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COLÉGIO ESTADUAL DA POLÍCIA MILITAR DE GOIÁS - DIONÁRIA ROCHA

COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA

TEXTO COMPLEMENTAR

Componente Curricular Série/Ano Turma Data da aplic.:


Professor (a)
TÓPICOS DE CIÊNCIAS 1° A,B,C 24/10/2023
ADRIANO
HUMANAS

Aluno(a):_____________________________________________________________________________________

Habilidade(s) e Competências: (EM13CHS403) Caracterizar e analisar os impactos das transformações


tecnológicas nas relações sociais e de trabalho próprias da contemporaneidade, promovendo ações voltadas
à superação das desigualdades sociais, da opressão e da violação dos Direitos Humano; (GO-EMCHS403A)
Identificar as novas profissões que surgem a partir das mudanças econômicas, analisando a relação entre
essas e o avanço tecnológico para entender o processo de exploração e as relações entre emprego,
desemprego e subemprego; Analisar a influências no mundo do trabalho, dos modelos de produção
Taylorista, Fordista e Toyotista.
Tema/ objeto de conhecimento: Transformações no mundo do trabalho.
Instruções:
➢ Produzir a atividade proposta no caderno;
➢ Fazer a leitura dos textos propostos abaixo no Material de Estudo (Ficha de Leitura);
➢ Conteúdo de Avaliação Bimestral e Simulado.
Ficha Leitura: O mundo do trabalho – Taylorismo, Fordismo e Toyotismo
Material de apoio: Taylorismo, Fordismo e Toyotismo – https://www.youtube.com/watch?v=FrrFhnoET7w

À esquerda, Frederick Taylor; e à direita, Henry Ford. Ao fundo, a linha de montagem na fábrica de automóvel Ford

No final do século XIX e início do século XX, a indústria fabril estava em ascensão. No entanto, os
proprietários dessas indústrias precisavam racionalizar sua linha de produção. Para isso, deveriam controlar
com mais afinco o tempo dos operários durante o trabalho, no sentido de otimizar esse tempo, com o qual o
trabalhador produziria mais produtos, no mesmo tempo trabalhado. Outra questão que necessitou de
mudança foi a redução nos custos da produção, no intuito de aumentar o lucro dos capitalistas.
A partir de então, os proprietários das indústrias passaram a pesquisar novos métodos para aplicar nas linhas
de produção, almejando alcançar a racionalização da produção de mercadorias para a obtenção de maiores
lucros.
Ainda no século XIX, o engenheiro norte-americano Frederick Taylor (1856-1915) estudou cautelosamente os
serviços prestados pelos trabalhadores nas fábricas. A partir desses estudos, Taylor propôs um novo método
nas linhas de produção: em vez de um trabalhador desempenhar várias funções na produção de mercadorias,
ele implantou a divisão do trabalho, em que cada operário desempenharia uma única e repetitiva tarefa.
Com a ascensão do método de divisão de trabalho nas fábricas, desenvolvido por Taylor, que passaria a ser
chamado de taylorismo, grandes proprietários de indústrias passaram a implantar esse método em suas
fábricas. A fábrica de automóveis de Henry Ford (1863-1947) foi uma das primeiras a executar o taylorismo
através das linhas de montagem.
As linhas de montagem da fábrica Ford de automóveis consistiam em uma esteira em movimento: vários
operários se encontravam distribuídos em diversas partes da esteira. Assim, a produção seria executada com
o veículo deslocando-se pela esteira. Em cada parte da produção teria um trabalhador para exercer uma
função específica, por exemplo: um determinado trabalhador ficaria somente responsável por montar as rodas
do carro. Essas linhas de montagem ficaram conhecidas como modo de produção fordista, que prevaleceu
até a década de 1970, aumentando a produção durante o mesmo tempo de trabalho dos operários.
De acordo com Henry Ford, as indústrias economizariam no processo de montagem de suas mercadorias,
para conseguir vendê-los a preços menores. Os operários, dentro da lógica de montagem fordista, exerceriam
trabalhos cada vez mais mecanizados, não necessitariam de tanta qualificação para desempenhar os
serviços nas fábricas, e, consequentemente, teriam seus salários reduzidos em relação a sua menor
qualificação.

Taylorismo

Em meio à Revolução Industrial — período caracterizado pelo significativo desenvolvimento tecnológico vivido
na Europa que possibilitou a consolidação da indústria e do capitalismo a partir do século XVIII —, surgiram
algumas formas de organização e sistematização desse tipo de produção. Uma delas foi desenvolvida por
Frederick Winslow Taylor, ao final do século XIX, e ficou conhecida como administração científica.
As principais características desse modo de organização estão relacionadas com a maximização da produção
atrelada ao máximo aproveitamento da mão de obra e com o surgimento da gerência científica. O taylorismo,
como ficou conhecido, revolucionou a indústria, entretanto foi e ainda é bastante criticado.

O Taylorismo busca fracionar o trabalho, a fim de conseguir maior produtividade em menor tempo.

Frederick Taylor
Conhecido como pai da administração científica, Frederick Winslow Taylor nasceu no estado da Pensilvânia,
em 1856, nos Estados Unidos, e faleceu aos 59 anos, em 1915. Estudou na França e na Alemanha e formou-
se em engenharia mecânica no Instituto de Tecnologia Stevens, localizado em Nova Jersey, em 1883.
Taylor trabalhou em algumas indústrias como operário, como na companhia de aço Midvale Steel Works,
onde exerceu cargos de chefia e supervisor. Foi nessa companhia que Taylor, ao observar a atividade
realizada pelos operários, teve suas primeiras ideias a respeito da otimização do trabalho.
Ele acreditava que era necessário racionalizar o trabalho, considerando que esse, por vezes, era realizado de
modo intuitivo. Assim, Taylor passou a estudar estratégias que pudessem ser aplicadas no sistema produtivo,
tanto na função dos operários quanto na função da gerência

Características do taylorismo
O taylorismo tem como principal premissa elevar a produção industrial em menor tempo possível. Isso porque
as observações de Taylor constataram que muitos operários, por realizarem as funções sem muita técnica,
perdiam muito tempo com movimentos desnecessários, obtendo uma produção muito abaixo da sua
capacidade.
Portanto, era essencial aperfeiçoar o trabalho visando as aptidões de cada trabalhador. Esse
aperfeiçoamento da função seria associado à segmentação, ou seja, cada operário realizaria apenas uma
atividade e evitaria a lentidão da produção, o que, consequentemente, traria melhor custo-benefício.
Era necessário então que os operários fossem instruídos quanto à função a ser realizada, buscando o melhor
aprimoramento possível. Os treinamentos deveriam ser realizados segundo métodos científicos e atividades
planejadas na medida em que fossem identificados os melhores perfis para cada função específica,
promovendo uma padronização do trabalho e maior controle da linha de produção.
A implementação desse modo de organização trouxe uma grande mudança: o trabalhador, que antes
encontrava-se em meio a todo o processo produtivo, agora está fixado em uma única etapa, o que diminui o
seu esforço produtivo e torna-o, portanto, alheio ao resultado final.
Outra observação feita por Taylor foi a de que a produtividade também está relacionada com o rendimento
máximo do trabalhador. Sendo assim, para que esse seja estimulado a produzir, são necessárias algumas
motivações, como a melhoria dos salários; a redução da jornada de trabalho; os descansos semanais
remunerados; e as bonificações conforme a produção.

Princípios do Taylorismo
Em 1911, Taylor publica uma de suas obras mais conhecidas, o livro intitulado Princípios da administração
científica, que apresenta a necessidade de dividir o processo produtivo segundo aptidões dos trabalhadores e
também a de ter uma figura capaz de controlar todo esse processo, a gerência. Para isso seria fundamental
romper com a utilização de métodos empíricos e empregar métodos científicos no trabalho. Taylor então
apresenta quatro princípios fundamentais:
➢ I - Princípio do planejamento
É necessária a substituição de métodos empíricos por métodos científicos, evitando ações e julgamentos
individuais a respeito do trabalho.
➢ II - Princípio da preparação dos trabalhadores
É necessário relacionar as funções específicas aos funcionários que apresentarem melhores aptidões para
elas. Portanto, é feita uma seleção e, posteriormente, treinamento, a fim de aperfeiçoar cada trabalhador para
o alcance da execução mais eficiente das tarefas.
➢ III - Princípio do controle
É necessário controlar o trabalho realizado pelos operários, de modo a evitar tempo ocioso, esforço físico
desnecessário e possíveis resistências.
➢ IV - Princípio da execução
É necessário distribuir as tarefas e responsabilidades para cada trabalhador, buscando um sistema de
produção industrial disciplinado, objetivo e com o melhor custo-benefício possível

Críticas ao taylorismo
Apesar de ter revolucionado a produção industrial apresentando possíveis benefícios aos trabalhadores,
como os já citados redução da jornada de trabalho e aumento dos salários, as obras de Taylor sofreram
inúmeras críticas. A maior delas está relacionada ao aumento da produtividade em detrimento do trabalhador.
Mesmo com todos os benefícios, muitos críticos à teoria acreditam que o operário, a partir dessa nova forma
de organização, é explorado, sendo comparado a uma máquina. A mecanização do trabalhador congelou-o
em uma só função, expropriando o seu saber e impedindo que ele possa crescer dentro da empresa.
Nesse sentido, as atividades simples e repetitivas deram um aspecto robotizado ao trabalho operário, que
passou a ser questionado, gerando conflitos com os empregadores, muitas vezes acusados de reprimir as
opiniões dos operários.

Taylorismo, fordismo e Toyotismo


As ideias desenvolvidas por Taylor influenciaram outros métodos de organização da produção industrial,
como o desenvolvido por Henry Ford, também engenheiro mecânico estadunidense, responsável pela criação
do fordismo, caracterizado por ser uma produção em massa com o menor custo possível via utilização da
chamada linha de montagem. Outro exemplo que sofreu influência do taylorismo foi o método criado por
Taiichi Ohno e conhecido como Toyotismo, que visa maior produtividade sem criação de estoque.

FORDISMO
Fordismo é um modelo produtivo criado por Henry Ford nos Estados Unidos. O referido sistema foi
desenhado para a indústria automobilística com o objetivo de aumentar a produtividade e, em contrapartida,
diminuir os custos de produção. A partir dos benefícios apresentados pelo fordismo na fabricação de carros, o
modelo foi adaptado para a utilização em outras atividades industriais, sendo extremamente praticado no
território estadunidense.
A origem desse modelo produtivo está atrelada à superação de elementos típicos do modelo taylorista, e sua
principal característica é a automatização dos processos industriais. Ele provocou profundas mudanças na
estrutura produtiva da indústria internacional, mas entrou em declínio em razão de sucessivas crises de
superprodução.
O modelo fordista apresenta diferenças consistentes dos sistemas de produção taylorista e também toyotista,
como, por exemplo, a valorização da especialização do trabalhador e a verificação da qualidade produtiva no
final do processo.

O que é fordismo?
O fordismo é um modelo de produção industrial desenvolvido por Henry Ford, fundador da Ford Motor
Company, nos Estados Unidos. Esse sistema produtivo, implementado pioneiramente na indústria
automobilística americana no início do século XX, tem como sua maior característica a automação dos
processos industriais, e seu objetivo principal é o aumento da produtividade das unidades fabris atrelado à
redução dos custos de produção. A instalação de linhas de montagem, por meio de esteiras rolantes
mecanizadas, é um dos principais exemplos da implementação desse modelo de produção nas indústrias.

Origem do fordismo
A origem do fordismo remonta à Segunda Revolução Industrial, implementada a partir do final do século XIX
nos países mais desenvolvidos do globo. O avanço da industrialização resultou na necessidade da criação de
técnicas de produção que abrangessem uma qualidade produtiva atrelada à rapidez do processo de produção
fabril. Portanto, foram desenhados modelos de produção industrial para a época.
O primeiro deles foi o taylorismo, criado por Frederick Taylor, que focava na realização do trabalho fabril
diretamente relacionada ao tempo das máquinas industriais. O principal objetivo era estimular a produtividade
e diminuir o desperdício de materiais durante o processo produtivo. O fordismo, que surgiu logo após o
taylorismo, foi diretamente influenciado por esse modelo de produção industrial pioneiro.
O modelo fordista foi criado nos Estados Unidos por Henry Ford, no início do século XX, para as plantas
industriais da fabricante de automóveis Ford. As técnicas empregadas pelo modelo de produção fordista
foram adaptadas do modelo taylorista e tinham como objetivo o fomento da produtividade fabril. O modelo
fordista resultou em uma produção de bens manufaturados ainda mais rápida e barata por meio da
automatização dos processos industriais.

Características do fordismo
• Linha de montagem automatizada: a criação da esteira rolante automatizada foi uma das principais
inovações do modelo fordista. Nesse sistema, a esteira auxilia no transporte de matérias-primas ao
longo da linha de produção, facilitando o trabalho das máquinas e dos operários. Ademais, o uso da
esteira diminui o tempo de produção.
• Especialização produtiva do trabalhador: o trabalho no sistema fordista era extremamente
especializado, ou seja, o profissional fabril desempenhava uma única tarefa dentro do sistema de
produção. A especialização do trabalhador tinha como objetivo aumentar a produtividade, por meio da
concentração do trabalhador em uma atividade específica, que permitia o foco do profissional somente
naquela etapa produtiva.
• Controle de qualidade no final do processo produtivo: o controle de qualidade no fordismo
corresponde à última etapa do processo produtivo. No final da linha de montagem, determinado
profissional avaliava a qualidade da produção, na tentativa de verificar o nível de padronização dos
produtos.
• Padronização da produção industrial: a utilização de máquinas e equipamentos industriais
possibilitou uma maior padronização da produção industrial. Ademais, o uso de máquinas diminuiu o
volume de erros provenientes das atividades braçais e também reduziu o desperdício de matérias-
primas. A padronização da produção foi fundamental para a diminuição dos custos de produção e
também para a especialização do trabalhador.
• Produtividade: fator-chave na lógica da produção fordista. O alcance de índices de produtividade
satisfatórios está atrelado à redução dos custos produtivos, assim como o estrito controle do tempo da
produção e das ações do trabalhador. Há um destaque também para a diminuição do desperdício de
matérias-primas na linha de montagem.
• Produção em massa: contribuiu diretamente para a maximização dos lucros, mediante o máximo
controle da padronização da produção e da elevação da produtividade fabril. A produção em massa
possibilitou o barateamento dos produtos e, consequentemente, o aumento do consumo das famílias.
Porém, foi um dos fatores responsáveis pelo declínio do modelo fordista.

Declínio do fordismo
O fordismo alcançou um grande sucesso, em especial no início do século XX, em um contexto marcado pela
ascensão dos modelos liberais da economia. Esse sistema produtivo contribuiu diretamente para o aumento
da produção de bens manufaturados e diminuição dos preços dos produtos fabris.
Desse modo, gerou-se uma crise de superprodução, marcada pela grande quantidade de produto final
estocado nas fábricas. O grande excedente de estoques foi determinante para a crise do fordismo, uma vez
que o volume produzido pelas indústrias, em razão das inovações advindas desse modelo de produção,
tornou-se muito superior à capacidade de compra da população.
Ademais, torna-se necessário destacar o contexto histórico do declínio do modelo fordista, cujo auge ocorreu
no início do século XX, em um contexto de profundas mudanças econômicas e de grandes disputas
geopolíticas, como a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). O pós-guerra foi marcado pela diminuição do
comércio internacional, em especial das exportações dos Estados Unidos, principal centro do fordismo, para a
Europa. Logo, houve um aumento ainda maior dos estoques nas unidades fabris estadunidenses. Tal cenário
econômico resultou, entre outros fatores, na Crise de 1929, uma das maiores crises econômicas da história.

TOYOTISMO

O Toyotismo – também conhecido como acumulação flexível – é um modelo de produção industrial idealizado
por Eiji Toyoda (1913-2013) e difundido pelo mundo a partir da década de 1970 após a sua aplicação pela
fábrica da Toyota, empresa japonesa que se despontou como uma das maiores empresas do mundo na
fabricação de veículos automotivos.
A característica principal desse modelo é a flexibilização da produção, ou seja, em oposição à premissa
básica do sistema anterior — o fordismo, que defendia a máxima acumulação dos estoques —, o Toyotismo
preconiza a adequação da estocagem dos produtos conforme a demanda. Assim, quando a procura por uma
determinada mercadoria é grande, a produção aumenta, mas quando essa procura é menor, a produção
diminui proporcionalmente.
Podemos dizer que o Toyotismo surgiu no Japão em virtude das condições geográficas do país e das
transformações históricas relacionadas ao término da Segunda Guerra Mundial. Assim, dispondo de um
espaço geográfico reduzido e de um mercado consumidor menor do que o das potências ocidentais, o Japão
não conseguia se adequar ao modelo fordista de produção em massa.
Ainda na década de 1950, Eiji Toyoda visitou algumas fábricas norte-americanas a fim de melhor conhecer os
seus respectivos processos produtivos. Lá se deparou com empresas gigantescas que detinham grandes
espaços para a estocagem de produtos industrializados. Ao fazer as suas constatações, Toyoda não tardou
em perceber que o seu país, o Japão, vivendo um complicado período pós-guerra, não conseguiria se
adequar àquele modelo industrial. Esse foi o início para que, mais tarde, ele viesse a idealizar um sistema em
que a produção ocorresse de forma mais flexibilizada.
Mas além das condições geo-histórias, para o sistema toyotista existir também era necessário um avançado
sistema tecnológico nos meios de transporte e comunicação, algo impensável nos tempos em que o fordismo
havia sido idealizado. Isso porque a rapidez no deslocamento e no fluxo de mercadorias era uma das bases
para que a produção flexibilizada fosse direcionada para o consumo sem atrasos.
Assim, uma das técnicas mais utilizadas por esse modelo industrial foi o Just in time, que significa “em cima
da hora”, em tradução livre. Esse modelo funciona na combinação entre os sistemas de fornecimento de
matérias-primas, de produção e de venda. Assim, apenas a matéria-prima necessária para a fabricação de
uma quantidade predeterminada de mercadorias é utilizada, que deve ser realizada em um prazo já
estabelecido, geralmente muito curto.
Com a adoção do Just in time, as fábricas passaram a economizar dinheiro e espaço na estocagem de
matérias-primas e mercadorias, além de agilizar a produção e a circulação.
Outro ponto importante referente ao sistema toyotista é a diminuição da oferta de empregos, haja vista que o
processo de trabalho também se flexibiliza e, ao longo do processo produtivo, um mesmo trabalhador realiza
diversas funções, diferentemente do fordismo, em que o trabalho era mecânico e repetitivo. Isso serviu para
ampliar o desemprego no setor secundário da economia (que é o setor das indústrias) e transferir a mão de
obra para o setor terciário (o setor de serviços), onde os empregos se concentram mais na distribuição de
mercadorias do que propriamente em sua produção.
O Toyotismo, em linhas gerais, pode ser considerado como o sistema responsável pela terciarização da
economia, algo que já ocorreu nos países desenvolvidos e que vem se acelerando também no mundo
subdesenvolvido.

Robotização do Trabalho.
A robotização na indústria automobilística. A linha de montagem automobilística moderna é um claro exemplo de desemprego estrutural.

A Globalização é responsável por diversas modificações no mundo, influenciando na política, nas relações
sociais, no desenvolvimento tecnológico, nas formas de trabalho, etc. Um desses fatores fortemente alterados
pelo processo de globalização é a intensa robotização na produção industrial.
As indústrias estão, cada vez mais, introduzindo robôs no processo produtivo. Essas máquinas são
programadas para executar movimentos rápidos, padronizados e eficazes, aumentando, assim, a produção
final. Porém, as consequências são drásticas para os trabalhadores, pois esse fenômeno agrava o
desemprego.
Conforme dados divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU), aproximadamente 85 mil robôs são
introduzidos anualmente nas indústrias em todo o mundo. Estima-se que existam mais de 800 mil robôs
exercendo o trabalho que poderia empregar aproximadamente dois milhões de pessoas. Esse processo é
motivado por diversos fatores, sendo um deles a maximização da produção: a utilização de robôs pode
quadruplicar a produção em determinados segmentos industriais.
Para os detentores dos meios de produção, a utilização de máquinas é mais vantajosa, visto que, além da
produção ocorrer de forma mais rápida, a folha salarial é reduzida e, consequentemente, a lucratividade é
maior. Os robôs, apesar de passarem por manutenções, são mais benéficos para as empresas, pois,
diferentemente dos operários, não adoecem, não tiram férias, não engravidam, não necessitam de descanso,
não recebem salário, não reclamam da função, entre outros fatores.
Essa introdução em massa de robôs é alicerçada por um discurso ideológico de que eles estão
desempenhando apenas as funções alienantes e prejudiciais para a saúde do homem, e que para o seu
desenvolvimento e construção ocorre a utilização de mão de obra humana, ou seja, há a criação de novos
postos de trabalho. No entanto, essa é uma tentativa de distorcer a verdadeira consequência desse processo.
Essa substituição está aumentando o desemprego estrutural, que irá refletir no poder de consumo da
população. Um posto de trabalho está ficando cada dia mais escasso nesse cenário de máquinas. Porém, fica
uma pergunta: quem irá comprar essa grande quantidade de produtos fabricados com o auxílio de máquinas?
Serão os robôs?
A robotização das linhas de montagem é um elemento disparador do DESEMPREGO ESTRUTURAL
O desemprego estrutural é caracterizado pela modernização das atividades produtivas e de consumo por
meio da inserção de ferramentas tecnológicas na produção econômica. Ele é causado, em especial, pela
substituição da mão de obra humana por máquinas e equipamentos diversos. Diferentemente do desemprego
conjuntural, que se relaciona a um determinado contexto, o desemprego estrutural representa uma mudança
permanente das atividades produtivas.

O que é desemprego estrutural?


O desemprego estrutural é aquele gerado pelas mudanças na produção das unidades industriais e pelas
alterações nos hábitos de consumo da população. Geralmente, o desemprego estrutural é ocasionado por
meio de inovações tecnológicas diversas, especialmente pela substituição da mão de obra braçal por
equipamentos tecnológicos. Essas mudanças visam, principalmente, à diminuição dos custos produtivos e ao
aumento da produtividade.

Exemplos de desemprego estrutural


O desemprego estrutural se dá, por exemplo, quando ocorre a substituição da produção braçal de uma
indústria automotiva por uma linha de produção automatizada, por meio do uso de máquinas e equipamentos,
que substituem a mão de obra humana no processo industrial. Também ocorre em relação à substituição do
serviço braçal no campo por meio da sua mecanização.

Desemprego estrutural x emprego conjuntural


O desemprego estrutural está ligado ao avanço das novas tecnologias de produção, como máquinas e
equipamentos, que substituíram a necessidade de trabalhadores físicos nas linhas de produção e nos
espaços de consumo.
Por sua vez, o desemprego conjuntural está vinculado a um determinado momento histórico, político e
econômico, ou seja, uma conjuntura momentânea, como uma crise econômica, capaz de gerar um grande
número de desempregados em um curto período de tempo.

Consequências do desemprego estrutural


As consequências do desemprego envolvem fatores de ordem econômica, social e humana que afetam
diretamente a qualidade de vida dos indivíduos e o desenvolvimento da sociedade como um todo.
Primeiramente, o desemprego estrutural tem uma grande consequência econômica, visto que gera um
número significativo de desempregados, que perdem acesso à renda e demais benefícios trabalhistas,
culminando assim no aumento da situação de vulnerabilidade social de uma população.
Nesse sentido, destaca-se o aspecto social do desemprego estrutural, como o aumento da fome e da
violência, a perda da qualidade de vida e até mesmo eventos de maior magnitude, como a emigração e o
adoecimento.
O desemprego estrutural, assim como os outros tipos de desemprego, gera problemas de ordem física e
mental nos trabalhadores, que ficam vulneráveis mediante uma situação de substituição da sua mão de obra.

Desemprego estrutural no Brasil


O desemprego estrutural no Brasil é considerado recente, visto que o país passou por um processo de
industrialização tardia e possui um parque industrial ainda em processo de modernização.
As transformações na indústria brasileira, especialmente as mudanças tecnológicas a partir do final do século
XX, como a acelerada mecanização das atividades industriais, aumentou de forma considerável o
desemprego estrutural no país.
O campo brasileiro vislumbrou o mesmo movimento, por meio da modernização das atividades agropecuárias
locais, que substituíram a mão de obra braçal pelo uso de máquinas e equipamentos.
Na atualidade, verifica-se uma expansão do desemprego estrutural no país que vai além das atividades
primárias e secundárias, com enfoque especialmente ao setor de comércio e serviços. A redução de custos e
a informatização das empresas possibilita a instalação de terminais de autoatendimento, abertura de lojas
virtuais, utilização de robôs e atendentes virtuais, dentre outras ferramentas que ocasionaram a substituição
dos trabalhadores físicos em bancos, mercados, lojas de conveniência, entre outros locais. Portanto, avalia-
se que à medida que há modernização dos setores produtivos, o desemprego estrutural tende a crescer cada
vez mais.

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