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Livre distribuição
( Ação Cautelar Preparatória – CPC, art. 796 c/c art. 800 )
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contra EMPRESA X BRASIL INTERNET LTDA, pessoa jurídica de direito privado,
estabelida na Av. Y, nº. 0000, em São Paulo(SP) – CEP nº. 33444-555, inscrita no
CNPJ(MF) sob o nº. 33.444.555/0001-66, em decorrência das justificativas de ordem fática e
de direito abaixo delineadas.
(2) – DO DIREITO
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judicial, quando não teria ingerência sobre dados mantidos nos servidores das empresas
Google Inc e Google Internacional LLC, ambas localizados nos Estados Unidos da América.
A propósito:
(…)
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VIII – a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou
administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil
(art. 88, parágrafo único);
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origem, cumprindo o duplo grau de jurisdição, se mostre teratológico, por irrisório
ou abusivo.
3.- Inocorrência de teratologia no caso concreto, em que, para a demora na
retirada de publicação de material ofensivo em perfil falso no Orkut foi fixado, em
23.11.2011, o valor da indenização em R$ 15.000,00 (quinze mil reais) a título de
dano moral, consideradas as forças econômicas da autora da lesão. 4.- Agravo
Regimental improvido. (STJ
(STJ - AgRg-AREsp 243.716; Proc. 2012/0218192-8; RS;
Terceira Turma; Rel. Min. Sidnei Beneti; Julg. 27/11/2012; DJE 18/12/2012)
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2. Recurso da autora Responsabilidade civil pelos danos morais sofridos pela
vítima que não pode ser afastada Réu que não tem responsabilidade sobre os
dados inseridos em seu site de relacionamento Responsabilidade que nasce,
porém, no momento em que, cientificado do conteúdo ofensivo de perfil
notadamente falso, deixa de tomar as devidas providências Réu que se manteve
inerte por, aproximadamente, 1 (um) ano Evidentes danos morais decorrentes de
sua conduta Condenação ao pagamento de indenização no valor equivalente a R$
50.000,00, com correção monetária a partir do arbitramento e incidência de juros
legais a partir do evento danoso Réu, ademais, que deverá suportar integralmente
os ônus da sucumbência, nos termos da Súmula nº 326 do Colendo Superior
Tribunal de Justiça Honorários advocatícios fixados em 15% do valor da
condenação.
3. Negado provimento ao recurso do réu e provido o recurso da autora".(V.
11608). (TJSP
(TJSP - APL 0144738-34.2007.8.26.0100; Ac. 6361381; São Paulo; Terceira
Câmara de Direito Privado; Relª Desª Viviani Nicolau; Julg. 27/11/2012; DJESP
17/12/2012)
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Saliente-se, por oportuno, que o desenvolvimento desta ação
deve seguir o prisma da Legislação Consumerista, visto que a relação em estudo é de
consumo indireto, aplicando-se, maiormente, a inversão do ônus da prova(CDC, art. 6º, inc.
VIII).
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Frise-se, assim, que a expressã o utilizada pelo art. 3º do CDC para incluir
todos os serviços de consumo é “mediante remuneraçã o”. O que significaria
esta troca entre a tradicional classificaçã o dos negó cios como “onerosos” e
gratuitos por remunerados e nã o-remunerados? Parece-me que a opçã o pela
expressã o “remunerado” significa uma importante abertura para incluir os
serviços de consumo remunerados indiretamente, isto é, quando nã o é o
consumidor individual que paga, mas a coletividade (facilidade diluído no
preço de todos) ou quando ele paga indiretamente o “benefício gratuito” que
está recebendo. A expressã o “remuneraçã o” permite incluir todos aqueles
contratos em que for possível identificar, no sinalagma escondido
(contraprestaçã o escondida), uma remuneraçã o indireta do serviço de
consumo.
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Neste sentido apresentamos o seguinte julgado, proveniente do
Egrégio Superior Tribunal de Justiça:
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conteúdo, de modo que não se lhes aplica a responsabilidade objetiva prevista no
art. 927, parágrafo único, do CC/02.
5. Ao ser comunicado de que determinado texto ou imagem possui conteúdo
ilícito, deve o provedor agir de forma enérgica, retirando o material do AR
imediatamente, sob pena de responder solidariamente com o autor direto do
dano, em virtude da omissão praticada.
6. Ao oferecer um serviço por meio do qual se possibilita que os usuários
externem livremente sua opinião, deve o provedor de conteúdo ter o cuidado de
propiciar meios para que se possa identificar cada um desses usuários, coibindo o
anonimato e atribuindo a cada manifestação uma autoria certa e determinada.
Sob a ótica da diligência média que se espera do provedor, deve este adotar as
providências que, conforme as circunstâncias específicas de cada caso, estiverem
ao seu alcance para a individualização dos usuários do site, sob pena de
responsabilização subjetiva por culpa in omittendo.
7. O montante arbitrado a título de danos morais somente comporta revisão pelo
STJ nas hipóteses em que for claramente irrisório ou exorbitante. Precedentes.
8. Recurso Especial a que se nega provimento. (STJ
(STJ - REsp 1.192.208; Proc.
2010/0079120-5; MG; Terceira Turma; Relª Minª Nancy Andrighi; Julg.
12/06/2012; DJE 02/08/2012)
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luz da Legislação Substantiva Civil, Constituição Federal, assim como ajoujado ao Código
de Defesa do Consumidor.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
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Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
[...]
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de
sua violação;
violação;
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“O dispositivo acrescenta a difamaçã o, que sempre se entendeu como
possibiltadora de indenizaçã o, completando a trilogia referente aos clá ssicos
crimes contra a honra. Sob o aspecto criminal, que define essas três condutas
puníveis, caluniar alguém é imputar-lhe falsamente fato definido como crime
(art. 138 do CP). A difamaçã o é a imputaçã o de fato ofensivo à reputaçã o da
vítima (art. 139 do CP). Esse fato deronsoso pode ser verdadeiro ou não,
bastando a intençã o de difamar. Ao contrá rio da calú nia, nã o se exige que o
ofensor tenha consciência de eventual falsidade da imputaçã o. A injú ria, de
acordo com o art. 140 do Có digo Penal, é a ofensa à dignidade ou decoro.
Nesta ú ltima, o agente ofende a honra subjetiva do ofendido, atingindo seus
atributos morais, sua dignidade, ou físicos, intelectuais ou sociais, seu decoro.“
(VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: Responsabilidade Civil. 12ª Ed. São
Paulo: Atlas, 2012.
2012. Pá g. 337-338)
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De outro importe, esclarecido antes que a natureza do
contrato com o provedor Google é de ordem contratual, com obtenção indireta de
remuneração, o Código de Defesa do Consumidor é aplicável à espécie , abrindo, no caso, a
responsabilidade objetiva do referido provedor.
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Fá bio; MORAIS, Ezequiel; CARAZAI, Marcos Marins. Código de Defesa do
Consumidor Comentado.
Comentado. Sã o Paulo: RT, 2010. Pá g. 147)
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sequestro, etc, de acordo com os arts. 813, e segs.), de sorte que o cabimento
da medida fica a depender do preenchimento do fumus boni iuris e do
periculum in mora genérica e abstratamente previstos no texto (aqui não
existe prederteminaçã o específica do conteú do da medida, nem do interesse
tutelado como acontece com as medidas típicas – v. nota ao Capítulo II).
Observe-se, entretanto, que, seja qual for a medida que se deseje (v. exemplos
referidos na nota ao art. 799), o requerente sempre precisará propor açã o
cautelar inominada. “ (MACHADO, Antô nio Clá udio da Costa. Código de
Processo Civil interpretado e anotado: artigo por artigo, parágrafo por
parágrafo. 4ª Ed. Sã o Paulo: Manole, 2012. p. 1457)
"Para que a parte possa obter a tutela cautelar, no entanto, é preciso que
comprove a existência da plausibilidade do direito por ela afirmado (fumus
(fumus
boni iuris)
iuris) e a irreparabilidade ou difícil reparaçã o desse direito (periculum
(periculum in
mora),
mora), caso se tenha de aguardar o trâ mite normal do processo. Assim, a
cautela visa assegurar a eficá cia do processo de conhecimento ou do processo
de execuçã o (Nery, Recursos, 3.5.2.9, pp. 472/473).” (In
(In,, Có digo de Processo
Civil Comentado e legislaçã o processual civil extravagante em vigor.
vigor. 12ª ed.
Sã o Paulo: RT, 2012. p. 1.327).
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Portanto, os requisitos para alcançar-se uma providência de
natureza cautelar são, basicamente, dois:
I - Um dano potencial, um risco que corre o processo principal de não ser útil ao interesse
demonstrado pela parte, em razão do periculum in mora, risco esse que deve ser
objetivamente apurável;
“Por tal razã o, a concessã o da medida cautelar não pode estar condicionada à
demonstraçã o da existência do direito substancial afirmado pelo demandante,
devendo o Estado-Juiz contentar-se com a demonstraçã o da aparência de tal
direito. Em outros termos, o que se quer dizer é que a tutela jurisdiconal
cautelar deve ser prestada com base em conginiçã o sumá ria, ou que signfica
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dizer que a medida cautelar será deferida ou nã o conforme um juízo de
probabilidade.
Verifica-se, pois, que a tutela jurisdicional cautelar será prestada com base em
cognicaçã o sumária, e não em cogniçã o exauriente (como se dá , como regra,
com a tutela jurisdicional de natureza cognitiva). A exigência de certeza
quanto à existência do direito substancial para que se pudesse prestar a tutela
cautelar tornaria a mesma um instrumento absolutamente inú til. “ (CÂ MARA,
Alexandre Freitas. Lições de direito processual civil.
civil. 19ª Ed. Sã o Paulo: Atlas,
2012, vol. 3, p. 40)
Nesse sentido:
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AGRAVO REGIMENTAL. MEDIDA CAUTELAR PREPARATÓRIA. LIMINAR
CONCEDIDA.
CONCEDIDA. ANÁLISE DE COGNIÇÃO SUMÁRIA.
SUMÁRIA. PRESENÇA DOS REQUISITOS-
RECURSO IMPROVIDO.
O fumus boni iuris encontrase presente na medida em que comprova o agravado
estar na posse do imóvel a ser esbulhado há mais de vinte anos, tendo ali
realizado diversas benfeitorias eventualmente passíveis de serem indenizáveis nos
termos da Lei, circunstância apta a legitimar a oposição dos embargos de terceiros
nos autos da ação principal para fins de averiguação do direito de posse sobre o
imóvel. Do mesmo modo, o periculum in mora se justifica pelos prejuízos a serem
causados caso a carta precatória seja cumprida, por tratar-se de fazenda toda
cercada, com divisões, supostamente com mais 4.500 hectares de pastos
formados com capim artificial, mais de 6.000 cabeças de gado, casas de sede e de
empregados, 15 empregados e suas famílias, além de outras benfeitorias e
estrada de penetração. (TJMS
(TJMS - AgRg 0019465-68.2012.8.12.0000/50000; Campo
Grande; Primeira Câmara Cível; Rel. Des. Divoncir Schreiner Maran; DJMS
30/11/2012; Pág. 30)
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improcedente, na espécie agravo de instrumento, à luz do disposto no art. 557,
caput, e art. 527, I, do CPC;
2. Para tanto, permitese
permitese ao relator isoladamente analisar o próprio meritum
causae recursal;
3. Como se sabe, a tutela cautelar visa resguardar o resultado útil do processo, a
efetividade do provimento jurisdicional final, evitando decisões judiciais inócuas e
inexequíveis;
4. Os requisitos da liminar em tutela cautelar são fumus boni iuris ou a fumaça
do bom direito, em que o julgador, fundado numa cognição sumária e
perfunctória, juízo de mera probabilidade, se convence de que o direito
material que corre perigo provavelmente exista.
exista. O periculum in mora, configura
a situação de urgência derivada do perigo que o tempo necessário para a
concessão da tutela definitiva no caso concreto representa para a efetividade da
proteção jurisdicional, sendo flagrante que não sendo tutelado imediatamente o
direito material, correrá sério e iminente risco de perecer;
5. In casu, o douto Magistrado planicial concedeu a liminar observando os
requisitos em alusão, razão pela qual prescinde de censura a interlocutória ora
vergastada;
6. Ratificação do instrumental neste agravo regimental;
7. Agravo regimental improvido. (TJCE
(TJCE - AG 003253912.2002.8.06.0000/50000;
003253912.2002.8.06.0000/50000;
Oitava Câmara Cível; Relª Desª Maria Iraneide Moura Silva; DJCE 09/11/2012; Pág.
83)
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No caso ora em análise, claramente restaram comprovados,
objetivamente, os requisitos do "fumus boni iuris" e do "periculum in mora", a justificar o
deferimento da medida ora pretendida, sobretudo quanto ao segundo requisito a demora na
prestação jurisdicional ocasionará gravame diário à imagem e à honra da Autora, quando
expostos em site de relacionamento acessível a um número expressivo de pessoas,
maiormente ligados à mesma.
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para a identificação do responsável pela utilização da conta
referida;
(3) – P E D I D O S e R E Q U E R I M E N T O S
POSTO ISSO,
como últimos requerimentos desta Ação Cautelar Inespecífica, a Autora requer que Vossa
Excelência se digne de tomar as seguintes providências:
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tornando-a definitiva, condenando a Ré no ônus de
sucumbência.
AÇÃO CAUTELAR. VALOR DA CAUSA. O VALOR DA CAUSA NA AÇÃO CAUTELAR NÃO SE FIXA À
VISTA DO ART 259 DO CPC, MAS DO ART. 258 QUE O ANTECEDE.
Significando a ação cautelar um minus em relação ao plus que é a ação principal, naturalmente
seu valor não é o que se atribuiria a esta. Recurso da apelante a que se dá parcial provimento
para o fim de reduzir- se o valor da causa fixado em primeiro grau. ( TJSP - APL 9095571-
64.2008.8.26.0000; Ac. 6387690; São Paulo; Décima Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Cesar
Ciampolini; Julg. 27/11/2012; DJESP 08/01/2013)
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Beltrano de tal
Advogado – OAB(SP) 112233
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