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ENGENHARIA CIVIL

Mecânica dos Solos I


Aula 3
Estado das Areias - Compacidade Relativa.

Prof. Renato Marques Cabral

Referência: Pinto, C.S - Itens 2.3


1. Introdução
 O estado em que se encontra uma areia pode ser
expresso pelo seu índice de vazios.
 É necessário analisar o índice de vazios natural de um
areia em confronto com os índices de vazios máximo e
mínimo em que ela pode encontrar.
 Os índices de vazios máximos e mínimos dependem
das características da areia. Os fatores que mais
influenciam são:
- Tamanho dos grãos;
- Forma dos grãos;
- Granulometria;
- Quantidade de finos (fração menor que 0,075 mm).
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1. Introdução

 Os valores são tão maiores quanto mais angulares são


os grãos e quanto mais mal graduadas as areias.

Descrição da areia emin emax


Areia uniforme de grãos angulares 0,70 1,10
Areia bem graduada de grãos angulares 0,45 0,75
Areia uniforme de grãos arredondados 0,45 0,75
Areia bem graduada de grãos arredondados 0,35 0,65

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1. Introdução
 A quantidade de finos não plástico tem grande
influência sobre emax e emin.

Areia Nevada 50/80


(Lade et al., 1988)

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2. Compacidade Relativa
 O estado de uma areia, ou sua compacidade, pode ser
expresso pelo índice de vazios em que ela se encontra,
em relação a estes valores extremos, pelo índice de
Compacidade Relativa (CR).
emax  enat
CR(%)  x 100
emax  emin
CR (%) Classificação
0 a 15 Muito fofo
15 a 50 Fofo
50 a 70 Medianamente compacto
70 a 85 Compacto
85 a 100 Muito Compacto
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2. Compacidade Relativa

 Na natureza é raro encontrar areias com CR < 30%;


 É difícil compactar uma areia com compacidade relativa
superior a 85%;
 Aplicação Prática – Filtros.

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2. Compacidade Relativa

 Na natureza é raro encontrar areias com CR < 30%;


 É difícil compactar uma areia com compacidade relativa
superior a 85%;
 Aplicação Prática – Filtros.

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3. Compacidade Relativa Ensaio
 No Brasil os ensaios de determinação dos índices de
vazios máximo e mínimo são:
- NBR 16840/2020: Solo – Determinação do índice de
vazios máximo de solos não coesivos;
- NBR 12051/1991: Solo – Determinação do índice de
vazios mínimo de solos não coesivos.

s s
emax  1 emin  1
 d min  d max

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4. Ensaio - emáx

NBR 16840/2020
Solo – Determinação do índice de vazios máximo
de solos não coesivos

Objetivo

especifica o método de determinação do índice de


vazios máximo (emáx) de solos granulares, não
coesivos, contendo no máximo 12% (em massa) de
material que passa na peneira de 0,075 mm

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4. Ensaio - emáx
 APARELHAGEM

 estufa capaz de manter a temperatura entre 105°C e 110°C;


 peneiras de 75 mm, 38 mm, 19 mm, 4,8 mm, 2,0 mm e 0,075 mm, de
acordo com as ABNT NBR NM ISO 2395 e ABNT NBR NM ISO 3310-
1;
 balanças que permitam pesar nominalmente 40 kg e 10 kg, com
precisões de 5 g e 1 g, respectivamente, e sensibilidades
compatíveis;
 outros equipamentos, como bandeja metálica, conchas metálicas,
pá, escova de cerdas macias e régua de aço biselada.

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4. Ensaio - emáx
 APARELHAGEM PARA O MÉTODO A
moldes cilíndricos metálicos padrões com volumes nominais de
2.830 cm3 e 14.200 m3.

 APARELHAGEM PARA O MÉTODO B


a) cilindro de Proctor, com volume de 1.000 cm3, de acordo com a
ABNT NBR 7182;
b) tubo rígido de parede delgada, com volume de 1.300 cm³ e
diâmetro interno de aproximadamente 7 cm.
Nos dois métodos o volume e a massa devem ser determinados
de acordo com o item 4.4 da NBR 16840/2020 11
4. Ensaio - emáx
 APARELHAGEM PARA O MÉTODO A

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4. Ensaio - emáx
 APARELHAGEM PARA O MÉTODO B

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4. Ensaio - emáx
 PREPARAÇÃO DA AMOSTRA
 O material deve estar adequadamente acondicionado, de
modo a evitar contaminação por outros materiais, perda de
solo ou mesmo perda de identificação.
 A quantidade necessária de material e a aparelhagem a ser
utilizada é função do diâmetro máximo dos grãos.

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4. Ensaio - emáx
 PREPARAÇÃO DA AMOSTRA
 Requisitos granulométricos para aplicação dos métodos.

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4. Ensaio - emáx
 PREPARAÇÃO DA AMOSTRA
 Ao se utilizar o método B, a massa necessária de material
seco é de 2,5 kg.
 Para formação da amostra, as quantidades necessárias
devem ser obtidas com uso do repartidor de amostra ou por
quarteamento.
 A amostra deve ser, então, seca em estufa, à temperatura de
105°C a 110°C, onde deve permanecer até apresentar
constância de massa. Em seguida, amostra deve ser
resfriada em recipiente fechado.
 Depois da secagem, as agregações fracamente cimentadas
devem ser cuidadosamente destorroadas, evitando-se a
quebra de grãos.
 Homogeneizar a amostra.
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4. Ensaio - emáx
 EXECUÇÃO DO ENSAIO – Método A - Funil
 Colocar a amostra no molde, tão fofa quanto possível,
vertendo-o pelo bico em fluxo constante e mantendo o funil em
posição vertical.
 Ajustar continuamente a altura do bico, de modo que a queda
livre do material seja de 1 cm ou apenas o suficiente para
assegurar um fluxo contínuo das partículas da amostra, sem
que o bico entre em contato com o material já depositado.
 Mover o funil segundo uma trajetória espiralada, da borda para
o centro do molde, de forma a resultar camadas com
espessuras uniformes. O movimento em espiral deve ser
suficientemente lento, de modo a minimizar a segregação de
partículas.
 Encher o molde até 1 a 2 cm acima do topo dele, ou até que
todos os pontos da superfície da amostra estejam acima do
plano da borda do molde.
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4. Ensaio - emáx
 EXECUÇÃO DO ENSAIO – Método A - Funil

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4. Ensaio - emáx
 EXECUÇÃO DO ENSAIO – Método A - Pá ou concha metálica

 Colocar a amostra no molde, tão fofa quanto possível, mantendo-


se a pá ou a concha pouco acima da superfície da amostra, de
forma que a deposição não seja efetuada por queda sobre o
material já colocado.
 Se necessário, os grãos maiores devem ser depositados
manualmente.
 Encher o molde até que haja excesso de no máximo 2 cm acima
do topo do molde.

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4. Ensaio - emáx
 EXECUÇÃO DO ENSAIO – Método A - Pá ou concha metálica

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4. Ensaio - emáx
 EXECUÇÃO DO ENSAIO – Método A - Pá ou concha metálica

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4. Ensaio - emáx
 EXECUÇÃO DO ENSAIO – Método A
 Rasar o excesso de solo com auxílio da régua de aço biselada.
Cuidados devem ser tomados durante as operações de
enchimento e rasamento para não sacudir ou vibrar o molde ou
mesmo para evitar deformações excessivas da superfície do solo,
o que provocaria rearranjo das partículas e recalques na amostra.
 Passando-se a régua de aço uma vez ou, se necessário, duas
vezes, obtêm-se resultados mais reprodutíveis.
 Para amostras com maior diâmetro máximo dos grãos, nivelar
com os dedos, de modo que o volume emergente dos grãos
maiores, em relação ao plano do topo do molde, seja
aproximadamente compensado pelo volume dos vazios presentes
na amostra, imediatamente abaixo deste plano.
 Determinar e anotar a massa do molde preenchido com a amostra,
com precisão de 5 g ou 1 g, respectivamente, conforme o molde
usado.

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4. Ensaio - emáx
 EXECUÇÃO DO ENSAIO – Método A

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4. Ensaio - emáx
 EXECUÇÃO DO ENSAIO – Método A
 Calcular e anotar como MS (massa da amostra seca), com precisão
anteriormente indicada, a massa da amostra que preencheu o
molde, por subtração da massa do molde vazio.
 Repetir as operações descritas, reutilizando a amostra ensaiada,
mas sem permitir a absorção de umidade, de modo a obter pelo
menos três valores de massa.

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4. Ensaio - emáx
 EXECUÇÃO DO ENSAIO – Método B
 Colocar o tubo de parede delgada dentro do molde.
 Preencher o tubo com a amostra até cerca de 1 cm acima do topo,
com auxílio de concha ou funil, tomando o cuidado de minimizar a
segregação do material durante o enchimento.
 Sacar o tubo rapidamente, de modo que o solo preencha
completamente o molde.
 Rasar o excesso de solo, como descrito no Método A.
 Com precisão de 1 g, calcular e anotar como Ms a massa do solo
que preencheu molde, como descrito no método A.
 Repetir as operações descritas, reutilizando a amostra ensaiada,
mas sem permitir a absorção de umidade, de modo a obter pelo
menos três valores de massa.

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4. Ensaio - emáx
 Cálculos
 Massa específica aparente seca da amostra, em cada
determinação (expresso com aproximação de 0,01 g/cm3):
Ms
d 
V
 Considerar satisfatórios os valores da massa específica aparente
seca obtidos que não diferirem da correspondente média de mais
que 1,5% ou 2,5%, respectivamente, conforme o material
ensaiado, que pode ser uma areia fina à média ou não.
 Uma vez obtidos no mínimo três valores que atendam ao
preconizado, com o valor médio, doravante denominado massa
específica aparente seca mínima, ρdmín, calcular o índice de vazios
máximo da amostra (expresso com aproximação de 0,01):
s
emax  1
 d min
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5. Ensaio - emin

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5. Ensaio - emin

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6. Exercício
1. Uma areia foi compactada no campo e nos ensaios de controle
obteve-se massa especifica úmida de 1720 kg/m3 e teor de umidade
de 9,0%. Nos ensaios realizados no laboratório nessa areia obteve-se
emax = 0,82, emin = 0,42 e peso específico dos grãos igual a 26,6 kN/m3.
Determine a compacidade relativa dessa areia no campo.

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Aula 3C
Estado das argilas - consistência.

Referência: Carlos de Sousa Pinto


Item 2.4

“O temor do Senhor é o principio da sabedoria, e o conhecimento do


santo é entendimento”.
Provérbios 9:10
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