5004995-86 2022 8 13 0672-1657233477574-152427-Processo

Poder Judiciário do Estado de Minas Gerais
PJe - Processo Judicial Eletrônico
07/07/2022
Número: 5004995-86.2022.8.13.0672
Classe: [CÍVEL] PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL
Órgão julgador: 2ª Vara Cível da Comarca de Sete Lagoas
Última distribuição : 22/03/2022
Valor da causa: R$ 60.000,00
Assuntos: Erro Médico, Indenização por Dano Material
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Advogados
MANOEL MESSIAS SILVA SANTOS (AUTOR)
GUSTAVO GORI (RÉU/RÉ)
FUNDO MUNICIPAL DE SAUDE (RÉU/RÉ)
Documentos
Id. Data da Assinatura Documento Tipo
9544677170 07/07/2022 15:45 505782 6 2 Mandado Digitalizado
9544619364 07/07/2022 15:45 Juntada de Mandado Juntada de Mandado
9544642168 07/07/2022 15:16 505782 6 1 Mandado Digitalizado
9544631181 07/07/2022 15:16 Juntada de Mandado Juntada de Mandado
9535107909 30/06/2022 15:03 Certidão designando audiência Intimação
9534121489 29/06/2022 17:15 Certidão designando audiência Certidão
9184038024 30/03/2022 12:23 DECLARAÇÃO DE AUDIÊNCIA- MANOEL Documento de Comprovação
MESSIAS SILVA SANTOS
9184038020 30/03/2022 12:23 Manifestação da Defensoria Pública Manifestação da Defensoria Pública
9094058009 28/03/2022 11:26 Manifestação da Defensoria Pública Manifestação da Defensoria Pública
9045873101 23/03/2022 15:55 Despacho Despacho
9041668100 23/03/2022 14:15 Certidão de Triagem Certidão de Triagem
9023273000 22/03/2022 16:58 MANOEL MESSIAS- FILHOS Documentos comprobatórios
9023272999 22/03/2022 16:58 MANOEL MESSIAS- CERTIDÃO DE Documento de Comprovação
CASAMENTO RELIGIOSO
9023272995 22/03/2022 16:58 MANOEL MESSIAS- DOCUMENTOS 3 Documentos comprobatórios
9023188021 22/03/2022 16:58 MANOEL MESSIAS- INICIAL Petição
9022953040 22/03/2022 16:58 Petição Inicial Petição Inicial
Número do documento: 22070715450013000009540768939
https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22070715450013000009540768939
Assinado eletronicamente por: BRUNO KARAM ROSA - 07/07/2022 15:45:00 Num. 9544677170 - Pág. 1
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
Justiça de Primeira Instância
Comarca de SETE LAGOAS / 2ª Vara Cível da Comarca de Sete Lagoas
TERMO DE JUNTADA DE MANDADO
PROCESSO Nº 5004995-86.2022.8.13.0672
[CÍVEL] PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7)
AUTOR: MANOEL MESSIAS SILVA SANTOS
RÉU/RÉ: FUNDO MUNICIPAL DE SAUDE, GUSTAVO GORI
Certifico e dou fé que, junto aos autos o(s) seguinte(s) documento(s):
SETE LAGOAS, data da assinatura eletrônica
Rua José Duarte de Paiva, 715, Jardim Cambuí, Centro, SETE LAGOAS - MG - CEP: 35700-059

TERMO DE JUNTADA DE MANDADO
PROCESSO Nº 5004995-86.2022.8.13.0672
[CÍVEL] PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7)
RÉU/RÉ: FUNDO MUNICIPAL DE SAUDE, GUSTAVO GORI
Certifico e dou fé que, junto aos autos o(s) seguinte(s) documento(s): mandado e certidão

CERTIDÃO
PROCESSO:5004995-86.2022.8.13.0672
RÉU/RÉ: FUNDO MUNICIPAL DE SAUDE e outros
Certifico que a audiência de conciliação a ser realizada por VIDEOCONFERÊNCIA foi designada
conforme os dados abaixo. Informo que as partes deverão acessar utilizando o link abaixo. Assim,
devolvo os autos à secretaria de origem para as providências necessárias.
Audiência de Conciliação – 2ª Vara Cível – Processo 5004995-86.2022.8.13.0672
Organizado por Cejusc da Comarca de Sete Lagoas
LINK:
https://tjmg.webex.com/tjmg/j.php?MTID=m5125ed380beeb6a07141411d201eeab8
DATA/HORA:
Sexta-feira, 2 de Setembro de 2022 às 15h30
Número da reunião: 2343 384 6562

Senha: cejusc7l
Entrar pelo sistema de vídeo

Disque 23433846562@tjmg.webex.com
Você também pode discar 173.243.2.68 e inserir seu número de reunião.
Entrar pelo telefone

+1-415-655-0001 US Toll
Código de acesso: 234 338 46562

Assinado eletronicamente por: ANDRE LUIZ MORAIS - 30/06/2022 15:03:59 Num. 9535107909 - Pág. 1
JUSSANE MARTINS TORRES

Usuário(a) de Audiência
Documento assinado eletronicamente

Assinado eletronicamente por: ANDRE LUIZ MORAIS - 30/06/2022 15:03:59 Num. 9535107909 - Pág. 2
CERTIDÃO
PROCESSO:5004995-86.2022.8.13.0672
Certifico que a audiência de conciliação a ser realizada por VIDEOCONFERÊNCIA foi designada
conforme os dados abaixo. Informo que as partes deverão acessar utilizando o link abaixo. Assim,
devolvo os autos à secretaria de origem para as providências necessárias.
Audiência de Conciliação – 2ª Vara Cível – Processo 5004995-86.2022.8.13.0672
Organizado por Cejusc da Comarca de Sete Lagoas
LINK:
https://tjmg.webex.com/tjmg/j.php?MTID=m5125ed380beeb6a07141411d201eeab8
DATA/HORA:
Sexta-feira, 2 de Setembro de 2022 às 15h30
Número da reunião: 2343 384 6562

Senha: cejusc7l
Entrar pelo sistema de vídeo

Disque 23433846562@tjmg.webex.com
Você também pode discar 173.243.2.68 e inserir seu número de reunião.
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+1-415-655-0001 US Toll
Código de acesso: 234 338 46562

Assinado eletronicamente por: JUSSANE MARTINS TORRES - 29/06/2022 17:15:17 Num. 9534121489 - Pág. 1
JUSSANE MARTINS TORRES

Usuário(a) de Audiência
Documento assinado eletronicamente

Assinado eletronicamente por: JUSSANE MARTINS TORRES - 29/06/2022 17:15:17 Num. 9534121489 - Pág. 2
Assinado eletronicamente por: NIVEA DE MATOS LACERDA - 30/03/2022 12:23:45 Num. 9184038024 - Pág. 1
Doc em pdf.

PELO AUTOR
MERITÍSSIMO JUIZ,
O autor vem manifestar o seu interesse em participar da audiência de conciliação por videoconferência e o
seu telefone com whatsapp foi informado na exordial.
Sete Lagoas, 25 de março de 2022.
Nívea de Matos Lacerda
Defensora Pública
Madep 0232
Em cooperação na 2ª Defensoria Cível

PROCESSO Nº: 5004995-86.2022.8.13.0672
CLASSE: [CÍVEL] PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7)
ASSUNTO: [Erro Médico, Indenização por Dano Material]
DESPACHO
Vistos, etc.
Defiro a gratuidade de justiça.
1. Determino a intimação da parte autora para que informe, no prazo de 05 dias, se há interesse na
realização de audiência de conciliação por meio de videoconferência, valendo seu silêncio como
recusa à participação.
1.1 Havendo, designar audiência e, com antecedência mínima de 20 dias, citar a parte requerida,
intimando-a, no mesmo ato, da audiência de conciliação (art. 334, § 9º, CPC), bem como de eventual
tutela provisória deferida.
Desde já ficam as partes cientes de que o comparecimento, acompanhado de advogados, é obrigatório e

que a ausência injustificada caracteriza ato atentatório à dignidade da justiça a ser sancionado com multa
(CPC, art. 334, § 8º). As partes, no entanto, podem constituir representantes por meio de procuração
específica, com poderes para negociar e transigir (CPC, art. 334, § 10).

Assinado eletronicamente por: CARLOS ALBERTO DE FARIA - 23/03/2022 15:55:06 Num. 9045873101 - Pág. 1
Realizada a audiência e não havendo autocomposição, o prazo de 15 (quinze) dias para contestação (CPC,
art. 335, caput) terá início a partir da audiência ou, se for o caso, da última sessão de conciliação (CPC,
art. 335, I). Se a parte ré não ofertar contestação, será considerada revel e presumir-se-ão verdadeiras as
alegações de fato formuladas pela parte autora (CPC, art. 344).
2. Não havendo interesse por parte do autor, determino o prosseguimento do feito sem a designação de
audiência.
2.1 A ausência da referida audiência não trará prejuízo às partes, em especial à parte ré, porquanto, a
qualquer momento do processo, vislumbrando este Juízo que a demanda comporta solução consensual,
pode ser designada audiência de conciliação, na forma do art. 139, inc. V, do CPC, convindo todas as
partes.
2.2 Sendo assim, citar o(s) requerido(s) descrito(s) na inicial para apresentar(em) defesa no prazo de 15
dias, contado na forma do artigo 231 do CPC, de acordo com o modo como foi feita a citação. Expeça-se,
caso necessário, precatória. Consignar no texto que, não sendo contestada a ação no prazo legal,
presumir-se-ão como verdadeiros os fatos articulados pelo(s) autor(es), nos termos do artigo 344 do CPC.
SETE LAGOAS, data da assinatura eletrônica.
CARLOS ALBERTO DE FARIA
Juiz(íza) de Direito

Assinado eletronicamente por: CARLOS ALBERTO DE FARIA - 23/03/2022 15:55:06 Num. 9045873101 - Pág. 2
Documento padronizado no SEI nº 0079567-82.2019.8.13.0000
CERTIDÃO DE TRIAGEM
PROCESSO Nº: 5004995-86.2022.8.13.0672
CLASSE: [CÍVEL] PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7)
ASSUNTO: [Erro Médico, Indenização por Dano Material]
MANOEL MESSIAS SILVA SANTOS CPF: 986.270.076-91
Certifico e dou fé que procedi à triagem da petição inicial, sendo verificado o atendimento dos seguintes
itens, conforme relatório abaixo:
( ) Realizada a conferência inicial, foram feitas, de ofício, as seguintes retificações __________

( ) Guia de recolhimento de custas anexa;
( ) Custas não recolhidas;

( ) Requerimento de gratuidade de justiça;
( ) cumprimento de sentença. Custas nos termos do art. 12 do Provimento Conjunto 75/2018, alterado pelo
Provimento Conjunto 96/2020
( X ) Isento de custas/diligência do Juízo
( ) Não foi apresentada Declaração de Hipossuficiência Financeira;
( ) Não foi devidamente efetuado o pagamento das custas, havendo diferença de taxa a recolher no valor
de R$......
( X ) Indicação das partes e qualificação /cadastramento convergente;
( X ) Indicação do valor da causa/cadastramento convergente;
( ) Procuração anexa;
( ) Expresso protesto pela juntada da procuração em 15 (quinze) dias;
( X ) Parte patrocinada pela Defensoria Pública;
( ) o(s) documento(s).........................., relacionado(s) na inicial, não foi/foram apresentado(s).
( X ) Não há outros processos envolvendo mesmas partes, objeto e causa de pedir nesta comarca,

Assinado eletronicamente por: MATHEUS DE ALMEIDA FONSECA - 23/03/2022 14:15:45 Num. 9041668100 - Pág. 1
conforme pesquisa no SISCOM/TJMG e no PJE.
SETE LAGOAS, data da assinatura eletrônica.
MATHEUS DE ALMEIDA FONSECA

Assinado eletronicamente por: MATHEUS DE ALMEIDA FONSECA - 23/03/2022 14:15:45 Num. 9041668100 - Pág. 2
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE
SETE LAGOAS - MG
MANOEL MESSIAS SILVA SANTOS, brasileiro, solteiro em união

estável, auxiliar de produção desempregado, portador do CPF 986.270.076-91 e do RG
MG-7.342.034, residente e domiciliado na Avenida Sete Lagoas, 610, Bairro Residencial
Lagoa Grande II, CEP 35.701-275, telefone 9-9590-3197, endereço eletrônico
messiassilvasantos1212@gmail.com, nesta cidade, vem, por meio da Defensoria
Pública do Estado de Minas Gerais, por sua Defensora Pública devidamente designada,
perante Vossa Excelência, propor
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS, MORAIS E

ESTÉTICOS
em face de HOSPITAL MUNICIPAL MONSENHOR FLAVIO DAMATO DE SETE

LAGOAS, pessoa jurídica de direito público, inscrita no CNPJ 00.634.997/0001-31, com
sede na Avenida Raquel Teixeira Viana, 716, Bairro Canaã, CEP 35.700-293, nesta
cidade, e de GUSTAVO GORI, brasileiro, médico ortopedista, CRM 47591, CPF e RG
desconhecidos, com os seguintes endereços profissionais: Avenida Raquel Teixeira
Viana, 716, Bairro Canaã, CEP 35.700-293, Sete Lagoas/MG; Rua Claudionor Castro
Bahia, 1700, Bairro Santa Maria, CEP 35.702-087, Sete Lagoas/MG; Rua São Pedro,
320, Bairro São José, CEP 35.640-000, Pompéu/MG; e Rua Dr. Herbster, 118, Centro,
CEP 33.600-000, Pedro Leopoldo/MG, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

1 – DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA E DA AUDIÊNCIA DE
CONCILIAÇÃO
Inicialmente, não possui condições de arcar com o pagamento

das custas, despesas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo do sustento
próprio ou familiar, nos termos do art. 98 do CPC.
Na oportunidade, informa que tem interesse na realização de

audiência de conciliação (art. 319, VII, do CPC).
2 – DOS FATOS
No dia 10 de abril de 2019, o autor caiu de bicicleta em um

buraco, sofrendo uma fratura na clavícula (boletim de ocorrência anexo).
Conforme se extrai do prontuário médico, o autor foi atendido

por equipe do SAMU e levado para atendimento ao Hospital Municipal de Sete Lagoas,
onde o médico ortopedista Gustavo Gori solicitou exame de Raio x.
Foi confirmada a fratura na clavícula do ombro esquerdo e o

autor começou a usar tipoia.
Em nenhum momento, o médico solicitou que a vítima do

acidente retirasse a camisa para examinar o ombro. Também não foi solicitado
exame de ressonância.
Com isso, devido à negligência médica, o osso quebrado

colou de forma errada. Como a fratura foi interna, parte do osso ficou por cima e a
outra parte por baixo, colando um por cima do outro.

Além disso, a ressonância teria mostrado que houve o
rompimento dos nervos do autor, mas o médico deixou de solicitar tal exame.
Conforme cartão de retorno, atestado e exame de Raio x anexos,

o autor retornou ao hospital a cada sete dias após o acidente. Entretanto, o réu em
nenhum momento informou que os ossos não estavam colando da forma devida.
O autor somente percebeu os prejuízos da negligência médica

quando foi contratado por uma empresa que oferecia plano de saúde EMPREMED e
passou a ser atendido pelo médico Pedro Ivo.
Quando o autor deixou de trabalhar para a M.E.T SOLUÇÕES

ECONÔMICAS LTDA e passou a trabalhar na AMJJ SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS LTDA
(pesquisa CAGED anexa), carregando mais que o dobro do peso nessa nova função,
sentiu dores e procurou atendimento médico.
Somente após receber o atendimento adequado do ortopedista

Dr. Pedro Ivo, em 2021, é que foi realizada ressonância magnética. Também somente
então, o autor tomou conhecimento de que os nervos estavam rompidos, que os
ossos colaram errado e que deveriam ter realizado a manobra de puxar o seu
ombro no dia do acidente.
O laudo médico anexo concedeu 180 (cento e oitenta) dias de

licença e o autor foi despedido antes mesmo que pudesse gozar desse direito, situação
que está sendo devidamente discutida na Justiça do Trabalho.
Fato é que a deformidade prejudicou a força laboral do

autor.
Inclusive, a última anotação de sua carteira, com a data de

01/03/2022, era de um serviço que pensou que seria possível executar, porém, era
mais pesado do que passou a suportar. Devido à sua condição, foi impossível que o
autor continuasse laborando no local.

Não há dúvidas de que as sequelas poderiam ter sido
minimizadas ou até mesmo completamente evitadas se o médico réu tivesse
examinado o ombro do autor e tivesse solicitado os exames necessários.
Foi necessário realizar uma nova cirurgia no manguito do ombro

com o objetivo de evitar cirurgias maiores, entretanto as consequências da negligência
médica já eram irreversíveis. O manguito rotador (MR) é um grupo de quatro unidades
músculo-tendão que envolve a anterior, superior e posterior da articulação do ombro.
O autor ficou com deformação permanente, estando com o

ombro esquerdo cinco centímetros mais curto que o ombro direito, além de ter
sofrido redução da mobilidade. Ele sente dor para levantar o braço esquerdo e
não consegue executar esse movimento com amplitude total.
Os danos sofridos pelo autor são inúmeros.
Ele sofreu grande limitação para trabalhar com serviço braçal.

Mesmo sentindo dor no braço esquerdo, tentava trabalhar utilizando mais o braço
direito, no entanto, sua capacidade de trabalho foi drasticamente reduzida.
Nessas condições, foi despedido durante licença por atestado

médico e teve dificuldade para obter renda e se manter empregado, fato notável pela
pesquisa CAGED anexa. Consta desta pesquisa que ele possui apenas o ensino
fundamental incompleto, o que implica na maior necessidade das funções físicas
para conseguir trabalho digno e se manter na função.
Os próprios empregadores externavam o receio de contratá-lo e

gerar encargos em razão do problema de saúde.
O autor vive em união estável e é pai- documentos inclusos-, de

modo que a sua limitação física prejudicou não apenas o sustento próprio, mas de
todos os seus dependentes. Por negligência médica, o autor ficou com sequelas com as
quais precisará conviver para o resto da vida.

Ademais, o autor precisou fazer sessões de fisioterapia e passar
por nova cirurgia no Hospital Vera Cruz, em Belo Horizonte, conforme documentos
anexos.
Embora o procedimento e as sessões tenham sido realizados

pelo plano de saúde, o autor precisou custear o deslocamento e interrompeu a
fisioterapia por não ter mais como arcar com esse encargo.
Diante dos fatos narrados, não restou ao autor alternativa

distinta da propositura da presente ação, para fins de resguardar e garantir seus
direitos.
3 – DO DIREITO
O Código Civil dispõe:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,

negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.
Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor

indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos
lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum
outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.
Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido

não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua
a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas
do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença,
incluirá pensão correspondente à importância do trabalho
para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que

a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez.

Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda
no caso de indenização devida por aquele que, no exercício de
atividade profissional, por negligência, imprudência ou
imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal,
causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho.
O art. 5º, inciso V, da Constituição Federal assegura a

indenização por dano moral ou à imagem.
A responsabilidade do médico é baseada na responsabilidade

civil subjetiva, conforme o art. 14, §4º, do Código de Defesa do Consumidor:
Art. 14. O fornecedor de serviços responde,

independentemente da existência de culpa, pela reparação
dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à
prestação dos serviços, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
(...)
§4º A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será
apurada mediante a verificação de culpa.
A culpa em sentido estrito ocorre quando o médico, sem a

intenção de causar dano, adota conduta negligente, imprudente ou de imperita,
prejudicando o paciente.
No presente caso, houve negligência, já que o médico foi omisso,

tratando o autor com desleixo e atuando com descaso em relação aos seus deveres
éticos. Ora, o mínimo a se fazer diante de um paciente com fratura é examinar o local
fraturado.
O fato de o médico réu ter deixado de examinar o ombro do

autor e ter deixado de solicitar exame essencial ensejou danos materiais, morais e
estéticos.

A jurisprudência do STJ firmou-se no sentido de que,
havendo vínculo, a qualquer título, do médico com o hospital, responde este
solidariamente com aquele, apurada a culpa do profissional, nos termos do art.
14 do CDC (REsp 1.579.954/MG, Terceira Turma, DJe 18/05/2018; AgInt no
AREsp 1.532.855/SP, Quarta Turma, DJe 19/12/2019, REsp 1.832.371/MG, Sexta
Turma, DJe 01/07/2021).
Conforme documento anexo, o médico réu tem vínculo

empregatício contratual com o hospital requerido, de modo que a responsabilidade
entre eles é solidária.
Considerando o abalo psicológico decorrente da limitação física

para o trabalho, comprometendo o sustento do autor e de sua família, e a gravidade da
conduta do médico, é proporcional e razoável a condenação em valor não inferior a
R$ 40.000,00 (quarenta mil reais), a título de danos morais.
No tocante aos danos estéticos, o autor ficou com o ombro

esquerdo 5 (cinco) centímetros mais curto que o ombro direito, deformidade
permanente com a qual terá de conviver para o resto da vida. Sendo assim, é devida a
condenação em valor não inferior a R$ 20.000,00 (vinte mil reais).
Em relação aos danos materiais, o autor não possui

comprovantes dos valores que despendeu para ir para Belo Horizonte se submeter à
outra cirurgia e para ir às sessões de fisioterapia.
Contudo, como ele ainda necessita das sessões, os réus devem

arcar com as futuras despesas de deslocamento para a fisioterapia, além de ressarcir os
lucros cessantes decorrentes da diminuição da capacidade de trabalho, ambos a serem
verificados em fase de liquidação de sentença.
4 – DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer a Vossa Excelência:

a) os benefícios da gratuidade de justiça, por ser pobre na
acepção legal;
b) a citação dos réus para comparecerem à audiência de

conciliação e, querendo, contestarem o pedido ora elaborado, no prazo legal;
c) a procedência dos pedidos, com a condenação dos réus ao

pagamento, solidariamente, dos valores mínimos de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais),
a título de danos morais, e R$ 20.000,00 (vinte mil reais) a título de danos estéticos, e
indenização por danos materiais e lucros cessantes em valor a ser apurado em
liquidação de sentença;
d) a condenação dos réus ao pagamento das custas judiciais e

honorários advocatícios, estes em favor da Defensoria Pública do Estado de Minas
Gerais, nos termos do artigo 146 da Lei Complementar Estadual nº 65/2003;
e) que todos os membros da Defensoria Pública que atuarem

neste feito sejam intimados pessoalmente, contando-lhes em dobro os prazos
processuais, de acordo com o artigo 186 do CPC;
f) a realização de prova pericial para comprovar a deformidade

permanente do autor e a depreciação do trabalho do autor.
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em

Direito admitidos, especialmente pela prova pericial, documental, testemunhal e
depoimento pessoal dos réus.
Confere à causa o valor de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais).
Sete Lagoas, 21 de março 2022.

Defensora Pública
Madep: 0232

Clarissa Mateus Lavarini Calazans
Estagiária de Pós-graduação

MERITÍSSIMO JUIZ,
apresento petição inicial e documentos comprobatórios.
Sete Lagoas, 22 de março de 2022.
Defensora Pública
Madep 0232


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Justiça de Primeira Instância

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TERMO DE JUNTADA DE MANDADO

[CÍVEL] PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7)

AUTOR: MANOEL MESSIAS SILVA SANTOS

RÉU/RÉ: FUNDO MUNICIPAL DE SAUDE, GUSTAVO GORI

Certifico e dou fé que, junto aos autos o(s) seguinte(s) documento(s):

SETE LAGOAS, data da assinatura eletrônica

Número do documento: 22070715445992000009540711133

Justiça de Primeira Instância

Comarca de SETE LAGOAS / 2ª Vara Cível da Comarca de Sete Lagoas

TERMO DE JUNTADA DE MANDADO

[CÍVEL] PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7)

AUTOR: MANOEL MESSIAS SILVA SANTOS

RÉU/RÉ: FUNDO MUNICIPAL DE SAUDE, GUSTAVO GORI

SETE LAGOAS, data da assinatura eletrônica

Número do documento: 22070715160113000009540722950

Justiça de Primeira Instância

Comarca de SETE LAGOAS / 2ª Vara Cível da Comarca de Sete Lagoas

Audiência de Conciliação – 2ª Vara Cível – Processo 5004995-86.2022.8.13.0672

Organizado por Cejusc da Comarca de Sete Lagoas

Sexta-feira, 2 de Setembro de 2022 às 15h30

Número da reunião: 2343 384 6562

Entrar pelo sistema de vídeo

Entrar pelo telefone

Código de acesso: 234 338 46562

Número do documento: 22063015035901700009531199928

JUSSANE MARTINS TORRES

Número do documento: 22063015035901700009531199928

Justiça de Primeira Instância

Comarca de SETE LAGOAS / 2ª Vara Cível da Comarca de Sete Lagoas

Audiência de Conciliação – 2ª Vara Cível – Processo 5004995-86.2022.8.13.0672

Organizado por Cejusc da Comarca de Sete Lagoas

Sexta-feira, 2 de Setembro de 2022 às 15h30

Número da reunião: 2343 384 6562

Entrar pelo sistema de vídeo

Entrar pelo telefone

Código de acesso: 234 338 46562

Número do documento: 22062917151764500009530213508

JUSSANE MARTINS TORRES

Número do documento: 22062917151764500009530213508

Número do documento: 22033012234481900009180020389

Sete Lagoas, 25 de março de 2022.

Nívea de Matos Lacerda

Em cooperação na 2ª Defensoria Cível

Número do documento: 22032811262537400009090075378

Justiça de Primeira Instância

Comarca de SETE LAGOAS / 2ª Vara Cível da Comarca de Sete Lagoas

PROCESSO Nº: 5004995-86.2022.8.13.0672

CLASSE: [CÍVEL] PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL (7)

ASSUNTO: [Erro Médico, Indenização por Dano Material]

AUTOR: MANOEL MESSIAS SILVA SANTOS

RÉU/RÉ: FUNDO MUNICIPAL DE SAUDE e outros

Defiro a gratuidade de justiça.

Desde já ficam as partes cientes de que o comparecimento, acompanhado de advogados, é obrigatório e

Número do documento: 22032315550626200009041980470

SETE LAGOAS, data da assinatura eletrônica.

CARLOS ALBERTO DE FARIA

Número do documento: 22032315550626200009041980470

Justiça de Primeira Instância

Comarca de SETE LAGOAS / 2ª Vara Cível da Comarca de Sete Lagoas