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O TAYLORISMO: A BASE TEÓRICA DO SISTEMA CAPITALISTA DE PRODUÇÃO

Taylor, um engenheiro americano criativo, ousado, inteligente e sonhador, foi o principal responsável
por um dos maiores legados à história da Administração. De suas ideias e experimentos surgiu um novo
modelo de produção, que se constituiu na base teórica do sistema capitalista de produção. Seu
pensamento tomou força a partir da publicação de Princípios de Administração Científica (1911),
obtendo grande sucesso na época.

Ao fundamentar os princípios de direção científica na empresa (estudo da divisão do trabalho com base
na análise de tempos e movimentos), Taylor defendia que a forma mais eficiente de organizar a
produção seria a simplificação do trabalho complexo, reduzindo-o a tarefas simples e repetitivas. Dessa
forma, quase nenhuma qualificação era necessária aos trabalhadores encarregados de executá-las.
Esse modelo produtivo passou a ser chamado de taylorismo.

A PERSPECTIVA DE TAYLOR APLICADA À PRODUÇÃO INDUSTRIAL

Como você já viu em aulas anteriores, a Revolução Industrial provocou diversas mudanças na
organização da produção e do trabalho: surgiram as fábricas e as empresas industriais, houve
substituição do artesão pelo operário especializado, apareceram os sindicatos como organizações
proletárias. O taylorismo emergiu na passagem do século XIX para o século XX como uma abordagem
científica da gestão da produção.

Na produção artesanal, os produtos eram feitos um de cada vez, com a utilização de ferramentas
manuais e com a valorização das habilidades dos profissionais, como você já aprendeu. Contudo, na
produção em massa, as máquinas representavam uma dualidade: ao mesmo tempo que propiciavam
uma produção muito maior, sua aquisição representava um grande custo para o dono da fábrica. Logo,
elas precisariam trabalhar a todo vapor para compensar o investimento em maquinário, e não poderia
haver tempo ocioso (como ocorre na produção artesanal, em que o profissional regula seu trabalho de
acordo com a necessidade).

TEMPO E MOVIMENTO

A nova rotina e o novo ritmo de trabalho foram as inovações do modelo taylorista. Através dos estudos
de tempos e movimentos, Taylor criou um novo tempo, o tempo de trabalho movido pelo ritmo intenso
das linhas de produção das fábricas. Agora, não era mais o trabalhador que definia o seu próprio ritmo
de trabalho. Era o ritmo impessoal imposto pela máquina que imperava no novo ambiente de trabalho da
fábrica.
As aptidões dos trabalhadores seriam transferidas para as máquinas e seriam elas que determinariam o
ritmo do trabalho. A dinâmica e a rotinização do processo de produção eram impostas aos
trabalhadores, prevalecendo a homogeneidade de suas ações, pois todos os produtos deveriam ser
feitos no mesmo ritmo e com os mesmos movimentos

.
O MODELO TAYLORISTA DE GERÊNCIA CIENTÍFICA

Taylor desenvolveu um conjunto de princípios e métodos de gestão centrados nas tarefas. Precisou depor na Comissão Especial da
Câmara de Representantes dos Estados Unidos, porque eram grandes as acusações contra ele, sob a alegação de que seu modelo
de gestão submetia os trabalhadores a um ritmo incessante de trabalho, colocando em risco sua saúde física e mental. Acontece que
pizza não é uma exclusividade do Congresso brasileiro (como nas famosas CPIs).

Já naquela época, nos Estados Unidos, o interesse de poderosos grupos capitalistas sobressaía a discussões sociais acerca da
defesa de grupos de menor poder (como o dos operários e seus defensores). Ciente das dificuldades de aplicar a noção de tarefas no
ambiente da fábrica, Taylor tinha em mente treinar o operário, “adestrá-lo” e capacitá-lo para realizar seu trabalho no ritmo que lhe era
imposto pelas novas linhas de produção da Era Industrial.

Ao mesmo tempo, sua nova gerência agradava em muito os capitalistas donos de indústrias. Aplicando métodos científicos de
observação, ao identificar os erros cometidos pelos trabalhadores, e de mensuração, propondo o uso de novos métodos de controle de
tempos e movimentos, o taylorismo ganhou status de modelo de gerência científica.

O modelo taylorista de gestão era voltado para a busca de soluções para o alto desperdício de materiais, matéria-prima e tempo, e
para o baixo nível de produtividade dos trabalhadores daquela época. Como proposta de solução, Taylor concentrou-se na aplicação
de métodos e técnicas de engenharia industrial com foco na análise e racionalização do trabalho. Os objetivos a serem alcançados
eram a máxima produção e a minimização dos custos.

ATIVIDADE

1 – Segundo Taylor, qual a forma mais eficiente de organizar o trabalho?


2 – Explique o que muda do trabalho artesanal ao trabalho industrial.
3 – A partir do texto, explique o que significa um novo tempo, o tempo da máquina?
4 – Quais os objetivos dos métodos tayloristas?
5 – Por que as ideias de Taylor agradavam os capitalistas?

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