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. No modelo de explicação proposto por Breilh (2020a, p. 73, 74), no domínio geral da
sociedade definem-se “a reprodução social e as relações metabólicas ambientais mais
amplas de natureza-sociedade”; ao nível particular correspondem “os modos de vida
particulares dos coletivos típicos com suas relações metabólicas sociais e específicas
(quer dizer, classe social, gênero e poder etnocultural)”, e entre “modos de vida” e “estilos
de vida” se estabelece uma relação de reciprocidade entre arbítrio e condicionamento
social; e o domínio individual é o das “pessoas/famílias com seus estilos pessoais
específicos de vida e constituições psicológicas e corporais (quer dizer, fenotípicas,
genotípicas, psicológicas e espirituais)”. Os modos de vida típicos se reproduzem
territorialmente segundo “modos e padrões de trabalho”, “modos e padrões de consumo”,
“modos/capacidade de organização e suporte social”, “modos/capacidade de construção
de identidade cultural própria”, “modos de relação com o ecossistema”. “A tipologia dos
modos de vida permite caracterizar o grau de consolidação saudável ou insalubre de
coletividades no território e caracterizá-las correspondentemente segundo padrões de
exposição e vulnerabilidade”.
. A visão dialética da determinação social da saúde, segundo Breilh (2006), dá à saúde
um caráter de processo em movimento multidimensional que se desenvolve de forma
simultânea e interdependente nas três dimensões (Geral - Particular - Individual); em cada
um dos três níveis produzem-se diferentes contradições entre os processos protetores e
destrutivos de saúde.
. Segundo Breilh (2020a, p. 45) os modelos funcionalistas (positivistas) de explicação da
determinação social do processo saúde-doença, fragmentam o mundo em partes, associam
as partes linearmente, consideram as partes estáticas e as separam umas das outras
bloqueando a percepção de contexto; desta forma, limitam-se a descrever e calcular
probabilidade de fenômenos sem explicar ou comprometer na determinação social da
saúde “a sociedade e sua estrutura de poder”.
. Para Sevalho (2021, p. 5635), “privilegiando a quantificação, a epidemiologia opera suas
classificações de risco categorizando objetivamente grupos populacionais na composição
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Referências Bibliográficas:
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Breilh, J. Epidemiologia crítica – ciência emancipadora e interculturalidade. Rio de
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Breilh, J. SARS-CoV2: rompiendo el cerco de la ciencia del poder - Escenario de asedio
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