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Instituto Superior Mutasa

Unidade Orgânica de Chimoio


Curso: Licenciatura em Psicologia Clinica
Cadeira: Psicologia de Social-II

2° Ano-Curso Nocturno

Instituições Sociais
Individuo e a Sociedade

Chimoio, Outubro de 2021


Instituto Superior Mutasa
Unidade Orgânica de Chimoio
Curso: Licenciatura em Psicologia Clinica
Cadeira: Psicologia de Social- II
2° Ano- II° Semestre
Curso Nocturno

Instituições Sociais
Individuo e a Sociedade

Estudantes:
Elfez José Gabriel Trabalho de carácter avaliativo a ser
Isaltina da Conceição Inácio Vendo apresentado no Instituto Superior
Mutasa do curso de Licenciatura em
Noémia Felizardo Mazunde
Psicologia Clinica 2° Ano II° Semestre
Ramos Paulo Gonçalves de 2021, Disciplina de Psicologia de
Social-II Curso nocturno, sob
orientação. dr Júlio Chimonzo

Chimoio, Outubro de 2021


Índice
Pág.

Capitulo-I ................................................................................................................................... 1

1.0.Introdução ............................................................................................................................ 1

1.0. Objectivo ............................................................................................................................ 2

1.1 Objectivo geral .................................................................................................................... 2

1.2 Objectivo Específico ............................................................................................................ 2

1.3 Metodologia ......................................................................................................................... 2

Capitulo-II ................................................................................................................................. 3

2.1. Instituições sociais .............................................................................................................. 3

2.2. Características das instituições sociais ............................................................................... 3

2.3. Tipos de instituições sociais ............................................................................................... 4

2.3.1. Socialização primária ...................................................................................................... 4

2.3.2. Socialização secundária ................................................................................................... 4

2.4. Exemplos de instituições sociais ........................................................................................ 5

2.5. Sociedade e indivíduo ......................................................................................................... 6

2.5.1. Etimologia da palavra sociedade ..................................................................................... 6

2.6. Sociedade ............................................................................................................................ 6

2.7. Sociedade e indivíduo ......................................................................................................... 7

2.8. Tipo de sociedade para a sociologia ................................................................................... 7

2.9. Sociedade humana e cultura ............................................................................................... 9

2.10. Sociedade e comunidade .................................................................................................. 9

Capitulo-III .............................................................................................................................. 11

3.1. Conclusão ......................................................................................................................... 11

3.2. Referência Bibliográfica ................................................................................................... 12


Capitulo-I

1.0.Introdução

Este artigo tem como objectivo fazer um ensaio analítico das noções de indivíduo e sociedade
da sociologia clássica, enfatizando Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber, e reflectir
como tais noções podem ter sido construídas em relações de continuidades e
descontinuidades com a antropologia filosófica nas ciências sociais, principalmente de
Thomas Hobbes e Jean-Jacques Rousseau. Para isso, foi feita uma revisão bibliográfica não
com o intuito de comparar, mas de aproximar e distanciar tais autores por meio do
apontamento genérico de suas principais ideias e reflexões. Ao final dessa breve discussão
bibliográfica, espera-se que seja possível identificar as continuidades e descontinuidades nos
pensamentos expostos desses autores, assim como mostrar que as noções de indivíduo e
sociedade da sociologia clássica podem ter sido influenciadas pelas continuidades e
descontinuidades inerentes ao debate da antropologia filosófica nas ciências sociais.

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1.0. Objectivo

1.1 Objectivo geral


 Analisar a pertinência de estudo Instituições Sociais Individuo e a Sociedade

1.2 Objectivo Específico


 Conceptualizar Instituição sociais
 Conceituar Individuo
 Conceituar Sociedade
 Identificar os Tipos Instituições Sociais
 Identificar as características das instituições Sociais

1.3 Metodologia

A Metodologia usada para a realização deste trabalho foi levantamento bibliográfico


retrospectivo de vários outros autores e que abordam de diferentes formas o tema em estudo.

A Metodologia usada para a realização deste trabalho foi levantamento bibliográfico


retrospectivo de vários outros autores e que abordam de diferentes formas o tema em estudo.

A revisão bibliográfica é vantajosa na medida em que desenvolve, esclarece e modifica


conceitos e ideias, permitindo a formulação precisa de problemas ou hipóteses pesquisáveis,
proporcionam uma visão geral acerca de determinados factos. Mais também corremos o risco
de lermos tudo que é livro, artigos, esperando encontrar qualquer coisa que explique o
objectivo do trabalho. Mas a maior dificuldade encontrada no local aquando do pedido de
documentos oficiais, material e documentação específica sobre o assunto em análise.

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Capitulo-II

2.1. Instituições sociais


As instituições sociais são estruturas estáveis com padrões, papéis e funções bem definidas
em uma sociedade. Para Émile Durkheim, as instituições possuem um papel pedagógico, ou
seja, de ensinar um indivíduo como ser parte da sociedade em que nasceu. Nesse sentido, as
instituições sociais cumprem o papel de socialização. (DURKHEIM, 1995, p. 44).

Portanto, as instituições sociais servem como uma forma de dar ordem às relações sociais.
Esse controle, entretanto, não é sempre sentido pelas pessoas. Ter uma família, uma escola,
uma igreja, são todas coisas que são consideradas naturais pelos sujeitos em uma sociedade.
Conforme Peter Berger, a linguagem é a instituição social mais primária.

2.2. Características das instituições sociais

Para entender melhor o que são as instituições sociais, é possível elencar algumas de suas
características principais e como elas funcionam. Todas elas estão relacionadas com a
construção de um padrão de conduta dos indivíduos que fazem parte da sociedade.

 Superação do indivíduo: as instituições sociais são feitas de indivíduos. Se todas as


pessoas que compõem uma escola pararem de frequentá-la, consequentemente ela irá
desaparecer. Entretanto, se um único indivíduo ou poucos interromperem a ida à escola
não fará com que ela suma. Uma instituição social é, portanto, maior que uma pessoa.
 Coerção: esse termo se refere ao carácter punitivo da sociedade, quando o indivíduo foge
dos padrões do controle social. Enquanto uma pessoa continuar seguindo as regras
sociais, ela não sente a força desse controle; por sua vez, ela vai sentir esse poder quando
fizer algo de ―errado‖ para a sociedade e ser punida em função disso.
 Autoridade moral: além da coerção, as instituições sociais oferecem um sentimento de
dever moral cumprido quando se segue suas regras. Assim, os indivíduos não se sentem
apenas reprimidos quando se desviam, mas também podem experimentar culpa, vergonha
ou desonra.
 Historicidade: as instituições existiam antes do indivíduo nascer e continuarão existindo
mesmo após a sua morte; portanto, possuem uma história. Consequentemente, elas

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sofrem mudanças e se alteram ao longo do tempo, mas conseguem ser reinventadas e se
adequar às transformações.

Essas são apenas algumas das características das instituições sociais, mas mostram o seu
carácter pedagógico de ensinar ao indivíduo aquilo que é adequado socialmente. É a partir
dessas instituições que aprendemos a ser quem somos, desde a capacidade de falar, comer, se
relacionar, fazer amizades, trabalhar e outras atividades essenciais à vida

2.3. Tipos de instituições sociais

Weber (1997, p. 98) conceituava as instituições sociais como um meio de manter os membros
de uma sociedade mais unidos, formando uma coesão social. Para isso, cada uma delas
desempenhava uma função específica, tendo também, características específicas de acordo
com o tipo de socialização promovida. (DURKHEIM, 1995, p. 44).

2.3.1. Socialização primária

 Família
 Igreja

Como o próprio nome sugere, as instituições sociais de nível primário são aquelas com as
quais o indivíduo tem os primeiros contactos, a exemplo da família e da Igreja. As
instituições sociais de socialização primária passam as regras de convívio e formação social,
formas de linguagem, valores morais. (MARX; ENGELS, 1989, p. 20).~

2.3.2. Socialização secundária

 Estado
 Escola

São exemplos a escola, o trabalho e o Estado. Essas instituições estabelecem instruções e


normas específicas voltadas para o colectivo, como as noções de direitos individuais, leis,
ética, direito a propriedade, hierarquia social, organização financeira. (MARX; ENGELS,
1989, p. 20).

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Portanto, é importante lembrar que as instituições sociais são práticas e, assim, depende que
os indivíduos sociais, colectivamente, reproduzam seus padrões de conduta. É desse modo
que tal controle social é exercido e se mantém na sociedade. (MARX; ENGELS, 1989, p. 20).

2.4. Exemplos de instituições sociais

Segundo Behring e Boschetti (2006, p. 36), Existem muitas instituições sociais – todas elas
com características próprias, mas também interligadas. Elas cumprem a função de
socialização e de oferecer um modelo de comportamentos adequados aos indivíduos. Veja
alguns exemplos.

 Linguagem: a linguagem é uma das instituições sociais primárias e está atrelada a todas
as demais. Se não for por meio dela, torna-se difícil se comunicar com os demais e até ser
socializado. Por isso, um indivíduo não pode se recusar a aprender o idioma do seu local
de origem.
 Família: a família é uma instituição primária que dá os primeiros contextos de
socialização do indivíduo. Embora ela seja diversificada, existe um modelo de família
que é repetida como o padrão mais adequado. Somando a isso, essa família nuclear é
associada a sentimentos de harmonia e amor, fazendo com que mesmo os que não a têm
queiram ter uma família em tal modelo.
 Estado: o Estado é um conceito amplo na sociologia, significando desde o território de
uma nação até suas forças militares. Entretanto, o aparelho estatal também é o controle
social que exerce em toda a população nos mais diferentes níveis. Por exemplo, para ser
um cidadão pleno, é necessário estar com os documentos regulamentados e votar nas
eleições.
 Igreja: por mais que nem todas as pessoas possam ir à igreja como um espaço físico, essa
instituição social possui um grande poder de organizar, controlar e socializar indivíduos.
Assim, por mais que um sujeito não seja cristão, a Igreja exerce uma autoridade moral
sobre ele na forma de valores como o ―pecado‖, as ―boas acções‖ e a ―caridade‖.
 Escola: a instituição escolar como conhecemos é uma invenção moderna e tem como um
de seus principais objectivos a disciplina para aprender a pensar racionalmente. Ainda,
ela faz com que indivíduos da mesma faixa etária convivam por muitos anos de maneira

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próxima. Entretanto, a escola tem sofrido diversas transformações ao longo dos anos,
tendo o avanço das tecnologias de comunicação e as redes sociais como um marco.
 Trabalho: o trabalho está presente em toda a história humana; todavia, a forma como o
conhecemos actualmente é bastante específica. O próprio horário de expediente e a
jornada de trabalho de 8 horas por dia organiza a vida colectiva em um começo, meio e
fim. Cada emprego possui uma forma adequada de postura e sociabilidade, fazendo com
que os indivíduos se socializem diferencialmente.

Araújo (2009) Além das instituições citadas, é possível elencar outras, como o Direito, a
Saúde Colectiva e a Economia. Discutir como elas influenciam nossas vidas e pensar sobre a
relevância delas, bem como as desigualdades sociais implicadas, é bastante importante.
Assim, compreendemos melhor o mundo à nossa volta e pensamos em que tipo de vida social
gostaria de estar inseridos.

2.5. Sociedade e indivíduo

2.5.1. Etimologia da palavra sociedade

Araújo (2009) A etimologia da palavra sociedade remete ao latim, societas, que


significa associação ―amistosa com outros‖. Sociedade é uma palavra polissémica, isto
é, pode ter variados significados conforme o enfoque, a corrente teórica e mesmo a
disciplina. O agrupamento humano sob regras e costumes comuns existe desde os primórdios
da humanidade.2.6. Sociedade

Pereira (2006) Sociedade é uma associação entre indivíduos que compartilham valores
culturais e éticos e que estão sob um mesmo regime político e económico, em um mesmo
território e sob as mesmas regras de convivência. A sociedade não é um amontoado de
indivíduos, mas um sistema organizado deles e ordenado em uma estrutura social, com um
arcabouço normativo e com instituições formais e informais (Estado, família, Igreja, escola
etc.) — que ensinam esse repertório de prescrições, fomentam a unidade cultural, punem a
transgressão das regras, socializam os indivíduos, definem uma gama de papéis que eles
podem desempenhar e mantêm a coesão social, económica e política.

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2.7. Sociedade e indivíduo

Pereira (2006) Os autores clássicos têm diferentes abordagens sobre o


tema. Durkheim enfatiza que a sociedade é anterior ao indivíduo e impõe-se sobre ele, suas
regras (fatos sociais) são exteriores, coercitivas e gerais e exercem controle sobre os
indivíduos. A participação do indivíduo na sociedade está ligada à função que ele
desempenha nela.

Marx enfatiza a divisão de classes, sendo que a classe que domina sobre as demais produz e
dissemina a ideologia que permite que as classes exploradas por meio do trabalho aceitem e
validem a exploração que sofrem. A infraestrutura social corresponde à base material da
sociedade, a sua formação mediante o mundo do trabalho. A superestrutura, por sua vez,
corresponde à base normativa dessa sociedade, ao seu conteúdo moral, jurídico e simbólico
que regula as relações materiais. Marx ressalta a capacidade de agência do indivíduo, isto é,
seu poder de modificar a sociedade em que vive. (SANTOS, 2001, p. 19).

Weber volta sua atenção para a acção social, que seria a acção que leva em consideração o
comportamento dos outros e é dotada de significado, seja ele de motivação racional, afectiva
ou tradicional. Para Weber, compreender essas acções possibilita apreender os valores e as
regras compartilhados por todos. (SANTOS, 2001, p. 19).

2.8. Tipo de sociedade para a sociologia

A sociologia enquanto ciência social surgiu no século XIX, quando grandes mudanças
complexificavam as sociedades pré-capitalistas, transformando-as nas sociedades modernas.
Portanto, a sociologia desenvolveu-se na confrontação de dois tipos de sociedade:
a sociedade feudal, que era suplantada, e a sociedade burguesa, que emergia. (BROUGÉRE,
2010, p. 20).

A classificação de tipos de sociedade pode variar assim como o próprio conceito de


sociedade. Por isso, vamos ater-nos a essa divisão rudimentar, sociedade tradicional e
sociedade moderna, ainda que haja muitas outras classificações possíveis. É importante
ressaltar que a classificação por tipos tem finalidade analítica, portanto, não traduz uma linha
evolutiva entre sociedades melhores e piores.

A sociedade feudal tinha uma organização da produção económica baseada na actividade


agrícola. Grosso modo, os três grupos sociais que a constituíam eram os sacerdotes, os
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guerreiros e os trabalhadores, estes sustentavam os dois primeiros, posto que o ócio era
valorizado e cultivado nos estratos que gozavam de status social.

As terras eram divididas em feudos, concedidos aos nobres pelos reis, onde moravam os
senhores, suas famílias e servos domésticos, bem como os camponeses, arrendatários que
trabalhavam na terra, em parte, para si e, em parte, para os senhores.

Essa sociedade com hierarquia rígida e baixíssima mobilidade social também se caracterizava
por relações afectivas e tradicionais, portanto, tinha traços comunitários, embora fosse
calcada na exploração e marcada por imensa desigualdade.

O desenvolvimento da ciência e de técnicas associadas à industrialização e a secularização e


burocratização do Estado, e sua transformação num ente impessoal e racional-legal,
trouxeram mudanças nos valores e nas relações sociais, antes pautadas pela tradição, agora o
são pela razão e interesse. A burguesia ascendeu como principal classe social e política, e
o proletariado, que também se organizou politicamente, passou a pleitear mudanças nas
relações de trabalho e conquistar direitos, o que seria impensável numa sociedade feudal.
(BROUGÉRE, 2010, p. 20).

Por outro lado, o camponês tinha o controle do processo produtivo e reconhecia-se no


resultado final do seu trabalho, já o trabalhador industrial não tinha o controle sobre o
processo e nem sobre o resultado final, muitas vezes sequer reconhecendo-se nele, já que a
produção em série desmembrava e automatizava as etapas de confecção de um produto. A
sociedade burguesa, ao contrário de sua antecessora, é urbana, industrial. (BROUGÉRE,
2010, p. 20).

Se aplicada à sociologia durkheimiana, a sociedade feudal poderia ser caracterizada como


exemplo de solidariedade mecânica, isto é, uma sociedade tradicional, com consciência
colectiva que suplanta as consciências individuais, trabalho colectivo, e direito repressivo que
usa a punição como exemplo. A sociedade industrial poderia ser classificada como exemplo
de solidariedade orgânica, ou seja, de sociedade complexa, com trabalhos fragmentados e
individualizados, porém interdependentes, individualista, com a personalidade predominando
sobre a consciência colectiva, e praticante do direito restitutivo, isto é, que pune, mas
ressocializa o infractor. (BROUGÉRE, 2010, p. 20).

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Entre as inúmeras formas pelas quais sociedades podem ser classificadas, estão: por sua
estrutura económica (sociedades agrárias, sociedades industriais), por sua estrutura social
(sociedade de castas, sociedade patriarcal). Outra possível forma de classificar uma sociedade
é por sua organização com base em um comando central político, jurídico e militar — Estado
—, que, somado ao povo e ao território, forma os países.

O Estado como espinha dorsal de uma sociedade pode ser secular, como os Estados
modernos dos países ocidentais, ou teocrático, como o Vaticano, regido pela Igreja Católica,
e o Irã, país islâmico dirigido por aiatolás. Há também sociedades apátridas, isto é,
sociedades sem Estado, como os ciganos.

Sociedade civil é a expressão política da sociedade organizada, com agenda própria, capaz de
pressionar o Estado por mudança nas regras.
2.9. Sociedade humana e cultura
Bottomore (2001, p. 263 A coesão de uma sociedade é construída sobre a sua cultura. A
interação cultural gera a consciência de pertencimento, isto é, identidade cultural.
Essa identidade forma-se pela partilha de crenças, saberes e costumes comuns.

Bottomore (2001, p. 263 Essa semelhança pode ser atribuída a vários factores: étnico,
religiosos, profissionais, territoriais, políticos, ancestrais etc. A semelhança aproxima e a
identificação gera coesão de grupos, que podem ser maiores ou menores. Entre as formas de
identidade cultural mais conhecidas, está a identidade nacional, os símbolos, as narrativas, as
práticas e os conhecimentos que nos unem enquanto brasileiros, por exemplo, mesmo num
território tão imenso e com inúmeras diferenças regionais.

Como aponta o sociólogo francês Edgar Morin

―Não só os indivíduos estão na sociedade, mas a sociedade também está nos indivíduos,
incutindo-lhes, desde o nascimento deles, a sua cultura. A cultura e a sociedade permitem a
realização dos indivíduos, as interacções entre os indivíduos permitem a perpetuação da
cultura e a auto-organização da sociedade.‖~

2.10. Sociedade e comunidade


Pontes, (2007, p. 79) Uma sociedade é a soma das variadas comunidades que a compõem. A
rede de relacionamentos de que é formada uma sociedade é constituída por grupos menores,
comunidades, que são formadas por grupos menores, as famílias. Esses núcleos da sociedade,

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família, comunidades, são grupos intermediários que socializam e integram os indivíduos ao
grupo majoritário, que é a sociedade.

Para o sociólogo Ferdinand Tonnies (1855-1936), numa comunidade as interações humanas


dão-se pela vontade ―natural‖, ou seja, voluntária e afetiva, com vistas a participar de uma
rede de proteção e subsistência. Já as interações humanas de um agrupamento maior, que é a
sociedade, são balizadas pela vontade arbitrária, que é tanto mais artificial e racional quanto
mais expansionista e complexa for essa sociedade.

A comunidade é composta por relações de afecto, reciprocidade, proximidade, interesses


comuns e continuidade no tempo, tais como relações de parentesco, amizade, vizinhança. Os
relacionamentos em seu seio são caracterizados por alto grau de coesão social e engajamento
moral, além de emotivos e também tradicionais. A espacialidade é um elemento importante
na definição de uma comunidade, seus contornos territoriais são nítidos, sendo seus
principais núcleos a família, a vizinhança e os núcleos municipais de sociabilidade.

A comunidade tem como pilares característicos comuns, sejam elas consanguíneas, culturais
(religião, linguagem) ou espaciais. A sociedade, por sua vez, reúne várias comunidades, aqui
os elementos comuns são mais restritos, a integração é marcada pela impessoalidade,
racionalidade, instrumentalidade, ao contrário da integração comunitária, que é afetiva,
envolve costumes, ideais e vontades comuns. (KUENZER, 1998, p. 65).

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Capitulo-III

3.1. Conclusão
Concluímos que para Pereira (2006) Sociedade é uma associação entre indivíduos que
compartilham valores culturais e éticos e que estão sob um mesmo regime político e
económico, em um mesmo território e sob as mesmas regras de convivência. A sociedade não
é um amontoado de indivíduos, mas um sistema organizado deles e ordenado em uma
estrutura social, com um arcabouço normativo e com instituições formais e informais
(Estado, família, Igreja, escola etc.) — que ensinam esse repertório de prescrições, fomentam
a unidade cultural, punem a transgressão das regras, socializam os indivíduos, definem uma
gama de papéis que eles podem desempenhar e mantêm a coesão social, económica e
política.

Pereira (2006) Os autores clássicos têm diferentes abordagens sobre o


tema. Durkheim enfatiza que a sociedade é anterior ao indivíduo e impõe-se sobre ele, suas
regras (fatos sociais) são exteriores, coercitivas e gerais e exercem controle sobre os
indivíduos. A participação do indivíduo na sociedade está ligada à função que ele
desempenha nela.

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3.2. Referência Bibliográfica

BEHRING, Elaine Rossetti; BOSCHETTI, Ivanete. Política Social: fundamentos e história.


São Paulo: Cortez, 2006. (Biblioteca Básica de Serviço Social; v.2).

COHN, Gabriel. Introdução. In: FERNANDES, Florestan. (Coord.); COHN, Gabriel (Org.).
Max Weber. Sociologia. Tradução: Amélia Cohn e Gabriel Cohn. 6 ed. São Paulo: Ática,
1997. (Coleção Grandes Cientistas Sociais; 13).

CUIN, Charles-Henry; GRESLE, François. História da Sociologia. Tradução de Roberto Leal

Ferreira. São Paulo: Ensaio, 1994. (Série Pequeno Formato;10).

DIAS, Cristina Maria Nogueira Parahyba. A sociologia como ciência em Durkheim. Revista
Praia Vermelha. Rio de Janeiro: UFRJ, n. 13, p. 174-205, segundo semestre. 2005.

DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico. Tradução de Paulo Neves. São Paulo:

Martins Fontes, 1995. (Coleção Tópicos).

JAPIASSU, Hilton. O mito da neutralidade científica. Rio de Janeiro: Imago, 1975. (Série

Logoteca).

KUENZER, Acácia Zeneida. Desafios teórico-metodológicos da relação trabalho-educação e


o papel social da escola. In: FRIGOTTO, Gaudêncio (org.). Educação e crise do trabalho:
perspectivas de final de século. Petrópolis: Vozes, 1998.

MARX, Karl. Contribuição à crítica da economia política. Tradução de Maria Helena


Barreiro Alves. 3 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003. (Coleção clássicos).

_______; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. Introdução de Jacob Gorender. Tradução


de Luís Cláudio de Castro e Costa. São Paulo: Martins Fontes, 1989. (Coleção novas
direções).

MUNHOZ, Divanir Eulália Naréssi. Entre a universalidade da teoria e a singularidade dos

fenômenos: enfrentando o desafio de conhecer a realidade. Revista Emancipação. Ponta


Grossa: Editora UEPG, n. 6, p. 25-40, 2006.

PONTES, Reinaldo Nobre. Mediação e Serviço Social: um estudo preliminar sobre a


categoria teórica e sua apropriação pelo Serviço Social. 4 ed. São Paulo: Cortez, 2007.

WEBER, Max. A ―objetividade‖ do conhecimento nas Ciências Sociais. In: FERNANDES,

Florestan. (Coord.); COHN, Gabriel (Org.). Max Weber. Sociologia. Tradução: Amélia Cohn
e Gabriel Cohn. 6 ed. São Paulo: Ática, 1997. (Coleção Grandes Cientistas Sociais; 13

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