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I – DA GRATUIDADE
DE JUSTIÇA
II – DA INVERSÃO DO
ÔNUS DA PROVA
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2. A hipótese em apreço refere-se a uma relação de consumo, regulada
pelo Código de Defesa do Consumidor, devendo, pois, o ônus da prova ser
invertido
em favor da autora, quer por ser a parte hipossuficiente nesta relação, quer
por
se considerar ser verossímil a sua alegação, tudo de acordo com o artigo 6º,
inciso VIII, do Código de Defesa do Consumidor.
III – DOS FATOS E
DO DIREITO
6. Dessa forma, toda energia produzida, mas não utilizada, poderá ser
rever-tida em créditos energéticos. Esses créditos ficarão disponíveis na
concessionária, podendo ser utilizados em um período de até 60 (sessenta)
meses, os quais po-dem ser úteis em dias nublados ou períodos noturnos, por
exemplo, em que não há produção de energia pelos sistemas fotovoltaicos.
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instalação e funcionamento do sistema de microgeração, são as seguintes as
etapas do pro-cesso de homologação de energia solar:
a) Solicitação de Conexão: o consumidor titular deve solicitar acesso à
rede de distribuição local;
b) Parecer de Acesso (Análise do Projeto pela Concessionária) : em até
15 dias a concessionária avalia o projeto técnico do imóvel para
auto-
rizar a instalação;
c) Instalação do Sistema Fotovoltaico: inicia-se o processo de
instalação do sistema de energia solar;
d) Solicitação de Vistoria Técnica: é solicitada a vistoria técnica por
parte da empresa responsável pela instalação;
e) Realização da Vistoria Técnica: em até 7 (sete) dias a equipe técnica
da concessionária deverá realizar a avaliação do projeto instalado;
f) Envio do Relatório e Ajustes de Pendências: envio do relatório com
observações sobre o sistema e solicitação de ajustes, caso
necessário;
g) Homologação do Uso do Sistema de Energia Solar: troca do medidor
(relógio) do imóvel por um bidirecional, permitindo a geração de
ener-gia solar fotovoltaica.
11. Tal fato, para alegria da autora, foi-lhe comunicado pela empresa por
ela contratada para a instalação no dia imediato, ou seja, em data de 13 de
setembro de 2022, conforme cópia anexa do e-mail enviado (doc. nº 09).
Enfim, faltavam poucos dias para o seu sistema entrar em funcionamento, pois
o prazo fixado pela Resolução Normativa nº 482/2012, atualizada em
25/05/2017, para a reali-zação de dita vistoria era de apenas 07 (SETE) DIAS.
12. Como alegria de pobre dura pouco, o prazo de SETE DIAS transcorreu
sem que fosse realizada a vistoria solicitada, o que provocou a reiteração do
pe-dido em datas de 23 de setembro de 2022 e 12 de outubro de 2022,
conforme recibos de seus protocolos, respectivamente de nº
20220922002523083 e de nº 20221011002578827, ora anexados (doc. nº 10).
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13. Esses novos pedidos, injustificadamente, resultaram infrutíferos, o que
motivou fosse apresentada à Ouvidoria da ANEEL uma Reclamação contra a
con-cessionária, datada de 21 de outubro de 2022, conforme Registro de
Solicitação de Ouvidoria nº 010.437.88622-85 (doc. nº 11), tentativa que
também, até o presente momento, não apresentou qualquer resultado.
15. Evidente, mais que evidente, que essa situação não pode perdurar, em
se considerando que a concessionária requerida aprovou o projeto do sistema
de microgeração da autora em 1º de setembro de 2022, inclusive com adesão
desta última ao Sistema de Compensação de Energia Elétrica fornecida pela
requerida, conforme documentação que acompanha esta inicial.
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com vistas a que a parte reclamada providencie, de imediato, a conclusão dos
serviços necessários para o funcionamento do sistema de microgeração da
autora, além de ser condenada ao pagamento de uma indenização por danos
morais também em razão do desvio produtivo de que foi cometido a autora,
como articulado nos itens sub-sequentes.
IV – DA ANTECIPAÇÃO
DA TUTELA
22. O fumus boni iuris (fumaça do bom direito) pode ser comprovado, além
da legislação aplicável ao caso, já referenciada), também pelos comprovantes
de protocolos dos constantes e reiterados pedidos de vistoria efetivados desde
ainda o mês de setembro de 2022, assim como pelo Parecer de Acesso emitido
pela concessionária requerida e demais documentos anexados aos autos.
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25. Ressalta-se, Senhora Juíza, que as provas ora apresentadas são
idôneas, consoante as alegações pontificadas neste petirório e assinalam de
modo incon-troverso o direito da autora, não se podendo esquecer que o
fundado receio de dano irreparável é latente.
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“RECURSO INOMINADO – RELAÇÃO DE CONSUMO – SERVIÇO
DE
FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA – PEDIDO DE
INSTALAÇÃO
DO SISTEMA DE MICROGERAÇÃO (PLACAS SOLARES) –
APROVAÇÃO
DO PEDIDO – REGULAMENTAÇÃO PELA RESOLUÇÃO NORMATIVA
Nº
482/2012 – PREVISÃO DE CONCLUSÃO NO PRAZO DE 34 DIAS –
DE-
MORA EXCESSIVA – PLEITO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER E DANO
MO-
RAL – SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA – INSURGÊNCIA DA
PROMOVIDA – TESE DE AUSÊNCIA DE ATO ILÍCITO E AUSÊNCIA
DE
DANO MORAL – DEMORA COMPROVADA – VIOLAÇÃO DAS
REGRAS
REGULAMENTARES – CONCLUSÃO APENAS APÓS AÇÃO
PROPOSTA
- FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO – DANO MORAL
CONFIGURA-
DO – VALOR RAZOÁVEL – SENTENÇA MANTIDA - RECURSO
DESPRO-
VIDO. O fornecedor de produtos e serviços responde de forma
obje-
tiva e solidária pelos danos causados ao consumidor, nos termos
do
artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor, ainda que se trate
de
concessionária de serviços públicos. O serviço de instalação do
siste-
ma de microgeração de energia é regulado pela Resolução
Normativa
nº 482/2012, atualizada em 25/05/2017, que estabelece que o
prazo
final total para instalação do sistema de microgeração é de, no
máxi-
mo, 34 dias, não incluído o tempo necessário às eventuais
adequaçõ-
es por parte do consumidor. No caso dos autos, o pedido de
ligação
do serviço fora aprovado em 08/11/2019, no entanto o serviço
so-
mente fora concretizado em 26/12/2019, após a propositura da
pre-
sente ação. A responsabilidade das prestadoras de serviço público é
objetiva em razão da má prestação de seu serviço, inteligência dos
artigos 14 e 22, ambos do Código de Defesa do Consumidor, se
tra-
tando de situação de dano moral a ser indenizado, uma vez que
se
trata de serviço essencial, com demora excessiva na concretização
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da instalação, mesmo após reclamação administrativa, sendo
concluí-
da apenas no curso da lide. O valor da indenização por dano
moral
deve ser mantido quando fixado de acordo com os critérios da
pro-
porcionalidade e da razoabilidade. Sentença mantida. Recurso
des-
provido” (TJMS – Turma Recursal Única – Recurso Inominado de
nº
1018611-37.2019.8.11.0001 – Relatora: Desª LUCIA PERUFFO -
Unâ-
nime – Julgado em 18/02/2021).
33. Por fim, nesse particular, é de ser aplicada ao caso a teoria do desvio
produtivo, acolhida por nossos Tribunais, haja vista que não é razoável que se
acrescente na conta do consumidor o desgaste e o tempo perdido para resolver um
problema ao qual ele não deu causa, e que, por certo, poderia ter sido evitado ou até
mesmo atenuado, se a empresa requerida fosse mais diligente na prestação de seu
serviço.
VII – DO PEDIDO
34. Posto isso, é a presente para requerer a Vossa Excelência o que segue:-
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36. Dá-se à presente causa, para os efeitos fiscais, o valor de R$
20.000,00 (vinte mil reais).
Pede Deferimento.