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Mecânica dos solos I: Relatório de ensaio de compactação

João Monlevade

2017
RELATÓRIO DE ENSAIO DE COMPACTAÇÃO

RESUMO
Em Mecânica dos solos o Ensaio de compactação Proctor é um dos mais importantes procedimentos de
estudo e controle de qualidade de aterros de solo compactado. Através dele é possível obter a densidade
máxima do maciço terroso, condição que otimiza o empreendimento com relação ao custo e ao
desempenho estrutural e hidráulico.
Experimentalmente, é possível constatar que a adição de água a um solo seco facilita a sua compactação.
Em outras palavras, cada vez que se adiciona água a esse solo pouco úmido, a densidade final do material
compactado aumenta.
Entretanto, isso não ocorre indefinidamente. Na verdade, o acréscimo de água tem um efeito benéfico
enquanto não se alcança certo teor de umidade, que é chamado de umidade ótima (hot). Quando a adição
de água conduz a umidades superiores a hot, passa-se a verificar o processo inverso. Ou seja, a densidade
do material compactado tende a se reduzir com o acréscimo de umidade.

Palavras-chave: Ensaio de compactação Proctor, Controle de qualidade, Teor de umidade, Umidade


ótima.

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1. INTRODUÇÃO
A compactação é um método de estabilização de solos que se dá por aplicação de alguma forma de
energia (impacto, vibração, compressão estática ou dinâmica). Seu efeito confere ao solo um aumento de
seu peso específico e resistência ao cisalhamento, e uma diminuição do índice de vazios, permeabilidade
e compressibilidade.
Através do ensaio de compactação é possível obter a correlação entre o teor de umidade e o peso
específico seco de um solo quando compactado com determinada energia. O ensaio mais comum é o de
Proctor (Normal, Intermediário ou Modificado), que é realizado através de sucessivos impactos de um
soquete padronizado na amostra.

2. OBJETIVO

Proceder à realização do ensaio de compactação tipo Proctor Normal, com a reutilização do solo, para a
obtenção de sua curva de compactação, determinar a umidade ótima do solo, para uma dada energia de
compactação e o peso específico aparente seco máximo (γs max) associado à umidade ótima.

3. MATERIAIS E MÉTODOS
Os principais equipamentos são: Almofariz e mão com borracha; Peneira nº.4 (4,8mm); Balança; Molde
cilíndrico de 1000cm3, com base e colarinho; Soquete cilíndrico; Extrator de amostras; Cápsulas para
determinação de umidade; Estufa.
3.1. Preparação da Amostra

 Toma-se uma certa quantidade de material seco ao ar e faz-se o destorroamento até que não haja
torrões maiores que 4,8mm;
 Peneira-se a amostra na peneira no.4 (4,8mm) e em seguida determina-se sua umidade higroscópica.

3.2. Procedimento

Adiciona-se água à amostra até se verificar uma certa consistência. Deve-se atentar para uma perfeita
homogeneização da amostra;
 Compacta-se a amostra no molde cilíndrico em 5 camadas iguais (cada uma cobrindo
aproximadamente um quinto do molde), aplicando-se em cada uma delas 12 golpes distribuídos
uniformemente sobre a superfície da camada, com o soquete caindo de 0,305m;
 Remove-se o colarinho e a base, aplaina-se a superfície do material à altura do molde e pesa-se o
conjunto cilindro + solo úmido compactado;
 Retira-se a amostra do molde com auxílio do extrator, e partindo-a ao meio, coleta-se uma pequena
quantidade para a determinação da umidade;
 Desmancha-se o material compactado até que possa ser passado pela peneira n o.4 (4,8mm),
misturando-o em seguida ao restante da amostra inicial (para o caso de reuso do material);
 Adiciona-se água à amostra homogeneizando-a (normalmente acrecenta-se água numa quantidade da
órdem de 2% da massa original de solo, em peso). Repete-se o processo pelo menos por mais quatro
vezes.

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4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
Nesta seção serão demonstrados os resultados obtidos com o procedimento experimental realizado na
amostra de 7Kg do solo:
Local da obra: R. São Mateus, Bairro Cidade Nova , João Monlevade – Minas gerais;
Tipo de solo: Fino;
Cor: Vermelho escuro.
4.1. Calculos
Determinar a massa especifica aparente seca, utilizando-se a expressão:

Onde.

v, = massa especifica aparente seca, em g/cm3;


Ph = peso timid0 do solo compactado, em g;
V = volume útil do molde cilíndrico, em cm3; e
h = teor de umidade do solo compactado, em %.

Recomenda-se determinar a curva de satura$o (relação entre a massa especifica aparente seca e o tear de
umidade, para grau de saturação do solo igual a 100%), utilizando-se a expressão:

Onde:
YS = massa especifica aparente seca, em g/cm3;
S = grau de satura$o, igual a 100%;
h = teor de umidade, arbitrado na faixa de interesse, em 5;
M= massa especifica dos grãos do solo, determinada de acordo com a NBR 6508 ou NRR 6458, em g/cm3;
Ma = massa especifica da água, em g/cm3 (considerar igual a 1,00 g/cm3).

4.2. Teor de umidade


Ensaios
Descrição
1 2 3 4 5
M1 27,50 28,93 37,18 35,80 47,55
M2 26,03 26,42 32,83 31,62 40,99
M3 9,07 9,28 9,19 9,70 8,86
h 8,7 14,6 18,4 19,1 20,4

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4.3. Ensaio de compactaçao
Tabela 1 - Registro dos resultados de laboratório
Ensaios
Descrição
1 2 3 4 5
Peso do solo úmido (g) 3.406 3.752 3.820 3.803 3.799
Umidade de compactação (%) 8,67% 14,64% 18,40% 19,07% 20,42%
Massa esp. aparente seca (g/cm³) 1,50 1,57 1,55 1,53 1,51
Nota: Utilizado cilindro grande como molde de compactação (V = 2.085 cm³)    
                 
Resultados do ensaio:            
  - Massa específica aparente seca máxima (ρd,máx)      
    ρd,máx = 1,57 g/cm³        
                 
  - Umidade ótima:            
    wot = 15,50%          

        de compactação
Curva          
                 
  1.58                
Massa esp. aparente seca (ρd) - g/cm³

  1.57                
  1.56                
                 
1.55
                 
  1.54                
  1.53                
  1.52
               
                 
1.51
                 
  1.50                
8.00% 10.00% 12.00% 14.00% 16.00% 18.00% 20.00% 22.00%
                 
        Teor de umidade
  (w) - %
       
                 
               
4.4. Registro fotográfico do ensaio de compactação

As imagens a seguir mostram o ensaio de compactação, destacando a utilização do molde cilíndrico


metálico, sua base e cilindro complementar de mesmo diâmetro do colarinho e soquete metálico, a fim de
se obter o corpo de prova para pesagem e obtenção de seu teor de umidade.

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Figura 1 - Álbum do grupo – cilindro Figura 2 - Álbum do grupo - soquete metálico

Figura 3 - Álbum do grupo - cilindro + solo Figura 4 - Álbum do grupo - Cilindro+solo.

Figura 5 -Álbum do grupo - Corpo de prova

5. CONCLUSÃO DOS ENSAIOS

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Pôde-se ver que os ensaios de compactação são muito importantes porque são empregados em diversas
áreas da Engenharia Civil. Desde a construção de estradas, até fundações de edificações, o feitio deste
ensaio é intrinsecamente importante para que se tenha mais segurança e qualidade na construção.
A compactação do solo deve proporcionar ao solo, para a energia de compactação adotada, a maior
resistência estável possível. Os solos não devem ser compactados abaixo da umidade ótima, porque ela
corresponde à umidade que fornece estabilidade ao solo. Não basta que o solo adquira boas propriedades
de resistência e deformação; elas devem permanecer durante todo o tempo de vida útil da obra.

6. REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023 : Informação e documentação:
Referências: Elaboração. Rio de Janeiro, 2002a.

______. NBR10520: Informação e documentação: Citações em documentos: Apresentação. Rio de


Janeiro, 2002b.

MORO,M.M. Dicas para escrever artigos científicos. Disponível em:


<http://www.cs.ucr.edu/~mirella/Dicas.html> Acesso em: 12 fev 2007.

PÉREZ, Luis. Relatório de Mecânica dos solos 1 . Disponível em: <


https://www.engenhariacivil.com/relatorios-de-mecanica-dos-solos-i> Acesso em:09 Abril 2017.

PEREIRA,Caio. Compactação de solos. 2016. Escola Engenharia. Disponível em:


<http://www.escolaengenharia.com.br/compactacao-de-solo/>. Acesso em: 08 de junho de 2017.

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