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PERRY Anderson - Sujeito e Estrutura na História e na Historiografia

Pretende compreender o momento do colapso do materialismo histórico, voltado


para FRANÇA. A escolha pela demarcação da França é em função da soberania
cosmopolita no universo marxista. Qual o declínio da dominação?? Sintomas desse
remontam desde década de 70, mais especificamente em 1976. 1ª hipótese do
declínio, engloba também a ascensão do marxismo, essa dominação perdurou por
um longo período, de maneira incontentável até que se encontrou um adversário, o
estruturalismo. A crise se dá em função dessa "derrota frontal", resultado mostra
que, tudo que envolvia o estruturalismo prosperou. Perry Anderson ainda aponta que
por mais que verificamos uma mudança substancial do marxismo para o
estruturalismo, as questões retratadas pelo primeiro não desapareceram, isso
resulta do problema entre a estrutura e as relações com o sujeito. Em sua visão,
Marxismo deixou em aberto essa problemática da estrutura e os sujeitos \ Como se
articulam na teoria do materialismo histórico estes dois diferentes tipos de
causalidade, ou princípios explicativos? (Postura dialética presente em MARX, p.62).
Se encontra como problema, que envolveu a Filosofia. PQ? Referente ao contexto
global após a Libertação: Política dominação do partido comunista; História -
produção historiográfica ligada a Escola dos Annales, que tinham afinidade era
"progressista nas suas simpatias sociais", mas distante do marxismo e as questões
que ele trabalhava; Filosofia marcada pelo existencialismo, alinhada com a esquerda
se propõe a construir em junção com o marxismo, algo que de conta da relação
entre estrutura e sujeito. Exemplos dessa articulação são Simone de Behavouir
(decada de 40\50)
A Crítica da Razão Dialética de SARTRE, publicado na dec de 60, visa compreender
a verdade da sociedade, que caminha, mas palavras de Anderson, para uma história
global do período contemporâneo. Strauss critica o historicismo da obra de Sartre,
surgindo com mias uma proposição teórica, em 62 publicou o Pensamento
Selvagem, que defendia uma postura anti-humanista. Essa resposta marxista veio
acompanhada desse apoio a esse Marx anti-humanismo. O avanço do
estruturalismo se fortalece com a nova visão do marxismo, defendido por Althusser
que aprimora a ideia desse anti-humanismo - observado em Strauss que tenta
desvincular a estrutura e o sujeito.
Após o maio de 1968, a visão mais bem vista para responder as questões em torno
das lutas de classes, seria o de Althusser. Marxismo althusseriano cai por terra na
década de 70 (inicio em 1965) por apresentar essa visão incoerente, que agora, se
contradize defendem que as massam fariam história, resgatando o poder do sujeito.
Diante da queda da visão marxista althusseriana, vemos a ascensão do pós-
estruturalismo, que tem como nomes Lacan, Foucalt.
Como o estruturalismo e o pós estruturalismo respondem melhor a relação entre
sujeito e estrutura?? Citar alguns dos movimentos do estruturalismo. 1- Exorbitação
da linguagem, se transpõe da linguistica para pensar as relações de estrutura e
sujeito, por exemplo, Strauss defende que as relações de parentesco são um tipo de
língua, pois é representado como "um conjunto de processos que permitem o
estabelecimento de um certo tipo de comunicação entre os indivíduos". Primeiro uso
fora da linguistica, foi na literatura, mais associado ao parole - fala. Porem o criador,
Saussure, demarca a impossibilidade dessa relação com o parentesco e economia,
enfatizando a singularidade da linguagem. Mostrando que a relação entre langue e
parole não se aplica a estruturas fora a linguagem pois, a linguagem apresenta uma
baixa mobilidade de transformação diferente da conjuntura econômica; segundo a
inventividade da língua, que impõe dois cenários: a rigidez da langue/língua e a
liberdade da parola\fala, que não precisa de nada material e se diversifica, tendo a
mesmo pouco efeito sobre a estrutura; o locutor da fala é individual, que se
contrapõe a toda cenário histórico, como a política, econômica que pressupõe um
coletivo.2- ATENUAÇAO DA VERDADE- O efeito de se transpor a linguagem para
ao estruturalismo se mostra através do enfraquecimento da verdade. Pois o
estruturalismo começou com uma leitura equivocada, que não cabia fora a
linguística. “Assim, o estruturalismo como projeto esteve, desde o começo, empenhado numa
repressão aos eixos referenciais da teoria do signo de Saussure.” 3- Terceiro movimento
causalização da história, em que se transpõem as condições de possibilidades como
se fossem causas. E tais causas remetem a contiguidade (proximidades) e a
sequencialidade, que não são capazes de fornecer explicações. O problema do
estruturalismo é fraco para explicar a forma a relação entre sujeito e estrutura.
O efeito do estruturalismo para a história seria como se a estrutura fosse essa
contingência final que rege tudo, negando o sujeito. “As transformações históricas
mais profundas – as Revoluções Neolítica e Industrial – podem então ser teorizadas
por LéviStrauss nos termos de um jogo múltiplo de roleta, onde a combinação
vitoriosa que torna possíveis as transformações são obtida por uma coalizão de
jogadores em várias rodas, mais do que por um jogador individual – ou seja, por um
grupo de sociedades, ao invés de apenas uma. O desenvolvimento diacrônico, em
outras palavras, é reduzido à sorte derivada de uma combinatória sincrônica”.
“O que Derrida percebeu agudamente foi que o suposto de qualquer estrutura
estável sempre dependeu do mudo postulado de um centro que não era
inteiramente “sujeito” a ela: em outras palavras, um sujeito distinto frente a ela”
assim “Pois uma vez que as estruturas foram libertadas de todo e qualquer sujeito,
entregues inteiramente ao seu movimento próprio, elas perderam o que as define
como estruturas – ou seja, quaisquer coordenadas objetivas de organização.”
“Com isso, a estrutura se inverte em sua antítese, e nasce o pós-estruturalismo
propriamente dito, ou o que pode ser definido como um subjetivismo sem sujeito. A
lição é que estrutura e sujeito, nesse sentido, têm sido sempre categorias
interdependentes. Um ataque indiscriminado ao sujeito estava destinado, em seu
devido tempo, a subverter também a estrutura.”
Os estruturalistas só deram voltas as questões em aberto pelos marxistas, pois sua
teoria é equivocada.
“A adoção do modelo da linguagem como “chave para todas as mitologias”, longe de
esclarecer ou decodificar as relações entre estrutura e sujeito, levou de um
absolutismo retórico da primeira a um fetichismo fragmentado do segundo, sem
sequer avançar uma teoria acerca das suas relações. Tal teoria, historicamente
determinada e setorialmente diferenciada, só poderia ser desenvolvida
considerando-se dialeticamente a sua interdependência”
A defesa pelo marxismo é em função a construção de uma história interna, que se
dispõe a trabalhar com o verídico é o que separa o marxismo de outras vertentes.

O fim do marxismo na historiografia brasileira? – Ronaldo Jesus


A tradução de In the tracks of Historical Materialism foi nomeada na edição brasileira
como” A crise da crise do marxismo”. Ronaldo nos aponta como os termos “a crise
da crise” é irônica e otimista. Foi retirada do próprio livro de Anderson e se referia ao
momento em a revista “TIME” anunciava o fim do marxismo ocidental em 77. Mas o
autor nos chama atenção que não, não era o fim do marxismo e sim da crise do
marxismo, que viria retomar forças com temáticas da economia política.
Hoje é difícil dizer que o marxismo não esteja em crise, apesar de que esse ainda
tem a potência de transformar e se consolidar assim como no século XX.
Quando discutimos a relação entre marxismo e produção historiográfica,
encontramos uma situação obscura, que se torna mais intensa quando pensamos a
influência e importância do marxismo para a historiografia brasileira. Nos últimos 25
anos, vemos perda da influência do primeiro para a historiografia brasileira. “No
entanto, no âmbito específico da relação entre o marxismo e a produção
historiográfica o quadro de crise estrutural e renovação torna-se bem mais nebuloso,
impreciso’. Muitos historiadores marxistas estão acomodados na soberania do
capitalismo e da democracia liberal e observa-se o fenômeno da "aceitação da
inutilidade temporária da luta", onde ainda temos esperança na transformação, mas
realizamos uma crítica passiva e silenciosa. Hoje, parece superado a influência do
marxismo sobre a historiografia brasileira, aí ela nos convida a entender a identidade
e trajetória para assim compreender a crise.
Historiografia brasileira e marxismos no século XX
Apesar de notarmos menções a obra de Engels e Marx no final do século XIX e
início do XX, essa influência só começa a ser notada de fato em 1930, em que
jovens militantes e intelectuais de esquerda usavam de voz ativamente para
refletirem sobre a posição do Brasil no contexto geopolítico. A pauta passa a ser
análise sobre o problema conceitual da dependência do subdesenvolvimento, o que
há por trás que mantém essa relação. Nota-se que a industrialização era bloqueada
pelo valor agrário da economia, que se consistia na exploração latifundiárias das
massas (industrialização dependia do poder do imperialismo e latifúndio no poder).
Quando falamos da produção historiográfica a respeito do processo de colonização
era forte a ideia de dois Brasis (um arcaico, rural e outro industrial, moderno 30 de
Getúlio). Nesse primeiro momento, os historiadores se preocupam com as heranças
coloniais, sendo o maio desafio dar conta dessa reflexão que envolvia conceitos
conflituosos.
Contribuições de Caio Prado Jr “Caio Prado Jr. apresentava um exercício
historiográfico sistemático cujo eixo central consiste na tentativa de adequar os
princípios do materialismo histórico à realidade brasileira, para além das concepções
amplas e difusas que apareciam sintetizadas nas teses do comunismo oficial.” - Caio
prado gerou uma espécie de tradição do capitalismo colonial. A partir da década de
80, a análise da herança colonial evidencia a questão da revolução. No campo
historiográfico, havia uma dualidade de concepções, em que se reproduzia uma
visão mais marxistas “etapas da história (oficial) e versão mais acadêmica da
revolução brasileira (p.7). Caio Prado sempre evidenciou a luta de classes em suas
obras, mostrando que havia uma tensão entre as forças nacionais e cortes
portuguesas, e que havia um movimento de controlar as massas populares. Quando
se consolida esse capitalismo colonial, mas nos afastamos da revolução burguesa
vista como um evento histórico singular.
Entre 70 e 80, surgem analisem sobre o processo da industrialização no Brasil,
remontando a ligação entre a cafeicultura e industrialização. Entendia que a
produção cafeeira impõe desafios ao processo de industrialização. Boris Fausto
contribui para uma nova revisão, onde considera que a revolução de 30 representa o
evento decisivo da revolução burguesa no Brasil, mesmo levando-se em conta suas
peculiaridades como processo longo, mas que guardaria similaridades históricas
com as revoluções jacobinas liberais e modernizadoras da Europa e América. Boris
Fausto contribui para uma nova revisão, onde considera que a revolução de 30
representa o evento decisivo da revolução burguesa no Brasil, mesmo levando-se
em conta suas peculiaridades como processo longo, mas que guardaria
similaridades históricas com as revoluções jacobinas liberais e modernizadoras da
Europa e América.
ESCRAVIDÃO – “Em linhas gerais a historiografia marxista sobre escravidão
demarca a centralidade da categoria trabalho, para o entendimento do processo de
formação econômica e social do sistema escravista, e privilegia a análise dos
aspectos evidentes da luta de classes, entre senhores e escravos, como a revolta
explicita contra a escravidão e a fuga do cativeiro.”
A crise da crise ou o fim?
O contexto do brasil se encontrava da seguinte maneira – “Brasil vivenciou, no final
dos anos de 1980, o fim do regime ditatorial civil-militar e o advento de um partido de
massas de esquerda afastado dos princípios do comunismo nacional e internacional,
que agregava os novos sindicatos, os movimentos sociais do campo e das cidades e
os setores progressistas da Igreja Católica. Tudo isso, em meio a uma crise
econômica sem precedentes, cujo resultado final seria a ampliação da concentração
de renda, o empobrecimento da grande maioria da população e a delimitação mais
acabada de uma conjuntura ideológica favorável ao neoliberalismo”. CENÁRIO
INTERNACIONAL – “Fora do Brasil, o desaparecimento definitivo da União Soviética
e a queda do muro de Berlim sinalizavam, do ponto de vista histórico, o fim da
experiência socialista “real” e o início de um longo, e até hoje em curso, recuo da
predominância dos princípios do racionalismo, do iluminismo e, consequentemente,
do marxismo entre historiadores e cientistas sociais”.
A História se constitui enquanto disciplina acadêmica regifa pela universidade, o que
já vinha se estruturando desde os anos de 70 e que não só se consolidou, mas
como expandiu. Onde víamos uma aproximação dos debates da Nova História
Cultural, a História Social do trabalho e a Micro- História. Mudança no teor
metodológico, que agora, continha uma forte base empírica, que comprometeu as
produções teóricas desenvolvidas anteriores, inclusive o marxismo. Ronaldo aponta
para o esvaziamento de certos campos da História, temas como a transição para o
capitalismo, em grande medida, somem das páginas da história.
A influência do marxismo para a historiografia brasileira – “O predomínio do
marxismo na historiografia dependeu da amalgama de elementos políticos,
conceituais e institucionais não redutíveis ao marxismo. Dependeu de algo que se
pode definir como um processo de construção da cultura universitária de excelência
nos moldes franceses, atrelado ao predomínio da história econômica e social
inspirada nos Annales, num ambiente em que a disciplina da história dialogava
constantemente com a sociologia, economia, filosofia e com a cultura militante
comunista e de esquerda, onde predominava a concepção de História como Ciência
Social.”. Além do marxismo, as questões discutidas como grupos de esquerda e
outros temas presentes também declinaram no contexto brasileiro. “Seria mais
adequado falar em predomínio, ou hegemonia, de um conjunto de elementos
políticos, conceituais e institucionais marcados profundamente pela reflexão
marxista no Brasil”. Se referem aos elementos que contribuíram para que o
Marxismo ascendesse, e que não são tratadas da mesma forma de final de 80 e 90.
Giro linguístico e outros giros - WHITE, Hayden.
Prefácio
Influenciado por historiadores do século XIX, a produção histórica é “uma estrutura
verbal na forma de um discurso narrativo em prosa”. -Estrutura narrativa sobre um
aglomerado de eventos que ocorrem no passado, com o intuito de explicar o que
eram representados. Predominância da estrutura e da linguística. Divide em níveis o
relato histórico, passando por dimensões manifestas (epistemológicas) do trabalho
histórico e depois operações mais profundas.
Introdução
O livro é uma história da csc histórica na Europa do século XIX(forma de pensar e
teoria geral da estrutura-chamada histórica), pretende discorrer sobre problema do
conhecimento histórico. A ‘Hist’ é um conhecimento específico., apesar de no sec
XIX hist., filosos e teóricos sociais discutirem sobre esse fazer histórico, no XX
teóricos tecem intensas críticas a csc histórica. Com essa nova abordagem via a csc
histórica com um viés ocidental, que torna capaz estruturar a superioridade
industrial. A investigação do conhecimento histórico se dá em dois níveis: análise de
teóricos do século XIX e filósofos da história do mesmo período. Pretende identificar
os elementos estruturais das análises. White defende que os pensadores do século
XIX produzem tudo diferente do que deveria ser a obra histórica, por isso ele vem
caracterizando a obra histórica.
Teoria da obra histórica
Divididos em 5 níveis, 1)crônica, 2) estória 3) modo de elaboração de enredo
4)modo de argumentação 5)modo de implicação ideológica. Sendo os dois primeiros
elementos primitivos do relato histórico, a obra-histórica é a tentativa de uma
mediação entre o campo histórico, registro histórico não processado, outros relatos
históricos e um público. 1) os elementos do campo histórico são organizados em
crônica em função da sua forma temporal de ocorrência, depois a crônica é
organizada em estória em função dos eventos. 2)quando os eventos são colocados
em códigos, ou seja são significados em motivos iniciais, de transição e conclusivo,
isso se transforma em uma estória, como se estivéssemos lidando com a estrutura
sincrônica das relações (diferente da crônica que não tem essa sequencialidade,
finais em aberto).
Explicação por elaboração de enredo
Atribuir sentido e identificar a modalidade da estória -qual finalidade, é uma
comédia?- é elaboração do enredo.identifica 4 tipos de elaboração do enredo :
estória romanesca(drama), tragédia, comédia e sátira.
Explicação por argumentação formal
É uma explicação do que acontece na história, podendo ser uma explicação formal,
explicíta ou discursiva. Há uma nítida diferença entre a operação narrativa (dentro
de uma narrativa, se promove a explicar o desenvolvimento de tais acontecimentos)
e a operação investigador de um narrador (O que aconteceu? E como?). Distinção
entre a explicação científica (acordos feitos entre as pessoas da área, dados
dispostos a representar essa realidade científica) e histórica (não existe esse
consenso e muitas podem ser as explicações para esse olhar historiográfico).
Diferencia quatro paradigmas de forma em uma explicação histórica: 1)formista 2)
organicista 3)mecanicista 4)contextualista. 1) Identificar essa unicidade dos objetos,
dos fenômenos, descrição da variedade é objetivo central 2)descrever detalhes, tem
uma abordagem mais integrativa, RANKE. compreender a lógica de funcionamento
percebidos naquele campo, não são usados como elementos de causalidade. Leis
entendido como relações causais universais3)visão integrativa, mas redutivas (se
propõe a entender o ato dos agentes), buscam entender as leis causais que
determinam os resultados dos processos. MARX 4) Os eventos podem ser
explicados a serem colocados dentro de um contexto, em que se desdobram as
relações específicas diante de outros eventos. Compreender que podemos
compreender o que aconteceu segundo as inter relação entre agentes e agencias, a
fim de construir um significado. Qualquer um desses poderia ser usado na obra
histórica, mas nem todos possuem o mesmo valor diante da academia, vemos uma
predominância entre os modelos formista e contextualista. Ainda não se sabe o
rancor em relação aos outros dois modelos, sendo que a historia cabe diversas
explicações. Há um componente ideológico no relato histórico da realidade
Explicação por implicação ideológica
Não podemos defender que o conhecimento histórico que possuem uma
determinada ideologia é mais verídico do que outros, pois a questão do “realismo” se
difere. SEC XIX a ciência era vista sob a ótica mecanicista, mas as outras
modalidades continuaram a existir.
O Problema dos Estilos Historiográficos
Um estilo historiográfico é a junção de enredo, argumentação e implicação
ideológica. O campo do historiador é definido como coerente a partir dos seus
fundamentos linguísticos. P. 45 é importante
As fases da Consciência Histórica do Sec XIX
1ª Reflexão histórica parte da crise do final do Iluminismo, em que se oponham esse
racionalismo iluminista. Através dessa reflexão se abriu espaço para discutir a teoria
histórica. Então se formava três escolas distintas de reflexão histórica, como a
romântica, a idealista e a positivista.
2ª 1830-1870, debates entre questões da teoria histórica e pela produção dos relatos
narrativos de culturas e experiências passadas, objetivavam delinear uma ciência
que fosse tão objetiva quanto as ciências naturais. Discute-se muito a noção de
verdade, provocou também uma reflexão sobre a filosofia da história.
3ª fase: Crise do historicismo com o advento de muitas formulações teórica, abala
essa nova de cientificidade, objetividade e verdade da história.
Considerações a parte
Os pensamentos de White se localizam dentro do universo do giro linguístico (segunda
metade de XX) onde as ciências humanas estabelecem relação com a linguística, tendo
essa um lugar privilegiado nas formas que orientam tais estudiosos. White se destacou
e denunciou o caráter narrativo da história. “Salientando que todas as tentativas de
descrever acontecimentos históricos baseiam-se necessariamente em narrativas, o
estudo aprofundado dessas narrativas ligando-se às matérias que se dedicam ao estudo
da linguagem textual (literatura, linguística, semiótica) torna-se fundamental.” Considerar
esse aspecto amplia as formas de se escrever sobre a História. White é pos-
estruturalista, sendo crítico convicto dessa realidade científica. “A partir dos estudos da
obra dos referidos pensadores, White desenvolve sua teoria dos tropos, na qual ele
identifica uma importante conexão entre história e literatura, à medida que encontra
pontos-chave da escrita histórica que são inerentes à literatura”. Para White, a história é
“um discurso que se apresenta de maneira textual e, portanto, sujeito aos julgamentos
do campo em que os estudo das estruturas textuais se inserem, notadamente a
linguística e a literatura”.

“Hayden White, além da linguagem tropológica, em Meta-História, aponta outros


aspectos literários dentro da narrativa histórica, White identifica três modalidades
diferentes que fornecem subsídio para o tom explicativo da narrativa: a explicação por
argumentação formal, explicação por elaboração de enredo e explicação por implicação
ideológica. Em cada uma dessas estratégias White classifica subgrupos de
combinações possíveis que vão formar o estilo da narrativa historiográfica”. Através do
quadro que constrói, ele tem o intuito de mostrar quais elementos poéticos constroem a
narrativa histórica. “o autor esquematiza um processo pelo qual se enceta a narrativa
histórica em sua estrutura típico-ideal: crônica; estória16; modo de elaboração de
enredo; modo de argumentação; e modo de implicação ideológica. De modo que o
historiador “acha” suas estórias na crônica, e então, dos eventos encontrados na crônica
ele faz uma trama conferindo significado a esses eventos em determinada ordem de
importância e transforma na estória, que é urdida em forma de enredo e, conferindo-lhe
o caráter explicativo, modo de argumentação e implicação ideológica”.

Outro artigo

“White analisa quatro historiadores, Jules Michelet, Leopold von Ranke, Alexis de Tocqueville, e
Jacob Burckhardt, e quatro filósofos da história, G. W. F. Hegel, Karl Marx, Friedrich Nietzsche e
Benedetto Croce. Nesses autores ele identifica quatro estilos retóricos – tropos – considerados como
estratégias poéticas que os historiadores usam para construir seus textos: metáfora, metonímia,
sinédoque e ironia”. “Seu conceito de história-narrativa põe em questão as pretensões de verdade e
a objetividade do trabalho dos historiadores”

JENKINS, KEITH. A HISTÓRIA REPENSADA.

O que é a História?

Parte primeiro para a teoria e a prática e depois junta tudo. Teoria: A história é uma forma de discurso sobre o
mundo, demarca que história e passado são coisas distintas e estão separados um do ou outro, porque um objeto
de investigação pode ter vários vieses distintos (de outras áreas). Analisar as diferenças e depois pensar as
consequências. A história é um discurso sobre o passado, o autor defende que deveria haver uma mudança na
terminologia o passado ficaria como tal e história, que é o registro sobre o passado, ficaria como historiografia,
demarcando que é o que é produzido por historiadores.1. 2.Os historiadores não trazem o passado de forma
presente, através de vestígios eles interpretam esse passado. Assim eu não conheço a realidade e sim a visão do
historiador. Defende que o mundo nos é apresentado através de narrativas, consideradas como realidade.
Segundo argumento: Como historiadores conciliam história e passado? Pois o objeto de pesquisa dos
historiadores está ausente, já que se tem só vestígios e não o passado. Discorre sobre a metodologia, ideologia e
epistemologia. Epistemologia campo filosófico da teoria do conhecimento (Como sabemos?), refuta essa ideia da
verdade no discurso histórico, existe uma certo fragilidade aí que escancara uma história e muitos historiadores.
Retoma que nenhum historiador recria o passado; relato não recria o passado, pois ele não é uma verdade, não
aborda o passado e sim um discurso e acredita que a história acontece por intermédio do historiador. “as fontes
impedem a liberdade total do historiador” p.33/”Os historiadores só conseguem recuperar fragmentos”.Acredita
que os métodos historiográficos são frágeis, pois não se tem um procedimento considerado como correto. Cita
Thompsom em A miséria da teoria para contrapor a ideia que a história produz conhecimento p.36 e legitimidade
através de métodos rígidos. Não acredita no rigor do método para se chegar a verdade, pois afirma que não um
critério para escolher qual método, esses são perpassados por ideologias (intencionalidade). Critica o papel dos
conceitos, na sua visão, os conceitos são universais e imutáveis, quando esses representam visões específicas e
de um tempo. Vem explicar a ideologia. Para quem é a história, essa se trata de um conflito de discursos, onde
ela assume distintos significados através de quem se conta. “A história é a maneira pelos quais as pessoas a
criam’ p.42. Pagina 43 resume toda essa parte da teoria (RELER).

Prática: “Porque, embora a esmagadora maioria dos historiadores de carreira se declare imparcial, e embora de
certa maneira eles realmente consigam um ‘um distanciamento’, é ainda assim esclarecedor ver que esses
profissionais nem de longe estão fora do conflito ideológico e que eles até ocupam posições dominantes dentro
de tal conflito.” P.44. As pressões acadêmicas em torno da História, é que definem o que é válido, a História
como ela é. Os historiadores com suas ideologias, seus valores e suas teorias criam hipóteses. Além de terem
métodos para investigar as fontes. Isso tudo faz parte da prática dos historiadores e que isso torna possível
inventar (produzir histórias). Ainda que as fontes sejas as mesmas, nós conseguimos atribuir novas
formas/dircursos a ela, transformando os vestígios do passado em relato dos historiadores. Argumenta que as
pressões externas incidem sobre o trabalho do historiador e não do passado. A leitura assume diferente
interpretações, ainda mais quando se muda o contexto, “um mundo de diferença”, sob a abordagem
desconstrucionista. Para o autor a história está sujeita a como os historiadores a contam, desse modo ele
denuncia esse caráter interpretativo, assim existindo mais de uma leitura sobre as fontes. Assim a verdade é
relativizada, pois segundo J a história é inventada, mas estão em hierarquias valorativas distintas. P.52 é central.

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