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Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão

PJe - Processo Judicial Eletrônico

25/08/2021

Número: 0828287-20.2019.8.10.0001
Classe: AÇÃO CIVIL PÚBLICA
Órgão julgador: Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luis
Última distribuição : 15/07/2019
Valor da causa: R$ 10.000,00
Assuntos: Pessoas com deficiência, Condições Especiais para Prestação de Prova
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO MARANHÃO
(AUTOR)
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO MARANHÃO
(AUTOR)
ESTADO DO MARANHÃO - PGE (REU)
ESTADO DO MARANHAO(CNPJ=06.354.468/0001-60) (REU)
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO (REU) ADOLFO TESTI NETO (ADVOGADO)
DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO MARANHÃO
(TERCEIRO INTERESSADO)
ESTADO DO MARANHAO - DEFENSORIA PUBLICA DO
ESTADO DO MARANHAO (TERCEIRO INTERESSADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
31083 03/06/2020 20:42 Sentença Sentença
374
ACP: 0828287-20.2019.8.10.0001
AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO MARANHÃO
LITISCONSORTE ATIVO: DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO MARANHÃO
RÉU 1: ESTADO DO MARANHÃO
RÉU 2: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO – UEMA
ÓRGÃO JULGADOR: Vara de Interesses Difusos e Coletivos da Comarca da Ilha de São Luís

SENTENÇA
RELATÓRIO
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO MARANHÃO ajuizou ação civil
pública em face do ESTADO DO MARANHÃO e da UNIVERSIDADE ESTADUAL
DO MARANHÃO – UEMA formulando os seguintes pedidos:
“Ex positis, o MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL propõe a presente AÇÃO
CIVIL PÚBLICA em face do ESTADO DO MARANHÃO, ao tempo em que
requer:
a) A imediata retificação do Edital n. 42/2019-UEMA, disponibilizando 5%
das vagas do CFO para pessoas com deficiência, em caráter liminar, com
fulcro no art. 300 do CPC, mediante republicação de edital, ante o perigo na
demora presente no caso de o processo seletivo transcorrer normalmente,
sem a referida adequação;
(...)
d) Ao final, confirmada a tutela de urgência em definitivo, sejam julgados
procedentes os pedidos formulados, com a condenação do Réu em
obrigação de fazer, consubstanciada em retificar o edital em vigor, bem
como preveja expressamente nos futuros editais do Curso de Formação de
Oficiais (PMMA e CBMMA) que forem publicados a devida previsão de
reserva de 5% para as pessoas que concorram às vagas destinadas às
pessoas com deficiência, conforme o art. 39, III do Decreto n. 3.298/99;”
Quanto aos fatos que fundamentam os pedidos, em síntese, o autor alega
que a UEMA publicou em 08 de julho de 2019 o Edital n. 42/2019 – GR/UEMA
(anexo), destinado ao Processo Seletivo de Acesso à Educação Superior – PAES
2020, para o primeiro e o segundo semestres do ano de 2020.
No entanto, embora a maioria dos cursos tenha contado com a previsão de
percentual de vagas para pessoas com deficiência, o item 2.6.2 excluiu desse rol o
Curso de Formação de Oficiais da Polícia Militar e dos Bombeiros.
Acrescenta que, consoante previsto em Edital, o Curso de Formação de
Oficiais visa capacitar o aluno para desempenhar atribuições de comando, chefia e

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liderança sobre integrantes Militares, nos serviços operacionais afetos à gerência
de pessoal e de atividades-meio no âmbito administrativo e em ações tipicamente
militares.
Sustenta, deste modo, que “a falta de previsão para pessoas com deficiência
no certame fere a Constituição Federal, motivo pelo qual a cláusula deve ser
reformulada, de forma a prever a destinação de vagas a pessoas com deficiência,
sendo justo que a compatibilidade da deficiência com o cargo a ser ocupado seja
aferida em momento posterior, especificamente nos testes de aptidão física
inerentes ao processo seletivo do CFO”.
O Estado do Maranhão, em contestação, requereu a improcedência da ação
sob o fundamento de que as atividades militares a serem exercidas pelos Oficiais
da Polícia Militar do Maranhão e do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão são
absolutamente incompatíveis com deficiências físicas de qualquer natureza.
Alega, ainda, que a pretensão formulada na inicial não encontra amparo
constitucional e legal.
Em despacho id 25056891, foi deferido o pedido de ingresso da Defensoria
Pública como litisconsorte ativo.
Em audiência de conciliação ocorrida em 08/11/2019, as partes firmaram
transação de natureza processual nos seguintes termos:
“TENTATIVA DE CONCILIAÇÃO: Para fins de cumprimento da liminar
concedida no Agravo de Instrumento nº 0808491-46.2019.8.10.0000, a
UEMA se compromete a retificar do edital nº 42/2019/PAES2020 com a
inclusão de cláusula que garanta a inscrição de pessoas com deficiência no
processo seletivo para o Curso de Formação de Oficiais, cuja minuta de
retificação foi dado conhecimento nesta audiência, visando desembaraçar o
prosseguimento do certame. O compromisso incluiu elaboração de novo
cronograma, com previsão de datas para realização de provas objetiva e
subjetiva (primeira e segunda etapa) para as pessoas com deficiência, além
das demais etapas. As etapas subsequentes às provas objetiva e subjetiva
para pessoas com deficiência serão integradas àquelas relativas às vagas
de ampla concorrência.
TRANSAÇÃO DE NATUREZA PROCESSUAL: Nos termos do art. 190 do
CPC, as partes ajustaram o seguinte: i) as partes renunciam ao direito de
requererem tutela de urgência recursal em eventuais recursos interpostos
contra decisões proferidas durante o trâmite desta ação; ii) As partes
concordam com a suspensão do trâmite do agravo de instrumento nº
0808491-46.2019.8.10.0000e do agravo interno até que seja proferida
sentença de 1º grau, conservados os efeitos decorrentes da liminar proferida
no dia 18/10/2019, pelo Des. José Jorge Figueiredo dos Anjos; iii) No prazo

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comum de 10dias, as partes apresentarão razões finais, tendo em vista que
não há matéria fática controvertida e não há necessidade de produção de
outras provas; iv) O Juízo proferirá sentença no prazo de 30 dias após a
apresentação das razões finais; v) Encaminhe-se cópia desta ata de
audiência ao relator do AI nº 0808491-46.2019.8.10.0000.”
As partes apresentaram alegações finais e, em seguida, vieram os autos
conclusos para prolação de sentença.
É o relatório.
FUNDAMENTOS DA DECISÃO

A pretensão inicial encontra fundamento na Constituição da República,


convenções internacionais e em diversos dispositivos infraconstitucionais,
notadamente a Lei nº 13.146/2015, Decreto Federal nº 3.298/1999 e Lei Estadual nº
5.484/1992.

De acordo com o art. 37, inc. VIII, da Constituição Federal, “a lei reservará
percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de
deficiência e definirá os critérios de sua admissão”. É o que também prevê a norma
do art. 19, VIII, da Constituição do Estado do Maranhão.

O art. 7º, inciso XXXI, da Constituição da República, proíbe qualquer


discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador com
deficiência.
Consigno que o Brasil é signatário da Convenção sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, a qual foi plenamente
incorporada ao direito interno brasileiro nos termos estabelecidos pelo art. 5º, §3º,
da Constituição Federal, possuindo, portanto, status de Emenda Constitucional
(Decreto nº 6949/09).

O pacto internacional mencionado reconhece, em seu art. 27, o direito das


pessoas com deficiência ao trabalho, em igualdade de oportunidades com as
demais pessoas. Além disso, segundo a norma internacional, o Estado deve ter em
seus quadros funcionais pessoas com deficiência1.
Esses preceitos jurídicos indicam que do Estado Brasileiro se exigem
medidas denominadas de “discriminações positivas” para que todos tenham
igualdade de condições no acesso aos cargos públicos, o que naturalmente inclui
as pessoas com deficiência.

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Nos termos do art. 2º da Lei nº 13.146/2015, “Considera-se pessoa com
deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental,
intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições
com as demais pessoas.”.

A lei estadual nº 5.484/1992, atendendo ao comando constitucional, previu,


em seu art. 3º, que “Para cargo ou função específica fica assegurado o percentual
de 5% (cinco por cento) das vagas existentes, em relação ao global, a ser
preenchidas pelos deficientes, conforme processo seletivo e classificatório definido
nesta Lei.”.

O Decreto Federal nº 3.298/1999 previu também o percentual de 5% de


reserva das vagas a pessoas com deficiência em concursos públicos. Dispôs,
ainda, sobre a necessidade de o órgão responsável pela realização do concurso
contar com a assistência de uma equipe multiprofissional para avaliar a
compatibilidade entre as atribuições do cargo e a deficiência do candidato durante o
estágio probatório (art. 43, §2º).

Ocorre, entretanto, que, contrariando a Constituição da República e a


legislação infraconstitucional, o edital para ingresso no CFO não previu a reserva
de vagas para pessoas com deficiência.

Ao não prever a reserva de vagas para pessoas com deficiência e, por


consequência, alijá-los de ao menos se submeterem ao certame, os réus
procederam a verdadeiro juízo de compatibilidade da condição de pessoa com
deficiência com as atribuições do cargo.

Esse juízo prévio está em desacordo com a legislação de regência que


prevê que este exame se dará durante o estágio probatório, nos termos do que
preveem o Decreto Federal nº 3.298/1999, em seu art. 43, §2º, e a Lei Estadual nº
5.484/1992, art. 4º, os quais, pela pertinência, transcrevo:
Art. 43. O órgão responsável pela realização do concurso terá a assistência
de equipe multiprofissional composta de três profissionais capacitados e
atuantes nas áreas das deficiências em questão, sendo um deles médico, e
três profissionais integrantes da carreira almejada pelo candidato.
§1 A equipe multiprofissional emitirá parecer observando:
I- as informações prestadas pelo candidato no ato da inscrição;
II- a natureza das atribuições e tarefas essenciais do cargo ou da função a

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desempenhar;
III- a viabilidade das condições de acessibilidade e as adequações do
ambiente de trabalho na execução das tarefas;
IV- a possibilidade de uso, pelo candidato, de equipamentos ou outros meios
que habitualmente utilize; e
V- a CID e outros padrões reconhecidos nacional e internacionalmente.
o
§2 A equipe multiprofissional avaliará a compatibilidade entre as atribuições do cargo e a
deficiência do candidato durante o estágio probatório. (Decreto Federal nº 3.298/1999)
Art. 4° - A investidura no cargo/função definida depende de estágio
probatório, ressalvado o disposto no art. 19, II da Constituição Estadual.
§ 1° - O cumprimento do que prescreve o “caput” deste artigo depende de
parecer de uma comissão especial paritária, composta de seis membros;
§ 2° - Será de responsabilidade da comissão especial o
acompanhamento e avaliação do estágio probatório.

A exigência de aptidão física/mental plena para acesso aos cargos públicos


objeto do certame está em desacordo com o art. 34, §3º, da Lei nº 13.146/2015:
Art. 34. A pessoa com deficiência tem direito ao trabalho de sua livre
escolha e aceitação, em ambiente acessível e inclusivo, em igualdade de
oportunidades com as demais pessoas.
§3o É vedada restrição ao trabalho da pessoa com deficiência e
qualquer discriminação em razão de sua condição, inclusive nas etapas
de recrutamento, seleção, contratação, admissão, exames admissional e
periódico, permanência no emprego, ascensão profissional e reabilitação
profissional, bem como exigência de aptidão plena.
É certo que a condicionalidade física não é a única dimensão necessária para
o melhor desempenho dos serviços militares. Tal assertiva se pauta,
especialmente, ante o surgimento (e necessidade) de novas técnicas e tecnologias
de policiamento e repressão ao crime.
É o que aponta, por exemplo, agenda de soluções em segurança pública
elaborada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) no primeiro
semestre de 2018 [1] . Ao tratar da efetividade e eficiência do trabalho policial, a
Agenda propõe, dentre outros:
Fomentar a priorização pelas Polícias Militares estaduais do policiamento de
manchas criminais, usando recursos tecnológicos analíticos e operacionais
integrados, que incluem o uso de GPS e vídeo monitoramento, entre
outros; Alinhar a formação policial em todos os estados com os planos
nacionais de redução de crimes violentos e de enfrentamento à
criminalidade organizada, baseados em evidências científicas e
metodologias de gestão organizacional; Fortalecer a formação em análise
criminal (produção e uso de dados e informações para a tomada de decisão)

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;
Habilidades interpessoais, métodos de negociação e tomada de decisão em
situações adversas são também dimensões fundamentais para um policiamento
diferenciado. É o que coloca Cristina J. Fraga, pesquisadora que trabalhou como
policial militar por um período de sete anos e em 2005 defendeu a tese “A Polícia
Militar ferida: da violência visível à invisibilidade da violência nos acidentes em
serviço” na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS):
Nenhuma ocorrência é igual à outra, você pode atender diversas
ocorrências de assaltos, furtos, mas, certamente, em todas elas, haverá um
ingrediente novo. Os ingredientes novos dos quais são constituídas as
situações de trabalho do policial exigem, além do aparato jurídico-legal,
sensatez, iniciativa e capacidade de negociação nas situações adversas. É
no cotidiano de trabalho com a comunidade, portanto, com os seus
interesses e sua seleção, que se determina a definição, a organização e a
análise de onde e como o policial pode e/ou deve atuar [2] .
Igualmente, por mais que a atividade fim da carreira militar seja o
policiamento ostensivo ou, no caso dos bombeiros, atuar em atividades diretas de
salvamento, esta abraça diversidade de tarefas, a exemplo, daquelas
desempenhadas no planejamento de ações, serviços de inteligência e meramente
administrativas.
Desse modo, entendo que não há incompatibilidade entre o serviço militar e a
condição de pessoa com deficiência, com as devidas adaptações. Entender-se de
modo diverso seria reduzir os métodos e possibilidades de atuação dos militares, e,
por conseguinte, excluir da seleção possíveis candidatos que possuem
características e/ou habilidade de que necessitam as corporações para sua
modernização e renovação.
O cumprimento de todas as atribuições da Polícia Militar e do Corpo de
Bombeiros poderá ter aumento em sua efetividade em função da diversidade de
características de seus inúmeros membros.
Registre-se, ainda, a postura do Estado do Maranhão neste certame ser
bastante contraditória em relação àquela adotada quanto ao concurso público para
ingresso nos cargos da carreira militar de Primeiro Tenente do Quadro de Oficiais
da Saúde da PMMA e de Soldado do Quadro de Praça da PMMA, regido pelo Edital
nº 01 – PM/MA de 29 de setembro de 2017.
Naquele certame, o Estado do Maranhão reservou vagas para pessoas com
deficiência, em atendimento aos preceitos constitucionais e legais.
Após disputa judicial submetida a este Juízo (ACP nº 0812209-

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82.2018.8.10.0001), sobre a aplicação de regras editalícias no decorrer daquele
concurso, o Estado do Maranhão firmou acordo em que se garantiu, ao final, a
nomeação e posse dos primeiros policiais militares com deficiência da história da
PMMA.
Assim, não se justifica pela peculiaridade das atividades exercidas a ausência
de reserva de vagas para pessoa com deficiência, pois tal conduta viola
frontalmente princípios constitucionais, em especial o da ampla acessibilidade aos
cargos públicos e o da isonomia.
DISPOSITIVO
Ante o exposto, com fundamento no art. 487, I, do CPC, ACOLHO os pedidos
formulados pelo MINISTÉRIO PÚBLICO e pela DEFENSORIA PÚBLICA e, por
conseguinte, DETERMINO ao ESTADO DO MARANHÃO que promova a retificação
do Edital n. 42/2019-UEMA, disponibilizando 5% das vagas do CFO para pessoas
com deficiência, bem como preveja expressamente nos futuros editais do Curso de
Formação de Oficiais (PMMA e CBMMA) que forem publicados a devida previsão
de reserva de 5% das vagas para as pessoas que concorram às vagas destinadas
às pessoas com deficiência.
Sem custas e honorários advocatícios.
Encaminhe-se cópia desta sentença ao Des. José Jorge Figueiredo dos
Anjos, relator do Agravo Interno e Agravo de Instrumento nº 0808491-
46.2019.8.10.0000).
INTIMEM-SE. PUBLIQUE-SE.
São Luís, datado eletronicamente.
Dr. Douglas de Melo Martins
Juiz Titular da Vara de Interesses Difusos e Coletivos da Comarca da Ilha de São
Luís

[1] FÓRUM Brasileiro de Segurança Pública. Agenda Segurança Pública é Solução. Disponível
e m : < h t t p : / / w w w . f o r u m s e g u r a n c a . o r g . b r / w p -
content/uploads/2018/08/FBSP_Agenda_prioritaria_eleicoes_2018-1.pdf>

[2] FRAGA, Cristina K. Peculiaridades do trabalho policial militar. Revista Virtual Textos e
Contextos, n°06, dez.2006.

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