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2.

1 ENSAIO DO MÓDULO DE FINURA DO CIMENTO ´PORTLAND

Segundo a NBR 11579/1991, o método de ensaio para a determinação da


finura de cimento Portland com o emprego da peneira 75 µm (nº 200) é feito por
procedimentos manual e mecânico, onde uma determinada porcentagem, em massa de
cimento cujas dimensões de grãos são superiores a 75 µm (fração retida).

2.1.1Materiais e Métodos

2.1.1.1 APARELHAGEM

a) Balança - Balança deve ter uma sensibilidade de no mínimo 0,01g por divisão;
b) Peneira - A peneira com abertura da malha 0,075mm deve cumprir os requisitos
indicados na norma ABNT EB-22; a trançagem da malha deve ser do tipo unida e deve
estar provida de tampa e fundo conforme figura (NBR 11759);
c) Pincel – Dispor de 02 pincéis. O pincel com haste de madeira de 25cm de
comprimento, para limpar a peneira, com diâmetro de aproximadamente 20 a 30mm;
d) Vidro relógio – o vidro relógio com aproximadamente 100 mm de diâmetro;
e) Frasco – frasco de vidro com tampa com aproximadamente 250ml de capacidade;
f) Pano – pano de algodão para limpeza;
g) Bastão- Um bastão, confeccionado a partir de tubo de PVC, com medidas
aproximadas de 250 mm de comprimento e 20 mm de diâmetro para auxiliar na
remoção do material fino aderido à tela da peneira;
h) Registrador de tempo- Relógio de laboratório ou cronômetro com resolução de 1.

2.1.1.2 PROCESSO DE EXECUÇÃO-MANUAL


 ELIMINAÇÃO DE FINOS
i. Reúna toda a aparelhagem e verifique se estão em condições de uso;
ii. Determine uma massa de 50g ± 0,05 g de cimento a ser ensaiado;
iii. Coloque as 50 g de cimento (M = massa inicial) sobre a peneira encaixada no fundo.
Observação: A peneira deve estar limpa e seca.
iv. Segure o conjunto com as duas mãos e imprima um movimento de vaivém
horizontal com os pulsos, peneirando de 3 a 5 minutos, fazendo com que o cimento se
espalhe sobre toda a superfície da tela;
 ETAPA INTERMEDIÁRIA
v. Coloque a tampa na peneira;
vi. Retire o fundo e dê golpes no rebordo do caixilho com o cabo do pincel para
desprender as partículas aderidas à tela e a parede;
vii. Limpe com o pincel toda a superfície inferior da peneira;
viii. Retire a tampa e continue o peneiramento com suaves movimentos de vaivém
horizontais durante 10 minutos girando o conjunto a intervalos regulares. NOTA: Nesta
operação, o resíduo deve movimentar-se de maneira que fique uniformemente
espalhado sobre toda a superfície da tela.
ix. Coloque a tampa e limpe a superfície inferior da peneira como indicado no passo vi;

 PENEIRAMENTO FINAL
x. Coloque a tampa e fundo na peneira;
xi. Segure o conjunto com uma das mãos e mantendo-o ligeiramente inclinado,
imprimalhe um movimento de vaivém com o auxílio do antebraço, batendo no fim de
cada vaivém na palma da outra mão; Este procedimento é executado dando 150 golpes.
xii. Este procedimento é executado dando 150 golpes durante 60 s e girando a peneira
de mais ou menos 60o, a cada 25 golpes.
xiii. Limpe a superfície inferior da peneira;
xiv. Determine a massa da amostra contida no fundo, com incerteza máxima de ±0,02g;
xv. Repita o peneiramento descrito nos passos 9o, 10o e 11o até que a massa do
cimento que passa durante 1 minuto de peneiramento contínuo, seja inferior a 0,05g;
xvi. Determine a massa do material retido na peneira (R = resíduo na peneira) com
incerteza máxima de ± 0,02g. OBSERVAÇÃO: tome cuidado de limpar com o pincel
ambos os lados da tela para garantir a remoção de todo o material retido.
Figura 2.1- Sessão transversal da peneira com acessórios (NBR11579/1991)

 TRANSFERÊNCIA DO RESÍDUO
xvii. O cimento retido na peneira deve ser transferido para um recipiente (vidro-
relógio) a fim de ser pesado, tomando-se o cuidado de limpar com o pincel médio
ambos os lados da tela para garantir a remoção e tomada de todo material retido pela
peneira. A pesagem desse resíduo (R) deve ser feita com precisão de 0,01 g.

2.1.1.3PROCESSO DE EXECUÇÃO-MECÂNICO

 APARELHAGEM E BALANÇA (MATERIAIS E EQUIPAMENTOS)


Igual descrito em 2.1.1.1

 PENEIRADOR AERODINÂMICO
O peneirador aerodinâmico deve possuir a câmara de peneiramento constituída de
peneira com tampa de acrílico devidamente vedado com anéis de borracha.
O vacuômetro deve indicar a depressão na câmara de peneiramento de 1960 Pa (200
mm de coluna d'água).
O temporizador deve possibilitar o controle do tempo de ensaio por 3 min ininterruptos.
O fluxo de ar do peneirador aerodinâmico é de 48 m3/h a 58 m3/h e a velocidade de
varredura da tubeira giratória é de 24 rpm a 36 rpm. O filtro por onde passa o ar
carregado de partículas finas deve ser mantido sempre limpo, a fim de não prejudicar
sua eficiência.
 PENEIRA
A peneira empregada no ensaio é a apropriada para peneirador aerodinâmico e
corresponde à peneira 75 μm, calibrada e verificada de acordo com a EB-22.
 MARTELO DE ACRÍLICO
O martelo de acrílico serve para dar golpes na tampa da peneira durante o ensaio para
desprender o material a ela aderido pela movimentação do ar.
 RECIPIENTE
Recipiente, que pode ser um fundo de peneira, para captação do resíduo.
 VIDRO-RELÓGIO
Igual ao descrito em 2.1.1.1
 PINCÉIS
Iguais aos descritos em 2.1.1.1
 PENEIRAMENTO
Acoplar a peneira ao peneirador aerodinâmico, tomando- se o cuidado de
garantir total vedação no contato entre ambos e ajustar a pressão de sucção para 1960 Pa
(200 mm de coluna d'água).
Pesar (20 ± 0,02) g (M) de material e colocá-lo sobre a tela da peneira, distribuindo-o de
maneira circular para que a tampa, quando colocada, não o toque. Tampar a peneira
corretamente, utilizando o anel de vedação.
Ligar o peneirador aerodinâmico e ajustar o tempo de ensaio para 3 min.
Durante os primeiros segundos do ensaio uma grande quantidade de amostra adere à
tampa da peneira. Para desprendê-la, deve-se empregar até que a amostra pare de aderir.
Terminado o peneiramento, remover todo o resíduo para um recipiente,
evitando-se qualquer perda de material. Limpar a tela com auxílio dos pincéis,
efetuando movimentos circulares da borda para o centro, recuperando, assim, todos os
grãos a ela aderidos. Transferir todo o resíduo para o vidro-relógio e pesar com precisão
de 0,01 g (R).

2.1.2Resultados e Análises

Para a análise de resultados, emprega-se a seguinte expressão:

RC
F= x 100
M
Onde:

F = índice de finura do cimento, em porcentagem;

R = resíduo do cimento na peneira 75 µm, em g;

M = massa inicial do cimento, em g;

C = fator de correção da peneira utilizada no ensaio, determinado de acordo com o


disposto na EB-22, devendo estar compreendido no intervalo de 1,00 ± 0,20.

2.1.3 Expressão dos resultados

De acordo com a NBR 11579/199, a finura do cimento é caracterizada pelo


índice de finura, que é o material retido na peneira de 75 µm, expresso em porcentagem
de massa, calculado até os décimos. O resultado do ensaio é o valor obtido em uma
única determinação.
a) Repetibilidade - A diferença entre dois resultados individuais obtidos, a partir de uma
mesma amostra submetida ao ensaio e por um mesmo operador utilizando o mesmo
equipamento em curto intervalo de tempo, não deve ultrapassar 0,4% em valor absoluto;
b) Reprodutibilidade - A diferença entre dois resultados individuais e independentes,
obtidos por dois operadores, operando em laboratórios diferentes a partir de uma mesma
amostra submetida ao ensaio, não deve ultrapassar 0,8% em valor absoluto.

2.2.4Aplicação Prática na Construção Civil

Segundo (Bauer, 2011), a finura do cimento está relacionada com o tamanho


dos grãos e é usualmente definida pelo tamanho máximo do grão, quando as
especificações estabelecem uma proporção em peso do material retido no peneiramento
em malha de abertura definida e pelo valor da superfície específica.
Mais precisamente, a finura é a superfícies especifica do produto, fator que
gera a velocidade de hidratação do cimento e também tem influência na qualidade da
pasta, argamassa e concretos. O aumento da finura melhora a resistência, principalmente
nas primeiras idades, diminuindo a exudação (separação dos componentes por conta da
diferença de densidade entre o cimento e a água) e a segregação (separação dos
constituintes da argamassa), gerando um concreto impermeável, trabalhável (facilidade
nas operações de manuseio) e coeso (oferecendo estabilidade mecânica), (BAUER,
2011).
Obtém-se a finura do cimento durante o processo de sua fabricação devendo
este ser dentro dos limites determinados nas especificações. Têm-se as especificações
brasileiras NBR 5732(EB-1) e NBR 5733(EB-2), que prescrevem o limite de retenção
na pereira de n° 200 de malha 75mc. Para o cimento Portland comum o resíduo deixado
nessa peneira não deve exceder 15% em peso. Para os cimentos ARI- Alta Resistência
Inicial o índice deve baixar em 6%, (BAUER, 2011).

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 11579: Cimento Portland


- Determinação da finura por meio da peneira 75 μm (nº 200) – Especificação. Rio de
Janeiro, 1991.

BAUER, L. A. F. Materiais de Construção. Vol.1. 5° Edição, 38p.– Rio de Janeiro:


LTC, 2011.

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