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MATERIAL COMPLEMENTAR

62 – DESCOLONIZAÇÃO AFRO-ASIÁTICA.

CONCEITO
Até a primeira metade do Séc. XX, África, grande parte da Ásia e
Oceania estavam sob o domínio colonial das potências europeias. O
processo pelo qual essas regiões alcançaram sua independência é
chamado de DESCOLONIZAÇÃO AFRICANA E ASIÁTICA.
Até as primeiras décadas do
século XX, muitas pessoas, na
Europa, tinham orgulho de seu
país possuir impérios
coloniais, no entanto, pós
Segunda Guerra, essa situação
se torna constrangedora, pois
os governos “democráticos e
libertadores” não queriam ser Figura://acropolemg.blogspot.com/2014/09/descolonizacao-da-africa-e-da-

vistos como opressores


asia.html

Figura://medium.com/afro-asian-visions/trending imperialistas.

FATORES RESPONSÁVEIS PELA DESCOLONIZAÇÃO


1 °- MOVIMENTOS EMANCIPACIONISTAS
2°- ECONOMIA EUROPEIA DELICADA
3° - CONSCIÊNCIA ANTICOLONIALISTA
4°- GUERRA FRIA - NOVAS FORMAS DE INFLUÊNCIA
Figura://www2.latercera.com/noticia/descubren-las-guerras-africa-afectan-la-evolucion-las-

1 ° - MOVIMENTOS especies-animales/
EMANCIPACIONISTAS
Após a Segunda Guerra, acelerou-se o processo de
descolonização, em que ganham força os MOVIMENTOS
EMANCIPACIONISTAS LOCAIS, que buscavam a independência e
a autonomia política e econômica de suas antigas metrópoles.
2° - ECONOMIA EUROPEIA DELICADA
A Segunda Guerra deixou boa parte da Europa destruída; os
países europeus ficaram em uma delicada situação econômica,
uma crise que dificultava a MANUTENÇÃO DO DOMÍNIO
COLONIAL por meio de forças militares.
Figura://www.portaldovestibulando.com/2015/01/descolonizacao-da-africa-e-da-asia.html

3° - CONSCIÊNCIA ANTICOLONIALISTA
O mundo ficou chocado com os horrores da Segunda Guerra Mundial. Sendo assim, a opinião pública
europeia desenvolveu uma CONSCIÊNCIA ANTICOLONIALISTA.
Surgiu uma grande contradição, pois os governos eram inimigos
da opressão nazifascista e mantinham oprimidas as colônias.
4°- GUERRA FRIA - NOVAS FORMAS DE INFLUÊNCIA
As duas grandes potências do pós-guerra (EUA e URSS)
assumiram posições favoráveis à descolonização.
ESTAVAM INTERESSADAS EM DESENVOLVER NOVAS FORMAS
DE INFLUÊNCIA NAS REGIÕES QUE BUSCAVAM A
INDEPENDÊNCIA. Desse modo, após a ruptura dos laços
coloniais, os processos de
independência desdobraram-se em Figura://aminoapps.com/c/fatos_militares/page/
uma série de lutas internas.

IDEOLOGIA – PAN-AFRICANISMO e PAN-ARABISMO


O PAN-AFRICANISMO foi um movimento político-ideológico que visava à união
de todos os negros (africanos e descendentes) e defendia a unidade, a
solidariedade e a independência dos povos africanos.

Figura://www.geledes.org.br/pan-africanismo/
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O PAN-AFRICANISMO POSSUÍA DUAS SINGULARIDADES: CONFERIA VOZ AO


NEGRO, VISTO COMO VÍTIMA DE INJUSTIÇA, VIOLÊNCIA E OPRESSÃO;
REPRESENTAVA A ÁFRICA COMO UMA PÁTRIA LIVRE, APTA A RECEBER FILHOS E
DESCENDENTES, INDEPENDENTEMENTE DO LUGAR DE ONDE VIESSEM.
Com base no pan-africanismo, surgiram
movimentos que se apoiavam na ideia
de que todos os negros da América, da
África ou da Europa partilhavam da
ancestralidade comum. A NEGRITUDE
Figura://revistamododeusar.blogspot.com/2012/09/ é um ideal concebido pelo senegalês
leopold-sedar-senghor-1906-2001.html
LEOPOLD SENGHOR, na década de 1930,
que propunha a valorização das culturas negro-africanas. O PAN-
ARABISMO é uma doutrina que propunha a união de todos os
países de maioria árabe-muçulmana em defesa de seus
interesses. As lutas de independência da Ásia e da África
contaram com a solidariedade de outros países.
Figura://professormarcianodantas.blogspot.com/2017/06/o-pan-arabismo.html

CONFERÊNCIA DE BANDUNG - 1955


Com o objetivo da promoção da cooperação econômica e
cultural afro-asiática, defendia uma política de NÃO
ALINHAMENTO. Era uma forma de oposição ao “novo”
neocolonialismo dos EUA e da URSS na órbita da Guerra Fria.
FOI A PRIMEIRA CONFERÊNCIA A AFIRMAR QUE IMPERIALISMO
E RACISMO SÃO CRIMES, PROCLAMANDO O DIREITO DE
AUTODETERMINAÇÃO POLÍTICA. Afirmava que a submissão
imposta aos povos afro-asiáticos era uma negação dos direitos
fundamentais do homem e estava em contradição com a
CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS, sendo um obstáculo à paz e à
cooperação mundial. Figura://norteafricano.blogspot.com/2010/06/o-nao-alinhamento-da-conferencia-de.html

PARTICIPANTES
Afeganistão, Birmânia, Camboja, Ceilão, República Popular da
China, Filipinas, Índia, Indonésia, Japão, Laos, Nepal,
Paquistão, República Democrática do Vietnã, Vietnã do Sul e
Tailândia, TOTALIZANDO 15 DA ÁSIA.
Arábia Saudita, Iêmen, Irã, Iraque, Jordânia, Líbano, Sírio e
Turquia, TOTALIZANDO OITO DO ORIENTE MÉDIO; Costa do
Ouro – atualmente Gana –, Etiópia, Egito, Líbia, Libéria e
Sudão, totalizando apenas seis da África. ISSO ESTÁ
RELACIONADO AO FATO DE QUE MUITOS PAÍSES AINDA
ERAM COLÔNIAS DA EUROPA.
Figura://norteafricano.blogspot.com/2010/06/o-nao-alinhamento-da-conferencia-de.html

PRINCÍPIOS
 Respeito aos direitos fundamentais;
 Respeito à soberania e integridade territorial de todas as nações;
 Reconhecimento da igualdade de todas as raças e nações, grandes e pequenas;
 Não intervenção e não ingerência nos assuntos internos de outros países (autodeterminação dos povos);
 Respeito pelo direito de cada nação defender-se individual e coletivamente;
 Recusa na participação dos preparativos da defesa coletiva destinada para servir aos interesses
particulares das superpotências;
 Abstenção de todo ato ou ameaça de agressão, ou do emprego da força, contra a integridade territorial ou
a independência política de outro país;
 Solução de todos os conflitos internacionais por meios pacíficos (negociações e conciliações, arbitradas
por tribunais internacionais);
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 Estímulo aos interesses mútuos de cooperação;


 Respeito pela justiça e obrigações internacionais.

O PROCESSO
RUPTURA PACÍFICA RUPTURA VIOLENTA
Foi alcançada mediante acordos firmados com a Alcançada por meio de conflitos envolvendo as forças da
metrópole, que reconhecia formalmente a metrópole e as “tropas de libertação” coloniais,
independência política colonial, mas procurando principalmente quando a luta pela independência política
preservar as relações econômicas (domínio). se transformava em luta contra a dominação
imperialista. Nesses processos, houve o envolvimento
direto das potências da Guerra Fria.

Figura://aulasonlinedehistoria.blogspot.com/2015/10/independenciada-india-aindia-passou-ser.html Figura://litci.org/es/menu/mundo/africa/angola/42-anos-la-independencia-angola/

INDEPENDÊNCIA DA ÍNDIA - 1947


A Índia era uma das mais importantes colônias britânicas. A partir da década
de 1920, MAHATMA GANDHI e JAWARHARLAL NERHU, por meio do Partido
do Congresso, com apoio da burguesia, passaram a liderar o movimento de
independência. Gandhi foi o principal líder indiano a se opor à dominação
inglesa, utilizando como recurso essencial a estratégia da NÃO VIOLÊNCIA
ATIVA, e pregava a desobediência civil como meios de rejeição à dominação
inglesa. A perda do poder econômico e militar pela Inglaterra após a Segunda
Figura://www.infoescola.com/biografias/mahatma-gandhi/
Guerra Mundial retirou-lhe as condições para continuar a
dominação na Índia. Mas a Índia não estava unida, pois
existiam grupos em oposição, como a Liga muçulmana,
liderada por MUHAMMAD ALI JINNAH, que queria a
criação de um estado muçulmano independente dos
Hindus. Os ingleses procuraram retardar ao máximo o
processo, mas, pressionado pelo movimento popular
indiano e desgastado pela dura guerra contra o nazismo,
o governo britânico decidiu reconhecer a independência
Figura://www.thefamouspeople.com/profiles/jawaharlal-
da região em 1947.
nehru-49.php No entanto, o sonho de Gandhi de uma não hindu unida Figura://pt.wikipedia.org/wiki/
não se concretizou, pois, após o processo Muhammad_Ali_Jinnah
de independência, a região foi dividida
em dois países: REPÚBLICA DA ÍNDIA e REPÚBLICA DO
PAQUISTÃO de maioria muçulmana. Posteriormente, em
1972, após violenta guerra, o Paquistão Oriental separou-se e
passou a se chamar BANGLADESH.

Figura://aulazen.com/historia/particao-da-india-britanica/ INDEPENDÊNCIA DA INDONÉSIA


Desde o século XVII até 1941, o arquipélago esteve sob
domínio holandês. Em 1941, durante a Segunda Guerra, o
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Japão passou a dominar a Indonésia, o que levou à formação de um movimento nacionalista de


resistência liderado por ALIMED SUKARNO. Com a derrota japonesa, em 1945, o movimento de
resistência proclama a independência do país, que não foi aceita pela HOLANDA, que iniciou uma
tentativa de recolonização da Indonésia. Sukarno, unindo os nacionalistas, lidera a guerrilha contra a
Holanda que, em 1949, reconhece a independência da Indonésia.

COLÔNIAS BRITÂNICAS AFRICANAS


De forma geral, a colonização foi caracterizada pela ruptura pacífica. Foram os acasos, por exemplo:
GANA, NIGÉRIA, SERRA LEOA E GÂMBIA. A estratégia dos ingleses foi incentivar a tensão entre as etnias
locais e, ao mesmo tempo, ir transferindo o poder para elas gradativamente. Com isso, os ingleses
mantinham os africanos desunidos e preservaram seus interesses econômicos na região.
Em GANA, antiga Costa do Ouro, região rica em ouro e diamantes, não foi diferente. Mas o líder KWAME
NKRUMAH pleiteava a autonomia e defendia a união das diferentes etnias locais para formar a nação
GANA. Assim, liderou um movimento de desobediência civil e, aos poucos, conseguiu negociar com a
Inglaterra a independência da região, fato ocorrido em 1957.
No QUÊNIA, entretanto, a emancipação foi precedida de conflitos violentos devido à resistência da
população branca do país, que detinha 25% das terras mais férteis. A população do Quênia desejava a
devolução de suas terras usurpadas pelos colonos britânicos, desse modo, os ingleses tiveram que
enfrentar uma feroz resistência por parte dos KIKUYU, a etnia mais numerosa da região.
Depois de prolongados enfrentamentos, os quenianos alcançaram a independência
Figura://www.blackhistoryheroes.com/2010/09/
kwame-nkrumah.html em 1963, elegendo, então, como presidente JOMO KENYATA.
Figura://aaregistry.org/story/kenyas-first-
president-jomo-kenyatta/
ÁFRICA DO SUL
Habitada por povos negros das mais diferentes
etnias, a África do Sul foi
Figura://levoradikal.ru/archives/10119
ocupada pelos holandeses e no
século XIX pelos ingleses, interessados nas
riquezas da região. No início do século XX, os
descendentes de holandeses, os bôeres, com
os brancos de origem inglesa, impuseram uma
série de leis que restringiam os direitos da
maioria negra. Nesse contexto é criado o
CONGRESSO NACIONAL AFRICANO, partido
ofiles/blogs/o-dia-em-que-o-imperialista-brit-nico-conheceu-o-
político em defesa dos direitos africanos,
fundado pelo zulu PIXLEY KALZAKA. A partir daí,
as tensões entre negros e brancos aumentaram.
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Em 1948, o governo sul-africano decidiu oficializar o APARTHEID, uma política


segregacionista que obrigava negros a
morar em lugares separados dos
brancos, a frequentar escolas, ônibus e Figura://pt.wikipedia.org/wiki/
Ficheiro:Pixley_ka_Isaka_Seme_001.jpg

praias só para negros. Além disso,


impedia os negros de possuírem terras
em quase 90% do território, de
participarem da política e de se
casarem com pessoas brancas. Pouco
Figura://pt.wikipedia.org/wiki/Apartheid
tempo depois, em 31 de maio de 1961,
a União da África do Sul conquista a
independência da Inglaterra, formando
a República da África do Sul. Naquela
década, um grupo de negros organizou Figura://twitter.com/jonikagiso
uma passeata contra o APARTHEID e
acabaram assassinadas pela polícia, no
episódio que ficou conhecido como
MASSACRE DE SHARPEVILLE.
E assim, o líder da CNA (congresso
nacional africano) NELSON MANDELA,
passou a atuar de maneira mais
agressiva contra esse regime
segregacionista e pela luta dos direitos
civis e políticos dos sul-africanos, como
resultado acabou preso por 27 anos.
Nos anos 70, ocorreu o MASSACRE DE SOWETO, aumentando ainda mais a violência contra a população
negra na região. Esses dois episódios chocaram a opinião mundial, houve vários boicotes econômicos e
sanções impostas pela ONU. Os negros sul-africanos abandonaram a resistência pacífica e partiram para a
luta armada contra o governo. Em 1990 Nelson Mandela foi
/world-africa-10651690 Figura://irmandadedosmartires.blogspot.com/2015/06/galeria-dos-martires-massacre-
solto, e o governo anulou as leis de-soweto.html
segregacionistas garantindo a igualdade de direitos civis
e políticos, era o fim do apartheid. Nas eleições presidenciais de 1994, Mandela foi eleito presidente.

COLÔNIAS FRANCESAS AFRICANAS


A França procurou negociar formas pacíficas de ruptura com diversas colônias,
como CAMARÕES, SENEGAL, MADAGASCAR, COSTA DO MARFIM E
MAURITÂNIA. Nos anos 60, estava praticamente desfeito o império colonial
francês na África. Houve, no entanto, intensa luta armada na Argélia.
ARGÉLIA
Na Argélia, 10% da população era de origem francesa, denominada pieds noirs
(pés pretos), que controlavam a política e a economia do país e eram contra a
separação da França. Os Argelinos reagiram a essa situação opressiva diversas
vezes por meio de greves, boicotes e passeatas. Mas as tropas francesas na
região eram implacáveis na repressão.
Para resistir a essa opressão e lutar pela
liberdade do povo argelino, foi criada a
FRENTE DE LIBERTAÇÃO NACIONAL –
FLN –, liderada por BEN BELLA, dando
Figura://noticias.bol.uol.com.br/copa/2010/selecoes/
argelia/
início as lutas pela independência, em
1954. Em 1957, ocorreu a Batalha de
Argel, na qual os líderes da Frente
foram capturados e levados presos para
Paris, onde permaneceram até 1962. O
general De Gaulle, em 1958, negocia a
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paz com o Governo Provisório da Argélia, estabelecido no Cairo (Egito). A guerra arrastou-se por 8 anos e
deixou centenas de mortos dos dois lados. As negociações de paz se estendem até julho de 1962, quando
foi assinado o ACORDO DE EVIAN, reconhecendo a
independência da Argélia.
Figura://www.resistencia.cc/a-independencia-da-argelia-outubro-1917-nove
dien-bien-phu/

Na ocasião, milhares de descendentes de franceses nascidos na


Argélia, os chamados PÉS NEGROS, tiveram de deixar o país.

O CONGO BELGA
Foi um movimento marcado pela violência, devido a uma série
de conflitos internos entre os grupos
políticos locais e, também, os
interesses internacionais na disputa
pelas riquezas da região. A existência
de diferentes grupos étnicos, a falta de
preparo intelectual dos congoleses (os
belgas proibiam de estudar mais do
que quatro anos) e a violência empregada pelas autoridades coloniais
retardaram uma ação conjunta contra o colonialismo.
A revolta dos congoleses ganhou unidade e comando com PATRICE LUMUMBA,
que liderou o MOVIMENTO NACIONAL CONGOLÊS, fundado em 1957. A partir
daí, as manifestações de rua e as greves
Figura://br.depositphotos.com/40900995/stock-illustration-map-of-democratic-republic-
of.html sucederam-se e o movimento pela
independência ganhou corpos. Pressionados pela enorme resistência popular,
os belgas retiram-se do Congo em 30 de junho de 1960, data da independência
da REPÚBLICA DO CONGO. Mas o
projeto Figura://wa.wikipedia.org/wiki/Patrice_Lumumba
de LUMUMBA de unir os
congoleses não prosperou. Com apoio
dos Estados Unidos, a rica província de
KATANGA moveu guerra separatista
contra as forças de LUMUMBA que, por sua vez, recebiam ajuda
da UNIÃO SOVIÉTICA. Durante essa guerra civil com intervenção
externa, as forças do CORONEL MOBUTU, aliado dos norte-
americanos, venceram e assumiram o controle do país em 1961.
Lumumba foi preso e assassinado em fevereiro de 1961.
Mobuto tornou-se um ditador a partir de 1965, quando o Congo
passou a ser oficialmente chamado de Figura://kasaidirect.net/wordpress/?p=3138
REPÚBLICA DO ZAIRE, e dirigiu o país até 1997. Nesse ano, uma
rebelião liderada por LAURANT KABILA derrubou Mobutu do poder.
Kabila, ao assumir o governo, retornou o antigo nome do país:
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO. As disputas étnicas e
políticas continuaram e provocaram violentos confrontos pelo país.

COLÔNIAS PORTUGUESAS – REVOLUÇÃO DOS


CRAVOS
Na década de 1960, grupos políticos das colônias
portuguesas (Guiné-Bissau, Angola e Moçambique) partiram para a luta armada usando
como tática a guerra de guerrilha. O governo português reagiu violentamente enviando
para a África a maior parte de seu contingente militar. Os gastos com a guerra
chegavam a 40% do orçamento português e o número de jovens mortos no conflito era
enorme. Em Portugal, essas perdas materiais e humanas contribuíram para o advento
da REVOLUÇÃO DOS CRAVOS – movimento comandado por oficiais do exército
Figura://www.jmmadeira.pt/multimedias/ver/660/
Esta_foi_a_2%C2%AA_senha_da_Revolucao_dos_Cravos_
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português que, em 25 de abril de 1974, derrubou a ditadura salazarista que, nessa época, estava sob o
comando de MARCELO CAETANO. Defendendo a redemocratização do país e o fim do colonialismo, os
revolucionários portugueses conquistaram amplo apoio popular.

ATENÇÃO
ayworld.wordpress.com/

Portanto, as lutas pela independência das colônias


contribuíram tanto para a democratização de
Portugal quanto para a libertação da África
portuguesa.
Figura://www.dw.com/pt-br/1974-revolu%C3%A7%C3%A3o-dos-cravos-em-
portugal/a-505506

GUINÉ BISSAU E CABO VERDE


AMILCAR CABRAL, jovem universitário,
em 1951, fundou em Lisboa o CENTRO
DE ESTUDOS AFRICANOS que, mais
tarde, vai dar origem à GERAÇÃO DOS
50, grupo intelectual que usou a poesia
como arma contra o colonialismo
português.
No ano de 1956, fundou o Partido
Africano para a Independência da Guiné e de Cabo Verde, PAIGC, Figura://revistaraca.com.br/amilcar-cabral-o-poeta-africano/
que reunia sob uma só bandeira nacionalistas e socialistas, dando
início a luta pela independência a partir de 1961. Em 20 de janeiro
Figura://pt.wikipedia.org/wiki/
Partido_Africano_para_a_Independ%C3%AAncia_da_Guin
de 1973, Amílcar Cabral é assassinado por
dois membros de seu próprio partido,
mas a luta pela independência continua e em 25 de abril de 1974
ocorre a Revolução dos Cravos em Portugal, marcando a ascensão
de um regime democrático. O novo governo, em 1974, reconhecia
as independências das colônias; é o fim do Império Colonial Português.
Independência da Guiné em 24 de setembro de 1973, reconhecida por
Portugal no ano seguinte. Em 5 de julho
Figura://br.pinterest.com/pin/209558188885031928/?lp=true
de 1975, era a vez do Cabo Verde
conquistar a sua independência.

ANGOLA
Em 1956, foi fundado o Movimento
Popular pela Libertação da Angola,
MPLA, que, em 1961, desencadeou as
lutas pela independência, sob a liderança
do poeta AGOSTINHO NETO, que
também fazia parte da GERAÇÃO DOS
50. Na mesma época, outros dois
movimentos surgiram: União Nacional
para a Independência Total de Angola,
UNITA, e a Frente Nacional de
Libertação de Angola, FNLA.
Em 1974, foi assinado o ACORDO DE ALVOR, no qual os portugueses
reconheceriam a independência de Angola em 1975, ano em que seria formado
um governo de transição composto pelo MPLA, UNITA e FNLA. No entanto,
uma série de divergências
com/2009/09/antonio-

Figura://litci.org/es/menu/mundo/africa/angola/42-anos-la-independencia-angola/
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levou a uma guerra civil e à invasão do país por tropas do Zaire e da África do Sul
(apoiadas pela FNLA e UNITA), que recebiam ajuda dos EUA.
O MPLA, liderado por Agostinho Neto, solicitou, então, ajuda de Cuba e, em
1976, derrotou as forças da UNITA e da FNLA.

MOÇAMBIQUE
Figura://www.cubadebate.cu/opinion/2015/11/12/angola- Em 1962, foi criada a Frente de Libertação
independencia-y-paz-merecidas-para-su-pueblo/
de Moçambique, FRELIMO, por EDUARDO
MONDLANE, que iniciou as lutas pela
independência. Ele morreu em 3 de fevereiro de 1969 ao abrir uma
encomenda que continha uma bomba supostamente enviada pela
política secreta portuguesa, a PIDE (Polícia Internacional e de Defesa
do Estado). Com a morte do líder EDUARDO MONDLANE, em 1969,
SAMORA MACHEL, assumiu a direção do movimento, que passou a disputar o controle do território. Em
Figura://www.frelimo.org.mz/frelimo/index.php/a-
frelimo/
1975, Portugal reconheceu a independência da República Popular de
Moçambique, tendo como presidente o próprio SAMORA MACHEL.
Figura://zap.aeiou.pt/30-anos-ninguem-sabe-caiu-aviao-samora-machel-134100

DICA SALVADORA
O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DE ANGOLA E
MOÇAMBIQUE FOI SEGUIDO POR UMA VIOLENTA GUERRA
CIVIL. OS GRUPOR POLÍTICOS QUE LUTARAM JUNTOS PELA
INDEPENDÊNCIA PASSAM A DISPUTAR O CONTROLE POLÍTICO
PELO PAÍS. SOMENTE NO FINAL DOS ANOS 90, OS DOIS
PAÍSES ALCANÇAM A PAZ.
Figura://www.dw.com/pt-002/a-hist%C3%B3ria-de-mo%C3%A7ambique-

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARRUDA, José Jobson de; PILETTI, Nelson. Toda a História: História geral e história do Brasil. 6.ed. São
Paulo: Ática, 1996.
COTRIM, Gilberto. História Global Brasil e Geral. 8.ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
JÚNIOR, Alfredo Boulos. 360° História sociedade & cidadania. Volume 1, 2.ed. São Paulo: Ftd, 2015.
JÚNIOR, Alfredo Boulos. 360° História sociedade & cidadania. Volume 2, 2.ed. São Paulo: Ftd, 2015.
JÚNIOR, Alfredo Boulos. 360° História sociedade & cidadania. Volume 3, 2.ed. São Paulo: Ftd, 2015.
WRIGHT, Edmund; LAW, Jonathan. Dicionário de História do Mundo. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.
QUESTÕES
1-(UFSM) Analise as afirmações a respeito da descolonização da África e da Ásia e indique se são
verdadeiras (V) ou falsas (F).
( ) A descolonização da Ásia e da África só ocorreu após o término da Segunda Guerra Mundial; o declínio
dos países europeus depois da guerra e o avanço do nacionalismo estimularam os movimentos de
libertação.
( ) No processo de independência da Índia, o destaque coube ao líder Mahatma Gandhi. responsável pela
unidade política da ex-colónia inglesa.
( ) A independência da Argélia se consolidou em 1954, quando se formou a Frente de Libertação Nacional
(FLN), que usava a tática de guerrilha contra os franceses.
( ) No processo de descolonização da África, a primeira colônia inglesa a conquistar a independência foi
Costa do Ouro, que passou a se chamar Gana, em 1957.

A sequência correta é
a) V-F-F-V
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b) V-F-V-F
c) F-F-V-F
d) F-V-V-V
e) F-V-F-V
2-(UFAM) A luta contra o apartheid na África do Sul foi um esforço coletivo, protagonizada por ampla e
anônima maioria negra do país, orientada por vários dirigentes negros, apoiada por alguns líderes brancos
e acompanhada pela indignação internacional. Contudo foi um único homem, recluso na prisão por quase
três décadas, quem simbolizou a causa contra o regime segregacionista: Nelson Mandela ou,
carinhosamente, Madiba para seus conterrâneos. Falecido em 5 de dezembro de 2013, aos 95 anos, há
tempos ele lutava contra doenças recorrentes do período em que permaneceu preso por conta de sua luta
pela abolição do apartheid. Prêmio Nobel da Paz em 1993, o homem considerado o herói do século XX
deixou um legado de luta incomparável, tanto que ao anunciar sua morte, o atual presidente da África do
Sul, emocionado, disse: “Ele descansou e agora está em paz. Nossa nação perdeu seu maior filho. Nosso
povo perdeu seu pai.”

No discurso proferido quando assumiu a presidência (1994), Mandela mais uma vez reforça o seu
comprometimento na busca de “construir uma sociedade na qual todos os sul africanos, brancos e negros
fossem capazes de caminhar com a cabeça erguida sem medo em seus corações [...], uma nação arco-íris,
em paz consigo mesma e com o mundo.”

Consoante aos seus conhecimentos sobre o tema exposto, você pode depreender que:

I. As primeiras manifestações contra o apartheid foram organizadas tanto pelo Congresso Nacional Africano
(CNA), partido político fundado em 1912 para defender tanto o direito dos negros, quanto dos homens
brancos de
mentalidade liberal.

II. Já como membro ativo do CNA, após o Massacre de Sharpeville em 1961, Mandela passou a defender
que o apartheid não deveria ser mais combatido com a nãoviolência, mas por outros meios, como a
sabotagem.

III. Em 1976 o Massacre de Soweto, com mais de 500 mortos, recorda ao mundo a brutalidade do regime
racista sul-africano.

IV. Libertado após 27 anos de cárcere, Mandela negocia o fim do apartheid com o presidente Frederik De
Klerc em 1993, sendo eleito o primeiro presidente negro da África do Sul no ano seguinte.

V. Tanto a insanidade do apartheid como a crucial capacidade de luta e atitude conciliadora de Nelson
Mandela em muito contribuiu para o mundo repensar o racismo e a segregação.

Assinale a alternativa correta:


a) Somente as afirmativas I e II estão erradas.
b) Somente as afirmativas II e III estão erradas.
c) Somente as afirmativas III e IV estão erradas.
d) Todas as afirmativas estão erradas.
e) Todas as afirmativas estão corretas.

3-(ESPM) “Em 21 de dezembro de 1961, a Bélgica concedeu autonomia interna a Ruanda e, em 28 de junho
de 1962, a Assembleia Geral da ONU fixou para 1º de junho a supressão da tutela e a concessão da
independência à República Democrática de Ruanda, ressaltando que o governo independente não seria
mono étnico. Tal cuidado não foi suficiente, pois os acontecimentos posteriores acabaram culminando em
um dos mais violentos genocídios do século XX, estimando-se o número de mortos em 1.074.017, ou seja,
um sétimo da população de Ruanda.”
(Leila Hernandez. A África na sala de aula)
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62 – DESCOLONIZAÇÃO AFRO-ASIÁTICA.

Em abril de 2014, completaram-se 20 anos do que ficou conhecido como genocídio de Ruanda. Diferenças,
desigualdades, discriminações raciais, econômicas, sociais e políticas alimentaram o ódio. O assassinato do
presidente Juvenal Habyarimana, em atentado ao avião em que viajava, foi o estopim do genocídio.
Sobre o genocídio em Ruanda assinale a alternativa correta:
a) foi praticado por mercenários belgas interessados na recolonização de Ruanda e exploração de suas
riquezas;
b) foi praticado por ruandeses contra cidadãos europeus e norte-americanos acusados de responsabilidade
pela miséria em Ruanda;
c) refletiu o ódio religioso entre cristãos e muçulmanos;
d) refletiu o ódio dos ruandeses contra as Forças de Paz enviadas pela ONU para apaziguar as disputas
entre diferentes grupos políticos;
e) foi praticado pelo grupo étnico hutu contra a etnia tútsi e hutus moderados que formavam a oposição
política no país, sendo que entre os mortos eram tútsis.

4-(FUVEST) África vive (...) prisioneira de um passado inventado por outros.


Mia Couto, Um retrato sem moldura,In: HERNANDEZ, Leila, A África na sala de aula.São Paulo: Selo Negro, p.11, 2005.

A frase se justifica porque


a) os movimentos de independência na África foram patrocinados pelos países imperialistas, com o objetivo
de garantir a exploração econômica do continente.
b) os distintos povos da África preferem negar suas origens étnicas e culturais, pois não há espaço, no
mundo de hoje, para a defesa da identidade cultural africana.
c) a colonização britânica do litoral atlântico da África provocou a definitiva associação do continente à
escravidão e sua submissão aos projetos de hegemonia europeia no Ocidente.
d) os atuais conflitos dentro do continente são comandados por potências estrangeiras, interessadas em
dividir a África para explorar mais facilmente suas riquezas.
e) a maioria das divisões políticas da África definidas pelos colonizadores se manteve, em linhas gerais,
mesmo após os movimentos de independência.

5-(UERJ) Veja bem, este país, em seus dias de glória, parecia até um zoológico. Um zoológico limpinho e
bem arrumado. Todos tinham o seu lugar e viviam felizes. Quem era chamado de halwaifazia doces. Quem
era chamado de criador de gado criava gado. Os intocáveis limpavam latrina. Até que, em 1947, quando os
britânicos foram embora, todas as jaulas foram abertas. Aí a lei da selva substituiu a lei do zoológico. Os
mais ferozes devoraram os demais e ficaram barrigudos.

Resumindo: antigamente havia mil castas e destinos na Índia. Hoje só há duas castas: a dos homens
barrigudos e a dos homens sem barriga.
ARAVIND ADIGA. Adaptado de O tigre branco. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.

O fragmento de texto acima faz referência a uma das transformações ocorridas na Índia, a partir de 1947.
Essa transformação explicita a relação entre as seguintes características na sociedade indiana:
a) diversidade de etnias – liberdade de expressão
b) divisão do trabalho – hierarquização dos grupos
c) centralização do Estado – eliminação da censura
d) racionalização da produção – preservação das tradições

6-(PUC-RS) Em 1963, fundou-se, em Adis-Abeba, a Organização para a Unidade Africana (OUA), com o
objetivo de defender a soberania de seus membros e de auxiliar na completa erradicação do colonialismo
na África, logo após o reconhecimento da independência de 17 ex-colônias da França e da Inglaterra. Ficou
de fora da OUA, devido a seu regime político, então racista,
a) o Congo.
b) o Zaire.
c) a Argélia.
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d) a África do Sul.
e) o Marrocos.

7-(UFU) A partir de 1948, o Partido Nacional, no poder na África do Sul, entregou-se à tarefa de transformar
a separação em bases raciais – já existente na sociedade sul-africana – num complexo sistema legal e no
fundamento real do Estado. Essencialmente preocupado em frear e impedir a vinda dos negros para as
cidades, o governo branco iniciou a montagem do apartheid (apart-heid, ―"desenvolvimento separado").
LOPES, Marta Maria. O apartheid.São Paulo: Atual, 1990, p. 41. (Adaptado).

O apartheid, cujo desmantelamento contou com a histórica liderança de Nelson Mandela, estava
originalmente relacionado
a) à política expansionista da África do Sul, no início do século XX, o que levou as potências estrangeiras a
intervirem no país, instaurando o apartheid.
b) à luta dos escravos contra os senhores ingleses, que formavam a maioria da população sul-africana.
c) à divisão territorial da África do Sul, no pós-guerra, que foi apoiada pelas maiores potências capitalistas,
interessadas nos lucros da atividade mineradora.
d) às disputas imperialistas entre holandeses e ingleses, culminando na chamada Guerra dos Bôeres no
final do século XIX.

8-(UFT) "Permanecerá para sempre como uma mancha que não será apagada da história da humanidade o
mero fato de que o crime do Apartheid ocorreu. Sem dúvida, as gerações futuras perguntarão: 'Que erro se
cometeu para que esse sistema pudesse vigorar depois de ter sido aprovada a Declaração Universal dos
Direitos Humanos? Permanecerá para sempre como uma acusação e um desafio a todos os homens e
mulheres o fato de que demoramos tanto tempo para bater o pé e dizer 'já basta'".
Fonte: MANDELA, Nelson. Discurso ante o Comitê Especial das Nações Unidas contra o Apartheid, 22 de junho de
1990.

Nelson Mandela foi o principal líder negro que lutou contra a política do Apartheid na África do Sul. Um dos
principais fatores que determinaram a extinção daquele regime foi a
a) obrigação do registro de cor para todos.
b) determinação para a criação dos bantustões.
c) adoção de reformas democráticas e constitucionais.
d) revogação e supressão da Lei de Direitos sobre a Terra.
e) reforma política implantada pelo presidente Pieter Botha.

9-(FUVEST) Examine a seguinte imagem, que foi inspirada pela situação da Índia de 1946.

A leitura correta da imagem permite concluir que eIa constitui uma crítica
a) à passividade da ONU e dos países do chamado Terceiro Mundo diante do avanço do fundamentalismo
hindu no sudeste asiático.
b) à oficialização da religião muçulmana na Índia, diante da qual seria preferível sua manutenção como
Estado cristão.
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c) ao colonialismo britânico, metaforicamente representado por animais ferozes prontos a destruir a


liberdade do povo hindu.
d) aos políticos que, distanciados da realidade da maioria da população, não seriam capazes de enfrentar os
maiores desafios que se impunham a união do país.
e) à desesperança do povo hindu, que deveria, não obstante as dificuldades peIas quais passara durante
anos de dominação britânica, ser mais otimista.

10-(UNEMAT) No ano de 1947, a Índia conquistou oficialmente sua independência política, separando-se da
Inglaterra. No entanto, ainda hoje, o país e alguns dos seus vizinhos protagonizam inúmeros conflitos de
origem religiosa e política.

Sobre essas informações, assinale a alternativa incorreta.


a) O processo de independência da Índia foi liderado por Mahatma Gandhi que preconizava a resistência
pacífica como forma de luta para libertar o país da dominação colonial.
b) O atual Estado do Paquistão, de maioria religiosa muçulmana, fazia parte da então denominada “Índia
Britânica”.
c) Mahatma Gandhi foi assassinado, em janeiro de 1948, por um compatriota nacionalista, que não
concordava com a defesa que Gandhi fazia da cessão de territórios indianos ao Paquistão.
d) Um dos principais motivos das tensas relações atuais entre a Índia e o Paquistão é a disputa pela região
fronteiriça da Caxemira.
e) O Paquistão oriental, atualmente Bangladesh, mantém com a Índia uma disputa territorial pela região do
Himalaia.

11-(UFSM)
ATA DA INDEPENDÊNCIA DA ÍNDIA
18 de julho de 1947
1. A partir do dia 15 de agosto de 1947, dois Domínios independentes serão estabelecidos na Índia,
conhecidos sob os respectivos nomes de Índia e de Paquistão. No presente ato, os ditos domínios serão
chamados "novos domínios" e o mencionado quinze de agosto será chamado "dia designado". [...]

(CARVALHO, Delgado de. "História Documental Moderna e Contemporânea". Rio de Janeiro: Record Cultural, 1976. p.
323.)

Observa-se, através do texto, que a Índia foi dividida. Essa divisão ocorreu, principalmente, por motivos
a) religiosos.
b) geopolíticos.
c) econômicos.
d) diplomáticos.
e) sociais.

12-(UNIMONTES) O Quênia, país do leste africano que enfrenta uma crise política nos dias atuais,
permaneceu como colônia inglesa até 1963. O seu processo de descolonização foi marcado, entre outros
elementos, pela
a) adoção do Apartheid.
b) constituição de um Estado Teocrático.
c) ocorrência de conflitos inter étnicos.
d) liderança das classes médias urbanas e pelos operários.

13-(UNICENTRO) O processo de descolonização na Ásia e na África resultou

I. da resistência anticolonialista nas áreas dominadas e em setores das populações dominantes.


II. da ação de sociedades filantrópicas e humanitárias.
III. do declínio das velhas nações colonialistas e da emergência da bipolaridade na política mundial.
IV. da transformação das antigas áreas dominadas em áreas dominantes.
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V. da crescente militarização de todas as áreas dominadas.

a) I e III.
b) II e IV.
c) I, II e V.
d) I, III e V.
e) II, III, IV e V.

14-(UNIMONTES) A Conferência de Bandung (1955) representou um importante marco no processo de


descolonização da Ásia e da África. Entre suas deliberações, destaca-se
a) a condenação do sistema capitalista.
b) a condenação do colonialismo e do racismo.
c) a condenação do sistema socialista.
d) a condenação do sistema colonial mercantilista.

15-(UFG) Leia o texto a seguir.


A Conferência afro-asiática examinou ansiosamente a questão de paz mundial e de cooperação. Tomou
nota com profunda inquietação do estado de tensão internacional e do perigo de guerra atômica [...] Em
verdade, todas as Nações deveriam ter o direito de escolher livremente seus próprios sistemas político e
econômico e seu próprio modo de vida, conforme os princípios e objetivos das Nações Unidas.
MATTOSO, Kátia. Textos e documentos para o estudo da história contemporânea. São Paulo: Hucitec/Edusp, 1977, p.
200-202.

A citação acima é parte do documento final da Conferência de Bandung (1955), que reuniu na cidade com o
mesmo nome, na Indonésia, representantes de 29 países da África e da Ásia. Analisando o conteúdo do
documento e relacionando-o com o processo de descolonização afro-asiático e com a conjuntura
internacional após a Segunda Guerra Mundial, conclui-se que os países signatários

a) condicionaram a luta anticolonial a uma via pacífica e negociada, considerando a questão da paz mundial
e o risco de guerra nuclear.
b) delegaram às Nações Unidas a condução das suas independências, apoiados nos princípios e objetivos de
cooperação internacional.
c) concentraram seu foco nos ideais nacional-independentistas, colocando-se alheios aos assuntos e
conflitos mundiais.
d) vincularam seu anti colonialismo ao princípio terceiro mundista do “não alinhamento”, mantendo
equidistância das superpotências.
e) excluíram de seus projetos nacionais tanto a alternativa capitalista quanto a socialista, que reforçavam o
conflito Leste-Oeste.

16-(UFU) Os itens, a seguir, abordam os processos de descolonização no século XX, destacando as


resistências dos povos africanos, asiáticos e árabes ao imperialismo europeu.

I - O que os imperialistas europeus identificaram como defeitos inatos destes povos como, por exemplo, a
preguiça, as faltas constantes ao trabalho e ainda uma ausência de ambição podem ser vistos como formas
de resistência à exploração de que eram vítimas
II - As lutas e resistências dos povos colonizados foram importantes para os processos de descolonização.
Estas resistências assumiram a forma de greves, marchas de protesto, ataques violentos, mas também
expressaram-se nas lutas pela preservação e revalorização de tradições locais, da língua e da história destes
povos.
III - Com o imperialismo, os povos colonizados adotaram os chamados “valores ocidentais”, abandonando
suas tradições. Isto explica porque a descolonização assumiu a forma de luta armada, conduzida por grupos
minoritários com discursos em defesa do capitalismo ou do socialismo.
IV - A tomada de consciência dos povos submetidos ao imperialismo deve-se à polarização provocada pela
Guerra Fria, que criou condições propícias para a organização de movimentos de independência. Estes
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62 – DESCOLONIZAÇÃO AFRO-ASIÁTICA.

movimentos passaram a lutar contra as decadentes metrópoles europeias, contando com o apoio dos
Estados Unidos.

Assinale a alternativa correta.


a) Apenas III e IV
b) Apenas II e IV
c) Apenas I e III
d) Apenas I e II

17-(UP) O Império Colonial Português foi um dos mais duradouros do mundo, perdurando do século XV ao
XX. Portugal resistiu o quanto pode para não ceder a independência a suas colônias, as quais, em sua
maioria, só conquistaram a emancipação mediante luta armada. Foi esse o caso de Angola, que só se
tornou independente depois de uma guerra contra Portugal.

Do lado angolano, um dos principais grupos envolvidos foi


a) a Aliança Nacional de Angola, ANA.
b) o Movimento Nacional Angolano, MNA.
c) a Frente Unida de Angola, FUA.
d) a Frente Nacional Popular de Angola, FNPA.
e) o Movimento Popular de Libertação de Angola, MPLA.

18-(UNIPAM) O desencadeamento da descolonização fez surgir uma estratégia dos países que emergiam na
Ásia e na África. Em 1955, em Bandung (Indonésia), reuniram-se 29 desses países afro-asiáticos que se
apresentavam como um Terceiro Mundo. Pronunciaram-se sobre o socialismo e o neutralismo e contra o
Ocidente e a URSS e proclamaram o compromisso dos povos liberados de ajudar a libertação dos povos
dependentes.
(LINHARES, Maria Yedda. A luta contra a metrópole (Ásia e África). São Paulo: Brasiliense, 1985).

Assinale a alternativa que NÃO corresponde aos principais pontos defendidos na Conferência de Bandung.
a) Condenação do colonialismo, a discriminação racial e a corrida armamentista.
b) Afirmação de uma ‘política de não alinhamento’ para impedir a ingerência das superpotências nos
assuntos internos.
c) Difusão da industrialização nos continentes afro-asiáticos para eliminar as guerras intertribais no
processo de descolonização.
d) Solução de conflitos internacionais por meios de negociações, conciliações e arbitragens por tribunais
internacionais.

19-(PUC-RJ) As lutas pela descolonização transformaram profundamente o mapa político mundial na


segunda metade do século XX. As alternativas abaixo relacionam características importantes dos Estados
nacionais surgidos na África e Ásia ao longo desse período, com EXCEÇÃO de uma. Qual?
a) A maioria dos novos Estados nacionais adotou sistemas políticos e modelos de governo ocidentais
inspirados nas experiências de suas metrópoles.
b) Os Estados recém-constituídos conseguiram construir uma identidade política sólida, o que permitiu a
organização do movimento dos países "não-alinhados", em Bandung, na Indonésia.
c) Na maioria dos novos países, coube ao Estado tomar para si as tarefas de modernização e crescimento
econômico com o objetivo de promover o desenvolvimento nacional.
d) Nos países em que a independência se realizou por meio de revoluções sociais, os novos Estados
tenderam para o modelo soviético.
e) Nos processos de independência conseguidos através de guerras contra as antigas metrópoles, os
exércitos nacionais e suas lideranças acabaram por desempenhar um papel de destaque na política
nacional dos novos Estados.
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20-(FCMMG) Portugal representou a última cidadela de resistência do colonialismo europeu na segunda


metade do século XX.

Tal fato tem a ver diretamente com:


a) as condições de sobrevivência da ditadura salazarista (1932/1968).
b) a participação maciça de intelectuais portugueses na defesa dos vínculos coloniais.
c) a forte presença econômica de interesses e capitais portugueses nas colônias africanas.
d) os projetos de descolonização pacífica, elaborados pelos portugueses, no decorrer do século XX.

GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
A E E E B D D C D E
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
A C A D D E C B A

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