiosos;
- Fatores e socioculturais.
PSICOLOGIA CLÍNICA:
- A partir da análise das causas precipitantes do suicídio buscando estabelecer sua relação com as
motivações internas causadoras do ato;
- Elemento atual que dispara a ocorrência de um sentimento devastador capaz de provocar um suicídio,
e geralmente porque ele reedita uma situação anterior de sofrimento, potencializando-a e tornando
intolerável o momento atual;
- Estabelecer uma diferença entre o ato suicida cuja intenção de morte e incontestável daquele em que
o sujeito inconscientemente deseja que fracasse (acting out – ato direcionado ao outro);
TRABALHO DO PSICÓLOGO:
1. PACIENTE:
- Estabelecer um contato pessoal com o indivíduo em crise e também com seus familiares;
- Verificar a possível necessidade de avaliação do quadro por um psiquiatra;
- Realizar a escuta do seu sofrimento;
- Coordenar ações multiprofissionais;
- Acolher a dor, o sofrimento, a queixa do paciente, por meio de uma escuta atenta e interessada.
sem julgamentos ou expectativas. Para enfrentar os desafios na clínica com esses pacientes.
é preciso ter Â-N-I-M-O
(A) de atenção: porque é fundamental estar atento ao percurso desse sujeito, tanto na vida quanto no
tratamento. Por exemplo, se ele falta à sessão, devemos contatá-lo para saber o motivo de sua falta,
remarcar a sessão; quando algo importante em sua vida está por acontecer ou diante de uma
decisão importante que tenha de tomar, telefonamos para saber os desdobramentos. O psicólogo
deve estar atento, ser ativo, atuante.
(N) de neutralidade: diante do que se escuta, e isto quer dizer ouvi-lo sem críticas ou julgamentos, não
significa passividade.
(I) de interesse: que é uma das principais características do nosso trabalho;
(MO) de motivação, aquela dose de entusiasmo necessária para sustentar o trabalho com essa clínica
sem pressa ou expectativas no tempo do paciente.
NA CLÍNICA COM PACIENTES SUICIDAS é importe que o terapeuta disponibilize o número
do seu telefone celular para que o paciente possa contatá-lo em momentos de desespero e urgência
psíquica, mesmo que isso ocorra fora do horário comercial.
DESAFIOS: são sujeitos sem demanda, sem sintoma, sem desejo, que se orientam por uma ética
de puro gozo, gozo de morte, gozo da morte. Por esta razão, o sujeito que decide pela morte, na maioria
das vezes, não procura tratamento, ele é conduzido, levado a buscar ajuda de um profissional.
2. FAMILIA:
- Reuniões informativas sobre depressão e suicídio, colhendo queixas, informando e construindo
alternativas para lidar com a depressão e a tentativa de suicídio do familiar; visando minimizar os mal-
entendidos provenientes dos equívocos causados pela falta de informação;
SOBREVIVENTES:
O impacto de uma tentativa de suicídio ou de um suicídio não se limita à pessoa em processo de
sofrimento - estende às pessoas na família e nas relações sociais e de trabalho.
Desse impacto está associado ao entendimento da experiência de conviver com o risco ou de perder
alguém por meio de um suicídio. Conviver com o risco significa saber ou intuir que alguém que amamos
ou com quem convivemos pode se matar.
O impacto de ser sobrevivente é tão significativo que ter se relacionado com alguém que se matou é
um dos principais indicadores de risco futuro de suicídio (maior risco do que a maioria das pessoas).
As REAÇÕES QUE SE TÊM AO RISCO DE SUICÍDIO ou ao suicídio provocam emoções
muito poderosas:
- Medo;
- Culpa;
- Raiva;
- Tristeza;
- Ansiedade;
- Vergonha;
- Saudade;
- Negação;
- Depressão;
- Isolamento;
- Não aceitação da ausência;
- Problemas de ajustamento;
- Dificuldades de estabelecer novas relações;
- Sensação de desamparo;
- Queda de produtividade;
- Desenvolvimento de transtornos mentais;
- Aumento do uso de drogas ou álcool;
- Desinvestimento em sua própria vida.
Pode existir um PROCESSO DE SOFRIMENTO ANTECIPATÓRIO de uma família que acompanha
uma pessoa em sofrimento grave com ameaça de suicídio.
As FAMÍLIAS QUE SÃO SURPREENDIDAS por não terem percebido, compreendido ou valorizado
em tempo a natureza do risco. Sentir que não compreendido ou valorizado o risco em tempo pode ser
um processo doloroso, mas extremamente necessário, de se identificar e elaborar sentimentos de raiva
e culpa.
Quando a FAMÍLIA TINHA O CONHECIMENTO DO RISCO pode surgir sentimento de impotência e
fracasso nos cuidados com o ente querido que se agregam ao processo. Culpabilização (projeção da
culpa) e autoflagelo.
3. PROFISSIONAIS DE SAÚDE
- Realizar cursos de capacitação, com o objetivo de instrumentalizá-los para o reconhecimento de sinais
e sintomas que indiquem risco de suicídio, possibilitando o encaminhamento precoce desses pacientes
para tratamento. A capacitação deve inclui profissionais da saúde de nível superior e de nível médio,
além de agentes comunitários.
- Grupos de discussão nos quais possam expor casos difíceis e tirar dúvidas, visando uma definição
de estratégia terapêutica mais segura.
é preciso ter PIC:
(P) de parceria;
(I) de informação;
(C) de coragem.
DESAFIOS: despreparo emocional tanto da família quanto da equipe, responsável por permitir
interpretações simplistas do fenômeno e por provocar reações de indignação, de punição, ou mesmo
de compaixão quanto ao paciente.
PSICOEDUACAÇÃO:
- A prevenção deve começar na família (geralmente as famílias escondem o suicídio principalmente
das crianças);
- O trabalho de valorização (programas psicoeducativos) da vida deve começar na pré-escola;
- Capacitar as equipes de saúde, equipes de educação, engenheiros, arquitetos, pessoas da área do
Direito, com bombeiros e policiais, dentre outros profissionais;
SUICÍDIO E O CAPS:
Centros de Atenção Psicossocial são serviços de média complexidade do Sistema Único de Saúde que
devem garantir que todas as pessoas após uma tentativa de autoextermínio devem ser
atendidas nas primeiras setenta e duas horas posteriormente ao ocorrido por, no mínimo, um
médico psiquiatra, devendo ser preenchida a ficha de notificação compulsória.
NA AUSÊNCIA DO MÉDICO, O PSICÓLOGO É O PROFISSIONAL com formação em
saúde mental que deverá acolher o paciente com tentativa de suicídio direcionando seu projeto
terapêutico individual para atendimentos supervisionados junto aos familiares destes pacientes.
A intervenção em crise suicida precisa de um conjunto de ações imediatas capazes de conter
esse indivíduo, evitando que concretize suas pretensões, considerando a complexidade das
motivações que podem desencadeá-las, através de intervenções médicas, sociais e ou
psicológicas. Deve-se atuar como suporte na relação direta com a pessoa em crise suicida
preconizando uma intervenção dirigida tanto para os sintomas como para o sofrimento
singular do indivíduo ou de seus sobreviventes.
NOSSA REGIÃO:
Rio Grande do Sul é o estado que apresenta os maiores índices de suicídio no país.
Toda a região Sul (Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul) apresentam o maior número de
suicídio.
Segundo o Ano IV do Informativo Epidemiológico de Santa Catarina (Março de 2019) a taxa de
mortalidade por suicídio, anos de 2012 a 2017, a região oeste de Santa Catarina está em quarto lugar
na quantidade de mortes resultantes de comportamento suicida, sendo que a cidade de Xanxerê está
em segundo lugar do estado neste mesmo ranking apresentando taxa de mortalidade por suicídio de
13,5 para cada 100.000 habitantes, superando a Grande Florianópolis.
CLASSIFICAÇÕES NOSOLÓGICAS
- capitulo XX da CID- 10 (Código Internacional das Doenças) morte violenta por causas externas, isto
e, morte não decorrente de doença.
- OMS, 10a Revisão, CID-10, 1995 - o suicídio e um fenômeno complexo e multifatorial no qual a
interação de fatores individuais, sociais e culturais será determinante na decisão de tirar a própria vida.
DSM V - Transtorno de comportamento suicida:
- Ter tentado suicídio nos últimos 06 meses;
- O ato não atende aos critérios de autolesão não suicida;
- O diagnóstico não se aplica a ideação suicida ou atos preparatórios;
- O ato não foi iniciado durante um delírio ou estado de confusão;
- O ato não foi realizado apenas para fins políticos ou religiosos;
- Não passaram mais de 12 meses desde a última tentativa.
EM REMISSÃO INICIAL: 12-24 meses se passaram desde a última tentativa.
Caso: Em pelo menos 5 dias no ano passado, o indivíduo se auto-infligiu intencionalmente lesões na
superfície do corpo do tipo que geralmente causam sangramento, hematoma ou dor (por exemplo,
corte, queimação, picada, pancada, fricção excessiva), com a expectativa que a lesão resultará apenas
em danos físicos leves ou moderados (ou seja, não há intenção suicida).
EUTANÁSIA
EUTANÁSIA: também pode ser chamada de BOA MORTE ou MORTE FELIZ – caracteriza-se pela
livre escolha do indivíduo morrer – a expectativa que é o sofrimento da morte seja menor que o
sofrimento do tratamento.
TIPOS DE EUTANÁSIA:
EUTANÁISA ATIVA: é caracterizada pela tomada de medidas ativas para auxiliar na morte do
paciente (indução de um coma profundo ou aplicação de analgésicos).
A) EUTANÁSIA VOLUNTÁRIA: na qual o paciente consegue exprimir o desejo de morrer;
B) EUTANÁSIA NÃO VOLUNTÁRIA: que ocorre quando o paciente não teve como exprimir o
desejo ou não tem capacidade de decidir;
C) EUTANÁSIA INVOLUNTÁRIA: o paciente não concorda com o procedimento de eutanásia,
mas ainda há benefícios vistos por ele para adotar o processo (considerada crime).
EUTANÁSIA PASSIVA: deixar o paciente seguir o curso natural de sua doença sem qualquer
tipo de intervenção.
A) EUTANÁSIA PASSIVA VOLUNTÁRIA:
B) EUTANÁSIA PASSIVA NÃO VOLUNTÁRIA:
C) EUTANÁSIA PASSIVA INVOLUNTÁRIA.
BIOÉTICA
- Os novos conhecimentos da biociência podem ser usados para cura de doenças que, hoje ainda
incuráveis, incomodam os seres humanos.
- Mas não é todo o conhecimento científico e tecnologicamente possível que pode ser considerado
admissível eticamente;
- Nesse contexto, surge a necessidade de restabelecer a ponte entre a filosofia e a
ciência, o que representa o cerne da bioética.
A BIOÉTICA:
- ALERTA: Descontrole de práticas pode por em perigo valores honrados ou recentemente
adquiridos;
- TAREFA: estar permanentemente reavaliando as ações dentro de uma determinada cultura,
envolvendo questões sanitárias, biológicas, médicas etc., sobretudo no que diz respeito à escala de
valores;
- IMPACTO: diferenciação de época a época, de região a região, mas ela mesma se propõe também
a moderar o eventual excesso de divergência, atuando com certo grau de alteridade;
- REVOLUÇÃO PARA O PENSAMENTO: científico e para o comportamento humano,
restabelecendo o diálogo entre a ética e a ciência, refletindo sobre a conduta humana em relação à
vida;
- ENVOLVE: um saber interdisciplinar e acontece então em forma de um movimento mundial. -
BUSCA: a garantia da integridade e da autonomia dos seres humanos e a ela cabe a discussão de
temas onde coexistem a reflexão e a ação.
- OBJETIVO GERAL DA BIOÉTICA: é a busca de benefícios e da garantia da integridade do
ser humano, tendo como fio condutor o princípio básico da defesa da dignidade humana;
- CONSIDERA-SE ÉTICO: o que, além de bom, é o melhor para o ser humano e à humanidade
em dado momento.
- MOTIVAÇÃO BÁSICA: é atingir certo controle sobre os processos que afetam a vida humana e
seu desenvolvimento;
ENVOLVE QUESTÕES:
- do direito reprodutivo;
- da genética;
- da reprodução assistida;
- aborto;
- direito de morrer com dignidade;
- direitos do paciente;
- suicídio assistido;
- em prolongamento da vida....
ALGUÉM COM AUTONOMIA: boa capacidade de discernir o que é bom para si sem prejudicar
o outro. Assim, a autonomia é parte fundamental ao se falar em bioética.
MORTE: com o surgimento da bioética, a morte passa a ser estudada a partir de impactos que novas
técnicas e tecnologias têm sobre o processo de morte e de morrer.
SENTIDO DA VIDA HUMANA: deve valorizar a diversidade cultural, buscar elementos universais
sem ferir a individualidade, adequar-se à racionalidade sem deixar de lado a subjetividade.
BIODIVERSIDADE: deve ser respeitada e defendida em sua dignidade são condições sem as
quais não podemos falar em ética e muito menos em bioética.
PSICÓLOGO FRENTE À MORTE: INTERVENÇÕES NAS
VÁRIAS SITUAÇÕES DA MORTE
Ambiente Escolar:
- Estabelecimentos de ensino não estão acostumados a concentrar atenção na Tanatologia.
- A escola pode ou não funcionar como um local de acolhimento às vivências de luto dos alunos,
dependendo da disponibilidade e capacitação dos professores e funcionários.
- É preciso um preparo por parte da escola para acolher pelo menos as situações mais evidenciadas
de perdas, nas quais o indivíduo com ela envolvido acaba por comprometer, também, seu desempenho
escolar.
Ambiente Empresarial:
- IMPLANTADO PROGRAMAS VOLTADOS À ÁREA DE TANATOLOGIA: o psicólogo é acionado
quando se percebe que há algum comportamento tido como “fora do padrão empresarial”. Aí se
encaixam as ausências freqüentes, a improdutividade, o desajuste na função por problemas de saúde
(seja por acidente de trabalho ou não), a desmotivação e a depressão.
- REORIENTAÇÃO DE CARREIRA: o objetivo principal do psicólogo é amenizar o sofrimento
provocado pela ruptura entre o funcionário e o que ele faz no cargo atual, ajudando a identificar novas
frentes de trabalho, no qual o seu potencial possa também ser aproveitado.
- PROGRAMAS VOLTADOS PARA A REABILITAÇÃO FUNCIONAL: no sentido de resgatar o respeito
e dignidade daqueles que tiveram uma interrupção na vida profissional
- PROGRAMA DE PREPARAÇÃO PARA A APOSENTADORIA: preocupa-se com a futura qualidade
de vida, daqueles que estão prestes a se aposentar, não deixando que o sinônimo de aposentadoria
seja “crise de identidade” e que o aposentado não seja visto como um inútil.
O OBJETIVO é discutir alternativas para a nova vida que está para se iniciar;
Clínica:
ACENO À MORTE: - Entende-se por morte, não apenas a morte física, mas diferentes formas de
interrupções da vida. A incidência de fenômenos, como transtornos alimentares, tentativas de suicídio,
depressão, solidão e violência, apontam para esta problemática.
SINTOMAS QUE REQUEREM ATENÇÃO:
- Perturbação do sono;
- Falta de apetite;
- Queixas frequentes de solidão;
- Comportamentos autodestrutivos (Deve-se diferenciar o desejo de morrer, o de matar e o de ser
morto);
“Processos autodestrutivos crônicos são processos lentos, provocados por tendências inconscientes
como é o caso de certas doenças psicossomáticas e toxicomanias. Nestes casos, não se observa um
risco tanatogênico imediato”. (KÓVACS,1992)
- Dependência química;
-Perda de auto-estima;
- Perda de autonomia;
Ambiente Hospitalar:
O PSICÓLOGO tratará das representações que o indivíduo tem da sua doença, ocupando-se de toda
a simbologia ligada ao que cada pessoa vivencia no seu processo como um todo.
A IMAGEM DO NOSSO CORPO não se estabelece a priori, mas a custa de nossa percepção, que vai
registrando modelos de postura que se modificam constantemente a partir de manifestações
emocionais.
ASSISTÊNCIA PSICOLÓGICA
- Mobilização do paciente para o autocuidado e a adesão aos esquemas terapêuticos;
- Compreensão de aspectos subjacentes a seu comportamento e motivação;
- Abordagem de sintomas psicossomáticos;
- Orientação do paciente e sua família
- Orientação da equipe de trabalho;
- Psicoterapia, adaptada às circunstâncias e ao contexto institucional;
- Acompanhar o processo do paciente e dos familiares com o objetivo de possibilitar e facilitar a
expressão de sentimentos, identificando a fase em que transitam.
Psicologia do Esporte
Na vertente da Tanatologia, a Psicologia do Esporte lida com os lutos e as perdas dos atletas e das
equipes, quer pessoais (que acabam por influir no desempenho), quer dentro do próprio grupo. A
derrota de um time num jogo importante não pode ser o motivo para desestruturar a equipe, mesmo
porque não haverá um culpado único ou nem sequer um culpado. Da mesma forma, conquistar uma
vitória é algo digno de ser comemorado, mas lembrando sempre que no esporte, como em qualquer
outro lugar, não há onipotência e que esforços terão que continuar existindo para que a equipe
possa novamente vencer.
Psicologia Jurídica
No que concerne à interface com a Tanatologia, a Psicologia Forense irá atuar através de seus
pareceres nas questões que envolvem perdas, sejam elas materiais, de pessoas ou mesmo de direitos,
nas questões de doação de órgãos, de propriedade e de custódia como as já mencionadas, dentre
outras.
Psicologia do Trânsito
Torna-se assim bastante oportuno recorrer à Psicologia, em sua vertente que lida com o trânsito, para
conhecer o que há e o que pode vir a ser feito preventivamente para diminuir os índices alarmantes
que ora são divulgados; e recorrer à Tanatologia, como ciência envolvida com perdas e lutos, para
saber o que e como deve ser tratado o indivíduo envolvido em acidentes.
No caso de lesões graves e de morte no trânsito, há que de ser efetuado todo um trabalho na área de
Tanatologia referente à imagem corporal perdida; às modificações na rotina diária (temporárias ou
permanentes); a perdas e lutos a elaborar, levando sempre em conta, além do próprio fato, as idades
e contextos de cada um dos envolvidos.
A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO EM
SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA
Não deixar para se qualificar depois dos desastres.
Psicologia da Gestão de Risco.
Psicologia da Urgência.
Psicologia das Crises.
CATÁSTROFES: são acontecimentos de maior magnitude, em geral afetando áreas maiores, maior
número de pessoas. Causam um grande número de vítimas, provocam destruição material significativa
e desorganização social pela destruição ou alteração das redes funcionais.
Os desastres explicitam uma problemática multifacetada, fazendo-nos supor que os desastres naturais apenas
potencializam desastres humanos de proporções pouco dimensionadas em um contexto de rotina e são, assim,
potencialmente muito mais danosos nas regiões que já tem dificuldades de verem suas demandas atendidas.
INTERVENÇÕES:
INTERVENÇÃO DA PSICOLOGIA: deve ter como um de seus pilares fundamentais as
propostas de elaboração dos sofrimentos (coletivos e individuais) gerados pela situação (não
necessariamente realizada só pelo psicólogo) e também a construção da autonomia (das comunidades,
grupos de pessoas e autoridades envolvidos) frente ao que aconteceu bem como à possibilidade de
novas crises.
O psicólogo pode e deve COLABORAR com as ações de prevenção e avaliação da atuação das
entidades (governos, ONGs, grupos) em situações de emergência.
A EMERGÊNCIA exige rapidez de atuação e de resposta, portanto não é o melhor momento para
ser desencadeado um princípio de aprendizado: é importante que este tenha ocorrido em momento
anterior ao desastre, como forma de preparação, e deve incluir a reflexão sobre a saúde mental e seus
mecanismos de intervenção.
GRUPO DE TRABALHO (GT) DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL: acolher a qualquer hora, pessoas e situações afetadas
pelo evento;
SUPERVISÃO TÉCNICA JUNTO À DEFENSORIA PÚBLICA: orientação sobre passos, prioridades e fatores para a
criação da Associação dos afetados, buscando apoiar o fortalecimento de uma comunidade resiliente;
CUIDADOS COM A IMPRENSA: orientação às equipes sobre preocupações com a mídia, já que a tecnologia
e a conectividade trouxeram consigo uma maior facilidade da difusão de todo o tipo de notícias e a
transmissão de imagens dramáticas, tais quais aquelas que expõem os danos às propriedades e as
injúrias físicas nas vítimas, com repercussões negativas a toda uma população que, mesmo sem
escolha, fica invadida pela morte escancarada, apresentada repetida vezes;
Este protocolo foi elaborado a partir de estudos sobre emoções da Psicologia energética de
Freud Gallo (2000) e Jonh Hartung (2008); suas ferramentas terapêuticas baseadas em conceitos de
energia e seus tratamentos de respiração terapêutica intencional. Outra fonte inspiradora é o trabalho
de desenvolvimento da inteligência emocional de criação e a busca da criatividade de Laura Bosio;
Celeste Colanruoro, Guilhermina Mazziotti e Carina Paturlanne; da Argentina, de 2011; e suas
propostas para ajudar crianças em seus auto conhecimentos emocionais e valorização positiva de si
mesmas, para a construção de autoestima positiva.
O protocolo de EMDR (Eye Movement Dessensitization and Reprocessing) foi criado por
Francine Shapiro (2000), nos Estados Unidos é um método complexo e muito pesquisado em mais de
80 países; que integra várias abordagens terapêuticas, incluindo estimulações bilaterais, oculares,
táteis e auditivas; que acentuam o sistema de processamento cerebral da informação. O EMDR articula
sentimentos perturbadores a pensamentos, sensações físicas e condutas relacionadas aos mesmos.
A sua prática se atém ao modelo de processamento adaptativo da informação e é reconhecido pela
International Society for Traumatic Studies, desde 2000.
PROTOCOLO DE INTERVENÇÃO GRUPAL EM DESASTRES NATURAIS-PIGDN-
PROGRAMAS DE AJUDA HUMANITÁRIA PSICOLÓGICA
Este protocolo foi criado especialmente para pessoas acima de seis anos com o objetivo de
ajudá-las a identificar emoções e sensações ligadas a experiências traumatogênicas vividas nas
situações de catástrofes e desastres naturais no Brasil.
Há pessoas com dificuldades de reconhecer e diferenciar sensações e emoções, para que
possam comunicá-las nos trabalhos de atendimento psicológico, que visam aumentar suas resiliências
e prevenir e/ou minimizar potenciais traumas psicológicos. Buscamos, portanto, o desenvolvimento de
consciência emocional no sentido de capacitar as pessoas danificadas por desastres a identificar:
susto/choque, medo, angústia, ansiedade, tristeza, raiva, vergonha, alívio, forte/capaz e feliz.
Além disto, buscamos a identificação dessas emoções em suas expressões corporais; baseados
na concepção de que todos somos únicos, singulares e que a subjetividade é fator relevante a ser
considerado em trabalhos psicológicos. Usamos dessensibilização por estímulos bilaterais através do
chamado Abraço de Borboleta, de Artigas (2010), de acordo com a abordagem terapêutica de EMDR.
Podemos nos valorizar em nossas diferenças e na co-construção de uma auto-estima positiva,
que nos ajude a enfrentar as adversidades da vida e, neste caso específico, as decorrentes de
catástrofes e desastres naturais.
FASE 1 - HISTÓRIA
Fazer rapport / exercícios de integração.
Falar do ocorrido.
Mostrar as diferentes formas de expressões de emoções com as carinhas:
SUSTO/
MEDO ANGÚSTIA ANSIOSO TRISTE Explosivo RAIVA VERGONHA ALÍVIO FORTE/ CAPAZ FELIZ
CHOQUE
PARA ADOLESCENTES
CULPA POR TER SOBREVIVIDO
DESINTERESSE PELA ESCOLA, TRABALHO, FAMÍLIA E PELA VIDA.
USO ABUSIVO DE ÁLCOOL E DE DROGAS
MEDOS, ISOLAMENTO, PENA DE SI MESMO.
INSEGURANÇA
ATOS DELINQUENTES E DE RISCO
MUDANÇAS BRUSCAS DE ATITUDES
DESEJOS DE VINGANÇA
PERDA DE FÉ E ESPERANÇA
TENTAR SER ADULTO ANTES DA HORA
IDÉIAS DE SUICÍDIO
FASE 4 – AVALIAÇÃO
Quando lembram/pensam no desastre ocorrido, o que sentem?
Façam X nas carinhas.
Quais emoções dessas carinhas vocês sentem com esse desenho? Façam X nela(s).
SUSTO/ FORTE/
MEDO ANGÚSTIA ANSIOSO TRISTE Explosivo RAIVA VERGONHA ALÍVIO FELIZ
CHOQUE CAPAZ
Quais emoções dessas carinhas vocês sentem com esse desenho? Façam X nela(s).
5.4 Lembrem novamente da pior parte vivida no desastre e façam outro desenho.
Quais emoções dessas carinhas vocês sentem com esse desenho? Façam X nela(s).
5.7. Agora olhem para todos os desenhos feitos e escolham o que lhes trouxer alguma emoção ruim,
perturbadora ou triste.
Quais emoções dessas carinhas vocês sentem com esse desenho? Façam X nela(s).
6.2 Pensem numa FRASE POSITIVA que faça vocês se sentirem bem e com esperanças no futuro.
7.2 Se houver essa emoção, desenhem nas partes de seus corpos onde sentem isso:
Quais emoções dessas carinhas vocês sentem com esse desenho? Façam X nela(s).
FASE 8 – FECHAMENTO
Agora escolham uma carinha/emoção positiva para ficar com ela em suas imaginações.
Pensem em ficar bem, calmos e tranquilos com essa carinha/emoção.
Fechem os olhos, pensem na carinha/emoção que acalma vocês e façam Abraço de Borboleta
(fazer 3 repetições).
Abram os olhos.
OBSERVAÇÕES
Observar as pessoas que precisarem de atendimento individual e encaminhá-las.
PROTOCOLO DEBRIEFING PARA INCIDENTES
CRÍTICOS CISD-AGEC MITCHELL (1983)
Atendimento Familiar ou Grupal (ADAPTAÇÃO: Prof. Dra. Ana Maria Fonseca Zampieri)
Se houver demonstrações de emoções fortes, não fazer mais perguntas, nem rodear sobre o
assunto. A equipe deve: confirmar a recepção do que foi dito; validar que a emoção é apropriada;
reafirmar à pessoa, e ao grupo que essa emoção é esperada. Acalmar os demais. Introduzir a
fase dos pensamentos.
PLANEJAMENTO:
POLÍTICA: é um processo de tomada de decisões que começa com a adoção de postulados
gerais que depois são desagregados e especificados;
PROGRAMA: é um conjunto de projetos que buscam os mesmos objetivos;
PROJETO: é um empreendimento planejado que consiste num conjunto de atividades inter-
relacionadas e coordenadas para alcançar objetivos específicos.
OS OBJETIVOS:
São os objetivos que, todo o tempo, irão orientar o projeto, não só no momento do
planejamento, mas também em sua execução e avaliação, constituindo-se no fundamento
de toda a ação parceira.
Assim é preciso que eles sejam bem elaborados e compreendidos por todos.
ATIVIDADES:
Planejar as atividades de um projeto é não só definir quais as ações e os procedimentos
necessários para alcançar os resultados desejados como os recursos disponíveis , mas
também programar o tempo em que se desenvolverá cada uma dessas atividades;
Um bom instrumento para isto é o cronograma que possibilitará visualizar a se algumas
atividades acontecerão em paralelo e verificar a interdependencia entre as ações.
O planejamento deve ser minuciosamente pensado, integrado aos demais a fim de diminuir
as surpresas na implantação do projeto;
Fazer o levantamento de todos os recursos necessários a um projeto é dar contornos e
limites à nossa ação;
O documento escrito do projeto não de ser visto apenas como um instrumento de obtenção
de recurso, mas também de sistematização do processo de planejamento, da organização
de um proposta de trabalho.