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Em nome dos nossos professores, gostaria de lhes apresentar o e-book "Teses Institucionais para
Promotor do MP-SP". Elaborado com muito carinho e cuidado por nós, você terá em suas mãos
um conteúdo relevante para o concurso.
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Grande abraço,
Ricardo Torques
Sumário
Teses Institucionais do Ministério Público de São Paulo – Prof. Michael Procópio ..................................... 3
Teses Institucionais do Ministério Público de São Paulo – Prof. Ivan Marques....................................... 178
2
222
MPSP: TESES INSTITUCIONAIS DO MPSP
TESES INSTITUCIONAIS DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE SÃO
PAULO – PROF. MICHAEL PROCÓPIO
Nesta aula, iniciaremos o estudo das Teses de Direito Penal do Ministério Público do Estado de
São Paulo, que servem para orientar a atuação dos seus membros, sem prejuízo da independência
funcional. São entendimentos muito cobrados nos concursos da instituição, razão pela qual seu
estudo é muito importante para os que almejam ingressar na carreira.
Espero que a aula seja didática e abrangente. Nosso estudo, como sempre, deve ser aprofundado,
para que a prova nos pareça leve. Realmente desejo que a modificação do tema, com o início da
Parte Especial, renove a motivação e o entusiasmo, mesmo porque os crimes em espécie são
matérias mais ligadas ao nosso dia a dia, inclusive em filmes, seriados e noticiários.
1 - TESE 5
O concubino da mãe da vítima é considerado padrasto para fins do artigo 226, II, do
Código Penal.
Comentários
(...)
3
222
II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge,
companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro
título tiver autoridade sobre ela;
A divergência seria se o caso não seria de analogia, que é vedada in malam partem.
2 - TESE 6
O fato de a vítima haver recuperado a "res" não se equipara a "pequeno valor", para
os fins do parágrafo 2º do artigo 155, do Código Penal.
Comentários
O furto privilegiado, previsto no artigo 155, § 2º, do CP:
O enunciado defende que a recuperação da coisa não enseja sua configuração. Realmente, o
dispositivo exige pequeno valor. Deste modo, a recuperação de um relógio suíço de R$ 20.000,00
não significa que o furto foi de pequeno valor.
3 - TESE 11
Comentários
4
222
4 - TESE 12
Comentários
A jurisprudência do STJ realmente exige que os crimes sejam da mesma espécie para
reconhecimento da continuidade delitiva entre eles, o que não ocorre entre o roubo e o latrocínio:
“9. No caso dos crimes de roubo majorado e latrocínio, sequer é necessário avaliar
o requisito subjetivo supracitado ou o lapso temporal entre os crimes, como fizeram
as instâncias ordinárias, porquanto não há adimplemento do requisito objetivo da
pluralidade de crimes da mesma espécie. São assim considerados aqueles crimes
tipificados no mesmo dispositivo legal, consumados ou tentada, na forma simples,
privilegiada ou tentada, e além disso, devem tutelar os mesmos bens jurídicos, tendo,
pois, a mesma estrutura jurídica. Perceba que o roubo tutela o patrimônio e a
integridade física (violência) ou o patrimônio e a liberdade individual (grave ameaça);
por outro lado, o latrocínio, o patrimônio e a vida.”
5 - TESE 13
Comentários
A causa de aumento de pena (majorante) é aplicada na terceira fase da dosimetria, não incidindo
sobre a pena-base, que foi estipulada na primeira fase.
5
222
Segue um esquema com o resumo da forma de cálculo das majorantes e minorantes, de acordo
com o entendimento majoritário:
Concurso de
Princípio da
majorantes
incidência isolada
entre si
Concurso de Princípio da
minorantes incidência
entre si cumulativa
Concurso
Princípio da
entre
incidência
majorantes e
cumulativa
minorantes
Deste modo, entendo que a tese pode conflitar com o princípio da incidência isolada. Entretanto,
a causa de aumento não incide sobre a pena base, sendo que, na terceira fase da dosimetria,
trabalha-se com a pena intermediária, fixada após o cálculo na segunda fase da dosimetria.
6 - TESE 14
Feita a representação, o Ministério Público tem legitimidade para agir contra todos os
implicados, mesmo quando não nomeados na mesma.
Comentários
7 - TESE 22
6
222
Possível o reconhecimento da qualificadora do motivo fútil e a atenuante genérica da
emoção. Impossível, no entanto, a coexistência do motivo fútil com a causa de
diminuição da pena pela violenta emoção.
Comentários
7
222
enquanto na atenuante genérica, basta que ele esteja sob a influência da violenta
emoção, vale dizer, o privilégio exige reação imediata, já a atenuante dispensa o
requisito temporal. 5. Por fim, os demais argumentos expendidos pelo recorrente,
mediante os quais busca reverter o julgado, esbarram no óbice da Súmula nº 7 desta
Corte, pois envolvem a análise do conjunto fático-probatório dos autos, o que não se
admite em sede de recurso especial. 5. Agravo regimental a que se nega provimento.”
(STJ, AgRg no Ag 1060113/RO 2008/0107447-7, Rel. Min. Og Fernandes, Sexta Turma,
DJe 04/10/2010)
8 - TESE 24
Comentários
9 - TESE 29
Comentários
8
222
“III - Na hipótese, o decreto prisional encontra-se devidamente fundamentado em
dados concretos extraídos dos autos, que evidenciam de maneira inconteste a
necessidade da prisão para garantia da ordem pública, notadamente a forma pela
qual o delito foi em tese praticado, consistente em roubo majorado, cometido em
concurso de agentes, com grave ameaça exercida com simulação de emprego de arma
de fogo, o que revela a gravidade concreta da conduta e justifica a imposição da
medida extrema. Precedentes.”
(RHC 103884/SP, Rel. Min. Félix Fischer, Quinta Turma, Dje 14/11/2018).
10 - TESE 31
Comentários
É justamente o que depreendemos da leitura do artigo 92, inciso I, em conjunto com o seu
parágrafo primeiro, além de ser o entendimento amplamente adotado:
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano,
nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a
Administração Pública;
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos
nos demais casos. (...)
Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser
motivadamente declarados na sentença.
9
222
11 - TESE 32
Comentários:
Realmente, o artigo 81, I, prevê a condenação por outro delito doloso como hipótese de
revogação obrigatória do sursis:
(...)
Como a nova condenação depende de trânsito em julgado, o período de prova fica prorrogado
até o julgamento definitivo.
12 - TESE 34
Comentários
A visão esposada na tese é albergada, há muito tempo, no âmbito do STJ, de modo que há
precedente antigo já tratando do tema:
10
222
“PENAL. PROCESSUAL PENAL. JOGO DO BICHO. IMPOSSIBILIDADE DE
ABSOLVIÇÃO EM RAZÃO DO COSTUME. RECURSO PROVIDO POR AMBAS AS
ALINEAS. I - O SISTEMA JURIDICO BRASILEIRO NÃO ADMITE POSSA UMA LEI
PARECER PELO DESUSO, PORQUANTO, ASSENTADO NO PRINCIPIO DA
SUPREMACIA DA LEI ESCRITA (FONTE PRINCIPAL DO DIREITO), SUA
OBRIGATORIEDADE SO TERMINA COM SUA REVOGAÇÃO POR OUTRA LEI.
NOUTROS TERMOS, SIGNIFICA QUE NÃO PODE TER EXISTENCIA JURIDICA O
COSTUME "CONTRA LEGEM". II - RECURSO PROVIDO POR AMBAS ALINEAS.”
13 - TESE 42
Comentários
O STJ também não vem exigindo que a casa esteja habitada para o reconhecimento da
majorante:
14 - TESE 43
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222
O crime de tráfico de entorpecentes, de natureza permanente, já estava consumado,
antes do flagrante preparado pela venda do tóxico feita a policiais, não se aplicando a
Súmula 145 do Supremo Tribunal Federal para reconhecimento do crime impossível.
Comentários
Sobre a preparação de flagrante não constituir crime, temos a Súmula 145 do STF:
Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua
consumação.
Entretanto, o STJ, na mesma linha da tese acima transcrita, não entende que haja flagrante
preparado se o policial provoca o agente a vender entorpecentes, já que o crime é misto
alternativo (configura-se com a prática de qualquer dos núcleos do tipo), além de ser permanente
(conduta de “ter em depósito”):
STJ, HC 463572/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, DJe
02/10/2018.
15 - TESE 44
Comentários
12
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16 - TESE 47
Comentários
O próprio texto da lei exige referido requisito, conforme se depreende da leitura do artigo 94, III,
do CP:
Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia em que
for extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução, computando-se o
período de prova da suspensão e o do livramento condicional, se não sobrevier
revogação, desde que o condenado:
(...)
(...)
17 - TESE 49
Para a caracterização do crime continuado não basta a simples reiteração dos fatos
delitivos sob pena de tornar letra morta a regra do concurso material. É necessário o
preenchimento, entre outros, do requisito da denominada unidade de desígnios ou do
vínculo subjetivo entre os eventos
Comentários
13
222
Apesar de o texto da lei não fazer referência a requisito objetivo (como bem destacado na
Exposição de Motivos do Código Penal), a jurisprudência e a doutrina têm entendido que há, de
modo implícito, um requisito subjetivo para o reconhecimento da continuidade delitiva:
18 - TESE 50
Comentários
Há julgado antigo adotando o mesmo entendimento da tese. Por se tratar de caso muito
específico, não é comum que tal assunto chegue às Cortes Superiores:
(STJ, REsp 1858/SP, Rel. Min. Paulo Costa Leite, Sexta Turma, DJ 26/08/1991).
14
222
19 - TESE 53
O crime de uso de documento falso está caracterizado com o seu simples porte. Se o
agente o apresentou à autoridade policial o crime já estava consumado.
Comentários
O STJ tem entendido que o elemento de vontade de fazer uso do documento falso é
imprescindível para a configuração do delito, de modo contrário à tese:
20 - TESE 54
Comentários
15
222
“(...) 5. A jurisprudência desta Corte é firme no sentido de que não há incompatibilidade
entre as qualificadoras de ordem objetiva e as causas de diminuição de pena do § 1.º
do art. 121 do Código Penal, de natureza subjetiva. Precedentes. (...)”
(STJ, AgRg no AREsp 463482/SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, 6ª Turma, DJe 03/02/2005).
21 - TESE 57
Comentários
22 - TESE 58
Comentários
A tese se compatibiliza com o entendimento do STJ, que entende que não interrompe a prescrição
apenas o acórdão confirmatório da prescrição, e não aquele que condena o réu que havia sido
absolvido em primeiro grau:
16
222
EDcl no AgRg no RE nos EDcl nos EDcl no AgRg no REsp 1264697 / SP, STJ, Dje
15/09/2017
23 - TESE 59
Comentários
24 - TESE 60
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222
Os crimes contra a administração pública definidos pela Lei de Parcelamento do Solo
Urbano (Lei nº 6.766/79) são formais, consumando-se independentemente da
verificação de prejuízo. A posterior regularização do loteamento não afasta, assim, a
justa causa para a ação penal. (D.O.E., 12/06/2003, p. 31) Tese 060 DIREITO PENAL
Comentários
O STJ também tem entendido que o parcelamento irregular do solo urbano configura crime
formal, independendo de resultado naturalístico para sua consumação:
STJ, RHC 7821/SP, Rel. Min. Fernando Gonçalves, Sexta Turma, DJ 13/10/1998.
25 - TESE 61
A interrupção do prazo prescricional, a que se refere o artigo 117, VI, do Código Penal,
dá-se quando da prática do segundo crime.
Comentários
Referida causa interruptiva está prevista no artigo 117, IV, do CP, cuja leitura é importante:
(...)
VI - pela reincidência.
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“(...) 2. Ambas as Turmas especializadas em direito penal deste Sodalício entendem que
a reincidência, como reza o art. 117, inciso VI, do Código Penal, interrompe o prazo da
prescrição da pretensão executória do Estado, considerando-se, como marco
interruptivo, a data da prática de novo crime, e não a do seu trânsito em julgado.(...)”
STJ, HC 317662/RS, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, Sexta Turma, DJe
06/05/2015.
26 - TESE 62
Comentários
Referido entendimento foi adotado, nas mesma palavras, na Súmula 171 do STJ:
27 - TESE 66
Comentários
19
222
A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o Tribunal do Júri
venha a desclassificar o crime.
28 - TESE 68
Comentários
Do seguinte precedente depreende-se que o STJ também admite que o juízo da execução fixe as
condições da suspensão condicional da pena:
“(...) Ordem concedida, de ofício, para reduzir a reprimenda imposta à paciente para 1
(um) ano e 2 (dois) meses de reclusão; fixar o regime inicial semiaberto; e determinar a
suspensão condicional da pena, estabelecendo o período de prova em 2 (dois) anos,
devendo o Juízo da Execução competente dispor sobre as condições para o
cumprimento do benefício, observando o teor do art. 78, §1º, do Código Penal, no que
concerne ao primeiro ano do prazo.”
STJ, HC 332303/SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, 6ª Turma, DJe 23/11/2015
29 - TESE 71
Nos crimes contra os costumes, admite-se a representação formulada por pessoa que,
de qualquer forma, seja responsável pelo menor, ainda que momentaneamente.
20
222
Comentários
O STJ possui o mesmo entendimento, possibilitando que qualquer que seja o responsável pelo
menor de idade possa oferecer a representação:
De todo modo, vale lembrar que, com a Lei 13718/2018, os crimes contra a liberdade sexual e os
crimes sexuais contra vulnerável passaram a ser de ação penal pública incondicionada,
independendo de representação:
Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante
ação penal pública incondicionada.
30 - TESE 80
Comentários
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31 - TESE 81
Comentários
Atualmente, o STF não admite a vedação genérica à liberdade provisória, devendo o juiz analisar,
fundamentadamente, se o caso concreto comporta prisão preventiva ou outra medida cautelar
diversa da privativa de liberdade.
32 - TESE 86
Comentários
O STF entende que mesmo a condenação por crime de porte de entorpecentes para consumo
próprio, previsto no artigo 28 da Lei 11.343/06, configura reincidência. De todo modo, a
condenação por pena de multa também implica na configuração da reincidência.
33 - TESE 87
22
222
Comentários
4. "É assente nesta Corte Superior que o roubo perpetrado contra diversas vítimas,
ainda que ocorra em um único evento, configura o concurso formal e não o crime
único, ante a pluralidade de bens jurídicos tutelados ofendidos" (HC n. 438.443/SP,
relator Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em
18/9/2018, DJe 28/9/2018) (...)” (STJ, AgRg no EDcl no AREsp 1155424/RS, Rel. Min.
Antonio Saldanha Palheiro, Sexta Turma, DJe 13/11/20180.
34 - TESE 89
Comentários
A tese não admite a detração de período de prisão provisória se não for pelo delito que ocasionou
a pena, ou seja, só admite detração com nexo de causalidade. A jurisprudência, entretanto, admite
a detração por outro delito, diverso do que ocasionou a prisão definitiva, desde que tenha este
tenha sido praticado anteriormente. Assim, evita-se a chamada “caderneta de poupança” de
penas, que permitiria que o preso injustamente praticasse um crime para descontar o período já
cumprido. Portanto, a tese não é aceita nos Tribunais Superior, conforme o representativo
precedente do STF:
35 - TESE 92
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ESTELIONATO – PRIVILÉGIO – RESSARCIMENTO OU RESTITUIÇÃO DA COISA –
INAMISSIBILIDADE
Comentários
Mais uma tese que diz respeito ao crime patrimonial em que há a caracterização do pequeno valor.
Realmente, não há que se confundir pequeno valor com o ressarcimento ou a restituição da coisa,
a qual pode, inclusive, valer milhões de reais. Deste modo, acertada a tese segundo o
entendimento amplamente aceito atualmente.
36 - TESE 94
Comentários
Apesar de se tratar de um acórdão cível, é possível verificar neste precedente do STJ a menção a
furto ou roubo de documentos:
“(...) - A circunstância da conta bancária ser aberta por terceiro, com a utilização de
documentos furtados ou roubados, não elide a responsabilidade da instituição
financeira.
(STJ, REsp 856085/RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, DJe 08/10/2009)
O STJ possui diversos acórdãos tratando de tal crime. Entretanto, é comum sequer ser citado que
o furto foi de documentos, já que se trata de questão já pacificada, sem relevante divergência.
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222
37 - TESE 95
Comentários
Verifica-se que, para calcular a prescrição, o enunciado 497 da Súmula do STJ realmente exige
que não se compute o acréscimo decorrente da continuidade delitiva, realmente usando a pena
isolada do delito:
38 - TESE 107
Comentários
Apesar de não haver julgados tão recentes (o tema é mais específico e não sobe tanto ao STF), o
Supremo Tribunal Federal possui julgado em que se considerou a causa de aumento de pena para
aferição do requisito de pena mínima para suspensão condicional do processo:
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222
em conta na pena abstrata, para o efeito de se conceder, ou não, a suspensão
condicional do processo.
STF, HC 90869/SP, Rel. Min. Cezar Peluso, Segunda Turma, Julgam. 20/04/2010.
39 - TESE 110
Legislação revogada
Comentários
A legislação a que se refere o enunciado acima foi alterada posteriormente. Atualmente, quanto
ao crime de estupro de vulnerável, o entendimento jurisprudencial é de que, para a configuração
do delito, não se pode levar em conta o eventual consentimento da vítima, sua experiência sexual
nem a existência de relacionamento amoroso com o agente. É o que diz a Súmula 593 do STJ:
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14
(catorze) anos:
(...)
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§ 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo aplicam-se
independentemente do consentimento da vítima ou do fato de ela ter mantido relações
sexuais anteriormente ao crime.
40 - TESE 114
Comentários
Atualmente, só há majorante para o crime de roubo no caso de emprego de arma de fogo, e não
mais por emprego de arma, de forma genérica. De todo modo, o STJ entende não ser necessária
a apreensão da arma, nem a realização de perícia, para que incida a referida causa de aumento de
pena:
(STJ, AgRg no REsp 1712795/AM, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, DJe
12/06/2018).
41 - TESE 119
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222
Consumado o crime de apropriação indébita, o ressarcimento do prejuízo não afasta o
caráter ilícito do fato, servindo tão-somente para diminuir a pena.
Comentários
O STJ possui jurisprudência formada no mesmo sentido do enunciado acima, de modo que o
ressarcimento do prejuízo não afasta a configuração do crime de apropriação indébita. Pode-se
configurar, de todo modo, o arrependimento posterior, com a diminuição da pena, nos termos do
recente precedente do STJ:
“(...) 2 - Na linha dos precedentes desta Corte, "no crime de apropriação indébita, a
restituição do bem ou o ressarcimento do dano não são hábeis a excluir a tipicidade
do crime ou afastar a punibilidade do agente" (AgRg no AREsp n. 828.271/SC, relator
Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 19/4/2016, DJe
3/5/2016). (...)”
STJ, AgInt no REsp 477.498/SP, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, Sexta Turma, DJe
12/03/2019
42 - TESE 121
Comentários
Vale recordar que o roubo impróprio está prevista no artigo 157, § 1º, do CP:
Neste caso, o crime se inicia como um furto. Entretanto, para assegurar sua impunidade (fugir
quando o vigilante percebe sua ação) ou a detenção da coisa (o proprietário chega e tenta impedir
a subtração), o agente se utiliza de grave ameaça ou violência contra a pessoa. É neste momento
que o crime se consuma, pois, antes do emprego da violência ou grave ameaça, só se poderia
falar em furto. Neste sentido firmou-se a jurisprudência das Cortes Superiores, como se percebe
do seguinte aresto:
28
222
“PENAL. RECURSO ESPECIAL. ART. 157, §§ 1º E 2º, INCISO I, DO CÓDIGO PENAL.
ROUBO IMPRÓPRIO MAJORADO. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA. O crime previsto no
art. 157, § 1º, do Código Penal consuma-se no momento em que, após o agente tornar-
se possuidor da coisa, a violência é empregada, não se admitindo, pois, a tentativa
(Precedentes do Pretório Excelso e desta Corte). Recurso provido para restabelecer a
r. sentença condenatória que reconheceu a ocorrência do crime de roubo na forma
consumada.” (STJ, REsp 1025162/SP, Rel. Min. Felix Fischer, Quinta Turma, DJe
10/11/2008).
43 - TESE 125
Comentários
44 - TESE 126
Comentários
A jurisprudência se consolidou no mesmo sentido da tese, entendendo que o artigo 1º, § 2º, do
Decreto-Lei 201/67, continua em vigor, como se percebe do seguinte julgado do STJ, que o aplica:
29
222
“PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. ART. 317, CAPUT, DO CÓDIGO PENAL.
PERDA DO MANDATO ELETIVO DE PREFEITO MUNICIPAL. AUSÊNCIA DE TRÂNSITO
EM JULGADO DA CONDENAÇÃO. CONSTRANGIMENTO ILEGAL.
STJ, HC 80424/MG, Rel. Min. Felix Fischer, Quinta Turma, DJe 07/04/2008
45 - TESE 127
O crime de roubo próprio se consuma no momento, ainda que breve, em que o agente
se torna possuidor da coisa mediante grave ameaça ou violência, sendo desnecessário
que o bem saia da esfera de vigilância da vítima, bastando que cesse a clandestinidade
ou a violência.
Comentários
Quanto à consumação do roubo próprio, o STJ também não exige a posse mansa e pacífica, nos
mesmos termos do que defende o MPSP:
46 - TESE 135
30
222
Na prática de mais de um crime doloso contra a vida, mediante uma só ação, havendo
múltiplos desígnios, ocorrerá o concurso formal imperfeito e não o crime continuado.
Comentários
Com efeito, um dos requisitos do crime continuado é a pluralidade de condutas. Havendo uma só
ação, com desígnios diversos, a hipótese é de concurso formal imperfeito, conforme o
entendimento do STJ e da doutrina amplamente majoritária:
STJ, HC 195623/RJ, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, DJe 24/08/2016.
47 - TESE 136
Comentários
O entendimento que prevalece é de que, nos termos da lei, os maus antecedentes realmente
impedem a suspensão condicional do processo. Quanto aos inquéritos arquivados e crimes
prescritos (prescrição da pretensão punitiva), não se admite sua consideração para fins de maus
antecedentes:
31
222
Ainda que não trate do mesmo tema, é possível perceber tal entendimento pela Súmula 444 do
STJ:
Quanto aos maus antecedentes impedirem a suspensão condicional do processo, bem como sobre
a condenação com pena cumprida a mais de 5 anos configurar tal impeditivo, há o seguinte
precedente do STJ:
Entretanto, o STF apresenta divergência entre as turmas, a respeito de ser possível ou não a
utilização de condenação anterior transitada em julgado, após o período depurador (não mais
apta a ensejar reincidência), como mau antecedente.
48 - TESE 137
Comentários
A tese trata de legislação já revogada. Referida Lei de Drogas foi revogada pela atualmente
vigente Lei 11.343/06. De todo modo, referida causa de aumento tinha a seguinte redação:
LEI REVOGADA:
Art. 18. As penas dos crimes definidos nesta Lei serão aumentadas de 1/3 (um terço) a
2/3 (dois terços):
32
222
(...)
49 - TESE 138
Para a consumação do delito do artigo 339 do Código Penal, basta que a imputação de
crime, a quem sabe inocente, acarrete investigação policial, que não precisa assumir
feições de inquérito policial.
Comentários
Conforme precedente a seguir, o STJ não tem exigido inquérito policial, mas deve haver a
deflagração de uma investigação (policial ou administrativa), ação penal ou de improbidade
administrativa:
50 - TESE 140
33
222
PENAS – RESTRITIVAS DE DIREITOS – MULTA – ABSTRATAMENTE COMINADAS NA
PARTE ESPECIAL – CUMULAÇÃO – ADMISSIBILIDADE
Comentários
Além de a tese repetir a previsão do artigo 58, parágrafo único do CP, referido entendimento é o
adotado pelo STJ:
STJ, REsp 999981/SE, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, Quinta Turma, DJe 06/04/2009
51 - TESE 141
Comentários
O STJ também já decidiu que, se o juiz se depara com uma hipótese de revogação facultativa da
suspensão condicional do processo, ele pode prorrogar o prazo ao invés de decidir revogar o
benefício, nos termos da tese acima transcrita:
34
222
em constrangimento ilegal passível de ser reparado por esta Corte Superior de Justiça.
Precedente.
(STJ, RHC 41168, Rel. Min. Jorge Mussi, 5ª Turma, DJe 23/04/2014).
52 - TESE 142
Condenado o réu a pena privativa de liberdade superior a um ano, deve ser substituída
por duas penas restritivas de direitos. Inadmissível a substituição por uma restritiva e
multa e o afastamento desta.
Comentários
Com relação à referida tese, ela parece não estar exatamente de acordo com a legislação. O artigo
44, §2º, do CP, apresenta as duas hipóteses de substituição da pena privativa de liberdade
superior a um ano, e não só uma:
Ademais, se for substituída a pena privativa de liberdade por uma pena restritiva de direitos e
multa, esta última não deve ser afastada, mas sim cumprida, de acordo com o artigo 44, §2º, do
Código Penal:
§ 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa
ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de
liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas
restritivas de direitos.
53 - TESE 145
35
222
ARMA – PORTE – “DESMUNICIADA” – LEI Nº 10.826/03.
Comentários
STJ, AgRg no AREsp 1367442/MS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, Dje
14/12/2018
54 - TESE 147
Comentários
O tipo penal de duplicata simulada, previsto no artigo 172 do CP, possui a seguinte redação:
Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda à mercadoria
vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado.
Pela redação do dispositivo, fica claro que o crime se configura se a venda ou a prestação de
serviços descritas na duplicada não se adequarem, em quantidade ou qualidade, com o negócio
efetivamente realizado. Surgiu, então, a controvérsia sobre haver ou não crime no caso em que
não é a quantidade que destoa, mas a própria realização da venda ou do serviço. Ou seja, em caso
de duplicata emitida sem a correspondente venda ou prestação de serviços.
36
222
A jurisprudência se firmou no mesmo sentido da tese do MPSP, entendendo haver crime no caso
de emissão de duplicata sem que tenha havido a correspondente venda ou prestação de serviços:
“(...) - "O delito de duplicata simulada, previsto no artigo 172 do Código Penal, com
redação dada pela Lei n. 8.137, de 27.12.1990, configura-se quando o agente emite
duplicata que não corresponde à efetiva transação comercial, sendo típica a conduta
ainda que não haja qualquer venda de mercadoria ou prestação de serviço." (REsp n.
1.267.626/PR, Rel. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, Sexta Turma, DJe
16/12/2013) Agravo regimental desprovido.” (STJ, AgRg no AREsp 624470/SP, Rel.
Des. Convocado Ericson Maranhão, Sexta Turma, DJe 13/03/2015).
55 - TESE 150
Comentários
O Decreto nº 3.226 foi editado pelo Presidente da República no ano de 1999, utilizando-se de sua
atribuição constitucional. O artigo 7º do referido decreto possui a seguinte redação:
V - condenados por roubo que tenham mantido a vítima em seu poder ou de outra
forma restringido sua liberdade.
37
222
Apesar de não haver grande importância prática o estudo de um indulto concedido há cerca de
uma década, é possível apontar que há razão ao MPSP. Segundo a doutrina, o indulto pode ser
total ou parcial, sendo que, neste último caso, também pode ser denominado de comutação.
Deste modo, a jurisprudência tem entendido, de modo geral, que uma proibição que exista
quanto ao indulto também alcança a comutação.
56 - TESE 151
Nos termos do artigo 33 do Código Penal, se o réu for condenado a pena superior a
quatro e inferior a oito anos o regime inicial é o fechado ou o semi-aberto. Superior a
oito anos, o regime é o fechado.
Comentários
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda
a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos,
poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
Além disso, cumpre mencionar que o STJ, interpretando a norma, entende admissível o regime
semiaberto no caso de reincidentes com pena igual ou inferior a 4 anos, interpretando os
parâmetros de modo equivalente ao que o MPSP faz em relação a outras alíneas. É o teor da
Súmula 269:
38
222
É cabível a suspensão condicional do processo na desclassificação do crime e na
procedência parcial da pretensão punitiva
57 - TESE 152
Comentários
“(...) In casu, o acusado foi condenado à pena de 6 anos e 6 meses de reclusão pela
prática, em concurso material, dos delitos de roubo circunstanciado e resistência, com
imposição do regime inicial fechado de cumprimento da reprimenda. É fato, como
alega o agravante, que a simples menção objetiva ao emprego de arma de fogo não
consubstancia fundamento idôneo à imposição de regime inicial mais gravoso que
o permitido pelo montante da pena. Precedente da Quinta Turma. O caso vertente,
contudo, apresenta peculiaridades que não autorizam a fixação do regime
intermediário. Isso porque se trata da prática de dois delitos, em concurso material
de crimes, perpetrados em concurso de agentes mediante uso de duas armas de fogo
efetivamente disparadas (...)”
STJ, AgRg no HC 330368/RJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, 5ª T, DJe 24/11/2016
58 - TESE 155
39
222
JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS – LEI Nº 9.099/95 – SUSPENSÃO CONDICIONAL DO
PROCESSO – REVOGAÇÃO – NOTÍCIA DE OUTRO PROCESSO APÓS O PERÍODO DE
PROVAS
Comentários
A Tese 155 do MPSP tem o mesmo teor da primeira tese fixada pelo STJ no julgamento do REsp
1498034/RS, sob o rito de recurso repetitivo representativo da controvérsia:
STJ, REsp 1498034/RS, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, 3ª Seção, DJe 02/12/2015
59 - TESE 156
O fato de o agente ter sido demitido do emprego e prometido reparar o dano causado
pela prática do crime de furto não permite a rejeição da denúncia por falta de justa
causa.
Comentários
40
222
Se a própria reparação do dano não impede a configuração do crime, mas apenas a configuração
do arrependimento posterior (mera causa de diminuição de pena), com muito mais razão haverá
justa causa no caso de mera promessa de reparação de dano. O crime de furto se consuma com
a subtração, não sendo exigida sequer a posse mansa e pacífica. Portanto, a reparação do dano
não impede a sua configuração, tampouco a mera promessa de fazê-lo.
60 -TESE 157
Comentários
A utilização de fita adesiva para modificar a identificação do veículo nas placas realmente configura
o delito do artigo 311 do CP, consoante entende o STJ:
61 - TESE 158
Legislação revogada.
41
222
Comentários
62 - TESE 159
Comentários
O entendimento adotado na tese é o mesmo que tem sido adotado pelo STJ:
STJ, AgInt no HC 457047/MG, Rel. Min. Laurita Vaz, 6ª Turma, DJe 22/02/2019
63 - TESE 160
42
222
constrangimento ilegal, porque não fere o princípio constitucional da presunção de
inocência.
Comentários
A exigência de não estar o réu respondendo por outro processo é requisito legal para a concessão
da suspensão condicional do processo. O STJ já decidiu que tal pressuposto não viola a presunção
de inocência, tal como defende o enunciado 160 do MPSP:
STJ, RHC 15087/SP, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, Sexta Turma, DJ 05/02/2007
64 - TESE 163
Comentários
O STJ também firmou entendimento, no mesmo sentido da tese, de que o crime de condução de
veículo automotor sob a influência de álcool ou substância de efeitos análogos é de ação penal
pública incondicionada:
STJ, HC 117230/RS, Rel. Min. Laurita Vaz, Quinta Turma, DJe 13/12/2010.
43
222
65 - TESE 164
Comentários
Vale recordar que, de início, a Lei 10.259/01 alterou o conceito de crime de menor potencial
ofensivo, nos termos da jurisprudência firmada após referida alteração legislativa:
“(...) Consoante precedentes firmados por este Tribunal, o artigo 2º, parágrafo único,
da Lei 10.259/01, ao definir as infrações de menor potencial ofensivo como sendo
crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 02 (dois) anos ou multa, derrogou
o artigo 61, da Lei n.º 9.099/95, ampliando, destarte, o conceito de tais crimes também
no âmbito dos Juizados Estaduais. (...)”
STJ, REsp 613.492/SP, Rel. Min. José Arnaldo da Fonseca, 5ª T, DJe 23/08/2004
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos
desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não
superior a um ano, excetuados os casos em que a lei preveja procedimento especial.
(Redação anterior)
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos
desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não
superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. (Redação dada pela Lei nº 11.313,
de 2006)
De todo modo, o artigo 89 da Lei 9.099/95 possui requisito próprio, independente de tal conceito,
como se percebe da sua própria redação:
44
222
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano,
abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá
propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não
esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os
demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena
66 - TESE 167
Comentários
O delito de atentado violento ao pudor foi revogado, sem abolitio criminis, já que a conduta
passou a ser incriminada, sem solução de continuidade, no crime de estupro. Ademais, o STJ
realmente entende não ser cabível a concessão de indulto total ou parcial (comutação) aos
condenados por crime de estupro:
67 - TESE 169
Comentários
45
222
O STF realmente entende que os prazos do ofendido menor de 18 anos e o do seu representante
legal, seja para oferecimento de queixa crime ou de representação, fluem de forma autônoma. No
caso do menor de dezoito anos, o prazo começa a fluir a partir da data em que atingida a
maioridade:
"1. Na ocorrência do delito descrito no art. 214 do Código Penal - antes da revogação
pela Lei nº 12.015/2009 -, o prazo decadencial para a apresentação de queixa ou de
representação era de 6 meses após a vítima completar a maioridade, em decorrência
da dupla titularidade. 2. Esta Suprema Corte tem reconhecido a dualidade de titulares
do direito de representar ou oferecer queixa, cada um com o respectivo prazo: um para
o ofendido e outro para seu representante legal. Súmula nº 594 do STF. Precedentes.
3. Ordem denegada." (HC 115341, Relator Ministro Dias Toffoli, Primeira Turma,
julgamento em 14.10.2014, DJe de 3.2.2015)
68 - TESE 170
O roubo com morte é delito qualificado pelo resultado, sendo que este plus pode ser
imputado na forma de dolo ou de culpa. Respondem, portanto, pelo resultado morte,
situado evidentemente em pleno desdobramento causal da ação delituosa, todos que,
mesmo não agindo diretamente na execução da morte, contribuíram para a execução
do tipo fundamental.
Comentários
O STJ também entende que, agindo em concurso para a prática de crime de roubo com emprego
de arma de fogo, todos os agentes responderão por eventual resultado morte (configurando o
crime de latrocínio), que pode decorrer de dolo ou culpa:
STJ, AgRg no AREsp 1163320/MG, Rel. Min. Jorge Mussi, 5ª T, DJe 20/04/2018
46
222
69 - TESE 171
Comentários
De início, cabe ressaltar que se trata da Lei nº 10.826/03, e não da Lei 10.226/03. A Lei 9.437/97
foi revogada pela lei acima mencionada, o atual Estatuto do Desarmamento. O entendimento do
STJ é o mesmo do MPSP, no sentido de que o crime de configura mesmo que a arma esteja
desmontada:
STJ, AgRg no AREsp 1367442/MS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, DJe 14/12/2018.
70 - TESE 172
Comentários
A Lei de Execução Penal, em seu artigo 118, é clara ao determinar que a prática de falta grave
sujeita o executado à regressão de regime:
Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva,
com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado:
47
222
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em
execução, torne incabível o regime (artigo 111).
71 - TESE 174
Comentários
Realmente, o STJ não entende possível o reconhecimento do crime continuado entre os crimes
de extorsão e extorsão mediante sequestro. O precedente a seguir é didático a respeito de quais
delitos são considerados da mesma espécie, o que é requisito indispensável à configuração da
continuidade delitiva:
“9. No caso dos crimes de roubo majorado e latrocínio, sequer é necessário avaliar
o requisito subjetivo supracitado ou o lapso temporal entre os crimes, como fizeram
as instâncias ordinárias, porquanto não há adimplemento do requisito objetivo da
pluralidade de crimes da mesma espécie. São assim considerados aqueles crimes
tipificados no mesmo dispositivo legal, consumados ou tentada, na forma simples,
privilegiada ou tentada, e além disso, devem tutelar os mesmos bens jurídicos, tendo,
pois, a mesma estrutura jurídica. Perceba que o roubo tutela o patrimônio e a
integridade física (violência) ou o patrimônio e a liberdade individual (grave ameaça);
por outro lado, o latrocínio, o patrimônio e a vida.”
72 - TESE 175
48
222
A prática de falta grave durante o cumprimento da pena em regime fechado interrompe
o período aquisitivo para fins de progressão.
Comentários
73 - TESE 176
O delito previsto no artigo 1º da Lei nº 2.252/54 (atual artigo 244-B do E.C.A. – Lei nº
8.069/90), por ser formal, prescinde da efetiva prova da corrupção do menor, sendo
suficiente apenas a sua participação em empreitada criminosa junto com um sujeito
penalmente imputável.
Comentários
O crime de corrupção de menores se configura com a mera prática do delito em concurso com
um menor de idade, não exigindo resultado naturalístico para sua consumação. No mesmo
sentido, a jurisprudência consolidada do STJ:
STJ, REsp 1112326/DF, Rel. Min. Marco Aurélio Bellize, Terceira Seção, DJe 08/02/2012
49
222
74 - TESE 178
Comentários
75 - TESE 179
Comentários
50
222
“(...) I - É copiosa a jurisprudência que entende que "O delito previsto no art. 304 do
Código Penal consuma-se mesmo quando a carteira de habilitação falsificada é exibida
ao policial por exigência deste, e não por iniciativa do agente". (...)”
STJ, AgRg no REsp 1758686/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma,
DJe 03/10/2018.
76 - TESE 180
Comentários
Se o vidro do automóvel é rompido para a subtração de objeto localizado em seu interior configura
o rompimento de obstáculo, qualificadora do crime de homicídio. Assim também entende o STJ:
77 - TESE 181
51
222
maior repressão aos agentes que receptam bens com fins comerciais. Portanto, não há
falar-se em ofensa ao princípio da proporcionalidade.
Comentários
Com efeito, a forma qualificada da receptação, prevista no artigo 180, § 1º, do CP, configura-se
no caso de receptação da coisa, oriunda de crime, em exercício de atividade comercial ou
industrial. Neste sentido, entendimento dos Tribunais Superiores, que pode ser extraído do
precedente a seguir:
(STJ, REsp 1743514/RS, Rel. Min. Jorge Mussi, Quinta Turma, DJe 22/08/2018).
78 - TESE 182
Se o agente seqüestra a vítima com o fim de obter vantagem, como condição ou preço
do resgate, e, quando a vítima está privada de sua liberdade, dela lhe subtrai bens,
responde por extorsão mediante seqüestro e roubo, em concurso material.
Comentários
52
222
O STJ tem decidido no mesmo sentido, entendendo que a subtração de coisa alheia móvel da
vítima em cativeiro, para a prática de extorsão mediante sequestro, configura crime autônomo,
consistente em roubo. O agente, portanto, responde por ambos os delitos em concurso:
STJ, EDcl no REsp 1133029/SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, 6ª T, DJe 19/10/2015.
79 - TESE 183
Afastada a circunstância legal da reincidência (art. 61, I, CP) pela ocorrência de sua
“prescrição” (art. 64, I, CP), a sentença condenatória anterior subsiste para efeitos de
reconhecimento da circunstância judicial dos maus antecedentes
Comentários
Entretanto, o STF possui entendimento divergente entre suas Turmas. A Segunda Turma não
admite tal utilização, vedando-a:
53
222
reincidente. Precedentes. (...)” (STF, HC 142371/SC, Rel. Min. Ricardo Lewandowski,
Segunda Turma, Julgamento: 30/05/2017).
Já a Primeira Turma da Suprema Corte, na mesma esteira do que vem decidindo o STJ, aceita a
incidência da condenação já atingida pelo período depurador como mau antecedente:
80 - TESE 186
Comentários
“2. Diante da ocorrência de dois fatos (roubo circunstanciado contra duas vítimas e
roubo circunstanciado tentado contra uma terceira vítima), a aplicação de concurso
formal, quanto à primeira situação, e continuidade delitiva, no tocante à segunda,
54
222
revela constrangimento ilegal identificado pela incidência de bis in idem. De rigor o
reconhecimento apenas da continuidade delitiva, cujo acréscimo do quantum de pena
resulta na fração de 1/5 (um quinto) por serem consideradas três infrações, conforme
entendimento pacificado por esta Corte.” (HC 357746, Rel. Min. Maria Thereza de Assis
Moura, 6ª Turma, DJe 01/08/2016)
81 - TESE 187
Comentários
“(...) 2. O Decreto n. 8.172/13, em seu art. 1º, XIII, concede indulto aos condenados,
não reincidentes, beneficiados com sursis, que tenham cumprido 1/4 (um quarto)
da pena. Não há previsão para se condicionar o indulto a requisitos não previstos
no decreto presidencial, como a manifestação prévia do Conselho Penitenciário. (...)”
STJ, HC 324965/RJ, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, DJe 20/09/2016.
82 - TESE 188
Nos crimes de atentado violento ao pudor e estupro, praticados com violência real, a
ação penal é pública incondicionada.
Comentários
55
222
Cuida-se de legislação revogada. Houve discussão sobre a natureza da ação penal no caso de tais
crimes, inclusive com questionamento no STF pela Procuradoria-Geral da República. De todo
modo, atualmente, prevê o CP de modo diverso:
Ação penal
Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante
ação penal pública incondicionada
83 - TESE 189
Pratica o crime do artigo 304 do Código Penal aquele que, instado por agente da
autoridade policial a se identificar, exibe documento de identidade falso, não se
caracterizando hipótese de crime impossível, mesmo se o fato é prontamente apurado.
Comentários
O fato de o agente ter sido instado pelo agente público a apresentar o documento de
identificação não afasta a configuração do delito de documento falso. Neste sentido,
entendimento pacífico do STJ:
“(...) I - É copiosa a jurisprudência que entende que "O delito previsto no art. 304 do
Código Penal consuma-se mesmo quando a carteira de habilitação falsificada é exibida
ao policial por exigência deste, e não por iniciativa do agente". (...)”
STJ, AgRg no REsp 1758686/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma,
DJe 03/10/2018.
84 - TESE 190
56
222
No furto, caracteriza a qualificadora da escalada saltar um muro ou portão se houver
um esforço anormal, cuja altura não pode ser vencida com um pequeno salto ou um
passo maior.
Comentários
O crime praticado mediante escalada é aquele que envolve um modo anormal de acesso, que
exige considerável esforço por parte do agente. Não se configura apenas com a subida. A tese se
coaduna com o entendimento doutrinário que prevalece.
85 - TESE 191
O crime de homicídio pode ser praticado com dolo eventual e por motivo fútil.
Comentários
STJ, REsp 1601276/RJ, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, 6ª T, DJe 23/06/2017
86 - TESE 198
57
222
FURTO – CONSUMAÇÃO
O crime de furto se consuma no momento, ainda que breve, em que o agente se torna
possuidor da coisa, sendo desnecessário que o bem saia da esfera de vigilância da
vítima.
Comentários
O STF tem adotado a teoria da amotio ou aprehensio, considerando consumado o delito de furto
com a inversão da posse:
“ (...) 3. Delimitada a tese jurídica para os fins do art. 543-C do CPC, nos seguintes
termos: Consuma-se o crime de furto com a posse de fato da res furtiva, ainda que
por breve espaço de tempo e seguida de perseguição ao agente, sendo prescindível
a posse mansa e pacífica ou desvigiada. (...)”
87 - TESE 199
58
222
Comentários
O prazo de vacatio legis, que foi previsto nos artigos 30 e 32 da Lei 10.826/2003, o atual Estatuto
do Desarmamento, realmente não implicou em abolitio criminis. O que houve foi a concessão de
prazo para regularização da posse de arma de fogo de uso permitido ou sua entrega, não havendo
retroatividade nem consequências quanto ao porte ilegal. Neste mesmo sentido decidiu o STF:
“I - A vacatio legis de 180 dias prevista nos artigos 30 e 32 da Lei 10.826/2003, com a
redação conferida pela Lei 11.706/2008, não tornou atípica a conduta de posse ilegal
de arma de uso restrito. II – Assim, não há falar em abolitio criminis, pois a nova lei
apenas estabeleceu um período de vacatio legis para que os possuidores de armas de
fogo de uso permitido pudessem proceder à sua regularização ou à sua entrega
mediante indenização. III – Ainda que assim não fosse, a referida vacatio legis não tem
o condão de retroagir, justamente por conta de sua eficácia temporária”
88 - TESE 200
Nos termos do artigo 83, II, do Código Penal, o juiz somente poderá conceder
livramento condicional ao condenado reincidente em crime doloso se ele tiver cumprido
mais de metade da pena.
Comentários
(...)
59
222
II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso;
Aproveitando o tema, vale recordar os lapsos temporais de cumprimento da pena exigidos para
a concessão do benefício de livramento condicional:
89 - TESE 201
Comentários
60
222
90 - TESE 202
A prescrição da pretensão punitiva, na forma intercorrente, não pode ser declarada com
base na pena aplicada, se pendente recurso da acusação objetivando o aumento da
pena.
Comentários
O trânsito em julgado para a acusação diz respeito à pena aplicada. Deste modo, se a acusação
recorrer apenas do regime inicial de cumprimento de pena, sem buscar a majoração da pena
aplicada pelo juiz, o prazo da prescrição da pretensão punitiva intercorrente começará a fluir.
Por conseguinte, o prazo corre da sentença condenatória se a acusação não buscar o aumento da
pena. De igual modo, o prazo começa a fluir da sentença condenatória se o recurso da acusação
for improvido ou o aumento da pena não modificar o prazo prescricional.
91 - TESE 205
Provado que o acusado praticou ato libidinoso diverso da conjunção carnal, impossível
a desclassificação do crime baseada no princípio da proporcionalidade.
Comentários
Legislação revogada, tendo o atentado violento ao pudor sido absorvido pelo novo tipo penal do
estupro. Não houve abolitio criminis, em decorrência do princípio da continuidade normativo-
típica.
Hoje se atende mais à proporcionalidade, com a configuração de estupro ou, de forma subsidiária,
o delito de importunação sexual.
61
222
92 - TESE 206
Comentários
A restrição à liberdade, no roubo, deve ser para a prática do delito. Se houver outra finalidade ou
mesmo se não consistir em meio de possibilitar a sua prática, configuram-se dois delitos, em
concurso: o roubo e a extorsão mediante sequestro. Há precedente do STJ, apesar de não tão
recente, no mesmo sentido, não tendo havido mudança no tema:
STJ, HC 72093/DF, Rel. Des. Conv. Jane Silva, Quinta Turma, DJe 05/11/2007.
93 - TESE 208
Comentários:
62
222
Roubo próprio: o roubo próprio é aquele previsto no caput do artigo 157, com o seguinte teor:
“Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa,
ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência”.
A subtração, portanto, pode ser praticada mediante:
Violência: vis absoluta. É a chamada violência própria, consistente no emprego da força física, do
constrangimento físico sobre a vítima.
Grave ameaça: vis relativa. É a promessa de mal injusto e grave.
Outro meio de reduzir a vítima à incapacidade de resistência: sonífero, drogas, etc.
94 - TESE 209
Comentários
A substituição de placas de veículo automotor realmente configura, para o STJ, o delito de
adulteração de sinal identificador de veículo automotor, cujo tipo está inscrito no artigo 311 do
CP:
STJ, AgRg no AREsp 182005/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma,
DJe 29/06/2015.
95 - TESE 210
63
222
FURTO – ESTELIONATO – SUBTRAÇÃO DE VÁRIOS OBJETOS E DE TALONÁRIO DE
CHEQUES – UTILIZAÇÃO DAS CÁRTULAS CONTRA TERCEIROS – CONCURSO
MATERIAL
Comentários
O STJ tem afastado a consunção no caso de agente que, após a subtração de folhas de cheque,
utiliza-as depois para obtenção de vantagem indevida. O agente, portanto, deve responder por
furto e estelionato, em concurso:
STJ, REsp 1111754/SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, Sexta Turma, DJe
26/11/2012.
96 - TESE 211
Comentários
Com efeito, o tipo penal de tráfico de drogas, previsto no artigo 33 da Lei 11.343/06, é misto
alternativo, com vários núcleos do tipo cuja prática enseja sua configuração. Deste modo, a
habitualidade não é exigida, tanto que o STJ tem precedentes em que a habitualidade é utilizada
para afastar o privilégio, e não como discussão para a configuração da própria infração penal:
64
222
“(...) 3. A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça firmou jurisprudência no sentido
da possibilidade de afastamento da causa especial de diminuição de pena do art. 33, §
4º da Lei n.º 11.343/2006 quando demonstrada a habitualidade na prática do crime de
tráfico de entorpecentes. (...)”
97 - TESE 212
Comentários
Realmente os dados não podem ser excluídos, já que, em havendo requisição do Poder
Judiciários, a informações deverão ser remetidas. O sigilo se volta ao público em geral.
98 - TESE 215
65
222
Comentários
STJ, HC 139667/RJ, Rel. Min. Felix Fischer, Quinta Turma, DJe 01/02/2010.
99 - TESE 216
Comentários
66
222
“(...) I - O tipo penal previsto no art. 12 da Lei n.º 6.368/76 é de ação múltipla ou
conteúdo variado, pois apresenta várias formas de violação da mesma proibição,
bastando, para a consumação do crime, a prática de uma das ações ali previstas. II -
Para a configuração do crime de tráfico de entorpecentes imputado à recorrida, basta
o dolo genérico de guardar a droga, que só poderia ser afastada, caso se comprovasse
que a substância destinava-se para uso próprio, o que não ocorreu in casu. (...)”
Comentários
Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto
no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a
personalidade e a conduta social do agente.
67
222
O “cloreto de etila”, vulgarmente conhecido como “lança-perfume”, continua sendo
substância proibida pela Lei de Tóxicos, eis que a Resolução nº 104, de 06/12/200,
configurou a prática de ato regulamentar manifestamente nulo.
Comentários
Referido entendimento não encontrou guarida nos Tribunais Superiores, sendo que a tese de
nulidade da Resolução n. 104, de 6 de dezembro de 2000, não prosperou. Deste modo, a exclusão
do cloreto de tila do rol de substâncias entorpecentes foi considerada abolitio criminis, com os
efeitos retroativos que lhe são inerentes:
STF, HC 94397/BA, Rel. Min. Cezar Peluso, Segunda Turma, Julg.: 09/03/2010
Comentários
A tese se refere à legislação revogada pela Lei 11.343/06, perdendo importância prática, pois
referida majorante estava presente em referido diploma normativo.
68
222
103 - TESE 226
Comentários
Com efeito, a jurisprudência dos Tribunais Superiores se consolidou no mesmo sentido, não se
exigindo a posse mansa e pacífica do bem. Basta que haja o apossamento da coisa, com o
emprego da violência ou grave ameaça, para que o delito se consume. Neste sentido:
“(...) 4. No caso concreto, o Tribunal a quo aplicou a fração de 1/2, em razão, tão-só,
da existência de três causas de aumento de pena, quais sejam, emprego de arma de
fogo, concurso de pessoas e restrição à liberdade da vítima, sem registrar qualquer
excepcionalidade, o que contraria o entendimento desta Corte sobre a questão.
STJ, HC 185366/SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, 5ª T, DJe 09/08/2011
Cumpre destacar, ainda, que o STJ tem exigido que a restrição de liberdade da vítima deve ser
por tempo relevante, sob pena de não incidir a majorante:
69
222
ARMA – PORTE RECEPTAÇÃO – CRIMES AUTÔNOMOS – INEXISTÊNCIA DO
CONCURSO APARENTE DE NORMAS
Comentários
O STJ também tem entendido que os crimes de porte ilegal de armas e de receptação, em regra,
são autônomos entre si, sem aplicação da consunção:
“(...) III - A jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça é firme no sentido de que
o delito de receptação e os do Estatuto do Desarmamento seriam, de regra,
crimes autônomos, com naturezas jurídicas e bens tutelados distintos, devendo o
agente responder pela sua prática em concurso material. (...)”
O aumento da pena pela continuidade delitiva se faz, quanto ao artigo 71, "caput", do
Código Penal, por força do número de infrações praticadas e não por qualquer critério
subjetivo.
Comentários
Para a escolha da fração de aumento na continuidade delitiva comum, tratada no caput do artigo
71 do Código Penal, o julgador deve se basear no número de infrações cometidas pelo agente.
Referido critério já está pacificado na jurisprudência, sendo que o precedente a seguir é bastante
didático a esse respeito:
70
222
entendimento consolidado de que, em se tratando de aumento de pena referente à
continuidade delitiva, aplica-se a fração de aumento de 1/6 pela prática de 2 infrações;
1/5, para 3 infrações; 1/4 para 4 infrações; 1/3 para 5 infrações; 1/2 para 6 infrações e
2/3 para 7 ou mais infrações. In casu, tratando-se de mais de 10 crimes, deve ser
mantido o aumento operado pela sentença condenatória. (...)”
Com base nos parâmetros acima, podemos resumir a relação entre o número de infrações penais
e a fração de aumento na continuidade delitiva pelo quadro a seguir:
Comentários
Efetivamente, a jurisprudência compreendeu que o prazo para entrega ou regularização das armas
de fogo não permitiam o porte. Assim, incidiu o delito no prazo se não houvesse comprovação de
que o agente estava entregando a arma ou possuía a intenção ao ser com ela surpreendido,
conforme esclarece o precedente do STF:
71
222
“(...) 1. Como se lê na jurisprudência da Corte, “[a] mera possibilidade de entrega da
arma de fogo, de uso permitido ou restrito, às autoridades policiais, conforme previsto
no art. 32 da Lei nº 10.826/2003, não tem pertinência quando ausente prova de que o
agente estava promovendo a entrega ou pelo menos tinha a intenção de entregar a
arma de posse irregular” (RHC nº 114.970/DF, Primeira Turma, Relatora a Ministra Rosa
Weber, DJe de 8/4/13).”
STF, HC 135481 AgR/RN, Rel. Min. Dias Toffoli, Segunda Turma, Julg. 14/10/2016
Comentários
Apesar de não tratar exatamente do mesmo caso, o seguinte precedente do STJ é compatível
com a tese:
STJ, HC 9199/MG, Rel. Min. Felix Fischer, Quinta Turma, DJe 16/08/1999.
Se o réu for absolvido por ser considerado inimputável nos termos do artigo 26 do
Código Penal, o prazo da prescrição, para a imposição da medida de segurança é
regulado pelo máximo da pena privativa de liberdade prevista para o crime.
72
222
Comentários
O STF entende de forma igual somente quanto à PPP, não quanto à PPE:
No mesmo sentido: RHC 100383, Rel. Min. Luiz Fux, 1ª Turma, Julgamento: 18/10/2011.
O STJ, por sua vez, possui entendimento igual ao exposto na tese do MPSP:
Comentários
73
222
127.320/SP, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em
07/05/2015, DJe 15/05/2015) (...)” (AgRg no REsp 1702185/SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro,
Sexta Turma, DJe 26/03/2018.
Comentários
A legislação foi revogada pela Lei 11.343/06. De todo modo, a jurisprudência do STJ, sobre as
figuras da lei atual, tem sentido contrário:
O juiz não pode decretar a extinção da medida de segurança pelo mero decurso do
prazo, sem a realização do exame de cessação de periculosidade, mesmo se computado
o período de prisão provisória para fins de detração.
Comentários
Realmente, a extinção da punibilidade, de acordo com o Código Penal, ocorre após a realização
de exame de cessação de periculosidade. Apesar de não haver a previsão na lei, hoje os tribunais
superiores entendem que há limite para a duração da medida de segurança. Deste modo, a sua
74
222
extinção pode ser de forma “automática”, quando encerrado o prazo máximo. A questão é que o
STF e o STJ entendem que o limite de duração de referida sanção penal, conforme resumo no
quadro abaixo:
Comentários
75
222
É inadmissível a continuidade delitiva entre furto e roubo, eis que se trata de crimes de
espécies distintas.
Comentários
A continuidade delitiva, por expressa previsão no caput do artigo 71 do CP, só pode ocorrer entre
crimes da mesma espécie. O STJ vem entendendo que crimes da mesma espécie são aqueles
previstos no mesmo dispositivo legal e que tutelem os mesmos bens jurídicos. É possível entre as
modalidades tentada, consumada, simples, majorada e qualificada do mesmo delito, desde que
presentes os pressupostos mencionados. É o que diz o precedente seguinte, selecionado por seu
teor didático:
“9. No caso dos crimes de roubo majorado e latrocínio, sequer é necessário avaliar
o requisito subjetivo supracitado ou o lapso temporal entre os crimes, como fizeram
as instâncias ordinárias, porquanto não há adimplemento do requisito objetivo da
pluralidade de crimes da mesma espécie. São assim considerados aqueles crimes
tipificados no mesmo dispositivo legal, consumados ou tentada, na forma simples,
privilegiada ou tentada, e além disso, devem tutelar os mesmos bens jurídicos, tendo,
pois, a mesma estrutura jurídica. Perceba que o roubo tutela o patrimônio e a
integridade física (violência) ou o patrimônio e a liberdade individual (grave ameaça);
por outro lado, o latrocínio, o patrimônio e a vida.”
Comentários
76
222
de cumprimento de pena, de acordo com a atual redação do Código de Processo Penal. A
discussão que surge daí é a possibilidade de utilização da pena remanescente, após a realização
da detração, para fins de estabelecimento do prazo da prescrição da pretensão executória. A
jurisprudência do STJ firmou-se no sentido contrário a essa possibilidade:
(STJ, HC 400704/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, DJe
31/08/2017).
Caracteriza o crime do artigo 304 do Código Penal a mera exibição do documento hábil
a enganar, ainda que o autor não obtenha o resultado lesivo, eis que se trata de crime
formal.
Comentários
O crime de uso de documento falso realmente tem sido compreendido como formal,
independendo de resultado naturalístico para a sua consumação. No mesmo sentido da tese,
segue a jurisprudência do STJ:
77
222
116 - TESE 244
Comentários
O advogado que, por força de convênio celebrado com o Poder Público, atua de forma
remunerada em defesa dos beneficiários da Justiça Gratuita, enquadra-se no conceito
de funcionário público para fins penais.
Comentários
78
222
O conceito de funcionário público para fins penais, dado pelo artigo 327 do Código Penal, é
bastante amplo. Deste modo, abrange o advogado que é nomeado para atuação em prol de um
beneficiário da gratuidade da justiça, como já decidiu o STJ:
“(...) O advogado que, por força de convênio celebrado com o Poder Público, atua de
forma remunerada em defesa dos agraciados com o benefício da Justiça Pública,
enquadra-se no conceito de funcionário público para fins penais.(Precedente) Recurso
desprovido. (...)”
STJ, RHC 17321/SP, Rel. Min. Felix Fischer, Quinta Turma, DJ 22/08/2005.
Comentários
STJ, AgRg no HC 387874/MS, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, 6ª T, DJe 10/08/17
79
222
CRIME CONTINUADO - RECEPTAÇÃO E ADULTERAÇÃO DE SINAL IDENTIFICADOR
DE VEÍCULO AUTOMOTOR - INADMISSIBILIDADE
Comentários
Cuida-se de assunto já discutido em teses anteriores, sobre o tema do requisito de os crimes serem
da mesma espécie para a configuração da continuidade delitiva. Segue, por pertinente, o já citado
precedente que bem explicita o entendimento atual do STJ a respeito do tema, no mesmo sentido
da tese do MPSP:
“9. No caso dos crimes de roubo majorado e latrocínio, sequer é necessário avaliar
o requisito subjetivo supracitado ou o lapso temporal entre os crimes, como fizeram
as instâncias ordinárias, porquanto não há adimplemento do requisito objetivo da
pluralidade de crimes da mesma espécie. São assim considerados aqueles crimes
tipificados no mesmo dispositivo legal, consumados ou tentada, na forma simples,
privilegiada ou tentada, e além disso, devem tutelar os mesmos bens jurídicos, tendo,
pois, a mesma estrutura jurídica. Perceba que o roubo tutela o patrimônio e a
integridade física (violência) ou o patrimônio e a liberdade individual (grave ameaça);
por outro lado, o latrocínio, o patrimônio e a vida.”
Comentários
A tese se coaduna com a própria previsão legal, do artigo 180, § 2º, do CP, que equipara à
atividade comercial qualquer forma de comércio, ainda que irregular ou clandestino. Deste modo,
fica bem clara que a atividade de mecânico está albergada pela norma:
80
222
Receptação qualificada
Comentários
Ainda que haja vozes que defendem a inconstitucionalidade do RDD, não há tal posicionamento
entre os Tribunais Superiores. Deste modo, pode-se dizer que é o atual entendimento prevalente
na doutrina e na jurisprudência.
Comentários
81
222
A mesma duração da pena privativa de liberdade e da pena restritiva de direitos que a substitui
está no artigo 55 do CP:
Art. 55. As penas restritivas de direitos referidas nos incisos III, IV, V e VI do art. 43 terão
a mesma duração da pena privativa de liberdade substituída, ressalvado o disposto no
§ 4o do art. 46.
Dentre das penas com a mesma duração, há expressão menção à prevista no artigo 43, IV, do CP,
que é justamente a de prestação de serviços à comunidade:
(...)
Por fim, o artigo 46 do CP, em seu parágrafo quarto, possibilita o seu cumprimento em menor
período, desde que a pena de prestação de serviços à comunidade seja superior a um ano e o
cumprimento não se dê em tempo inferior à metade da pena privativa de liberdade substituída:
(...)
O uso de droga ou outra substância análoga pelo agente para reduzir a vítima à
incapacidade de resistência e, assim, viabilizar a prática da subtração, caracteriza o
delito de roubo.
82
222
Comentários
O chamado roubo próprio é o previsto no caput do artigo 157 do CP. Há três formas de cometê-
lo, com o emprego de um dos seguintes meios:
_Violência: vis absoluta.
_Grave ameaça: vis relativa.
_Outro meio de reduzir a vítima à incapacidade de resistência: sonífero, drogas, etc.
Como visto pela exemplificação acima, o uso de droga se enquadra em meio de reduzir à vítima
à incapacidade de resistência. Configura, portanto, o crime de roubo.
Nos termos do artigo 83, V, do Código Penal, o juiz não poderá conceder livramento
condicional ao reincidente específico em crimes hediondos ou equiparados, ainda que
sejam de espécies distintas.
Comentários
(...)
V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime
hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de
pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa
natureza.
Entretanto, cabe dizer que o assunto é polêmico, em razão dos requisitos de cumprimento de
lapso temporal na lei comportarem uma abertura interpretativa. Vejamos um quadro com o
resumo dos lapsos temporais exigidos:
83
222
A lei não esclarece qual o critério para que se considere um agente reincidente específico. É
possível defende que alguém que cometeu o crime de tráfico e, depois, venha a ser condenado
por estupro seja reincidente específico em crimes hediondos e equiparados. É o que defende o
MPSP.
Entretanto, há entendimento diversos, de que a reincidência específica seja com relação ao mesmo
delito, referente a uma tipificação no mesmo dispositivo. A jurisprudência e a doutrina não
parecem ter pacificado o tema.
O fato de o réu ser motorista profissional não o isenta de sofrer a imposição da pena
de suspensão da habilitação para dirigir, porque sua cominação decorre de expressa
previsão legal (artigo 302 do Código de Trânsito Brasileiro), que não faz nenhuma
restrição nesse sentido.
Comentários
“(...) Em que pese tenha o denunciado utilizado veículo automotor como instrumento
para a prática do delito, tenho que, na espécie, a medida restritiva não se mostra
84
222
recomendável uma vez que o réu labora como motorista profissional (evento1-
P_Flagrante1, pág. 24 do IPL), necessitando de sua CNH para exercer o seu ofício. (...)”
STJ, AREsp 1422535, Rel. Min. Sebastião Reis Junior, Publicação: 26/03/2019.
Comentários
“(...) I - Após longo cotejo dos elementos de prova produzidos no curso processo, o
magistrado sentenciante fundamentou corretamente seu convencimento sobre a
autoria e materialidade do delito, mormente acerca das lesões das vítimas. Ademais,
a alegação da paciente da inexistência de laudo que indique a gravidade das lesões,
não tem o supedâneo de macular o processo, uma vez que a imputação de
tentativa de latrocínio não depende da gravidade lesão, mas apenas do animus
necandi do autor, que pode ser extraído dos elementos colacionados nos autos.
Precedentes. (...)”
STJ, AgRg no HC 404209/SP, Rel. Min. Felix Fischer, Quinta Turma, DJe 21/02/2018
85
222
Comentários
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio,
cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:
Além disso, há o crime do artigo 218-C do CP, expressamente subsidiário, que se configura, por
exemplo, quando a cena for de apologia ao estupro de vulnerável (sem que haja efetivamente um
menor de idade em cena pornográfica ou de sexo explícito):
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Comentários
86
222
“(...) VI - Na espécie, sequer seria o caso de aplicação da minorante prevista no §
4º do art. 33 da Lei 11.34306, uma vez que o paciente foi condenado pelo crime
de associação para tráfico, não preenchendo, portanto, os requisitos legais para
a concessão da benesse.(...)”
O réu condenado por tráfico de entorpecentes não faz jus ao benefício previsto no
artigo 33, § 4º, da Lei nº 11.343/06, quando também condenado por associação para o
fim de praticar tal conduta.
Comentários
Este é o atual entendimento do STJ, que não reconhece o privilégio do artigo 33, § 4º, da Lei
11.343/06, no caso de o agente ter cometido os delitos de tráfico e de associação para tráfico de
drogas:
STJ, AgRg no AREsp 1367220/SC, Rel. Min. Ribeiro Dantas, 5ªT, DJe 01/05/2019
87
222
CONCURSO FORMAL DE CRIMES - REQUISITOS: UNIDADE DE CONDUTA E
PLURALIDADE DE RESULTADOS
Comentários
STJ, HC 439037/RJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Quinta Turma, DJe 10/12/2018
A reparação do dano por ato voluntário do agente não tem o condão de obstar a
propositura da ação penal.
Comentários
No caso de furto, crime patrimonial cometido sem violência ou grave ameaça, a reparação do ano,
antes do recebimento da denúncia ou queixa, configura o chamado arrependimento posterior,
uma causa de diminuição de pena. Entretanto, isso não afasta a ocorrência do delito. É o que
decidiu recentemente o STJ em caso de furto de energia elétrica, no sentido de que a reparação
do dano não obsta a ação penal:
“(...) 6. Nos crimes patrimoniais existe previsão legal específica de causa de diminuição
da pena para os casos de pagamento da "dívida" antes do recebimento da denúncia.
88
222
Em tais hipóteses, o Código Penal - CP, em seu art. 16, prevê o instituto do
arrependimento posterior, que em nada afeta a pretensão punitiva, apenas constitui
causa de diminuição da pena. (...)”
STJ, RHC 101299/RS, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, 3ª Seção, DJe 04/04/2019.
A arma de fogo de uso permitido com numeração raspada se equipara, por força do
art. 16, § único, do Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826/2003), a arma de uso
proibido ou restrito.
Comentários
O crime de porte ou ilegal de arma de fogo uso restrito já traz uma modalidade, no parágrafo
único, inciso IV, do Estatuto do Desarmamento, que engloba a arma de fogo com numeração,
arma ou qualquer outro sinal de identificação raspado. A tese, portanto, é uma interpretação que
parte da literalidade da Lei 10.826/03:
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar,
ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda
ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido ou restrito, sem
autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
(...)
De todo modo, verifica-se que a jurisprudência do STJ está de acordo com a tese acima:
89
222
“(...) 1. O que importa para a caracterização do delito descrito no art. 16, parágrafo
único, IV, da Lei n. 10.826/2003 é o porte de arma de fogo com numeração raspada,
independentemente de ser arma de uso restrito ou proibido, pois constitui espécie de
crime autônomo, não vinculado à restrição feita no caput. (...)”
STJ, REsp 1105890/RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, DJe 30/11/2012
Comentários
Pratica o crime do artigo 304 do Código Penal aquele que, instado por agente da
autoridade policial a se identificar, exibe documento de identidade falso, não se
podendo falar em direito de defesa.
90
222
Comentários
O entendimento jurisprudencial é que, com efeito, o direito de ampla defesa não torna atípica a
conduta de o agente usar documento falso, buscando se eximir de cumprimento de um mandado
de prisão, por exemplo:
Comentários
O STJ firmou posição de modo diferente, entendendo que a prescrição em relação aos crimes de
responsabilidade praticados por prefeitos também abrange de inabilitação para o cargo ou
exercício de função pública:
STJ, AgRg no REsp 1698367/PB, Rel. Min. Jorge Mussi, 5ª T, DJe 28/05/2018
91
222
135 - TESE 275
Comentários
A própria legislação exige que, para que haja o chamado arrependimento posterior, com a
consequente diminuição de pena, deve haver a reparação integral do dano ou a restituição total
da coisa. Deste modo, a reparação parcial ou mesmo a restituição em parte não são aptas a
ensejarem a aplicação da minorante. O STJ não entende de modo diverso:
A subtração de pulso telefônico é típica, à luz do disposto no art. 155, § 3º, do Código
Penal.
Comentários
92
222
O STJ também entende que o pulso telefônico configura res furtiva, ou seja, pode ser objeto
material do crime de furto, especialmente em razão do que prevê o artigo 155, § 3º, do CP:
“(...) 3. A conduta perpetrada pelo Paciente - que furtou, em tese, pulsos telefônicos
avaliados em R$ 119,74 (cento e dezenove reais e setenta e quatro centavos), da
empresa TELEMAR, não se insere na concepção doutrinária e jurisprudencial de crime
de bagatela. (...)”
(STJ, HC 128356/MG, Rel. Min. Laurita Vaz, Quinta Turma, DJe 09/09/2011).
Comentários
A própria legislação já é bastante clara, pois o artigo 180, § 2º, que já diz que qualquer forma de
comércio irregular ou clandestino já se equipara à atividade comercial para fins de configuração
da receptação qualificada. De modo, o STJ possui jurisprudência com a mesma ilação presente na
tese, não exigindo comércio aberto para a configuração de referida modalidade qualificada:
“(...) 3. A figura do § 1º do artigo 180 do Código Penal foi introduzida para punir
mais severamente os proprietários de "desmanches" de carros, exigindo-se ainda o
exercício de atividade comercial ou industrial, devendo ser lembrado que o § 2º
equipara à atividade comercial, para efeito de configuração da receptação
qualificada, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o
exercido em residência, abrangendo, com isso, o "desmanche" ou "ferro-velho"
caseiro, sem aparência de comércio legalizado. 4. A atividade comercial ou industrial
contida no tipo deve estar relacionada ao objeto da receptação.”
(STJ, REsp 1743514/RS, Rel. Min. Jorge Mussi, Quinta Turma, DJe 22/08/2018).
93
222
138 - TESE 281
Comentários
O emprego de grave ameaça é justamente um dos elementos que diferencia o crime do roubo e
o de furto. De todo modo, o precedente a seguir, do STJ, expressamente dita que a ameaça apta
a configurar aquele crime patrimonial envolve a realizada de modo velado:
(STJ, REsp 1294312/SE, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, 6ª T, DJe 17/11/2016
Os crimes de porte ilegal de arma de fogo e resistência são autônomos, não admitindo,
pois, a aplicação do princípio da consunção para a absorção do primeiro pelo segundo.
Comentários
Há precedente do STJ em que se manteve a condenação por ambos os crimes, não se admitindo
a absorção de um pelo outro:
94
222
concurso material, praticados mediante o porte ilegal de arma de fogo, durante
perseguição policial, efetuou 2 disparos em condomínio de prédios, invadiu um
apartamento residencial, lá permanecendo com 4 vítimas, segundo elas não as
ameaçando ou constrangendo suas liberdades, entretanto após meia hora, saiu e
acabou sendo surpreendido pelos milicianos que permaneciam aguardando do lado de
fora, circunstâncias que denotam o grau de periculosidade do agente.”
STJ, HC 320959/SP, Rel. Min. Felix Fischer, Quinta Turma, DJe 17/09/2015
Comentários
A deixar o tema pacificado, há o enunciado 567 da Súmula do STJ, bastante simples e direto:
95
222
O uso de cheque furtado e falsificado para obtenção de ilícita vantagem patrimonial,
em prejuízo alheio, caracteriza o crime de estelionato.
Comentários
O STJ tem decidido, na linha da tese acima, de que ocorre o crime de estelionato no caso de uso
de cheque furtado e qualificado como meio de obtenção de vantagem patrimonial, em prejuízo
alheio:
“(...) 1. Hipótese na qual o recorrido foi denunciado pela prática, em tese, do delito de
estelionato, em sua modalidade fundamental, por ter supostamente obtido vantagem
ilícita em prejuízo de estabelecimento comercial, ao pagar as despesas efetuadas com
cheques furtados, falsificando a assinatura do correntista. (...)”
STJ, REsp 923197/RS, Rel. Des. Conv. Jane Silva, Quinta Turma, DJe 03/12/2007
Comentários
Como já tratado acima, o roubo próprio pode se configurar com o emprego de violência, grave
ameaça ou outro meio que reduza a vítima à incapacidade de resistência. O arrebatamento de
coisa que está presa no corpo da vítima é uma forma de violência, como tem prevalecido no
âmbito do Superior Tribunal de Justiça, vejamos:
96
222
STJ, HC 372085/SC, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, 5ªT, DJe 27/10/2016
Comentários
“9. No caso dos crimes de roubo majorado e latrocínio, sequer é necessário avaliar
o requisito subjetivo supracitado ou o lapso temporal entre os crimes, como fizeram
as instâncias ordinárias, porquanto não há adimplemento do requisito objetivo da
pluralidade de crimes da mesma espécie. São assim considerados aqueles crimes
tipificados no mesmo dispositivo legal, consumados ou tentada, na forma simples,
privilegiada ou tentada, e além disso, devem tutelar os mesmos bens jurídicos, tendo,
pois, a mesma estrutura jurídica. Perceba que o roubo tutela o patrimônio e a
integridade física (violência) ou o patrimônio e a liberdade individual (grave ameaça);
por outro lado, o latrocínio, o patrimônio e a vida.”
97
222
“Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente
a subtração de bens da vítima”.
Comentários
Como mencionado acima, a tese esposa o que está consolidado na Súmula 610 do STF:
Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente
a subtração de bens da vítima.
Se a causa de aumento de pena, prevista no §1º do art. 159 do Código Penal, é aplicada
porque o delito teve duração superior a 24 horas, e não por ter sido cometido por
quadrilha, nada impede a condenação, também, por este último delito, não se
caracterizando, assim, o “bis in idem”.
Comentários
Realmente não há bis in idem entre a majorante pela duração do sequestro com o crime de
associação criminosa (antigo delito de quadrilha ou bando):
Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer
vantagem, como condição ou preço do resgate:
98
222
146 - TESE 290
Comentários
O STJ possui entendimento sumulado no mesmo sentido da tese do Ministério Público de São
Paulo, inadmitindo a configuração do chamado crime de bagatela nos casos de delitos contra a
Administração Pública. É o teor do enunciado 599 da sua Súmula:
Cumpre ressalvar, todavia, que referida Corte Superior de Justiça tem aplicado o princípio da
insignificância, que afasta a tipicidade material, no caso do descaminho, que é um crime contra a
Administração Pública.
Nos termos do art. 75, § 2º, do Código Penal, sobrevindo condenação por crime
praticado posteriormente ao início da execução, procede-se a nova unificação,
desprezando-se o período de pena já cumprido.
Comentários
A tese faz uma interpretação bem literal do texto normativo, o que prevalece na doutrina e na
jurisprudência:
99
222
Art. 75 - O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser
superior a 30 (trinta) anos.
§ 1º - Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja soma seja
superior a 30 (trinta) anos, devem elas ser unificadas para atender ao limite máximo
deste artigo.
Comentários
Comentários
100
222
É exatamente o que prevê o artigo 181, § 1º, e, da Lei de Execução Penal, o que dispensa maiores
divagações:
Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida em privativa de liberdade nas
hipóteses e na forma do artigo 45 e seus incisos do Código Penal.
(...)
e) sofrer condenação por outro crime à pena privativa de liberdade, cuja execução não
tenha sido suspensa.
Pratica o crime do artigo 304 do Código Penal aquele que, instado por agente de
trânsito a comprovar habilitação, exibe CNH falsa, não se caracterizando hipótese de
crime impossível, mesmo que haja dúvida sobre a falsidade.
Comentários
STJ, HC 417383/SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, 6ª Turma, DJe 19/12/2017
O MPSP defende que a dúvida quanto à falsidade não impede a configuração do delito de uso de
documento falso. O STJ, por sua vez, diz que, no caso de ser grosseira a falsificação, a ponto de
não ser capaz de enganar, não haverá crime.
101
222
151 - TESE 299
Comentários
O STJ possui diversos julgados reconhecendo o furto de documentos, sem sequer fazer menção,
na ementa, à res furtiva. De todo modo, no seguinte precedente é possível verificar que se
enumera, dentre as coisas furtadas, os documentos pessoais da vítima:
“(...) 4. Na hipótese dos autos, além de não se revelar reduzido o valor da res furtiva
(documentos pessoais da vítima e R$ 246,00 em espécie), não se pode afirmar ser
mínima a ofensividade a conduta perpetrada pelo paciente, tampouco reduzido o grau
de reprovabilidade do comportamento do agente que, reincidente específico, insiste
em investir contra o patrimônio alheio. (...)”
Pratica o crime do artigo 304 do Código Penal aquele que, instado por agente da
autoridade policial a se identificar, exibe cédula de identidade falsa.
Comentários
102
222
“(...) AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. USO DE DOCUMENTO
FALSO. ABSOLVIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. PENA-BASE, CONFISSÃO
ESPONTÂNEA E REGIME PRISIONAL. SUM. 284/STF.
I - É copiosa a jurisprudência que entende que "O delito previsto no art. 304 do
Código Penal consuma-se mesmo quando a carteira de habilitação falsificada é exibida
ao policial por exigência deste, e não por iniciativa do agente". (...)”
STJ, AgRg no AREsp 1758686/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, 5ª T, DJe
03/10/2018.
Constitui crime a prática de qualquer das condutas previstas no artigo 243, do Estatuto
da Criança e do Adolescente, tendo como objeto material a denominada cola de
sapateiro, eis que tem como componente o tolueno
Comentários
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuitamente, de
qualquer forma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa,
outros produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica:
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime
mais grave.
A norma acima criminaliza a realização de um dos núcleos do tipo (vender ou servir, por exemplo)
em relação a produtos que possam causar dependência física ou psíquica. Não há exigência de
que seja uma substância ilícita. Disto, podemos extrair que a cola de sapateiro, dada a sua
potencialidade de causar dependência, é uma substância que se amolda do tipo do artigo 243 do
ECA. Podemos perceber tal entendimento no seguinte acórdão do STJ, que trata do fornecimento
de cigarro a uma criança:
103
222
“(...) 2. O cigarro, embora lícito, possui, sabidamente, substância que causa
dependência, qual seja, a nicotina, circunstância essa reconhecida de forma expressa
pelo inciso VII do § 2.º do art. 3.ºC da Lei n.º 9.294/1995, sendo notório os malefícios
que causa à saúde de seus usuários. Portanto, a conduta de fornecê-lo à criança ou
adolescente adequa-se perfeitamente na descrição típica do art. 243 do ECA. (...)”
STJ, REsp 1359455/MT, Rel. Min. Laurita Vaz, Quinta Turma, DJe 22/08/2014
É admissível a forma tentada do crime de homicídio cometido com dolo eventual, dado
que perfeitamente equiparado ao dolo direto.
Comentários
STJ, AgRg nos EDcl no REsp 1711927/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, DJe
15/08/2018.
Comentários
104
222
A substituição da fotografia original do documento é uma forma de cometer o crime de falsificação
de documento público, como explicita o STJ no seguinte precedente, que está em acordo com a
tese acima transcrita:
“(...) 4. Na espécie, embora a defesa alegue que o primeiro ato de falsificação teria
ocorrido em 25.1.1993, não há, quer na denúncia, quer na sentença condenatória,
qualquer informação nesse sentido, sendo certo que o simples fato de um dos
passaportes apreendidos ter como data de emissão o mencionado dia não é suficiente
para que se conclua que nele teria ocorrido a respectiva falsificação, que neste
documento específico teria consistido na substituição da fotografia original (...)”
STJ, HC 319477/MG, Rel. Des. Conv. Leopoldo de Arruda Raposo, Quinta Turma, DJe
15/09/2015.
Comentários
O STJ também entendeu que o Código de Trânsito Brasileiro não revogou o artigo 311 do CP:
“(...) II - O crime previsto no art. 311 do Código Penal (Adulteração de sinal identificador
de veículo automotor) não foi revogado com o advento do Código de Trânsito. (...)”
STJ, REsp 1133697/SP, Rel. Min. Felix Fischer, Quinta Turma, DJe 05/04/2010
105
222
DROGAS – TRÁFICO – CONDENADO BENEFICIADO PELO §4º DO ART. 33 DA LEI Nº
11.343/06 – CONCESSÃO DE “SURSIS” – INADMISSIBILIDADE – VEDAÇÃO EXPRESSA
DO ARTIGO 44 DA LEI
Comentários
O STF tem precedente em sentido contrário, admitindo a suspensão condicional da pena no caso
de tráfico:
STF, HC 119783/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, Primeira Turma, Julg. 10/11/2015.
STJ, HC 197657/MG, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Sexta Turma, DJe 15/02/2016.
Comentários
106
222
Com relação ao princípio da Insignificância ou Bagatela, o STF tem exigido os seguintes requisitos
para sua incidência (os quais podem ser memorizados pelo acróstico MIRA:
Referidos parâmetros podem ser encontrados no HC 116.242, Primeira Turma, Dje 17/09/2013).
A reincidência tem sido enfrentada de forma casuística, não impedindo, por si só, a atipicidade
material da conduta, na linha do que tem julgado a Suprema Corte.
Quanto ao roubo, o emprego de violência, por exemplo, já afasta o crime de bagatela, já que há
periculosidade social da ação e a própria ofensividade da conduta. De todo modo, segue julgado
do STJ rechaçando a aplicação do referido princípio ao crime de roubo:
STJ, AgRg no AREsp 1257976/DF, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Quinta Turma, DJe
14/12/2018.
O crime de porte ilegal de munição para arma de fogo é de perigo abstrato, afigurando-
se, pois, irrelevante a não apreensão de arma de fogo para o reconhecimento da
tipicidade da conduta.
Comentários
107
222
O STJ tem entendido, assim como o MPSP, que o crime de porte ilegal de arma de fogo é de
perigo abstrato. Por conseguinte, também não tem exigido, em seus julgados, que haja a
realização de perícia na arma de fogo para a comprovação da materialidade do crime:
“(...) 1. O crime de porte ilegal de arma de fogo é de perigo abstrato, portanto são
prescindíveis, para o reconhecimento da materialidade delitiva, a realização de perícia
para atestar a potencialidade lesiva do artefato ou a constatação de seu efetivo
municiamento. (...)”
STJ, AgRg no AREsp 1262717/DF, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, Sexta Turma, DJe
16/11/2018.
Para tipificação do delito de casa de prostituição (artigo 229 do Código Penal) não há
necessidade de a prostituta residir no local.
Comentários
Realmente o artigo 229, do Código Penal, não exige a residência dos explorados sexualmente no
local:
Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra
exploração sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou
gerente:
Vale mencionar, ainda, que também não há jurisprudência exigindo que haja a residência dos
explorados.
108
222
CRIMES CONTRA OS COSTUMES – ESTUPRO – TENTATIVA – POSSIBILIDADE
Comentários
Realmente, o fato de o agente buscar constranger a vítima à prática de conjunção carnal, não
conseguindo seu intento por circunstâncias alheias à sua vontade, configura o crime de estupro
na modalidade tentativa. O delito de estupro é plurissubsistente, admitindo a modalidade tentada:
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção
carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:
O crime de receptação qualificada (artigo 180, § 1º, do Código Penal) pode ser
praticado tanto com dolo direto quanto com dolo eventual.
Comentários
“(...) 1. Embora seja certo que o delito do § 1º do art. 180 do Código Penal traga como
elemento constitutivo do tipo o dolo eventual, a pena mais severa cominada à forma
qualificada da receptação tem sua razão de ser na maior gravidade e reprovabilidade
da conduta praticada no exercício da atividade comercial ou industrial, cuja lesão
exponencial resvala num número indeterminado de consumidores. (...)”
STJ, HC 189297/BA, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, DJe 29/06/12
109
222
163 - TESE 319
O ato infracional não pode ser considerado para fins de reincidência ou maus
antecedentes, mas se presta a demonstrar a personalidade do acusado, voltada para o
cometimento de delitos
Comentários:
A Quinta Turma do STJ possui o mesmo entendimento. Apesar de não se admitir a consideração
do ato infracional para fins de reincidência ou maus antecedentes, é admissível que referido
elemento seja considerado para fins de consideração da personalidade do agente:
“(...) 3. A prática de ato infracional, embora não possa ser utilizada para fins de
reincidência ou maus antecedentes, por não ser considerada crime, pode ser sopesada
na análise da personalidade do paciente, reforçando os elementos já suficientes dos
autos que o apontam como pessoa perigosa e cuja segregação é necessária. (...)”
STJ, RHC 107516/PI, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, DJe
20/02/2019.
De outro lado, a Sexta Turma não tem admitido a consideração dos atos infracionais praticados
pelo agente como fundamento hábil a elevar a pena-base:
STJ, HC 465647/RS, Rel. Min. Laurita Vaz, Sexta Turma, DJe 08/11/2018.
110
222
164 - TESE 320
O concubino da mãe da vítima é considerado padrasto para fins do artigo 226, II, do
Código Penal.
Comentários
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou
qualificam o crime:
(...)
111
222
SONEGAÇÃO FISCAL – DÉBITO TRIBUTÁRIO ESTADUAL – INCLUSÃO NO REGIME
DE PARCELAMENTO APÓS A EDIÇÃO DA LEI Nº 10.684/03 – EXTINÇÃO DA
PUNIBILIDADE
Comentários
STJ, AgRg no REsp 1409921/RS, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma,
DJe 29/03/2017.
Comentários
112
222
disciplinar de natureza grave.“ (HC 300337, Rel. Ministro ERICSON MARANHO,
Desembargador convocado do TJ/SP, SEXTA TURMA, DJe 30/06/15). (...)”
STJ, AgRg no REsp 1708448/RJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Quinta Turma, DJe
15/06/2018
O preceito contido no artigo 15, inciso III, da Constituição Federal, é auto-aplicável, não
exigindo qualquer complementação ou justificativa, encontrando seu fundamento no
próprio Texto Maior.
Comentários
STF, AP 470/MG, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Tribunal Pleno, Julg. 17/12/2012.
A má-fé da vítima não afasta a caracterização do crime definido no artigo 171 do Código
Penal.
Comentários
113
222
“(...) Eventual torpeza da vítima ao adquirir o bem por preço supostamente inferior ao
mercado não tem o condão de derruir a tipicidade material do delito de estelionato.
Como sabido, não se compensa culpas no Direito Penal. (...)”
STJ, AREsp 1378876, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Publicação: 21/11/2018.
A nova redação dada aos dispositivos legais pela Medida Provisória nº 417, convertida
na Lei nº 11.706/2008, prorrogou até o dia 31 de dezembro de 2008 apenas o prazo
para a regularização de armas de fogo de uso permitido, não contemplando as armas
de uso proibido ou restrito.
Comentários
“(...) I - "[é] atípica a posse de arma de fogo, acessórios e munição, seja de uso
permitido ou de uso restrito, incidindo a chamada abolitio criminis temporária nas
duas hipóteses, se praticada no período compreendido entre 23 de dezembro de
2003 a 23 de outubro de 2005. Este termo final foi prorrogado até 31 de dezembro
de 2008 somente para os possuidores de armamentos de uso permitido (artigo 12),
nos termos da Medida Provisória 417 de 31 de janeiro de 2008, que estabeleceu
nova redação aos artigos 30 a 32 da Lei 10.826/2003, não mais albergando o delito
previsto no artigo 16 do Estatuto – posse de arma de fogo, acessórios e munição de
uso proibido ou restrito. Com a publicação da Lei 11.922, de 13 de abril de 2009, o
prazo previsto no artigo 30 do Estatuto do Desarmamento foi prorrogado para 31
de dezembro de 2009 no que se refere exclusivamente à posse de arma de uso
permitido" (HC n. 346.077/SP, Quinta Turma, Rel. Min. Jorge Mussi, DJe de 25/5/2016
- grifei).”
STJ, AgInt no AREsp 1127872/SP, Rel. Min. Felix Fischer, 5ª Turma, DJe 21/05/2018
114
222
ARMA – ARTIGO 14 DA LEI Nº 10.826/03 – AQUISIÇÃO – COAUTORIA –
ADMISSIBILIDADE
Comentários
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder,
ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar
arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em
desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando a arma de
fogo estiver registrada em nome do agente.
Considera-se consumado o crime de roubo previsto no artigo 157, § 3º, primeira parte,
do Código Penal quando há lesão corporal grave, ainda que a subtração tenha sido
tentada.
Comentários
“(...) 1. O tipo penal concernente ao roubo qualificado pelo resultado lesão corporal
grave (CP, art. 157, § 3º, primeira parte) realiza-se em todos os seus elementos
estruturais ("essentialia delitcti"), dando ensejo ao reconhecimento da consumação
desse delito, sempre que o agente, procedendo com a intenção de executar a
subtração patrimonial (embora frustrada em sua efetivação), comete violência física de
que resultem lesões corporais de natureza grave (HC n. 71.069, Ministro Celso de
Mello). (...)”
STJ, REsp 1582657/MG, Rel. Min. Sebastião Reis Jr, 6ª Turma, DJe 13/06/2016
115
222
172 - TESE 330
Comentários
STJ, ProAfR no REsp 1753512/PR, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Terceira Seção, DJe
11/03/2019.
A posse de aparelho de telefone celular sem chip caracteriza a falta grave prevista no
artigo 50, inciso VII, da Lei de Execuções Penais.
Comentários
116
222
STJ, AgRg no REsp 1708448/RJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Quinta Turma, DJe
15/06/2018
Comentários
Comentários
117
222
STF, RE 971959 RG/RS, Rel. Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, Julgamento: 05/08/2016.
O artigo 41 da Lei 11.340/06 (Lei Maria da Penha) afastou a incidência da Lei 9.099/95
quanto aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher,
independentemente da pena prevista, o que acarreta a impossibilidade de aplicação
dos institutos despenalizadores nela previstos, como a suspensão condicional do
processo.
Comentários
STF, ADC 19/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, Tribunal Pleno, Julg. 09/02/2012.
Comentários
118
222
“(...) 1. A jurisprudência desta Corte Superior de Justiça é no sentido de que, por se
tratar de nulidade relativa, é alcançada pela preclusão a alegação formulada após a
prolação de sentença condenatória, em que se aponta a falta de oferta de suspensão
condicional do processo (AgRg nos EDcl no REsp 1611709/SC, Rel. Ministro FELIX
FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 04/10/2016, DJe 26/10/2016).(...)”
STJ, AgRg no REsp 1758189/SC, Rel. Min. Reynaldo Soares de Fonseca, Quinta Turma,
DJe 31/10/2018.
O delito previsto no artigo 1º da Lei nº 2.252/54 (atual artigo 244-B do E.C.A. – Lei nº
8.069/90), por ser formal, prescinde da efetiva prova da corrupção do menor, ainda que
este possua antecedentes, vez que o dispositivo legal objetiva também impedir sua
permanência na criminalidade.
Comentários
Comentários
119
222
“(...) A jurisprudência desta Corte Superior não admite a detração penal entre a prisão
cautelar com a prestação de serviços à comunidade. (...)”
STJ, AgRg no AREsp 778405/RS, Rel. Des. Conv. Ericson Maranhão, Sexta Turma, DJe
05/04/2016.
Comentários
“9. No caso dos crimes de roubo majorado e latrocínio, sequer é necessário avaliar
o requisito subjetivo supracitado ou o lapso temporal entre os crimes, como fizeram
as instâncias ordinárias, porquanto não há adimplemento do requisito objetivo da
pluralidade de crimes da mesma espécie. São assim considerados aqueles crimes
tipificados no mesmo dispositivo legal, consumados ou tentada, na forma simples,
privilegiada ou tentada, e além disso, devem tutelar os mesmos bens jurídicos, tendo,
pois, a mesma estrutura jurídica. Perceba que o roubo tutela o patrimônio e a
integridade física (violência) ou o patrimônio e a liberdade individual (grave ameaça);
por outro lado, o latrocínio, o patrimônio e a vida.”
DROGAS – CRIMES PREVISTOS NOS ARTIGOS 33, CAPUT, 33, § 1º, E 34, TODOS DA
LEI Nº 11.343/06 – PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO – INAPLICABILIDADE
120
222
Os delitos tipificados nos artigos 33, § 1º, inciso I, e 34, são autônomos em relação ao
crime do artigo 33, caput, todos da Lei nº 11.343/06.
Comentários
STJ, HC 393597/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, DJe 21/09/2017
A conduta prevista no anterior artigo 214 do Código Penal está definida nos artigos
213 e 217-A do Código Penal, não tendo sido revogada pela Lei nº 12.015/09.
Comentários
STJ, HC 283917/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, DJe 22/03/2017.
121
222
183 - TESE 343
Comentários
Corrupção ativa
122
222
Para fins de tipificação do crime de porte ilegal de arma de fogo, o caminhão não pode
ser considerado extensão de residência ou local de trabalho, mas apenas mero
instrumento de trabalho.
Comentários
“(...) 3. A conduta prevista no art. 12 da Lei n. 10.826/2003 exige que o agente possua
arma de fogo no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda, no seu
local de trabalho. A jurisprudência desta Corte Superior possui o entendimento de que
o caminhão não pode ser considerado extensão de sua residência, ainda que seja
instrumento de trabalho. (...)”
STJ, AgRg no REsp 1408940/SC, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, Sexta Turma, DJe
18/08/2015.
Comentários
“(...) 2. Esta Corte tem posicionamento firme de que é possível a aferição da quantidade
e da natureza da substância entorpecente, concomitantemente, na primeira etapa da
dosimetria, para exasperar a pena-base e, na terceira, para justificar o afastamento da
causa especial de diminuição do art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006 - quando
evidenciado o envolvimento habitual do agente no comércio ilícito de entorpecentes -
sendo tal hipótese distinta da julgada, em repercussão geral, pela Suprema Corte no
ARE 666.334/AM. (...)”
123
222
186 - TESE 349
Nos termos do artigo 127 da Lei de Execuções Penais, com a redação da Lei nº
12.433/2011, praticada a falta grave, o condenado perderá até 1/3 dos dias remidos,
computando-se, inclusive, aqueles já reconhecidos por decisão judicial.
Comentários
STJ, REsp 1672643/RS, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, 6ª T, DJe 09/10/2017.
Comentários
STJ, HC 473200/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, DJe 26/03/2019.
124
222
188 - TESE 353
Comentários
“(...) - Inexiste bis in idem em razão da condenação concomitante pelos delitos de roubo
majorado pelo emprego de arma de fogo e concurso de pessoas e de associação
criminosa armada, antigo quadrilha ou bando armado, porquanto os delitos são
independentes entre si e tutelam bens jurídicos distintos. (...)” (STJ, HC 288929/SP, Rel.
Des. Convocado Ericson Maranho, 6ª Turma, DJe 30/04/2015).
Para a incidência da majorante prevista no artigo 40, inciso V, da Lei nº 11.343/06, não
é necessária a efetiva transposição dos estados-membros, bastando que fique
evidenciado que a droga transportada teria como destino localidade de outro estado
da Federação.
Comentários
125
222
190 - TESE 355
Caracteriza o crime do artigo 307 do Código Penal a conduta de quem se atribui falsa
identidade para eximir-se de responsabilidade penal.
Comentários
STF, ARE 870572 AgR/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, 1ª T, Julg. 23/06/2015
Comentários
126
222
“Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de
segurança no interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a
configuração do crime de furto”.
Comentários
“(...) Entrementes, plenamente viável que a condenação por fato anterior à infração
penal em processo de dosimetria, mas com trânsito em julgado superveniente a
ela, seja utilizada como circunstância judicial negativa. (...)”
STJ, HC 443678/PE, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, DJe 26/03/2019
Comentários
127
222
AÇÃO PENAL. AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA. 1. A ação penal nos crimes de
lesão corporal leve cometidos em detrimento da mulher, no âmbito doméstico e
familiar, é pública incondicionada. Precedentes: ADC 19/DF e ADI 4.424/DF. 2. Agravo
regimental a que se nega provimento.”
Comentários
STJ, AgRg nos EDcl no REsp 1756468/SP, Rel. Min. Felix Fischer, Quinta Turma, DJe
03/12/2018.
Comentários
“(...) III - Nessa ordem de ideias e considerando que o crime de falso testemunho é
de natureza formal, consumando-se no momento da afirmação falsa a respeito
128
222
de fato juridicamente relevante, aperfeiçoando-se quando encerrado o depoimento,
a cópia integral dos autos no qual foi constatada a suposta prática criminosa fornece
elementos suficientes para a persecução penal, dispensando, de consequência, a
instauração de qualquer procedimento investigativo prévio, notadamente o inquérito.
(...)”.
STJ, RHC 82027/SC, Rel. Min. Felix Fischer, Quinta Turma, DJe 09/05/2018.
Comentários
129
222
Caracteriza a causa de aumento de pena prevista no inciso I do parágrafo 2º do artigo
157 do Código Penal a conduta do agente que se vale de instrumento contundente
(pedaço de madeira) para superar a resistência da vítima no crime de roubo.
Comentários
Comentários
130
222
STJ, AgRg nos EDcl no AREsp 1386760/SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Quinta Turma,
DJe 16/04/2019.
Comentários
“(...) III. A circunstância de a arma estar municiada com balas de festim não exclui a
tipicidade da conduta, sob o singelo argumento de que não acarretaria lesão a qualquer
bem jurídico, pois, nos termos da jurisprudência desta Turma, entende-se como
suficiente para a configuração do delito previsto no art. 14 da Lei nº 10.826/03, o porte
do armamento sem autorização e em desacordo com determinação legal ou
regulamentar. (...)”
Nos crimes contra o patrimônio com emprego de violência dirigida à supressão da vida,
consumada a subtração e não configurado o evento morte por motivos alheios à
vontade dos agentes, caracteriza-se a forma tentada de latrocínio.
Comentários
131
222
crime-fim alcança a consumação, não ultrapassando, contudo, o crime-meio os limites
da tentativa, precisamente porque no delito não se reúnem todos os elementos da sua
definição legal (Código Penal, artigo 14, inciso I). (...)”
Comentários
A prática de falta grave enseja a regressão de regime prisional, nos termos do artigo
118, inciso I, da Lei de Execução, e o reinício da contagem de cumprimento de pena
para a obtenção de nova progressão.
Comentários
132
222
A prática de falta grave interrompe a contagem do prazo para a progressão de regime
de cumprimento de pena, o qual se reinicia a partir do cometimento dessa infração.
Comentários
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14
(catorze) anos:
(...)
133
222
VIOLAÇÃO DE DIREITO AUTORAL – APLICAÇÃO DO PRECEITO SECUNDÁRIO DO
ARTIGO 12 DA LEI Nº 9.609/98 (PROGRAMA DE COMPUTADOR) AO CRIME DO
ARTIGO 184, § 2º, DO CÓDIGO PENAL – IMPOSSIBILIDADE
Ao condenado pela prática do delito previsto no artigo 184, § 2º, do Código Penal é
incabível a aplicação do preceito secundário previsto no artigo 12, § 2º, da Lei 9.609/98.
Comentários
STJ, REsp 1058870/RJ, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, 5ª T, DJe 03/08/2009.
O bem de pequeno valor a que se refere o parágrafo 2º do artigo 155 do Código Penal
deve ter como limite o salário mínimo vigente à época do fato.
Comentários
“(...) 1. No que se refere à figura do furto privilegiado, o art. 155, § 2º, do Código
Penal, impõe a aplicação do benefício penal na hipótese de adimplemento dos
requisitos legais da primariedade e do pequeno valor do bem furtado, assim
considerado aquele inferior ao salário mínimo ao tempo do fato. Trata-se, em verdade,
de direito subjetivo do réu, não configurando mera faculdade do julgador a sua
concessão, embora o dispositivo legal empregue o verbo "poder". (...)”
STJ, AgRg no AREsp 1377265/DF, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, DJe
19/12/2018.
134
222
206 - TESE 376
O crime de roubo qualificado, previsto no artigo 157, § 3º, primeira parte, do Código
Penal, caracteriza-se quando a lesão corporal de natureza grave se consuma, ainda que
o agente não obtenha a subtração de bens da vítima (Súmula nº 610 do STF).
Comentários
Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente
a subtração de bens da vítima.
Comete o delito previsto no artigo 184, § 2º, do Código Penal o agente que é
surpreendido expondo à venda DVD’s falsificados, não se podendo falar em atipicidade
da conduta em razão de o tipo penal não se referir ao termo videofonograma, uma vez
que se trata de espécie de obra intelectual, sendo esta elementar da figura penal em
exame.
Comentários
135
222
208 - TESE 378
Comentários
“(...) 4. A jurisprudência desta Corte Superior de Justiça está fixada no sentido de que
é de perigo abstrato o delito previsto no art. 306 do Código de Trânsito Brasileiro e de
que, para a tipificação do citado crime, a partir da vigência das Leis n.os 11.705/2008 e
12.760/2012, não há exigência quanto a estar comprovada a modificação da
capacidade motora do agente. (...)”
STJ, RHC 100250/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, Sexta Turma, DJe 23/11/2018.
Comentários
136
222
munição de uso permitido foi estendido o prazo da vacatio para 19 de junho de 2008
e, posteriormente, com a edição da Lei n. 11.922/2009, esse prazo foi novamente
prorrogado para o dia 31/12/2009.
STJ, AgRg nos EDcl no AREsp 1088933/PR, Rel. Min. Sebastião Reis Jr, Sexta Turma,
DJe 22/06/2018.
Comentários
STJ, AgRg no REsp 1482745/SP, Rel. Min. Jorge Mussi, 5ª T, DJe 28/05/2018.
137
222
Nos crimes de violação de direito autoral, atende aos requisitos do artigo 530-D do CPP
a realização de perícia por amostragem.
Comentários
“(...) 1. Recurso Especial processado sob o regime previsto no art. 543-C, § 2º, do CPC,
c/c o art. 3º do CPP, e na Resolução n. 8/2008 do STJ.
STJ, REsp 1456239/MG, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, Terceira Seção, DJe
21/08/2015.
Comentários
STJ, AgRg nos EDcl no REsp 1756468/SP, Rel. Min. Felix Fischer, Quinta Turma, DJe
03/12/2018.
138
222
213 - TESE 383
Comentários
STJ, REsp 1647539/SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Sexta Turma, DJe 01/12/2017.
Comentários
STJ, AgRg no AREsp 1367442/MS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, Dje
14/12/2018
139
222
215 - TESE 386
A menoridade da vítima no crime de corrupção (artigo 244-B da Lei 8.069/90) pode ser
demonstrada pela identificação realizada pela polícia civil por ocasião da lavratura de
boletim de ocorrência ou da oitiva do menor e não apenas pela certidão de nascimento.
Comentários
STJ, AgRg no REsp 1738293/MG, Rel. Min. Sebastião Reis Jr, 6ª T, DJe 04/09/2018.
Comentários
140
222
“(...) 1. A jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal é firme no sentido de que o
instituto da graça, previsto no art. 5.º, inc. XLIII, da Constituição Federal, engloba o
indulto e a comutação da pena, estando a competência privativa do Presidente da
República para a concessão desses benefícios limitada pela vedação estabelecida no
referido dispositivo constitucional. Precedentes. (...)”
STF, HC 115099/SP, Rel. Min. Carmen Lúcia, Segunda Turma, Julg. 19/02/2013
“(...) III - Muito embora a competência para a concessão do indulto seja privativa do
Presidente da República (art. 84, XII, da CF/88), referida atribuição submete-se aos
preceitos legais, não podendo o Decreto concessivo abarcar hipóteses vedadas
pela legislação ordinária. IV - O pedido subsidiário de que seja concedida a
comutação prevista no art. 2º, II, ambos do Decreto Presidencial n. 14.454/2017, não
pode ser acolhido, considerando que o col. Supremo Tribunal Federal consolidou
jurisprudência "no sentido de que o instituto da graça, previsto no art. 5.º, inc.
XLIII, da Constituição Federal, engloba o indulto e a comutação da pena, estando
a competência privativa do Presidente da República para a concessão desses
benefícios limitada pela vedação estabelecida no referido dispositivo constitucional"
(HC n. 115.099/RS, Segunda Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 14/3/2013). (...)”
Comentários
141
222
STJ, AgRg no HC 456022/RJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Quinta Turma, DJe
18/12/2018.
Comentários
142
222
CRIME DE CORRUPÇÃO DE MENORES – ARTIGO 244-B DA LEI Nº 8.069/90 –
ADOLESCENTE INFRATOR COM ANTECEDENTES OU QUE DEMONSTROU
ESPECIAL PERICULOSIDADE – CRIME IMPOSSÍVEL – INADMISSIBILIDADE.
Comentários
STJ, AgRg no HC 330528/SC, Rel. Min. Jorge Mussi, Quinta Turma, DJe 01/12/2015.
Comentários
STJ, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, Sexta Turma, DJe 01/06/2018.
143
222
221 - TESE 397
No que se refere aos crimes praticados com violência ou grave ameaça contra mulher,
no âmbito das relações domésticas, não se admite a aplicação do princípio da
insignificância.
Comentários
Tipifica o crime previsto no artigo 304 do Código Penal, a conduta daquele que faz uso
de documento de identidade falso e não o do artigo 307 do mesmo Código (Falsa
Identidade).
Comentários
STJ, HC 417179/MA, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, DJe 15/08/2018
144
222
223 - TESE 400
Comentários
O Superior Tribunal de Justiça entende não configurar bis in idem a condenação do sujeito pelo
crime de roubo majorado pelo emprego de arma de fogo e pelo crime de associação criminosa,
com a majorante de a associação ser armada. Entende-se que há diversidade dos bens jurídicos
tutelados:
“(...) - Inexiste bis in idem em razão da condenação concomitante pelos delitos de roubo
majorado pelo emprego de arma de fogo e concurso de pessoas e de associação
criminosa armada, antigo quadrilha ou bando armado, porquanto os delitos são
independentes entre si e tutelam bens jurídicos distintos. (...)” (STJ, HC 288929/SP, Rel.
Des. Convocado Ericson Maranho, 6ª Turma, DJe 30/04/2015).
Comentários
145
222
paciente, que empreendeu luta corporal contra vítima para manter a posse do bem
subtraído. No mesmo sentido: Resp 1501738/SP, Rel. Ministro Gurgel de Faria,
Quinta Turma, DJe 18/08/2015. (...)”.
STJ, HC 328600/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, DJe
10/05/2016.
Comentários
“(...) 3. Nos termos do Decreto 7.648/2011, existindo condenação por delito hediondo,
exige-se, para o deferimento da comutação de pena, o cumprimento de 2/3 (dois
terços) da referida penalidade e, só a partir de seu total adimplemento, a execução
da fração de 1/3 (um terço) referente aos crimes comuns nos quais incidirão a detração.
4. A jurisprudência vigente nesta Corte Superior entende que, para a concessão do
indulto ou comutação de pena disciplinada nos Decretos Presidenciais, é necessário o
cumprimento dos requisitos objetivos e subjetivos exigidos pela norma. 5. Conforme o
entendimento jurisprudencial vigente neste Sodalício, para a aferição do lapso
temporal exigido para a concessão da comutação de pena, devem ser abrangidas
todas as condenações anteriores à publicação da norma, pois inexiste a possibilidade
de execução singularizada de cada reprimenda. Precedentes.”
STJ, AgRg no HC 411548/SP, Rel. Min. Jorge Mussi, Quinta Turma, DJe 11/04/2018.
146
222
A prática de falta grave obsta a concessão de indulto, ainda que a decisão judicial que
a reconhece seja posterior a edição do decreto presidencial.
Comentários
“(...) 1. Nos termos do entendimento desta Corte, a prática de falta grave não impede
a obtenção do indulto, disposto no art. 52 da LEP, exceto se praticada no período
previsto no decreto presidencial e homologada até a decisão que nega a benesse. (...)”
STJ, AgRg no REsp 1742392/MG, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Sexta Turma, DJe
03/04/2019.
Comentários
STJ, HC 372085/SC, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, 5ªT, DJe 27/10/2016
147
222
ROUBO – CONCURSO DE AGENTES – CORRUPÇÃO DE MENORES – “BIS IN IDEM”
– INOCORRÊNCIA – BENS JURÍDICOS DISTINTOS – CONCURSO DE CRIMES .
A condenação pelo crime de roubo majorado pelo concurso com pessoa inimputável
pela idade não obsta o reconhecimeto do delito do artigo 244-B do Estatuto da Criança
e do Adolescente.
Comentários
STJ, HC 362726/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, DJe
06/09/2016.
Nos crimes contra a dignidade sexual praticados contra vítima menor de 18 anos, a ação
penal é pública incondicionada, ainda que seu exercício ocorra depois de o sujeito
passivo alcançar a maioridade.
Comentários
Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante
ação penal pública incondicionada.
148
222
DROGA – TRÁFICO – RECEPTAÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR UTILIZADO PARA O
TRANSPORTE DE DROGA – CONSUNÇÃO – INADMISSIBILIDADE.
Comentários
STJ, HC 325065/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, DJe 08/03/2016.
Comentários
“III - O réu reincidente condenado à pena igual ou inferior à 4 (quatro) anos e que
tenha circunstâncias judiciais totalmente favoráveis, poderá iniciar o cumprimento
da reprimenda em regime semiaberto. (...)”
STJ, AgRg no HC 466655/SC, Rel. Min. Felix Fischer, Quinta Turma, DJe 18/03/2019.
149
222
Aplica-se a causa de aumento de pena do repouso noturno (CP, artigo 155, §1º) ao
furto, tanto na forma simples (artigo 155, caput) quanto na forma qualificada (artigo
155, §4º).
Comentários
STJ, AgRg no HC 466655/SC, Rel. Min. Felix Fischer, Quinta Turma, DJe 18/03/2019.
Agentes públicos que privam a vítima de liberdade, sem que haja ordem da autoridade
judicial ou lavratura de auto de prisão em flagrante, exigindo indevida vantagem
econômica para libertá-la, praticam extorsão mediante sequestro (art. 159 do CP) e,
não mera concussão (art. 316 do CP).
Comentários
150
222
dos condenados e autoriza a custódia cautelar para garantia da ordem pública. Habeas
corpus denegado. (...)”
Comentários
“(...) 3. Não se observa violação ao princípio do non bis in idem a aplicação da causa
de aumento do art. 40, inciso VI, da Lei 11.343/2006, cumulativamente, para os crimes
de associação para o tráfico (art. 35 da Lei de drogas) e de tráfico de drogas (art. 33 da
mesma legislação), haja vista tratarem-se de delitos autônomos. (...)”
STJ, HC 250455/RJ, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Sexta Turma, DJe 05/02/2016.
Comentários
151
222
A tese defende que eventual substituição da pena privativa de liberdade por restritivas
de direitos deve ser feita com base na pena aplicada em sentença, sem consideração
da detração, que é o cômputo da prisão provisória do total da prisão definitiva, que
deve ser considerada para o regime inicial de cumprimento de pena.
Comentários
STJ, REsp 1683375/SP, Rel. Min. Mª Thereza Assis Moura, 6ª T, DJe 29/08/2018.
152
222
Caracteriza o crime do artigo 1º, inciso XIV, do Decreto-Lei nº 201/1967, e não o de
desobediência, nos termos do artigo 26 da Lei nº 12.016/09, a conduta do Prefeito
Municipal que descumpre ordem judicial prolatada em Mandado de Segurança.
Comentários
STJ, HC 114813/BA, Rel. Min. Sebastião Reis Jr, Sexta Turma, DJe 01/03/2013.
É possível a incidência das agravantes da violência contra a mulher (art. 61, II, f, CP) e
vítima grávida (art. 61, II, h, CP) no crime de homicídio, quando esse é praticado em
concurso com aborto sem consentimento da gestante (art. 125, caput, CP), não
havendo que se falar em bis in idem.
Comentários
"não há bis in idem quanto à incidência da agravante do art. 61, II, "h", do Código
Penal no crime de homicídio contra gestante e a condenação pelo crime de aborto,
porquanto as duas normas visam tutelar bens jurídicos diferentes: a agravante tutela
pessoas em maior grau de vulnerabilidade e o aborto diz respeito ao feto"
STJ, HC 141.701/RJ, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, 6ª Turma, DJe 13/12/2016
153
222
PRESCRIÇÃO – PRETENSÃO EXECUTÓRIA – DETRAÇÃO – IMPOSSIBILIDADE DE
NOVO CÁLCULO.
O desconto de pena em decorrência da detração (art. 42, CP) não enseja novo cálculo
da prescrição da pretensão executória.
Comentários
(STJ, HC 400704/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, DJe
31/08/2017).
Comentários
“ (...) I - O cálculo da prescrição pela pena residual, conforme prevê o art. 113 do
Código Penal, limita-se às hipóteses de evasão e de revogação do livramento
condicional. Vale dizer, o citado dispositivo tem interpretação restritiva. II - Hipótese
na qual a medida restritiva de direitos foi convertida em privativa de liberdade, em
razão do descumprimento, por força do art. 44, § 4º, do CP, aplicável somente para
calcular o tempo de pena a ser executado, sem influência no prazo prescricional. (...)”
154
222
STJ, RHC 99969/RS, Rel. Min. Felix Fischer, Quinta Turma, DJe 19/09/2018.
Comentários
STJ, AgRg no REsp 1702157/RS, Rel. Min. Jorge Mussi, 5ª T, DJe 04/02/2019.
155
222
O crime de roubo qualificado não absorve o delito de posse ilegal de munições de
calibres diversos, quando não há unidade de fato.
Comentários
STJ, AgInt no REsp 1593404/GO, Rel. Min. Nefi Cordeiro, 6ª T, DJe 03/04/2018
Comentários
STJ, HC 478773/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, DJe 08/04/2019
156
222
REINCIDÊNCIA – CONDENAÇÃO ANTERIOR POR INFRAÇÃO PENAL DE MENOR
POTENCIAL OFENSIVO – CARACTERIZAÇÃO.
Comentários
STJ, HC 437420/PR, Rel. Min. Jorge Mussi, Quinta Turma, DJe 15/08/2018.
O réu reincidente que não cumpriu cautelarmente 1/6 (um sexto) da pena imposta não
pode ser beneficiado com a imposição de um regime prisional mais brando, fixado com
base na regra do artigo 387, § 2º, do CPP.
Comentários
157
222
instituto próprio da execução penal, mas, sim, acerca da possibilidade de se
estabelecer regime inicial menos severo, descontando-se da pena aplicada o tempo de
prisão cautelar do acusado. (...)”
STJ, HC 474866/SC, Rel. Min. Felix Fischer, Quinta Turma, DJe 19/03/2019.
Comentários
“(...) 1 - Segundo decidido pela Terceira Seção deste Superior Tribunal de Justiça,
folhas de cheque, produto de crime, têm conteúdo econômico, podendo render
ensejo, em tese, ao crime de receptação. Trancamento da ação penal, por
atipicidade, que não pode ser acolhido. Indeferimento liminar da inicial do habeas
corpus. (...)”
STJ, AgRg no HC 443438/SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, Sexta Turma,
DJe 29/08/2018.
158
222
Comentários
STJ, AgRg no REsp 1762108/SP, Rel. Min. Sebastião Reis Jr, 6ª T, DJe 04/12/18.
Comentários
159
222
STJ, AgRg no AREsp 1124561/MS, Rel. Min. Jorge Mussi, 5ª T, DJe 22/08/2018
Nas condenações pelo crime de associação para o tráfico (artigo 35, Lei 11.343/06)
exige-se o cumprimento de 2/3 (dois terços) da pena como requisito objetivo para
concessão de livramento condicional, nos termos do artigo 44, parágrafo único, da Lei
11.343/06.
Comentários
STJ, HC 467215/SP, Rel. Min. Felix Fischer, Quinta Turma, DJe 31/10/2018.
Comentários
160
222
“(...) 3. A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp
1.415.502/MG (Rel. Ministro FELIX FISCHER, DJe 17/2/2017), firmou compreensão
no sentido de que a qualificadora da paga ou promessa de recompensa não é
elementar do crime de homicídio e, em consequência, possuindo caráter pessoal,
não se comunica aos mandantes. Ressalva de entendimento pessoal do Relator.
(...)” STJ, HC 403263/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, DJe
22/11/2018.
STJ, AgInt no REsp 1681816/GO, Rel. Min. Nefi Cordeiro, 6ª T, DJe 15/05/2018.
Comentários
161
222
RECEPTAÇÃO DOLOSA – ADULTERAÇÃO DE SINAL IDENTIFICADOR DE VEÍCULO –
CRIMES AUTÔNOMOS.
Comentários
“(...) 4. Caso em que o recorrente restou denunciado pelos delitos de roubo majorado,
receptação e adulteração de sinal identificador de veículo automotor, praticados em
verdadeira escalada criminosa, porque, em comparsaria com o corréu, mediante grave
ameaça exercida com emprego de arma de fogo e com restrição da liberdade
da vítima, interceptaram e subtraíram um veículo que transportava carga de cigarros.
5. A adulteração de sinal identificador do referido veículo, promovida para
dificultar eventual reconhecimento, demonstra maior perspicácia e desenvoltura à
prática delitiva, o que aumenta a periculosidade da conduta. (...)”
STJ, RHC 106655/RS, Rel. Min. Jorge Mussi, Quinta Turma, DJe 02/04/2019.
Comentários
STJ, HC 479583/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, DJe 13/02/2019.
162
222
254 - TESE 438
Comentários
“(...) 3. O art. 72 do Código Penal restringe-se aos casos dos concursos material e
formal, não se encontrando no âmbito de abrangência da continuidade delitiva. (...)”
STJ, HC 221782/RJ, Rel. Des. Conv. Vasco Della Giustina, Sexta Turma, DJe 11/04/2012.
Comentários
O caso tratado na tese realmente se amolda ao tipo penal da extorsão mediante sequestro:
Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer
vantagem, como condição ou preço do resgate:
163
222
256 - TESE 441
Comentários
164
222
257 - TESE 443
Comentários
O tema era bastante controverso, tendo a PGR proposto ADI contra a Lei 12.015/2009, que alterou
a redação do artigo 225 do Código Penal.
Atualmente, entretanto, a redação é a data pela Lei 13.718/2018, que tornou a ação penal sempre
pública incondicionada.
Comentários
(...)
165
222
I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção
da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco)
anos, computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se
não ocorrer revogação;
A prática de atos libidinosos diversos da conjunção carnal, com contato físico entre o
agente e a vítima, caracteriza o crime de estupro de vulnerável consumado, previsto na
atual redação dada pela Lei 12.015/2009, não se podendo falar em tentativa.
Comentários
“(...) 1. Nos termos da orientação desta Casa, "o delito de estupro, na redação dada
pela Lei n. 12.015/2009, inclui atos libidinosos praticados de diversas formas, onde
se inserem os toques, contatos voluptuosos, beijos lascivos, consumando-se o crime
com o contato físico entre o agressor e a vítima" (AgRg no REsp n. 1.359.608/MG,
relatora Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEXTA TURMA, julgado em 19/11/2013,
DJe 16/12/2013) (...)” STJ, HC 483883/RJ, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, Sexta
Turma, DJe 01/03/2019).
Comentários
166
222
“(...) 3. "Sendo a presunção de violência absoluta em crimes sexuais cometidos contra
menores de 14 anos, obsta a substituição da pena privativa de liberdade por
restritiva de direitos, uma vez que ausente o requisito do art. 44, inciso I, do CP"
(AgRg no REsp 1472138/GO, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA,
QUINTA TURMA, julgado em 23/02/2016, DJe 29/02/2016). Habeas corpus não
conhecido. (...)”
STJ, HC 433109/RS, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Quinta Turma, DJe 01/06/2018
A prática de infração penal com mais de uma pessoa menor de 18 anos caracteriza
tantos crimes de corrupção de menor, em concurso formal, quantos forem os incapazes
que protagonizaram a ação ilícita em companhia do acusado, não havendo se falar em
crime único.
Comentários
STJ, AgRg no AREsp 1389738/GO, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta
Turma, DJe 19/12/2018.
167
222
FURTO QUALIFICADO PELO CONCURSO DE PESSOAS – CORRUPÇÃO DE MENORES
– BIS IN IDEM – NÃO OCORRÊNCIA
Comentários
Apesar de tratar de roubo, o caso seguinte tem entendimento do STJ também aplicável ao furto,
por serem as razões as mesmas:
Comentários
168
222
narração contida na denúncia, que descreve um único contexto fático, deve o delito
tipificado no art. 14 da Lei nº 10.826/03 (porte ilegal de arma de fogo) ser absorvido
pelo disparo de arma de fogo (art. 15 do mesmo diploma legal). (...)”
STJ, HC 94672/MS, Rel. Min. Felix Fischer, Quinta Turma, DJe 18/08/2008.
Desde que perpetrado no mesmo contexto fático, o disparo de arma de fogo fica
absorvido pelo porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, que é punido mais
severamente.
Comentários
STJ, HC 94672/MS, Rel. Min. Felix Fischer, Quinta Turma, DJe 18/08/2008.
169
222
O agente que traz consigo, em via pública, arma de fogo, fora do horário e trajeto
eventualmente permitido por guia de trânsito, comete o crime do artigo 14 da lei n.
10.826/03, sendo irrelevante haver registro e eventual guia de tráfego.
Comentários
Lei n. 10.826/03
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder,
ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar
arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em
desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando a arma de
fogo estiver registrada em nome do agente.
Comentários
STJ, AgRg no HC 464605/RJ, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, DJe 08/04/2019.
170
222
267 - TESE 456
Nos crimes praticados sob a égide da lei n. 11.340/06, é vedada a aplicação de pena
exclusiva de multa, ainda que prevista originariamente no tipo penal do artigo 147 do
Código Penal, como alternativa à pena privativa de liberdade.
Comentários
STJ, REsp 1727454/RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, Quinta Turma, DJe 22/08/2018.
Comentários
Lei 8.666/93
171
222
Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em
especial:
(...)
Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei, ou deixar de
observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade:
Comentários
“(...) 3. A teor da dicção do artigo 168-A, do Código Penal, não há previsão de que a
penhora de bens seja causa de extinção de punibilidade, o que se poderia dar, tão-
somente, com o pagamento da contribuição previdenciária devida, antes do início da
ação fiscal, situação que não ocorre nos autos. (...)”
172
222
270 - TESE 461
O artigo 9º, II, do Decreto Presidencial nº. 8.615, de 24-12-2015 veda a concessão de
indulto aos condenados por crime de associação ao tráfico, previsto no artigo 35 da Lei
nº. 11.343/06.
Comentários
“(...) 4. O Decreto n. 8.615/2015, em seu art. 9º, inciso II, veda expressamente a
concessão dos benefícios de comutação e indulto aos condenados pelo crime de
associação ao tráfico. A definição das hipóteses e dos requisitos para a concessão de
comutação de penas ou indulto é de competência privativa do Presidente da República,
sendo vedado ao magistrado deixar de observar as exigências legais para a concessão
da benesse, sob pena de interferir, indevidamente, em ato do chefe do Poder
Executivo. (...)”
STJ, HC 407020/SC, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, DJe 01/08/2018.
Comentários
173
222
“(...) 1. A Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento
de que a condenação por porte ilegal de arma de fogo acarreta, como efeito, o
perdimento do armamento apreendido, em razão do disposto nos arts. 91, II, "a", do
CP e 1º da LCP (EREsp 83.359/SP, Rel. Ministro GILSON DIPP, TERCEIRA SEÇÃO,
julgado em 13/12/1999, DJ 21/02/2000) . 2. O perdimento do armamento apreendido
é um efeito da prática da conduta tipificada no art. 14, caput, do Estatuto do
Desarmamento, não podendo ser conferido prazo para regularização do artefato,
haja vista que tal providência somente é cabível nos casos de posse de arma de fogo,
não sendo aplicada à hipótese de porte, como o caso dos autos. (...)”
STJ, REsp 1666879/SC, Rel. Min. Jorge Mussi, Quinta Turma, DJe 01/08/2018
A redução do prazo prescricional prevista no artigo 115 do Código Penal não incide nas
hipóteses em que o réu completou 70 anos após a sentença condenatória, ainda que
essa idade tenha sido atingida à época do acórdão que manteve a condenação.
Comentários
STJ, AgRg no AREsp 311775/SC, Rel. Min. Laurita Vaz, DJe 03/06/2014.
174
222
O crime de lesão corporal de natureza leve não absorve o de porte ilegal de arma de
fogo, quando cometidos com desígnios autônomos.
Comentários
STJ, HC 51884/RJ, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, Sexta Turma, DJe
09/12/2008.
Comentários
STJ, AgRg no AREsp 506599/RJ, Rel. Min. Antonio Saldanha Pinheiro, Sexta Turma, DJe
11/03/2019.
175
222
275 - TESE 468
Comentários
“(...) III - A Lei nº 9.714/98, que alterou os artigos 43, 44, 45, 46, 47, 55 e 77 do Código
Penal, introduziu em nosso sistema a substituição da pena privativa de liberdade por
restritiva de direitos. Assim determina o art. 44 do Código Penal, in verbis: "Art. 44 -
As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade,
quando: I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a 4 (quatro) anos e o
crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja
a pena aplicada, se o crime for culposo; II - o réu não for reincidente em crime doloso;
III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do
condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição
seja suficiente".(...)”
STJ, HC 458896/SP, Rel. Min. Felix Fischer, Quinta Turma, DJe 24/08/2018.
Comentários
“(...) 1.- O uso de Carteira Nacional de Habilitação falsa perante autoridade da Polícia
Rodoviária Federal lesa serviço da União. Precedentes. 2.- É irrelevante para determinar
176
222
a competência do Juízo no crime de uso de documento falso a qualificação do órgão
expedidor do documento público pois o critério a ser utilizado se define em razão da
entidade ou do órgão ao qual ele foi apresentado, porquanto são estes que
efetivamente sofrem os prejuízos em seus bens e serviços. 3.- Competência da Justiça
Federal, nos termos do art. 109, IV, da Constituição Federal. (...)”
STJ, CC 115285/ES, Rel. p/ acórdão Min. Moura Ribeiro, Terceira Seção, DJe
09/09/2014.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este é o fim de mais uma aula nossa. Espero que o estudo do primeiro lote de teses sobre o Direito
Penal tenha sido interessante e ajudado no aprendizado, bem como na revisão dos relevantes
temas tratados.
Quaisquer sugestões são bem-vindas e, apesar de elaborada com muito rigor, toda aula pode ser
aperfeiçoada a partir de contribuições. O contato pode ser feito pelo fórum, por e-mail ou pelo
Instragram.
Michael Procopio.
procopioavelar@gmail.com
professor.procopio
177
222
TESES INSTITUCIONAIS DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE SÃO
PAULO – PROF. IVAN MARQUES
1 - TESE 1
A não requisição de réu preso, para acompanhar ato da instrução, constitui nulidade
sanável, cujo reconhecimento depende de oportuna alegação. (D.O.E., 12/06/2003, p.
30) Tese 001
2 - TESE 2
3 - TESE 3
178
222
A miserabilidade pode ser reconhecida desde que comprovada por qualquer meio
idôneo. O atestado de pobreza é prescindível. (D.O.E., 12/06/2003, p. 30) Tese 003
4 - TESE 4
5 - TESE 5
O concubino da mãe da vítima é considerado padrasto para fins do artigo 226, II, do
Código Penal.(D.O.E., 12/06/2003, p. 30) Cancelada na R.O.M. de 02/02/2006,
conforme Aviso nº 122/2006-PGJ, publicado no D.O.E. de 17/03/2006, p.80.
Restabelecida na R.O.M. de 06/04/2006, conforme Aviso nº 448/2006-PGJ, publicado
no D.O.E. de 15/09/2006, p 45. Tese-005
DIREITO PENAL
6 - TESE 6
O fato de a vítima haver recuperado a "res" não se equipara a "pequeno valor", para
os fins do parágrafo 2º do artigo 155, do Código Penal. (D.O.E., 12/06/2003, p. 30) Tese
006
DIREITO PENAL
179
222
7 - TESE 7
8 - TESE 8
9 - TESE 9
DIREITO PENAL
10 - TESE 10
DIREITO PENAL
180
222
11 - TESE 11
DIREITO PENAL
12 - TESE 12
DIREITO PENAL
13 - TESE 13
DIREITO PENAL
14 - TESE 14
Feita a representação, o Ministério Público tem legitimidade para agir contra todos os
implicados, mesmo quando não nomeados na mesma. (D.O.E., 12/06/2003, p. 30) Tese
014
DIREITO PENAL
181
222
15 - TESE 15
16 - TESE 16
17 - TESE 17
18 - TESE 18
DIREITO PENAL
182
222
19 - TESE 19
20 - TESE 20
A publicação, pela imprensa, de citação por edital somente é exigível nas comarcas
onde haja imprensa oficial. (D.O.E., 12/06/2003, p. 30) Tese 020
21 - TESE 21
22 - TESE 22
183
222
DIREITO PENAL
23 - TESE 23
A prisão do réu, posterior à decretação da revelia e desconhecida pelo Juiz, não justifica
a nulidade do processo por não ter sido requisitado para os atos da instrução. (D.O.E.,
12/06/2003, p. 31) Tese 023
24 - TESE 24
DIREITO PENAL
25 - TESE 25
26 - TESE 26
A requisição do réu preso, feita nos moldes do artigo 360 do Código de Processo Penal,
supre a citação por mandado quando o acusado comparece e não é demonstrada,
184
222
depois, a existência de prejuízo. (D.O.E., 12/06/2003, p. 31). Cancelada na R.O.M. de
04/03/2004, Conforme Aviso nº 116/2004-PGJ, publicado no D.O.E. de 18/03/2004, p.
26. Tese-026
27 - TESE 27
O prazo para o Ministério Público começa a fluir a partir da ciência pessoal e inequívoca
do seu representante e não desde o simples ingresso dos autos em serviço
administrativo da Instituição. (D.O.E., 12/06/2003, p. 31) Tese 027
28 - TESE 28
29 - TESE 29
DIREITO PENAL
30 - TESE 30
185
222
O limite estabelecido no artigo 75 do Código Penal, refere-se ao tempo máximo de
cumprimento da pena, não se aplicando a outros benefícios. (D.O.E., 12/06/2003, p. 31)
Tese 030
DIREITO PENAL
31 - TESE 31
DIREITO PENAL
32 - TESE 32
DIREITO PENAL
33 - TESE 33
Nos crimes falimentares, o prazo prescricional tem por termo inicial data em que deveria
estar encerrada a falência ou a partir do trânsito em julgado da sentença que a encerrar.
Esse prazo é único, de dois anos, quer para a prescrição da pretensão punitiva, quer
para a prescrição da pretensão executória. (D.O.E., 12/06/2003, p. 31) Tese 033
DIREITO PENAL
186
222
34 - TESE 34
DIREITO PENAL
35 - TESE 35
Em sede de revisão criminal, somente se cassa decisão, como contrária à evidência dos
autos, que não se apóia em nenhuma prova. (D.O.E., 12/06/2003, p. 31) Tese 035
36 - TESE 36
37 - TESE 37
Para poder apelar, o condenado por crime definido nos artigos 12 e 13 da Lei nº
6.368/76 precisa recolher-se à prisão, salvo se já estiver em liberdade provisória ou se
o Juiz fundamentar a decisão concedendo-lhe o direito de recorrer em liberdade.
(D.O.E., 12/06/2003, p. 31) Tese 037
187
222
38 - TESE 38
39 - TESE 39
40 - TESE 40
41 - TESE 41
188
222
DIREITO PROCESSUAL PENAL
42 - TESE 42
DIREITO PENAL
43 - TESE 43
DIREITO PENAL
44 - TESE 44
45 - TESE 45
189
222
Anulado o julgamento do júri pelo tribunal e, submetido o réu a novo júri, é possível
impor pena maior daquela que havia sido aplicada no primeiro julgamento. (D.O.E.,
12/06/2003, p. 31) Tese 045
46 - TESE 46
47 - TESE 47
DIREITO PENAL
48 - TESE 49
Para a caracterização do crime continuado não basta a simples reiteração dos fatos
delitivos sob pena de tornar letra morta a regra do concurso material. É necessário o
preenchimento, entre outros, do requisito da denominada unidade de desígnios ou do
vínculo subjetivo entre os eventos. (D.O.E., 12/06/2003, p. 31) Tese 049
DIREITO PENAL
190
222
49 - TESE 50
50 - TESE 51
O prazo previsto no artigo 106 da Lei de Falências corre em cartório, não havendo
necessidade de intimar o falido para apresentar defesa. (D.O.E., 12/06/2003, p.
31)Cancelada na reunião do dia 08/11/2007, conforme Aviso nº 719/2007 – PGJ,
publicado no D.O.E. de 28/11/2007, p. 70/71. Tese 051
51 - TESE 52
DIREITO PENAL
52 - TESE 53
O crime de uso de documento falso está caracterizado com o seu simples porte. Se o
agente o apresentou à autoridade policial o crime já estava consumado. (D.O.E.,
12/06/2003, p. 31) Tese 053
DIREITO PENAL
191
222
53 - TESE 54
DIREITO PENAL
54 - TESE 55
Não pode o Juiz considerar agravante não constante da pronúncia, mas reconhecida
pelo júri. Porém, a nulidade é relativa, devendo o tribunal apenas adequar a pena.
(D.O.E., 12/06/2003, p. 31) Tese 055
55 - TESE 56
DIREITO PENAL
56 - TESE 57
192
222
DIREITO PENAL
57 - TESE 58
DIREITO PENAL
58 - TESE 59
DIREITO PENAL
59 - TESE 60
DIREITO PENAL
60 - TESE 61
193
222
A interrupção do prazo prescricional, a que se refere o artigo 117, VI, do Código Penal,
dá-se quando da prática do segundo crime. (D.O.E., 12/06/2003, p. 31) Tese 061
DIREITO PENAL
61 - TESE 62
DIREIRO PENAL
62 - TESE 63
63 - TESE 64
194
222
64 - TESE 65
Se o réu é reincidente ou, embora primário, tem maus antecedentes, assim reconhecido
na sentença condenatória, não pode apelar em liberdade. (D.O.E., 11/10/2000, p. 25)
Cancelada na R.O.M. de 06/06/2003, conforme Aviso nº 289/2003-PGJ, publicado no
D.O.E. de 11/06/03, p. 46. Tese-065
65 - TESE 66
DIREITO PENAL
66 - TESE 67
O artigo 746 do Código de Processo Penal não foi revogado pela Lei de Execuções
Penais. (D.O.E., 12/06/2003, p. 31) Tese 067
67 - TESE 68
195
222
DIREITO PENAL
68 - TESE 69
Se o agente, para roubar, comete duas ou mais mortes, pratica latrocínio em concurso
formal. (D.O.E., 12/06/2003, p. 31) Tese 069
69 - TESE 70
Se a decisão do Juiz for diferente do veredicto dos jurados, o tribunal deve reparar o
erro e não anular o julgamento. (D.O.E., 12/06/2003, p. 31) Tese 070
(PROCESSO PENAL)
70 - TESE 70
Nos crimes contra os costumes, admite-se a representação formulada por pessoa que,
de qualquer forma, seja responsável pelo menor, ainda que momentaneamente.
(D.O.E., 12/06/2003, p. 31)
(PROCESSO PENAL)
71 - TESE 71
Nos crimes contra os costumes, admite-se a representação formulada por pessoa que,
de qualquer forma, seja responsável pelo menor, ainda que momentaneamente.
(D.O.E., 12/06/2003, p. 31) Tese 071
196
222
72 - TESE 72
(PROCESSO PENAL)
73 - TESE 73
O artigo 8º da Lei nº 8.072/90 não revogou o artigo 14 da Lei 6.368/76. (D.O.E., 12/06/2003, p.
31) Tese 073
74 - TESE 74
75 - TESE 75
(PROCESSO PENAL)
197
222
76 - TESE 76
Não se caracteriza como manifestamente contrária à prova dos autos a decisão que,
optando por uma das versões trazidas aos autos, não se encontra inteiramente
divorciada da prova existente no processo. (D.O.E., 12/06/2003, p. 31) Tese 076
(PROCESSO PENAL)
77 - TESE 77
78 - TESE 78
(PROCESSO PENAL)
79 - TESE 79
198
222
80 - TESE 80
81 - TESE 81
82 - TESE 82
83 - TESE 83
A não apresentação de alegações finais pela defesa, devidamente intimada, não gera
nulidade. (D.O.E., 12/06/2003, p. 31) Tese 083
(PROCESSO PENAL)
84 - TESE 84
199
222
Se o réu ostenta maus antecedentes, ainda que primário tecnicamente, impõe-se o seu
recolhimento à prisão. (D.O.E., 12/06/2003, p. 31) Tese-084
Tese-084-X
85 - TESE 85
(PROCESSO PENAL)
86 - TESE 86
87 - TESE 87
88 - TESE 88
200
222
89 - TESE 89
Necessário que haja nexo de causalidade entre a prisão provisória e a prisão definitiva.
(D.O.E., 12/06/2003, p. 31) Tese 089
90 - TESE 90
Se o réu for reincidente o regime inicial do cumprimento da pena deve ser o fechado,
não importando a quantidade de pena imposta. (D.O.E., 11/10/2000, p. 26) Cancelada
na R.O.M. de 10/10/2002, conforme Aviso nº 712/2002-PGJ, publicado no D.O.E. de
18/10/2002, p. 31. Tese-090
91 - TESE 92
92 - TESE 93
A ordem de "habeas corpus" impetrada contra ato do Promotor de Justiça deve ser
julgada pelo Tribunal de Justiça ou pelo Tribunal de Alçada Criminal. (D.O.E.,
12/06/2003, p. 31) Tese 093
(PROCESSO PENAL)
201
222
93 - TESE 94
94 - TESE 95
95 - TESE 96
96 - TESE 97
97 - TESE 98
202
222
Nos procedimentos instaurados pelo Tribunal de Justiça para apurar crime praticado
por Magistrado, ou para decretar a perda do cargo, a manifestação do Ministério
Público é obrigatória. (D.O.E., 12/06/2003, p. 31) Tese 098
(PROCESSO PENAL)
98 - TESE 99
PROCESSO PENAL
99 - TESE 100
Se, em recurso exclusivo da acusação, a sentença for anulada, o Juiz pode, na Segunda
decisão, fixar pena superior àquela imposta na primeira. (D.O.E., 12/06/2003, p. 31)
Tese 101
(PROCESSO PENAL)
203
222
Se o agente se identifica com documentos falsos no momento da prisão, pratica o crime
de falsa identidade. (D.O.E., 12/06/2003, p. 31) Cancelada conforme Aviso nº 118/05,
publicado no D.O.E. de 16/03/2005, p. 32 Tese 102
(PROCESSO PENAL)
RÉU REVEL CITADO POR EDITAL – CRIME ANTERIOR À LEI Nº 9.271/96, QUE ALTEROU O
ARTIGO 366 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL – SUSPENSÃO DO PROCESSO SEM A
SUSPENSÃO DA PRESCRIÇÃO – INADMISSIBILIDADE
Se o réu praticou crime antes de 17 de abril de 1996 e é revel, citado por edital, não há
suspensão do processo, tampouco da prescrição, vez que a lei deve ser aplicada por
inteiro. (D.O.E., 12/06/2003, p. 31) Tese 104
(PROCESSO PENAL)
O agente torna-se imputável no primeiro momento do dia do seu 18º aniversário, pouco
importando a hora do seu nascimento. (D.O.E., 12/06/2003, p. 31) Tese 105
204
222
O benefício da suspensão condicional do processo não é aplicável em relação às
infrações penais cometidas em concurso material, concurso formal ou continuidade
delitiva, quando a pena mínima cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência da
causa de aumento da pena, ultrapassar o limite de (1) ano. (D.O.E., 12/06/2003, p. 31)
Tese 106
(PROCESSO PENAL)
(PROCESSO PENAL)
(PROCESSO PENAL)
RÉU REVEL CITADO POR EDITAL – CRIME ANTERIOR À LEI Nº 9.271/96, QUE ALTEROU O
ARTIGO 366 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL – DECISÃO QUE SUSPENDE O PROCESSO
SEM A SUSPENSÃO DA PRESCRIÇÃO – RECURSO EM SENTIDO ESTRITO CABÍVEL
205
222
Da decisão que determina o sobrestamento do processo é admissível interpor recurso
em sentido estrito. (D.O.E., 12/06/2003, p. 31) Tese 109
(PROCESSO PENAL)
ROUBO – DUAS OU MAIS CAUSAS DE AUMENTO DE PENA – O AUMENTO DEVE SER ALÉM
DO MÍNIMO DE 1/3 - RESTRITO
(PROCESSO PENAL)
206
222
112 - TESE 113
(PROCESSO PENAL)
Em revisão criminal, o Tribunal de Justiça pode determinar seja o réu submetido a novo
julgamento pelo júri, se entender que a decisão é manifestamente contrária à prova dos
autos, mas não pode alterar a decisão do conselho de sentença. (D.O.E., 12/06/2003,
p. 32) Tese 116
207
222
(PROCESSO PENAL)
PROCESSO PENAL)
(PROCESSO PENAL)
208
222
O artigo 32 da LCP não foi revogado pelo Código de Trânsito Brasileiro (Lei nº
9.503/97). (D.O.E., 11/10/2000, p. 26) Cancelada na Reunião Extraordinária de
24/04/2001, conforme Aviso nº 251/2001-PGJ, publicado no D.O.E de 08/05/2001, p.
25. Tese-120
(PROCESSO PENAL)
(PROCESSO PENAL)
209
222
Nos crimes onde haja pena de prisão ou multa, deve ser considerada a pena privativa
de liberdade e não a pecuniária, para os efeitos da transação penal e da suspensão
condicional do processo. (D.O.E., 12/06/2003, p. 32) Tese 124
(PROCESSO PENAL)
O crime de roubo próprio se consuma no momento, ainda que breve, em que o agente
se torna possuidor da coisa mediante grave ameaça ou violência, sendo desnecessário
que o bem saia da esfera de vigilância da vítima, bastando que cesse a clandestinidade
ou a violência. (D.O.E., 12/06/2003, p. 32) Tese 127
210
222
128 - TESE 129
O decreto presidencial que concede indulto coletivo pode ser parcial, ou seja,
beneficiar condenados por certos delitos e excluir os condenados por outros. Essa
exclusão pode fazer-se com a simples referência aos crimes que a lei classifica como
hediondos (Lei nº 8.072/90), ainda que praticados antes da lei entrar em vigor. (D.O.E.,
12/06/2003, p. 32) Tese 129
O Ministério Público pode expedir ofícios a órgãos públicos para localizar testemunhas.
No entanto, esta faculdade não desobriga o Juiz de atender ao requerimento do
representante do Ministério Público. (D.O.E., 12/06/2003, p. 32) Tese 130
(PROCESSO PENAL)
(PROCESSO PENAL)
211
222
9.455/97 não derrogou a Lei dos Crimes Hediondos. (D.O.E., 12/06/2003, p. 32).
Cancelada na R.O.M. de 12/04/2007, conforme Aviso n. 234/2007-PGJ, publicado no
D.O.E. de 18/04/2007, p.51. Tese-132
A fuga do réu justifica o decreto de prisão preventiva para viabilizar a instrução criminal
e a aplicação da lei penal. (D.O.E., 12/06/2003, p. 32) Tese 133
(PROCESSO PENAL)
Nos termos do artigo 33 do Código Penal, se o réu for condenado a pena superior a
oito anos o regime inicial fechado é obrigatório. Se for condenado a pena superior a
quatro e inferior a oito o regime inicial é o semi-aberto. (D.O.E., 11/10/2000, p. 26)
Cancelada na R.O.M. de 05/06/2003, conforme Aviso nº 292/2003-PGJ, publicado no
D.O.E. de 11/06/03, p. 46. Tese-134
Na prática de mais de um crime doloso contra a vida, mediante uma só ação, havendo
múltiplos desígnios, ocorrerá o concurso formal imperfeito e não o crime continuado.
(D.O.E., 12/06/2003, p. 32) Tese 135
212
222
Os maus antecedentes do autor do fato impedem a suspensão do processo.
Condenações há mais de cinco anos, inquéritos policiais arquivados ou crimes em que
ocorreu prescrição são indicativos de maus antecedentes. (D.O.E., 12/06/2003, p. 32)
Tese 136
(PROCESSO PENAL)
Para a consumação do delito do artigo 339 do Código Penal, basta que a imputação de
crime, a quem sabe inocente, acarrete investigação policial, que não precisa assumir
feições de inquérito policial. (D.O.E., 12/06/2003, p. 32) Tese 138
213
222
05/06/2003, conforme Aviso nº 293/2003-PGJ, publicado no D.O.E. de 11/06/03, p. 46.
Tese 139
(PROCESSO PENAL)
Condenado o réu a pena privativa de liberdade superior a um ano, deve ser substituída
por duas penas restritivas de direitos. Inadmissível a substituição por uma restritiva e
multa e o afastamento desta. (D.O.E., 12/06/2003, p. 32) Tese 142
Se o fato for punível com reclusão, a medida de segurança inicial será obrigatoriamente
a de internação. (D.O.E., 12/06/2003, p. 32) Tese 143
214
222
143 - TESE 144
APELAÇÃO – DESERÇÃO
A decisão que julga deserta a apelação pela fuga do réu não ofende a garantia
constitucional da presunção de inocência. (D.O.E., 12/06/2003, p. 32) Tese 144
(PROCESSO PENAL)
A lei processual penal atribui ao Juiz a faculdade da iniciativa das provas, tendo em vista
o princípio da verdade real. (D.O.E., 12/06/2003, p. 32) Tese 146
(PROCESSO PENAL)
215
222
147 - TESE 148
Para a configuração da causa de aumento prevista no artigo 18, III, da Lei de Tóxicos,
basta a mera co-autoria, ainda que eventual.(D.O.E., 12/06/2003, p. 32)Cancelada na
R.O.M. de 07/12/2006, conforme Aviso nº 521/2007-PGJ, publicado no D.O.E. de
29/08/2007, p. 36. Tese-148
Se o réu for denunciado por crime cuja pena mínima ultrapasse um ano e na sentença
houver desclassificação para infração penal com reprimenda mínima igual ou inferior a
um ano, inadmissível a suspensão condicional do processo, prevista no artigo 89, da Lei
nº 9.099/95. (D.O.E., 12/06/2003, p. 32) Tese 149
(PROCESSO PENAL)
Nos termos do artigo 33 do Código Penal, se o réu for condenado a pena superior a
quatro e inferior a oito anos o regime inicial é o fechado ou o semi-aberto. Superior a
oito anos, o regime é o fechado. (D.O.E., 12/06/2003, p. 32) Tese 151
216
222
151 - TESE 152
Se o réu já foi condenado por crime contra a pessoa, contra o patrimônio ou por tráfico
de entorpecente, irrelevante que a condenação tenha ocorrido em data anterior à
vigência da Lei nº 9.437/97, pois a conduta apenada é a do porte ilegal de armas.
(D.O.E., 12/06/2003, p. 32) Cancelada na R.O.M. de 02/02/2006, conforme Aviso nº
160/2006-PGJ, publicado no D.O.E. de 07/04/2006, p. 63. Tese-154
(PROCESSO PENAL)
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222
155 - TESE 156
O fato de o agente ter sido demitido do emprego e prometido reparar o dano causado
pela prática do crime de furto não permite a rejeição da denúncia por falta de justa
causa. (D.O.E., 12/06/2003, p. 32) Tese 156
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222
159 - TESE 160
(PROCESSO PENAL)
Compete à Justiça Estadual processar e julgar os crimes contra o meio ambiente, exceto
se houver lesões a bens, serviços ou interesses da União. (D.O.E., 04/11/2003, p. 47)
Tese 162
(PROCESSO PENAL)
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222
O crime de embriaguez ao volante, definido no artigo 306 do CTB, é de ação penal
pública incondicionada, dado o caráter coletivo do bem jurídico tutelado (segurança
viária), bem como a inexistência de vítima determinada. (D.O.E., 05/11/2003, p. 30) Tese
163
(PROCESSO PENAL)
A interposição de um recurso pelo outro não impede seu conhecimento, salvo hipótese
de má fé. (D.O.E., 24/03/2004, p. 27) Tese 165
(PROCESSO PENAL)
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222
166 - TESE 167
(PROCESSO PENAL)
O roubo com morte é delito qualificado pelo resultado, sendo que este plus pode ser
imputado na forma de dolo ou de culpa. Respondem, portanto, pelo resultado morte,
situado evidentemente em pleno desdobramento causal da ação delituosa, todos que,
mesmo não agindo diretamente na execução da morte, contribuíram para a execução
do tipo fundamental. (D.O.E., 05/05/2004, p. 40) Tese 170
221
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