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EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUIZA DE DIREITO DO JUIZA-

DO ESPECIAL CÍVEL DA CIDADE E COMARCA DE ALTOS – ESTADO DO


PIAUÍ

IEUSA CRUZ MESQUITA, pessoa física de direito privado, brasileira,


di-vorciada, do lar, portadora da Cédula de Identidade RG de nº 1.592.515-
SSP/PI e do CPF de nº 817.657.973-49, residente e domiciliada na cidade de
Altos – Es-tado do Piauí, na Rua Oswaldo Cruz, nº 512, bairro Maravilha, Cep.
de nº 64290-000, através de seu procurador e advogado, abaixo assinado,
procuração junta (doc. nº 01), de conformidade com os artigos 14 e 22 do
Código de Defesa do Consumidor, c/c as disposições contidas na Resolução
Normativa nº 482/2012, atualizada em 25/05/2017 e demais normais legais
pertinentes, vem, respeitosa-mente, à presença de Vossa Excelência, ajuizar a
presente

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER, C/C INDENIZAÇÃO


POR DANOS MORAIS E PEDIDO DE TUTELA
PROVISÓRIA DE URGÊNCIA
em face de EQUATORIAL PIAUÍ – DISTRIBUIDORA DE ENERGIA S/A,
em-presa distribuidora de energia elétrica estabelecida na Rua João Cabral, nº
730, Centro/Sul, na cidade de Teresina – Estado do Piauí, Cep. nº 64001-030,
porta-dora do CNPJ de nº 06.840.748/0001-89, pelos motivos de fato e de
direito a se-guir aduzido:-

I – DA GRATUIDADE
DE JUSTIÇA

1. Conforme preceitua a Lei nº 1.060/50, requer-se a concessão da gratui-


dade da justiça, haja vista não possui a autora, atualmente, condições
financeiras de arcar com as despesas do presente processo, sem prejuízo de
seu próprio sustento e de sua família, conforme declaração de hipossuficiência
que segue a-nexa a esta (doc. nº 02).

II – DA INVERSÃO DO
ÔNUS DA PROVA

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2. A hipótese em apreço refere-se a uma relação de consumo, regulada
pelo Código de Defesa do Consumidor, devendo, pois, o ônus da prova ser
invertido
em favor da autora, quer por ser a parte hipossuficiente nesta relação, quer
por
se considerar ser verossímil a sua alegação, tudo de acordo com o artigo 6º,
inciso VIII, do Código de Defesa do Consumidor.
III – DOS FATOS E
DO DIREITO

3. A autora, por não mais suportar os altíssimos valores da energia elétrica,


contratou a empresa SOLSTAR – COMÉRCIO E SERVIÇOS DE ENERGIA
SO-LAR FOTOVOLTAICA S/A para fazer a instalação na unidade
consumidora de nº 3757641, que abastece de energia elétrica a sua residência
situada nesta cida-de (doc. nº 03), de uma usina solar fotovoltaica (energia
solar), tudo de confor-midade com o anexo Contrato de Compra e Venda de
Bens, firmado pelas partes em data de 26 de julho de 2022 (doc. nº 04).
4. Para pagamento àquela mencionada empresa pelos serviços de
instalação de referida usina fotovoltaica em sua residência, a autora, em data
de 27 de julho de 2022, realizou um financiamento junto ao Banco BV, no
montante de R$ 17. 959,71 (dezessete mil, novecentos e cinquenta e nove
reais e setenta e um cen-tavos), para pagamento em 60 (sessenta) parcelas,
iguais e consecutivas, cada qual no valor de R$ 542,17 (quinhentos e quarenta
e dois reais e dezessete cen-tavos), com carência de 120 (cento e vinte) dias,
vencendo-se a primeira em 23 de novembro de 2022, de acordo com o Extrato
Detalhado que ora se junta (doc. nº 05).
5. O prazo de carência de 120 (cento e vinte) dias concedido pelo
estabeleci-mento bancário trata-se de uma flexibilização do pagamento do
empréstimo a fim de que, nesse prazo, concomitantemente com a aquisição e
instalação do sis-tema (doc. nº 06), fosse concluída a homologação do projeto
junto à distribuidora de energia ora requerida para garantir que o sistema de
geração distribuída da autora fique conectado à rede elétrica, quanto, então,
passa a dar-se a compen-sação entre a energia que a unidade consumidora da
autora produz e a que é in-serida no sistema de distribuição.

6. Dessa forma, toda energia produzida, mas não utilizada, poderá ser
rever-tida em créditos energéticos. Esses créditos ficarão disponíveis na
concessionária, podendo ser utilizados em um período de até 60 (sessenta)
meses, os quais po-dem ser úteis em dias nublados ou períodos noturnos, por
exemplo, em que não há produção de energia pelos sistemas fotovoltaicos.

7. A homologação é um procedimento padrão em que a concessionária de


energia elétrica verifica se o sistema fotovoltaico ou outro a ser instalado possui
as especificações de acordo com as normas técnicas.

8. Nos termos da Resolução Normativa nº 482/2012, atualizada em 25/05/


2017, da ANEEL, que estabelece um prazo final total de 34 DIAS para

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instalação e funcionamento do sistema de microgeração, são as seguintes as
etapas do pro-cesso de homologação de energia solar:
a) Solicitação de Conexão: o consumidor titular deve solicitar acesso à
rede de distribuição local;
b) Parecer de Acesso (Análise do Projeto pela Concessionária) : em até
15 dias a concessionária avalia o projeto técnico do imóvel para
auto-
rizar a instalação;
c) Instalação do Sistema Fotovoltaico: inicia-se o processo de
instalação do sistema de energia solar;
d) Solicitação de Vistoria Técnica: é solicitada a vistoria técnica por
parte da empresa responsável pela instalação;
e) Realização da Vistoria Técnica: em até 7 (sete) dias a equipe técnica
da concessionária deverá realizar a avaliação do projeto instalado;
f) Envio do Relatório e Ajustes de Pendências: envio do relatório com
observações sobre o sistema e solicitação de ajustes, caso
necessário;
g) Homologação do Uso do Sistema de Energia Solar: troca do medidor
(relógio) do imóvel por um bidirecional, permitindo a geração de
ener-gia solar fotovoltaica.

9. Na espécie, as etapas dos itens a e b acima referenciados, foram


cumpri-das sem maiores contratempos, dentro dos prazos fixados, tanto assim
que o Pa-recer de Acesso foi emitido pela concessionária requerida em 1º de
setembro de 2022 (doc. nº 07), possibilitando que a empresa contratada pela
autora desse i-nício à instalação de seu sistema fotovoltaico (sistema de
energia solar), a qual foi concluída em tempo recorde, no dia 11 de setembro
de 2022.
10. Como consequência direta da instalação do sistema de energia solar em
sua residência, foi dado cumprimento a etapa seguinte do processo de
homologa-ção em referência, no caso a solicitação da realização da vistoria
técnica no sis-tema, o que se deu em data de 12 de setembro de 2022,
conforme Protocolo de Atendimento nº 20220909002482835 em anexo (doc. nº
08).

11. Tal fato, para alegria da autora, foi-lhe comunicado pela empresa por
ela contratada para a instalação no dia imediato, ou seja, em data de 13 de
setembro de 2022, conforme cópia anexa do e-mail enviado (doc. nº 09).
Enfim, faltavam poucos dias para o seu sistema entrar em funcionamento, pois
o prazo fixado pela Resolução Normativa nº 482/2012, atualizada em
25/05/2017, para a reali-zação de dita vistoria era de apenas 07 (SETE) DIAS.
12. Como alegria de pobre dura pouco, o prazo de SETE DIAS transcorreu
sem que fosse realizada a vistoria solicitada, o que provocou a reiteração do
pe-dido em datas de 23 de setembro de 2022 e 12 de outubro de 2022,
conforme recibos de seus protocolos, respectivamente de nº
20220922002523083 e de nº 20221011002578827, ora anexados (doc. nº 10).

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13. Esses novos pedidos, injustificadamente, resultaram infrutíferos, o que
motivou fosse apresentada à Ouvidoria da ANEEL uma Reclamação contra a
con-cessionária, datada de 21 de outubro de 2022, conforme Registro de
Solicitação de Ouvidoria nº 010.437.88622-85 (doc. nº 11), tentativa que
também, até o presente momento, não apresentou qualquer resultado.

14. Por fim, como todas essas tentativas de solução do problema


resultaram estéreis, a autora resolveu procurar presencialmente a
concessionária demanda-da, em seu escritório situado na Capital de nosso
Estado, o que se deu em data de 08 de novembro de 2022, conforme Protocolo
nº 965836 anexo, providência que também resultou infrutífera, posto que o
setor de atendimento da empresa requerida se omitiu de fornecer qualquer
informação a respeito do processo da autora, haja vista que, conforme
prospecto que lhe foi entregue nessa ocasião, qualquer informação só poderia
ser-lhe fornecida de maneira virtual, o que, pelo histórico de tentativas
anteriores, seria de somenos importância (doc. nº 12).

15. Evidente, mais que evidente, que essa situação não pode perdurar, em
se considerando que a concessionária requerida aprovou o projeto do sistema
de microgeração da autora em 1º de setembro de 2022, inclusive com adesão
desta última ao Sistema de Compensação de Energia Elétrica fornecida pela
requerida, conforme documentação que acompanha esta inicial.

16. É sabido que o serviço de instalação do sistema de microgeração de


energia, como já se falou, é regulado pela Resolução Normativa nº 482/2012,
atualizada em 25/05/2017, que estabelece que o prazo final total para
instalação do sistema de microgeração é de, no máximo, 34 DIAS, não se
entendendo, pois, porque a vistoria solicitada várias vezes até hoje não foi
feita, quando a lei fixa em 7 (sete) dias o prazo para a sua realização, sendo
que se já está a completar um ciclo de quase 90 DIAS sem que se conclua o
processo de homologação da energia solar da autora.

17. Nesse ponto, impõe dizer que, conforme observação encontrada no


site da empresa requerida, se a referida vistoria não for solicitada e realizada
no prazo de 120 DIAS, a contar da emissão do Parecer de Acesso, perderá a
autora as condições de acesso nele estabelecidas (doc. nº 13), donde se torna
ainda mais injusti-ficável a demora em sua conclusão, advindo, assim, desses
fatos, o constrangi-mento ilegal que está sendo imposto à requerente.

18. Constrangimento que se avulta ainda mais quando a concessionária


sem nenhuma justificativa está deixando de efetuar a ligação do sistema da
autora à rede elétrica, tornando, com isso, acéfalo, um equipamento caríssimo,
sem se falar que não está sendo feita compensação alguma com a energia que
deveria estar sendo produzida pelo equipamento dela autora, que está sendo
obrigada a arcar com o pagamento dos altos custos da energia elétrica, além
do pagamento das parcelas do financiamento bancário dos painéis solares que
instalou, con-forme extrato anexo.

19. Assim, diante de tal conduta extremamente abusiva, constrangedora e


unilateral, não restou outra alternativa à autora senão recorrer ao Judiciário

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com vistas a que a parte reclamada providencie, de imediato, a conclusão dos
serviços necessários para o funcionamento do sistema de microgeração da
autora, além de ser condenada ao pagamento de uma indenização por danos
morais também em razão do desvio produtivo de que foi cometido a autora,
como articulado nos itens sub-sequentes.

IV – DA ANTECIPAÇÃO
DA TUTELA

20. Requer-se a Vossa Excelência, destarte, a concessão da tutela jurídica


antecipada, no sentido de intimar a empresa requerida para que providencie
ime-diatamente a realização da vistoria técnica na sistema de energia solar da
autora, com a consequente homologação de seu projeto de energia solar, ao
entendi-mento de que, como já demonstrado, a Requerente vem sofrendo
prejuízos irre-paráveis ou de difícil reparação, tornando-se necessário lhe seja
deferido o pe-dido antecipatório.

21. Neste caso, os requisitos para a concessão do pedido formulado são a


existência de plausibilidade do direito afirmado pela autora ( fumus boni iuris) e
a irreparabilidade ou difícilima reparação desse mesmo direito ( periculum in
mo-ra).

22. O fumus boni iuris (fumaça do bom direito) pode ser comprovado, além
da legislação aplicável ao caso, já referenciada), também pelos comprovantes
de protocolos dos constantes e reiterados pedidos de vistoria efetivados desde
ainda o mês de setembro de 2022, assim como pelo Parecer de Acesso emitido
pela concessionária requerida e demais documentos anexados aos autos.

23. O periculum in mora, de seu lado, advém da paralisação de um equipa-


mento, de custo altíssimo para as posses da autora, que há quase 90 DIAS se
encontra acéfalo, sem qualquer utilização, sujeito à deterioração, pois a falta de
uso também danifica equipamentos; da não compensação da energia que seu
e-quipamento deveria estar gerando, reduzindo sobremaneira o valor da fatura
de sua unidade consumidora de energia elétrica, hoje de alto custo, sem se
falar que as prestações do financiamento bancário feito para aquisição do
sistema de energia solar já começaram a se vencer, como se comprova por
cópia de boleto vencido nesta data (doc. nº 14).

24. Além disso, conforme consta no site da empresa requerida, se


a vistoria técnica não for realizada no prazo máximo de 120 DIAS
após a emissão do Parecer de Acesso, que, no caso da autora, se deu
no dia 1º de setembro de 2022, perderá ela as condições de conexão
estabe-leci-das no Parecer de Acesso, dentre elas e, principalmente, a
ISENÇÃO DE TRIBUTOS PARA CONSUMIDORES QUE UTILIZAM A
ENERGIA SOLAR e que foi retirada pela Lei nº 14.300, de 6 de janeiro
de 2022, e que prevê cobrança gradativa de impostos para quem
instalar estruturas de ener-gia solar a partir de janeiro de 2023 (doc.
nº 15).

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25. Ressalta-se, Senhora Juíza, que as provas ora apresentadas são
idôneas, consoante as alegações pontificadas neste petirório e assinalam de
modo incon-troverso o direito da autora, não se podendo esquecer que o
fundado receio de dano irreparável é latente.

26. Nestas condições, requer de Vossa Excelência seja deferida a tutela de


urgência, independentemente de caução e justificação prévia, nos termos do
art. 300 do Código de Processo Civil, a qual deverá ser cumprida no prazo de
72 (setenta e duas) horas, para determinar que a parte requerida providencie,
no que lhe couber, a conclusão dos serviços necessários para o funcionamento
do sistema de microgeração da autora ( vistoria técnica, homologação do uso
do sis-tema de energia solar etc), sob pena de multa diária de R$ 500,00
(quinhentos
reais).
V – DA INDENIZAÇÃO
POR DANOS MORAIS

27. No caso em tela evidencia-se o ato ilícito praticado pela requerida,


consu-bstanciado no art. 186 do Código Civil Brasileiro, que define ato ilícito:
“Art. 186. Aquele por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete
ato ilícito.”
28. Evidencia-se a conduta ilícita da concessionária requerida à medida que
a mesma nega-se a realizar o serviço de sua competência e responsabilidade,
causando prejuízos à autora, que está impossibilitada de utilizar em toda a sua
plenitude o sistema de energia solar em questão.

29. De acordo com a Resolução Normativa nº 482/2012 – atualizada em


25/05/2017, o prazo final total para instalação do sistema de microgeração é
de, no máximo, 34 DIAS, sendo que esse prazo e outros estão detalhados na
Tabela 2 da Seção 3.7 do Módulo 3 do PRODIST – ANEEL.
30. No presente caso, o Parecer de Acesso foi emitido em 1º de setembro
de 2022, ficando pendente, para conclusão do processo de homologação do
sistema de energia solar da autora, apenas da realização da vistoria técnica,
que até o momento do ajuizamento desta ação ainda não foi realizada, não
obstante inúmeras tentativas, como se acha exaustivamente comprovado, com
o que se constata que de há muito se acha ultrapassado aquele prazo de 34
DIAS previsto na norma regulamentar, causando dano moral ao consumidor.
31. A responsabilidade das prestadoras de serviço público é objetiva, de
a-cordo com os artigos 14 e 22 do Código de Defesa do Consumidor. Assim, ha-
vendo excessiva demora na concretização da instalação do sistema de energia
solar, mesmo após reclamação administrativa, cuida-se de dano moral indeni-
zável, cujo valor deve ser fixado por este Juízo de acordo com os parâmetros
es-tabelecidos na legislação.

32. A jurisprudência mais atualizada não discrepa desse entendimento:

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“RECURSO INOMINADO – RELAÇÃO DE CONSUMO – SERVIÇO
DE
FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA – PEDIDO DE
INSTALAÇÃO
DO SISTEMA DE MICROGERAÇÃO (PLACAS SOLARES) –
APROVAÇÃO
DO PEDIDO – REGULAMENTAÇÃO PELA RESOLUÇÃO NORMATIVA

482/2012 – PREVISÃO DE CONCLUSÃO NO PRAZO DE 34 DIAS –
DE-
MORA EXCESSIVA – PLEITO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER E DANO
MO-
RAL – SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA – INSURGÊNCIA DA
PROMOVIDA – TESE DE AUSÊNCIA DE ATO ILÍCITO E AUSÊNCIA
DE
DANO MORAL – DEMORA COMPROVADA – VIOLAÇÃO DAS
REGRAS
REGULAMENTARES – CONCLUSÃO APENAS APÓS AÇÃO
PROPOSTA
- FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO – DANO MORAL
CONFIGURA-
DO – VALOR RAZOÁVEL – SENTENÇA MANTIDA - RECURSO
DESPRO-
VIDO. O fornecedor de produtos e serviços responde de forma
obje-
tiva e solidária pelos danos causados ao consumidor, nos termos
do
artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor, ainda que se trate
de
concessionária de serviços públicos. O serviço de instalação do
siste-
ma de microgeração de energia é regulado pela Resolução
Normativa
nº 482/2012, atualizada em 25/05/2017, que estabelece que o
prazo
final total para instalação do sistema de microgeração é de, no
máxi-
mo, 34 dias, não incluído o tempo necessário às eventuais
adequaçõ-
es por parte do consumidor. No caso dos autos, o pedido de
ligação
do serviço fora aprovado em 08/11/2019, no entanto o serviço
so-
mente fora concretizado em 26/12/2019, após a propositura da
pre-
sente ação. A responsabilidade das prestadoras de serviço público é
objetiva em razão da má prestação de seu serviço, inteligência dos
artigos 14 e 22, ambos do Código de Defesa do Consumidor, se
tra-
tando de situação de dano moral a ser indenizado, uma vez que
se
trata de serviço essencial, com demora excessiva na concretização

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da instalação, mesmo após reclamação administrativa, sendo
concluí-
da apenas no curso da lide. O valor da indenização por dano
moral
deve ser mantido quando fixado de acordo com os critérios da
pro-
porcionalidade e da razoabilidade. Sentença mantida. Recurso
des-
provido” (TJMS – Turma Recursal Única – Recurso Inominado de

1018611-37.2019.8.11.0001 – Relatora: Desª LUCIA PERUFFO -
Unâ-
nime – Julgado em 18/02/2021).

33. Por fim, nesse particular, é de ser aplicada ao caso a teoria do desvio
produtivo, acolhida por nossos Tribunais, haja vista que não é razoável que se
acrescente na conta do consumidor o desgaste e o tempo perdido para resolver um
problema ao qual ele não deu causa, e que, por certo, poderia ter sido evitado ou até
mesmo atenuado, se a empresa requerida fosse mais diligente na prestação de seu
serviço.

VII – DO PEDIDO

34. Posto isso, é a presente para requerer a Vossa Excelência o que segue:-

a) seja deferida a tutela de urgência ora requerida, para determinar que


a parte reclamada providencie, no que lhe couber, a conclusão dos serviços ne-
cessários para o funcionamento do sistema de energia solar da autora, com a
realização da vistoria técnica no prazo de 72 (setenta e duas) horas, sob pena
de multa diária de R$ 500,00 (quinhentos reais);

b) a concessão da gratuidade da justiça, nos termos em que já


requerido;

c) a citação da requerida para que tome conhecimento dos termos da


presente, e, querendo, apresente a sua defesa no momento processual
oportuno, sob pena da aplicação da pena de revelia com a confissão ficta da
matéria de fa-to;

d) a inversão do ônus da prova, na forma de estilo requerida prefacial-


mente, de acordo com o artigo 6º, inciso VIII, do CDC;

e) a condenação da parte requerida a pagar à parte autora a quantia de


R$ 15.000,00 (quinze mil reais), a título de danos morais, acrescida de correção
monetária a partir desta data (Súmula 362 do STJ), e juros de mora de 1% (um
por cento) ao mês, sem capitalização, a partir da citação

f) sejam julgados procedentes os pedidos autorais, com a manutenção


da tutela de urgência concedida, quando da sentença final.

35. Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, inclusive


depoimentos pessoais, sob pena de confissão.

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36. Dá-se à presente causa, para os efeitos fiscais, o valor de R$
20.000,00 (vinte mil reais).

Pede Deferimento.

ALTOS (PI), 23 de novembro de 2022

JOSÉ GIL BARBOSA JÚNIOR


ADVOGADO

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