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UNIVERSIDADE INDEPENDENTE DE ANGOLA

FACULDADE DE DIREITO
DIREITO PENAL

TEMA
O CRIME DE “ ABUSO DE CONFIANÇA”
ARTIGO 404º DO CÓDIGO PENAL

3.º ANO

TURMA A2

PERÍODO: MANHÃ

O DOCENTE
________________________

Ano Lectivo 2022/2023


INTEGRANTES DO GRUPO

Avaliação/ Nota Final

Nº de Estudante Nome dos integrantes Texto Apresentação Total


( Individual )

200657 ELIANE VICENTE

191445 GASPAR A. D. GANGA

200280 HELENA DAS DORES S. LEMOS


200703 RITA SABALO BERNARDO

191417 SUZANA QUINGO

Considerações do professor ( correcções / sugestões) .

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO

1.1 METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO


1.3 OBJECTIVOS
1.3.1GERAL
1.3.2 ESPECÍFICO

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 ABUSO DE CONFIANÇA E SUA CARACTERIZAÇÃO
3. SUJEITO ACTIVO / SUJEITO PASSIVO
4. AUTORIA
4.1 FORMAS DE AUTORIA
4.1.1 AUTORIA IMEDIATA OU MATERIAL
4.1.2 AUTORIA MEDIATA
4.1.3 CO-AUTORIA
4.1..3.1 REQUISITOS GERAIS DA CO-AUTORIA
4.1.4 CUMPLICIDADE
5. OBJECTO MATERIAL E BEM JURÍDICO PROTEGIDO
6. MODALIDADES- ACÇÃO E OMISSÃO
7. MEIOS DE EXECUÇÃO
8. FORMAS – CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
9.PENA APLICAVÉL
10. INICIATIVA PROCESSUAL/ACÇÃO PENAL
11. LIBERDADE CONDICIONAL
12. PRESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO CRIMINAL
13. PRESCRIÇÃO DA PENA

14. CONSIDERAÇÕES FINAIS


15. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. INTRODUÇÃO
O Presente trabalho tem como principal objectivo analisar o crime de abuso de
confiança numa perspectiva de protecção máxima da confiança que serve de base as
relações entre os sujeitos, reflectindo – se numa imperatividade de punição dos agentes
adoptam um comportamento que quebra esta confiança.

O Crime do art. 404º do Código Penal, permitiu em virtude dos seus elementos
subjectivos e objectivos ( Dolo, Furto, apropriação e verificação de prejuízos), toda sua
historicidade e relevância na sociedade, uma extensão do leque da punição dos agentes,
em consequência da quebra de confiança que servia de base à relação entre duas
pessoas, e que, por esse motivo, se consubstancia na ilicitude.
1.1 METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO
Identificação de problemática norteadora como: Quais os factores que levam
abuso de confiança a ser considerado um crime? Para muitos abuso de confiança é um
crime que merece penas mais rígidas do que o habitual, porque põem causa o princípio
da boa-fé; por tanto, é preciso perceber a necessidade das leis que o consideram como
crime, devido valores sócio - culturais perseverados na sociedade.

Estudo mais aprofundado sobre a legislação aplicada ao abuso de confiança,


decisões submetidas no campo judicial ou até a questão de sua legalidade no país.
Recolha de informação concernente a pesquisa em diversos especialistas para melhor
compreensão.
1.2 OBJECTIVOS DE ESTUDOS

Os objectivos permitem precisar o fim da investigação. Este processo deve ter


uma só característica que fundamente as especificidades, orientadas para alcançar o que
é central, devem adoptar a forma de tarefas científicas e ser tratadas como tal.

1.2.1 OBJECTIVO GERAL

Socializar o assunto com toda sociedade, pois esse tipo de problema é enfrentado
por diverso indivíduos em varia faixas etárias. É Preciso um maior enfoque no que diz
respeito à legalidade do abuso de confiança e aderir a um posicionamento que revela um
contexto dos aspectos social, religioso, político, moral e ético.

O assunto é de facto dedicado por isso não se pode levar em consideração uma
opinião preconceituosa ou baseada em factos religiosos, por exemplo.

Essa pesquisa visa, por tanto, oferecer um amplo conhecimento dentro do campo
jurídico, que tenha por finalidade contribuir para uma defesa ou contra defesa de um
polémico tema como abuso de confiança.

1.2.2 OBJECTIVO ESPECÍFICO

Para alcançarmos nosso objectivo maior, pretendemos especificamente:

 Analisar as opiniões de especialistas no caso, procurando uma


fundamentação crítica e consistente.

 Abordar o aspecto Legislativo.

 Focalizar sentido da confiança em diversos aspectos em determinadas


ocasiões, a partir de diferentes conceitos.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 ABUSO DE CONFIANÇA E SUA CARACTERIZAÇÃO

Abuso de confiança é uma acção penalmente relevante, pelo facto de ser um


crime abstractamente descrito na previsão das normas penais incriminadoras (acção
típica), que se exprime por um comportamento humano, dominado ou dominável pela
vontade e dirigido a um fim proibido pela norma penal.

Na realização do crime de interrupção de gravidez deve distinguir – se, por um


lado o aspecto objectivo, ou seja o conjunto daqueles elementos que determinam o
quadro externo de aparecimento do facto crime e que, tanto podem ser meramente
descrito como normativos. E, por outro lado, o aspecto subjectivo, que engloba os
elementos que definem a consciência e a vontade do agente de realizar o “ilícito”
descrito em cada tipo.

Sendo assim, para preencher o tipo de abuso de confiança é necessário, para além do
“tipo objectivo”, isto é, uma “pessoa” que se apropria ilegitimamente de coisa móvel
que lhe tenha sido entregue por título não translativo de propriedade, também o” tipo
subjectivo”, isto é, em que o agente pratica voluntariamente, no sentido de ter
representado e querido esse mesmo resultado (consciência e vontade de realizar o
crime).

3. SUJEITO ACTIVO E SUJEITO PASSIVO

Na realização de um tipo de crime, devem distinguir – se, por um lado “sujeito


activo”, por outro lado “sujeito passivo”.

Para o crime de abuso de confiança, é sujeito activo a “pessoa” que que se apropria
ilegitimamente de coisa móvel que lhe tenha sido entregue por título não translativo de
propriedade, e sujeito passivo a “o proprietário da coisa móvel”.

4. AUTORIA

O artigo 24.º do Código Penal, considera agentes do crime os “autores” e os


”cúmplices”.

Numa perspectiva formal e normativa, autor é aquele que comete a infracção, aquele
que realiza o facto típico tal como ele é descrito no preceito penal incriminador. Porém,
para crimes de abuso de confiança é autor aquele q que se apropria ilegitimamente de
coisa móvel que lhe tenha sido entregue por título não translativo de propriedade. Mas,
a infracção pode ser cometida por uma só pessoa ou mediante a colaboração de várias
pessoas, todas comparticipantes da infracção.

Pode ser que um organize e ordene e outro execute; que instigue à prática do crime e
outro o pratique; que um prepare a execução e outro a leve directamente a cabo; que a
actividade de um seja essencial e que a de outro apenas facilite.

4.1 FORMAS DE AUTORIA

O crime pode ser realizado por um agente apenas ou por vários agentes reunidos. A
Actividade consubstanciada na realização material do facto típico, conduz à “autoria
mediata” que assume a forma de “co-autoria”, quando o fato é executado em conjunto
por vários autores.

Mas, o autor não é só aquele que executa materialmente a conduta típica. Também,
o é, o agente que coloca no processo que conduz ao rime actividades de outra natureza,
psíquica, intelectual ou moral, se, por essa via ele se tornar senhor do “domínio do fato”
ou de ser causa à produção do facto típico.

Sendo assim, no crime de abuso de confiança é autor aquele que utiliza um terceiro,
como instrumento do cometimento do crime ou o determina ou o convence a comete –
lo.

4.1.1AUTORIA IMEDIATA OU MATERIAL

È autor imediato ou material é aquele que executa o crime directo e pessoalmente.


Aquele que realiza a conduta típica tal como a lei a descreve na sua previsão. Artigo
24º, a) do CP.

4.1.2 AUTORIA MEDIATA

Há autoria mediata quando o agente não executa o facto por suas próprias mãos e
antes o deixa executar por outra pessoa, sem toda via perder o domínio do facto. È a
prática do facto através de outrem, que aparece como “instrumento” da pessoa que, por
detrás, tem o domínio do professo causal. Artigo 24º, b) do CP
4.1.3 CO – AUTORIA

Estamos diante da co-autoria, quando a execução material do crime, é levada a cabo


por mais de uma pessoa. Para que dê lugar à co-autoria, é necessário que as várias
pessoas decidem em conjunto cometer abuso de confiança e conjuntamente a cometam.
Artigo 24º, c) do CP.

4.1.3.1 REQUISITOS GERAIS DA CO-AUTORIA

A co-autoria pressupõe a existência dos seguintes requisitos:

1º - Acordo ou decisão conjunta dirigidos a execução do crime

2º Execução conjunta do facto típico.

4.1.4 CUMPLICIDADE

O cúmplice, é pois, o único agente do crime que não é autor.

Nos termos do art.º 25 do CP, é punível como cúmplice que, prestar, directa e
dolosamente, auxílio material ou moral à prática por outrem de um facto doloso.

5. OBJECTO MATERIAL E BEM JURÍDICO PROTEGIDO

Nos crimes de abuso de confiança, o “objecto material” é a propriedade ou coisa


móvel apropriada de forma indevida.

O Bem jurídico protegido no crime de abuso de confiança é o património.

6. MODALIDADES – ACÇÃO E OMISSÃO

Para os crimes de abuso de confiança, é acção toda conduta ou comportamento


humano, dominado ou dominável pela vontade, a apropriar – se de forma ilegítima ca
coisa movél. Art.º 8º, nº 1 CP

No crime contra abuso de confiança, omissão deve ser ligada ao dever de agir, para
evitar um resultado, que a lei impõe e não foi cumprido, dever esse que a doutrina
chama dever de garante. Art.º. 8º CP

Dr. José Beleza define o dever de garante como o dever particular que coloca o
agente na obrigação de actuar de certa maneira para garantir que o resultado danoso se
não produza.
7. MEIOS DE EXECUÇÃO

Meios de execução refere – se a um conjunto de objecto, serviços ou instrumentos,


com vista a apropriação ilegítima da coisa móvel.

8. FORMAS – CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

Há tentativa sempre que o agente praticar com dolo, actos de execução de crime de
apropriação indevida, sem que este chegue a consumar – se. Art.º 20º, nº 1 CP

Consumação consiste na materialização ou execução do facto típico (apropriação


ilegítima da coisa) pretendido pelo agente.

9. PENA APLICAVEL – Art.º 404º á 407º CP

Quem se apropriar ilegitimamente de coisa móvel que lhe tenha sido entregue por
título não translativo de propriedade, que produza obrigação de a restituir ou de a
apresentar ou de a aplicar a certo fim, é punido com as estabelecidas para o crime de
furto no artigo 392º, atendendo ao valor do prejuízo patrimonial causado:

a) Prisão até 3 anos ou multa até 360 dias, se o valor da coisa subtraída não for
elevado;
b) Prisão de 1 a 5 anos, se o valor da coisa subtraída for elevado;
c) Prisão de 2 a 8 anos, se o valor da coisa subtraída for consideravelmente
elevado.

10. INICIATIVA PROCESSUAL/ ACÇÃO PENAL

O procedimento criminal pelos crimes de abuso de abuso de confiança, depende da


queixa. Art. 404º, nº 1 e 2 C.P.

Quando o procedimento criminal depender de queixa, o Ministério Público só pode


promover depois de aquela ser efectuada pela pessoa com legitimidade para se queixar.
Quando o procedimento criminal depender da acusação do ofendido ou de outra pessoa,
é necessário que o ofendido ou essa pessoa se queixe, se continua assistente e deduza
acusação particular. Artigo 50º, nº1 e 51º, nº 1 do C.P.P.
11. LIBERDADE CONDICIONAL

O crime de abuso de confiança é susceptível de liberdade condicional, dependendo


sempre do consentimento do condenado.

O tribunal coloca o condenado a prisão em liberdade condicional quando se


encontrar cumprida metade da pena e, no mínimo 6 meses, tendo em conta os
pressupostos no artigo 59º do C.P.

12. PRESCISÃO DO PROCEDIMENTO CRIMINAL

Crime de abuso de confiança prescreve, sempre que tiverem decorrido 10 anos, logo
sobre a prática do crime. Artigo 129º, b) do CP.

O prazo de prescrição do procedimento criminal corre desde o dia em que o facto se


tiver consumado, nos termos do art.º 130º CP. Podendo essa prescrição ser suspensa ou
interrompida à luz do art.º 131º, 132º do CP.

13. PRESCRIÇÃO DA PENA

As penas do crime abuso de confiança prescreve sempre que tiverem decorrido 15


anos, nos termos do art.º 133º, b) do CP.

O prazo começa a decorrer no dia em que transitar em julgado s decisão que tiver
aplicado a pena. A prescrição da Pena pode ser interrompida com a sua execução.
14.CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em jeito conclusivo, o grupo percebeu que para atingirmos a importância do Crime


de Abuso de confiança, é fundamental esclarecer que o espaço de tutela efectiva
material que o legislador reserva a este crime é a confiança que reina nas relações
interpessoais, comerciais, económica, financeiras, entre outras. Por esse motivo,
confiança é a palavra chave de todo nosso analise e, serve de solução para todas as
divergências que possam surgir no momento deste crime.

Confiança é uma característica da personalidade e pode ser entendida como


acreditar, estar seguro ou ter certeza sobre algo, ou em alguém. A confiança, então, seria
a hipótese que formulamos sobre o comportamento futuro de algo ou alguém, e que não
depende de nós.
15.REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

 CÓDIGO PENAL DE ANGOLA


 CÓDIGO DO PROCESSO PENAL
 CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE ANGOLA

Orlando Rodrigues: Apontamentos do Direito Penal

BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: parte especial. São Paulo:
Saraiva, 2007. v.2

MIRABETTE, Julio Fabrini. Manual de direito penal: parte especial: São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2011. v.2.

MORAIS, Alexandre. Direito constitucional. São Paulo: Atlas, 2009.

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