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Três Pontos Na Maçonaria


Desde a antiguidade os Três Pontos são usados de forma cabal e
mágica, sendo que na maçonaria a sua referência principal é o
triângulo equilátero, emblema da existência da divindade.

O uso dos Três Pontos na maçonaria é comum nas abreviaturas


da sua escrita, além de frequentemente estar presente na assinatura
do maçom, se assim o desejar.

A sua aplicação além de identificação possui inúmeras


simbologias e referências, exclusivamente maçónicas ou que remetem a
outros significados filosóficos.

Quando observamos a presença dos Três Pontos na forma de um


triângulo equilátero num texto, fica claro tratar-se de algo maçónico. O
maçom também usa o mesmo símbolo na sua assinatura, como forma
de identificação.

Atualmente esta prática é comum e largamente usada pois, o


símbolo remete a significados diversos, sendo na maçonaria o número
da luz, delta luminoso representando os três estágios do Sol,
nascimento, meio-dia e quando se põe.

O seu uso na escrita maçônica


A forma de escrever maçonicamente usando os Três Pontos é uma
tradição em que nada oculta e nada dificulta o trabalho do leitor, mas
sim uma forma de identificação de que o texto que lhe cai às mãos é
maçônico.
As Abreviaturas eram tão comuns nos manuscritos do século VI e
o seu emprego tão abusivo que o Imperador Justiniano foi obrigado a
prescrevê-las. Em 1304 o imperador da França, Filipe o Belo, também
irritado pela prática em atas e nos autos jurídicos, publicou uma
ordenação para proibir o seu uso alegando a possibilidade de
falsificações ou interpretações incorretas dos leitores.

Na maçonaria segundo BOUCHER (1996, p. 76), Ragon assinala que


“a abreviação tripontuada” só teve início depois da circular de 12 de
Agosto de 1774, dirigida às Lojas da sua correspondência pelo Grande
Oriente da França, para anunciar a tomada de posse do seu novo local.

BOUCHER (1996, p. 76) contradiz Ragon e assegura que tal


abreviação é anterior e constava nos registros da Loja La Sinceritè
(Oriente de Besançon), ao serem mencionadas as eleições de 3 de
Dezembro de 1764, isto é, dez anos antes da data apontada por Ragon.
Apareciam os pontos sob as seguintes formas: (∴) (:.) (: .) ( … ).

Seu uso atual, entretanto, segue algumas regras de forma que


não haja confusões e equívocos, e também escolhidas as palavras de
utilização frequente na maçonaria.

“Toda abreviatura, seja ela formada simplesmente pelas iniciais,


como por exemplo: G.A.D.U. que significa Grande Arquiteto do Universo,
ou por algumas letras, como Ir. que significa Irmão, são seguidas de três
pontos, colocados em forma de triângulo; assim teremos G∴A∴D∴U∴,
e Ir∴. Esta maneira de pontuar foi chamada tripontuada e utilizada
para certas palavras maçónicas frequentemente utilizadas “(CAMINO,
2004, p. 127).

A tripontuação deverá ser usada após a letra inicial de uma


palavra que não possa ser confundida com outra. Havendo a
possibilidade de confusão, usa-se a primeira sílaba ou as primeiras
letras do vocábulo, escrevendo por exemplo para a palavra Aprendiz:
Ap∴ para evitar confusão com outras palavras como Arquiteto, Altar,
etc.

Quando existirem duas palavras diferentes e que iniciam com a


mesma inicial, esta será usada isoladamente quando a abreviação for
consagrada pelo costume. Assim Maçom deve escrever-se Maç∴
bastando escrever M∴ para Mestre, já que foi estabelecido pelo uso.
Mestre Maçom abreviado será MMaç∴.

No plural de uma palavra dobra-se somente a primeira letra.


Exemplos:

● Mestres – MM∴
● Veneráveis – VVen∴
● Respeitáveis Lojas – RR∴ LL∴

A Maçonaria foi a grande responsável por divulgar a


tripontuação e apesar de os três pontos serem usados inicialmente em
abreviaturas, transformou-se com o tempo num símbolo que sugere as
mais variadas interpretações. Uma simbologia da discrição, o que
constantemente é trazido à lembrança dos Maçons no momento em
que o integram nas suas assinaturas.

“Na assinatura de uma pessoa, sabemos que possivelmente se


trata de um maçom. Dizemos “possivelmente”, porque o Triponto está
muito explorado; profanos espertos usam e abusam deste
“reconhecimento”, como o uso de anéis e outros objectos
denunciadores da condição de maçom (BOUCHER, 1996, 76).

Significados
Para CAMINO (2010, p. 231) o Triponto ou Três Pontos não é
propriamente um símbolo, mas uma “expressão” gráfica que a
Maçonaria recebeu de outrem com os múltiplos significados da Tríade
ou da Trilogia.

Os Três Pontos quando unidos formam um triângulo equilátero.


Esta forma geométrica é geralmente usada pelos Maçons, sendo a
primeira figura das superfícies geométricas e origem da trigonometria,
base para todas as medidas.

O triângulo equilátero é tido como símbolo da existência da


divindade, pois o seu tipo primitivo serve de base à construção de
todas superfícies, portanto um símbolo da existência da divindade, na
sua potência produtiva e evolutiva.

Seus três ângulos significavam para os antigos a Sabedoria,


Força e Beleza, tributos de Deus, e representam também o Sal, Enxofre
e o Mercúrio, que segundo os hermetistas são os princípios da obra de
Deus. Podem ainda representar os reinos da Natureza (animal, vegetal e
mineral) e as três fases da revolução perpétua (nascimento, vida e
morte).

O Triponto na maçonaria é o número da Luz, pois cada ponto é


um estágio do Sol, quando nasce, ao meio-dia e quando se põe.

Os Três Pontos formam o Delta luminoso e sagrado ao som da


exclamação tríplice "Huzzé, Huzzé, Huzzé”.

Ainda segundo CAMINO (2004, p. 128) existem outros significados


filosóficos para os Três Pontos, exemplificados em algumas frases
selecionadas abaixo, existindo simbologia e aplicação em cada uma
delas.

● Júpiter, Netuno e Plutão


● Moisés, Jesus e Maomé
● Pai, Filho e Espírito Santo
● Massa, Espaço e Tempo
● Simples, Justo e Perfeito
● Venerável, 1º e 2º Vigilantes
● Ouro, Incenso e Mirra
● Passado, Presente e Futuro
● Corpo, Alma e Espírito
● Terra, Água e Fogo
● Liberdade, Igualdade e Fraternidade
● Bíblia, Compasso e Esquadro

Conclusões

O uso dos Três Pontos inicia-se como uma ferramenta para a


escrita, como parte de uma abreviatura ou assinatura, mas são muitos
os significados que o procedem.

Embora seja largamente utilizado, foi a maçonaria o principal


responsável por divulgar o uso desta forma “tripontuada”.

Nos dias atuais o seu uso é constantemente verificado na


maçonaria, mas isto não significa que é exclusivo a esta instituição
pois, a origem e primeiras constatações da sua utilização é antiga e
remete a várias interpretações filosóficas atuais.

Bibliografia
○ CAMINO, Rizzardo. Introdução à Maçonaria, 3o Volume: 2a ed.
Aurora, 2004
○ CAMINO, Rizzardo. Dicionário Maçônico: ed Madras, 2010
○ BOUCHER, Jules. A Simbólica Maçônica: Pensamento, 1996
○ Breve análise dos três pontos maçônicos. Revista universo
maçônico. Disponível em:
http://www.revistauniversomaconico.com.br/simbologia/breve
-analise-dos-tres-pontos-maconicos/

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