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PROCESSO E CONSTITUIÇÃO

02.06.2023
Parte 1

PREMISSAS
• Pós II Guerra Mundial

• Direitos fundamentais

• Todas as normas jurídicas têm de ser promulgadas,


compreendidas e aplicadas a partir da Constituição, que
é matriz de todo o ordenamento jurídico.
 tutela constitucional do processo (ou o direito
constitucional processual) – princípios.

 tutela constitucional pelo processo (ou o direito


processual constitucional, ou ainda os procedimentos
jurisdicionais constitucionalmente diferenciados)

 Organização judiciária

 Funções essenciais à justiça.


 Norma é gênero: regra e princípio são espécies

 Princípios:

 traduzem os valores que inspiram os sistema

 são dados do direito positivo, embora possam ser implícitos

 não se excluem totalmente, mas se acomodam quando houver colisão –


princípio/regra da proporcionalidade, que impõe preponderância de um
sobre outro.

 interpretação das regras não pode ser em desacordo com os princípios.


Parte 2

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
DO PROCESSO
 Inafastabilidade e indeclinabilidade da tutela
jurisdicional

 Direito de ação

 Direito de acesso (meio)

 Direito à proteção do direito material (fim)


 Reverso do direito de ação => aproximação entre direito
de ação e defesa

 “Saudável” sobreposição entre princípios

 “Meios e recursos”

 Alegar

 Provar

 Recorrer
 Direito de se manifestar (informação-reação /
“bilateralidade da audiência) => direito de ser ouvido
(exercer influência eficaz na formação do convencimento do
juiz) – baliza ação e defesa

 Juiz como sujeito do contraditório – diálogo / colaboração

 Dever de consulta, de prevenção, de esclarecimento, auxílio e


correção.

 “proibição de decisões-surpresa” (art. 10, CPC)


 Íntima relação com contraditório, publicidade, isonomia,
imparcialidade e legalidade

 Finalidades:

 Subjetiva – persuasão

 Técnica – interpretação / recursos (publicidade interna)

 Política – formação de precedente (publicidade externa)


 Paridade de armas (art.139, I, CPC).

 Igualdade formal ≠ igualdade substancial – tratar


igualmente os desiguais e desigualmente os desiguais, na
medida de suas desigualdades.
o Benefícios para a Fazenda Pública – prazo em dobro; reexame
necessário.
o Benefícios ao idoso (rapidez), ao hipossuficiente econômico (assistência
judiciária), ao consumidor (inversão do ônus da prova, foro do domicílio).
o Dupla garantia:

o Externa – possibilidade de sigilo parta proteção da


intimidade ou do interesse público (restrições mais
amplas)

o Interna – possibilidade de postergar o conhecimento


da parte para garantia de efetividade do ato
processual (restrições mais limitadas e temporárias)
 Dupla garantia:

o Negativa – XXXVII – não pode haver tribunal de


exceção – “ad hoc”, “post factum”

o Positiva – LIII – tribunal, mesmo que anterior ao


fato, tem que ter recebido competência pela lei.

 Exigência de imparcialidade.
 Busca da verdade ≠ preservação de outros valores,
como a intimidade.

 Espécies:

 Prova ilícita = confissão obtida sob tortura

 Prova obtida por meio ilícito – interceptação telefônica sem


autorização judicial

 Prova ilícita por derivação – STF considerou possível usá-la


 Completa o acesso à justiça

 Papel fundamental da Defensoria Pública

 Dimensões:

 Assistência jurídica

 Assistência judiciária

 Gratuidade de justiça
DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO

 Princípio implícito

 na ampla defesa – “meios e recursos a ela inerentes”

 na estruturação do Judiciário

 Não é absoluto

 Processos de competência originária dos tribunais

 Recursos que ensejam reexame limitado da controvérsia.


ECONOMIA PROCESSUAL E DUPLO GRAU
DE JURISDIÇÃO (art. 5º, LXXXIII, CF)

 Economia processual ≠ medidas para mitigar a hipossuficiência


econômica.

 Já estava implícito na garantia do devido processo legal e na


garantia de acesso à justiça

 Explicitação e equiparação a outras garantias é benéfica

 Justificaria mitigação de outras, como o contraditório (diferimento face à tutela


provisória)

 Dever de indenização do Estado pela demora?


COLEGIALIDADE DOS TRIBUNAIS

 Princípio implícito na estruturação dos tribunais

 Processos em 1º grau são sempre julgados por um juiz

 Processos nos Tribunais são, como regra, julgados por um


colegiado.

 Reformas processuais acentuaram poderes aos membros dos


Tribunais isoladamente (mas esses poderes são passíveis de
controle pelo órgão fracionário do qual o julgador faz parte) –
supressão do controle pode ser inconstitucional?
RESERVA DE PLENÁRIO (art.97, CF)

 Consequência do “princípio da colegialidade”

 Atenuação do controle “difuso” de constitucionalidade:


o Qualquer juiz de 1º grau pode afastar a aplicação de norma considerada inconstitucional.

o Nos Tribunais, o Relator ou a Turma, individualmente, não podem fazer o controle de


constitucionalidade.
o Necessidade de remessa ao Tribunal Pleno ou ao órgão especial.

o Possibilidade de as Turmas julgarem seguindo o entendimento do órgão especial.

o Súmula Vinculante nº 10: “Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de
órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de
lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.”
DEVIDO PROCESSO LEGAL (art.5, LIV, CF)

 Princípio “síntese”

 Dimensões:
 Não basta que haja a previsão legal de regras processuais prévias
ao litígio.

 É preciso que essas regras respeitem todas as demais garantias.


Parte 3

INSTRUMENTOS DE TUTELA
CONSTITUCIONAL
DIFERENCIADA
INSTRUMENTOS DE TUTELA
CONSTITUCIONAL DIFERENCIADA

 Tutela do cidadão contra o Estado

 Eficácia imediata (independe de legislação


infraconstitucional)

 Impossibilidade de supressão ou limitação pela legislação


infraconstitucional
INSTRUMENTOS DE TUTELA
CONSTITUCIONAL DIFERENCIADA
 Habeas corpus (LXVIII) – tutela da liberdade de locomoção

 Mandado de segurança (LXIX) – tutela de outros direitos individuais que não a


liberdade de locomoção

 Mandado de segurança coletivo (LXX) – tutela de direitos coletivos que não a


liberdade de locomoção

 Mandado de injunção (LXXI) – tutela contra a falta de regulamentação


infraconstitucional de garantia constitucional

 Habeas data (LXXI) – tutela do direito a informações do cidadão detidas pelo Estado

 Ação popular (LXXIII) – participação do cidadão no controle da gestão do


patrimônio público

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