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Taylor e a administração científica.

Nos EUA, entre o fim da guerra civil e o começo do século XX, a indústria expandiu-se
aceleradamente. Essa foi a era das grandes invenções e o tempo em que as empresas cresciam
rapidamente transformando-se em grandes conglomerados. A expansão da indústria estimulou o
debate sobre o aumento da produção e da produtividade, que já vinha acontecendo desde o
inicio da revolução industrial. Adam Smith, escrevendo no século XVIII, já havia chamado a
atenção para os ganhos da produtividade decorrentes da divisão do trabalho, em comparação com
os métodos artesanais que até então dominavam a atividade produtiva nas oficinas de oficio.

Frederick Wislow Taylor (1856 – 1915) transformou esse debate num conjunto de
princípios e técnicas. Por esse motivo, Taylor é considerado o criador do movimento que ficou
conhecido como Administração Científica. O nome Administração Cientifica é devido a tentativa
de aplicação dos métodos da ciência aos problemas da administração, E OS PRINCIPAIS
MÉTODOS FORAM OBSERVAÇÃO E MENSSURAÇÃO (CHIAVENATTO, 2000).

No início de sua carreira como engenheiro, Taylor ocupou-se da eficiência das operações
fabris, especialmente na indústria siderúrgica, ou seja, a preocupação inicial era eliminar o
desperdício e as perdas e elevar os níveis de produtividade. De início a sua atenção dirigiu-se
para as máquinas, processos e produtos, tendo sido responsável pelo desenvolvimento de métodos
para a fabricação de aço de corte rápido (AMARU MAXIMINO, 1995). Com o tempo, Taylor
passou a se preocupar com outras causas da ineficiência da indústria americana. O que veio a
resultar na eclosão do movimento da administração científica. As suas ideias não nasceram de uma
hora para outra, mas evoluíram no tempo desde que foi engenheiro chefe na Midvale Steel
Company.

Na escola da Administração Cientifica a ênfase é colocada nas tarefas. Nessa época


vigorava o sistema de pagamento por peças ou por tarefas. Assim, emergia um problema
identificado por Taylor, ou seja, os patrões procuravam ganhar o máximo na hora de fixar o
preço das tarefas, enquanto os operários reduziam o ritmo de produção para contrabalancear
o pagamento por peça.

As deficiências da operação fabril percebidas por Taylor e que são a base da Organização
Racional do Trabalho (ORT) São:

1. A administração não tinha noção clara da divisão das suas responsabilidades com
o trabalhador;
2. Não eram aplicadas normas eficazes de trabalho;
3. Não haviam incentivos para melhorar o desempenho do trabalho;
4. A malandragem era sistemática em todos os postos de trabalho;
5. As decisões administrativas baseavam-se na intuição e no palpite;
6. Não eram feitos estudos visando a integração entre os departamentos da empresa;
7. Os trabalhadores eram colocados em tarefas para os quais não tinham aptidão;
8. Os gerentes ignoravam que a eficiência no desempenho significaria ganhos tanto
para eles quanto para a mão de obra;
9. Havia conflitos entre capatazes e operários sobre a quantidade da produção.
Para atacar esses problemas, Taylor desenvolveu um sistema coordenado de administração
de oficinas (shop management). Em 1903 ele apresentou a sociedade de engenheiros mecânicos
norte americana o sistema de administração de operações fabris que havia evoluído para se
transformar numa filosofia de administração.

O segundo período de Taylor corresponde à publicação de seu livro Princípios da


Administração Científica (1911). A ideia de administração cientifica também recebeu o nome de
Organização Racional do Trabalho. Segundo Chiavenato (2000), a administração cientifica é
uma evolução do management de oficina, e não uma Teoria, de forma que os principais ingredientes
são 75% de análise e 25% de intuição. A ORT teria sido baseada no modelo de eficiência de
Carnot, da Termodinâmica, onde ele extraiu a ideia da maximização da eficiência industrial a partir
da maximização da eficiência de cada uma das partes.

ORT, 9 princípios.

1. Análise do trabalho e estudo de tempos e movimentos;


2. Estudo da Fadiga Humana;
3. Divisão do trabalho e especialização do operário;
4. Desenho de cargos e tarefas;
5. Incentivos salariais e premio de produção;
6. Conceito de homo economicus;
7. Condições ambientais de trabalho;
8. Padronização de métodos e de máquinas;
9. Supervisão funcional.

De 1911 em diante, o publico tomou conhecimento dessas ideias. Taylor teve o mérito de
assimilar, sistematizar e disseminar um conjunto de princípios que vinham ao encontro de uma
necessidade, e por isso foram recebidos com entusiasmo. Assim, o movimento da administração
cientifica ganhou rapidamente popularidade nos EUA e depois no mundo todo. A primeira grande
guerra mundial deu aos americanos a oportunidade de aplicar em larga escala e mostrar aos
europeus novos padrões de eficiência da operação militar. Curiosamente um dos grandes advogados
da administração cientifica foi Lenin.

Segundo Maximiano (1995), a aplicação de métodos capitalistas no estado comunista


poderia eliminar movimentos supérfluos e desajeitados, planejamento de métodos corretos de
trabalho, introdução de melhor sistema de contabilidade e controle. Ainda segundo esse autor,
Lenin teria dito que se deveria organizar na Rússia o estudo e o ensino do sistema de Taylor,
experimenta-lo e adapta-lo ao seu proposito. Contudo, para não adotar o nome do mesmo
movimento, que tinha origem no capitalismo, na republica comunista esse movimento foi chamado
de stakanovismo.

É importante destacar que Taylor não estava sozinho no movimento da Administração


cientifica. Dentre os mais importantes foram:
O casal Frank e Lilian Gilbreth. Desenvolveram técnicas para minimização dos tempos e
movimentos. Eles criaram operações padronizadas, como pegar, levantar, posicionar e transportar.
A finalidade era racionalizar as tarefas de produção, ou seja, que deixassem de ser intuitivas.

Henry Gantt. Criou o gráfico que leva seu nome e serve para combinar tempos e tarefas.

FORD E A LINHA DE MONTAGEM

Segundo Maximiano (1995), a organização de qualquer grande empresa industrial moderna


tem em parte a combinação dos princípios de administração cientifica de Taylor e das técnicas
cridas por Henry Ford para linha de montagem. Até o começo do século XX, a produção era
dominada por técnicas artesanais. Mas a produção artesanal era custosa e demorada, como a palavra
da moda era eficiência, alguma coisa tinha de ser feita para mudar o método.

Como se tinha um grande mercado nessa época (inicio do século XX), cheio de
oportunidades, a empresa que tivesse grande quantidade de produtos de baixo custo e produzidos
rapidamente teia então vantagem competitiva sobre as demais. Os princípios de produção em massa
de Ford foram a divisão do trabalho e a fabricação de peças e componentes padronizados e
intercambiáveis.

Contudo, mesmo com a popularização do método de produção em massa ter sido atribuído
a FORD, a produção massificada iniciou no século XVII, quando rifles eram concebidos por meio
de peças intercambiáveis (MAXIMIANO, 1995).

Principio da exceção.

Tudo o que ocorre dentro dos padrões normais não deve ocupar muita atenção do
administrador. Este deve prioritariamente verificar as ocorrências que se afastem dos desvios
padrões, ou seja, as exceções para que sejam corrigidas.

Resumo:

1900-1920 Frederick Wislow Taylor expõe os princípios da administração cientifica.


Estudo científico do trabalho, seleção e colocação de pessoas segundo a aptidão das pessoas e os
requisitos da tarefa, colaboração entre empresa e empregado, eficiência e racionalização. Estes são
alguns dos pilares da administração cientifica.

Fonte:

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. 6. ed. Rio de Janeiro,


Elsevier, 2000.

MAXIMIANO, Antonio César Amaru. Introdução à administração. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1995.

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