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INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA - IMT

AULA 5 – LIMITES DE CONSISTÊNCIA


Eng. Fernando Lavoie
Mestre em Geotecnia

ETC 502 – Mecânica dos Solos


e Obras de Terra

1
Introdução

CARACTERIZAÇÃO DE UM SOLO FINO

- Granulometria

- Propriedades de Plasticidade

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Plasticidade
Propriedade que os solos finos possuem
de serem submetidos a grandes
deformações sem sofrer ruptura ou
fissuramento, mantendo o seu volume.
Os solos finos podem apresentar essa
propriedade numa faixa bastante ampla
de umidades

3
Limites de Atterberg
Definiu o estado de consistência dos
solos finos

4
Limites de Atterberg
Partindo-se de um teor de umidade
bastante elevado, em um processo lento
de secagem, o solo passa
sucessivamente pelos seguintes estados:

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Limites de Atterberg
Estado Líquido: O solo se apresenta
como um fluido denso (flui entre os
dedos); não possui resistência ao
cisalhamento

6
Limites de Atterberg
Estado Plástico: O solo apresenta
comportamento plástico, podendo sofrer
grandes deformações sem apresentar
rupturas ou fissuramento; perde a
capacidade de fluir, adquirindo uma certa
resistência ao cisalhamento

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Limites de Atterberg

Estado Semi-Sólido: O solo mostra-se


quebradiço ao ser deformado, não
apresentando mais comportamento
plástico

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Limites de Atterberg

Estado Sólido: O solo não sofre mais


redução de volume com o processo de
secagem, deixando portanto de ser
saturado

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Limites de Atterberg
Teores de Umidade Limite entre os
estados de consistência:

LL: Limite de Liquidez


LP: Limite de Plasticidade
LC: Limite de Contração

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Limites de Atterberg

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Limite de Liquidez

Ensaio padronizado por Casagrande

Utiliza-se neste ensaio o aparelho de


Casagrande e um cinzel padronizado

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Limite de Liquidez

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Limite de Liquidez
Procedimento do Ensaio:

- O solo a ser utilizado deve ser


previamente seco ao ar, destorroado e
passado na peneira de 0,42 mm
(peneira 40)
- Acrescenta-se água ao solo até se
obter uma pasta homogênea
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Limite de Liquidez

-Transfere-se com uma espátula parte do


material para a concha, moldando-o de
forma que na parte central a espessura
seja da ordem de 10 mm
-Com auxílio do cinzel, abre-se uma
ranhura na massa de solo, dividindo-a
em duas partes

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Limite de Liquidez

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Limite de Liquidez

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Limite de Liquidez

- Gira-se a manivela e conta-se o número


de golpes necessários para que as
bordas inferiores da ranhura se unam ao
longo de 13 mm do comprimento

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Limite de Liquidez

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Limite de Liquidez

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Limite de Liquidez

- Retira-se uma pequena quantidade de


solo da região de contato para
determinação da umidade
- Acrescentando-se água ao solo, repete-
se o processo várias vezes (quanto
maior o teor de umidade, menor o
número de golpes para fechar a ranhura)

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Limite de Liquidez

- Obtêm-se assim diversos pares de


valores de umidade x número de golpes
Os números de golpes determinados
devem estar contidos na faixa de 40 a 10

22
Limite de Liquidez

Cálculo:
- Traça-se o gráfico w x log n, onde n é o
número de golpes. Nesse gráfico, a
variação da umidade com o n pode ser
ajustada a uma reta

- O Limite de Liquidez é a umidade


obtida neste gráfico para n = 25
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Limite de Liquidez

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Limite de Plasticidade

Utiliza-se no ensaio uma placa de vidro


esmerilhada e um gabarito (cilindro de
aço com 3 mm de diâmetro)

25
Limite de Plasticidade

26
Limite de Plasticidade

Procedimento:

-O solo a ser utilizado deve ser


previamente seco ao ar, destorroado e
passado na peneira de 0,42 mm (peneira
40)

27
Limite de Plasticidade

- De forma a se ter a massa de solo


numa umidade conveniente para início
do ensaio de LP, toma-se cerca de 50 g
do material preparado para o ensaio de
LL, com teor de umidade correspondente
a cerca de 50 golpes

28
Limite de Plasticidade

- Da pasta de solo assim formada, são


separadas três porções de cerca de 10 g
cada uma. Procede-se com cada porção
da forma descrita a seguir:

29
Limite de Plasticidade

- Forma-se com cada porção uma


pequena “bola”, que deve ser rolada
entre a palma da mão e a placa de vidro,
com pressão suficiente da mão para lhe
dar um formato cilíndrico; continua-se o
processo de rolagem até que o cilindro
atinja um diâmetro de 3 mm, o que se
verifica comparando o seu diâmetro com
o do gabarito 30
Limite de Plasticidade

- Quebra-se, então, o cilindro em


diversos fragmentos; juntam-se, por
amassamento, os fragmentos, e a
“bolinha” resultante é novamente
rolada entre a palma da mão e a placa
de vidro

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Limite de Plasticidade
- O procedimento descrito acima é
repetido diversas vezes até que, ao
atingir o diâmetro de 3 mm,
o cilindro comece a apresentar fissuras.
Nesta situação, diz-se que o solo está no
Limite de Plasticidade

32
Limite de Plasticidade

33
34
Limite de Plasticidade

35
Limite de Plasticidade

Cálculo:

-Coloca-se então o material do cilindro


em uma cápsula de alumínio para
determinação da umidade

-O Limite de Plasticidade é tomado como


sendo a média dos teores de umidade
das 3 porções submetidas ao ensaio 36
Índice de Plasticidade

A faixa de umidade na qual o solo se


comporta plasticamente:

IP = LL - LP

37
Índice de Plasticidade

Quanto maior o IP, maior é a faixa de


umidades em que o solo apresenta
comportamento plástico

Quando o material não apresenta


plasticidade (pedregulhos e areias limpas
ou com muito pouca quantidade de
finos), considera-se IP nulo e escreve-se
IP = NP (não plástico) 38
Exercício 1

Considere os seguintes os dados obtidos


em ensaios de LL e LP realizados sobre o
solo 2, cuja curva granulométrica é
apresentada a seguir. Encontre os
resultados do LL, LP e do IP.
Sabendo-se que o ɣs=27 kN/m3, quais os
valores dos índices de vazios no LL e no
LP?
39
Exercício 1

40
Exercício 1
Ensaio LL:
Nº da Cápsula 213 230 328 223 209

Massa total+cápsula 14,91 13,99 13,74 14,75 14,01


(g)
Massa seca+cápsula 13,33 12,71 12,17 12,84 12,09
(g)
Massa da cápsula 10,65 10,60 9,66 9,91 9,27
(g)
Umidade (%)
Número de golpes 50 40 32 22 16
(n)
41
Exercício 1
Ensaio LP:
Nº da Cápsula 303 241 184 288 263

Massa total+cápsula 12,32 12,87 15,43 12,84 11,80


(g)
Massa seca+cápsula 11,77 12,46 14,99 12,44 11,27
(g)
Massa da cápsula 9,86 11,05 13,43 11,02 9,42
(g)
Umidade (%)
LP – Umidade Média
(%)
42
Exercício 1
Ensaio LL:
Nº da Cápsula 213 230 328 223 209

Massa total+cápsula 14,91 13,99 13,74 14,75 14,01


(g)
Massa seca+cápsula 13,33 12,71 12,17 12,84 12,09
(g)
Massa da cápsula 10,65 10,60 9,66 9,91 9,27
(g)
Umidade (%) 59,0 60,7 62,5 65,2 68,1
Número de golpes 50 40 32 22 16
(n)
43
Exercício 1
Ensaio LL:

44
Exercício 1
Ensaio LP:
Nº da Cápsula 303 241 184 288 263

Massa total+cápsula 12,32 12,87 15,43 12,84 11,80


(g)
Massa seca+cápsula 11,77 12,46 14,99 12,44 11,27
(g)
Massa da cápsula 9,86 11,05 13,43 11,02 9,42
(g)
Umidade (%)
LP – Umidade Média
(%)
45
Exercício 1
Ensaio LP:
Nº da Cápsula 303 241 184 288 263

Massa total+cápsula 12,32 12,87 15,43 12,84 11,80


(g)
Massa seca+cápsula 11,77 12,46 14,99 12,44 11,27
(g)
Massa da cápsula 9,86 11,05 13,43 11,02 9,42
(g)
Umidade (%) 28,80 29,08 28,21 28,17 28,65
LP – Umidade Média
(%)
46
Exercício 1
Ensaio LP:
Nº da Cápsula 303 241 184 288 263

Massa total+cápsula 12,32 12,87 15,43 12,84 11,80


(g)
Massa seca+cápsula 11,77 12,46 14,99 12,44 11,27
(g)
Massa da cápsula 9,86 11,05 13,43 11,02 9,42
(g)
Umidade (%) 28,80 29,08 28,21 28,17 28,65
LP – Umidade Média 28,6
(%)
47
Exercício 1
Resultados:

RESULTADOS OBTIDOS:
LL = 64% LP = 29% IP = 35%

48
Argilo-Minerais
São os minerais constituintes mais
importantes da fração argilosa dos solos e
são formados pela ação intempérica de
outros minerais
Principais Grupos de Argilo-Minerais:

Caulinita
Ilita
Montmorilonita 49
Argilo-Minerais
As partículas argilosas possuem forma
lamelar (placas):

50
Argilo-Minerais
As partículas argilosas possuem carga
elétrica negativa e atraem os cátions (Na,
K, Ca) e as moléculas de água:

51
Argilo-Minerais
Água Adsorvida: É a atraída junto com os
cátions;
Água Livre: Escoa livremente nos vazios
do solo

52
Argilo-Minerais

53
Argilo-Minerais

Quanto maior a carga elétrica da


partícula, maior a quantidade de íons
atraídos e maior a espessura da camada
adsorvida.
Portanto tem-se uma maior capacidade de
retenção de água pela partícula

54
Argilo-Minerais
Podemos medir a carga elétrica por meio
da Capacidade de Troca Catiônica (CTC)
do argilo-mineral:

55
Argilo-Minerais

56
Argilo-Minerais

Quanto maior o LL do solo, maior a


capacidade de retenção de água
57
Argilo-Minerais

O tipo de Cátion adsorvido também


interfere na quantidade de água atraída

Montmorilonita com Sódio (Na) atrai mais


água do que com Cálcio (Ca)

58
Argilo-Minerais

Montmorilonita Na: LL=710% / LP=54%


Caulinita Na: LL=53% / LP=32%

Montmorilonita Na: w=600% => Est. Plástico


Caulinita Na: w=60% => Est. Líquido 59
Atividade Coloidal

AC = IP / % Fração Argila

% Fração Argila = % em peso de material < 0,002 mm

60
Atividade Coloidal
Classificação:

AC = IP / % Fração Argila

AC < 0,75 => Argila Inativa

0,75 ≤ AC ≤ 1,25 => Argila Normal

AC > 1,25 => Argila Ativa


61
Atividade Coloidal
A atividade coloidal indica o tipo de
argilo-mineral presente no solo:
Caulinita Pura => AC ≈ 0,30 (Arg. Inativa)

Ilita Pura => AC ≈ 0,90 (Arg. Normal)

Montmorilonita Pura => AC ≈ 5,0


(Arg. Ativa)

62
Exercício 2

Para os solos a, b e c foram realizados os


ensaios de granulometria e de limite de
liquidez e plasticidade descritos na tabela
a seguir. A partir destes dados,
especifique o tipo mais provável de argilo-
mineral presente nos solos.

63
Exercício 2
Solo Fração Argilosa (%) LL (%) LP (%)

A 100 58 31

B 50 334 64

C 10 133 82

64
Exercício 2
Solo Fração LL LP IP AC Argilo-Mineral
Argilosa (%) (%) (%) (%) Provável

A 100 58 31 27 0,27 Caulinita

B 50 334 64 270 5,4 Montmorilonita

C 10 133 82 51 5,1 Montmorilonita

65
Exercício 2

-Os solos podem ser constituídos por


mais de um tipo de argilo-mineral;

-Não se usa a curva granulométrica para


classificar a fração fina do solo em silte ou
argila, para isto utiliza-se o LL e LP;

66
Exercício 2
- Pequenas quantidades de argilas ativas
podem produzir no solo um
comportamento muito mais característico
de solo argiloso do que elevadas
quantidades de outras argilas menos
ativas.

67
Paredes Diafragma

Elemento de Fundação/Contenção
moldada no solo com espessuras de 30
cm a 120 cm com profundidades de até
50 m

Escavação => CLAM SHELL

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70
71
Paredes Diafragma

Quando a escavação atinge de 1,0 m a


1,5 m de profundidade, bombeia-se lama
bentonítica a fim de estabilizar as paredes
da escavação

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Estaca Escavada Circular

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Aterros Sanitários

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Liner – Aterros Sanitários

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Liner – Aterros Sanitários

Barreira impermeabilizante mineral, em substituição as


camadas de argila compactadas (CCLs)

Espessura – 1 cm
K = 10-9 cm/s

Altura aproximada – 100 cm


K = 10-7 cm/s

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Liner – Aterros Sanitários

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