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Polícia Penal de Minas Gerais Prof.

Luiz Fernando
Aula 01

Lei nº 11.404/1994 – Norma


de Execução Penal (NEP)
Parte 1/4
Professor: Luiz Fernando
Vasconcelos
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Aula 01

Sumário
2

SUMÁRIO 2

APRESENTAÇÃO DO CURSO 4

PLANO PEDAGÓGICO DIRECIONADO (PPD) 4


INTRODUÇÃO 7

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 8

Execução das medidas privativas de liberdade, restritivas de direito, manutenção e a custódia do preso provisório (art. 1º) 9
Reeducação do sentenciado e à sua reintegração na sociedade (Art. 2º) 10
Garantia dos direitos não atingidos pela sentença ou decisão criminal (art. 3º) 11
O respeito e a proteção aos direitos do homem (art.4º) 12
Estímulo no tratamento reeducativo do preso e responsabilidade do Estado e da comunidade durante a execução da pena
(art. 5º e art.6º) 13
Princípios da isonomia, individualização da pena e da não discriminação durante a execução da pena (art. 7º) 13
DO TRATAMENTO REEDUCATIVO 15

O Tratamento Reeducativo e a sua individualização (art.8º e art.9º) 15


Exame criminológico, classificação e o programa de tratamento do sentenciado (art. 10, 11, 12 e 13) 17
DO TRATAMENTO REEDUCATIVO 18

Observação médico-psicossocial (art. 14 e art.15) 19


Local de realização do Exame Criminológico (art.16) 19
A Equipe de Observação e o Relatório Social de Síntese (art.17 e art.18) 20
DA CLASSIFICAÇÃO DOS PRESOS 21

A Comissão Técnica de Classificação e a sua incumbência (art. 19) 22


Competência opinativa da CTC para a progressão de regime, remição da pena, monitoramento eletrônico, livramento
condicional e indulto (art. 21) 23
A CTC e o programa de tratamento reeducativo (art. 22) 27
O Programa Individual de Tratamento (Art. 23) 28
DOS ELEMENTOS DO TRATAMENTO PENITENCIÁRIO 29

Realização do Tratamento Penitenciário (art. 24) 29


DA INSTRUÇÃO 31

Da instrução na NEP (art. 25 ao art. 38) 33


DO TRABALHO 35

O trabalho do sentenciado (art. 39) 38


Jornada de trabalho do sentenciado e resistência ao trabalho (art. 40 e 41) 41
Classificação para o trabalho (art. 42) 41
Trabalho externo (art. 44) 42
ANTECEDENTES CRIMINAIS 42

Frequência do preso estabelecimento de ensino ou de formação profissional (art. 45) 42


O trabalho externo supervisionado pelo serviço social (Art. 46 e 47) 43
Obrigação de regresso ao estabelecimento penal e sua exceção (art. 48) 44
Comunicação de ocorrências relacionadas a acidentes, faltas graves e evasão (art. 49) 44
Remuneração do preso (Art. 51) 44
Prestação de serviço de cunho pedagógico e previsão de remuneração igual à do trabalhador livre (art. 52) 45
Celebração do contrato de prestação de trabalhos externos pelo Diretor (art. 53) 46

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Distribuição e controle da remuneração do preso (Art. 54) 46


Presos maiores de 70 anos, enfermos e as presas gestantes em estado de puerpério (art. 57) 46
Repouso semanal e descanso de um mês (art. 58 e 59) 47
DA RELIGIÃO 48

Direito a liberdade religiosa (art. 60) 49


DAS ATIVIDADES CULTURAIS, RECREATIVAS E ESPORTIVAS 51

Atividades Culturais, Recreativas e Esportivas (art. 62) 51


DO CONTATO COM O EXTERIOR E DA RELAÇÃO COM A FAMÍLIA 52

Do Contato com o Exterior e da Relação com a Família (art. 65) 53


Direito a visita social e a manutenção dos laços familiares (art. 66) 53
Direito a visita íntima (art. 67) 54
QUESTÕES INÉDITAS COMENTADAS PELO PROFESSOR 56

QUESTÕES INÉDITAS 67

RESUMO DIRECIONADO 71

RESUMO 71

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Apresentação do Curso

Saudações, futuro servidor da execução penal. Quem vos


escreve é o professor Luiz Fernando. Nesta aula estudaremos a Lei
nº 11.404/1994 – Norma de Execução Penal (NEP).
Mas antes, farei uma sucinta apresentação para que você
fique seguro ao saber que o Direção Concursos selecionou para você
um professor que possui domínio e vasta experiência na disciplina
proposta.
Portanto, deixe-me apresentar um pouco da nossa trajetória.
Sou Agente Federal de Execução Penal do DEPEN/MJSP (Policial
Penal Federal – Emenda Constitucional nº 104/19) desde 2017. Mas
antes, também fui Inspetor de Segurança e Administração
Penitenciária (Agepen) da Secretaria de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro – SEAP/RJ de
2008 a 2017, quando, em seguida, assumi o cargo público federal no DEPEN. Há quase 13 anos
trabalhando na execução penal no Brasil, venho acumulando expertise na área e uma vasta experiência
nas ciências criminais e penitenciárias brasileiras. O seu professor já teve a oportunidade de trabalhar em
todos os regimes prisionais previstos no nosso ordenamento jurídico (fechado, semiaberto, aberto e
Regime Disciplinar Diferenciado -RDD). Além disso, destaco que ao longo da carreira busquei diversas
especializações, tais como intervenção penitenciária para a contenção de distúrbios, gerenciamento de
crise, políticas públicas penitenciárias, inteligência penitenciária, entre outros, que também servirão
bastante para clarear os pontos mais complexos da matéria proposta.
Vocacionado aluno, a sua aula se tornará ainda mais produtiva e o conteúdo será didaticamente
mais atraente tanto pela dominância da disciplina que o seu professor possui, quanto pela ministração
do conhecimento que nos fez somar 2 (duas) aprovações na área da execução penal brasileira.
Desta feita, futuro colega, cremos que o nosso Planejamento Pedagógico Direcionado aqui do
Direção Concursos, criado exclusivamente para o seu curso, somatizado aos atributos elencados acima
que nos permitiram um bem-sucedido currículo e aprovações pessoais na área de concursos públicos da
execução penal, colocarão você bem à frente dos demais candidatos. Com isso, a nossa missão aqui é
fazê-lo gabaritar este conteúdo da aula de hoje na sua prova.
Agora que nos conhecemos melhor, faremos a apresentação do nosso Plano Pedagógico
Direcionado e um panorama da proposta do curso.

Plano Pedagógico Direcionado (PPD)

Com o propósito de que você gabarite as questões da NEP na sua prova, instituímos um PPD que
destrinchou e organizou a norma em blocos.

Esta divisão pedagógica e sistemática aqui do Direção Concursos permitirá que a NEP seja estudada
em sua plenitude e em um formato mais didático e producente.

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Nesta aula inicial, bloco I, faremos uma exposição topográfica geral de como a NEP será ministrada.
Vejamos:

Plano Pedagógico Direcionado da NEP


AULA 01
Disposições Preliminares Art. 1º ao Art.7º
Do Tratamento Reeducativo e da Art.8º ao art. 13
Individualização do Tratamento
Da Observação Psicossocial Art. 14 ao art. 18
Da Classificação Art. 19 ao art. 23
Dos Elementos do Tratamento Art. 24 ao art.67
Penitenciário
AULA 02
Da Evolução do Tratamento Art.68 ao art. 70
Dos Estabelecimentos Penitenciários Art.71 ao art.109
Do Regime Penitenciário Art. 110 ao art. 128 – A
TESTE DE DIREÇÃO Art. 1º ao 128 – A
AULA 03
Da Comunicação com o Exterior Art.129 ao art.139
Do Regime Disciplinar Art. 140 ao art.155
Das Recompensas Art. 156
AULA 04
Do Monitoramento Eletrônico Art.156 – A ao art.156 – D
Dos Órgãos da Execução Penal Art. 157 ao art.169
Da Superintendência de Organização Art. 170 ao art.176
Penitenciária; Direção do
Estabelecimento Penitenciário;
Patronato; Conselho da Comunidade
Das Entidades Civis de Direito Art. 176-A ao art.176 – B
Privado sem Fins Lucrativos
Do Pessoal Penitenciário e Diretor de Art. 177 ao art.190
Estabelecimento
Dos Direitos dos Deveres do Art. 191 ao art. 198
Sentenciado e do Preso Provisório
TESTE DE DIREÇÃO Art. 129 ao art.198

O nosso Plano Pedagógico Direcionado (PPD) faz uma explanação sistêmica do conteúdo que
concatena os assuntos interligando-os com outros tópicos cobrados no seu edital, tais como outras leis,
jurisprudências e súmulas dos tribunais superiores etc.

Além disso, o nosso PPD oferece algumas ferramentas importantes para a compreensão e fixação
do conteúdo explorado como, por exemplo, as notas Lei Seca Direcionada (com grifos de destaque),
Direcione a Sua Atenção e Aquecimento Direcionado. Essas notas de destaque de cada tópico
permitirão que você domine o conteúdo da matéria estudada e gabarite as possíveis questões extraídas
de cada tema.

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Feitas as devidas apresentações e considerações, passaremos aos estudos efetivos de umas das
normas mais relevantes para a sua prova, a saber, a Lei nº 11.404/1994 – Norma de Execução Penal de
Minas Gerais que passaremos a denominar de NEP.

AULA 01

Disposições Preliminares Art. 1º ao Art.7º


Do Tratamento Reeducativo e da Art.8º ao art. 13
Individualização do Tratamento
Da Observação Psicossocial Art. 14 ao art. 18
Da Classificação Art. 19 ao art. 23
Dos Elementos do Tratamento Art. 24 ao art.67
Penitenciário

Vale lembrar que, como em todos os nossos cursos no DIREÇÃO CONCURSOS, você poderá
baixar todas as videoaulas e as aulas em PDF para o seu computador, tablet, celular etc. Desta forma
você pode estudar onde, quando e como quiser!
O grande diferencial desse curso consiste no fato de que o seu material é totalmente direcionado
para o perfil profissiográfico do cargo almejado, qual seja, Policial Penal de MG. Portanto, utilizem todas
as ferramentas disponíveis na sua plataforma e mesa de estudos e esclareçam as dúvidas no nosso fórum
de dúvidas. Agora, vamos começar a nossa jornada rumo à sua nomeação no Departamento
Penitenciário de Minas Gerais.

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Introdução

O nascimento da Lei nº 11.404/1994 – Norma de Execução Penal (NEP) encontra fundamento no


art. 24, inc. I, da Constituição Federal de 1988 (CF/88) que versa sobre as competências concorrentes
da União, dos Estados e do Distrito Federal para legislar sobre direito penitenciário. Vejamos abaixo o
dispositivo constitucional em referência:

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico.

Nesse sentido, a própria Lei 7.210/1984 – Lei de Execução Penal (LEP), mesmo sendo uma lei
especial que trata da execução da pena e da matéria penitenciária em geral, transfere para as Unidades
Federativas algumas incumbências específicas para que esses entes legislem sobre determinados temas
relacionados a execução penal.
Vejamos abaixo o que determina o legislador federal de 1984 na LEP em alguns dos seus
dispositivos sobre as competências legislativas dos Estados concernentes a determinadas matérias do
direito penitenciário:

Das Faltas Disciplinares

Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e graves. A LEGISLAÇÃO LOCAL
especificará as leves e médias, bem assim as respectivas sanções.

Das Sanções e das Recompensas

Art. 56. São recompensas:


I - o elogio;
II - a concessão de regalias.
Parágrafo único. A LEGISLAÇÃO LOCAL e os REGULAMENTOS estabelecerão a natureza e a forma de
concessão de regalias.

Do Departamento Penitenciário Local

Art. 73. A LEGISLAÇÃO LOCAL poderá criar Departamento Penitenciário ou órgão similar, com as
atribuições que estabelecer.

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Dos Regimes

Art. 119. A LEGISLAÇÃO LOCAL poderá estabelecer normas complementares para o cumprimento da
pena privativa de liberdade em regime aberto (artigo 36, § 1º, do Código Penal);

Como você deve ter percebido, tanto a CF/88 quanto a lei federal especial (LEP) criam a
possibilidade de o legislador estadual tratar de forma específica sobre determinados assuntos
envolvendo o direito penitenciário.

Desta feita, cada Estado possui a sua própria norma específica que rege à execução penal local.
Lembrado que essas normas estaduais deverão estar em perfeita harmonia com a CF/88 e todas as outras
normas nacionais e internacionais que tratam dessa temática, sob pena de serem consideradas
inconstitucionais.

Portanto, tendo construído esse conhecimento, podemos agora nos debruçar sobre os estudos
da norma estadual, qual seja, a Lei nº 11.404/1994 – Norma de Execução Penal (NEP) do Estado de Minas
Gerais que tratará especificamente dos pormenores da execução da pena do preso sentenciado e
provisório ou que sofre medida de segurança e que se encontra custodiado no sistema penitenciário
mineiro.

Disposições Preliminares

Lei Seca Direcionada

Disposições Preliminares

Art. 1º – Esta lei regula a EXECUÇÃO das medidas privativas de liberdade e restritivas de
direito, bem como a MANUTENÇÃO e a CUSTÓDIA do preso provisório.
Art. 2º – A execução penal destina-se à REEDUCAÇÃO do sentenciado e à sua REINTEGRAÇÃO
NA SOCIEDADE.
§ 1º – A execução penal visa, ainda, a PREVENIR A REINCIDÊNCIA, para proteção e defesa da
sociedade.
(Parágrafo renumerado pelo art. 1º da Lei nº 19.478, de 12/1/2011.)
§ 2º O controle da execução penal será realizado com o auxílio de programas eletrônicos de
computador.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 19.478, de 12/1/2011.)
Art. 3º – Ao sentenciado é garantido o exercício de seus DIREITOS civis, políticos, sociais e
econômicos, exceto os que forem incompatíveis com a detenção ou com a condenação.
Art. 4º – No regime e no tratamento penitenciário serão observados o respeito e a proteção aos
direitos do homem.
Art. 5º – O sentenciado deve ser estimulado a colaborar voluntariamente na execução de seu tratamento
reeducativo.
Art. 6º – O Estado e a comunidade são co-responsáveis na realização das atividades de execução

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penal.
Art. 7º – Na execução penal não haverá distinção de caráter racial, religioso ou político.

Execução das medidas privativas de liberdade, restritivas de direito, manutenção e a custódia do


preso provisório (art. 1º)

Inicialmente, é de suma importância que o estudante possa discernir que no nosso ordenamento
jurídico pátrio (conjunto de leis brasileiras) existem basicamente dois tipos de prisões. Não adentraremos
nos pormenores dos estudos da temática sob a ótica processual penal, pois você enfrentará este tópico
nos estudos do Direito Processual Penal (DPP).

Contudo, nesse momento faremos uma distinção basilar que te ajudará a acertar questões sobre
a NEP e até mesmo de DPP.

Prisão Pena

A prisão-pena é aquela que decorrente do trânsito em julgado de uma sentença penal


condenatória, isto é, aquela que não cabe mais recursos.

Prisão Cautelar/Provisória

Já a prisão cautelar/provisória é aquela segregação social (privação da liberdade) que não tem
caráter punitivo, pois nesse momento da persecução penal (fase de investigação e processo criminal) não
há sentença penal transitada em julgado em desfavor do investigado ou do acusado.

As prisões provisórias serão medidas excepcionais impostas pelo Estado, com natureza de cautela
sempre que forem necessárias para:

I - garantia da ordem pública, da ordem econômica (art. 312, caput do CPP);


II - por conveniência da instrução criminal (art. 312, caput do CPP); ou
III - para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e
indício suficiente de autoria (art.312, caput do CPP); e
IV - Descumprimento de obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art.
312, parágrafo único do CPP; art. 319).

As legislações pátrias que determinam as regras das prisões cautelares se encontram no Código
de Processo Penal (CPP) e na Legislação Processual Penal Especial.

No art. 1º da NEP o legislador estadual deixa claro que a norma regulará os termos e aplicações
tanto das Prisões-Penas, quanto das Prisões-Cautelares/Provisórias impostas aos presos que se
encontram sob custódia em TODOS os estabelecimentos penais do Estado de Minas Gerais que
compõem o sistema penitenciário mineiro. Importante ressaltar que, no que couber, a NEP também
servirá como norma reguladora das medidas de segurança (aos inimputáveis ou semi-imputáveis)
determinadas pela justiça.

Portanto, para a sua prova você deve lembrar que ao preso sentenciado (condenado), provisório
(sem sentença penal condenatória transitada em julgado), nacional (com qualquer naturalidade

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interestadual) e estrangeiro que estejam sob custódia em qualquer estabelecimento penal mineiro serão
alcançados pelas determinações desta NEP.

Direcione a sua atenção

Você sabia que cada Estado – Membro e a União possuem o seu próprio regulamento
penitenciário local em conformidade e obediência a CF/88, a LEP e aos intrumentos
internacionais?

À exemplo, podemos citar o Regulamento Penitenciário Federal (RPF), aprovado pelo Decreto
nº 6.049/2007 que regulamenta o Sistema Penitenciário Federal (SPF). Veja o que preconiza os art. 1º
e 2º do Anexo do Decreto nº 6.049/2007:

Art. 1o O Sistema Penitenciário Federal é constituído pelos estabelecimentos penais federais,


subordinados ao Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça.

Art. 2o Compete ao Departamento Penitenciário Nacional, no exercício da atribuição que lhe


confere o parágrafo único do art. 72 da Lei no 7.210, de 11 de julho de 1984 - Lei de Execução Penal, a
supervisão, coordenação e administração dos estabelecimentos penais federais.

No Direção Concursos você sabe mais, você sabe tudo.

Reeducação do sentenciado e à sua reintegração na sociedade (Art. 2º)

Ao contrário do que se pensa popularmente, o principal objetivo da execução penal no Brasil


não é o de castigar o criminoso, mas sim reintegrá-lo a sociedade.

Neste ponto, destacamos que o Brasil adotou o sistema progressivo e polifuncional da pena, isto
é, a penalidade tem tríplice função, quais sejam:

I – retributiva;
II – preventiva; e
III – reeducativa.

A pena é retributiva, porque se materializa numa resposta dada pelo Estado por meio da sanção
penal imposta ao indivíduo que transgrediu a norma penal (ius puniendi), a qual impõe a execução de uma
penalidade por via do aparelho repressivo do Estado em sede de execução penal. Mas o art.2º da NEP
omite essa propositura, portanto, cuidado com as assertivas na sua prova.

O caráter preventivo da pena tem como escopo a conscientização da coletividade (sociedade) e


do próprio condenado (prevenção da reincidência) frente ao pensamento de alerta diante da
possibilidade de culminação da pena privativa de liberdade ou restritiva de direito para o sujeito que
pratica algum tipo de infração penal. Além disso, o Estado previne a prática de outros delitos quando
segrega do convívio social a figura do delinquente.

E, por fim, o propósito mais latente da execução da pena estampado no caput do art. 2º da NEP é
o REEDUCATIVO. Fique atento e este desígnio do caput do art. 2º, pois ele regerá todos os outros

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dispositivos da NEP e, sem dúvida, é um dos artigos de maior relevância para a sua prova. Isso porque
no campo da execução penal brasileiro, além do fiel cumprimento das disposições da sentença ou da
decisão criminal (art.1º da Lei 7.210/194 da LEP – objetivos da execução penal), busca-se de forma
preponderante a ressocialização do condenado, a fim de reintegrá-lo ao futuro convívio social após o
cumprimento da pena.

Controle da execução penal com o auxílio de programas eletrônicos de computador (§ 2º do art.2º)

O § 2º do dispositivo em comento determina que o controle da execução penal será realizado com
o auxílio de programas eletrônicos de computador, isto é, contará com as modernizações e inovações
tecnológicas com o fito de alcançar serviços e fiscalizações penais eficientes.

Garantia dos direitos não atingidos pela sentença ou decisão criminal (art. 3º)

No art. 3º da NEP o legislador estadual buscou inspiração no art.3º da LEP. Vejamos a literalidade
do caput da referida da lei federal:

Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidos pela sentença ou
pela lei.

E por que o legislador estadual replica essa mesma determinação consignada na LEP? Fique
atento a esta remissão, aluno.

Essa repetição das normas ocorre porque todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela
lei ficarão preservados durante a execução da pena, ou seja, serão garantidos ao condenado e ao
internado, vedada qualquer distinção de natureza racial, social, religiosa ou política (vide o art. 5º da
Constituição Federal de 1988 – CF/88).

Direcione a sua atenção

Direitos políticos dos presos

No que tange aos direitos polítcos do preso, vale lembrar que as pessoas presas em razão de
decisões cautelares não foram condenadas, motivo pelo qual NÃO têm os seus direitos políticos
suspensos.
O TSE, inclusive, já determinou a instalação de Seções Eleitorais em estabelecimentos penais e
unidades de internação de adolescentes a fim de que essas pessoas possam exercer seu direito a voto.
Cumpre ressaltar que os condenados, em geral, têm seus direitos políticos SUSPENSOS.

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Aquecimento direcionado

Questão INÉDITA

O preso condenado por crime hediondo ou equiparado terá o seu direito político cassado, mas
preservará os seus direitos civis, sociais e econômicos durante o cumprimento da pena, exceto os que
forem incompatíveis com a detenção ou com a condenação.

Gabarito: ERRADO (art. 3º da NEP).

O respeito e a proteção aos direitos do homem (art.4º)

O art. 4º da NEP faz uma clara remissão a um documento internacional de Direitos Humanos, qual
seja, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que delineia os direitos humanos básicos e que foi
adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 10 de dezembro de 1948.

A garantia da dignidade da pessoa humana privada da liberdade é um dever do Estado e direito


do preso.

Direcione a sua atenção

Documentos internacionais de Direitos Humanos internalizados no nosso ordenamento

Além da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 da ONU, o Brasil é signatário de
outros documentos internacionais de Direitos Humanos que foram internalizados no nosso
ordenamento pátrio (conjunto de leis) e que exercem forte influência na execução penal nacional.

Nessa seara podemos citar as Regras de Mandela que tem como propósito ampliar o respeito à
dignidade dos presos, garantir o acesso à saúde e o direito de defesa, regulando punições disciplinares,
tais como o isolamento solitário e a redução de alimentação (Assembleia Geral da ONU em outubro de
2015).

Lembremos também das Regras de Bangkok também da ONU, que foi o primeiro marco
normativo internacional a abordar a problemática da mulher infratora privada da liberdade. Esse
documento traça diretrizes para o tratamento de mulheres presas e de medidas não privativas de
liberdade para mulheres que praticaram infração penal.
E, por último e não menos importante, citamos o Pacto de São José da Costa Rica de 1969 da
Organização dos Estados Americanos (OEA), que há cinco décadas fora assinado pelos países-
membros da OEA durante a Convenção Americana de Direitos Humanos (CADH) – na cidade de San
José da Costa Rica. Esse documento entrou em vigor no Brasil em 25 de setembro de 1992, com a
promulgação do Decreto Federal nº 678/1992, e se tornou um dos pilares da proteção dos direitos
humanos no país ao consagrar direitos políticos e civis, bem como os relacionados à integridade pessoal,
à liberdade e à proteção judicial.
Aqui no Direção você sabe mais, você sabe tudo.

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Estímulo no tratamento reeducativo do preso e responsabilidade do Estado e da comunidade


durante a execução da pena (art. 5º e art.6º)

Durante a permanência do preso em qualquer estabelecimento penal mineiro o Estado deverá


propiciar ao preso sentenciado (condenado) estímulos e meios para que o reeducando se sinta
motivado a colaborar voluntariamente na execução de seu tratamento reeducativo. Isso será possível
pela garantia de direitos ao preso, estabelecimento e controle de deveres ao apenado e por meio do
fomento e implementação de políticas públicas penitenciárias eficientes de ressocialização.

O Estado e a própria comunidade, lugar para onde o preso retornará após o cumprimento da
pena, são responsáveis pela elaboração, efetivação e controle das atividades da execução da pena.

Princípios da isonomia, individualização da pena e da não discriminação durante a execução da penal


(art. 7º)

O princípio de isonomia está implícito, isto é, subentendido e tácito no art.7º da NEP e, por essa
razão, falaremos um pouco sobre ele e seus desdobramentos na execução da pena. Cumpre destacar que
o conhecimento do princípio da isonomia é muito cobrado em provas de concursos públicos, por isso não
podemos negligenciá-lo.
Este princípio está consagrado no caput do art. 5º, CF/88. A isonomia quer dizer igualdade — de
acordo com a morfologia "iso" é igual e "nomia" lei.
Para o Direito, grosso modo, a isonomia significa igualdade de todos perante a lei. Nesse mesmo
sentido, há também o princípio da igualdade.
Podemos conceituar a isonomia prevista na CF/88 como um mecanismo garantidor de que todos
os cidadãos são iguais perante a lei, sendo que, no mesmo sentido, os iguais devem ser tratados de
maneira igualitária e os desiguais devem receber o tratamento desigual na medida da sua
desigualdade.
Nesse esteira de raciocínio, o art. 7º da NEP, em concordância com o preceito constitucional,
determina que o tratamento do preso no sistema penal mineiro deverá obedecer ao princípio da
isonomia.
Existem outros princípios constitucionais norteadores da execução da pena. Como exemplo
temos o princípio constitucional da individualização da pena, o qual preconiza que os presos devem ser
classificados de acordo como os seus antecedentes e personalidade, a fim de orientar o devido
programa individualizador da pena (vide o inciso XLVI do art. 5º da CF/88 c/c o art. 5º da LEP).

Portanto, podemos afirmar que juntamente com a observância do princípio da isonomia, a


execução penal guiar-se-á também pelo da individualização da pena.

Somado aos princípios constitucionais analisados acima chegamos ao princípio da não


discriminação, esse expresso no caput do art.7º da NEP, o qual considera que deve ser dado um
tratamento igual a pessoas e situações iguais e envolve a existência de uma norma que estabeleça a
igualdade de tratamento, direito à justiça, direito de objeção de consciência, crença, pensamento
político, filosófico e liberdade. Esse princípio nos remete a alguns dispositivos constitucionais e legais
de suma importância para a sua prova, quais sejam:

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Objetivos fundamentais (CF/88)

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:


[...]
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de DISCRIMINAÇÃO.

Direitos e deveres individuais e coletivos (CF/88)

Art. 5º TODOS são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
[...]
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;

Vedação de distinção de qualquer natureza racial, social, religiosa ou política durante o


cumprimento da pena (parágrafo único do art. 3º da LEP)

Art. 3º (...)
Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de natureza racial, social, religiosa ou política.

Direcione a sua atenção

Princípio da individualização da pena

Como visto acima, o fundamento constitucional do princípio da individualização da pena se


encontra insculpido no inciso XLVI do art. 5º da CF/88. Vejamos o texto constitucional:

Art. 5º (...)
[...]
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
[...]

Nesse sentido, a “lei” que “regulará a individualização da pena”, coforme prevê o constituinte
de 1988, é própria LEP, lei federal e especial que cuida da fase da execução da pena, dentre outras que
estabelecem regras pormenorizadas do programa individualizador da sentença. Veja o texto do art.5º da
LEP que deixa expresso o princípio da individualização da pena que deverá ser observado pelo Estado:

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Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e personalidade, para


orientar a individualização da execução penal.

A individualização da pena se dá sob três formas, quais sejam: legislativa, judicial e


administrativa.

No aspecto legislativo, é compreendida pela relevância que o legislador dá a determinada


espécie de delito e a culminação da pena imposta àquele tipo de infração penal.

Na seara judicial, a individualização da pena se dá mediante a imposição discricionária da pena


em abstrato prevista no tipo penal que considerará diversos elementos como a primariedade,
reincidência, antecedentes etc.

E sob o prisma administrativo, vimos a classificação dos presos realizada pelos servidores da
execução penal buscando entender as razões do condenado para a prática do delito (p.ex.:
personalidades, perfil psicológico etc) e na leboração do devido programa de tratamento penitenciário.

Prezado aluno, atente-se a este princípio regente da execução da pena, pois nas provas para as
carreiras da execução penal ele aperece com muita frequêcia.

Do Tratamento Reeducativo

Lei Seca Direcionada

Do Tratamento Reeducativo

Da Individualização do Tratamento

Art. 8º – O TRATAMENTO REEDUCATIVO consiste na adoção de um conjunto de medidas


médico-psicológicas e sociais, com vistas à reeducação do sentenciado e à sua reintegração na
sociedade.
Art. 9º – O tratamento reeducativo será individualizado e levará em conta a personalidade de
cada sentenciado.
Art. 10 – O sentenciado está sujeito ao EXAME CRIMINOLÓGICO para verificação de carência
físico-psíquica e outras causas de inadaptação social.
Art. 11 – Com base no EXAME CRIMINOLÓGICO, serão realizados a classificação e o programa
de tratamento do sentenciado.
Art. 12 – A colaboração do sentenciado no processo de sua observação psicossocial e de seu
tratamento é VOLUNTÁRIA.
Art. 13 – A observação do sentenciado se fará do início ao fim da execução da pena.

O Tratamento Reeducativo e a sua individualização (art.8º e art.9º)

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Nos art. 1º ao 7º da NEP vimos os propósitos de alguns princípios e direitos regentes da execução
penal mineira. Aqueles fundamentos garantem a lisura de uma execução penal eficiente que tem como
objetivo finalístico recuperar o delinquente e reintegrá-lo ao convívio social.

Agora, veremos a partir do art. 8º da NEP e nos artigos subsequentes (do art.9º ao art.67), o tema
Tratamento Reeducativo do preso e como ele se desenvolverá efetivamente no sistema penitenciário
mineiro. Isto é, com quais instrumentos, concessões de direitos, medidas e mecanismos o Estado de
Minas Gerais tornará possível, prático e alcançável o devido Tratamento Reeducativo dispensado ao
apenado, permitindo assim a chamada ressocialização do reeducando.

Conceito de Tratamento Reeducativo

Nos termos do art.8º da NEP, o Tratamento Reeducativo consiste na adoção de um conjunto de


medidas médico-psicológicas e sociais, com vistas à reeducação do sentenciado e à sua reintegração
na sociedade (ressocialização).

Em homenagem ao princípio da individualização da pena (vide acima o direcione a sua atenção),


o art. 9º dispõe que o Tratamento Reeducativo será individualizado e levará em conta a
PERSONALIDADE de cada sentenciado (preso condenado). Percebeu a utilidade do conhecimento
fornecido na ferramenta Direcione a sua atenção logo acima que tratou do princípio da individualização
da pena? O art. 9º ficou mais claro, pois você já compreendeu a essência do tema com a informação da
ferramenta.

Cumpre destacar que o princípio da individualização da pena também abarcará, no que couber,
o preso provisório. Como exemplo de aplicação desse princípio ao preso que cumpre medida cautelar
podemos citar as criações de programas que separarão os custodiados provisórios do convívio com os
presos condenados. Sobre isso veja o que determina o art. 84 da LEP:

Art. 84. O preso provisório ficará separado do condenado por sentença transitada em julgado.

Direcione a sua atenção

Personalidade do infrator

Nos ensinos do renomado jurista Guilherme de Souza Nucci, a personalidade do apenado pode
ser classificada da seguinte maneira:

“[...] é um conjunto somatopsíquico (ou psicossomático) no qual se integra um componente


morfológico, estático, que é a conformação física; um componente dinâmico-humoral ou fisiológico,
que é o temperamento. Na configuração da personalidade congregam-se elementos hereditários e
socioambientais, o que vale dizer que as experiências da vida contribuem para a sua evolução.”
(NUCCI, 2017, p. 458).

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Exame criminológico, classificação e o programa de tratamento do sentenciado (art. 10, 11, 12 e 13)

Os artigos 10 e 11 da NEP buscaram fundamento no art. 8º da LEP, o qual versa sobre a relação
entre o exame criminológico e a classificação do preso para a elaboração do programa individualizador
da pena. Sendo assim, passemos a leitura do art. 8º da lei federal:

Art. 8º O CONDENADO ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime fechado, será


submetido a exame criminológico para a obtenção dos elementos necessários a uma adequada
classificação e com vistas à individualização da execução.

Desta forma, podemos perceber que um eficiente programa individualizador da pena


dependerá dos dados e informações coletados no exame criminológico, que também subsidiará uma
devida classificação do apenado.

Prezado aluno, nesse momento você já sabe para que serve o exame criminológico. Mas, afinal,
o que é e qual é a base desse tipo de exame? Pois bem, vejamos abaixo o que é o exame criminológico e
quais são os seus crivos de avaliação, porque o nosso propósito é que você gabarite as questões de NEP.

Exame criminológico: é específico. Envolve a parte psicológica e psiquiátrica do reeducando, atestando


sua maturidade, sua disciplina, sua capacidade de suportar frustrações, visando construir um prognóstico
de periculosidade (temebilidade). É, muitas vezes, utilizado para que o juízo da execução analise os
incidentes relacionados à progressão de regime e ao livramento condicional.

E o quê e como seria a classificação do apenado? Prossigamos abaixo.

Exame de classificação: é mais amplo e genérico. Envolve aspectos relacionados à personalidade do


condenado, seus antecedentes, sua vida familiar e social, sua capacidade laborativa e as circunstâncias
que orientam o modo de cumprimento da pena. Visa à ressocialização.

Direcione a sua atenção

Exame criminológico e súmulas do STF e STJ

Súmula Vinculante 26

“Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou


equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art.2º da Lei dos
Crimes Hediondos, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos

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objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo


fundamentado, a realização de exame criminológico.”

Súmula 439 do STJ

“Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão


motivada.”

Aquecimento direcionado

(SOUSANDRADE/ASP-GO/2009) De acordo com a Constituição Estadual do Estado de Goiás,


a Política Penitenciária, que objetiva a humanização do sentenciado,

a) somente tem interesse na segurança e integridade física do preso.


b) não pode assegurar ao condenado o pleno exercício dos direitos não atingidos pela
condenação.
c) pelo princípio de que todos são iguais, veda que a pena seja cumprida em estabelecimentos
distintos, de acordo com a natureza do delito.
d) deve garantir a prestação de assistência jurídica aos condenados.
e) não pode garantir aos sentenciados, como etapa conclusiva do processo de reintegração social,
oportunidades de trabalho produtivo condignamente remunerado.

Gabarito: D

Do Tratamento Reeducativo
Lei Seca Direcionada

Do Tratamento Reeducativo

Da Observação Psicossocial

Art. 14 – A OBSERVAÇÃO MÉDICO-PSICOSSOCIAL compreende os exames biológico,


psicológico e complementares e o estudo social do sentenciado.
Art. 15 – A observação empírica se realizará no trabalho, na sala de aula, no refeitório, na praça
de esportes e em todas as situações da vida cotidiana do sentenciado.
Art. 16 – O EXAME CRIMINOLÓGICO será realizado no CENTRO DE OBSERVAÇÃO ou na
SEÇÃO DE OBSERVAÇÃO do estabelecimento penitenciário ou por especialista da comunidade.
Art. 17 – A equipe de observação se reunirá semanalmente para apreciar o resultado de cada
exame e, afinal, redigir o relatório social de síntese.
Art. 18 – O RELATÓRIO SOCIAL DE SÍNTESE, de caráter interdisciplinar, será levado à
Comissão Técnica de Classificação, que elaborará o programa de tratamento.

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Observação médico-psicossocial (art. 14 e art.15)

Na dicção do art. 14 a Observação Médico-Psicossocial compreende os exames biológico,


psicológico e complementares e o estudo social do sentenciado (exames criminológico e de
classificação). Ficou fácil o entendimento desse dispositivo se levarmos em conta as definições estudadas
nos dispositivos anteriores desta aula (vide o subloco anterior).
O art. 15 nos informa ONDE será o campo em que a Observação Médico-Psicossocial será
realizada, a saber:

 no trabalho;
 na sala de aula;
 no refeitório;
 na praça de esportes; e
 em todas as situações da vida cotidiana do sentenciado.

Local de realização do Exame Criminológico (art.16)


Nos tópicos acima, você aprendeu o que é, para o que serve e como será feito o Exame
Criminológico. Agora, na disposição do art. 16, o aluno descobre ONDE o referido exame será
efetivamente realizado.
O Exame Criminológico, segundo a determinação do dispositivo em comento, ocorrerá no Centro
de Observação ou na Seção de Observação do estabelecimento penitenciário onde o preso estiver
custodiado (vide os inc. VI, art.71 e art.102 da NEP).
Na Aula 02 faremos um detalhado estudo sobre o tema Estabelecimentos Penitenciários (art.
71 ao art. 109 da NEP), lá nos debruçaremos sobre as características e objetivos dos Centros e Seções de
Observações.
Até aqui, para que você acerte as questões da prova, basta o conhecimento de que os LOCAIS
onde ocorrerão os exames criminológicos e de classificações dos presos serão nos Centros ou Seções
de Observações cuja destinação é a realização desses tipos de análises.

Direcione a sua atenção

Centro de Observação

O art. 16 dispõe que o Exame Criminológico será realizado no Centro de Observação ou na Seção
de Observação do estabelecimento penitenciário ou por especialista da comunidade.
As características e objetivo dos Centros de Observações se encontram nos art.71 e 102 da NEP,
bloco topográfico da norma que trata da matéria denominada Estabelecimentos Penitenciários.
Vejamos abaixo a literalidade grifada dos referidos dispositivos a fim de apontar os pontos mais
importantes.

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Art. 71 – Os estabelecimentos penitenciários destinam-se ao cumprimento do disposto nos


incisos XLVI, "a", XLVIII, XLIX e L do art. 5º da Constituição Federal e compreendem:

[...]

VI – CENTRO DE OBSERVAÇÃO, para realização do exame criminológico de classificação;

Art. 102 – O centro de observação, estabelecimento de regime FECHADO, tem por OBJETIVO
estudar a personalidade do delinquente nos planos físico, psíquico e social, para sua afetação ao
estabelecimento adequado ao regime penitenciário, indicando as medidas de ordem escolar,
profissional, terapêutica e moral que fundamentarão a elaboração do programa de tratamento
reeducativo.

Para efeitos de elaboração de questões de prova, o Centro de Observação é ESPÉCIE do


GÊNERO Estabelecimentos Penitenciários. Fique atento a isso, caro aluno.

A Equipe de Observação e o Relatório Social de Síntese (art.17 e art.18)


No Centro de Observação haverá uma Equipe de Observação que se reunirá SEMANALMENTE
para apreciar o resultado dos exames criminológicos e de classificação e, em seguida, redigir o Relatório
Social de síntese.

Esse Relatório Social de Síntese possui caráter interdisciplinar, isto é, conterá opiniões técnicas
e científicas das áreas médico-psicossociais – físico, biológico, psicológico, complementares e social.

O Relatório Social de Síntese conterá ainda, dados que permitam a descrição da personalidade
do apenado, a fim de determinar o estabelecimento adequado ao regime penitenciário exarado na
sentença, indicando as medidas de ordem escolar, profissional, terapêutica e moral que
fundamentarão a elaboração de um programa individualizador da pena que atenda a necessidade
do reeducando.

O documento descrito acima será levado à Comissão Técnica de Classificação (CTC), que
elaborará um programa de tratamento específico para cada preso.

Direcione a sua atenção

Comissão Técnica de Classificação (CTC) na LEP

O surgimento da CTC se encontra nos art. 6º e 7º da LEP que tratam da classificação do apenado
e do preso provisório.

Os dispositivos em tela determinam que a CTC elaborará o programa individualizador da pena


privativa de liberdade adequada ao condenado ou preso provisório, além de elencar a composição
dessa Comissão. Vejamos abaixo os referidos dispositivos da LEP com grifos para destacar os pontos
mais relevantes para a prova:

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Art. 6o A CLASSIFICAÇÃO será feita por Comissão Técnica de Classificação que elaborará o
programa individualizador da pena privativa de liberdade adequada ao condenado ou preso
provisório. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada estabelecimento, será presidida
pelo diretor e composta, no mínimo, por 2 (dois) chefes de serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um)
psicólogo e 1 (um) assistente social, quando se tratar de condenado à pena privativa de liberdade.
Parágrafo único. Nos demais casos a Comissão atuará junto ao Juízo da Execução e será integrada
por fiscais do serviço social.
O papel da CTC e a sua composição é um tema recorrente em provas de concursos para as
carreiras que envolvem a execução penal. Adiante trataremos do funcionamento da CTC segundo a NEP.

Aquecimento Direcionado

Caiu prova!

Ano: 2014 Banca: IBFC Órgão: SEDS-MG Prova: IBFC - 2014 - SEAP-MG - Agente de Segurança
Penitenciária

Segundo a Lei Estadual nº 11.404/1994, que contém normas de execução penal, a colaboração do
sentenciado no processo de sua observação psicossocial e de seu tratamento é:

a) Obrigatória.
b) Essencial.
c) Imprescindível.
d) Voluntária.

Gabarito: D (art. 12 da NEP)

Da Classificação dos presos

Lei Seca Direcionada

Da Classificação dos presos

Art. 19 – Cada estabelecimento penitenciário contará com UMA Comissão Técnica de


Classificação, à qual incumbe elaborar o programa de tratamento reeducativo e acompanhar a
evolução da execução da pena.

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Art. 20 – A Comissão Técnica de Classificação é presidida pelo Diretor do estabelecimento e


composta de, no mínimo, um psiquiatra, um psicólogo, um assistente social, um chefe da Seção de
Educação e Disciplina e um representante de obras sociais da comunidade.
Art. 21. COMPETE à Comissão Técnica de Classificação opinar sobre a progressão ou a
regressão do regime de cumprimento da pena, a remição da pena, o monitoramento eletrônico, o
livramento condicional e o indulto.
(Caput com redação dada pelo art. 2º da Lei nº 19.478, de 12/1/2011.)
Parágrafo único – No caso de progressão ou regressão de regime, as reuniões da Comissão
Técnica de Classificação serão presididas pelo Juiz da Execução, presente o Ministério Público.
Art. 22 – A Comissão Técnica de Classificação PROPORÁ o programa de tratamento
reeducativo, com base na sentença condenatória e no relatório social de síntese do Centro de
Observação ou da equipe interdisciplinar.
Art. 23 – O PROGRAMA INDIVIDUAL DE TRATAMENTO compreenderá a indicação do regime
de cumprimento da pena, do estabelecimento penitenciário adequado, da escolarização, do
trabalho e da orientação profissional, das atividades culturais e esportivas e das medidas especiais
de assistência ou tratamento.

A Comissão Técnica de Classificação e a sua incumbência (art. 19)


Em obediência ao que determina o caput do art. 7º da LEP, o art. 19 da norma estadual dispõe
que cada – leia-se TODOS - os estabelecimentos penitenciários de Minas Gerais contarão com uma
Comissão Técnica de Classificação, à qual possui a incumbência de elaborar o programa de
tratamento reeducativo individualizado de cada apenado, além do devido acompanhamento da
evolução da execução da pena.

Direcione a sua atenção

Incumbência da CTC

A Comissão Técnica de Classificação (CTC) tem como desígnio a elaboração de um programa


individualizador da pena, a fim de orientar a execução penal correspondente a cada preso, quer seja
ele condenado ou provisório.

As informações e os laudos coletados pela CTC nutrem o Centro de Observação Criminológica,


que realizará os exames necessários para que a referida Comissão possua elementos robustos no
sentido de personalizar (individualizar) a pena, visando sempre à harmônica reinserção social do
reeducando.

O art. 7º da LEP determina que haverá uma CTC em cada estabelecimento prisional para tratar
dos condenados à pena PRIVATIVA DE LIBERDADE.

No mesmo dispositivo acima, a LEP cria a composição da CTC que será presidida pelo diretor do
estabelecimento e contará com, no mínimo, 2 chefes de serviço, 1 psiquiatra, 1 psicólogo e 1
assistente social. Nos demais casos (pena não privativa de liberdade), a Comissão atuará perante o Juízo
da Execução e será integrada por fiscais do serviço social.

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Aula 01

Para cumprir suas atribuições, o Colegiado poderá, além de examinar o condenado, entrevistar
pessoas, requisitar dados e informações sobre o condenado de repartições ou estabelecimentos
privados, bem como realizar outras diligências e exames necessários.

Composição da CTC na NEP (art. 20)


Caro aluno, fique atendo ao formato da CTC proposto pelo art. 20, pois ele pode se tornar uma
casca de banana para os desatentos. Explico adiante.

No mandamento do art. 20 da NEP a CTC será presidida pelo Diretor do estabelecimento e


composta de, no mínimo, um psiquiatra, um psicólogo, um assistente social, UM chefe da Seção de
Educação e Disciplina e um representante de obras sociais da comunidade.

Ocorre que essa composição da CTC estabelecida na NEP está em DESACORDO com o que
preconiza o caput, do já estudado, art. 7º da LEP, onde dispõe que na formação da CTC devem ser
reservadas, no mínimo, 2 (duas) cadeiras para os chefes de serviço do estabelecimento penal.

Nesse aparente conflito entre as normas a solução é bem simples para o aluno acertar questões.
Basta que o candidato fique atento ao BLOCO da prova (topografia da prova subdividida por
disciplinas) e ao COMANDO da questão. Por exemplo, se o examinador exigir o conhecimento da NEP
estará certa a assertiva que apontar que na composição da CTC é exigido, no mínimo, “01 (um) chefe de
seção”.

Porém, se no bloco correspondente a avaliação dos conhecimentos da Lei de Execução Penal a


questão da prova exigir a disposição do art. 7º da LEP, estará correta a assertiva anunciativa de que o
referido colegiado será composto por, “no mínimo, por 2 (dois) chefes de serviço”.

Percebeu a diferença? A resposta dependerá do BLOCO e do COMANDO da questão. Preste


atenção a esta dica, pois ela é preciosa e a banca costuma cobrar esses temas semelhantes que possuem
sutis diferenças.

Competência opinativa da CTC para a progressão de regime, remição da pena, monitoramento


eletrônico, livramento condicional e indulto (art. 21)

O art. 21 da NEP trata de uma das competências da CTC. Além da elaboração do programa
individualizador da pena, a Comissão OPINARÁ sobre a concessão dos benefícios da progressão do
regime de cumprimento da pena (ou mesmo sobre a regressão), da remição, do monitoramento
eletrônico, do livramento condicional e do indulto.

O destaque se dá ao fato deste dispositivo ser relativamente recente no corpo da norma, com a
redação dada pela Lei nº 19.478, de 12/1/2011. O examinador tem preferência em cobrar dispositivos
recém alterados ou que mudaram a norma.

A CTC é um colegiado consultivo sem força deliberativa. Os laudos técnicos emanados da


Comissão servem como base e assessoramento para a melhor tomada de decisão da autoridade
administrativa ou judicial em relação ao preso, porém possuem caráter meramente opinativo.

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Observe que o parágrafo único do artigo em apreço dispõe que no caso de progressão ou
regressão de regime, as reuniões da CTC serão presididas pelo Juiz da Execução, NÃO pelo diretor do
estabelecimento penal. Cuidado com esse detalhe na prova. Nessa reunião que tratará da progressão ou
regressão de regime estará presente o Ministério Público. Numa atecnia da NEP, o legislador estadual
esqueceu de elencar a defesa do acusado; mero detalhe. Mas, nesse ponto vale a pena lembrar da súmula
523 do STF que determina:

“No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se
houver prova de prejuízo para o réu.”

Sendo assim, um processo penal que possa ensejar a regressão ou progressão de regime sem a
participação da defesa do acusado será passível de anulação absoluta.

Na Aula 04 trataremos detalhadamente do tema Monitoramento Eletrônico (art.156 – A ao art.


156 – D).

Direcione a sua atenção

Progressão de regime e a Lei 13.964/2019 – Pacote Anticrime

A Lei 13.964/2019, denominada de Pacote Anticrime, trouxe profundas mudanças na seara


penal, processual penal e, consequentemente, para a execução penal.

O Pacote Anticrime alterou substancialmente o art. 112 da LEP e revogou o artigo 2º, §2º da Lei
nº 8.072/90 que tratam das regras para a progressão de regime do preso condenado por crime hediondo.

Com o advento da nova lei foram instituídos novos parâmetros para a progressão de regime que
passa agora a ser calculada por meio de percentuais.

Antes do Pacote, a sistemática estabelecida era a fração de 1/6 (um sexto) da pena para os crimes
comuns, sejam os apenados reincidentes ou não e, em se tratando dos condenados por crimes
hediondos, as frações estabelecidas passariam para 2/5 (dois quintos) da pena, se primário, e 3/5 (três
quintos) da pena, na hipótese de reincidência. Esses parâmetros cairam por terra.

A nova redação dada ao art. 112 da LEP estabeleceu percentuais gradativos — de acordo com a
condição pessoal dos condenados, natureza do delito, primariedade etc - para fins de cálculo do requisito
objetivo para o direito à progressão.

Nos casos em que os delitos cometidos não são considerados hediondos, conforme o novo artigo
112 da lei especial, os percentuais são os seguintes: (inciso I) 16% da pena, se o apenado for primário e o
crime tiver sido cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça; (inciso II) 20% da pena, se o apenado
for reincidente em crime cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça; (inciso III) 25% da pena, se
o apenado for primário e o crime tiver sido cometido com violência à pessoa ou grave ameaça; (inciso IV)
30% da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido com violência à pessoa ou grave ameaça.

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Já em relação aos crimes hediondos ou equiparados, houve alteração significativa na sistemática


de cálculo da progressão de regime, com a revogação do artigo 2º, §2º, da Lei 8.072/90. Hoje o
reeducando deverá cumprir: (inciso V) 40% da pena, se for primário; (inciso VI, alínea “a”) 50% da pena,
se primário e o delito hediondo ou equiparado tiver resultado morte; (inciso VI, alínea “b”) 50% para o
crime de constituição de milícia privada; (inciso VI, alínea “c”) 50% se o condenado exercer o comando,
individual ou coletivo, de organização criminosa estruturada para a prática de crime hediondo ou
equiparado; (inciso VII) 60% se o apenado for reincidente na prática de crime hediondo ou equiparado; e
(inciso VIII) 70% se o apenado for reincidente em crime hediondo ou equiparado com resultado morte.

Fique muito atento a essa temática e novidade porque ela poderá ser cobrada na sua prova.

Direcione a sua atenção

Livramento Condicional

O livramento condicional é um instituto previsto na legislação penal pátria que, grosso modo,
serve para que o apenado possa cumprir uma parcela de sua condenação em liberdade sob algumas
condições impostas pelo juízo.
Este benefício encontra previsão no art. 83 do Código Penal (CP) e permitirá que o preso receba
uma espécie de antecipação de liberdade, desde que cumpridas as exigências estabelecidas no código.
Cumpre destacar que este dispositivo do CP sofreu alterações impostas pela Lei 13.964/2019 –
Pacote Anticrime. Vejamos abaixo o dispositivo do CP que elenca os requisitos para a concessão do
livramento condicional.

Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de


liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver
bons antecedentes; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso; (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - comprovado: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
a) bom comportamento durante a execução da pena; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses; (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019)
c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; e (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
d) aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto; (Incluído pela Lei
nº 13.964, de 2019)
IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração;
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática
de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e terrorismo, se o apenado
não for reincidente específico em crimes dessa natureza. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça
à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de condições pessoais
que façam presumir que o liberado não voltará a delinquir. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
O art. 112 da LEP que trata das regras para a concessão da progressão de regime e para o
livramento condicional ao apenado também sofreu mudanças provocadas pelo Pacote Anticrime,
conforme visto anteriormente (vide a ferramenta Direcione a sua atenção anterior). Os art. 131 e 132
da LEP também tratam do referido benefício e estabelecem as condições e obrigações que serão
impostas ao apenado.
Cumpre ressaltar que após a concessão da benesse penal o preso passará a ser considerado
egresso (art. 26 da LEP). Vejamos abaixo os art.131 e art.132 da LEP:
Art. 131. O livramento condicional poderá ser concedido pelo Juiz da execução, presentes os
requisitos do artigo 83, incisos e parágrafo único, do Código Penal, ouvidos o Ministério Público e
Conselho Penitenciário.
Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as condições a que fica subordinado o livramento.
§ 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as obrigações seguintes:
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho;
b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação;
c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem prévia autorização deste.
§ 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre outras obrigações, as seguintes:
a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade incumbida da observação
cautelar e de proteção;
b) recolher-se à habitação em hora fixada;
c) não frequentar determinados lugares.

Tema importantíssimo para o seu concurso, futuro servidor. Abrace essa dica!

Direcione a sua atenção


Indulto
No nosso ordenamento jurídico indulto significa o perdão da pena, com sua consequente
extinção. Para a concessão deste tipo de benefício é necessário o cumprimento de alguns requisitos que
passaremos a conhecer nessa ferramenta.
O indulto é regulado por Decreto do Presidente da República, com base no artigo 84, XII da
CF/88. O documento é elaborado com o aval do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária
(art, 61 ao art. 64 da LEP) e acolhido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, sendo editado
anualmente.

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O Decreto Presidencial estabelece as condições para a concessão desse tipo de benefício. A


norma classifica os presos que podem e os que não podem ser contemplados pelo instituto e determina
o papel de cada órgão envolvido em sua aplicação.
Em regra, a benesse penal é destinada aos detentos que cumprem requisitos como ter bom
comportamento, estar preso há um determinado tempo, ser paraplégico, tetraplégico, portador de
cegueira completa, ser mãe de filhos menores de 14 anos, ser acometido, cumulativamente, de
doença grave e permanente, apresentando incapacidade severa, com grave limitação de atividade
e restrição de participação, passando a exigir cuidados contínuos, ter cumprido pelo menos dois
quintos da pena em regime fechado ou semiaberto. Mas os requisitos não param por aí. O reeducando
também deve manter bom comportamento no cumprimento da pena, e não responder a processo
por outro crime praticado com violência ou grave ameaça contra a pessoa. Além disso, não podem
ser beneficiados, os condenados que cumprem pena pelos crimes de tortura, terrorismo, tráfico de
entorpecentes e drogas afins, e os condenados por crime hediondo (Lei nº 8.072/90 – Crimes
Hediondos).
Caro aluno, com o conhecimento explanado nesse trecho da ferramenta Direcione a sua atenção
você está preparado para acertar questões de noções de Direito Constitucional, LEP e Lei de Crimes
Hediondos. Vá e vença!

A CTC e o programa de tratamento reeducativo (art. 22)


A CTC terá a incumbência de propor o programa individualizador de tratamento reeducativo
de cada preso, que terá como base a sentença condenatória e o Relatório Social de Síntese elaborado
pelo Centro de Observação ou da equipe interdisciplinar.

Direcione a sua atenção

Relatório Social de Síntese


O Relatório Social de Síntese, elaborado pela equipe interdisciplinar do Centro de Observação, é
uma espécie de Relato técnico – analítico que busca remontar uma construção histórico – social da vida
pregressa e estado atual do reeducando.
O documento é uma síntese da vida do apenado que tem como objetivo apresentar uma breve
análise crítica da vida social do preso, a fim de apontar um programa de tratamento penitenciário
eficiente de acordo com cada histórico.

Direcione a sua atenção

Remição da pena

Instituto redutor do tempo de duração da pena imposta em sentença condenatória, a remição da


pena tem as suas regras de concessão previstas no artigo 126 da LEP. Vejamos o dispositivo da lei
especial que cuida da execução penal:

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Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por
trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011).
§ 1o A contagem de tempo referida no caput será feita à razão de: (Redação dada pela Lei nº
12.433, de 2011)
I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de ensino
fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional -
divididas, no mínimo, em 3 (três) dias; (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 2o As atividades de estudo a que se refere o § 1o deste artigo poderão ser desenvolvidas de forma
presencial ou por metodologia de ensino a distância e deverão ser certificadas pelas autoridades
educacionais competentes dos cursos frequentados. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 3o Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de trabalho e de estudo serão
definidas de forma a se compatibilizarem. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 4o O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará
a beneficiar-se com a remição .(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 5o O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de 1/3 (um terço) no caso de
conclusão do ensino fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da pena, desde que
certificada pelo órgão competente do sistema de educação. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 6o O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade
condicional poderão remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de educação profissional, parte
do tempo de execução da pena ou do período de prova, observado o disposto no inciso I do § 1 o deste
artigo. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 7o O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de prisão cautelar. (Incluído pela Lei nº 12.433,
de 2011)
§ 8o A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa.
(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)

A Lei nº 12.433/2011 alterou o art. 126 da LEP e acrescentou a possibilidade de remição da pena
pela estudo (educação/instrução), além do trabalho como já era previsto. Esse instituto permite que por
meio do trabalho ou do estudo, os dois principais instrumentos de ressocialização da execução penal,
o reeducando diminua parte da pena aplicada.

Em suma, a remição constitui o direito do preso de reduzir o tempo de duração da pena privativa
de liberdade, por meio do trabalho prisional ou do estudo nos termos e razões estabelecidos no art. 126.

O Programa Individual de Tratamento (Art. 23)

O programa individual de tratamento proposto pela CTC compreenderá a indicação do REGIME


de cumprimento da pena, do ESTABELECIMENTO PENITENCIÁRIO adequado, da
ESCOLARIZAÇÃO, do TRABALHO e da ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL, das ATIVIDADES
CULTURAIS e ESPORTIVAS e das MEDIDAS ESPECIAIS DE ASSISTÊNCIA ou TRATAMENTO.

Aquecimento direcionado

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Questão INÉDITA

O programa individual de tratamento do preso não compreenderá a indicação:

a) do regime de cumprimento da pena.


b) do estabelecimento penitenciário adequado
c) da escolarização.
d) o trabalho e da orientação profissional.
e) das atividades religiosas, culturais e esportivas e das medidas especiais de assistência ou
tratamento.

Gabarito: E (art. 23)

Dos Elementos do Tratamento Penitenciário

Lei Seca Direcionada

Dos Elementos do Tratamento Penitenciário

Art. 24 – O TRATAMENTO PENITENCIÁRIO realiza-se através do desenvolvimento de


atividades relacionadas com: instrução, trabalho, religião, disciplina, cultura, recreação e esporte,
contato com o mundo exterior e relações com a família.

Realização do Tratamento Penitenciário (art. 24)

Nos tópicos anteriores vimos que o devido Tratamento Penitenciário:

✓ Observará o respeito e a proteção aos direitos humanos (art. 4º);

✓ Consistirá na adoção de um conjunto de medidas médico-psicológicas e sociais, com vistas


à reeducação do sentenciado e à sua reintegração na sociedade (art. 8º);

✓ Será individualizado e levará em conta a personalidade de cada sentenciado (art. 9º);

✓ Terá como base o exame criminológico para a elaboração do programa de tratamento do


sentenciado (art.11);

✓ Será elaborado e proposto pela CTC que usará como parâmetro o Relatório Social de
Síntese e a sentença condenatória do apenado (art. 18; art. 22); e

✓ É um programa individualizado que compreenderá a indicação do regime de cumprimento


da pena, do estabelecimento penitenciário adequado, da escolarização, do trabalho e da

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orientação profissional, das atividades culturais e esportivas e das medidas especiais de


assistência (art. 23).

Nesse momento veremos os Elementos do Tratamento Penitenciário (art. 24 e seguintes), isto é,


analisaremos COMO esse tratamento penal será realizado e por quais mecanismos ele será
desenvolvido.
A partir de agora, passaremos a esmiuçar os Elementos do Tratamento Penitenciário que
envolvem as atividades relacionadas com a instrução, trabalho, religião, disciplina, cultura, recreação
e esporte, contato com o mundo exterior e relações com a família.
Essa parte da matéria possui estreita relação com o tema assistências aos presos preconizadas na
LEP (art. 10 ao art. 27 da LEP).

Direcione a sua atenção

Assistências ao preso na LEP

Para te robustecer de conhecimento para a prova, vejamos dois dispositivos da LEP que se
relacionam com o tema Elementos do Tratamento Penitenciário na NEP.
LEP

Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e
orientar o retorno à convivência em sociedade.
Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.
Art. 11. A assistência será:
I - material;
II - à saúde;
III -jurídica;
IV - educacional;
V - social;
VI - religiosa.
A assistência durante a execução penal tem duplo propósito, a saber: evitar a reincidência
(caráter preventivo) e garantir a dignidade da pessoa humana presa (caráter ressocializador).
É dever do Estado a prestação de assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e
religiosa ao preso e ao internado, estendendo-se também ao egresso (liberado definitivo ou
condicional, nos termos do art. 26 da LEP).
O programa aplicado ao campo das assistências prestadas ao preso e ao internado também é
baseado em padrões e documentos internacionais sobre prevenção ao crime e justiça criminal
desenvolvidos pela Comissão de Prevenção ao Crime e Justiça Criminal adotados e/ou recomendados
pela Assembleia Geral da ONU.
A LEP é considerada um instrumento moderno no campo da execução penal, porque o legislador
de 1984 teve como fonte inspiradora os preceitos adotados pelo Congresso das Nações Unidas sobre

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Prevenção ao Crime e Tratamento de Infratores, reconhecendo que a Declaração Universal dos


Direitos Humanos de 1948 é um paradigma para o estabelecimento de padrões e normas sobre
prevenção ao crime e justiça criminal.

Aquecimento direcionado

Questão INÉDITA

O tratamento penitenciário realiza-se através do desenvolvimento de atividades relacionadas a


diversas áreas, exceto:

a) instrução e trabalho.
b) religião e disciplina.
c) cultura e recreação.
d) esporte e contato com o mundo exterior.
e) relações com a família e expedição de documentos.

Gabarito: E (art. 24)

Da Instrução

Lei Seca Direcionada

Da Instrução

Art. 25 – Serão organizados, nas PENITENCIÁRIAS, cursos de formação cultural e profissional,


que se coordenarão com o sistema de instrução pública.
Art. 26 – O ensino FUNDAMENTAL é obrigatório para todos os detentos que não o tiverem
concluído.
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 14.390, de 31/10/2002.)
Art. 27 – O estabelecimento penitenciário disporá de classe especial para os infratores, dando-
se ênfase à escolarização fundamental.
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 14.390, de 31/10/2002.)
Art. 28 – O EFETIVO da classe normal não excederá 30 (trinta) alunos, e o da classe especial, 15
(quinze).

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Art. 29 – Dar-se-á especial atenção ao ENSINO FUNDAMENTAL, à preparação profissional e à


formação do caráter do jovem adulto.
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 14.390, de 31/10/2002.)
Art. 30 – Os sentenciados trabalharão em oficina de aprendizagem industrial e artesanato rural
ou em serviço agrícola do estabelecimento, conforme suas preferências, origem urbana ou rural, aptidão
física, habilidade manual, inteligência e nível de escolaridade.
Art. 31 – Pode ser instituída, nas penitenciárias, escola de ensino MÉDIO.
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 14.390, de 31/10/2002.)
Art. 32 – Serão oferecidas facilidades e estímulos ao sentenciado, nos termos da lei, para fazer
curso universitário.
Parágrafo único – A DIREÇÃO da penitenciária manterá contato com as autoridades acadêmicas
para a admissão do sentenciado no curso de que trata este artigo.
Art. 33 – É permitido ao sentenciado participar de CURSO POR CORRESPONDÊNCIA, RÁDIO E
TELEVISÃO, sem prejuízo da disciplina e da segurança.
Art. 34 – A penitenciária pode FIRMAR CONVÊNIO com entidade pública ou privada para a
realização de CURSO PROFISSIONAL ou SUPLETIVO.
§ 1º – O detento poderá inscrever-se nos exames supletivos aplicados pelo Estado, com direito a
isenção de taxa.
§ 2º – Os cursos supletivos poderão ser ministrados por voluntário cadastrado pela Secretaria de
Estado da Educação e autorizado pela Secretaria de Estado da Justiça.
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 14.390, de 31/10/2002.)
Art. 35 – Ao sentenciado será fornecido DIPLOMA ou CERTIFICADO DE CONCLUSÃO DE CURSO,
que NÃO mencionará sua condição de sentenciado.
Art. 36 – As penitenciárias contarão com biblioteca organizada com livros de conteúdos
informativo, educativo e recreativo, adequados às formações cultural, profissional e espiritual do
sentenciado.
Parágrafo único – Será livre a escolha da leitura, e serão proporcionadas condições para o estudo,
a pesquisa e a recreação.
Art. 37 – Os programas de atividades de CULTURA, de LAZER e de DESPORTO serão articulados
de modo a favorecer a expressão das aptidões dos sentenciados.
Art. 38 – Serão ministradas, nas PENITENCIÁRIAS, a instrução MUSICAL e a EDUCAÇÃO
FÍSICA.
Parágrafo único – A parte prática do ensino musical será realizada por meio de participação em
banda, fanfarra, conjunto instrumental e grupo coral.

Da assistência educacional/instrução na CF/88 e nas Regras de Mandela

No campo da educação, o art. 205 da CF/88 preceitua que a instrução escolar e a qualificação
profissional são um direito constitucional. Vejamos a literalidade do dispositivo da nossa Carta Maior:

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada
com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

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A assistência educacional ou instrução está em harmonia com a CF/88 e com as Regras Mínimas
da ONU (Regras de Mandela), as quais recomendam que nos estabelecimentos prisionais sejam
adotadas medidas para a melhoria da educação de reclusos (preceito 92.1).

Da instrução na NEP (art. 25 ao art. 38)

O art. 25 cria e organiza nas estruturas das penitenciárias mineiras cursos de formação cultural
e profissional que serão coordenadas juntamente com o sistema de instrução pública regular do Estado
de Minas Gerais.

Repare que o art. 26 traz a determinação de que o ensino FUNDAMENTAL é obrigatório


(compulsório) para TODOS os detentos que não o possuírem.

Direcione a sua atenção

Ensino fundamental obrigatório na LEP

O art. 18 da LEP cria a obrigatoriedade do ensino fundamental que será oferecido aos presos em
todos os sistemas penitenciários nacionais. Veja a letra da lei federal:

Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório, integrando-se no sistema escolar da Unidade
Federativa.

O art. 18 torna compulsória a alfabetização (ensino fundamental – Lei nº 9.394/2006) de presos


jovens (18 a 29 anos) e adultos (acima de 30 anos), bem como de apenados idosos (idade igual ou superior
a 60 anos), por meio de programas educacionais de inclusão do Governo em parceria com a
Administração Penitenciária local. Tal recomendação também encontra previsão nas Regras de
Mandela em seu preceito 104.

Em cada estabelecimento penitenciário haverá uma classe especial para os infratores que dará
ênfase à escolarização fundamental obrigatória (art. 27). O efetivo dessa classe especial NÃO excederá
a 15 (quinze) presos, vez que as classes normais e regulares não excederão 30 (trinta) alunos. Cuidado
com essa divisão de classes na sua prova, meu caro aluno (art. 28).

Com o propósito de erradicar a analfabetização carcerária e fomentar o ensino técnico –


profissionalizante nos presídios, o legislador impõe no art. 29 que se dará especial atenção ao ensino
FUNDAMENTAL, à PREPARAÇÃO PROFISSIONAL e à FORMAÇÃO DO CARÁTER do jovem adulto.
Fica clara a intenção ressocializadora dessa determinação.

No art. 30 vimos a previsão da oportunidade de trabalhos em oficina de aprendizagem industrial


e artesanato rural ou em serviço agrícola do estabelecimento, concedendo ao preso a preferência de
escolha quanto a origem urbana ou rural do trabalho, bem como a valorização da aptidão física,
habilidade manual, inteligência e nível de escolaridade do apenado.

As penitenciárias poderão ter em suas estruturas físicas a instituição de uma escola de ensino
MÉDIO (art. 31). Fique atento, pois o examinador pode substituir o termo “ensino médio” por ensino

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universitário ou superior. Porém, você deve se lembrar para a prova que serão oferecidos facilidades e
estímulos ao sentenciado para que ele faça o curso universitário (art. 32). E que para isso a direção da
penitenciária, não o assistente social, manterá contato com as autoridades acadêmicas para a admissão
do sentenciado no curso de nível superior.

Destacamos a modernização consignada no art. 33 que permite ao sentenciado participar de


curso por CORRESPONDÊNCIA, RÁDIO E TELEVISÃO, desde que não acarrete prejuízo a disciplina e
a segurança da unidade prisional. É o chamado EAD ou ensino a distância, isto é, uma forma de
aprendizado que vem se tornando bastante popular nos últimos anos. A título de informação, segundo
dados do último censo, realizado pela Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), em 2014
os cursos EAD já contavam com mais de 4 milhões de alunos em todo o Brasil, incluindo presos.

No sistema penitenciário mineiro há também a precisão legal do firmamento de convênios entre


as penitenciárias e entidades públicas ou privadas para a realização de curso PROFISSIONAL ou
SUPLETIVO (art. 34).

A NEP garante ao preso o direito à isenção de taxa de inscrição nos exames supletivos aplicados
pelo Estado. Esses cursos supletivos poderão ser ministrados por voluntário cadastrado pela Secretaria
de Estado da Educação e autorizado pela Secretaria de Estado da Justiça.

Em qualquer diplomação ou certificação de conclusão de curso do reeducando NÃO haverá


menção da sua condição de preso (condenado ou provisório), conforme disposição do art. 35.

A fim de fomentar a leitura e a instrução, as penitenciárias contarão com biblioteca organizada


que possuirão livros de conteúdos informativo, educativo e recreativo, adequados às formações
cultural, profissional e espiritual do sentenciado. Em virtude dessa política e seleção literária serão livres
as escolhas das leituras e o ambiente carcerário deverá proporcionar condições para o estudo, a pesquisa
e a recreação (art. 36).

As expressões de aptidão dos presos e suas habilidades também serão valorizadas e reconhecidas
por meio da articulação de programas cuja atividades favoreça a cultura, o lazer o desporto (art. 37).

E, por fim, a NEP prevê que serão ministradas nas penitenciárias a instrução musical e a
educação física. No que se refere a parte prática do ensino musical, a norma estadual dispõe que a
atividade será realizada por meio de participação em banda, fanfarra, conjunto instrumental e grupo
coral (art. 38).

Direcione a sua atenção

Modernização do ensino na LEP

A LEP dispõe sobre várias modalidades de ensino que deverão ser oferecidas aos presos em todo
território nacional. Vejamos o que dispõe o art. 18 – A da LEP:
Art. 18-A. O ensino médio, regular ou supletivo, com formação geral ou educação profissional de
nível médio, será implantado nos presídios, em obediência ao preceito constitucional de sua
universalização. (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)

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§ 1o O ensino ministrado aos presos e presas integrar-se-á ao sistema estadual e municipal de


ensino e será mantido, administrativa e financeiramente, com o apoio da União, não só com os recursos
destinados à educação, mas pelo sistema estadual de justiça ou administração penitenciária. (Incluído
pela Lei nº 13.163, de 2015)
§ 2o Os sistemas de ensino oferecerão aos presos e às presas cursos supletivos de educação de
jovens e adultos. (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
§ 3o A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal incluirão em seus programas de
educação à distância e de utilização de novas tecnologias de ensino, o atendimento aos presos e às
presas. 7.627 (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
O art. 18-A foi inserido na LEP pela Lei nº 13.163/2015, e criou novas possibilidades de ensino a
distância ao preso, observando as novas tecnologias e dinâmicas no campo da educação, que envolve
a cooperação das três esferas do Poder Executivos (União, Estado, Município e DF).
Cumpre ressaltar que a segurança dos estabelecimentos penais será mantida e a rotina carcerária
será estabelecida em conformidade com a LEP e com os Regimentos prisionais locais (federal, estadual
e distrital).

Aquecimento Direcionado

Questão INÉDITA

O efetivo da classe normal e especial de instrução aos presos não excederá, respectivamente:

a) 30 (trinta) e 20 (vinte) alunos.


b) 15 (quinze) e 30 (trinta) alunos.
c) 20 (vinte) e 15 (quinze) alunos.
d) 30 (trinta) e 10 (dez) alunos.
e) 30 (trinta) e 15 (quinze) alunos.

Gabarito: E (art. 28)

Do Trabalho

Lei Seca Direcionada

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Do Trabalho

Art. 39 – O trabalho é OBRIGATÓRIO para o sentenciado, ressalvado o disposto no art. 58.


§ 1º – O trabalho penitenciário será estabelecido segundo critérios pedagógicos e psicotécnicos,
tendo-se em conta as exigências do tratamento, e procurará aperfeiçoar as aptidões de trabalho e a
capacidade individual do sentenciado, de forma a capacitá-lo para o desempenho de suas
responsabilidades sociais.
§ 2º – O trabalho será exercido de acordo com os métodos empregados nas escolas de
formação profissional do meio livre.
§ 3º – Na contratação de obras e de serviços pela administração pública direta ou indireta do Estado
serão reservados para sentenciados até 10% (dez por cento) do total das vagas existentes.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 18.725, de 13/1/2010.)
§ 4º – Para fins do disposto no § 3º deste artigo, será dada preferência aos sentenciados:
I – que cumpram pena na localidade em que se desenvolva a atividade contratada;
II – que apresentem melhores indicadores com relação à aptidão, à habilitação, à experiência,
à disciplina, à responsabilidade e ao grau de periculosidade, apurados pelo poder público e
registrados em cadastro próprio.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 16.940, de 16/8/2007.)
Art. 40 – A jornada diária de trabalho do sentenciado NÃO excederá 8 (oito) horas.
Art. 41 – A resistência ao trabalho ou a falta voluntária em sua execução constituem infração
disciplinar, cuja punição será anotada no prontuário do sentenciado.
Art. 42 – A classificação para o trabalho atenderá às CAPACIDADES física e intelectual e à
aptidão profissional do sentenciado, com vistas à sua ressocialização e formação profissional.
Art. 43 – APLICA-SE no estabelecimento penitenciário a legislação relativa à higiene e à
segurança do trabalhador.
Art. 44 – Para a prestação do TRABALHO EXTERNO, serão considerados, segundo parecer da
Comissão Técnica de Classificação, a personalidade, os antecedentes e o grau de recuperação do
sentenciado que assegurem sua regular e efetiva aplicação ao trabalho, bem como o respeito à
ordem pública.
(Vide Lei nº 18.401, de 28/9/2009.)
Art. 45 – O sentenciado em regime semiaberto poderá, com autorização judicial, frequentar,
na comunidade, estabelecimento de ensino ou de formação profissional, ouvida a Comissão Técnica
de Classificação, observado o disposto nos arts. 122 a 125 da Lei Federal nº 7.210, de 11 de julho de
1984.
(Artigo com redação dada pelo art. 3º da Lei nº 19.478, de 12/1/2011.)
Art. 46 – O TRABALHO EXTERNO será supervisionado pelo serviço social penitenciário
mediante visita de inspeção ao local de trabalho.
(Vide Lei nº 18401, de 28/9/2009.)
Art. 47 – O trabalho externo pode ser prestado nos termos da Lei Federal nº 7.210, de 11 de junho
de 1984.
(Vide Lei nº 18.401, de 28/9/2009.)
Art. 48 – É obrigatório o regresso do sentenciado ao estabelecimento penitenciário, no regime
semi-aberto, quando em serviço particular, finda a jornada de trabalho, sendo-lhe permitido, quando
em trabalho em obra pública, pernoitar em dependência da obra, sob custódia e vigilância da direção
da entidade, que mensalmente enviará à penitenciária relatório sobre o seu comportamento.

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Art. 49 – Deverá ser imediatamente comunicada à penitenciária a ocorrência de ACIDENTE,


FALTA GRAVE ou EVASÃO, perdendo o sentenciado, nas duas últimas hipóteses, o direito à prestação
de trabalho externo.
Art. 50 – É obrigatório o seguro contra acidentes nos trabalhos interno e externo.
Art. 51 – A REMUNERAÇÃO do trabalho do sentenciado, quando não for fixada pelo órgão
competente, será estabelecida pela Comissão Técnica de Classificação.
§ 1º – A remuneração será fixada, para o trabalho interno, em quantia não inferior a 3/4 (três
quartos) do salário mínimo.
§ 2º – A remuneração do sentenciado que tiver concluído curso de formação profissional, bem
como a do que tiver bom comportamento e progresso na sua recuperação, será acrescida de 1/4 (um
quarto) do seu valor.
Art. 52 – A prestação de serviço pelo sentenciado será de cunho exclusivamente pedagógico, com
vistas a sua reintegração na sociedade, NÃO implicando vínculo empregatício, ressalvado o trabalho
industrial exercido em fundação, empresa pública com autonomia administrativa ou entidade privada, o
qual terá remuneração IGUAL à do trabalhador livre.
(Vide art. 4º da Lei nº 15.457, de 12/1/2005.)
Art. 53 – O contrato de prestação de serviços para o trabalho externo do sentenciado será
celebrado entre o DIRETOR do estabelecimento penitenciário, ouvida a Comissão Técnica de
Classificação, e o estabelecimento tomador do serviço, dependendo do consentimento expresso do
sentenciado, nos termos do § 3º do art. 36 da Lei Federal nº 7.210, de 11 de junho de 1984.
Parágrafo único – Nas licitações para obras de construção, reforma, ampliação e manutenção
de estabelecimento prisional, a proposta de aproveitamento, mediante contrato, de mão-de-obra de
presos, nos termos deste artigo, poderá ser considerada como fator de pontuação, a critério da
administração.
(Parágrafo único acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 12.921, de 29/6/1998.)
(Vide Lei nº 18.401, de 28/9/2009.)
Art. 54 – A REMUNERAÇÃO auferida pelo sentenciado no trabalho externo será empregada:
I – na indenização dos danos causados pelo delito, desde que determinados judicialmente e
não reparados por outro meio;
II – na assistência à família do sentenciado, segundo a lei civil;
III – cumprido o disposto nos incisos anteriores e ressalvadas outras aplicações legais, na
constituição de pecúlio, na forma de depósito em caderneta de poupança mantida por
estabelecimento oficial, o qual será entregue ao sentenciado no ato de sua libertação.
Art. 55 – A contabilidade do estabelecimento penitenciário manterá registro da conta individual
do sentenciado.
Art. 56 – As despesas de manutenção e as custas processuais não poderão ser deduzidas da
remuneração do sentenciado que se distinguir por sua conduta exemplar.
Parágrafo único – A conduta é considerada exemplar quando o sentenciado manifesta, durante
a execução da pena, constante empenho no trabalho e na aprendizagem escolar e profissional, bem
como senso de responsabilidade em seu comportamento pessoal.
Art. 57 – EXCETUAM-SE DA OBRIGAÇÃO DE TRABALHAR os maiores de 70 (setenta) anos, os
que sofram enfermidade que os impossibilite para o trabalho e a mulher antes e após o parto, nos
termos da legislação trabalhista.
Art. 58 – O sentenciado fará jus ao repouso semanal, de preferência no domingo.
Art. 59 – Será concedido descanso de até 1 (um) mês ao sentenciado não perigoso, de bom
comportamento, após 12 (doze) meses contínuos de trabalho, dedicação e produtividade.

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O trabalho do sentenciado (art. 39)

Usando como paradigma as premissas do Art. 31 da LEP, o art. 39 na norma estadual também
ordena que o preso condenado (sentenciado) à pena privativa de liberdade esteja OBRIGADO ao
trabalho, na medida de suas aptidões e capacidade.

Direcione a sua atenção

Diferença entre o trabalho penitenciário e pena de trabalhos forçados

Caro aluno, não confunda o instituto da OBRIGAÇÃO AO TRABALHO do preso condenado com
a PENA DE TRABALHOS FORÇADOS que é expressamente vedada pela CF/88. É importante você
discernir essa diferença para a realização da sua prova. Portanto, prossigamos em esclarecer o assunto.
A alínea “c”, inc. XLII do art. 5º da CF/88 proíbe taxativamente a PENA de trabalhos forçados e
outras que não poderão ser adotadas pela República Federativa do Brasil. Vejamos o texto
constitucional:

Art. 5º (...)
[...]
XLVII - NÃO HAVERÁ PENAS:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;

No inciso anterior, a Carta Cidadã elenca as penas que poderão ser impostas nos limites da lei,
pois vejamos:

XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:


a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;

A pena privativa de liberdade acarreta muitos ônus ao apenado e, inclusive, submissão a um


regime especial de relação entre ele e o Estado. Além das obrigações comuns, o preso terá tarefas
peculiares impostas somente aos custodiados em estabelecimento prisional. Uma dessas obrigações
especiais é a sujeição compulsória a LABORTERAPIA, isto é, trabalhar o corpo para manter a mente
ocupada (terapia ocupacional).

O propósito da laborterapia prisional é reintegração social do preso e a erradicação do ócio no


recinto carcerário. A remuneração recebida pelo labor penitenciário tem com o escopo o sustento do
próprio preso e da sua família, além do pagamento de possível indenização ao Estado e a vítima. O
reeducando que se recusar a trabalhar não sofrerá castigo físico ou será forçado a tanto, porém sofrerá

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o ônus por essa desídia ficando sujeito a investigação por cometimento de falta disciplinar (vide o art.5º
da LEP).

Contrapondo os institutos da proibição da pena de trabalhos forçados e da obrigação ao trabalho


do preso condenado, chegamos à conclusão de que cada um dos mecanismos em suas determinações e
proposições possuem natureza diversa e objetivos bem específicos. A proibição da pena de trabalhos
forçados tutela a dignidade da pessoa humana, enquanto a obrigação ao trabalho do preso é
mecanismo de reeducação e visa a ressocialização do apenado.

Saber determinar essa diferenciação é primordial para a sua prova, estimado aluno.

Obrigação ao trabalho e o PRESO PROVISÓRIO

Cumpre ressaltar que o preso provisório NÃO está obrigado ao trabalho e que a atividade laboral
penitenciária será voluntária e facultativa a esses detentos. O detalhe é que a laborterapia de presos
cautelares só poderá ser exercida no interior do estabelecimento prisional, conforme os termos do
parágrafo único do supracitado art. 31 da LEP.

Direcione a sua atenção

Trabalho do preso na LEP – Direito ou Dever do apenado?

O trabalho e o estudo do preso são os dois principais mecanismos de ressocialização da


execução penal nacional, juntamente com a devida prestação das assistências proporcionadas pelo
Estado. Veja o comando do art. 28 da LEP na seção que trata do trabalho do preso:

Art. 28. O trabalho do CONDENADO, como DEVER SOCIAL e CONDIÇÃO DE DIGNIDADE


HUMANA, terá finalidade educativa e produtiva.

A leitura do dispositivo grifado faz surgir uma pergunta, a saber:

O trabalho do é dever ou direito do apenado?

Fica evidente na LEP que a laborterapia prisional do apenado é tanto um DEVER SOCIAL
quanto um DIREITO inerente a dignidade da pessoa humana, cuja finalidade é educativa e produtiva
ao mesmo tempo.

O trabalho do preso visto como dever tem implicações no decorrer da execução da pena (art. 39,
V da LEP). Por exemplo, o preso que se recusar injustificadamente ao efetivo exercício do labor prisional
poderá ser responsabilizado pelo cometimento de falta grave (art. 50, VI da LEP). Portanto, o trabalho
é apresentado como um dever imposto ao reeducando.

Sob o prisma do direito ao trabalho, observamos o propósito da reintegração social do apenado


que por meio dessa digna prática laboral recebe uma remuneração (art. 29 da LEP) e pode remir a pena
por dia trabalhado (art. 126 da LEP). O Estado deve propiciar meios e estrutura para o efetivo exercício
da atividade laborativa do preso. Portanto, o trabalho também é apresentado como um direito inerente
a dignidade humana do preso.

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Leve esses dois conceitos a respeito do trabalho do preso para a sua prova, futuro servidor da
execução penal.

Obrigação ao trabalho e os presos maiores de 70 anos, enfermos e as presas gestantes ou em


estado de puerpério (art. 57)

Uma outra exceção sobre a obrigação do preso em relação ao trabalho é a isenção do cumprimento
dessa determinação legal aos presos condenados maiores de 70 (setenta) anos, os que sofram enfermidade
que os impossibilite para o trabalho e a mulher antes e após o parto (art. 57 da NEP).

Nesse ponto, chamamos a atenção para a dissonância entre a NEP e a LEP quanto a isenção da
obrigação ao trabalho que usufrui o preso condenado idoso. Vejamos.

Na NEP é apontado como isento da obrigação ao trabalho o preso idoso MAIOR DE 70 ANOS. Já
a LEP concede essa isenção de obrigação ao preso idoso MAIOR DE 60 ANOS, além dos doentes ou
deficientes físicos (§ 2º e 3º do art. 32 da LEP). A banca examinadora poderá usar essa diferença de idade
da norma estadual para a federal para confundir os canditados. Então preste atenção ao bloco e ao
comando das questões.

Direcione a sua atenção

Trabalho obrigatório do preso condenado

O preso condenado, na medida de suas aptidões e capacidade, está obrigado ao trabalho,


conforme os ditames da lei federal (vide os art. 31 ao art. 37 da LEP). Também nesse sentido, temos o
preceito 96.1 das Regras de Mandela que preconiza a mesma obrigação.
Esse mecanismo adotado pelo Estado tem como objetivo a reprogramação da vida profissional
do preso, a fim de propiciar o seu ingresso/retorno ao mercado de trabalho após o cumprimento da
pena.
Destacamos novamente que o instituto da remição permite que o preso reduza o tempo de
duração da pena por meio da sua atividade laboral (vide os art. 126 ao art. 130 da LEP), conforme visto
anteriormente.
Lembre-se que o preso provisório não está obrigado ao trabalho, mas pode facultativamente
aderi-lo. O preso provisório que assim optar poderá também usufruir do direito à remição da pena pelo
trabalho, nos termos do § 7º do art. 126 da LEP, em caso de futura condenação.

Critérios pedagógicos e psicotécnicos no trabalho penitenciário

Visando sempre a inserção ou reinserção do preso no mercado de trabalho, a laborterapia penal


será estabelecida segundo os critérios pedagógicos e psicotécnicos, tendo-se em conta as exigências do
tratamento, e procurará aperfeiçoar as aptidões de trabalho e a capacidade individual do sentenciado,
de forma a capacitá-lo para o desempenho de suas responsabilidades sociais. E para que isso seja
possível, o trabalho penitenciário será exercido de acordo com as escolas de formação profissional do
meio livre.

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Contratação de presos para obras e serviços

Uma alteração trazida pela Lei estadual nº 18.725/2010 reserva para os apenados mineiros até
10% (dez por cento) das vagas existentes da contratação para obras e serviços da administração pública
direta ou indireta do Estado. Para isso, será dada preferência aos sentenciados:

I – que cumpram pena na localidade em que se desenvolva a atividade contratada;


II – que apresentem melhores indicadores com relação à aptidão, à habilitação, à experiência,
à disciplina, à responsabilidade e ao grau de periculosidade, apurados pelo poder público e
registrados em cadastro próprio.

Jornada de trabalho do sentenciado e resistência ao trabalho (art. 40 e 41)

A jornada diária de trabalho do sentenciado NÃO excederá 8 (oito) horas.

A NEP também disciplina a desobediência ao dever do trabalho. A norma estadual dispõe que a
resistência ao trabalho ou a falta voluntária em sua execução constituem INFRAÇÃO DISCIPLINAR,
cuja punição será anotada no prontuário do sentenciado (inc. III, art. 142 da NEP).

Direcione a sua atenção

Dever do trabalho e infração disciplinar na LEP

O art. 39 da LEP elenca uma série de deveres impostos ao preso condenado. O inciso V do referido
dispositivo não deixa dúvida quanto ao dever do trabalho imposto ao preso sentenciado. Vejamos:

Art. 39. Constituem deveres do condenado:


[...]
V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas;
Vimos nos ensinamentos acima que o trabalho carcerário é tanto um DEVER quanto um
DIREITO inerente ao apenado. E, nesse sentido, é importante frisar que o labor carcerário é um
poderoso vetor para a reintegração social do preso, juntamente com a educação. Consequentemente,
por ser um dever previsto em lei, a sua desobediência injustificada a ordem de trabalhar pode configurar
falta grave e acarretar sanções ao preso segundo o texto da LEP (vide o art. 50, VI e art. 51, III da
LEP).
Na Aula 03 deste curso trataremos com maiores detalhes do tema Regime Disciplinar (art. 140
ao 145). Mas já podemos adiantar que, a semelhança do que preconiza a LEP, nos termos do inciso III,
do art. 142 da NEP, o descumprimento das obrigações do trabalho também configura infração
disciplinar.

Classificação para o trabalho (art. 42)

Por força do princípio individualizador da pena e para a elaboração de um eficiente programa de


formação profissional e ressocialização, a classificação para o trabalho atenderá às capacidades física
e intelectual e à aptidão profissional do reeducando.

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Os estabelecimentos penitenciários observarão a aplicação da legislação relativa à higiene e à


segurança do trabalhador preso (art. 43).

Direcione a sua atenção

Trabalho do preso e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)

Está expresso no § 2º do art. 28 da LEP que:

Art. 28. (...)


[...]
§ 2º O trabalho do preso NÃO está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho.

O trabalho do preso que é dever/direito tem como propósito principal a reintegração social do
apenado. Mas por meio dessa prática digna o preso fará jus a uma remuneração com distribuição
controlada pelo Estado (vide o art. 29 da LEP) e a remição da pena por dia de trabalhado (um dia por
três trabalhados - art. 126 da LEP).

Porém, está cristalino no dispositivo citado da LEP (§ 2º, art. 28) que o trabalho do apenado NÃO
estará sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Trabalho externo (art. 44)

A Lei estadual nº 18.401/2009 criou as regras para a prestação do trabalho externo dos presos.
O art. 44 da NEP dispõe que serão considerados, segundo parecer da CTC, a personalidade, os
antecedentes e o grau de recuperação do sentenciado, a fim de assegurar a regular e efetiva aplicação
ao trabalho, bem como o respeito à ordem pública.

Direcione a sua atenção

Antecedentes criminais

Nas lições do renomado jurista Rogério Greco, os antecedentes criminais:

“[...] dizem respeito ao histórico criminal do agente que não se preste para efeitos de
reincidência. Entendemos que, em virtude do princípio constitucional da presunção de inocência,
somente as condenações anteriores com trânsito em julgado, que não sirvam para forjar a
reincidência, é que poderão ser consideradas em prejuízo do sentenciado, fazendo com que a sua pena-
base comece a caminhar nos limites estabelecidos pela lei penal." (GRECO, Rogério. Curso de Direito
Penal - Parte Geral. 12. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2010. v. I. p. 537.)

Frequência do preso a estabelecimento de ensino ou de formação profissional (art. 45)

O art. 45 da NEP, que recebeu alteração da Lei estadual nº 19.478/2011, passou a prever que o
sentenciado em regime SEMIABERTO poderá, COM autorização judicial, frequentar estabelecimento

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de ensino ou de formação profissional na comunidade onde cumpre pena, desde que ouvida a CTC e
observado o disposto nos arts. 122 a 125 da LEP.

Direcione a sua atenção

Saída temporária para visita à família ou para frequentar curso na LEP

A NEP usou como paradigma a autorização para a SAÍDA TEMPORÁRIA do preso em regime
semiaberto prevista no art. 122 ao 125 da LEP.

Cumpre destacar que o benefício da saída temporária para visita à família é diferente da
permissão de saída para frequentar curso. Essas são espécies do gênero SAÍDA TEMPORÁRIA.
Observe que para a concessão de ambas as benesses os requisitos para a autorização e regras
para as saídas obedecerão aos mesmos ditames. Vejamos, portanto, o texto do da lei federal:

Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime semiaberto poderão obter autorização
para SAÍDA TEMPORÁRIA do estabelecimento, sem vigilância direta, nos seguintes casos:
I - visita à família;
II - freqüência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instrução do 2º grau ou
superior, na Comarca do Juízo da Execução;
III - participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social.
§ 1º A ausência de vigilância direta não impede a utilização de equipamento de monitoração
eletrônica pelo condenado, quando assim determinar o juiz da execução. (Redação dada pela Lei nº
13.964, de 2019)
§ 2º Não terá direito à saída temporária a que se refere o caput deste artigo o condenado que
cumpre pena por praticar crime hediondo com resultado morte. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Dois pontos importantes devem nos chamar a atenção após a leitura desse dispositivo da LEP que
inspirou o legislador estadual.
O primeiro, diz respeito ao § 2o do art. 124 da LEP o qual determina que quando se tratar de
frequência a curso profissionalizante, de instrução de ensino médio ou superior, o TEMPO de saída
será o necessário para o cumprimento das atividades discentes.
O segundo ponto, está relacionado a alteração que o Pacote Anticrime trouxe aos § 1º e 2º do
art. 122 da LEP. Fique atento as mudanças provocadas pela Lei 13.964/2019, pois passaram a determinar
novidades quanto as regras para a autorização de saída temporária. Perceba que após a entrada em
vigor do Pacote a saída temporária dos presos condenados no regime semiaberto não impede a
utilização de equipamento de monitoração eletrônica quando da ausência de vigilância direta, se assim
determinar o juiz da execução. Atente-se também que o preso condenado por crime hediondo com
resultado morte passa a não ter mais direito à saída temporária do estabelecimento penal.

O trabalho externo supervisionado pelo serviço social (Art. 46 e 47)

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O trabalho externo do preso será supervisionado pelo SERVIÇO SOCIAL penitenciário


mediante visita de inspeção ao local de trabalho (art. 46). Cuidado, aluno! O examinador pode elaborar
uma assertiva insinuando que a supervisão do trabalho externo do preso “será realizada por policiais
penais” e à luz desse dispositivo da NEP tal assertiva estaria errada, pois essa incumbência é do serviço
social.
Lembre-se que o legislador estadual usou como fonte a LEP e, por essa razão, o trabalho externo
pode ser prestado nos termos da norma de alcance nacional (art. 47).

Obrigação de regresso ao estabelecimento penal e sua exceção (art. 48)

Por se tratar de cumprimento da pena o preso em regime semiaberto, quando em serviço


particular e finalizada a jornada de trabalho, é obrigado a regressar ao estabelecimento penitenciário
nos dias e horários determinados pelo juízo da execução, sob pena de responsabilização e regressão
deste regime.

Excepcionalmente, será permitido ao preso, quando em trabalho em obra pública, pernoitar


em dependência da obra, desde que sob custódia e vigilância da direção da entidade, que mensalmente
enviará à penitenciária relatório sobre o seu comportamento.

Comunicação de ocorrências relacionadas a acidentes, faltas graves e evasão (art. 49)

Ocorrências relacionadas a acidente, falta grave ou evasão deverão ser imediatamente


comunicadas à penitenciária. O preso perderá o direito à prestação de trabalho externo quando praticar
falta GRAVE ou se evadir do local de trabalho. Com natureza de proteção e garantia, é obrigatório o
SEGURO contra acidentes nos trabalhos interno e externo (art. 50).

Remuneração do preso (Art. 51)

A remuneração do trabalho preso, quando não for fixada pelo órgão competente, será
estabelecida pela CTC.
Essa remuneração será fixada, para o trabalho interno, em quantia NÃO inferior a 3/4 (três quartos)
do salário-mínimo.

O apenado que tiver concluído curso de formação profissional, bem como o que tiver bom
comportamento e progresso na sua recuperação, terá a sua remuneração acrescida de 1/4 (um quarto)
do seu valor.

Direcione a sua atenção

O valor e distribuição da remuneração do preso na LEP

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Segundo o art. 29 da LEP, a remuneração do preso terá tabela pré-estabelecida e não poderá ser
inferior a 3/4 do salário-mínimo vigente. O dispositivo em tela determina também como será feito o
controle e distribuição dessa remuneração. Veja a disposição da norma federal:

Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser inferior
a 3/4 (três quartos) do salário-mínimo.
§ 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender:
a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinados judicialmente e não
reparados por outros meios;
b) à assistência à família;
c) a pequenas despesas pessoais;
d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do condenado, em
proporção a ser fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras anteriores.
§ 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte restante para constituição do
pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será entregue ao condenado quando posto em liberdade.

Direcione a sua atenção

Remuneração de presos em 3/4 do salário-mínimo é tema de ADPF

O art. 29 da LEP que fixa como remuneração para o trabalho do preso o valor-base, não inferior,
a três quartos (3/4) do salário-mínimo está sendo questionado no Supremo Tribunal Federal (STF) em
Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF nº 336), ajuizada pela Procuradoria
Geral da República.
Como a LEP é anterior à Constituição de 1988, o instrumento cabível para questioná-la é a ADPF,
nos termos do artigo 102, parágrafo 1º, da Constituição Federal, regulamentado pela Lei 9.882/1999.
Segundo o Procurador-Geral da Repúplica à época, Rodrigo Janot, o estabelecimento de
contrapartida monetária pelo trabalho realizado por preso em valor inferior ao salário-mínimo viola os
princípios constitucionais da isonomia e da dignidade da pessoa humana, além do disposto no artigo
7º, inciso IV, que garante a todos os trabalhadores urbanos e rurais o direito ao salário-mínimo.
Na ADPF, pede-se liminar para suspender a aplicação do dispositivo até o julgamento do mérito,
quando a PGR espera que o STF declare a não recepção do dispositivo da LEP pela CF/1988.

Prestação de serviço de cunho pedagógico e previsão de remuneração igual à do trabalhador livre


(art. 52)

Nessa parte topográfica da NEP que trata do trabalho do preso, vimos que a prestação de serviço
pelo condenado será de cunho exclusivamente pedagógico não implicando, em regra, vínculo
empregatício. Isso porque a laborterapia prisional tem como fito finalístico a reintegração social do
preso.
Quanto aos efeitos remuneratórios, além das determinações estudadas acima, existe a previsão
na NEP de que o TRABALHO INDUSTRIAL do condenado que for exercido em fundação, empresa
pública com autonomia administrativa ou entidade privada terá remuneração igual à do trabalhador
livre.

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Celebração do contrato de prestação de trabalhos externos pelo Diretor (art. 53)

O contrato de prestação de serviços para o trabalho externo do apenado será celebrado entre
o Diretor do estabelecimento penitenciário, ouvida a CTC, e o estabelecimento tomador do serviço,
a qual para a sua efetivação dependerá do consentimento expresso do preso, nos termos do § 3º do art.
36 da LEP.

Pontuação na licitação para obras e contratação de presos

Nas licitações para obras de construção, reforma, ampliação e manutenção de


estabelecimento prisional, a proposta de aproveitamento, mediante contrato, de mão-de-obra de
presos, poderá ser considerada como fator de pontuação, a critério da administração.

Distribuição e controle da remuneração do preso (Art. 54)

Semelhante aos já estudados, § 1º e 2º, do art. 29 da LEP (vide o Direcione a sua atenção acima),
o art. 54 da norma de execução penal mineira dispõe que a remuneração auferida pelo condenado em
virtude da realização de trabalho externo será empregada:

I – na indenização dos danos causados pelo delito, desde que determinados judicialmente e
não reparados por outro meio;
II – na assistência à família do sentenciado, segundo a lei civil;
III – cumprido o disposto nos incisos anteriores e ressalvadas outras aplicações legais, na
constituição de pecúlio, na forma de depósito em caderneta de poupança mantida por
estabelecimento oficial, o qual será entregue ao sentenciado no ato de sua libertação.

Para que isso seja possível, a contabilidade do estabelecimento penitenciário manterá registro
da conta individual do sentenciado (Art. 55 da NEP).

É importante destacar que as despesas de manutenção e as custas processuais NÃO poderão


ser deduzidas da remuneração do preso que se distinguir por sua conduta exemplar (art. 56). A conduta
considerada exemplar é aquela quando o reeducando manifesta, durante a execução da pena, constante
empenho no trabalho e na aprendizagem escolar e profissional, bem como senso de responsabilidade
em seu comportamento pessoal.

Presos maiores de 70 anos, enfermos e as presas gestantes ou em estado de puerpério (art. 57)

Conforme já explicado anteriormente, uma excepcionalidade quanto a obrigação ao trabalho


repousa sob algumas classes de presos.

Fazemos referência aos presos condenados maiores de 70 (setenta) anos, os que sofram
enfermidade que os impossibilite para o trabalho e a mulher antes e após o parto (art. 57 da NEP).

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Relembramos o cuidado redobrado que o candidato deve ter em relação ao § 2º e 3º do art. 32


da LEP, que concede a mesma isenção de obrigação ao trabalho para os presos idosos maiores de 60
ANOS, além dos doentes ou deficientes físicos.

Reafirmamos que a diferença de idade para isenção da obrigação ao trabalho (60 e 70 anos) entre
a norma estadual e a federal é um terreno fértil para a elaboração de uma assertiva escorregadia na
prova. Portanto, fique atento ao bloco, enunciado e comando desse possível tipo de questão. Se o
examinador exigir esse conhecimento à luz da NEP, lembre que a isenção ao trabalho obrigatório é
destinada aos presos maiores de 70 anos.

Repouso semanal e descanso de um mês (art. 58 e 59)

O preso fará jus ao repouso semanal, de preferência aos domingos. O direito ao repouso
dominical é preferencial e não uma obrigação. Além disso, será concedido descanso de até 1 (um) mês
ao sentenciado:

➢ não perigoso, de bom comportamento, após 12 (doze) meses contínuos de trabalho,


dedicação e produtividade.

Lembre-se que, como regra, o preso não possui vínculo empregatício com o empregador, nem
relação trabalhista em conformidade com a CLT. Isso ocorre em virtude do trabalho obrigatório do preso
ter natureza de laborterapia. Portanto, não confunda o direito ao gozo do instituto de descanso de até 1
(um) mês que possui o apenado com os atributos vistos acima com o direito a férias concedido ao
trabalhador livre. O primeiro instituto busca inspiração no segundo, porém são distintos (p.ex.: o preso
trabalhador não receberá o valor de pelo menos 1/3 a mais da sua remuneração quando em gozo do
descanso de até um mês – vide o art. 7º, XVII, da CF/88).

Direcione a sua atenção

Jornada de trabalho do preso na LEP

O caput do art. 33 da LEP estabelece que a jornada de trabalho do preso não deverá exceder a 8
horas, nem ser inferior a 6 horas, com previsão de descanso preferencialmente aos domingos e
feriados.
O parágrafo único do mesmo artigo dispõe que os presos que exercem alguma espécie de serviços
de conservação e manutenção do estabelecimento penal poderão ter horário especial de trabalho.

Direcione a sua atenção

Regras de Mandela e o trabalho dos presos

Vejamos abaixo algumas recomendações das Regras Mínimas da ONU em relação ao trabalho
dos presos.

Regra 96

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1. Todos os reclusos condenados devem ter a oportunidade de trabalhar e/ou participar


ativamente na sua reabilitação, em conformidade com as suas aptidões física e mental, de acordo com a
determinação do médico ou de outro profissional de saúde qualificado.
2. Deve ser dado trabalho suficiente de natureza útil aos reclusos, de modo a conservá-los ativos
durante um dia normal de trabalho.

Regra 101

1. Os cuidados prescritos destinados a proteger a segurança e a saúde dos trabalhadores em


liberdade devem igualmente existir nos estabelecimentos prisionais.
2. Devem ser adotadas disposições para indenizar os reclusos por acidentes de trabalho e doenças
profissionais, nas mesmas condições que a lei concede aos trabalhadores em liberdade.

Regra 102

1. As horas diárias e semanais máximas de trabalho dos reclusos devem ser fixadas por lei ou por
regulamento administrativo, tendo em consideração regras ou costumes locais respeitantes ao trabalho
dos trabalhadores em liberdade.
2. As horas devem ser fixadas de modo a deixar um dia de descanso semanal e tempo suficiente
para a educação e para outras atividades necessárias como parte do tratamento e reinserção dos
reclusos.

Aquecimento Direcionado

Questão INÉDITA

O trabalho não é obrigatório para os presos provisórios que sofram de alguma enfermidade que
os impossibilite de trabalhar, mulheres antes e após o parto e maiores de 70 anos.

Gabarito: Certo (art. 57)

Da Religião

Lei Seca Direcionada

Da Religião

Art. 60 – O sentenciado tem direito à liberdade de crença e culto, permitida a manifestação


religiosa pelo aprendizado e pelo exercício do culto, bem como a participação nos serviços
organizados no estabelecimento penitenciário, a posse de livro de instrução religiosa e a prática da
confissão, SEM prejuízo da ordem e da disciplina.
Parágrafo único – A manifestação religiosa se dará sem prejuízo da ordem e da disciplina

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exigidas no estabelecimento.

Art. 61 – (Revogado pelo art. 4º da Lei nº 14.505, de 20/12/2002.)


Dispositivo revogado:

“Art. 61 – É permitida, nas penitenciárias, nos termos do regulamento desta lei, a PRESENÇA de
representante religioso, com autorização para organizar serviços litúrgicos e fazer visita pastoral aos
adeptos de sua religião.”

Direito a liberdade religiosa (art. 60)

Todos os presos têm direito à liberdade de crença e culto nos termos da Constituição e das leis.

A NEP não só garante esse direito ao preso como também permite a manifestação religiosa pelo
aprendizado e pelo exercício do culto religioso, bem como a participação do apenado nos serviços
organizados no estabelecimento penitenciário, a posse de livro de instrução religiosa e a prática da
confissão das religiões.

Cumpre destacar que a NEP impõe determinados limites a prática religiosa para manutenir a
ordem e a disciplina dos estabelecimentos penais. Desta maneira, a manifestação religiosa se dará sem
prejuízo da segurança que é exigida nos estabelecimentos penitenciários. Como exemplo, podemos
citar uma liturgia que faça uso de objetos cortantes; nesses casos os objetos não poderão adentrar as
dependências do estabelecimento penal para a prevenção e proteção da incolumidade física dos presos,
dos servidores e de todos os atores da execução penal.

Para o efetivo exercício do direito ao culto, a NEP permite a entrada de representantes


religiosos nas dependências das penitenciárias, desde que possuam autorização para essa atividade.
A entrada de ministros religiosos nos recintos penitenciários tem como um dos seus objetivos permitir a
organização dos serviços litúrgicos e a feitura de visita pastoral aos adeptos de cada religião (art. 61 da
NEP).

Direcione a sua atenção

Direito ao culto e exercício religioso na LEP

O art. 3º da LEP está alinhado com o preceito constitucional, ordenamento jurídico pátrio e os
tratados internacionais de direitos do homem quando dispõe que o preso condenado e o internado terão
assegurados TODOS os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei. E por foça desse mandamento
legal, também não haverá qualquer distinção de natureza racial, social, RELIGIOSA ou política durante
o cumprimento da pena.
Nessa esteira, o art. 24 da LEP predispõe que a assistência religiosa concedida aos presos envolve
a liberdade de culto que será prestada de maneira a permitir-lhes a participação nos serviços
organizados no estabelecimento penal, bem como a posse de literatura de instrução religiosa. O
dispositivo em tela prevê que o estabelecimento prisional deverá propiciar um local apropriado para a

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realização dos cultos religiosos, e que nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a participar de
atividade religiosa.

Direcione a sua atenção

Direito ao culto e exercício religioso na CF/88

A Carta Cidadã de 1988, nos incisos VI, VII e VIII do art. 5º, protege o direito de expressão da
religiosidade de todos os indivíduos que pisam o Território Nacional. Observe que esse direito não é
atingido pela sentença condenatória, mas sim relativisado.
A relativização desse direito constitucional se dará pela limitação imposta pelas normas de
execução penal que controlarão as liturgias e instrumentos de culto para que a ordem e a disciplina
prisional não sejam comprometidas (p.ex.: proibição da entrada ou uso no recinto carcerários de
objetos cortantes pertencentes a cerimônia religiosa). Mas vejamos o que manda a nossa Carta Magna:

Art. 5º [...]
[...]
VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos
cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
VII – é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis
e militares de internação coletiva;
VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-
se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
O direito ao exercício das práticas religiosas no ambiente carcerário será composto de concessão
de local apropriado para o culto, celebração de cultos, leitura de livros sagrados e ensino religioso (Regras
de Mandela – preceito 66), sempre respeitando o regulamento interno do estabelecimento para a
preservação da segurança dos atores que compõem a execução penal (servidores, presos e seus
familiares etc.)

Aquecimento Direcionado

Questão INÉDITA

O sentenciado tem direito à liberdade de crença e culto, permitida a manifestação religiosa pelo
(a):
a) aprendizado e pelo exercício do culto.

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b) participação nos serviços litúrgicos organizados no estabelecimento penitenciário.


c) posse de livro de instrução religiosa.
d) prática da confissão religiosa.
e) uso de todos os objetos que compõe a liturgia em obediência ao direito constitucional.

Gabarito: E (art. 60).

Das Atividades Culturais, Recreativas e Esportivas


Lei Seca Direcionada

Das Atividades Culturais, Recreativas e Esportivas

Art. 62 – Para os bem-estares FÍSICO e MENTAL do sentenciado, serão organizadas, nos


estabelecimentos penitenciários, atividades CULTURAIS, RECREATIVAS e ESPORTIVAS.
Art. 63 – Os programas de atividades esportivas destinam-se em particular ao jovem adulto,
podendo ser solicitada, à Diretoria de Esportes e a outros órgãos da comunidade, a colaboração em seu
desenvolvimento.
Art. 64 – O professor de Educação Física e o recreacionista organizarão sessões de educação
física e atividades dirigidas para grupos de condenados, devendo observar-lhes o comportamento, para
fins de anotação.

Atividades Culturais, Recreativas e Esportivas (art. 62)

A fim de buscar o bem-estar físico e mental do preso e o bom convívio da população carcerária,
a NEP determina que serão organizadas atividades culturais, recreativas e esportivas em todos os
estabelecimentos penitenciários do Estado de Minas Gerais. Essas atividades coletivas visão incentivar
o retorno a convivência social dos futuros egressos após o cumprimento da pena.

Esses programas de atividades esportivas destinam-se em particular ao jovem adulto (art. 63).
O apoio profissional, técnico e colaboração para o desenvolvimento desse tipo de assistência ao preso
poderá ser solicitada à Diretoria de Esportes e a outros órgãos da comunidade onde se localize o
estabelecimento penal.

Os profissionais de Educação Física e os recreacionistas terão a incumbências de organizar as


sessões de educação física e atividades dirigidas para os grupos dos reeducandos, devendo observar-lhes
o comportamento, para fins de anotação.

Direcione a sua atenção

Atividades recreativas e assistência social na LEP

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Na parte topográfica da LEP que trata da assistência social ao preso dispõe o art. 23 da
lei:

Art. 23. Incumbe ao serviço de ASSISTÊNCIA SOCIAL:


[...]
IV - promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, a RECREAÇÃO;
A assistência social é a serviço que mais reaproxima o preso do convívio e da reintegração com
a sociedade. É a assistência que mais preserva o elo que o segregado social mantém com o mundo
exterior. As Regras Mínimas da ONU denominada Regras de Mandela, no preceito 92.1, recomenda
que a assistência social terá papel fundamental no desígnio de reinserir o preso na comunidade da qual
faz parte e para a qual retornará após o cumprimento da pena.

Aquecimento Direcionado

Questão INÉDITA

Os programas de atividades esportivas destinam-se aos presos idosos, em recuperação


fisioterápica e jovens e adultos. A programação poderá ser solicitada à Diretoria de Esportes e a outros
órgãos da comunidade para que colaborarem com o desenvolvimento dessas atividades
ressocializadoras.

Gabarito: ERRADO (art. 63)

Do Contato com o Exterior e da Relação com a Família


Lei Seca Direcionada

Do Contato com o Exterior e da Relação com a Família

Art. 65 – Será estimulado o contato do sentenciado com o mundo exterior pela prática das
medidas de semiliberdade e pelo trabalho com pessoas da sociedade, com o objetivo de conscientizá-
lo de sua cidadania e de sua condição de parte da comunidade livre.
Parágrafo único – O contato com o meio exterior será programado pelo SERVIÇO SOCIAL,
ouvida a Comissão Técnica de Classificação.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 4º da Lei nº 19.478, de 12/1/2011.)
Art. 66 – O sentenciado tem direito a manter relações familiares, incluindo visitas periódicas
da família.
§ 1º – Compete ao serviço social assistir e orientar o sentenciado em suas relações familiares.
§ 2º – O direito estabelecido no caput abrange relações oriundas de casamento, união estável,
união homoafetiva e parentesco.
(Artigo com redação dada pelo art. 5º da Lei nº 19.478, de 12/1/2011.)

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Art. 67 – O sentenciado e o preso provisório têm direito a VISITA ÍNTIMA, com periodicidade
duração, horários e procedimentos definidos pela autoridade competente.
§ 1º – A visita ocorrerá em local específico, adequado à sua finalidade e compatível com a
dignidade humana.
§ 2º – O sentenciado indicará cônjuge ou companheiro, para fins de registro e controle pelo
estabelecimento prisional, e fornecerá a devida documentação comprobatória do casamento, união
estável ou união homoafetiva.
§ 3º – A indicação realizada nos termos do § 2º poderá ser cancelada a qualquer tempo, mediante
comprovação de rompimento do vínculo.
§ 4º – Na hipótese do § 3º, somente seis meses após o cancelamento poderá ocorrer nova
indicação de cônjuge ou companheiro para fins de visita íntima.
§ 5º – Poderá ser atribuído ao visitante documento de identificação específico, exigível para a
realização da visita íntima.
§ 6º – Somente se admitirá visitante menor de dezoito anos quando legalmente casado e, nos
demais casos, quando devidamente autorizado pelo juízo competente.
§ 7º – O sentenciado receberá atendimento médico e informações com o objetivo de evitar
contato sexual de risco.
§ 8º – A VISITA ÍNTIMA poderá ser suspensa ou restringida, por tempo determinado, por ato
motivado da autoridade competente, nas seguintes hipóteses:
I – sanção disciplinar, nos termos do inciso VII do art. 143;
II – registro de ato de indisciplina ou atitude inconveniente praticados pelo visitante,
apurados em procedimento administrativo;
III – risco à segurança do sentenciado, de preso provisório ou de terceiros, ou à disciplina do
estabelecimento prisional provocado pela visita;
IV – solicitação do preso.
(Artigo com redação dada pelo art. 5º da Lei nº 19.478, de 12/1/2011.)

Do Contato com o Exterior e da Relação com a Família (art. 65)

Para o cumprimento do principal objetivo da execução penal, a saber, a reintegração social do


preso e do internado (vide o art. 1º da LEP), a NEP criou a obrigação do estímulo ao contato do
sentenciado com o mundo exterior pela prática das medidas de semiliberdade e pelo trabalho com
pessoas da sociedade. O contato com o mundo externo tem a finalidade de conscientizar o reeducando
de sua cidadania e de sua condição de parte da comunidade livre.
Esse vínculo com o meio exterior será programado pelo SERVIÇO SOCIAL, sendo ouvida para
tanto a CTC.

Direito a visita social e a manutenção dos laços familiares (art. 66)

O preso tem direito a manter relações familiares, incluindo visitas periódicas da família. E para
isso, caberá ao serviço social assistir e orientar o reeducando em suas relações familiares.

Esse direito abrange relações oriundas de casamento, união estável, união homoafetiva e
parentesco.

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Direcione a sua atenção

Direito a visita na LEP

Quanto ao direito de visita na LEP dispõe o art. 41 da norma:

Art. 41 - Constituem direitos do preso:

[...]

X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados;

Desde que comprovado o vínculo familiar de qualquer natureza, grau e gênero, o preso terá
direito a receber periodicamente a visita social dos seus companheiros, parentes e amigos com o fito de
preservar os laços familiares e sociais.

Direcione a sua atenção

Direito a visita social aos presos nas Regras de Mandela


As Regras Mínimas das Nações Unidas para o Tratamento de Reclusos – Regras de Mandela
também tratam de defender o direito humano da visita social a todas as pessoas reclusas em
estabelecimentos prisionais civis e militares e de internação coletiva.
A Regra 58 recomenda que os reclusos devem ser autorizados, sob a necessária supervisão, a
comunicação periódica com as suas famílias e amigos.
Já o preceito 106 das Regras da ONU preconiza que a conservação dos laços familiares e sociais
realizados por meio do exercício do direito a visita, permite que se mantenham e melhorem as boas
relações entre o preso e a sua família, possibilitando o seu futuro regresso ao seio social.

Direito a visita íntima (art. 67)


A norma de execução penal do Estado de Minas Gerais prevê ao preso CONDENADO e ao preso
PROVISÓRIO o direito a VISITA ÍNTIMA, com periodicidade duração, horários e procedimentos
definidos pela autoridade competente.

Para efeitos do exercício desse direito, a NEP dispõe que a visita íntima ocorrerá em local
específico, adequado à sua finalidade e compatível com a dignidade humana.

A norma estadual deixa claro que é o próprio preso que indicará cônjuge ou companheiro, para
fins de registro e controle pelo estabelecimento prisional, e fornecerá a devida documentação
comprobatória do casamento, união estável ou união homoafetiva.

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A indicação do preso poderá ser cancelada a qualquer tempo, mediante comprovação de


rompimento do vínculo. Quando isso ocorrer somente 6 (seis) meses após o cancelamento haverá a
possibilidade de nova indicação de cônjuge ou companheiro para fins de visita íntima. Além disso, para
efeitos de controle de movimentação no recinto carcerário, a NEP dispõe que poderá ser atribuído ao
visitante um documento de identificação específico, exigível para a realização da visita íntima.

Direcione a sua atenção

Regras de visita íntima a polução carcerária LGBT

O Conselho Nacional de Combate à Discriminação - CNCD editou a Resolução Conjunta nº 1/2014


que define as regras para acolhimento da Comunidade LGBT em unidades prisionais.
O art. 6º da Resolução em voga define que é garantido o direito à visita íntima para a população
LGBT em situação de privação de liberdade, nos termos da Portaria MJ nº 1.190/2008, da Resolução
CNPCP nº 4/2011 e da Resolução nº 1/1999 do CNPCP.
Portanto, fique atento ao assunto, pois ele tem se tornado relevante para os certames de
concursos das administrações prisionais federal, estaduais e distrital.

Direcione a sua atenção

Visita íntima no ordenamento jurídico brasileiro

Na Portaria nº 718/2017 do Ministério da Justiça e Segurança Pública que passou a


regulamentar o controle da visita íntima no Sistema Penitenciário Federal, o Ministro de Estado da
Justiça e Segurança Pública à época deixou consignado nas considerações que antecedem as
proposituras e determinações da norma interna o seguinte:

“a visita íntima não tem previsão formal em lei, sendo interpretada como um direito com base
em resolução do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária(...)”

Porém, a jurisprudência, a doutrina majoritária, os instrumentos internacionais de direitos


humanos e as normas e regulamentos de execuções penais estaduais e federal vem considerando o
instituto da visita íntima como um direito e não como uma regalia concedida aos presos.

Em concordância como o novo entendimento a respeito do instituto, a NEP considera a visita


íntima do preso como um direito e não como uma regalia. Fique atento a isso, aluno.

Visitante menor de 18 (dezoito) anos

O visitante menor de dezoito anos só poderá visitar o familiar preso com a devida autorização da
autoridade competente.

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Aula 01

Em caso de menores que sejam companheiros ou cônjuges dos presos, para fins de concessão de
visita, será necessária a comprovação documental de que possuam união estável ou sejam
legalmente casados.

No intuito de prevenir doenças sexualmente transmissíveis, o preso receberá atendimento


médico e informações com o objetivo de evitar contato sexual de risco.
Suspensão ou restrição da visita íntima

A visita íntima poderá ser suspensa ou restringida, por tempo determinado, por ato motivado
da autoridade competente, nas seguintes hipóteses:

I – sanção disciplinar, nos termos do inciso VII do art. 143;


II – registro de ato de indisciplina ou atitude inconveniente praticados pelo visitante,
apurados em procedimento administrativo;
III – risco à segurança do sentenciado, de preso provisório ou de terceiros, ou à disciplina do
estabelecimento prisional provocado pela visita;
IV – solicitação do preso.

A suspensão ou a restrição à visita íntima possui natureza disciplinar nos termos do inc. VII, do
art. 143 desta NEP, conforme veremos na Aula 03 deste curso.

Aquecimento Direcionado

Questão INÉDITA

O contato com o meio exterior será programado pela (o):

a) Diretor do estabelecimento penal.


b) serviço pedagógico.
c) policial penal.
d) Comissão Técnica de Classificação.
e) serviço social.

Gabarito: E (parágrafo único, art. 65).

Questões INÉDITAS comentadas pelo professor

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Aula 01

AULA 01

Art. 1º ao art. 67

1) A Lei nº 11.404/2019 – Norma de Execuções Penais regulará a execução das penas e medidas cautelares de
segregação do convívio social no Estado de Minas Gerais, exceto:

a) das medidas de segurança.

b) privativas de liberdade.

c) restritivas de direito.

d) manutenção e a custódia do preso provisório.

e) multa.

Comentário do professor

Nos termos do art. 1º da NEP será objeto de regulamentação da norma estadual a execução das medidas privativas
de liberdade e restritivas de direito, bem como a manutenção e a custódia do preso provisório. Sendo assim, a
pena de multa não foi contemplada pelo legislador estadual.

Gabarito: E

2) Segundo a Lei nº 11.404/2019, a execução penal tem como propósito, exceto a (o):

a) reeducação do sentenciado.

b) reintegração na sociedade.

c) prevenção da reincidência.

d) proteção e defesa da sociedade.

e) punição do infrator.

Comentário do professor
O art. 2º da NEP dispõe que a execução penal se destina à reeducação do sentenciado e à sua reintegração na
sociedade, prevenção da reincidência, a proteção e defesa da sociedade. O legislador omitiu o propósito
retributivo (punitivo) da pena. Portanto, segundo a literalidade da NEP, a alternativa “e” é a exceção.

Gabarito: E

3) O Estado, a família e a comunidade são responsáveis pela realização das atividades de execução penal.

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Comentário do professor
No art. 6º da NEP vimos que são co-responsáveis pela realização das atividades de execução penal o Estado e a
comunidade. Em que pese a família tenha o seu papel fundamental na recuperação do reeducando, ela não
exercerá responsabilidade quanto as atividades da execução da pena.

Gabarito: ERRADO

4) O tratamento reeducativo do preso consiste na adoção de um conjunto de medidas médico-psicológicas e


sociais, com vistas à reeducação do sentenciado e à sua reintegração na sociedade e não adotará:

a) tratamento individualizado da pena.

b) análise da personalidade de cada sentenciado.

c) exame criminológico.

d) observação permanente do sentenciado.

e) práticas de regressão psicológicas curativas.

Comentário do professor

O Art. 8º da NEP dispõe que o tratamento reeducativo consiste na adoção de um conjunto de medidas médico-
psicológicas e sociais, com vistas à reeducação do sentenciado e à sua reintegração na sociedade.

E o art. 9º determina que esse tratamento será individualizado e levará em conta a personalidade de cada
sentenciado que ficará sujeito ao exame criminológico para verificação de carência físico-psíquica e outras causas
de inadaptação social (art. 10).

O art. 13 da norma preconiza que a observação do sentenciado se fará do início ao fim da execução da pena, isto
é, de natureza permanente. Lembre-se que a colaboração do sentenciado no processo de sua observação
psicossocial e de seu tratamento é voluntária. A norma não possui a previsão terapêutica da regressão psicológica
para tratamento dos presos.

Gabarito: E

5) A observação médico-psicossocial compreende os exames:

a) biológicos.

b) psicológicos

c) complementares.

d) de estudo social.

e) toxicológicos.

Comentário do professor

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Embora seja pertinente e proveitoso para a elaboração de um eficiente programa individualizador da pena, o
exame toxicológico não se encontra no texto do art. 14 da NEP que dispõe:

Art. 14 – A observação médico-psicossocial compreende os exames biológico, psicológico e complementares e o


estudo social do sentenciado

Portanto, a alternativa “e” está errada.

Gabarito: E

6) A observação empírica dos presos se realizará:

a) no trabalho.

b) na sala de aula.

c) no refeitório.

d) na praça de esportes.

e) no interior da cela.

Comentário do professor

Nos termos do art. 15 da NEP a observação empírica se realizará no trabalho, na sala de aula, no refeitório, na
praça de esportes e em todas as situações da vida cotidiana do sentenciado. Deste modo, não está previsto a
observação no interior da cela onde o apenado ficará alocado.

Gabarito: E

7) Todas as penitenciárias contarão com duas Comissões Técnicas de Classificação, às quais incumbem a
elaboração do programa de tratamento reeducativo e o acompanhamento da evolução da execução da pena.

Comentário do professor

A NEP determina no seu art. 19 que cada estabelecimento penitenciário contará com UMA Comissão Técnica de
Classificação, à qual incumbe elaborar o programa de tratamento reeducativo e acompanhar a evolução da
execução da pena. Veja que a letra da norma estadual não consigna duas CTC como propõe a assertiva. Portanto,
a assertiva está errada.

Gabarito: ERRADO

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Aula 01

8) A Comissão Técnica de Classificação é presidida pelo Diretor do estabelecimento e composta de, no


mínimo,

a) um psiquiatra, dois psicólogos, um assistente social, dois chefes da Seção de Educação e Disciplina e um
representante de obras sociais da comunidade.

b) dois psiquiatras, um psicólogo, um assistente social, um chefe da Seção de Educação e Disciplina e um


representante de obras sociais da comunidade.

c) um psiquiatra, um psicólogo, dois assistentes sociais, um chefe da Seção de Educação e Disciplina e um


representante de obras sociais da comunidade.

d) um psiquiatra, um psicólogo, um assistente social, um chefe da Seção de Educação e Disciplina e dois


representantes de obras sociais da comunidade.

e) um psiquiatra, um psicólogo, um assistente social, um chefe da Seção de Educação e Disciplina e um


representante de obras sociais da comunidade.

Comentário do professor

Terreno fértil para a elaboração de questão, o art. 20 traz a estrutura mínima para o funcionamento da CTC que
será presidida pelo Diretor do estabelecimento e composta de, no mínimo,

• um psiquiatra;

• um psicólogo;

• um assistente social;

• um chefe da Seção de Educação e Disciplina; e

• um representante de obras sociais da comunidade.

Portanto, o nosso gabarito é a alternativa “e”.

Gabarito: E

9) Compete à Comissão Técnica de Classificação opinar sobre a progressão ou a regressão do regime de


cumprimento da pena, a remição da pena, o monitoramento eletrônico, o livramento condicional, o indulto
e a anistia.

Comentário do professor

Na concessão do benefício da anistia a CTC não terá nenhum tipo de participação, emissão de opinião ou
ingerência. Sobre isso vejamos o que está positivado no art. 21 da NEP:

Art. 21. Compete à Comissão Técnica de Classificação opinar sobre a progressão ou a regressão do regime de
cumprimento da pena, a remição da pena, o monitoramento eletrônico, o livramento condicional e o indulto.

Portanto, a assertiva está errada.

Gabarito: ERRADO

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10) No caso de progressão ou regressão de regime, as reuniões da Comissão Técnica de Classificação serão
presididas pelo (a):

a) Ministério Público.

b) Defensoria Pública.

c) Diretor do estabelecimento penal.

d) Polícia Penal.

e) Juiz da Execução.

Comentário do professor

No caso de progressão ou regressão de regime, as reuniões da Comissão Técnica de Classificação serão presididas
pelo Juiz da Execução, presente o Ministério Público e, obviamente, a defesa do apenado. Mas o texto da NEP
omite a presença da defesa. Fique ligado!

Gabarito: E

11) O ensino médio é obrigatório para todos os detentos do sistema penitenciário do Estado de Minas Gerais.

Comentário do Professor

Segundo o art. 26 da NEP o ensino fundamental é obrigatório para todos os detentos que não o tiverem concluído.
Portanto, a assertiva está errada.

Gabarito: ERRADO.

12) O estabelecimento penitenciário disporá de classe especial para os infratores, dando-se ênfase à
instrução:

a) técnica.

b) profissionalizante.

c) de ensino médio.

d) de ensino superior.

e) de ensino fundamental.

Comentário do professor

Os estabelecimentos penitenciários mineiros disporão de classe especial para os infratores, dando-se ênfase à
escolarização fundamental, é o manda o art. 27 da norma estadual. Portanto, a alternativa “e” é o nosso gabarito.

Gabarito: E

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13) Os presos condenados trabalharão em oficina de aprendizagem industrial e artesanato rural ou em serviço
agrícola do estabelecimento, conforme suas preferências,

a) origem urbana e cidadã.

b) aptidão física e espiritual.

c) habilidade manual e psíquica.

d) educação e competência.

e) inteligência e nível de escolaridade.

Comentário do professor

No campo do trabalho do preso, os presos trabalharão em oficina de aprendizagem industrial e artesanato rural
ou em serviço agrícola do estabelecimento, conforme suas preferências, origem urbana ou rural, aptidão física,
habilidade manual, inteligência e nível de escolaridade. Portanto, a única alternativa correta é a “e”.

Gabarito: E

14) A Comissão Técnica de Classificação da penitenciária manterá contato com as autoridades acadêmicas
para a admissão do sentenciado em cursos universitários.

Comentário do professor

Cuidado, aluno! É a direção da penitenciária e não a CTC que deverá manter contato com as autoridades
acadêmicas para a admissão do sentenciado em curso universitário (p.ú. do art. 32 da NEP).

Gabarito: ERRADO

15) É permitido ao sentenciado participar de curso de Ensino à Distância, mesmo que em casos excepcionais
haja um pequeno risco a disciplina e a segurança, pois a ressocialização pelo ensino é primordial.

Comentário do professor

O EAD concedido ao preso encontra previsão no art. 33 da NEP. Porém, a norma impõe uma ressalva quanto ao
direito ao ensino à distância, determinando que será permitido ao sentenciado participar de curso por
correspondência, rádio e televisão, desde que não haja prejuízo da disciplina e da segurança do estabelecimento
prisional. Portanto, a assertiva está errada.

Gabarito: ERRADO

16) A penitenciária estadual poderá celebrar convênio com entidades públicas ou privadas a fim de realizar
cursos profissionalizantes ou supletivos.

Comentário do professor

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A assertiva está amoldada as disposições do art. 34 da NEP. Vejamos abaixo a literalidade da norma:
Art. 34. A penitenciária pode firmar convênio com entidade pública ou privada para a realização de curso
profissional ou supletivo.
Portanto, a assertiva está certa.
Gabarito: CERTO

17) O trabalho é obrigatório para todos os presos, exceto os maiores de 70 (setenta) anos, os que sofram
enfermidade que os impossibilite para o trabalho e a mulher antes e após o parto.

Comentário do professor

O preso provisório NÃO está obrigado ao trabalho (art. 39). Para os presos cautelares a atividade laboral
penitenciária será voluntária e facultativa. O detalhe é que a laborterapia de presos cautelares só poderá ser
exercida no interior do estabelecimento prisional, conforme os termos do parágrafo único do art. 31 da LEP.

Ressaltamos que os presos provisórios que, facultativamente, aderirem a laborterapia também usufruirão do
direito à remição da pena pelo trabalho, nos termos do § 7º do art. 126 da LEP, em caso de futura condenação.

A exceção da obrigação ao trabalho também alcança um grupo penitenciário vulnerável composto por maiores de
70 (setenta) anos, os que sofram enfermidade que os impossibilite para o trabalho e a mulher antes e após o parto
(art. 57). Portanto, a assertiva está errada.

Gabarito: ERRADO.

18) A jornada de trabalho do sentenciado no sistema penitenciário de Minas Gerais não excederá a:

a) 12 (doze) horas.

b) 12 (doze) horas divididas em 4 (quatro) horas a cada 3 (três) dias.

c) 12 (doze) horas divididas em 3 (três) horas a cada 4 (dias) dias.

d) 12 (doze) horas divididas em 6 (seis) horas a cada 2 (três) dias.

e) 8 (oito) horas diárias.

Comentário do professor

Nos termos do Art. 40 da NEP, a jornada diária de trabalho do sentenciado não excederá 8 (oito) horas.

Gabarito: E

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19) Para a concessão de saída do estabelecimento penal com o propósito de prestação do trabalho externo,
serão considerados requisitos para a análise em relação ao preso beneficiado,

a) a personalidade e a condenação por crimes hediondos.

b) os antecedentes e a relação com a família.

c) o grau de recuperação do sentenciado e sua religiosidade.

d) o respeito à ordem pública e matrícula na escola penitenciária.

e) a personalidade e os antecedentes.

Comentário do professor

O art. 44 da NEP determina que para a prestação do trabalho externo do preso serão considerados, segundo
parecer da Comissão Técnica de Classificação, a personalidade, os antecedentes e o grau de recuperação do
sentenciado que assegurem sua regular e efetiva aplicação ao trabalho, bem como o respeito à ordem pública.
Portanto, a alternativa “e” é a única correta.

Gabarito: E

20) O sentenciado em regime fechado poderá, com autorização judicial, frequentar, na comunidade,
estabelecimento de ensino ou de formação profissional, ouvida a Comissão Técnica de Classificação.

Comentário do professor

A Lei nº 19.478/2011 que alterou o art. 45 da NEP prevê que o sentenciado em regime SEMIABERTO poderá, com
autorização judicial, frequentar, na comunidade, estabelecimento de ensino ou de formação profissional, ouvida
a Comissão Técnica de Classificação, observado o disposto nos arts. 122 a 125 da LEP. Portanto, a assertiva está
errada.

Gabarito: ERRADO

21) O trabalho externo do preso será supervisionado pelo:

a) Diretor do estabelecimento penal, mediante visita de inspeção ao local de trabalho.

b) Chefe de Segurança, mediante visita de inspeção ao local de trabalho.

c) Defensor Público, mediante visita de inspeção ao local de trabalho.

d) policial penal designado, mediante visita de inspeção ao local de trabalho.

e) serviço social penitenciário, mediante visita de inspeção ao local de trabalho.

Comentário do professor

A Lei nº 18.401/2009 que alterou o art. 46 da NEP passou a dispor que o trabalho externo será
supervisionado pelo serviço social penitenciário mediante inspeção in loco (no local).

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Gabarito: E
22) O reeducando tem direito à liberdade de crença e culto, permitida a manifestação religiosa pelo
aprendizado e pelo exercício do culto. Contudo, é proibida a presença de representante religioso no interior
do estabelecimento penal, a fim de que a ordem e a disciplina sejam mantidas.

Comentário do professor

Por mandamento constitucional e legal, o sentenciado tem direito à liberdade de crença e culto,
permitida a manifestação religiosa pelo aprendizado e pelo exercício do culto, bem como a participação
nos serviços organizados no estabelecimento penitenciário, a posse de livro de instrução religiosa e a
prática da confissão, sem prejuízo da ordem e da disciplina (art. 60).
Para atendimento aos fiéis presos das diversas religiões, a NEP permite a entrada de ministros
religiosos nos interiores das penitenciárias, com a devida autorização, para organizarem os serviços
litúrgicos e fazerem visitas pastorais aos adeptos de sua religião (art. 61). A segunda parte da assertiva
está errada.
Gabarito: ERRADA.

23) O contato com o meio exterior será programado pelo:

a) Diretor do estabelecimento penal, ouvida a Comissão Técnica de Classificação.

b) policial penal designado, ouvida a Comissão Técnica de Classificação.

c) Centro de Observação, ouvida a Comissão Técnica de Classificação.

d) Juiz da execução, ouvida a Comissão Técnica de Classificação.

e) serviço social, ouvida a Comissão Técnica de Classificação.

Comentário do professor

O art. 65 da NEP dispõe que será estimulado o contato do sentenciado com o mundo exterior pela prática das
medidas de semiliberdade e pelo trabalho com pessoas da sociedade, com o objetivo de conscientizá-lo de sua
cidadania e de sua condição de parte da comunidade livre.

No parágrafo único do dispositivo em comento está expresso que o contato com o meio exterior será programado
pelo serviço social, ouvida a Comissão Técnica de Classificação (Lei nº 19.478, de 12/1/2011 que alterou o
dispositivo).

Gabarito: E

24) O reeducando tem direito a manter relações familiares, incluindo visitas periódicas

a) da família e do advogado.

b) da família e organismos de direitos humanos.

c) da família, exceto de uniões estáveis.

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d) da família, exceto de uniões homoafetivas.

e) da família e de parentes.

Comentário de professor
Visando a manutenção dos laços familiares e a reintegração social do preso, a NEP preconiza que o sentenciado
tem direito a manter relações familiares, incluindo visitas periódicas da família, incluindo as relações oriundas
de casamento, união estável, união homoafetiva e parentesco (art. 66). Portanto, a única alternativa correta é
a “e”.

Gabarito: E

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Questões INÉDITAS
AULA 01

Art. 1º ao art. 67

1. A Lei nº 11.404/2019 – Norma de Execuções Penais regulará a execução das penas e medidas
cautelares de segregação do convívio social no Estado de Minas Gerais, exceto:

a) das medidas de segurança.


b) privativas de liberdade.
c) restritivas de direito.
d) manutenção e a custódia do preso provisório.
e) multa.

2. Segundo a Lei nº 11.404/2019, a execução penal tem como propósito, exceto a (o):

a) reeducação do sentenciado.
b) reintegração na sociedade.
c) prevenção da reincidência.
d) proteção e defesa da sociedade.
e) punição do infrator.

3. O Estado, a família e a comunidade são responsáveis pela realização das atividades de execução
penal.

4. O tratamento reeducativo do preso consiste na adoção de um conjunto de medidas médico-


psicológicas e sociais, com vistas à reeducação do sentenciado e à sua reintegração na sociedade e
não adotará:

a) tratamento individualizado da pena.


b) análise da personalidade de cada sentenciado.
c) exame criminológico.
d) observação permanente do sentenciado.
e) práticas de regressão psicológicas curativas.

5. A observação médico-psicossocial compreende os exames:

a) biológicos.
b) psicológicos
c) complementares.
d) de estudo social.
e) toxicológicos.

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6. A observação empírica dos presos se realizará:

a) no trabalho.
b) na sala de aula.
c) no refeitório.
d) na praça de esportes.
e) no interior da cela.

7. Todas as penitenciárias contarão com duas Comissões Técnicas de Classificação, às quais incumbem
a elaboração do programa de tratamento reeducativo e o acompanhamento da evolução da execução
da pena.

8. A Comissão Técnica de Classificação é presidida pelo Diretor do estabelecimento e composta de, no


mínimo,

a) um psiquiatra, dois psicólogos, um assistente social, dois chefes da Seção de Educação e Disciplina
e um representante de obras sociais da comunidade.
b) dois psiquiatras, um psicólogo, um assistente social, um chefe da Seção de Educação e Disciplina e
um representante de obras sociais da comunidade.
c) um psiquiatra, um psicólogo, dois assistentes sociais, um chefe da Seção de Educação e Disciplina
e um representante de obras sociais da comunidade.
d) um psiquiatra, um psicólogo, um assistente social, um chefe da Seção de Educação e Disciplina e
dois representantes de obras sociais da comunidade.
e) um psiquiatra, um psicólogo, um assistente social, um chefe da Seção de Educação e Disciplina e
um representante de obras sociais da comunidade.

9. Compete à Comissão Técnica de Classificação opinar sobre a progressão ou a regressão do regime de


cumprimento da pena, a remição da pena, o monitoramento eletrônico, o livramento condicional, o
indulto e a anistia.

10. No caso de progressão ou regressão de regime, as reuniões da Comissão Técnica de


Classificação serão presididas pelo (a):

a) Ministério Público.
b) Defensoria Pública.
c) Diretor do estabelecimento penal.
d) Polícia Penal.
e) Juiz da Execução.

11. O ensino médio é obrigatório para todos os detentos do sistema penitenciário do Estado de Minas
Gerais.

12. O estabelecimento penitenciário disporá de classe especial para os infratores, dando-se ênfase
à instrução:

a) técnca.

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b) profissionalizante.
c) de ensino médio.
d) de ensino superior.
e) de ensino fundamental.

13. Os presos condenados trabalharão em oficina de aprendizagem industrial e artesanato rural ou em


serviço agrícola do estabelecimento, conforme suas preferências,

a) origem urbana e cidadã.


b) aptidão física e espiritual.
c) habilidade manual e psíquica.
d) educação e competência.
e) inteligência e nível de escolaridade.

14. A Comissão Técnica de Classificação da penitenciária manterá contato com as autoridades


acadêmicas para a admissão do sentenciado em cursos universitários.

15. É permitido ao sentenciado participar de curso de Ensino à Distância, mesmo que em casos
excepcionais haja um pequeno risco a disciplina e a segurança, pois a ressocialização pelo ensino é
primordial.

16. A penitenciária estadual poderá celebrar convênio com entidades públicas ou privadas a fim
de realizar cursos profissionalizantes ou supletivos.

17. O trabalho é obrigatório para todos os presos, exceto os maiores de 70 (setenta) anos, os que sofram
enfermidade que os impossibilite para o trabalho e a mulher antes e após o parto.

18. A jornada de trabalho do sentenciado no sistema penitenciário de Minas Gerais não excederá

a) 12 (doze) horas.
b) 12 (doze) horas divididas em 4 (quatro) horas a cada 3 (três) dias.
c) 12 (doze) horas divididas em 3 (três) horas a cada 4 (dias) dias.
d) 12 (doze) horas divididas em 6 (seis) horas a cada 2 (três) dias.
e) 8 (oito) horas diárias.

19. Para a concessão de saída do estabelecimento penal com o propósito de prestação do trabalho
externo, serão considerados requisitos para a análise em relação ao preso beneficiado,

a) a personalidade e a condenação por crimes hediondos.


b) os antecedentes e a relação com a família.
c) o grau de recuperação do sentenciado e sua religiosidade.
d) o respeito à ordem pública e matrícula na escola penitenciária.
e) a personalidade e os antecedentes.

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20. O sentenciado em regime fechado poderá, com autorização judicial, frequentar, na


comunidade, estabelecimento de ensino ou de formação profissional, ouvida a Comissão Técnica de
Classificação.

21. O trabalho externo do preso será supervisionado pelo:

a) Diretor do estabelecimento penal, mediante visita de inspeção ao local de trabalho.


b) Chefe de Segurança, mediante visita de inspeção ao local de trabalho.
c) Defensor Público, mediante visita de inspeção ao local de trabalho.
d) policial penal designado, mediante visita de inspeção ao local de trabalho.
e) serviço social penitenciário, mediante visita de inspeção ao local de trabalho.

22. O reeducando tem direito à liberdade de crença e culto, permitida a manifestação religiosa
pelo aprendizado e pelo exercício do culto. Contudo, é proibida a presença de representante religioso
no interior do estabelecimento penal, a fim de que a ordem e a disciplina sejam mantidas.

23. O contato com o meio exterior será programado pelo:

a) Diretor do estabelecimento penal, ouvida a Comissão Técnica de Classificação.


b) policial penal designado, ouvida a Comissão Técnica de Classificação.
c) Centro de Observação, ouvida a Comissão Técnica de Classificação.
d) Juiz da execução, ouvida a Comissão Técnica de Classificação.
e) serviço social, ouvida a Comissão Técnica de Classificação.

24. O reeducando tem direito a manter relações familiares, incluindo visitas periódicas

a) da família e do advogado.
b) da família e organismos de direitos humanos.
c) da família, exceto de uniões estáveis.
d) da família, exceto de uniões homoafetivas.
e) da família e de parentes.

Gabarito

01 – E 02 – E 03 – E 04 - E 05 -E 06 - E 07 - E 08 - E 09 -E 10 – E
11 – E 12 – E 13 – E 14 - E 15 – E 16 - C 17 – E 18 - E 19 – E 20 - E
21 – E 22 – E 23 – E 24 - E

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RESUMO DIRECIONADO

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