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ALVARO DE

Trabalho realizado
CAMPOS
por: Bernardo
Guedes, Kiano
Ramos, Tomás Fino
e Tomás Miranda

Estrutura interna e
externa da Ode
Triunfal
ODE TRIUNFAL

A palavra ode, de Com o epíteto de Triunfal,


pretendeu o poeta não só vincar,
origem grega, mas também hiperbolizar o
significa cântico significado de ode, apontando para
laudatório ou de qualquer coisa de grandioso, não
apenas no conteúdo, mas também
exaltação de uma na forma, imprimindo-lhe uma
pessoa, instituição sugestão de força ou exagero, em
ou acontecimento. nítida coerência com a estética do
Futurismo / Sensacionismo.
•Localização espaciotemporal:
•“À dolorosa luz das grandes lâmpadas elétricas da
fábrica” (v.1) – numa fábrica, rodeado de máquinas, á
noite e sob a luz forte das “grandes lâmpadas elétricas”.
•Estado de espírito do eu lírico: INTRODUÇÃO
•O ideal de Álvaro Campos neste poema é: “Sentir tudo (EXTRUTURA
de todas as maneiras”. INTERNA)
•Sentir tudo numa “histeria de sensações”
•“Tenho febre e escrevo.” (v.2) –desenrolando, mais
adiante, em “Tenho os lábios secos” (v.10); “E arde-me
a cabeça” (v.12); “Em febre” (v.15)
FUTURISMO

O que é?
Futurismo- O futurismo é uma corrente artística,
nascida no início do séc. XX, com o Manifesto de
Marinetti em 1909, que prega a destruição da arte
anterior (nomeadamente, simbolista,
impressionista, etc), promovendo em
contrapartida a mudança, a invenção, a
velocidade, a produção, a máquina, a glorificação
do patriotismo e da guerra, etc.
TRAÇOS FUTURISTAS

(«Porque o presente é todo o passado e todo o


futuro...»; «Eia todo o passado dentro do presente! /
Eia todo o futuro já dentro de nós!»).

«Ah,poder exprimir-me todo como um motor se


exprime!/Ser completo como uma máquina!» (vv.26-
27)«Engatam-me em todos os
comboios.»/«Pervertidamente enroscando a minha
vista»(vv.96-98)
«E outra vez a fúria de estar indo ao mesmo tempo dentro de
todos os comboios/ de todas as partes do mundo»…- o eu
expande-se numa identificação com todos os locais urbanos: a
era moderna é cosmopolita e sem fronteiras geográficas, daí a
evocação de vários espaços das grandes metrópoles.
Fusão de todos os génios nos
maquinismos- «E há Platão e Virgílio
dentro das máquinas e das luzes
elétricas /só porque houve outrora e
TRAÇOS foram humanos Virgílio e Platão, / e
FUTURISTAS pedaços do Alexandre Magno do
século talvez cinquenta, / átomos que
hão de ir ter febre para o cérebro de
Ésquilo do século cem, /Andam por
estas correias de transmissão e por
estes êmbolos e por estes volantes»
SENSACIONISMO

O que é?

Manifestação radical do pensamento empirista, desenvolvida


esp. por Condillac 1715-1780, segundo o qual todo
conhecimento e todas as faculdades cognitivas humanas
provêm de sensações; sensualismo.

As sensações ligam-se ao futurismo na ideia de sentir em


excesso o mundo moderno, podendo se interpretar que o
mundo moderno é um mundo de excessos
TRAÇOS SENSACIONISTAS

• Audição-“ ó rodas, ó engrenagens , r-r-r-r-r-r-r eterno”


• Paladar - “ Por todas as papilas fora de tudo o que sinto”
• Tato- “Fazendo-me um excesso de carícias ao corpo
numa só carícia à alma”
• Visão-“ Em febre  e olhando os motores como a uma
natureza tropical” 
• Olfato-“ A todos os perfumes de óleos e valores e
carvões”
(Na nora do quintal da minha casa
O burro anda à roda, anda à roda,
(E o mistério do mundo é do tamanho disto.
Limpa o suor com o braço, trabalhador
descontente.
TRAÇOS A luz do sol abafa o silêncio das esferas
DISFÓRICOS
E havemos todos de morrer,
O pinheirais sombrios ao crepúsculo,
Pinheirais onde a minha infância era outra
coisa
Do que eu sou hoje...)
Desumanização- “ progressos dos armamentos
gloriosamente mortíferos”
Futilidade-“ Em vós, ó coisas grandes ,banais,
úteis, inúteis,”
Corrupção- “ orçamentos falsificados” DENÚNCIA
SOCIAL
Falhanços técnicos-“ Eh-lá grandes desastres de
comboios!”
Violência e crueldade da sociedade- “ Ao ruído
cruel e delicioso da civilização de hoje”
“ser… toda a gente e toda a parte”
“Ah não ser eu toda a gente e toda a
CONCLUSÃO arte!”
(EXTRUTURA
A necessidade de satisfação para
INTERNA)
experimentar tudo de todas as
maneiras leva-o a querer ser toda a
gente ao mesmo tempo.
ESTRUTURA EXTERNA

Ode- Composição poética, dividida em estrofes simétricas, é uma


composição poética para ser cantada.
Existe uma irregularidade estrófica;
Existe uma ausência de esquemas rimático e métrico.
Linguagem corrente- «(Ah, poder
exprimir-me todo como um motor
se exprime!)» (v. 26);
LINGUAGEM Linguagem Literária - «O burro
anda à roda, anda à roda, /E o
mistério do mundo é do tamanho
disto.» (vv. 50-51);
A ousadia de abordar alguns aspetos
negativos da sociedade
- («Progressos dos armamentos
gloriosamente mortíferos!
/Couraças, canhões, metralhadoras, 
ESTILO submarinos, aeroplanos!»)
Um discurso aparentemente caótico,
a sugerir a exaltação descontrolada
do “eu” lírico e a ideologia de que
uma nova realidade pede um novo
tipo de poesia.
RECURSOS EXPRESSIVOS/LINGUÍSTICOS

Aliteração: «de ferro e fogo e força» (v. 16);


Anáfora: «Olá grandes armazéns com várias secções! / Olá, anúncios,
elétricos que vêm e estão e desaparecem! / Olá, tudo com que hoje se
constrói, com que hoje se é diferente de ontem! (vv. 35-37)»;
Metáfora: «flora estupenda, negra, artificial e insaciável» (v. 32);
«sou o calor mecânico e a eletricidade!» (v. 100);
RECURSOS EXPRESSIVOS/LINGUÍSTICOS

Interjeição: «(Eh-lá-hô fachadas das grandes lojas! / Eh-lá-hô elevadores dos


grandes edifícios!”) »;
Apóstrofes: «(Ó ferro, ó aço, ó alumínio, ó chapas de ferro ondulado! / Ó cais, ó
portos, ó comboios, ó guindastes, ó rebocadores…”)»;
Enumeração: «Ó ferro, ó aço, ó alumínio, ó chapas de ferro ondulado! / Ó cais, ó
portos, ó comboios, ó guindastes, ó rebocadores!» (vv. 64-65);
Gradação: «Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passento» (v. 30);
Onomatopeia: «r-r-r-r-r-r-r eterno» (v. 5); «Hup-lá, hup-lá, hup-lá-hô, hup-lá! / Hé-
la! He-hô!H-o-o-o-o! / Z-z-z-z-z-z-z-z-z-z-z-z!» (vv. 105-106);
RECURSOS EXPRESSIVOS/LINGUÍSTICOS

Empréstimo: «beton» (v. 38); «rails» (v. 101);


Neologismo: «submarinos» (v. 40); «aeroplanos» (v. 40); «árvore-fábrica» (v. 93);
Pontuação: Exclamativas e interrogativas: «Eia! sou o calor mecânico e a
eletricidade» / Eia! E os rails e as casas de máquinas e a Europa!» (vv. 100-101);
«Ao ruído cruel e delicioso da civilização de hoje?» (v.76);
Parênteses: «(e quem sabe o quê por dentro?)», v.; «(Na nora do quintal da minha
casa / O burro anda à roda, anda à roda […] / E havemos todos de morrer)», vv. 40-
57.
• Nominais: «Ó fazendas nas
montras! ó manequins! ó últimos
figurinos!» (v. 33);
• Gerúndio: «Rugindo, rangendo, cici
C ONSTRUÇ ÕES ando, estrugindo, ferreando»? (v. 2);
SINTÁTIC AS
«enroscando» (v.43);
• Infinitivas: «Ah, poder exprimir-me
todo como um motor se exprime! /
Ser completo como uma máquina!»
(vv. 26-27); «Galgar com tudo por
cima de tudo!»(v. 103);
O ARREBATAMENTO DO CANTO É
CONSEGUIDO ATRAVÉS DE: …

• A universalidade dos antropónimos e topónimos;
• Acompressão no Momento presente de todos os tempos;
• A integração de todos os tipos sociais na arte poética;
• Poema longo com versos livres e amplos; grande
eloquência ;

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