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FORÇA DE ATRITO

FORÇA DE ATRITO
Sem as forças de atrito, não seríamos capazes de caminhar nem de escrever, os pregos
seriam inúteis e as gotas de chuva atingiriam o solo com uma velocidade extremamente
alta (equivalente à de uma bala disparada por uma arma), machucando qualquer um em
seu caminho.

Apenas com esses exemplos citados já podemos notar como a força de atrito é essencial
para a nossa vida cotidiana.

Situações possíveis graças à força de atrito.

Conceitos
f Definição: A força de atrito é uma força de resistência ao deslizamento ou à
tendência de deslizamento. Por ser uma força, conforme a Segunda Lei de Newton,
ela provoca uma aceleração no objeto. Porém, essa aceleração é no sentido de parar
o objeto em movimento, logo, trata-se de uma desaceleração.

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f Origem do atrito: Toda superfície, por mais lisa que pareça, apresenta irregularidades
Força de Atrito

microscópicas (observe a figura abaixo). Quando dois objetos estão em contato e


tentam se movimentar (um em relação ao outro), é necessário que eles se elevem
sobre as irregularidades ou que se desfaçam delas (liberando os átomos que as
compõe). De qualquer forma, para se mover, é sempre necessário superar uma força
que se opõe ao movimento: a força de atrito.

Para entender melhor esse efeito, acesse a seguinte simulação:

https://bit.ly/2YysPGC

Como você pode observar, a área de contato entre as duas superfícies é muito menor do que aparenta ser.
Isso é causado pela presença de imperfeições em ambas as superfícies.

As forças de atrito são sempre tangenciais à superfície de contato e seu sentido é


sempre contrário ao do movimento.

Um fato interessante é que, para qualquer sistema de


corpos, é impossível eliminar 100% do atrito. Ele pode
ficar menor, mas estará sempre lá. Até mesmo no vácuo
não existe ausência completa de atrito.

Para reduzir a força de atrito podemos usar lubrificantes.


Eles diminuem o atrito ao preencher as imperfeições
existentes entre as superfícies. É por isso que colocamos
óleo no motor de nossos carros: para impedir que as
peças metálicas se danifiquem devido ao atrito.

Estudo Matemático Do Atrito


A fórmula matemática geral para a força de atrito é:

Fatrito = μ.Fnormal

Agora veremos cada um dos itens presentes na equação acima em detalhes.

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A intensidade da força de atrito (Fatrito) é diretamente proporcional à intensidade da

Força de Atrito
força normal (Fnormal), ou seja, quando uma cresce a outra também cresce (na mesma
proporção).

O coeficiente de atrito (µ) é apenas uma constante de proporcionalidade que relaciona a


intensidade das duas forças (atrito e normal), logo, essa é uma grandeza adimensional.

O valor de µ é sempre positivo (podendo ser 0 caso não


exista atrito), estando geralmente entre 0 e 1. No entanto,
existem alguns casos específicos onde µ é maior do que
1 (nos pneus de carros de corrida, por exemplo).

O coeficiente de atrito depende da natureza dos sólidos


em contato e do estado de polimento das superfícies.
Dessa forma, cada material possui um coeficiente de
atrito diferente;

A força normal aparece sempre que há contato entre duas superfícies. Essa força é
originada pela repulsão elétrica entre as eletrosferas dos átomos das duas superfícies
em contato (não se preocupe com isso agora, você entenderá isso melhor em nosso
curso de eletrostática). Chamamos essa força de normal pois a sua direção é sempre
normal (90°) à superfície de contato entre os corpos.

Em geral, costumamos trabalhar com corpos apoiados na horizontal. Nesses casos o


módulo da força normal é idêntico ao peso do corpo.

Sendo assim, quanto maior o peso de um objeto, maior a força de atrito e,


consequentemente, maior a força que você precisa aplicar para empurrar esse objeto
(isso observamos na prática!).

Quanto maior o peso do objeto,


maior a força de atrito.

Mas cuidado! A força normal é igual, em módulo, à força peso somente quando o objeto
está na horizontal. Em outros casos, como quando o objeto está apoiado na vertical ou
sobre um plano em inclinado, essas forças costumam ter módulos diferentes.

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Vale lembrar que a força peso e a força normal não representam um par de ação e
Força de Atrito

reação. A reação da força peso é aplicada pelo corpo sobre o centro da Terra. O par ação
e reação da força normal está representado na figura abaixo:

A área de contato entre as superfícies não aparece na fórmula geral da força de atrito,
ou seja, a força de atrito não depende do tamanho macroscópico da área de contato!

Tipos De Atrito:
f Força de Atrito Estático :

A força de atrito, quando não há deslizamento entre superfícies em contato, é


chamada de Força de Atrito Estático e seu módulo pode variar de zero até um valor
máximo. A expressão matemática para o módulo da Força de Atrito Estático é:

onde o μe é o coeficiente de atrito estático e N é o módulo da Força Normal de apoio.

f Força de Atrito Cinético :

A força de atrito quando há deslizamento entre as superfícies é chamada de Força


de Atrito Cinético e seu módulo é praticamente constante. A expressão matemática
para a Força de Atrito Cinético é:

onde o μc é o coeficiente de atrito cinético e N é o módulo da Força Normal de apoio.

É importante salientar que iniciar o movimento de um corpo sobre uma superfície é


sempre mais difícil do que manter esse movimento. Portanto, o coeficiente de atrito
estático é sempre maior que o coeficiente de atrito cinético.

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Atrito Em Fluidos

Força de Atrito
Você já tentou andar na água, dentro de uma piscina ou no mar, e percebeu como é
mais difícil se deslocar? Isso ocorre pois os fluidos também possuem forças de atrito
(chamadas de resistência).

Fisicamente, interpretamos tal resistência como uma


força que o fluido aplica sobre os objetos, opondo-
se aos seus movimentos. Essa força depende do
formato do objeto.

De um modo geral, os peixes e outros animais


aquáticos são estreitos e alongados. Essa foi uma
adaptação evolutiva que facilitou o movimento
desses dentro da água, já que esse formato tem
como consequência uma diminuição da força de
resistência.

O formato do casco das embarcações também leva


em conta essa dificuldade de movimento dentro
da água, sendo em geral projetados para “cortar”
a água de modo a minimizar o atrito. O mesmo se
aplica ao formato das asas dos aviões.

Força De Resistência
A força de resistência em um fluido, diferentemente da força de atrito em sólidos,
depende da área de contato e da velocidade do movimento. Além disso ela depende
também de outras características como a densidade do fluido e o formato do objeto
(como já citado).

Por exemplo, quanto maior a área do seu paraquedas, maior


será a resistência do ar sobre ele. E, consequentemente,
maior será a sua desaceleração, te permitindo chegar ao
solo em uma velocidade segura.

Alguns animais também se aproveitam da resistência do


ar em seus saltos: perceba que o esquilo estica as patas
para sofrer um maior efeito da resistência do ar.

PARA PENSAR...

f Por que a borracha apaga o lápis e não a caneta?

Isso ocorre pois a tinta da caneta, por ser líquida, molha e penetra nas fibras do papel.
O grafite, por sua vez, é um material sólido que marca o papel por meio de pequenas
partículas que se desprendem da ponta do lápis e grudam na superfície da folha graças
ao atrito entre lápis e papel. Como a atração entre as moléculas do grafite e da borracha
é maior do que entre o grafite e o papel, as partículas do lápis desgrudam do papel e
aderem à borracha facilmente.

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LEIS DE NEWTON

A dinâmica se baseia em três princípios enunciados por Isaac Newton – as três leis de
Newton.

LEI DA INÉRCIA - PRIMEIRA LEI DE NEWTON


‘Quando uma força externa atua sobre um corpo durante certo intervalo de tempo, este
corpo sofre uma variação em seu movimento’. Mas, e se não houver nenhuma força
resultante externa? O corpo irá permanecer no mesmo estado em que se encontra (em
repouso ou em movimento retilíneo e uniforme).

Assim chegamos ao enunciado da 1ª Lei de Newton, ou “Princípio da Inércia”:

“Na ausência de forças resultantes externas, mantém-se o estado de movimento


de um corpo”.

Isso significa dizer que não há a necessidade de uma força para manter um movimento,
apenas para modificá-lo.

LEI FUNDAMENTAL - SEGUNDA LEI DE NEWTON


A segunda lei de Newton é a lei fundamental da Mecânica. Ela nos permite fazer
previsões sobre o movimento dos corpos.

Qualquer alteração da velocidade de uma partícula é atribuída, sempre, a uma força.


Basicamente, o que produz mudanças na velocidade são forças que agem sobre a
partícula. Como a variação de velocidade indica a existência de aceleração, podemos
concluir que há uma relação entre as grandezas força e aceleração.

De fato, Sir Isaac Newton percebeu que existe uma relação muito simples entre força
e aceleração: a força é sempre diretamente proporcional à aceleração que ela provoca:

(FR) = m . a

Dessa expressão, percebemos que a massa é a constante de proporcionalidade entre


a força resultante e a aceleração. Isto significa que quanto maior a massa de um corpo,
mais difícil será acelerá-lo.

Veja que a primeira lei nada mais é do que um caso específico da segunda lei: na
ausência de uma força resultante sobre um corpo, não há uma aceleração. Portanto,
esse corpo permanece em seu estado de inércia.

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Leis de Newton

AÇÃO E REAÇÃO - TERCEIRA LEI DE NEWTON


As forças são interações mútuas entre corpos. Um bom exemplo disso é quando
empurramos o chão para trás com nossos pés, graças ao atrito entre nossos pés e o
chão, somos empurrados para frente pelo chão, o que nos permite andar.

Segue o enunciado da 3ª Lei de Newton, ou “Princípio da Ação e Reação”:

“Para toda ação, há sempre uma reação de mesmo módulo, mesma direção e
sentido contrário. A ação e a reação nunca se anulam pois estão aplicadas em
corpos diferentes”.

Quem faz a ação sofre a reação e é muito importante sabermos identificar os pares
ação-reação.

Importante: O peso de um corpo e a força normal de apoio deste corpo sobre uma
superfície não correspondem a um par ação-reação.

As principais características de um par ação-reação são:

f Uma força nunca aparece sozinha. Elas aparecem aos pares (uma delas é chamada
de ação e a outra, de reação).

f É importante observar que cada uma dessas duas forças atua em objetos distintos.

f Finalmente, essas forças (aos pares) têm a mesma magnitude e direção, mas diferem
uma da outra pelo sentido: elas têm sentidos opostos.

Exemplo

Como o cavalo se move?


Para se mover, o cavalo empurra o chão com os pés. Porém, o que realmente faz o
cavalo andar é a força de reação que o chão faz no cavalo. Observe o esquema abaixo:

2
Leis de Newton
Mas o cavalo tem que puxar a carroça. Como ficaria o esquema das forças cavalo-
carroça? É preciso lembrar que, da mesma forma que o cavalo “puxa” a carroça, ela
“segura” o cavalo, ou seja, aplica nele uma força de reação, para trás. Observe o esquema
abaixo:

Essa discussão mostrou dois pares de forças de ação e reação. O primeiro representando
a interação entre o cavalo e o chão e o segundo a interação entre o cavalo e a carroça.
Mas para entender o movimento do cavalo que puxa a carroça, podemos fazer um
esquema somente com as forças que são aplicadas nele. Observe:

Se o cavalo consegue acelerar para frente é porque a força que o chão faz no cavalo é
maior do que a força que a carroça faz no cavalo. Sendo assim, o cavalo tem que aplicar
uma grande quantidade de força sobre chão, para que a reação deste também seja
grande. Se não for assim, ele “patina” e não consegue arrastar a carroça.

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Leis de Newton

E a carroça, se move como?

É claro que ela se move porque o cavalo a puxa. Mas não podemos nos esquecer de
que, além do cavalo, a carroça também interage com o chão, que a “segura” pela força
de atrito. Obviamente, para que a carroça possa acelerar para frente, a força que o
cavalo faz na carroça tem que ser maior do que força que o chão faz na carroça.

ANOTAÇÕES

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POLIAS

POLIAS FIXAS E MÓVEIS


Uma polia é o mesmo que roldana. Polias são
muito úteis na construção civil, na arquitetura
naval e em aparelhos de ginástica.

As polias fixas têm a finalidade de mudar a direção


e/ou o sentido de uma força de tração, enquanto
as polias móveis possibilitam a realização de uma
tarefa com uma força de intensidade menor do
que a que seria necessário sem a sua utilização.

Observe nesta figura, a polia é fixa:

Há mudança no sentido da força, pois a pessoa puxa o fio para


baixo e o objeto se movimenta para cima.

Na figura abaixo, temos uma associação de uma polia fixa e


uma polia móvel. A maçã está pendurada pela polia móvel.
A finalidade da polia móvel é duplicar a intensidade da força
aplicada pela pessoa. Se o peso da maçã for 8 N, a pessoa
consegue equilibrá-la com uma força de 4 N. Os outros 4 N são
aplicados pela barra onde está presa a outra extremidade do
fio. Em contrapartida, para que a maçã suba 0,5 m, é preciso
que a pessoa puxe 1 m de fio. A polia, nesse caso, troca a força
pelo deslocamento da corda.

Para levantar blocos muito pesados, podemos utilizar


associações de várias polias móveis. A figura ilustra um arranjo
no qual a intensidade da força aplicada é duplicada em cada
uma das polias móveis. Ou seja, um único bloquinho consegue
erguer os quatro bloquinhos, sem necessariamente ter o mesmo
peso. A força restante é fornecida pelas polias.

Para calcular a intensidade da força de tração mínima Tmín para


elevar um objeto de peso P, é utilizada a equação:

Em que n é o número de polias móveis envolvidas.

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Polias

ANOTAÇÕES

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FORÇA ELÁSTICA

FORÇA ELÁSTICA
Ao esticar uma mola, produzimos uma deformação nela, ou seja, alteramos o seu
comprimento original.

Para produzir uma deformação maior, a força aplicada deve também ser maior. Logo,
podemos concluir que a força aplicada é diretamente proporcional à deformação que
produzimos na mola.

Agora observe a mola da figura abaixo:

Para esticar uma mola desse tipo, seria


necessário aplicar uma força muito maior
do que em uma mola comum. Isso ocorre,
pois essa força mínima não depende
só da magnitude da deformação, mas
também das características físicas da
mola. Essas características são resumidas
matematicamente em uma constante: a
constante elástica da mola (K).

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Força Elástica

A constante elástica depende do comprimento, do diâmetro e do tipo de material usado


para produzir a mola.

No SI, a constante elástica tem unidade newton/metro (N/m).

Quando tentamos comprimir uma mola, ela resiste aplicando uma força em sentido
contrário à aplicada por nós. O mesmo acontece quando tentamos esticá-la. Essa força
é chamada de força elástica. Vetorialmente, escrevemos:
→ →
x
→ →
Onde Fe é o vetor força elástica, K é a constante elástica da mola e x é o vetor deformação
da mola (variação do comprimento da mola).

Esta equação é conhecida como a Lei de Hooke, nomeada a partir do cientista inglês
Robert Hooke (1635 – 1703).

ANOTAÇÕES

2
Através dos cursos
ELEVADORES

ELEVADORES
Um elevador apresenta condições de equilíbrio quando está em movimento retilíneo
uniforme e de não-equilíbrio quando se encontra em movimento uniformemente variado.
Na primeira situação, a resultante das forças é zero, e na segunda, é diferente de zero.

Um fato curioso dos elevadores é que uma balança no interior de um elevador pode
medir “pesos” diferentes para um mesmo corpo. Esse fenômeno ocorre pois, na verdade,
o que uma balança mede não é a força peso, mas sim a força normal e a força normal
pode variar dependendo do tipo de movimento do elevador.

Os possíveis movimentos de um elevador são os seguintes:

Movimento Retilíneo Uniforme (MRU): subindo ou descendo


Tanto em repouso quanto em MRU (subindo ou descendo), um corpo no interior de um
elevador estará em equilíbrio, logo, o seu peso (que pode ser indicado em uma balança
que esteja no interior do elevador) terá o mesmo valor que teria fora do elevador:

As únicas forças que atuam no corpo nesta situação são a força normal (direcionada
para cima) e a força peso (direcionada para baixo). Ambas as forças possuem o mesmo
módulo, por isso se anulam.
N

P=N FR = 0

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Elevadores

Movimento Uniformemente Variado (MUV): subindo acelerado ou


descendo retardado
Se o elevador está subindo acelerado ou descendo retardado, a indicação na balança será
maior do que o valor real do peso do corpo, já que a força normal será maior que a força peso:

Quando o elevador está subindo acelerado, a aceleração e a velocidade possuem o mesmo


sentido e apontam para cima. Logo, a força resultante aponta para cima. Para isso, a força
normal que aponta para cima precisa vencer o peso, isto é, precisa ser maior que o peso.

Elevador subindo acelerado:


N FR

v
a

N>P FR = m.a N – P = m.a

Quando o elevador está descendo retardado, a aceleração e a velocidade possuem


sentidos opostos. Neste caso, a aceleração aponta para cima e a velocidade para baixo. A
situação é parecida com a anterior, pois a força resultante continua apontando para cima
(lembre-se de que aceleração e força sempre atuam na mesma direção). Fisicamente, o
elevador está descendo, mas ao mesmo tempo, está freando, de forma que pressiona o
corpo para cima. Para isso, a força normal, que aponta para cima, precisa vencer o peso,
isto é, precisa ser maior que o peso.

Elevador descendo retardado:


N FR

N>P FR = m.a N – P = m.a

2
Elevadores
Movimento Uniformemente Variado (MUV): subindo retardado ou
descendo acelerado
Nessas situações, a indicação na balança será menor do que o valor real do peso do
corpo, já que a força normal será menor que a força peso:

Quando o elevador está subindo retardado, a aceleração e a velocidade possuem


sentidos contrários. Como o elevador está subindo, a velocidade é direcionada para
cima e a aceleração está direcionada para baixo pois o movimento é retardado. Logo,
a força resultante também aponta para baixo. Para isso, a força peso que aponta para
baixo precisa vencer a força normal, isto é, precisa ser maior que a força normal.

Elevador subindo retardado:


N

FR
P

P>N FR = m.a P – N = m.a

Quando o elevador está descendo, a aceleração e a velocidade possuem o mesmo


sentido: para baixo. Logo, a força resultante também aponta para baixo. Para isso, a
força peso que aponta para baixo precisa vencer a força normal, isto é, precisa ser maior
que a força normal.

Elevador descendo acelerado:


N

a v

FR
P

P>N FR = m.a P – N = m.a

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DINÂMICA

2020 - 2022
DINÂMICA
Descubra o que são forças, conheça os seus diversos tipos e veja como trabalhar com
elas de acordo com as Leis de Newton. Confira também suas aplicações em planos
inclinados, polias, elevadores e muito mais!

Esta subárea é composta pelos módulos:

1. Introdução à Dinâmica
2. Leis de Newton
3. Força de Atrito
4. Polias
5. Força Elástica
6. Elevadores
INTRODUÇÃO À DINÂMICA

DINÂMICA
É a parte da mecânica que estuda as causas dos movimentos. O principal conceito que precisamos
entender na dinâmica é o conceito de força.

Conceito de Força
Chamamos de força toda interação de origem gravitacional, eletromagnética ou nuclear, capaz de
produzir deformações, equilibrar ou alterar o estado de movimento de um determinado corpo. Por
se tratar de uma grandeza vetorial, para ficar bem definida, deve possuir módulo, direção e sentido.

f Módulo: é a intensidade da força aplicada;

f Direção: é reta ao longo da qual a força atua;

f Sentido: é o lado da reta para qual o esforço foi feito: esquerda, direita, norte, sul, leste, oeste.

Vejamos agora um resumo das principais forças que utilizaremos em nosso curso de dinâmica
(estudaremos cada uma delas em mais detalhes futuramente):

f Força Peso: É a força de atração gravitacional exercida pela Terra sobre os corpos. Todo corpo
é atraído para o centro de nosso planeta. Quanto maior a massa do corpo, maior a atração. A
fórmula para a força peso é:

f Força Normal: É a força que impede que dois corpos em contato penetrem um no outro (é
graças à força normal que não somos sugados até o centro da Terra pela força peso). Essa
força é originada pela repulsão elétrica entre as eletrosferas dos átomos das duas superfícies
em contato (não se preocupe com isso agora, você entenderá isso melhor em nosso curso de
Eletrostática). Chamamos essa força de normal pois a sua direção é sempre normal à superfície
de contato entre os corpos.

f Força de Tração: Quando uma força é aplicada sobre uma corda estendida, ela é transmitida
para todos os pontos da corda. É por isso que conseguimos usar cordas para puxar objetos,
por exemplo.

f Força Elástica: Esse tipo de força aparece quando deformamos algum objeto elástico (como
uma mola ou um elástico, por exemplo). Imagine uma mola sendo esticada e depois solta,
ela voltará ao tamanho normal, correto? A força que desfaz a deformação na mola é a força
elástica. Quanto maior a deformação causada, maior a força elástica.

f Força de Atrito: A força de atrito aparece sempre que existe movimento relativo (ou pelo menos
uma tentativa de movimento) entre dois corpos em contato. Essa força sempre tenta impedir o
movimento, ou seja, seu sentido é sempre contrário ao movimento. Um bom exemplo de força
de atrito é a resistência do ar: se não fosse pela resistência do ar, todos os objetos cairiam bem
mais rápido.

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Introdução à Dinâmica
4

ANOTAÇÕES
2020 - 2022

GRAVITAÇÃO UNIVERSAL
GRAVITAÇÃO UNIVERSAL
Uma das mais antigas e fascinantes áreas da física, que nos permite descrever desde a
queda dos corpos na Terra até os movimentos complexos dos corpos celestes. Desvende
esses mistérios com as Leis de Kepler e a Lei da Gravitação Universal de Newton.

Esta subárea é composta pelos módulos:

1. Modelos Explicativos de Gravitação


2. Leis de Kepler
3. Lei da Gravitação Universal
MODELOS EXPLICATIVOS DE
GRAVITAÇÃO
O estudo das teorias sobre a gravitação se iniciou com os gregos. Esses observavam o
céu desde a Antiguidade, procurando por padrões nos astros celestes.

Um dos primeiros modelos envolvendo a gravitação foi


o modelo geocêntrico, de Cláudio Ptolomeu. Da palavra
geocêntrico, geo significa Terra e cêntrico significa centro.
Esse modelo propunha que a Terra ficava imóvel e era o
centro do universo, enquanto os outros astros orbitavam em
torno dela. As pessoas da época chegaram a essa conclusão
pela observação diária simples de que os corpos giram em
torno da Terra: vemos o Sol fazer uma volta em torno do céu
que observamos durante o dia; e a Lua durante a noite. O
Ptolomeu
mesmo acontece com as demais estrelas.

Esse modelo foi defendido por muito tempo pela Igreja. Principalmente porque nos
deixava no centro do universo. Ele realmente explica muitos fenômenos, porém, existe
um fenômeno inexplicável pelo modelo geocêntrico: o movimento de “laço”.

Observou-se que o movimento do planeta Marte era diferente dos demais: quando ele
atingia um determinado ponto no céu, ele “voltava” na sua trajetória. O que se podia
observar era uma linha imaginária em formato de laço, como da figura:

Para explicar esse movimento, surgiu o


modelo heliocêntrico, no qual o Sol é o centro
do universo. O que acontece é que a Terra
leva cerca de 365 dias para dar uma volta
completa em torno do Sol, enquanto Marte
leva mais tempo, pois está mais afastada do
Sol. Dessa forma, a Terra ultrapassa Marte
de tempos em tempos.
Movimento de laço de Marte

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Isso dá a impressão de que Marte “está voltando”, mas nós é que a estamos ultrapassando
Modelos Explicativos de Gravitação

Copérnico introduziu a ideia de sistema heliocêntrico, combinando-as no livro conhecido


como Sobre as revoluções das esferas celestes, no qual propôs que:

f O Sol estaria no centro de todas as esferas (esse termo se refere às esferas


imaginárias formadas pelas órbitas descritas pelos corpos celestes, como a Lua)
que contêm os planetas e, portanto, no centro do universo;

f A Terra seria o centro apenas da esfera da Lua;

f Os movimentos dos astros no céu são aparentes e são consequência dos


movimentos da Terra;

f A distância da Terra ao Sol (raio da esfera que contém a Terra) é muito pequena em
relação ao tamanho da “esfera das estrelas fixas” (que mantinham fixa a posição
relativa umas das outras).

Os mais famosos defensores do modelo heliocêntrico foram Nicolau Copérnico (1473-


1543), Galileu Galilei (1564-1642) e Giordano Bruno (1548-1600).

Modelo heliocêntrico

É importante notar que, apesar da compatibilidade do modelo físico do heliocentrismo


com a realidade, é incorreto afirmar que o Sol está no centro do universo. Do ponto de
vista cosmológico que temos nos dias de hoje (sobretudo após a teoria do Big Bang),
não existe de fato um centro do universo.

ANOTAÇÕES

4
DINÂMICA DO MOVIMENTO
CIRCULAR
FORÇA CENTRÍPETA
Vimos, no estudo da cinemática do movimento circular, que todo movimento desse
tipo apresenta uma aceleração que é sempre orientada para o centro da trajetória - a
aceleração centrípeta. Mas de onde surge essa aceleração?

Sabemos da 2ª Lei de Newton que toda aceleração é causada por uma força. No caso
da aceleração centrípeta, essa força é chamada de força centrípeta. É essa força que
proporciona ao movimento o seu aspecto circular.

Vale lembrar que força centrípeta é uma força resultante, logo, sempre devemos analisar
todas as forças que a compõem em cada situação.

A órbita dos corpos celestes é, em geral, aproximadamente circular. A força gravitacional


que causa esse movimento orbital é um tipo de força centrípeta.

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A força centrípeta (F) atuando sobre um corpo depende da massa (m) do corpo, de sua
Dinâmica do Movimento Circular

velocidade tangencial (v) e do raio de curvatura (r) do movimento circular resultante.


Podemos definir a força centrípeta pela expressão:

Na situação em que um automóvel descreve uma


trajetória circular (ao passar por uma rótula, por exemplo),
a presença da força centrípeta faz com que a direção da
velocidade tangencial do carro varie o tempo todo. Nesse
caso, a força centrípeta é gerada pelo atrito entre os pneus
e o asfalto. Se o atrito não for forte o suficiente, o carro
não conseguirá realizar a curva e seguirá reto de forma
tangente à rótula.

FORÇA CENTRÍFUGA
Quando você está andando de carro ou de ônibus, durante uma curva, você já sentiu
uma força lhe puxando para fora do automóvel? Isto é, para fora da curva? Por que isso
acontece? Essa força aparente que puxa você para fora é a “força centrífuga”. Centrífuga
significa “para fora do centro”.

Por exemplo: se estamos dentro de um carro descrevendo uma curva, sentimos


esse efeito de estarmos sendo “jogados” contra a parede do carro. Isso acontece,
principalmente, se o motorista não estiver dirigindo de forma “suave”. Quando mais
abrupto for o movimento, maior será esse efeito. Se não houvesse uma porta (e cinto de
segurança - sempre use o cinto de segurança!), acabaríamos sendo jogados para fora
do carro, tangencialmente à curva.

Mas não existe de fato uma força que tende a nos jogar para fora do carro. O que está
acontecendo é um efeito inercial: enquanto o carro possui um atrito entre o pneu e o
asfalto, que atua como força centrípeta e o mantém na trajetória circular, nós não temos
um contato com o asfalto para nos segurar. O atrito com o banco do carro é mínimo e,
como a direção do movimento circular varia constantemente, temos o tempo todo a
tendência de “sair pela tangente”. Não por uma força real, mas apenas pela tendência
de continuar nesse movimento.

Resumindo: a força centrífuga não existe, ela é apenas uma força aparente. É muito
importante lembrar da Primeira Lei de Newton nesta situação.

Tome cuidado para não confundir força centrípeta com centrífuga!

Você sabia que no Polo Norte seu peso é maior?


Está planejando uma viagem para o Polo Norte? Então é bom você saber que lá seu
corpo estará mais pesado! Mas claro, não vamos confundir peso com massa. Lembre-
se da Segunda Lei de Newton: quando você está em um local que exerce uma força
gravitacional, como o planeta Terra, essa força causará uma aceleração gravitacional (g)
que é multiplicada pela sua massa, resultando no seu peso.

2
No Polo Norte, ou em qualquer outro local, a sua massa se mantém sempre a mesma

Dinâmica do Movimento Circular


(se a sua massa for 60 kg, esse valor se manterá).

Sabemos que em um movimento circular, quanto maior for a distância ao eixo de rotação,
maior será a velocidade tangencial do ponto localizado a essa distância. No caso da
Terra, os polos Norte e Sul se localizam próximos ao eixo imaginário de rotação da Terra.

Nesses pontos, portanto, a velocidade tangencial é muito menor do que em pontos


próximos do Equador. É natural então, imaginar que os efeitos da força centrífuga estão
mais presentes sobre alguém que se encontra no Equador. Sendo assim, o peso de uma
pessoa é maior nos polos devido a uma diminuição considerável dos efeitos centrífugos.

ANOTAÇÕES

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Através dos cursos
ESTÁTICA

2020 - 2022
ESTÁTICA
Nessa área, você estudará as situações de equilíbrio, tanto de pontos materiais quanto de
corpos extensos, e será introduzido a uma nova grandeza física: o torque (ou momento
de uma força).

Esta subárea é composta pelos módulos:

1. Centro de Massa e Estática


2. Alavancas
CENTRO DE MASSA E ESTÁTICA
CENTRO DE MASSA E ESTÁTICA
Se você arremessar uma bola no ar, ela
seguirá uma suave trajetória parabólica.
No entanto, se você arremessar agora
um bastão de beisebol girando no ar,
sua trajetória não será tão suave; seu
movimento será ondulante e ele parece
ondular em todos os pontos. Mas, de fato,
Os centros de massa de uma bola e de um bastão ele gira em torno de um ponto chamado de
de beisebol seguem trajetórias parabólicas. centro de massa (CM).

Para um dado objeto, o seu centro de massa é a posição média de toda a massa que
constitui o objeto. Por exemplo, um objeto simétrico, tal como uma bola, possui centro
de massa que coincide com seu centro geométrico. Ao contrário disso, um objeto com
formato irregular (como o bastão de beisebol) tem a maior parte de sua massa situada
mais próxima a uma das extremidades. O centro de massa de um bastão de beisebol,
portanto, está situado mais próximo do lado mais largo do bastão.

O centro de gravidade (CG) é um termo empregado usualmente para se referir ao centro de massa.
O centro de gravidade é simplesmente a posição média da distribuição de peso. Como peso e
massa são proporcionais, o centro de gravidade e o centro de massa referem-se ao mesmo ponto
do objeto. Os físicos preferem utilizar o termo centro de massa, pois um objeto possui um centro
de massa mesmo que não esteja sob influência da gravidade. Para quase todos os objetos na
superfície da Terra (ou próximos dela) estes termos são equivalentes. Pode existir uma pequena
diferença entre o centro de gravidade e o de massa quando um objeto for suficientemente grande
para que a força gravitacional atue de forma diferente de uma parte dele para outra.

Um objeto possui um único centro de massa. Se ele não for rígido e for distorcido,
assumindo formas diferentes, então seu centro de massa pode mudar de lugar conforme
a mudança de forma produzida. Mesmo assim, ele possuirá um único centro de massa
para cada forma individual que ele assume.

Você já tentou equilibrar uma régua no meio, com um único dedo? O centro de gravidade
de um objeto uniforme, como uma régua, está no seu ponto médio, pois ela atua como
se todo o seu peso estivesse concentrado ali. Se sustentarmos esse ponto único,
sustentamos a régua inteira. Equilibrar um objeto constitui um método simples para
localizar o centro de gravidade. Na figura abaixo, as várias setas pequenas representam a
atração gravitacionalao longo de toda a régua. Todas elas podem ser combinadas numa
força resultante que atua no centro de gravidade. Podemos pensar no peso todo da régua
como atuando nesse ponto único. Por isso, podemos equilibrar a régua aplicando-lhe
uma única força para cima, numa direção que passa através do centro de gravidade.

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Centro de Massa e Estática

O centro de gravidade de qualquer objeto livremente suspenso situa-se diretamente


abaixo do ponto de suspensão (ou nele). Se uma linha vertical for traçada através do
ponto de suspensão, o centro de gravidade estará em algum lugar sobre essa linha. Para
determinar exatamente onde ele se encontra sobre a linha, temos apenas de suspender
o objeto por um outro ponto e traçar uma segunda linha vertical através do ponto de
suspensão. O centro de gravidade estará na interseção dessas duas linhas.

O centro de massa de um objeto pode ser um ponto onde nem


sequer existe massa. Por exemplo, o centro de massa de um
anel ou de uma esfera oca se encontra no centro geométrico
do objeto, onde não há uma parte desse objeto.

CALCULANDO O CENTRO DE MASSA


A figura mostra duas partículas, de massa m1 e m2, separadas
por uma distância d. A posição do centro de massa desse
sistema de partículas é definido como:

4
Quando a situação envolve mais de 2 partículas, a equação geral fica:

Centro de Massa e Estática


A localização do centro de gravidade é
importante para a estabilidade de um objeto.
Se traçarmos uma linha reta para baixo, a
partir do centro de gravidade de um objeto
com uma forma geométrica qualquer, e ela
incidir num ponto do interior da base do objeto,
então o objeto está em equilíbrio estável; ele se
equilibra. Se a linha incidir num ponto exterior à
base do objeto, o equilíbrio é instável.

Por que a famosa Torre de Pisa não tomba?


Como vemos ilustrado na figura, uma linha
reta traçada para baixo a partir do centro de
gravidade da torre incide num ponto em sua
base, de modo que ela tem se mantido de pé
há vários séculos.

Inércia Rotacional
Quando começamos os estudos em dinâmica, vimos que existe um estado em que os
corpos tendem a manter o movimento (ou o repouso) em que se encontram até que surja
uma força que altere esse estado.

Analisamos esse estado para situações em que o corpo se move em trajetórias retilíneas. Para
situações em que os corpos estão rotacionando, podemos fazer uma analogia muito interessante.

Quando estudamos corpos se movendo em trajetória retilínea, sabemos que quanto maior é
a massa do corpo, maior é a dificuldade de alterar o seu estado de movimento. Em situações
rotacionais, a massa do corpo que estamos estudando também é importante, mas não somente
isso: a forma com que essa massa está distribuída ao longo do corpo em relação ao eixo de
rotação também é importante para nos dizer se o corpo terá mais ou menos facilidade de girar.

A propriedade dos corpos associada à sua massa e sua distribuição é chamada de inércia
rotacional (ou momento de inércia). Quanto mais massa o corpo possuir e quanto mais
distante do eixo de rotação essa massa estiver concentrada, maior será o momento de inércia
e, consequentemente, mais dificuldade haverá para alterar o estado rotacional desse corpo.

A inércia rotacional de um objeto depende da sua


distribuição de massa. Sendo assim, não existe uma
fórmula geral que funcione para todos os objetos.

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Centro de Massa e Estática

Torque
Continuando a analogia aos conceitos iniciais abordados em dinâmica, sabemos que
ao exercer uma força sobre um corpo, tendemos a alterar o seu estado de inércia:
quando uma força resultante não nula atua sobre um corpo, essa causa sobre ele uma
aceleração linear.

No estudo de dinâmica rotacional dos corpos, ocorre algo parecido: conseguimos


causar uma rotação (ou alteração do estado de rotação) ao aplicarmos a um corpo uma
grandeza física resultante conhecida como torque.

O torque depende de duas grandezas vetoriais: uma força aplicada e a distância entre o
ponto de aplicação dessa força e o eixo de rotação. Essa distância é também chamada
de braço de alavanca.

Em geral, definimos o torque (τ) como o produto do braço de alavanca (r) pela força (F)
que tende a produzir a rotação:
τ= r F

Mas cuidado! Essa fórmula só pode ser utilizada quando a direção dos vetores braço
de alavanca e força aplicada são perpendiculares, ou seja, foram um ângulo de 90°. Em
outros casos, deve se utilizar a seguinte fórmula, que é mais geral:

τ = r F sen θ

Onde θ é o ângulo formado entre a o braço de alavanca e a força aplicada.

O torque é intuitivamente familiar às crianças que brincam


de gangorra. Elas podem utilizar esse brinquedo mesmo
quando seus pesos são diferentes. O peso sozinho não
produz rotação, mas o torque sim, e as crianças logo
aprendem que a distância entre o lugar onde elas se
sentam e o pivô da gangorra é tão importante quanto
o peso.

Outro exemplo: Para girar um parafuso com uma chave de boca,


é mais fácil aplicar a força mais próximo do parafuso ou mais
distante dele?

A resposta é: mais distante dele. Isso ocorre pois o braço de alavanca será maior e,
consequentemente, o torque também será maior:

6
Centro de Massa e Estática
Você se lembra da condição geral de equilíbrio? Para que um corpo esteja em equilíbrio
mecânico, é necessário que seja nula a soma das forças que atuam sobre ele.

Agora que entendemos as causas do movimento rotacional, podemos incluir uma nova
condição de equilíbrio: o torque resultante sobre o corpo deve também ser nulo para
haver equilíbrio mecânico. Qualquer coisa que esteja em equilíbrio mecânico não deve
acelerar – nem linearmente nem rotacionalmente.

EQUILÍBRIO
Um dos interesses da física é conhecer o que faz com que um objeto se mantenha em
equilíbrio na presença de forças. Um edifício deve ser estável mesmo na presença da
força gravitacional e de ventos. Uma ponte deve ser estável mesmo na presença da
força gravitacional e dos repetidos solavancos que ela recebe dos carros e caminhões.
Um corpo que retorna ao mesmo estado de equilíbrio estático após ter sido deslocado
pela ação de uma força está em equilíbrio estático estável.

Se uma pequena força é suficiente para deslocar o corpo de forma


permanente, dizemos que o corpo está em equilíbrio estático
instável.

As condições para que corpo fique em equilíbrio são as seguintes:

f Todas as forças atuantes devem ter uma soma total igual a zero, ou seja, a força
resultante deve ser nula.

f Todos os torques atuantes devem gerar um torque resultante nulo.

ANOTAÇÕES

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GUIA DE
SOBREVIVÊNCIA
A Mecânica é a mais antiga área de estudo da compreendidas com clareza.
física. Foi o primeiro passo da humanidade
Relativo: algo que depende de um
em direção à compreensão dos mistérios
referencial.
do Universo através da observação de
fenômenos e da tentativa de chegar a Ponto material: corpo, participante de
princípios fundamentais que descrevessem a um fenômeno físico, que possui dimensões
forma como o mundo funciona. É a área da desprezíveis, ou seja, que não afetam o
física responsável pelo estudo do movimento, estudo do fenômeno.
suas descrições, suas causas e efeitos.
Corpo extenso: diferentemente de um
Alguns conceitos são essenciais para a ponto material, um corpo extenso é um
compreensão mecânica em suas diversas corpo cujas dimensões são relevantes para o
subáreas. São os seguintes: fenômeno que está sendo estudado.
Grandeza física: atribuição qualitativa
e quantitativa que permite mensurar
Mecânica

elementos relacionados a fenômenos físicos.


As grandezas físicas são classificadas em dois
tipos:
• Grandeza escalar: grandeza que é bem
caracterizada apenas pela sua magnitude
(valor numérico) e unidade.
• Grandeza vetorial: grandeza que deve Em construção civil, as dimensões de uma ponte
ser caracterizada por uma orientação são extremamente importantes para que ela seja
(direção e sentido) além de sua magnitude construída de maneira segura.
e uma unidade.
A Mecânica é subdividida em cinco principais
Vetor: elemento matemático utilizado para subáreas: cinemática, dinâmica, gravitação,
representar grandezas vetoriais. Representado fluidos e movimento harmônico simples.
visualmente por uma flecha cujo tamanho
indica o módulo e a orientação indica a direção
e o sentido da grandeza. CINEMÁTICA
Sistema físico: conjunto de corpos que Área da física responsável pelo estudo dos
possuem algum tipo de vínculo ou interação movimentos dos corpos, mas sem se preocupar
entre si. com suas causas. A abordagem da cinemática
consiste em uma análise matemática, e não
Referencial: sistema de referência utilizado
em leis físicas propriamente, de diferentes
para medir diversas grandezas físicas.
tipos de movimento. Essa análise parte de
Determinar um referencial é muito importante
três elementos essenciais, que se relacionam
para a física, pois algumas grandezas
entre si: posição, velocidade e aceleração.
dependem de um referencial para serem

2
Posição: localização de um objeto em corresponde à distância entre os pontos si e
um dado referencial. Normalmente, sf. Unidade no SI: metro (m). Não confundir
representamos posição pela letra s. Também com distância percorrida.
é comum utilizar x para um referencial Distância percorrida: grandeza escalar
horizontal e y para um referencial vertical. correspondente ao comprimento da trajetória
Movimento: alteração da posição de um de um movimento. Diferentemente do
objeto em um dado referencial. Quando deslocamento, que considera apenas a posição
um objeto está em movimento, esse objeto inicial e a posição final, a distância percorrida
apresenta uma velocidade (que depende do considera o trajeto como um todo. Unidade
referencial). no SI: metro (m).

Repouso: estado em que um objeto não


altera a sua posição. Perceba que movimento
e repouso dependem de um referencial:
um motorista dirigindo um carro pode estar sf
em repouso em relação ao veículo, mas em Δs
movimento em relação à estrada onde dirige.
Móvel: corpo que realiza um movimento. si
Trajetória: conjunto de posições ocupadas A imagem acima mostra uma possível trajetória
para se deslocar do ponto si até o ponto sf. Isso
pelo móvel ao longo do movimento. Se um exemplifica bem a diferença entre distância
objeto pudesse deixar um “rastro” por onde percorrida e deslocamento: a distância percorrida,
passou, esse corresponderia à trajetória do indicada em laranja, corresponde ao quanto o

Mecânica
móvel de fato percorreu de si até sf (depende da
movimento. trajetória). Já o deslocamento, indicado em azul,
depende somente de si e sf.

Velocidade: grandeza vetorial correspondente


à rapidez com que um corpo se desloca em um
dado instante, juntamente com a orientação
desse movimento. Também chamada de
velocidade instantânea, é usualmente
representada por v. Unidade no SI: metro por
segundo (m/s).

O rastro de fumaça dos aviões é uma indicação Velocidade média: grandeza vetorial
da trajetória de seu movimento. correspondente à variação da posição (Δs)
em um intervalo de tempo (Δt). O módulo da
Deslocamento: grandeza vetorial correspondente velocidade média (vm) é dada por:
à variação Δs da posição de um corpo em um
vm = Δs
referencial. Sendo si a posição inicial e sf a posição
final, definimos o módulo do deslocamento como: Δt
Δs = sf - si Velocidade relativa: representa o movimento
relativo entre dois móveis. Seria como se um
Sendo deslocamento uma grandeza vetorial, dos móveis fosse considerado um referencial
ao falar simplesmente em deslocamento, em repouso e o outro móvel estivesse se
estamos tratando do vetor deslocamento. movendo em relação a ele. Essa velocidade
Ao falar em deslocamento escalar, estamos indica a taxa com que um móvel se afasta (ou
nos referindo ao módulo desse vetor, que se aproxima) do outro.

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s = s0 + v. t
(função horária da posição no MU)

Movimento progressivo: tipo de movimento


que ocorre no sentido crescente da trajetória
orientada. Como o móvel está se deslocando
no sentido crescente, a velocidade é positiva.
Movimento retrógrado: tipo de movimento
que ocorre no sentido decrescente da
trajetória orientada. Como o móvel está
Dois carros que andam sobre uma estrada
apresentam uma velocidade relativa entre eles. se deslocando no sentido decrescente, a
velocidade é negativa.

sentido retrógrado ( - ) sentido progressivo ( + )


Aceleração:grandezavetorialcorrespondente
à taxa de variação da velocidade em função
do tempo. Como a velocidade é uma grandeza
vetorial, a aceleração pode expressar tanto
uma variação no módulo da velocidade quanto Na imagem acima, o sentido progressivo (crescente)
foi escolhido como sendo da esquerda para a
uma variação em sua orientação (ou ambos!). direita. Consequentemente, o sentido retrógrado
É usualmente representada por a. Unidade no (decrescente) é dado da direita para a esquerda.
SI: metro por segundo ao quadrado (m/s2).
Mecânica

Movimento uniformemente variado


Aceleração média: grandeza vetorial (MUV): tipo de movimento em que há uma
correspondente à variação da velocidade (Δv) variação constante no módulo da velocidade
em um intervalo de tempo (Δt). O módulo da ao longo do tempo, havendo, portanto, a
aceleração média (am) é dado por: presença de uma aceleração. As equações
que descrevem o MUV são as seguintes:
am = Δv
Δt

Aceleração gravitacional: aceleração s = s0 + v0 . t + a . t2


sofrida pelos corpos em decorrência da força 2
de atração gravitacional do planeta onde se (função horária da posição no MUV)
encontram. Na Terra, é representada por g e
vale aproximadamente 9,8 m/s2 ao nível do
v = v0 + a . t
mar.
(função horária da velocidade no MUV)
Movimento retilíneo: tipo de movimento
em que a trajetória é retilínea, ou seja, a
v2 = v02 + 2 . a . Δs
velocidade não altera a sua direção (mas
pode alterar seu sentido e/ou módulo). (equação de Torricelli)

Movimento uniforme (MU): tipo de vm = v f + v 0


movimento em que o módulo da velocidade
não varia ao longo do tempo. Esse movimento 2
pode ser descrito pela seguinte equação: (velocidade média para o MUV)

4
Perceba que as três primeiras equações não v a
apresentam uma das seguintes grandezas:
posição, velocidade ou tempo. Isso é um
forte aliado na hora da escolha de uma
equação que você deve utilizar para resolver
um determinado problema.
Movimento acelerado: tipo de movimento
uniformemente variado em que a velocidade
e a aceleração têm o mesmo sentido: o
módulo da velocidade aumenta ao longo do
tempo. Em outras palavras, o móvel fica cada
vez mais rápido.

v a
Quando velocidade e aceleração têm sentidos
opostos, o movimento é retardado. Isso acontece
quando a velocidade é positiva e a aceleração
é negativa ou quando a velocidade é negativa
e a aceleração é positiva. Um exemplo de
movimento retardado é aquele em que um objeto
é arremessado para cima até parar de subir (a
velocidade é para cima e a aceleração - que é a
aceleração gravitacional - é para baixo).

Mecânica
Queda livre: movimento vertical sob
influência apenas da gravidade.
Imponderabilidade: quando um corpo está
em queda livre, este sente uma sensação
de “peso zero”, o que chamamos de
imponderabilidade.
Quando velocidade e aceleração têm o mesmo
sentido, o movimento é acelerado. Isso acontece
quando a velocidade e a aceleração são positivas
Projétil: um objeto que se move no espaço
ou quando ambas são negativas. Um exemplo sob ação única da gravidade e da resistência
de movimento acelerado é a situação em que um do ar (se esta for considerada).
objeto é solto e passa a cair.

Movimento retardado: tipo de movimento


uniformemente variado em que a velocidade
e a aceleração têm sentidos opostos: o
módulo da velocidade diminui ao longo do
tempo. É dito que esse tipo de movimento
apresenta uma “desaceleração”, ou seja, o
objeto está freando.

Uma pessoa que se joga para mergulhar no mar


pode ser tratada como um projétil.

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DINÂMICA Segunda Lei de Newton (ou Princípio
Fundamental da Dinâmica): a aceleração
Área da física responsável pelo estudo do
de um corpo submetido a uma força
movimento dos corpos, juntamente com a
resultante é diretamente proporcional a essa
origem desses movimentos. Esse estudo está
força e inversamente proporcional à massa
intimamente ligado a forças e aos efeitos
do corpo. Matematicamente, o que estamos
causados por elas.
querendo dizer é:
Inércia: tendência dos corpos de resistir a
alterações em seu estado de movimento. FR = m . a
Massa: grandeza escalar correspondente
à quantidade de matéria de um corpo. Note que força resultante e aceleração
Equivale à resistência que esse corpo oferece sempre têm a mesma orientação.
à mudança do seu movimento. Unidade no
SI: quilograma (kg).
Força: grandeza vetorial capaz de alterar
o estado de inércia de um corpo. As
forças podem provocar acelerações e/
ou deformações. Unidade no SI: newton
(N), que é equivalente à força aplicada a
um quilograma de massa produzindo uma
aceleração de um metro por segundo a cada
segundo (N = kg . m/s2).
Mecânica

Se você tentar empurrar um carro com a mesma


força com que empurraria uma cadeira, pode ter
Força resultante: soma vetorial de todas as certeza de que a cadeira iria adquirir uma maior
forças que atuam sobre um corpo. aceleração por ter uma massa muuuito menor do
que um carro!
Primeira Lei de Newton (ou Lei da Inércia):
todo corpo tem a tendência de permanecer Terceira Lei de Newton (Lei da Ação
em seu estado de inércia (repouso ou e Reação): quando um corpo exerce uma
movimento retilíneo e uniforme), a menos força (força de ação) sobre outro corpo, este
que uma força resultante atue sobre ele. devolve uma força (força de reação), com
mesmo módulo, mesma direção e sentido
oposto ao da força de ação.

Situação em que um balão cheio de água é


estourado. Toda a água, que antes se encontrava Um foguete expele gás após a queima de
em repouso dentro do balão, tem seu estado combustível. Ou seja: ele exerce uma força sobre
estático alterado após o estouro. Se pudéssemos esse gás (representada pelo vetor preto). Como
enxergar em câmera lenta, veríamos a porção de reação, o gás exerce uma força sobre o foguete
água conservando a forma do balão antes de se (representada pelo vetor branco), causando a sua
espalhar. propulsão.

6
É importante perceber que um par de Logo, o coeficiente de atrito estático (μe) é
forças ação-reação sempre atua em corpos sempre maior do que o coeficiente de atrito
diferentes. Por esse motivo, as forças não se cinético (μc):
anulam. μe > μ c
Peso: força de atração gravitacional exercida
por um corpo massivo sobre um objeto de
massa muito menor do que a dele. Peso é
comumente confundido com massa, mas
são coisas diferentes: a sua massa está
relacionada apenas com a quantidade de
matéria existente no seu corpo. Já o seu
peso relaciona a sua massa e a atração
gravitacional do planeta onde você está.

P=m.g
É mais difícil colocar um objeto em movimento do
que mantê-lo em movimento. Isso ocorre porque
A sua massa é a mesma aqui na Terra ou lá a força de atrito estático é maior do que a de
na Lua. Mas como a aceleração gravitacional atrito cinético.
é menor na Lua, lá você possuiria um peso
menor. Resistência do ar: atrito atuante sobre tudo
Força normal: força exercida por uma que se move através do ar.

Mecânica
superfície sobre um objeto nela apoiado.
Tensão: também chamada de força de
Recebe esse nome porque sua direção é
tração, é a resultante das forças de atração
sempre normal (ortogonal) à superfície.
e repulsão entre as partículas de um corpo
Atrito: força de resistência que surge em como uma corda ou cabo submetido a uma
sentido contrário ao deslizamento (ou à deformação.
tendência ao deslizamento) entre superfícies.
A força de atrito pode ser classificada em:
• Atrito estático: força de resistência entre
duas superfícies em repouso entre si,
decorrente da tendência ao deslizamento
entre elas.
• Atrito cinético: força de resistência que
surge devido ao deslizamento relativo
entre duas superfícies. O módulo da força
de atrito (FAT) é expresso como: Uma pessoa pendurada em uma corda exerce
sobre ela uma força de tensão, que se transmite
por toda a corda. Como reação, a corda exerce
FAT = μ . N sobre a pessoa uma força de mesma magnitude.

Em que μ é o coeficiente de atrito (estático Força elástica: força exercida por um corpo
ou cinético) e N é o módulo da força normal. que apresenta elasticidade quando este é
O atrito estático entre duas superfícies é deformado. Essa força sempre apresenta
sempre maior do que o atrito cinético entre sentido contrário ao da deformação.
elas.

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Trabalho: medida da energia transferida a
um corpo pela aplicação de uma força F ao
longo de um deslocamento d. É geralmente
representado pela letra grega τ e sua unidade
no SI é o joule (J), sendo uma grandeza escalar.
A força elástica exercida por um corpo elástico Como diversas forças podem gerar trabalho,
se opõe à deformação. Por exemplo: uma mola, ao falar de trabalho, devemos especificar a
ao ser comprimida, exerce uma força que tende
a devolver sua forma original. Um elástico, ao ser qual força ele está associado.
esticado, exerce uma força que também tende a
devolver o seu comprimento original. A forma geral de expressar τ matematicamente
é a seguinte:
Lei de Hooke: a deformação x sofrida por
um corpo que apresenta elasticidade é τ = F . d . cos (θ)
diretamente proporcional à força que causa
essa deformação. Matematicamente:
onde θ é o ângulo entre os vetores F e d. Perceba
que, se θ é igual a 0, cos(θ) = 1 e o trabalho é
F=-k.x
simplesmente F . d.
Energia: grandeza física que assume
A constante de proporcionalidade k é
diversas formas e não é bem definida
chamada de constante elástica. O sinal
conceitualmente, apesar de conhecermos
negativo na equação indica que o vetor força
bem suas características e comportamento. É
e o vetor deslocamento sempre têm sentidos
compreendida como a capacidade de realizar
opostos.
Mecânica

trabalho. Unidade no SI: joule (J).


Energia mecânica: energia cinética,
potencial ou a combinação entre as duas:
• Energia cinética: energia mecânica
associada ao movimento. Expressa da
seguinte forma:
EC = m . v2
2

sendo m a massa do corpo e v a sua


velocidade.

Praticantes de bungee jumping se utilizam


da elasticidade de certos tipos de corda para
praticar o esporte. Quanto a corda é tensionada,
esta exerce uma força elástica que obedece à Lei A velocista, se movimentando, apresenta energia
de Hooke. cinética.

8
• Energia potencial elástica: energia Conservação de energia: princípio que
armazenada por um corpo ao ser nos diz que a energia não pode ser criada
submetido a uma deformação. nem destruída: ela apenas é transformada
Matematicamente, podemos escrever: em outros tipos de energia, sem que sua
quantidade total se altere.
EPEL = k . x2
É importante esclarecer que a energia, como
2
um todo, sempre se conserva. Mas a energia
mecânica é dissipada em outras formas
(como energia térmica e energia sonora). Isso
sendo k a constante elástica do corpo e x ocorre em um sistema dissipativo (ou não-
a sua deformação. conservativo). Se o sistema for especificado
como sendo um sistema conservativo, então
a sua energia mecânica se conserva.
Imagine que você segura um objeto e o solta.
No momento em que você o segura, toda a
energia mecânica contida no objeto é energia
potencial gravitacional. Quando você o solta,
essa energia potencial vai sendo convertida
em energia cinética. Considerando um
sistema conservativo, a energia mecânica
Ao puxar o arco, o arqueiro está lhe atribuindo
uma energia que fica armazenada na forma de (cinética + potencial) com que o objeto chega
energia potencial elástica. Ao soltar, a energia ao chão é a mesma que ele possuía antes de

Mecânica
potencial é transformada em energia cinética,
que é transmitida à flecha, causando o seu
ser solto, assim como durante toda a queda.
movimento

• Energia potencial gravitacional:


energia armazenada por um corpo devido
à sua altura em um referencial dentro de
um campo gravitacional. Sua equação é a
seguinte:
EPG = m . g . h

Graças à energia dissipada pela resistência do


ar, as gotas de chuva atingem os objetos com
sendo m a massa do corpo, g a aceleração uma velocidade inofensiva. Caso vivêssemos
gravitacional local e h a altura em relação em um sistema conservativo, elas chegariam ao
chão com uma velocidade absurda e uma simples
ao referencial adotado. chuva se tornaria um evento fatal.

Teorema trabalho-energia cinética:


o trabalho realizado sobre um objeto é
equivalente a variação da energia cinética
causada no mesmo. Nesse caso, o trabalho
considerado é o trabalho resultante (realizado
pela força resultante).

No topo do escorregador, a menina possuía uma τ = ΔEC


energia potencial gravitacional. Ao escorregar,
essa energia passou a ser convertida em energia (teorema trabalho-energia cinética)
cinética.

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Potência: grandeza escalar correspondente Q=m.v
à taxa de realização de trabalho ou
de transformação de energia em um
determinado tempo. A potência média PM de Unidade no SI: kg . m/s.
um trabalho τ realizado em um intervalo de
tempo Δt é:
PM = τ
Δt

Unidade no SI: watt (W).


Para compreender melhor o significado de
potência, imagine que você está empurrando Se uma bolinha de tênis de mesa e uma bola
de boliche forem soltas da mesma altura,
um sofá ao longo de uma certa distância. desconsiderando a resistência do ar, ambas
Considere duas situações: atingirão a sua cabeça com a mesma velocidade
(pois estão sob a mesma aceleração), mas você
• i) Você empurra rapidamente o sofá, com certeza iria preferir ser atingido pela bolinha
de tênis de mesa. Essa escolha seria sensata, pois
levando apenas alguns segundos para a bola de boliche tem uma massa muito maior
levá-lo de um lugar para o outro. do que a de tênis de mesa e, portanto, para a
mesma velocidade, apresenta uma quantidade
• ii) Você empurra o sofá de forma mais de movimento muito maior.
devagar, demorando mais para deslocá-
lo a mesma distância. Conservação de quantidade de
Mecânica

movimento: princípio que nos diz que, na


ausência de uma força resultante externa, a
quantidade de movimento de um corpo ou
sistema físico não se altera.
Impulso: grandeza vetorial correspondente
ao produto entre uma força externa (F) e o
intervalo de tempo (Δt) em que essa força é
aplicada. Impulso ( I ) também corresponde
à variação da quantidade de movimento
(teorema do impulso):

Considerando que a força total aplicada


nas duas situações seja a mesma, como I = F . Δt = ΔQ
o deslocamento também é o mesmo, o
trabalho será idêntico nessas duas situações. Unidade no SI: N . s = kg . m/s.
Mas, como o intervalo de tempo foi mais
Colisão: evento em que dois ou mais corpos
curto na situação i), a potência será maior do
se encontram e exercem forças uns sobre
que na situação ii).
os outros por um curto período de tempo.
Quantidade de movimento: Também Existem dois tipos de colisão:
chamada de momento linear. É uma grandeza
• Colisão elástica: tipo de colisão ideal
vetorial correspondente ao produto entre a
em que os objetos colidem sem sofrer
massa (m) de um corpo e sua velocidade (v).
deformações permanentes ou dissipação
A quantidade de movimento (Q) é um vetor
de energia. Nesse caso, tanto a quantidade
que apresenta a mesma orientação do vetor
de movimento quanto a energia cinética
velocidade:
se conservam.

10
• Colisão inelástica: tipo de colisão em Período e frequência são grandezas inversas.
que a energia cinética do sistema não se Ou seja:
conserva, ou seja, apenas a quantidade
de movimento é conservada.
f=1 e T=1
T f

Movimento circular uniforme (MCU):


movimento circular em que, para um móvel
descrevendo uma trajetória com um raio fixo,
a velocidade linear é constante em módulo
Na colisão entre duas bolas de sinuca, se a
considerássemos uma colisão elástica, não
(mas a sua orientação varia continuamente).
haveria perda de energia cinética ou deformações
permanentes, ou seja, a quantidade de movimento Movimento circular uniformemente
do sistema se conservaria. variado (MCUV): movimento circular
em que, para um móvel descrevendo uma
MOVIMENTO CIRCULAR trajetória com um raio fixo, a velocidade
linear varia uniformemente, tanto em
Rotação: movimento giratório. Ocorre módulo quanto em orientação.
quando um objeto gira em torno de um eixo
(eixo de rotação) que está localizado em seu Velocidade angular: grandeza vetorial
interior. correspondente à rapidez com que é
realizado um percurso circular. Em outras

Mecânica
Movimento circular: tipo de movimento palavras, corresponde a uma taxa de variação
cuja trajetória é uma circunferência. O objeto de ângulo (Δθ) por um intervalo de tempo
que descreve esse tipo de movimento está (Δt). Para um MCU, podemos representar
executando uma rotação. matematicamente seu módulo como:
ω = Δθ = 2π = 2πf
Δt T

Unidade no SI: rad/s.


Velocidade linear (tangencial): uma
velocidade linear corresponde à razão
entre a variação da posição e o intervalo de
tempo. No caso de um movimento circular,
é chamada de velocidade tangencial (pois
Uma pessoa em uma roda gigante descreve um
movimento circular. a sua direção tangência a trajetória circular
em cada posição). O módulo da velocidade
tangencial v, no MCU, pode ser dado por
Frequência: grandeza escalar correspondente
ao número de vezes em que um corpo v = 2πR = 2πRf
completa uma rotação por unidade de tempo. T
Unidade no SI: hertz (Hz), que é equivalente a
uma rotação completa por segundo (Hz = 1/s). Unidade no SI: m/s.
Período: tempo necessário para completar Um MCU pode ser descrito pela seguinte
um ciclo. equação:

www.biologiatotal.com.br 11
θ = θ0 + ω . t
(função horária da posição angular - MCU)

Aceleração centrípeta: todo movimento


circular manifesta um tipo de aceleração
chamada de aceleração centrípeta (aCP),
mesmo que seja um MCU. aCP sempre tem
sua orientação apontando para o centro Na modalidade de lançamento de martelo, o atleta
da trajetória e tem como função alterar a proporciona um movimento circular ao sistema
da esfera com o cabo. Durante o movimento, a
orientação da velocidade tangencial (o que esfera está submetida a diversas forças, cuja
confere ao movimento o seu aspecto circular), resultante é chamada de força centrípeta.
e não o seu módulo. Matematicamente, é
dada por Força centrífuga: sensação, decorrente de
aCP = v = ω . R
2 2 efeitos inerciais, experimentada por um corpo
que esteja em movimento circular. Não é, de
R
fato, uma força, e sim uma “força aparente”
dirigida para fora da curva de rotação.
Unidade no SI: m/s2.
Estática: área da mecânica que estuda as
v condições de equilíbrio de um corpo.
Centro de massa: ponto hipotético
Mecânica

v localizado no centro da distribuição de massa


aCP
aCP de um corpo, onde podemos considerar que
esteja concentrada toda a sua massa.
R
Centro de gravidade: ponto hipotético
localizado no centro da distribuição de peso
de um corpo, onde podemos considerar que
atua a força gravitacional (não confundir com
Em um movimento circular, a velocidade centro de massa).
tangencial sempre tangencia a trajetória e a
aceleração centrípeta aponta para o seu centro.
Eixo de rotação: eixo (material ou
imaginário) em torno do qual um corpo
Força centrípeta: força que aponta para realiza um movimento de rotação.
o centro de uma trajetória circular ou
curvilínea, responsável por alterar a direção Braço de alavanca: distância perpendicular
da velocidade. A força centrípeta (FCP) entre o eixo de rotação e o ponto de atuação
provoca a aceleração centrípeta, e seu de uma força.
módulo é dado por Momento de uma força (torque): grandeza
vetorial correspondente ao produto de uma
FCP = m . aCP = m . v2 força pelo comprimento de um braço de
alavanca. O torque causa uma tendência de
R
rotação em um corpo. Definimos o módulo
do torque (M) da seguinte forma:

M = r . F . sen (θ)

12
eixo de
rotação • Equilíbrio instável: Nesse tipo de
r equilíbrio, ao sofrer um deslocamento, o
braço de alavanca
θ objeto tenda a se afastar cada vez mais
da posição de equilíbrio.
F •
O ângulo θ é o ângulo entre a força e a direção
do vetor braço de alavanca. Perceba que, se
θ = 90º, sen(90º) = 1 e, portanto, o torque é
máximo. Se θ = 0, sen(0) = 0. Nesse caso, o
torque é nulo. Unidade no SI: N . m.
Condição de equilíbrio: para que um corpo
ou sistema esteja em equilíbrio, é necessário
que a força resultante e o torque resultante
Equilibristas sobre cordas se encontram em
sejam nulos. condição de equilíbrio instável.

Máquina simples: instrumento capaz de


aumentar (ou diminuir) uma força ou então
alterar a sua direção.
Há dois tipos de máquinas simples:
• Alavanca: tipo de máquina simples que

Mecânica
rotaciona em torno de um ponto fixo
Para que o sistema acima permaneça em (fulcro) e permite multiplicar a força
equilíbrio, duas condições precisam ser atendidas: aplicada sobre ela.
i) A força resultante sobre ele deve ser nula.

ii) O torque resultante sobre ele deve ser nulo.

Se houver força resultante ou torque resultante,


a estrutura irá desabar. Por esse motivo, o estudo
da estática é importante para a construção civil.

Existem dois tipos de equilíbrio:


• Equilíbrio estável: Nesse tipo de
equilíbrio, ao sofrer um deslocamento, o
objeto tende a voltar à posição original.
Uma gangorra é um exemplo de alavanca. Uma
criança, normalmente mais leve do que um adulto,
seria capaz de erguer um adulto com uma gangorra
se estivesse a uma distância suficientemente
grande do fulcro, proporcionando um maior
torque

• Polia: também chamada de roldana.


É uma máquina simples utilizada para
mudar a direção de uma força (no caso
Você já viu como funcionam bonecos assim? Ao
serem deslocados, eles tendem a voltar à sua de polias fixas) ou para ampliá-la (no caso
posição anterior por estarem em uma condição de polias móveis).
de equilíbrio estável.

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mas a diferença é que a massa específica trata
da massa de uma substância. Já a densidade
trata da massa de um corpo como um todo.
Quando o corpo é composto por apenas uma
substância, densidade e massa específica são
a mesma coisa. Unidade no SI: kg/m3.
A densidade da água é de aproximadamente
997 kg/m3. Isso significa que se tivéssemos
Polias móveis, como ilustradas no esquema
um tanque com o formato de um cubo cujas
anterior, nos possibilitam exercer sobre a corda arestas fossem de 1 m e o enchêssemos de
uma força menor do que a necessária para erguer água, teríamos quase uma tonelada de água
um objeto em situações normais. Entretanto, isso
requer um maior deslocamento da corda. lá dentro!

Baixa densidade
Vantagem mecânica: razão entre a força
na saída (aplicada pela máquina) e a força na
entrada (que aplicamos sobre a máquina).
Quando a força na saída for maior do que Alta densidade
a força na entrada, a vantagem mecânica é
maior do que 1. Ou seja: a máquina cumpriu
com a sua função de exigir uma força menor.

Na figura acima, temos dois objetos de volumes


idênticos. A diferença é que o objeto da direita é
Mecânica

FLUIDOS mais denso do que o da esquerda: para um mesmo


volume e uma maior densidade em comparação
Fluido: substância capaz de fluir, escoar. com o objeto da esquerda, ele apresenta maior
massa e, consequentemente, maior peso,
Gases e líquidos são exemplos de fluidos. desequilibrando a balança.

Fluido ideal: tipo de fluido que possui


características ideais: é incompressível, não- Área: grandeza escalar correspondente
viscoso e apresenta escoamento estacionário ao tamanho de uma região bidimensional
e laminar. delimitada. Unidade no SI: metro quadrado (m2).
Volume: grandeza escalar correspondente Pressão: grandeza escalar correspondente à
à quantidade de espaço ocupada por um razão entre a força aplicada (F) e a área (A) da
corpo. Unidade no SI: metro cúbico (m3). superfície de aplicação. Nesse caso, a força
considerada é perpendicular à superfície.
Litro (L): unidade de volume. 1 L = 1.000 cm3 Se o vetor força formar outro tipo de ângulo
= 0,001 m3. com a superfície, somente a sua componente
Densidade: grandeza escalar correspondente perpendicular é considerada no cálculo da
à relação entre uma massa m e o volume V pressão. A pressão P é dada por:
no qual ela está distribuída. A densidade 𝝁 P= F
pode ser escrita como: A
m
𝝁 =v Unidade no SI: pascal (Pa), que corresponde
à força de um newton aplicada sobre um
metro quadrado de área (Pa = N/m2).

Uma grandeza muito semelhante é a massa Teorema de Stevin: a diferença entre as


específica. Ela é definida da mesma forma, pressões de dois pontos de um fluido em

14
equilíbrio é igual ao produto entre a densidade Pelo teorema de Stevin, a pressão atmosférica
do fluido, a aceleração da gravidade e a é menor em regiões mais altas.
diferença entre as profundidades dos pontos.
Matematicamente, se considerarmos Δp =
p2 - p1 a diferença de pressão entre os dois
pontos, 1 e 2, de um fluido, 𝝁 a densidade
do fluido, g a aceleração da gravidade local e
Δy a diferença de altura entre esses pontos, o
teorema de Stevin nos diz o seguinte:
Δp = μ .g .Δy A Serra do Rio do Rastro (SC) possui uma altitude
de mais de 1.400 m acima do nível do mar! A
pressão atmosférica lá é muito menor do que em
regiões de altitude menos elevada.
Logo, podemos perceber:
• i) Dois pontos no interior de um fluido, a
Barômetro: instrumento utilizado para
uma mesma altura, estão submetidos à
medir o valor da pressão atmosférica.
mesma pressão. A pressão varia apenas
com a profundidade. Pressão absoluta: pressão total exercida
sobre um certo ponto. Por exemplo: um
• ii) Quando maior for a profundidade do
mergulhador que se encontra a uma
ponto em um fluido, maior será a pressão
profundidade h sob a superfície de um líquido
que o fluido exerce sobre ele.
está submetido à pressão exercida por esse
líquido (que podemos calcular pelo teorema

Mecânica
de Stevin) e também à pressão atmosférica.
A pressão absoluta sobre ele é, portanto, a
soma da pressão exercida pelo líquido e da
pressão atmosférica.
Pressão manométrica: corresponde à
pressão exercida sobre um ponto por um
determinado fluido, sem considerar a pressão
atmosférica.

À medida em que a mergulhadora se dirige para


o fundo, a pressão que a água exerce sobre ela
aumenta. Os esfigmomanômetros medem a pressão
manométrica do sangue.

Pressão atmosférica: pressão aplicada


sobre todo corpo imerso na atmosfera. Essa Princípio de Pascal: princípio da hidrostática
é resultado do peso de ar sobre esse corpo. que diz que uma variação de pressão aplicada
Vale aproximadamente 101 kPa (equivalente sobre qualquer ponto de um fluido será
a 1 atm e a 760 mmHg) ao nível do mar. transmitida integralmente a todo o fluido,

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desde que este esteja em repouso e num ao volume deslocado de fluido) determina o
recipiente fechado. Se considerarmos um quão intenso será o empuxo.
sistema de um tubo em formato de “U”, de
A comparação entre peso e empuxo
diferentes áreas em cada lado (com pistões
determina se um objeto irá afundar ou
nesses lados), preenchido por um certo
não. Se o peso for maior do que o empuxo,
fluido, e exercermos uma pressão sobre
o objeto afundará. Se for menor, ele irá
o pistão de área menor, este empurrará o
flutuar. E se tiverem o mesmo valor, o objeto
fluido, que exercerá sobre o pistão de área
permanecerá estático.
maior uma pressão de mesmo valor.
Outra forma de descobrir se um objeto irá
afundar ou não consiste em comparar sua
densidade com a densidade do fluido. Se
a densidade do objeto for maior, ele irá
afundar. Se for menor, ele irá flutuar.

Navios de carga têm um peso absurdamente


Como a pressão é a mesma nas duas regiões, mas
Mecânica

grande. Mas se considerarmos a densidade de


as áreas são diferentes, o pistão de maior área
toda a estrutura, ela é menor do que a densidade
exerce uma força maior do que aquela que foi
da água devido ao seu enorme volume.
aplicada ao pistão de menor área, proporcionando
uma vantagem mecânica. Isso é muito utilizado
em máquinas hidráulicas. Vazão: grandeza escalar que indica a taxa
com que uma certa quantidade de fluido
Empuxo: força vertical e para cima exercida (dada por um volume V) escoa dentro de um
por um fluido sobre um corpo nele imerso. intervalo de tempo Δt. Vazão é normalmente
representada por Q e é expressa como:
Princípio de Arquimedes: princípio que
estabelece uma relação entre a força de Q= V
empuxo e volume de fluido deslocado Δt
por um objeto imerso nele. O princípio de Sua unidade no SI é de m3/s.
Arquimedes nos diz que um corpo imerso
em um fluido é submetido a uma força de Equação de continuidade: quando um
empuxo dirigida de baixo para cima e cujo fluido escoa por um tubo, a vazão é a mesma
valor é igual ao peso do fluido que esse para dois pontos distintos, 1 e 2:
corpo desloca. Podemos escrever a força de
empuxo (E) da seguinte forma:
Q1 = Q 2
E = μ .V .g

𝝻 é a densidade do fluido, V é o volume V1 = V 2


deslocado do fluido e g é a aceleração
Δt1 = Δt2
gravitacional local. Veja que o volume
imerso do objeto no fluido (que, como está
ocupando o espaço do fluido, corresponde

16
A1 .v1 = A2 .v2
(equação de continuidade)

Os termos “A” e “v” se referem,


respectivamente, à área e à velocidade em
cada um dos pontos. Veja que a equação
de continuidade nos mostra que o fluxo de
Você já deve ter percebido a consequência da
fluido é constante durante o escoamento, redução da área de escoamento de um fluido:
mesmo que haja algum aumento ou redução quando reduzimos a área de escoamento em uma
mangueira com o dedo, por exemplo, estamos
na área do tubo. aumentando a velocidade com que a água escoa.
Equação de Bernoulli: considerando ainda
o escoamento de um fluido por um tubo. Por conta disso, pela equação de Bernoulli,
Suponha que a configuração do tubo seja a quando a velocidade aumenta, a pressão
seguinte: diminui. Esse é um dos efeitos mais
importantes da fluidodinâmica, e explica
diversos fenômenos, como o destelhamento
de casas.

Mecânica
Na região “1”, mais estreita de área A1, o
fluido possui velocidade v1, exerce uma
O destelhamento de casas em decorrência de
pressão P1 e está a uma dada altura h1. O ventos intensos não acontece porque a pressão
mesmo é considerado para o escoamento do vento “arranca” o telhado. Na verdade, é
exatamente o contrário: a alta velocidade do ar na
do fluido na região 2, mais alargada. A região do telhado causa uma redução na pressão
equação de Bernoulli nos permite analisar e, se a pressão interna à casa for suficientemente
grande, ela fará com que o telhado ceda.
o comportamento dessas grandezas para as
diferentes regiões:
Tubo de Pitot: instrumento utilizado para
p1 + μ.g.h1 + μ.v = p2+μ .g .h2 + μ.v
1
2
2
2
medir a velocidade de fluidos.

2 2
(equação de Bernoulli) GRAVITAÇÃO
Gravitação: efeito de atração mútua entre
dois corpos massivos.
Pela equação de continuidade, concluímos Lei da gravitação universal: em um par
que uma redução na área de escoamento de quaisquer corpos massivos, cada um
implica em um aumento na velocidade, para dos corpos exerce sobre o outro uma força
manter a proporção do fluxo. diretamente proporcional ao produto de suas

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massas (m e M) e inversamente proporcional Satélite: corpo que orbita outro corpo
ao quadrado da distância (d) entre eles. A consideravelmente maior.
constante de proporcionalidade é a constante
de gravitação universal, representada por G.
Essa força é chamada de força gravitacional
(FG) e é sempre atrativa:

FG = G . M . m
d2
(Lei da Gravitação Universal)

A constante G vale aproximadamente 6,67 x


10-11 N . m2/kg2.
A Lua é um exemplo de satélite natural. Quando
pensamos em satélites, podemos pensar somente
nos satélites artificiais, mas todo corpo que orbita
outro corpo pode ser chamado de satélite.

Elipse: curva cônica caracterizada por


ter constante a soma das distâncias
entre um ponto da curva e os dois focos.
Geometricamente, a elipse tem a seguinte
forma:
Da mesma forma com que a Terra exerce sobre
nós uma força gravitacional, nós exercemos
Mecânica

sobre ela uma força gravitacional de mesma


intensidade. Todos os corpos exercem entre si
uma força de atração gravitacional.

Gravidade: dependendo da definição, pode


se referir à aceleração gravitacional ou à força
gravitacional.
Campo gravitacional: campo associado a
uma massa. Todo corpo massivo apresenta
um campo gravitacional associado a ele.
Órbita: trajetória curva, sob ação de uma
força, em torno de um ponto ou corpo. A Lua
Os pontos F1 e F2 são os focos da elipse, que
orbita a Terra e a Terra, assim com os outros
são pontos localizados sobre o eixo maior.
planetas do Sistema Solar, orbita o Sol.
Leis de Kepler: 1. Cada planeta do Sistema
Solar descreve uma órbita elíptica, com o Sol
localizado em um dos focos.
2. Um planeta que orbita o Sol possui
velocidades maiores em regiões mais
próximas do Sol. Analogamente, sua
velocidade é reduzida em regiões mais
distantes do Sol. Como consequência disso,
a linha que liga o planeta até o Sol percorre
Os planetas do Sistema Solar descrevem uma
órbita ao redor do Sol.
áreas iguais em intervalos de tempo iguais.

18
3. O quadrado do período orbital de um Sistemas que descrevem um movimento
planeta é diretamente proporcional ao cubo harmônico simples são chamados de
do raio médio de órbita (r): sendo T o período osciladores harmônicos. Os dois exemplos
orbital, a razão T2/r3 é constante. Essa mais conhecidos de osciladores harmônicos
proporção é válida para todos os planetas. são:
• Pêndulo simples: consiste em uma
massa suspensa por um fio inextensível.
Essa tem a liberdade de oscilar em torno
da posição de equilíbrio.

A órbita dos planetas ao redor do Sol é elíptica.


Em alguns casos, quando os focos estão muito
próximos, a órbita se assemelha muito a uma
circunferência, podendo até mesmo ser tratada
como uma órbita circular.

Afélio: Em uma órbita elíptica, esse é o Um pêndulo simples oscila em torno de uma
ponto, sobre a órbita, mais afastado do Sol. posição de equilíbrio, em que ele se encontra
em repouso. Para um sistema conservativo, a
Periélio: em uma órbita elíptica, esse é o amplitude da oscilação equivale à distância (até a
posição de equilíbrio) de onde o pêndulo foi solto.
ponto, sobre a órbita, mais próximo do Sol.

Mecânica
Velocidade de escape: velocidade mínima O período de oscilação de um pêndulo
que um corpo precisa atingir para escapar da simples é dado pela seguinte equação:
influência gravitacional de um corpo celeste.
Na Terra, o valor da velocidade de escape é
de aproximadamente 11,3 km/s.
Maré: fenômeno em que o nível das águas
T = 2π .
√ l
g
Sendo l o comprimento do fio e g a aceleração
é alterado devido à atração gravitacional
da gravidade local.
exercida pelo Sol e pela Lua.
Sistema massa-mola: consiste em uma
massa acoplada à extremidade de uma mola.
MOVIMENTO HARMÔNICO SIMPLES A outra extremidade é fixada a uma superfície
e, quando a mola é deslocada, passa a oscilar
Oscilação: movimento de “vai e vem” em em torno da posição de equilíbrio após ser
torno de uma posição de equilíbrio. solta.
Amplitude: deslocamento máximo em O período de oscilação para um sistema
relação à posição de equilíbrio. massa-mola é:
Movimento harmônico simples (MHS):


tipo de movimento periódico e oscilatório, T = 2π . k
ocorrendo em torno de uma posição de equilíbrio. m
Quando tratamos de um movimento harmônico
simples, estamos considerando um sistema
conservativo: o fato de a energia mecânica se
conservar é o que dá ao MHS o seu aspecto
harmônico.

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LEI DA GRAVITAÇÃO
UNIVERSAL
ACELERAÇÃO GRAVITACIONAL

Para encontrar a expressão da aceleração


gravitacional, utilizamos as equações da força
gravitacional e do peso (2ª Lei de Newton).

Um objeto na superfície terrestre está sujeito


à ação da força gravitacional, que provoca o
seu peso. O peso é determinado pela massa
do corpo e a aceleração local:

P = mg

A força gravitacional age quando existem no mínimo dois corpos. O planeta Terra e
um determinado objeto em sua superfície, por exemplo. O que provoca essa força é o
fato de ambos possuírem massa. A massa da Terra atrai a massa de um corpo na sua
superfície. A distância entre eles também é um fator determinante na intensidade da
força gravitacional. A expressão fica:

Mm
FG = G
d2

De acordo com a equação, a força é inversamente proporcional ao quadrado da distância


entre os corpos. Isso significa que quanto mais distante um corpo estiver da superfície
da Terra, menor será a intensidade da força gravitacional atuando sobre ele; e quanto
mais próximo, maior será a intensidade dessa força. Além disso, a força gravitacional é
diretamente proporcional ao produto das massas dos corpos envolvidos.

A constante G é conhecida como constante gravitacional e vale 6,67x10-11 N.m2/kg2.


Igualando o peso e a força gravitacional, encontramos o valor de g:

P = FG

Mm
mg = G
d2

M
g =G
d2

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Com esta equação, você pode calcular a aceleração gravitacional da superfície de
Lei da Gravitação Universal

qualquer planeta, lua ou estrela: basta saber a massa (M) desse corpo, o valor de seu
raio (d) e utilizar o valor da constante gravitacional G. Quer fazer um teste?

Vamos calcular o valor da aceleração gravitacional no planeta Terra e depois do planeta


Júpiter!

Dados:

Massa da Terra (M) = 5,98 x 1024 kg

Raio da Terra (d) = 6,37 x 106 m

G = 6,67x 10-11 N . m2/kg2

Resolução:
M
Utilizamos a equação g = G e substituímos os valores:
d2

5,98 x 1024kg
g = 6,67x10-11 N.m2/kg2
(6,37 x 106 m)

Muito cuidado nessa hora! Vamos analisar cada unidade separadamente. As unidades
das grandezas físicas se agrupam para formar novas unidades. Para descobrirmos a
unidade de g, fazemos da seguinte forma:
kg
N.m2/kg2
(m)2

Observação:

f newton (N) é a unidade de força. A definição de força é massa multiplicada pela


aceleração. Logo, essa equivale ao produto das unidades de massa (kg) e aceleração
(m/s²): kg.m/s².
kg m2 kg2
kg.m/s².m2/kg2 ⇒ m/s² ⇒ m/s²
(m)2 kg2 m2

Ao fazer o cálculo, obtemos o valor numérico de g como: 9,82 m/s² aproximadamente.

O valor de g na superfície de Júpiter fica:

Dados:

Massa de Júpiter (M) = 1,90 x 1027 kg

Raio de Júpiter (d) = 7,14 x 107 m

2
Lei da Gravitação Universal
Resolução:
M
Utilizamos a equação g = G e substituímos os valores:
d2

Você também pode calcular o valor de g na Lua, no Sol, ou


em qualquer outro corpo massivo, utilizando seus respectivos
valores de massa e raio.

CALCULANDO O SEU PESO


Com os valores encontrados para a aceleração gravitacional, você também pode
calcular como seria o seu peso no planeta em questão. Para ter noção do que significa
esse valor, o peso encontrado seria a força com que você sentiria o planeta te puxando
para baixo.

Vamos calcular o peso de uma pessoa no planeta Júpiter. Supondo que esta pessoa
possua uma massa de 60 kg, e a aceleração gravitacional no planeta é de 24,85 m/s²,
o peso fica:

P = mg ⇒ P = 60 x 24,85 ⇒ P = 1.491 N

Você pode comparar esse peso com o peso que ela teria na Terra, esse vale
aproximadamente 589,2 N. A diferença é bem grande e, certamente, seria muito mais
difícil para essa pessoa caminhar no planeta Júpiter, pois teria que realizar um trabalho
muito maior para deslocar o seu próprio peso!

Agora é com você! Encontre os valores das acelerações gravitacionais dos outros
planetas do Sistema Solar. Utilize a tabela de dados abaixo.

Planeta Massa (kg) Raio (m)


Mercúrio 3,28x1023 2,44x106
Vênus 4,86x1024 6,05x106
Terra 5,98x1024 6,37x106
Marte 6,41x1023 3,39x106
Júpiter 1,90x1027 7,14x107
Saturno 5,68x1026 5,82x107
Urano 8,68x1025 2,53x107
Netuno 1,02x1026 2,46x107

Com esses valores, você pode calcular o seu peso em cada planeta. E aí, qual deles
você teria coragem de visitar?

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Lei da Gravitação Universal

GRAVIDADE: LATITUDE E LONGITUDE


O valor de g não é o mesmo em todos os
pontos da superfície da Terra. Existem
diferenças em determinadas latitudes e
longitudes.

O valor de g está associado ao raio da


Terra:

Sabemos que a Terra não é uma esfera perfeita e, portanto, não possui um raio
constante para todos os pontos de sua superfície. Seu raio é maior à medida em que a
latitude diminui. Quanto menor for o valor da latitude, mais próximos estamos da linha
do Equador e mais distante estamos do centro da Terra. Dessa forma, o valor de g será
menor do que em um local em que o valor da latitude é mais alta.

A altitude também influencia o valor da gravidade. Por exemplo, no topo das montanhas
mais altas o valor de g é menor, pois esse ponto está mais distante do centro da Terra.

Considerando a altura em que um objeto está situado, pode-se calcular g como:

Qual o local mais apropriado da superfície da Terra para lançar um


foguete para o espaço?
As bases de lançamento de foguetes ficam em lugares estratégicos na superfície
terrestre. Próximo à linha do Equador é o local ideal, pois o valor de g é o menor possível.
E o fato de o valor de g ser menor facilita muito a saída do foguete da Terra, pois ele
precisará vencer uma gravidade menor e, consequentemente, economizará mais
combustível.

No Brasil, temos o Centro de Lançamento de Alcântara, localizado em Alcântara, no


estado do Maranhão. A cidade fica localizada bem próxima à linha do Equador.

4
IMPONDERABILIDADE

Lei da Gravitação Universal


A noção intuitiva que temos do nosso peso está relacionada à sensação que temos de
sermos pressionados contra uma superfície - e não à aceleração gravitacional em si.

Se você subir em uma balança (considerando que ela esteja em um plano horizontal),
você estará exercendo sobre ela uma força e, de acordo com a terceira lei de Newton, a
balança exercerá sobre você uma força normal de reação.

Tome cuidado para não considerar que a força normal da balança e o seu peso formam
um par ação e reação! A reação do peso é exercida por nós sobre o centro da Terra.
A força normal que a balança exerce sobre nós é uma reação da força de contato que
exercemos sobre a balança.

Quando não somos sustentados por uma


superfície, estamos em um movimento
de queda livre. Todo corpo sobre o qual
está sendo exercida apenas a aceleração
gravitacional experimenta de uma
sensação denominada imponderabilidade.
É essa a sensação que os astronautas
experimentam dentro de uma estação
espacial em órbita.

Sem uma sustentação, eles estão em queda livre constante e têm uma sensação de “peso
zero”. Nesse estado de imponderabilidade, eles não conseguem usufruir da sensação
agradável de seus corpos pressionados contra um colchão após um dia exaustivo. Essa
sensação que temos ao descansar é proporcionada pela sustentação de uma cama em
decorrência da atração gravitacional que sofremos.

LEI DA GRAVITAÇÃO UNIVERSAL


Newton, brilhantemente, reconheceu que a força que faz os
objetos caírem possui a mesma natureza da força que faz
com que os planetas do Sistema Solar orbitem o Sol. Sua
Lei da Gravitação Universal nos diz que todos os corpos
Escultura de Isaac Newton na massivos que existem se atraem e a força gravitacional entre
Biblioteca Britânica, em Londres. dois corpos é diretamente proporcional ao produto de suas
massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre eles. Como vimos
anteriormente, essa força é dada pela equação:

Mm

Ela nos diz que quanto maiores forem as massas dos corpos e menor for a distância
entre eles, maior será a força gravitacional que um exerce sobre o outro.

A força gravitacional é uma das quatro interações fundamentais da natureza, sendo


as outras três: eletromagnética, nuclear forte e nuclear fraca. Das quatro, a força
gravitacional é a mais fraca.

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Mesmo que dois corpos estejam a uma distância extremamente longa um do outro,
Lei da Gravitação Universal

ainda existirá, por menor que seja, uma atração gravitacional entre eles. Por exemplo:
não sentimos os efeitos da atração gravitacional de Netuno, mas ainda assim somos
atraídos (mesmo que muuuito fracamente) pelo planeta, da mesma forma com que nós
o atraímos. Todo corpo que possui massa exerce atração (e é atraído) pelos outros.

A Gravitação Universal explica por que a Terra - e outros


planetas - apresentam um formato arredondado. Isso
acontece porque as próprias partes da Terra se atraem entre si
- cada parte de sua superfície está praticamente equidistante
do centro de gravidade do planeta devido ao fato de as partes
externas da Terra serem atraídas “para dentro” do planeta.

Corpos muito massivos exercem sobre suas camadas mais externas uma força
gravitacional suficientemente grande para manter uma distribuição quase regular de
massa ao longo da superfície. A consequência disso é o formato esférico de grandes
corpos celestes (uma esfera perfeita possui todos os pontos de sua superfície a uma
mesma distância do centro).

CAMPOS GRAVITACIONAIS
O campo gravitacional de um corpo é um exemplo de campo de força, onde um corpo
que esteja situado dentro dele acaba sentindo uma força sendo exercida sobre ele.
Dessa forma, o Sol consegue atrair a Terra e a Terra consegue atrair a Lua, de maneira
que não é necessário haver um contato direto entre os corpos para que exista uma força
entre eles. Outro exemplo de campo de força, conforme você irá estudar posteriormente,
é o campo magnético de um ímã.

A intensidade do campo gravitacional de um corpo se comporta de maneira semelhante


à da força gravitacional desse corpo sobre um outro corpo: vai diminuindo à medida em
que a distância aumenta.

O campo gravitacional de um corpo, como o da Terra, é representado por linhas de


campo, como na figura abaixo:

O sentido das setas indica o sentido do campo gravitacional.

6
SATÉLITES

Lei da Gravitação Universal


Os satélites - naturais e artificiais - são exemplos
de projéteis, aqueles corpos que vimos em
cinemática e que tinham a característica de serem
lançados e seguirem o movimento devido à sua
própria inércia. São chamados de satélites os
corpos que “caem ao redor” de um corpo maior,
ao invés de para dentro dele.

Um satélite que orbita a Terra está constantemente caindo, mas nunca atinge a
superfície devido à sua enorme velocidade tangencial: sua distância de queda se
adapta à curvatura da Terra. Pelo mesmo motivo, os planetas do Sistema Solar estão
constantemente caindo ao redor do Sol, mas nunca o atingem devido às suas enormes
velocidades tangenciais.

Se você arremessasse uma pedra com certa velocidade, ela poderia muito bem se
tornar um satélite. Essa ideia já havia sido argumentada por Newton em O Sistema do
Mundo: “Quanto maior é a velocidade ... com a qual (uma pedra) é lançada, mais longe
ela irá, antes de cair sobre a Terra. Podemos supor, portanto, que se a velocidade fosse
tão aumentada que descrevesse um arco de 1, 2, 5, 10, 100, 1.000 milhas até alcançar
a Terra, finalmente excederia os limites do planeta e passaria ao espaço sem tocá-lo.”.
Isso foi representado pelo próprio Newton em uma ilustração, representada abaixo:

Na órbita circular de um satélite ao redor da Terra,


sua velocidade é sempre perpendicular à força
gravitacional da Terra sobre o satélite. Dessa forma,
o módulo da velocidade não é alterado, apenas a sua
orientação.

À medida em que aumenta a altitude de um satélite


em relação à superfície da Terra, a velocidade
orbital diminui e o período para completar uma volta
aumenta. Um satélite que orbita a cerca de 5,5 vezes
o raio da Terra acima da superfície, possui um período
de 24 horas, que coincide com o próprio período
de rotação da Terra. Já a Lua, que está ainda mais
distante, apresenta um período de cerca de 27,3 dias.

A velocidade v de um satélite em órbita circular


é encontrada da seguinte forma: consideramos a
força centrípeta (lembre-se do movimento circular,
estudado na dinâmica!) e igualamos à força
gravitacional:

d d

Note que o vetor velocidade


é perpendicular ao vetor força
gravitacional.

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E o período T do movimento do satélite é dado por:
Lei da Gravitação Universal

Nas equações apresentadas, d corresponde à distância do satélite ao centro da Terra


(ou do corpo que o satélite orbita), m é a massa do satélite e M é a massa da Terra (ou
do corpo orbitado).

VELOCIDADE DE ESCAPE
Como os foguetes e satélites conseguem sair do planeta Terra? A ideia de velocidade
de escape está relacionada ao fato de um objeto conseguir sair do planeta, ou seja,
conseguir escapar, vencendo a gravidade. E para isso, é necessário um determinado valor
mínimo de velocidade. Não é com qualquer valor de velocidade que você conseguiria
sair da Terra: se você dar um pulo, certamente retornará ao chão, pois a sua velocidade
não será alta o suficiente para te fazer vencer a gravidade.

Considere um projétil de massa m deixando a superfície do planeta. O projétil possui


uma energia cinética EC = ½ mv² e uma energia potencial EP = mgh. A energia potencial
precisa ser reorganizada, pois, se você se lembrar da discussão do início da apostila,
temos que o valor g vale g = GM/d². Então, a energia potencial fica com uma cara nova:

Em que:

f Adotamos o sinal negativo pelo fato de o projétil estar se movendo no sentido


contrário ao da gravidade, adotando-se o sistema de referência para baixo como
sendo positivo;

f A altura h se transformou em r, pois estamos considerando uma distância radial r do


centro da Terra, e para simplificarmos a equação, ela ficará em sua forma final como:

Podemos agora levar em consideração a conservação de energia e que a energia


mecânica de um corpo lançado a uma “distância infinita” seria nula, para escrever a
seguinte equação:

=0

em que v é a velocidade de escape. Perceba que a velocidade de escape para um


determinado planeta não depende da massa do objeto a ser lançado.

8
Para a Terra, substituindo os valores na equação de v, podemos perceber que a velocidade

Lei da Gravitação Universal


de escape é de aproximadamente 11,3 km/s, ou 40.000 km/h. Objetos lançados com
velocidades superiores a essa velocidade conseguirão escapar da Terra.

ANOTAÇÕES

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LEIS DE KEPLER
A famosa Lei da Gravitação Universal de Isaac Newton (que iremos ver mais adiante
nessa mesma apostila) foi precedida por três descobertas importantes a respeito do
movimento planetário, feitas pelo astrônomo alemão Johannes Kepler, que começou
sua carreira como assistente júnior do astrônomo dinamarquês Tycho Brahe.

Brahe mediu as posições dos planetas tão precisamente,


por mais de 20 anos, que suas medidas são válidas até os
dias de hoje. Brahe confiou seus dados a Kepler. Depois
da morte de Brahe, Kepler transformou o referencial das
medidas dele. O resultado foram valores que seriam
obtidos por um observador estacionário externo ao
Sistema Solar.
Estátuas de Tycho Brahe e
Johannes Kepler em Praga Para Kepler, as órbitas dos planetas não eram círculos
perfeitos, como acreditavam os que estudaram o assunto antes dele. E ele estava certo,
as órbitas planetárias têm um formato elíptico (de elipses).

Uma elipse é uma curva específica: uma trajetória fechada descrita por um ponto que
se move de tal forma que a soma de suas distâncias até dois pontos fixos (chamados de
focos) é constante. Quanto mais próximos um do outro estiverem os focos, mais a elipse
se parecerá com uma circunferência. Quando ambos os focos coincidirem em um único
ponto, a elipse será uma circunferência. Assim, podemos concluir que a circunferência
é um caso especial de elipse.

Uma elipse

A primeira lei de Kepler do movimento planetário nos diz o seguinte:

“A trajetória de cada planeta em torno do Sol é uma elipse, tendo o Sol em um


dos focos.”

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Leis de Kepler

Kepler também afirmou que os planetas não se deslocavam ao redor do Sol com
velocidade uniforme, mas que se moviam mais rapidamente quando estavam mais
próximos do Sol e mais lentamente quando estavam mais afastados dele. Eles o fazem
de tal maneira que uma linha imaginária, ou raio, ligando o Sol e o planeta, varre áreas
iguais em intervalos de tempos iguais.

A área varrida durante um mês em que o planeta está orbitando mais afastado do Sol
(área A1) é igual à área varrida durante um mês em que o planeta está orbitando mais
próximo do Sol (área A2).

Esta é a segunda lei de Kepler:

“A linha que vai do Sol até qualquer planeta varre áreas iguais em intervalos de
tempo iguais.”

Sabemos, por experiência, que quando lançamos um objeto para cima, este vai reduzindo
sua velocidade durante a subida e depois, quando passa a descer, sua velocidade vai
aumentando, pois está a favor da aceleração gravitacional. Algo semelhante acontece
com o movimento de planetas em torno do Sol: ao se afastar do Sol, a velocidade do
planeta vai reduzindo, e ao se aproximar, a velocidade aumenta. Kepler descobriu uma
relação de proporcionalidade entre o raio orbital médio de um planeta em relação ao

2
sol e o período de revolução desse planeta ao redor do sol. Mais especificamente, o

Leis de Kepler
quadrado do período T de um planeta é diretamente proporcional ao cubo do raio orbital
médio R.

A terceira lei de Kepler nos diz o seguinte:

“Os quadrados dos períodos de revolução (T) dos planetas são proporcionais aos
cubos de seus raios orbitais médios (R) em relação ao Sol.”

Ou seja, a razão entre o quadrado do período de revolução e o cubo do raio orbital


médio é constante para todos os planetas. Matematicamente:

T2
= constante
R3

ANOTAÇÕES

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ALAVANCAS
Uma alavanca possui três elementos principais: o eixo de giro (apoio), o local onde vai
ser aplicada a força motora (eixo força motriz ou potência) e a força que vai se opor ao
trabalho realizado sobre a alavanca (força de resistência).

Alavanca interfixa: o ponto de fixação está no


Potência
meio (eixo de giro), entre o eixo força motriz e a
força de resistência. Exemplo: martelo, tesoura.
Resistênci a
Apoio

Potência

Resistênci a
Alavanca inter-resistente: a força de resistência
está no meio, entre o eixo força motriz e o ponto
Apoio de fixação. Exemplos: carrinho de mão, abridor
de garrafa.

Inter-resistente
Potência Resistênci a

Apoio

Alavanca interpotente: é quando a força


Interpotente motriz está no meio. Exemplos: pinça, pegador
de gelo.

ANOTAÇÕES

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Através dos cursos
2020 - 2022

MOVIMENTO CIRCULAR
MOVIMENTO CIRCULAR
Veja como descrever um movimento circular através das principais grandezas associadas
a ele e a analisar as forças presentes, cuja resultante é chamada de força centrípeta.

Esta subárea é composta pelos módulos:

1. Cinemática do Movimento Circular


2. Dinâmica do Movimento Circular
CINEMÁTICA DO MOVIMENTO
CIRCULAR
MOVIMENTO CIRCULAR
A velocidade linear, que simplesmente chamamos de
velocidade nos cursos anteriores, é a distância percorrida
por unidade de tempo.

Um ponto na borda de um carrossel ou de uma mesa


giratória percorre uma distância maior, a cada volta
completa, do que um ponto mais interno. Percorrer uma
distância maior no mesmo período de tempo significa possuir uma maior velocidade: a
velocidade linear é maior na borda externa de um objeto que gira, do que em sua parte
interna, e vai ficando cada vez menor à medida que o ponto que estamos analisando se
aproxima do eixo de rotação.

A velocidade de algo que se move ao longo de uma trajetória circular pode ser chamada
de velocidade tangencial, pois a direção do movimento é sempre tangente ao círculo
de rotação. As unidades usadas para representar a velocidade tangencial ou linear são,
geralmente, m/s (Sistema Internacional) ou km/h.

Um ponto duas vezes mais afastado do eixo de rotação possuirá uma velocidade tangencial duas vezes maior.

A velocidade angular se refere ao número de voltas (ou revoluções) por unidade de


tempo. Todas as partes de um carrossel e de uma mesa giratória giram em torno de
seu eixo de rotação no mesmo intervalo de tempo e, portanto, compartilham a mesma
velocidade angular, cujas unidades podem ser radianos por segundo (rad/s), voltas por
segundo, revoluções por minuto (RPM), dentre outras.

As velocidades tangencial e angular estão relacionadas. Você já deu voltas em uma


roda gigante de um parque de diversões? Quanto mais rapidamente ela girar, maior
será a rapidez tangencial das pessoas.

A velocidade tangencial, diferente da velocidade angular, depende da distância radial (a


distância a partir do eixo de rotação). No centro de uma plataforma giratória, um objeto
não possui velocidade tangencial, apenas roda. Mas à medida em que o objeto vai se
aproximando da borda da plataforma, este se move mais rápido.

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Dessa forma, a velocidade tangencial é diretamente proporcional tanto à velocidade
Cinemática do Movimento Circular

angular quanto à distância radial (a distância até o eixo de rotação, ou simplesmente


raio da trajetória):

v = rω

Em que v é a velocidade tangencial, r é a distância radial e ω (letra grega ômega


minúscula) é a velocidade angular.

Quando a velocidade tangencial sofre alterações em seu módulo, há a presença de


uma aceleração tangencial. Qualquer coisa que se move em uma trajetória circular
experimenta outro tipo de aceleração: uma que está orientada para o centro da trajetória
circular – a aceleração centrípeta.

A aceleração centrípeta é representada como:

ac = v2
R

O fato de um objeto estar sujeito a uma aceleração centrípeta não significa necessariamente
que a sua velocidade tangencial está variando em módulo. Lembre-se: a velocidade
tangencial é um vetor e, portanto, é caracterizada por uma direção e por um sentido, além
do seu módulo. Perceba que quando analisamos o movimento de um objeto descrevendo
uma trajetória circular, a direção do movimento está variando o tempo todo! Isso implica
diretamente em uma velocidade que, se pensarmos em termos de vetores, nunca é constante.
Isso é consequência de haver uma aceleração centrípeta, que além de ser orientada para o
centro da trajetória, é perpendicular (forma 90º) com a velocidade tangencial.

Um movimento circular que possui o módulo constante da velocidade tangencial é chamado


de movimento circular uniforme. Esse tipo de movimento não possui aceleração tangencial
(que varia o módulo), mas sempre possui aceleração centrípeta (que varia a direção).

O movimento circular também está associado a uma


frequência f. A unidade no SI para a frequência é o
hertz (Hz), em homenagem ao físico alemão Heinrich
ac
Hertz. 1 Hz significa que o evento se repete uma
vez por segundo. RPM relaciona-se com o hertz da
seguinte maneira: 60 RPM equivale a 1 Hz (pois se há
uma rotação por segundo, em um minuto, teremos 60
Perceba que a aceleração centrípeta rotações).
da pessoa no brinquedo é apontada
para o centro da curva. O período, normalmente indicado por T, é o período
de tempo correspondente a um ciclo (uma volta
completa), e é calculado por:

T=1
f

A unidade no SI para o período é o segundo. Veja que frequência e período são duas
grandezas inversas.

4
ONDULATÓRIA

2020 - 2022
ONDULATÓRIA
Saiba o que são ondas, como elas são classificadas, os principais fenômenos ondulatórios
e veja tópicos de acústica, onde o som é o protagonista.

Esta subárea é composta pelos módulos:

1. Estudo das Ondas e Equação 4. Interferência


Fundamental da Ondulatória 5. Fenômenos Sonoros
2. Reflexão e Refração 6. Ondas Estacionárias
3. Difração, Ressonância e 7. Efeito Doppler
Polarização
ESTUDO DAS ONDAS E EQUAÇÃO
FUNDAMENTAL DA ONDULATÓRIA
ESTUDO DAS ONDAS
Existem diversos tipos de ondas. As ondas
eletromagnéticas e as ondas mecânicas
são as principais protagonistas do nosso
estudo.

Em Óptica, estudaremos as ondas


eletromagnéticas, pois a luz é um exemplo
de onda eletromagnética.

Por agora, veremos, mais detalhadamente, o que é uma onda e acrescentaremos o


estudo das ondas mecânicas, como o som e os fenômenos ondulatórios.

Primeiro, vamos ver uma introdução ao estudo das ondas e as principais grandezas que
serão estudadas.

GRANDEZAS
As principais grandezas envolvidas no
estudo da ondulatória são a amplitude,
o comprimento de onda, a frequência, o
período e a velocidade da onda.

Os pontos mais altos de uma onda são chamados de cristas e os pontos mais baixos
são chamados de vales. O termo amplitude (A) se refere à distância entre o ponto médio
da vibração (linha tracejada) e a crista (ou vale) da onda. Portanto, a amplitude é igual
ao máximo afastamento em relação ao equilíbrio.

O comprimento de onda (λ) de uma determinada onda é a distância que vai de uma
crista a outra adjacente. Ou, equivalentemente, o comprimento de onda é a distância
entre quaisquer duas partes idênticas e sucessivas de uma onda. Os comprimentos de
onda das ondas que você vê na praia são medidos em metros, já os das ondulações
em uma poça são medidas em centímetros, enquanto que os da luz são medidos em
bilionésimos de metro (nanômetros).

A taxa de repetição de uma determinada vibração é a sua frequência. A frequência de


um pêndulo oscilante, ou de um objeto vibrando em uma mola, especifica o número de
vibrações para lá e para cá que ele realiza em um determinado tempo (normalmente
em um segundo). Uma oscilação completa para lá e para cá constitui uma vibração.
Se ela ocorre durante um segundo, a frequência é de uma vibração por segundo. Se
ocorrem duas vibrações a cada segundo, a frequência é de duas vibrações por segundo.

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A unidade de frequência do SI é chamada de hertz (Hz), em homenagem a Heinrich
Estudo das Ondas e Equação Fundamental da Ondulatória

Hertz, que demonstrou a existência das ondas de rádio em 1886. Uma vibração por
segundo é 1 hertz; duas vibrações por segundo equivalem a 2 hertz e assim por diante.

O período (T) de uma vibração ou de uma onda é o tempo que dura uma oscilação
completa. Se a frequência ( f ) de um objeto é conhecida, seu período pode ser calculado,
e vice-versa:

T ou f
f T

MOVIMENTO ONDULATÓRIO
Uma onda é capaz de transportar energia de um lugar a outro, mas não matéria.

O movimento ondulatório pode ser mais facilmente compreendido considerando-se


primeiro uma corda distendida horizontalmente. Se uma das extremidades da corda é
sacudida para cima e para baixo, uma perturbação rítmica se propaga através da corda.
Cada partícula que forma a corda se movimenta para cima e para baixo, enquanto, ao
mesmo tempo, a perturbação move-se ao longo da extensão da corda.

O meio, nesse caso a corda, retorna a sua condição inicial após a perturbação ter
passado. O que é propagado pela corda é a perturbação, e não o próprio meio.

Isso acontece com as ondas mecânicas. Guarde bem esta informação: as ondas
mecânicas precisam de um meio para se propagar. Por exemplo: as ondas no oceano
requerem água e o som de um piano precisa do ar para se propagar.

Quanto às dimensões, as ondas podem se propagar:

f Em uma dimensão (unidimensionais): ondas em cordas;

f Em duas dimensões (bidimensionais): ondas em superfícies de líquidos;

f Em três dimensões (tridimensionais): ondas luminosas e ondas sonoras.

ONDAS TRANSVERSAIS
Fixe a uma parede uma das extremidades
de uma corda, segurando a extremidade
livre na mão. Se de repente você puxar a
extremidade livre da corda para cima e para
baixo, produzirá um pulso que se propaga
pela corda e por ela retorna.

Nesse caso, o movimento das partes da corda (indicados pelas setas apontando para
cima e para baixo) forma um ângulo reto com a direção de propagação da onda. Esse
movimento lateral em ângulos retos é chamado de movimento transversal.

Agora sacuda a corda para cima e para baixo, com um movimento regular e contínuo, de
modo que a série de pulsos assim gerados formem uma onda. Uma vez que o movimento

4
do meio (a corda, neste caso) é transversal à direção da propagação da onda, esse tipo

Estudo das Ondas e Equação Fundamental da Ondulatória


de onda é chamado de onda transversal.

Exemplos de ondas transversais: ondas nas cordas tensionadas dos instrumentos


musicais, nas superfícies dos líquidos e ondas eletromagnéticas.

ONDAS LONGITUDINAIS
a)
Nem todas as ondas são transversais. Às
vezes, as partes que constituem o meio se
movem para frente e para trás na mesma
b)
direção em que se propaga a onda. O
movimento se dá ao longo da direção de Ambas as ondas transferem energia da esquerda para
a direita. (a) Quando uma das extremidades de uma
propagação, e não em um ângulo reto a Slinky é empurrada e puxada rapidamente ao longo de
ela. Isso produz uma onda longitudinal. seu comprimento, forma-se uma onda longitudinal. (b)
Quando ela é sacudida lateralmente, forma-se uma onda
transversal.
ONDAS MISTAS
São aquelas ondas transversais e longitudinais ao mesmo tempo, formando um
movimento circular. É o caso das ondas do mar.

EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DA ONDULATÓRIA: VELOCIDADE DA ONDA


Para entender a velocidade de uma onda,
fixe o olhar no ponto P na imagem ao lado.
Você pode determinar quanto tempo passa
entre a chegada de uma crista e a chegada
da próxima (o período), e também pode
observar a distância entre essas cristas (o
P
comprimento de onda).

Sabemos que a velocidade é definida


como a distância dividida pelo tempo (lá da
Cinemática). No caso das ondas, a distância corresponde a um comprimento de onda e
o tempo decorrido é um período, de modo que:

v = λ/T

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Como o período é o inverso da frequência, a equação da velocidade toma a forma:
Estudo das Ondas e Equação Fundamental da Ondulatória

v = λf
Sabendo o comprimento de onda e a frequência, você consegue encontrar a velocidade
de uma onda. Todas as ondas eletromagnéticas possuem a mesma velocidade no
vácuo: 300.000.000 m/s. Essa velocidade é conhecida como velocidade da luz e é
comumente chamada de c.

ANOTAÇÕES

6
CINEMÁTICA DO MOVIMENTO
HARMÔNICO SIMPLES
Estudaremos as equações cinemáticas (funções horárias) do movimento harmônico
simples (MHS) através do movimento circular uniforme (MCU).

Seja o ponto P do MCU na circunferência de raio R. Os espaços s são medidos na própria


circunferência e os espaços angulares θ (fase) são os ângulos centrais que determinam
os arcos s. O móvel descreve a circunferência com velocidade escalar v e angular ω; a
aceleração centrípeta ac é orientada para o centro. Se os ângulos θ estão em radianos,
temos:

Considerando que no instante inicial t = 0, o espaço inicial seja s0 e θ0 o espaço angular,


a função horária do MCU é:

(forma linear)

f Para determinar a posição x de um móvel no MHS: x = R cos(θ0+ωt). A função em


um gráfico é cossenoidal com o tempo. Como R é igual à amplitude A, a equação
geral fica: 𝑥 = 𝐴 𝑐𝑜𝑠(𝜃0 + 𝜔𝑡)
2𝜋
f Velocidade angular (frequência angular): 𝜔 =
𝑇
f Velocidade no MHS: 𝑣 = −𝜔 𝐴 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 𝜃0 )

f Aceleração no MHS: 𝑎 = −𝐴𝜔2 𝑐𝑜𝑠(𝜔𝑡 + 𝜃0 )

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Através dos cursos
REFLEXÃO E REFRAÇÃO

REFLEXÃO
Vamos começar estudando a reflexão de uma onda produzida em uma corda. Essa
corda tem uma das suas extremidades ligada a uma parede e sobre ela é produzido um
pulso. Esse pulso possui a crista para cima.

Se a corda estiver com essa extremidade livre, podendo se mover, o pulso refletido terá
a mesma fase que o pulso incidente, ou seja, ao chegar e voltar, a crista da onda se
mantém para cima.

Porém, se essa extremidade for fixa, o pulso refletido será invertido. Isso significa que
a fase da onda está invertida, ou seja, no pulso refletido a crista da onda estará para
baixo.

Na reflexão, os principais parâmetros da onda (frequência, comprimento e velocidade)


não são alterados.

REFRAÇÃO
Quando duas cordas diferentes estão ligadas e estendidas, o que ocorre quando o pulso
passa de uma corda para outra?

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Bom, como são duas cordas diferentes, feitas de materiais diferentes, com densidades
Reflexão e Refração

diferentes, ocorrerá a refração.

A refração é definida como a mudança na velocidade de uma onda ao mudar de meio.

Quando o pulso passa de uma corda menos densa para uma corda mais densa, parte
do pulso é refratada e a outra parte é refletida inversamente.

Quando o pulso passa da corda mais densa para a menos densa, parte do pulso é
refratada e a outra parte é refletida sem inversão.

Devido à mudança de meio de propagação, a onda terá sua velocidade alterada. A


frequência, por sua vez, permanece inalterada. Portanto, observando a equação
fundamental da ondulatória, 𝑣 = λf, percebemos que o comprimento da onda também
variará.

DENSIDADE LINEAR
Corpos sólidos em que a dimensão predominante é o comprimento (como fios, cordas
e barras) possuem densidade linear definida pela razão entre a massa do fio e seu
respectivo comprimento. Assim, se um fio de comprimento l tem massa m, sua densidade
linear (µ) vale:
µ m
l

A unidade de densidade linear, no SI, é kg/m.

ANOTAÇÕES

2
INTERFERÊNCIA

Você já ouviu falar que dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço? Isso é
verdade em relação a dois corpos materiais. Porém, o mesmo não pode ser dito das
ondas, já que essas não são corpos materiais.

Quando duas ou mais ondas ocupam o mesmo lugar no espaço, ocorre uma superposição
de ondas. Esse fenômeno é chamado de interferência. A interferência ondulatória pode
ter 3 consequências distintas sobre as ondas: reforçar, enfraquecer ou neutralizar a
amplitude.

No caso em que ondas se reforçam, seus Amplitude amplificada


deslocamentos se adicionam em cada
ponto. Isso ocorre quando a crista de
uma onda se superpõe à crista de outra,
produzindo uma onda resultante com
amplitude maior. Essa é a interferência
Interferência construtiva.
construtiva.

O caso em que a interferência provoca um


Amplitude anulada enfraquecimento consiste na superposição
da crista de uma onda com o vale de outra.
Na situação particular em que as duas ondas
superpostas dessa forma têm amplitudes
iguais, elas simplesmente se anulam! Essa
é a interferência destrutiva, que provoca a
Interferência destrutiva.
neutralização da onda.

O padrão de interferência pode ser observado em ondas produzidas na superfície da


água:

A interferência é uma característica de todo movimento ondulatório, seja de ondas se


propagando na água, ondas sonoras ou ondas luminosas.

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INTERFERÊNCIA DE ONDAS SONORAS
Interferência

Os exemplos de interferência que vimos


consistem em ondas transversais, mas Moléculas de ar Rarefação Compressão
esse fenômeno também ocorre com ondas
longitudinais. No caso de uma onda sonora,
existem zonas de compressão (em que há
camadas de ar mais comprimidas, ou seja,
a densidade de partículas é maior) e zonas
de rarefação (onde há camadas de ar
menos comprimidas, ou seja, a densidade Comprimento de onda
de partículas é menor).

Se compararmos as ondas longitudinais com as ondas transversais, a as zonas de


compressão correspondem às cristas e as zonas de rarefação correspondem aos vales.

Analogamente às ondas transversais,em duas ondas longitudinais idênticas, a


interferência pode ocorrer das seguintes maneiras:

f Interferência construtiva: a superposição das duas ondas em fase (cristas se


superpõem às cristas e vales se superpõem a vales) produz uma onda de intensidade
aumentada.

f Interferência destrutiva: a superposição de duas ondas em fases opostas (cristas


se superpõem a vales), ocorre um cancelamento mútuo das ondas.

Para compreender melhor o fenômeno de interferência de ondas sonoras, considere


seguinte exemplo: você está a uma distância equivalente de dois alto-falantes que
emitem sons idênticos com uma certa frequência. Você ouvirá um som de maior volume,
pois os efeitos dos dois alto-falantes se somam. As compressões e as rarefações
chegam até você em fase, caracterizando uma interferência construtiva.

Se você se mover para o lado, de modo que as distâncias dos alto-falantes até você
apresentem meio comprimento de onda de diferença, as rarefações produzidas por
um dos alto-falantes cancelarão as compressões produzidas pelo outro no seu ouvido.
Nesse caso, ocorre interferência destrutiva. Se desconsiderarmos a reflexão das ondas
nas superfícies do ambiente, pouco ou nenhum som será ouvido!

INTERFERÊNCIA DE ONDAS LUMINOSAS


Historicamente, a natureza da luz já foi diversas vezes debatida acerca de ela possuir
um caráter, por vezes ondulatório, por vezes corpuscular (comportamento de partícula).
Um dos experimentos mais famosos da física foi o experimento da fenda dupla de
Thomas Young, que revelou o comportamento ondulatório da luz.

Nesse experimento, Young observou os fenômenos de difração e de interferência ao


incidir luz sobre duas fendas de um obstáculo. A luz que sofria difração ao atravessar
uma das fendas se superpunha com a luz que sofria difração ao atravessar a outra
fenda. Isso tornava possível observar padrões de interferência, havendo regiões de

2
Interferência
interferência construtiva e outras regiões Padrões de
de interferência destrutiva. interferência

Interferência
Os padrões de interferência não ocorrem construtiva
somente na incidência sobre fendas
duplas. Dispositivos que apresentam
muitas fendas mutuamente próximas
formam o que chamamos de rede de
difração. Tais dispositivos separam a
luz branca nas cores que a compõem.
Sim, a luz branca é composta por cores Quando a luz incidente sobre as duas fendas sofre
interferência, as “franjas” claras indicam padrões de
de diferentes frequências, mas não se interferência construtiva.
preocupe se isso parecer confuso no
momento. Você irá compreender melhor
quando estiver estudando óptica.

Redes de difração provocam essa


separação através de uma interferência
luminosa. É isso o que observamos quando
vemos aquele belo padrão de cores na
superfície de um CD.

BATIMENTO SONORO
O batimento sonoro consiste em um fenômeno rítmico que ocorre quando há interferência
de ondas de frequências muito parecidas (mas não idênticas!). Veja as duas ondas
abaixo:

As duas ondas apresentam frequências distintas, apesar de serem muito parecidas.


Quando elas sofrem interferência, veja como elas se superpõem:

Perceba que há regiões onde ocorre interferência construtiva, enquanto em outras


regiões, há interferência destrutiva. Como resultado, ocorre uma certa defasagem de
uma onda em relação à outra.

Na prática, o que percebemos é o seguinte: cada uma das ondas, individualmente, nos
permite ouvir um som contínuo. Com o batimento sonoro, o que ouvimos é um som
oscilante.

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CÁLCULOS: INTERFERÊNCIA ENTRE FONTES PONTUAIS
Interferência

Para calcular a diferença de percurso (ou diferença de marcha) |Δx| de uma onda, utiliza-
se a equação:

|Δx| = n . λ
2

Em que λ é o comprimento de onda e n é um número inteiro (1,2,3...).

Para ondas em fase:

f n (par): interferência construtiva

f n (ímpar): interferência destrutiva

Para ondas com fases opostas:

f n (par): interferência destrutiva

f n (ímpar): interferência construtiva

Os exercícios, em geral, mencionam “mínimos” e “máximos”. Então lembre-se: um


mínimo é um ponto de interferência destrutiva e um máximo é um ponto de interferência
construtiva.

E o que significa primeiro mínimo, segundo máximo, etc? Os termos primeiro, segundo,
terceiro (e assim por diante) referem-se aos números n, mencionados anteriormente.

Por exemplo:

Primeiro mínimo: n = 1

Segundo máximo: n = 2

E assim sucessivamente.

ANOTAÇÕES

4
DIFRAÇÃO, RESSONÂNCIA E
POLARIZAÇÃO
DIFRAÇÃO
Como você consegue ouvir pessoas conversando na cozinha da sua casa enquanto
você está no quarto? Isso é possível porque o som consegue difratar. As ondas no geral
podem difratar.

O fenômeno da difração é, basicamente, a capacidade de onda poder contornar


obstáculos.

Para uma onda se propagando em direção a um orifício, a difração é bastante acentuada,


pois a onda, ao passar pelo orifício, contorna os dois obstáculos, espalhando-se
visivelmente.

Difração de uma onda ao atravessar um orifício. Ondas na superfície da água sofrendo difração.

Os efeitos da difração podem ser mais ou menos acentuados. Se aumentarmos a


distância entre dois obstáculos de modo que o orifício fique grande, a difração será
menos acentuada:

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Basicamente, se o comprimento de onda for grande em comparação ao tamanho da
Difração, Ressonância e Polarização

abertura do orifício, a difração será acentuada, como ocorre com o som. O comprimento
de uma onda do som é grande.

Agora se o comprimento de onda for menor,


a difração será menos acentuada. A luz
possui comprimento de onda menor que o
do som, por isso a difração da luz é menos
acentuada e ela, geralmente, não contorna
obstáculos. É por esta razão também que a
luz refletida de uma pessoa na cozinha não
é totalmente perceptível por uma pessoa
que está no quarto, pois a luz não contorna
o obstáculo (que é a parede, no nosso
caso). É por isso que você não consegue
enxergar as pessoas em outros cômodos!

Atenção para a pegadinha: quando a luz passa por um buraco de fechadura, ela não
sofre difração! A luz apenas continua a se propagar na mesma direção inicial após
atravessar o orifício.

A luz consegue difratar apenas se o orifício for muito, mas muuuuito pequeno, da ordem
do comprimento de onda da luz, que é em nanômetros, ou seja, 10-9 m.

DIFRAÇÃO: O PRINCÍPIO DE HUYGENS


Em 1678, o físico holandês Christiaan Huygens estudou o comportamento ondulatório
e propôs que as frentes de onda das ondas luminosas que se espalham a partir de uma
fonte pontual podem ser consideradas como a superposição das cristas de minúsculas
ondas secundárias. Em outras palavras, as frentes de onda são formadas de frentes
de ondas muito menores, ou “ondículas”. Essa ideia recebeu o nome de princípio de
Huygens.

Cada ponto de uma frente de onda pode ser considerado como uma fonte de
pequenas ondas secundárias, que dali se espalham divergindo em todas as direções
com uma mesma velocidade de propagação.

Observe na figura abaixo que as frentes de onda esféricas são representadas pela cor
cinza-claro.

2
Difração, Ressonância e Polarização
Quando a onda se espalha, cada um desses segmentos torna-se menos curvado. A
uma distância muito grande da fonte original, as ondas formam aproximadamente um
plano (em verde).

Quanto menor for a abertura do obstáculo, mais curvada será a onda, ou seja, maior
será a difração ocorrida:

RESSONÂNCIA
Os efeitos da ressonância estão ao nosso redor. A ressonância está por trás não
apenas dos sons musicais, mas da cor das folhas durante o outono, da altura das marés
oceânicas e de uma vasta variedade de fenômenos que adicionam beleza ao mundo.

Todo sistema físico capaz de vibrar, vibrará numa frequência própria, que é chamada de
frequência natural. Quando a frequência da vibração forçada de um objeto se iguala
à sua frequência natural, ocorre um drástico aumento na amplitude de vibração. Esse
fenômeno é denominado ressonância.

Uma experiência comum que ilustra a ressonância pode ser realizada com um balanço
de criança. Quando fazemos um balanço oscilar, geralmente o fazemos num ritmo igual
à sua frequência natural.

Mesmo pequenos empurrões, se forem dados em ritmo com a frequência natural de


oscilação do balanço, produzirão grandes amplitudes.

Em 1940, quatro meses depois de concluída, a ponte de


Tacoma Narrows, no estado de Washington, EUA, foi
destruída por uma ressonância gerada pelo vento. Um vento
que soprava moderadamente produziu uma força irregular
que variava com a mesma frequência natural da ponte, o
que produziu um crescimento constante da amplitude da
vibração, até que a ponte entrasse em colapso.

Outro exemplo do poder da ressonância é conseguir quebrar uma taça no grito. O


grande segredo é produzir um som (com a sua voz ou com um aparelho sofisticado) que
tenha a mesma frequência que a frequência natural da taça, para que ambos possam
entrar em ressonância e a taça quebrar.

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POLARIZAÇÃO
Difração, Ressonância e Polarização

Lembra das ondas transversais e longitudinais? As ondas sonoras são longitudinais,


o que significa que o movimento vibratório se dá ao longo da direção de propagação
da onda. Mas quando sacudimos uma corda esticada, o movimento vibratório que se
propaga na corda é perpendicular ( transversal) à corda.

O fenômeno da polarização só ocorre com ondas transversais. Veremos agora o porquê!

Se sacudirmos uma corda esticada, como na


figura, uma onda transversal se propagará pela
corda oscilando em um plano. Dizemos, então,
que essa onda está plano-polarizada, o que
significa que ela se propaga na corda mantendo-
se confinada a um único plano de oscilação.

Se sacudirmos a corda para cima e para baixo,


produziremos uma onda plano-polarizada na
vertical (figura a). Se a sacudirmos de um lado
para outro, produziremos uma onda plano-
polarizada na horizontal (figura b).

Uma fonte luminosa comum, tal como uma


lâmpada incandescente ou uma lâmpada
fluorescente, emite luz não polarizada.
Isso porque não existe qualquer direção
preferencial de vibração dos elétrons
acelerados que emitem a luz. Os planos
de vibração das ondas eletromagnéticas
emitidas podem ser tão numerosos quanto
são os elétrons que as produzem. Alguns
desses planos estão representados na
figura abaixo (a).

Podemos representar todos esses planos por meio de linhas


radiais (b) ou, de forma mais simples, por dois vetores em direções
mutuamente perpendiculares, como se tivéssemos decomposto
todos os vetores em suas componentes horizontais e verticais (c).
Este esquema mais simples representa a luz não polarizada. A luz
polarizada é representada por um único vetor.

4
Difração, Ressonância e Polarização
Um polarizador é um equipamento que faz com que a luz que está se propagando em
todas as direções, passe a propagar em apenas uma direção:

Se você olhar um feixe de luz não polarizada através de um filtro polaroide, você pode girar
o filtro em qualquer direção que a luz parecerá inalterada. Porém, se a luz for polarizada,
quando você girar o filtro, irá gradualmente “eliminando” a luz observada, até que ela seja
totalmente bloqueada pelo filtro.

Um polaroide ideal transmitirá 50% da luz incidente não polarizada. Esses 50% de luz
transmitida estarão polarizados. Quando os dois polaroides estão dispostos de maneira
que seus eixos de polarização fiquem paralelos, a luz será transmitida através de ambos.
Se seus eixos estiverem perpendiculares um ao outro (neste caso dizemos que os filtros
estão cruzados) nenhuma luz conseguirá atravessar o par. Na realidade, alguma luz de
comprimento de onda mais curto conseguirá atravessar, mas não em um grau significativo.

VISÃO TRIDIMENSIONAL
A visão em três dimensões é possível, principalmente, graças ao fato de que ambos os
nossos olhos dão suas impressões simultaneamente ao nosso cérebro, cada um deles
vendo a cena a partir de um ângulo um pouco diferente. Para se convencer de que cada
olho enxerga uma visão diferente, mantenha um dedo erguido a sua frente, à distância
de seu braço esticado, e veja como ele parece se deslocar de um lado para outro, contra
um fundo, quando você fecha alternadamente cada olho.

Nos filmes 3D em cinemas, filtros polaroides são colocados em frente de projetores, de


modo que um esteja na horizontal e o outro na vertical. Quando você assiste a um filme
3D, precisa usar um óculos formado por
lentes polarizadas com a mesma orientação
dos filtros nos projetores. Isso possibilita
que o olho esquerdo enxergue apenas luz
polarizada vinda do projetor esquerdo e
que o direito enxergue apenas luz vinda do
projetor direito. Assim, ambas as visões são
superpostas no cérebro, criando a impressão
de profundidade. Você verá, então, uma
imagem tridimensional.

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FENÔMENOS SONOROS

Os conceitos fundamentais que estudaremos para entender os fenômenos sonoros


associados à música são: altura, intensidade sonora (volume) e timbre.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE RUÍDO E MÚSICA?


Boa parte dos sons que ouvimos são ruídos.
Um ruído corresponde a uma vibração
irregular do tímpano produzida por alguma
outra vibração irregular em sua vizinhança,
uma bagunça de comprimentos de onda e
de amplitudes.

A música apresenta o som de uma forma


artística e possui um caráter diferente. O
som musical tem características especiais,
possuindo tons periódicos – notas musicais.
Uma nota musical está associada a uma
determinada frequência, cujos múltiplos
também correspondem a essa nota. Por
exemplo: uma frequência de 264 Hz corresponde à nota Dó. Se obtermos múltiplos
dessa frequência, teremos outros “Dós”: 528 Hz (264 x 2), 792 Hz (264 x 3) são também
notas Dó, mas em frequências maiores.

Um ruído não apresenta essas características. No entanto, a diferença entre ruído e


música pode ser algo bem subjetivo, sendo debatida até hoje por estudiosos da área.

ALTURA
A altura está relacionada à frequência.Uma frequência alta produz um som agudo;
enquanto que uma frequência baixa produz um som grave. Lembre-se: se a frequência é
alta, sua altura é grande. Se a frequência é baixa, sua altura é pequena. Logo, percebemos
que a altura é diretamente proporcional à frequência. Tome cuidado para não confundir
som alto e baixo com som forte e fraco, que estão relacionados com a intensidade
do som (volume), a qual estudaremos mais
para frente.

Notas musicais estão associadas a


diferentes alturas. E diferentes notas são
obtidas alterando-se a frequência de
vibração da fonte sonora. Isso pode ser
feito, por exemplo, em uma guitarra, ao

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alterar a rigidez da corda ou ao afinar o instrumento. Ao mover os dedos para pressionar
Fenômenos Sonoros

as cordas, são tocadas diferentes notas.

Em instrumentos de sopro, como o clarinete, é possível tocar diferentes notas ao abrir e


fechar os buracos nas laterais do instrumento.

INTENSIDADE (VOLUME)
A intensidade é a qualidade do som que nos permite avaliar se um som é forte ou fraco
(e não alto ou baixo. Como vimos, isso está associado à altura (frequência) do som).

Quantitativamente, a intensidade sonora é a quantidade de energia sonora que atravessa


uma unidade de área, por unidade de tempo. Sendo assim, trata-se da potência sonora
recebida por unidade de área da superfície:

I=P
A

No SI, a unidade de intensidade sonora é W/m².

A intensidade sonora depende da amplitude das vibrações de pressão no interior da


onda. Isso significa que quanto maior for a distância da fonte sonora, menor será a
intensidade e menor também a sua amplitude.

O ouvido humano reage a intensidades que abrangem uma faixa de 10-12 W/m2 (limiar
da audição) até mais de 1 W/m² (limiar de dor). Como esta faixa de valores é enorme,
utilizam-se escalas de potências de dez para as intensidades, em que a intensidade
dificilmente audível de 10-12 W/m² é tomada como a intensidade de referência, chamada
de 0 bel. Um som dez vezes mais intenso que este tem uma intensidade de 1 bel (10-11
W/ m²), ou 10 decibels.

Para comparar o aumento da intensidade do som com o aumento perceptível pelo


ouvido humano, existe uma grandeza chamada nível de intensidade sonora (β):

β = log I
I0

Na qual:

f I é a intensidade sonora

f I0 é um nível de referência, que é tomado como limiar da audição, e corresponde ao


valor de 10-12 W/m².

f A unidade de β no SI é o bel.

2
Fenômenos Sonoros
TIMBRE
Conseguimos diferenciar claramente o
som de um saxofone e o som de um violino
para uma mesma nota. A característica
que nos permite diferenciar esses tipos de
som é chamada de “timbre”, que descreve
diversos aspectos de um som, como a sua
altura, intensidade e duração.

A figura mostra que, para cada instrumento


musical, o som é diferente.

ANOTAÇÕES

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ONDAS ESTACIONÁRIAS

CORDAS
Imagine que seguramos a extremidade de uma corda que possui sua outra extremidade
fixada a uma parede. Se a sacudirmos repetidamente para cima e para baixo,
produziremos uma sucessão de ondas na corda. A parede é rígida demais para vibrar,
de modo que as ondas são refletidas nela, voltando pela corda. Sacudindo a corda de
maneira apropriada, fazemos com que as ondas incidentes e refletidas na parede se
superponham para formar uma onda estacionária, em que partes da corda, denominadas
nodos, são estacionárias, ou seja, são regiões onde o deslocamento é mínimo ou nulo,
com energia mínima ou nula. Os antinodos são aquelas regiões onde o deslocamento e
a energia são máximos.

Se você sacudir uma corda até que se estabeleça uma onda estacionária com um loop
(1/2 de comprimento de onda), a configuração é a observada na figura:

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Ao sacudir com frequência duas vezes maior para produzir uma onda estacionária com
Ondas Estacionárias

dois loops (1 comprimento de onda), a configuração é a seguinte:

Sacuda-a com frequência três vezes maior para produzir uma onda estacionária com
três loops (3/2 comprimentos de onda), cuja configuração será:

As ondas estacionárias se formam em cordas de instrumentos musicais. Elas também


se formam no ar no interior de diversos instrumentos, como órgãos e flautas.

VELOCIDADE EM CORDAS TENSAS (EQUAÇÃO DE TAYLOR)


A velocidade em cordas esticadas
depende de dois fatores: da tensão (T) e
de sua densidade linear (µ), que é a massa
(m) por unidade de comprimento (L).

v=
√ T
µ

Na qual µ = m/L.

TUBOS SONOROS
Instrumentos de sopro usam tubos fechados (que possuem abertura em apenas uma
extremidade) ou abertos (que possuem abertura nas duas extremidades) para produzir
música.

No fundo de um tubo fechado, as moléculas de ar estão em contato com uma parede


e, portanto, não vibram. Na extremidade aberta, as moléculas podem vibrar livremente.

As ondas produzidas no interior de um tubo sonoro ocorrem em várias frequências,


sendo que algumas delas se manifestam em valores bem específicos. Tais frequências
recebem o nome de frequências naturais. A menor delas é chamada de frequência
fundamental.

Podemos obter frequências naturais ao multiplicar a frequência fundamental por


números naturais. Tais frequências são denominadas harmônicos. O 1º harmônico

2
em um tubo é obtido ao multiplicar a frequência fundamental por 1, que corresponde

Ondas Estacionárias
simplesmente à própria frequência fundamental.

Tubos abertos
Em tubos abertos, a onda estacionária apresenta ventres nas duas extremidades, já que
suas moléculas vibram livremente. Para esse tipo de tubos, podemos encontrar seus
harmônicos através da seguinte equação:

fn = n . v
2L

Sendo:

f fn a frequência associada ao “nº” harmônico. Por exemplo, f1 corresponde ao 1º


harmônico, f2 ao 2º harmônico, f3 ao 3º harmônico, e por aí vai.

f n é o número natural pelo qual a frequência fundamental é multiplicada. Portanto,


n = 1, 2, 3, 4, 5…

f v é a velocidade do som no tubo.

f L é o comprimento do tubo.

Veja alguns exemplos de ondas, de comprimento de onda λ, formadas dentro de um


tubo aberto:

1º harmônico: frequência fundamental

2º harmônico

λ λ λ λ λ λ
4 4 4 4 4 4
3º harmônico

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Tubos fechados
Ondas Estacionárias

Na parte fechada do tubo, a onda possui um nó, onde não há vibração. Já na parte
aberta, a onda apresenta um ventre. Seus harmônicos podem ser obtidos pela equação:

fn = n . v
4L

Em que:

f fn é o “n-ésimo” harmônico.

f n é o número natural ímpar pelo qual a frequência fundamental é multiplicada.


Enquanto tínhamos qualquer número natural para n em tubos abertos, em tubos
fechados, n só pode assumir valores ímpares.

f v é a velocidade do som no tubo.

f L é o comprimento do tubo.

Veja alguns exemplos de ondas, de comprimento de onda λ, formadas dentro de um


tubo fechado:

4
EFEITO DOPPLER

Por que o barulho de uma sirene de ambulância se aproximando é diferente do


barulho da sirene quando a ambulância está se afastando?

Quando consideramos uma fonte em movimento emitindo ondas, sua frequência não
sofrerá alteração se analisarmos o referencial da fonte. Porém, se um observador fora
do referencial da fonte analisar a frequência, ele perceberá uma frequência diferente
conforme a fonte se move. Para o referencial do observador, a frequência está mudando.

Basicamente, quando a fonte e o


observador estão se aproximando, a Baixa frequência Alta frequência
frequência da onda aumenta. Já quando
eles estão se afastando, a frequência da
onda diminui.

Isso explica o questionamento da


diferença entre o barulho da ambulância se
aproximando e se afastando.

Para calcular a frequência aparente para um determinado observador, utilize a seguinte


fórmula:

[ [
fa = f . (v±v0)
v±vf

Onde:

f fa é a frequência aparente

f f é a frequência real da fonte

f v é a velocidade da onda

f vO é a velocidade do observador (deve ser somada quando esse se aproxima da fonte e


subtraída quando esse se afasta da fonte)

f vf é a velocidade da fonte (deve ser somada quando essa se afasta do observador e


subtraída quando essa se aproxima do observador).

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Efeito Doppler

Achou complicado? Não se desespere. Tenha sempre em mente se a fonte e o observador


estão se aproximando ou se afastando, pois assim você saberá se a frequência será
maior ou menor.

E aí pronto! Você descobrirá o sinal das velocidades.

A essa alteração da frequência devido ao movimento relativo entre fonte e observador,


é dado o nome de efeito Doppler, em homenagem ao físico austríaco Christian Doppler.

O efeito Doppler ocorre com ondas no geral (incluindo as ondas eletromagnéticas),


e não apenas com ondas sonoras. Um excelente exemplo disso é o fato de, quando
medimos a radiação emitida por estrelas de outras galáxias, podemos observar o efeito
Doppler em ação: a radiação que medimos apresenta frequências menores em relação
às frequências com que as estrelas de fato emitem essa radiação.

As ondas eletromagnéticas são representadas por uma faixa de frequências em que


a luz visível abrange as cores de tons vermelhos (de frequência mais baixa) até tons
violetas (de frequência mais alta. Além da luz visível, existem ondas eletromagnéticas
que não conseguimos enxergar. Tais ondas podem possuir frequências menores do que
a luz visível vermelha (infravermelho) ou maiores do que a luz visível violeta (ultravioleta).

A diminuição observada da frequência emitida pelas galáxias leva um desvio para as


partes vermelhas do espectro eletromagnético, o que dá a esse fenômeno o nome de
redshift.

Havendo uma diminuição na frequência emitida, podemos concluir que há um


afastamento relativo entre nós, na Via Láctea, e estrelas de galáxias vizinhas. Isso é
uma das evidências da expansão do Universo.

ANOTAÇÕES

2
Através dos cursos
2020 - 2022

MOVIMENTO HARMÔNICO SIMPLES


MOVIMENTO HARMÔNICO
SIMPLES
Descubra o que caracteriza um movimento harmônico simples, confira algumas
situações onde ele aparece e veja como descrevê-lo através de equações matemáticas.

Esta subárea é composta pelos módulos:

1. Casos de Movimento Harmônico Simples


2. Cinemática do Movimento Harmônico Simples
CASOS DE MOVIMENTO
HARMÔNICO SIMPLES
O sistema massa-mola e o pêndulo simples são exemplos de sistemas que envolvem
movimento harmônico simples que estudaremos nesta apostila.

Em muitas situações, objetos ficam oscilando ou balançando de um lado para o outro,


como o movimento de um balanço, galhos de árvores e pêndulos de relógios. Quando
um objeto descreve um movimento repetitivo (de “vai-e-vem”) e periódico (que se
repete em um intervalo de tempo bem definido), dizemos que esse objeto descreve um
movimento harmônico simples (MHS).

SISTEMA MASSA-MOLA
Imaginemos um bloco apoiado sobre uma superfície horizontal, sem atrito, preso na
extremidade de uma mola com constante elástica k. A outra extremidade da mola está
fixada na parede, e o ponto O representa a posição de equilíbrio do bloco, ou seja,
nesta posição, a mola não exerce força
sobre ele, pois ela não está deformada (nem x=0
comprimida, nem esticada). Essa situação 1.
está representada na figura 1).

Na figura 2), o bloco comprime a mola a 2.


posição B, por uma distância A. A mola B
passará a exercer uma força F dirigida para
a posição de equilíbrio. Quando o bloco for
3.
solto, ele será acelerado por essa força, e
sua velocidade crescerá à medida que ele 4.
se aproximar do ponto O (figura 3)).

A força F é proporcional à deformação x da 5.


mola e é dada pela lei de Hooke, em que F
= kx. À medida em que o bloco se afasta de B’

www.biologiatotal.com.br 3
B, o valor de F diminui, anulando-se quando ele atinge o ponto O.
Casos de Movimento Harmônico Simples

Na figura 4), o bloco ultrapassa a posição de equilíbrio e a mola fica esticada, passando
a exercer uma força dirigida para o ponto O de sentido contrário à velocidade do bloco.
O movimento é retardado e no ponto B’, simétrico a B, a velocidade do bloco se anula
(figura 5)).

Partindo de B’, o bloco é novamente acelerado para O, ultrapassa esse ponto, sendo
retardado pela mola até alcançar o ponto B. Como não há atrito nem resistência do ar,
esse sistema, conhecido como oscilador massa-mola, mantém o movimento de vai-e-
vem, entre os pontos B e B’.

Em qualquer situação de movimento harmônico simples, o objeto que oscila, ao ser


afastado da posição de equilíbrio, fica sujeito à ação de uma força que tende a trazê-
lo de volta para essa posição. Por esse motivo, essa força que faz o objeto oscilar é
chamada de força restauradora.

As grandezas mais importantes envolvidas nesse estudo são amplitude, frequência e


período.

f Amplitude (A): é a distância entre a


posição de equilíbrio e a posição extrema
ocupada por um objeto que oscila. No SI,
é medida em metros.

f Frequência (f): é o número de


oscilações completas que o objeto efetua
por unidade de tempo. No SI, é medida
em hertz.

f Período (T): é o tempo que o objeto demora para efetuar uma oscilação completa.
É o inverso da frequência, definido por: f = .
1
𝑇

Dessa relação, pode-se afirmar que quanto maior for a frequência, menor será seu
período de oscilação e vice-versa.

O período relaciona as grandezas massa do objeto e constante elástica da mola da


seguinte forma:
𝑚
𝑇 = 2𝜋
𝑘
Essa expressão nos diz que:

Quanto maior for a massa do objeto, maior será o seu período de oscilação, ou seja, um
objeto com maior massa oscila com menor frequência - mais lentamente.

Quanto maior for a constante da mola (mola mais dura), menor será o período de
oscilação, ou seja, maior será a frequência com que o objeto oscila.

4
A amplitude A não aparece na equação. Isso significa sabe o que? Que o período não

Casos de Movimento Harmônico Simples


depende da amplitude. Não importa quão mais longe o objeto pode atingir, o período
será o mesmo.

PÊNDULO SIMPLES
Um pêndulo consiste em um sistema com um fio preso em uma extremidade e um
objeto preso na outra extremidade, ficando suspenso.

Quando o pêndulo é colocado para oscilar,


esse descreve um movimento harmônico
α simples, podendo o conjunto ser modelado
como um oscilador harmônico simples.
L
As forças que agem sobre o objeto são a
tração 𝑇 exercida pelo fio e o peso 𝑃 , onde
T o fio faz um ângulo α com a vertical, como
mostra a figura.
PX
PY Quando α = 0 o pêndulo fica na posição de
P
equilíbrio.

O período de um pêndulo simples é definido por:

𝐿
𝑇 = 2𝜋
𝑔

Em que L é o comprimento do fio e g é a aceleração gravitacional.


Essa expressão nos diz que:
1. Quanto maior for o comprimento do fio, maior será o seu
período.
2. Quanto maior for o valor da aceleração gravitacional no local em que o pêndulo
estiver, menor será o seu período.
3. O período do pêndulo não depende nem da sua massa nem da amplitude de
oscilação (desde que seja pequena).

ENERGIA
A energia mecânica pode ser dividida em duas partes: a energia cinética e a energia
potencial. A soma dessas energias é a energia mecânica total:

𝐸𝑀 = 𝐸𝐶 + 𝐸𝑃

𝐸𝑀 = ½ 𝑚𝑣² + ½ 𝑘𝑥²

No MHS, usamos a energia potencial elástica associada à posição x do ponto material.


A variação das energias ocorre devido à variação na velocidade (energia cinética) e à
variação da posição x (energia potencial elástica). Porém, a energia mecânica do sistema
permanece constante, já que as forças dissipativas são desconsideradas.

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Na figura a seguir, consideramos um oscilador harmônico a partir da posição de máxima
Casos de Movimento Harmônico Simples

amplitude. Em 1), 5) e 7), a energia mecânica se reduz à energia potencial elástica, onde
x = ± A (amplitude). Como não há energia cinética, o bloco para nesses pontos antes de
executar um movimento contrário.

De maneira semelhante, em 3), o bloco


está passando exatamente pelo ponto
de equilíbrio, então a mola não está 1)
comprimida nem esticada. Portanto, não
há energia potencial elástica nesse ponto: A

toda a energia mecânica é energia cinética. 2)


A velocidade do bloco é máxima.

Assim, para essas posições:


3)
𝐸 = 𝐸𝑃 = ½ 𝑘𝑥² = ½ 𝑘𝐴² (você pode utilizar
esta equação para encontrar a amplitude
através da energia).
4)
Conforme a figura, as equações da energia
ficam:
5)
1. 𝐸 = 𝐸𝑃 = ½ 𝑘𝑥² = ½ 𝑘𝐴²
-A
2. 𝐸 = 𝐸𝑃 + 𝐸𝐶 = ½ 𝑘𝑥² + ½ 𝑚𝑣²
6)
3. 𝐸 = 𝐸𝐶 = ½ 𝑚𝑣²

4. 𝐸 = 𝐸𝐶 + 𝐸𝑃 = ½ 𝑘𝑥’² + ½ 𝑚𝑣’²
7)
5. 𝐸 = 𝐸𝑃 = ½ 𝑘𝐴²
A
6. 𝐸 = 𝐸𝐶 = ½ 𝑚𝑣²

7. 𝐸 = 𝐸𝑃 = ½ 𝑘𝐴²

ANOTAÇÕES

6
TEOREMA DE STEVIN

TEOREMA DE STEVIN
Um fato experimentalmente determinado acerca da pressão em líquidos é que ela é
exercida de igual maneira em todas as direções. Por exemplo, se submergimos na água,
não importa de que maneira inclinamos nossas cabeças, sentimos a mesma pressão da
água sobre nossos ouvidos.

Quando um líquido pressiona uma superfície, há


uma força resultante dirigida perpendicularmente à
superfície. Embora a pressão não tenha uma direção
particular, a força possui uma. Considere o bloco
triangular da figura. Foque sua atenção apenas nos três
pontos do meio de cada superfície. A água é forçada
contra cada ponto a partir de muitas direções, algumas
das quais estão indicadas na figura. Os componentes
de força não perpendiculares à superfície cancelam-se
mutuamente, restando apenas uma força perpendicular
em cada ponto.

No final do século XVI, o cientista Simon Stevin explicou a relação que existe entre a
diferença de pressão (Δp) entre dois pontos de um fluido com a diferença de altura
entre eles (Δh), a aceleração gravitacional e a densidade do fluido (ρ):

Δp = p2 – p1 = ρ.g.h

Para que exista equilíbrio, a força resultante deve ser nula. Para chegarmos à esta
equação acima, considere a seguinte figura:

Fazendo a relação entre as forças, temos:

F2 = F1 + m.g

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Como p = F/A, temos que F = pA, logo:
Teorema de Stevin

p2A = p1A + ρVg

p2A = p1A + ρ(Ah)g

p2A = p1A + ρ[A(y1-y2)]g

p2 = p1 + ρg (y1-y2)

p2 – p1 = ρgh

Esse é o famoso teorema de Stevin. O teorema pode ser aplicado para líquidos (em
função da profundidade) e para gases (em função da altura).

Exemplo:

Você sentirá a mesma pressão se mergulhar sua cabeça um metro abaixo da superfície
de uma pequena piscina ou um metro abaixo da superfície no meio de um lago. O mesmo
vale para um peixe. Considere os vasos comunicantes da figura abaixo. Se segurarmos
um peixinho dourado pelo rabo e mergulharmos sua cabeça um par de centímetros
abaixo da superfície, a pressão da água sobre a cabeça do peixe será a mesma em
todos os recipientes do conjunto. Se soltarmos o peixinho e ele passar a nadar alguns
centímetros mais abaixo, a pressão sobre ele aumentará com a profundidade, mas da
mesma maneira, seja qual for o recipiente em que ele tenha sido solto.

Se o peixinho nada no fundo do recipiente, a pressão será máxima, mas não faz diferença
em qual dos recipientes ele está. Todos eles estão preenchidos até a mesma altura, de
modo que a pressão também é a mesma no fundo de cada recipiente, não importando
sua forma ou volume. Se a pressão da água no fundo de um recipiente fosse maior
do que a pressão no fundo de outro mais estreito, essa pressão forçaria a água a se
mover para os lados e elevaria a água no vaso mais estreito a um nível mais alto, até
que as pressões nos fundos se igualassem. Mas isso não ocorre. A pressão depende da
profundidade e não do volume, de modo que vemos que existe uma razão para a água
procurar seu próprio nível em cada recipiente.

2
PRESSÃO ATMOSFÉRICA

Teorema de Stevin
Analisamos a pressão atmosférica a partir de uma coluna de ar:

Ao nível do mar, a pressão atmosférica é


máxima, pois possui maior densidade, ou
seja, existem mais moléculas por unidade
de volume. Conforme aumentamos a
altura, a densidade é cada vez menor, e
consequentemente, a pressão também é
menor.

A espessura de nossa atmosfera é


determinada por dois fatores que
competem entre si: a energia cinética de
suas moléculas, que tende a espalhá-las;
e a gravidade, que tende a mantê-las junto à Terra. Se, de alguma maneira, a gravidade
da Terra fosse “desligada”, as moléculas da atmosfera se dispersariam e desapareceriam
da vizinhança da Terra. Ou se a gravidade atuasse, mas as moléculas se movimentassem
muito lentamente para constituir um gás (como poderia acontecer em um planeta frio e
remoto), nossa “atmosfera” seria um líquido ou uma camada sólida, com quase toda a
matéria localizando-se próxima ao solo. Não haveria nada para respirar. É a atmosfera
que nos mantém vivos e aquecidos, e sem ela morreríamos em minutos.

Você já ouviu falar em pressão manométrica? É aquela


utilizada na calibragem de pneus de automóveis, na
aferição da pressão arterial e em treinamentos de mergulho
com cilindros de ar comprimido.

Exercícios que envolvem a pressão manométrica podem ser calculados como:

pmanométrica = ptotal - patm

ptotal é a pressão total interna, e patm é a pressão atmosférica (externa).

Relembrando...

Em um fluido em repouso:

f A pressão aumenta com a profundidade da água;

f A pressão diminui com o aumento da altitude atmosférica;

f Ambas pressões são chamadas de PRESSÃO HIDROSTÁTICA.

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PRINCÍPIO DE ARQUIMEDES
Para entendermos o princípio de Arquimedes, primeiro temos que compreender o
conceito de empuxo.

Você já tentou erguer um objeto pesado embaixo


d’água? Se sim, conseguiu perceber que ele fica mais
leve? Isto acontece porque existe uma aparente perda
de peso sofrida pelos objetos quando estão submersos
em um líquido.

Por exemplo, erguer um grande pedaço de rocha do fundo do leito de um rio é uma tarefa
relativamente fácil enquanto a rocha estiver abaixo da superfície. Quando erguida acima
da superfície, no entanto, a força requerida para erguê-la cresce consideravelmente. A
razão é que, quando a rocha está submersa, a água exerce sobre ela uma força para
cima, oposta à atração gravitacional. Essa força direcionada para cima é chamada de
força de empuxo e é uma consequência do aumento da pressão com a profundidade. A
Figura mostra por que a força de empuxo atua para cima. As forças devido à pressão da
água, em qualquer lugar da superfície de um objeto, são exercidas perpendicularmente
à superfície – como é indicado na figura por alguns vetores. As componentes horizontais
das forças que atuam a uma mesma profundidade sobre as paredes acabam anulando-
se – de modo que não existe força de empuxo horizontal. As componentes verticais
dessas forças, entretanto, não se cancelam. A pressão na parte inferior da rocha é maior
do que na parte superior, porque, naquela parte da rocha, está a maior profundidade.
Assim, as forças dirigidas para cima atuantes no fundo da rocha são maiores do que
as forças que atuam para baixo no topo da mesma, o que produz uma força resultante
dirigida para cima – a força de empuxo.

Como estamos lidando com a hidrostática, o objeto deve ficar


parado na água, quando submerso. Desse modo, as forças
resultantes atuando na pedra cancelam-se, produzindo uma
resultante nula. Como existe a força peso (P) atuando para
baixo e a força de empuxo (E) atuando para cima, estas forças
devem ser iguais em módulo. Ou seja:

E=P

E = mg

E = ρVg

(pela relação entre massa e densidade)

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Princípio de Arquimedes

A compreensão do conceito de empuxo requer a compreensão da expressão “volume


de água deslocada”. Se uma pedra é colocada em um recipiente que está com água até
a borda, uma parte dela derramará. A água foi deslocada pela pedra. Um pouco mais
de raciocínio nos diz que o volume da pedra – ou seja, a quantidade de espaço que ela
ocupa – é igual ao volume de água deslocado.

Se você colocar um objeto qualquer submerso


em um recipiente parcialmente preenchido com
água, o nível da superfície subirá. Em quanto?
Exatamente o mesmo que subiria se um
volume de água igual ao do objeto submerso
fosse derramado no recipiente. Esse é um bom
método para determinar o volume de um objeto
com forma irregular: um objeto completamente
submerso sempre desloca um volume de
líquido igual ao seu próprio volume.

Essa relação entre o empuxo e o líquido


deslocado foi descoberta no século III a.C.,
pelo cientista grego Arquimedes. Ele o
enunciou assim:

Um corpo imerso sofre a ação de uma


força de empuxo dirigida para cima e
igual ao peso do fluido que ele desloca.

Essa relação é chamada de princípio de Arquimedes. Ela é válida para líquidos e gases,
que são ambos fluidos. Se um corpo imerso desloca 1 quilograma de fluido, a força de
empuxo que atua sobre ele é igual ao peso de 1 quilograma. Por imerso queremos nos
referir a completamente ou parcialmente submerso. Se imergirmos na água a metade
de um recipiente fechado de 1 litro, ele deslocará meio litro de água e sofrerá a ação de
uma força de empuxo igual ao peso de meio litro de água – não importa o que esteja
dentro do recipiente. Se o imergirmos completamente (submergirmos), ele sofrerá a
ação de uma força de empuxo igual ao peso de um litro inteiro de água (massa de 1 kg).

Se um objeto de 30 kg desloca 20 kg de fluido quando imerso, seu peso aparente


será igual ao peso de 10 kg (100 N). Observe que, na Figura o bloco de 3 kg tem um
peso aparente igual ao peso de 1 kg quando submerso. O peso aparente de um objeto
submerso é igual ao seu próprio peso quando está no ar, menos a força de empuxo.

O peso aparente é calculado como:

2
Princípio de Arquimedes
Paparente = Preal – E

Paparente = (mcorpo . g) – (mfluido . g)

Por que um objeto afunda ou flutua?


O peso do objeto desempenha um papel na flutuação. Se um objeto irá flutuar ou
afundar em um líquido dependerá de como a força de empuxo se compara com o peso
do objeto. Este, por sua vez, depende da densidade do objeto. Considere essas três
regras simples:

1. Se um objeto é mais denso do que o fluido onde é imerso, ele afundará.

2. Se um objeto é menos denso do que o fluido onde é imerso, ele flutuará.

3. Se um objeto tem a mesma densidade do fluido em que é imerso, nem afundará,


nem flutuará.

A regra 1 parece bastante razoável, pois objetos mais densos do que a água afundam
até o fundo, não importa a profundidade da água.

A partir das regras 1 e 2, o que você pode dizer a respeito das pessoas que, por mais
que tentem, não conseguem flutuar? Ora, elas simplesmente são densas demais!
Para conseguir flutuar, você deve reduzir sua densidade. Vestir um colete salva-vidas
aumenta seu volume, ao mesmo tempo em que aumenta muito pouco o seu peso. Ele
diminui sua densidade global.

Outra opção, quando você quiser tomar um banho de


piscina, para conseguir flutuar (o conhecido “boiar”), basta
você prender a respiração, enchendo os seus pulmões de
ar. O ar é menos denso que a água e preencherá boa parte
do seu corpo, diminuindo a sua densidade.

Nove entre dez pessoas que não conseguem flutuar são homens. A maioria dos homens
possui mais massa muscular e são ligeiramente mais densos do que as mulheres.

A regra 3 aplica-se aos peixes, que nem


afundam, nem flutuam. Um peixe normalmente
tem a mesma densidade que a água. Ele pode
regular sua densidade expandindo e contraindo
uma bolsa de ar, o que altera seu volume. O
peixe pode se mover para cima aumentando
seu volume (o que diminui sua densidade),
ou para baixo contraindo seu volume (o que
aumenta sua densidade).

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Como um navio consegue flutuar na água?
Princípio de Arquimedes

Um navio é feito de ferro, em sua maior parte. O ferro é um metal cuja densidade é de
7.870 kg/m³, beeeem mais denso que a água, na qual possui densidade de 1.000 kg/m³.

Para compreender o que acontece, considere um bloco de 1 tonelada de ferro maciço.


Suponha agora que nós modelemos o mesmo ferro do bloco até transformá-lo em
uma tigela. Ele ainda pesará 1 tonelada. Mas quando for colocado na água, acabará
deslocando um volume de água maior do que quando tinha o formato de um bloco.
Quanto mais a tigela de ferro imerge, mais água ela desloca, e maior é a força de empuxo
que atua sobre ela. Quando a força de empuxo se igualar a 1 tonelada, ela deixará de
afundar. Quando um barco de ferro desloca um peso de água igual ao seu próprio peso,
ele flutua.

Todo navio, submarino ou dirigível deve ser


projetado de modo a deslocar um peso de
fluido igual a seu próprio peso. Portanto,
um navio de 10.000 toneladas deve ser
construído grande o bastante para deslocar
10.000 toneladas de água antes que ele
afunde demais na água. O mesmo vale
para naves aéreas. Um dirigível que pesa
100 toneladas desloca no mínimo 100
toneladas de ar. E se deslocar mais do isso,
ele subirá; se deslocar menos, ele descerá.
E se deslocar exatamente o seu peso, ele
flutuará a uma altitude constante.

Para um determinado volume de fluido deslocado, o fluido mais denso exerce uma força
de empuxo maior do que um fluido menos denso. Um navio, portanto, flutua mais alto
em água salgada do que em água doce, porque a água salgada é ligeiramente mais
densa.

ANOTAÇÕES

4
PRINCÍPIO DE PASCAL
Um dos fatos mais importantes acerca da pressão em fluidos é que uma alteração
ocorrida na pressão em uma parte do fluido será transmitida integralmente às suas
outras partes. Isto significa que as outras partes receberão o mesmo valor da pressão,
desde que a água esteja em repouso! Em repouso, sem nenhuma força atuando, logo,
sem nenhuma alteração na sua velocidade. Lembre-se que ainda estamos no campo
da Hidrostática!

Este fenômeno que acabamos de descrever é conhecido como o Princípio de Pascal,


estudado por Blaise Pascal no século XVII – enunciado da seguinte forma:

Uma variação de pressão em qualquer ponto de um fluido em repouso em um


recipiente transmite-se integralmente a todos os pontos do fluido.

O tubo da figura ao lado é preenchido com água e dois


pistões foram instalados nas duas extremidades.
A pressão exercida no pistão esquerdo será
transmitida integralmente através do líquido para
o pistão direito. (Os pistões são simplesmente dois
“tampões” que podem deslizar livremente no interior
do tubo). A pressão exercida na água pelo pistão da
esquerda será exatamente igual à pressão que a
água exerce sobre o pistão da direita.

Agora suponha que o ramo direito do tubo seja mais


largo do que o outro. Na figura abaixo, o pistão direito
tem área 50 vezes maior do que a do pistão esquerdo.
A força exercida sobre o pistão
esquerdo aumenta a pressão no líquido,
Suponha que uma carga de 10 kg seja colocada sobre
e esse aumento é transmitido ao pistão o pistão esquerdo. Então uma pressão adicional (de
direito. aproximadamente 1 N/cm2), devido ao peso dessa
carga, será transmitida integralmente pelo líquido,
e atuará no pistão maior, dirigida para cima. É aqui que entra a diferença entre força e
pressão. A pressão adicional é exercida sobre cada centímetro quadrado do pistão maior.
Uma vez que, agora, a área é 50 vezes maior, uma força 50 vezes maior será exercida
nesse pistão. Logo, o pistão maior suportará uma carga de 500 kg.

Isso é um fato extraordinário, pois podemos multiplicar forças usando um dispositivo


desse tipo. Uma entrada de 1 newton produz 50 newtons na saída. Aumentando-se
ainda mais a área do pistão maior (ou reduzindo a área do pistão menor), podemos,
em princípio, multiplicar a força por qualquer fator. O princípio de Pascal fundamenta o
funcionamento da prensa hidráulica.

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Princípio de Pascal

Quando o pistão pequeno da figura for movimentado 10 centímetros para baixo, o


pistão grande será elevado apenas 1/50 disso, ou seja, apenas 0,2 centímetro. A força
na entrada multiplicada pela distância de deslocamento do pistão menor é igual à força
na saída multiplicada pela distância pela qual é movimentado o pistão maior. Este é
mais um exemplo de uma máquina simples, que opera segundo o mesmo princípio de
funcionamento de uma alavanca mecânica.

Como a pressão é a mesma em todos os pontos do fluido, temos:

F1 F2
p1 = p2 =
A1 A2

ANOTAÇÕES

2
VAZÃO E CONTINUIDADE
Quando andamos de carro o ar flui ao redor dele da mesma forma que ao abrirmos
uma torneira a água começa a sair. A esse movimento dos fluidos dá-se o nome de
escoamento. A hidrodinâmica é o estudo dos fluidos em movimento.

O estudo detalhado da hidrodinâmica requer a utilização de ferramentas matemáticas


mais complexas que somente são estudadas no ensino superior, portanto em alguns
momentos serão feitas certas simplificações, porém sem comprometer o entendimento
conceitual.

Os escoamentos estudados obedecerão a algumas características:

f Escoamento Incompressível: ocorre quando a massa específica do fluido permanece


constante independentemente da variação de pressão. É importante lembrar que na
prática a massa específica dos gases é alterada em função da pressão, mas nos
líquidos isso praticamente não ocorre.

f Escoamento Estacionário, ou em Regime Permanente: ocorre quando a velocidade


do escoamento em determinado ponto fixo permanece inalterada com o passar do
tempo.

f Escoamento não Viscoso: ocorre quando não há atrito entre as moléculas do fluido
durante o escoamento e, portanto, não há perda de energia durante o escoamento.

VAZÃO
A vazão é uma medida da quantidade (massa
ou volume) de fluido que escoa em um local
qualquer por unidade de tempo.

Considere um cano por onde escoa determinada


quantidade de água com massa m e volume
ΔV durante certo intervalo de tempo Δt.

Vazão volumétrica
A vazão volumétrica em um escoamento é dada pela expressão: . A unidade de
vazão volumétrica no SI é .

Equação da continuidade
Pelo princípio de conservação das massas,
podemos concluir que quando um líquido
escoa por uma tubulação a vazão permanece
constante por toda a tubulação. Quando o

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tubo fica mais grosso ou mais fino o que muda é a velocidade (v) do escoamento, e a
Vazão e Continuidade

quantidade (massa ou volume) de líquido que chega a uma extremidade da tubulação


obrigatoriamente deverá sair por outra.

A partir da equação da vazão volumétrica podemos concluir que:

A equação da continuidade pode ser obtida a partir do conceito de que a vazão


permanece constante em qualquer ponto do escoamento:

Essa equação nos permite concluir que as


velocidades de escoamento são inversamente
proporcionais às respectivas áreas das secções
transversais da tubulação. Podemos perceber
facilmente essa situação no cotidiano quando
tampamos parcialmente uma saída de água
e o jato d’água sai com uma velocidade muito
maior do que sairia se a saída não tivesse sido
parcialmente tampada, como quando uma pessoa
molha o jardim com uma mangueira e faz isso para
conseguir fazer a água chegar mais longe.

ANOTAÇÕES

2
PRINCÍPIO DE BERNOULLI
A figura a seguir representa uma tubulação por onde escoa um líquido incompressível,
não viscoso e o escoamento ocorre em regime permanente. As secções transversais
possuem áreas A1 e A2; o líquido flui com velocidades v1 e v2; h1 e h2 são as alturas dos
pontos centrais da tubulação.

Com base nos conceitos de trabalho e energia cinética, o físico Daniel Bernoulli
desenvolveu a expressão:

Caso particular
Um caso particular é a situação em que o tubo é reto e horizontal.

Nesse caso, a equação de Bernoulli fica reduzida a:

Da equação da continuidade e do fato de A1 > A2 sabe-seque v1 < v2, o que implica que p1 > p2.

1. Uma das causas do infarto do miocárdio, que é causado pela obstrução das artérias
do coração, é a deposição de colesterol na parede interna dos vasos arteriais, que,
por consequência, provoca um estreitamento da artéria por onde circula o sangue.
Esse estreitamento faz com que a velocidade de circulação do sangue naquela região
seja maior. Consequentemente há uma redução da pressão do fluxo sanguíneo
nessa região, o que favorece o entupimento da artéria. (Observação: não confundir
pressão do fluxo sanguíneo com pressão arterial.)

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2. Em dias de ventos muito fortes é comum acontecer
Princípio de Bernoulli

de casas ficarem destelhadas. Isso ocorre devido à


redução da pressão externa causada pelo vento.

ANOTAÇÕES

2
Através dos cursos
FLUIDOS

2020 - 2022
FLUIDOS
Entenda a natureza dos fluidos e estude conceitos como densidade, pressão, empuxo e
vazão, fundamentais para compreendê-los.

Esta subárea é composta pelos módulos:

1. Densidade e Pressão
2. Teorema de Stevin
3. Princípio de Pascal
4. Princípio de Arquimedes
5. Vazão e Continuidade
6. Princípio de Bernoulli
DENSIDADE E PRESSÃO
Para iniciar nossos estudos sobre fluidos, é necessário saber duas grandezas físicas
principais: a densidade (ou massa específica) e a pressão. O grupo dos fluidos é
composto pelos gases e os líquidos.

Os gases, bem como os líquidos, fluem; assim, ambos


são chamados de fluidos. Todo gás expande-se
indefinidamente e preenche todo o espaço disponível
para ele. Apenas quando a quantidade de gases for
muito grande, como na atmosfera de um planeta ou de
uma estrela, é que as forças gravitacionais limitam o
tamanho e a forma de um gás.

DENSIDADE
As massas dos átomos e os espaçamentos entre eles é que determinam a DENSIDADE
do material. Ela dá uma medida de como a matéria está compactada, ou de quanta
massa ocupa um certo espaço; é a quantidade de massa (m) por unidade de volume (V):

ρ=
m
V

A densidade é representada pela letra grega rô (ρ), mas também pode ser representada
como “d”.

Demonstração da densidade de dois objetos, comparando a massa de volumes iguais.

A densidade é normalmente expressa em quilogramas por metro cúbico, quilogramas


por litro ou gramas por centímetro cúbico. A água, por exemplo, tem uma densidade
de 1.000 kg/m3, o que equivale a 1 g/cm3. Assim, a massa de um metro cúbico de água
pura é de 1.000 kg.

Para transformar a densidade de kg/m³ para g/cm³, divida por 1.000.

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Densidade e Pressão

Densidades de algumas substâncias:


Substâncias Densidade (kg/m³)
Espaço 1x10-20
Ar: 20°C, 1 atm 1,21
Gasolina 680
Álcool etílico 785
Gelo 919
Água a 4°C 1.000
Água do mar 1.025
Alumínio 2.700
Ferro 7.870
Prata 10.490
Ouro 19.300
Urânio 19.050
Irídio 22.650

PRESSÃO
Um líquido exerce forças sobre as paredes do recipiente onde está contido. A PRESSÃO
é a força dividida pela área sobre a qual ela é exercida.

F
p=
A

Sendo a força medida em newtons (N) e a área em metros quadrados (m²), a unidade
de pressão no SI fica N/m².

1 N/m² equivale a 9,87x10-6 atm (atmosfera). Geralmente, a pressão é representada em


unidade pascal (Pa), na qual 1 atm = 101.325 Pa.

Para ilustrar a diferença entre pressão e força, considere os dois blocos da figura. Os
blocos são idênticos, mas um deles se apoia sobre sua extremidade, enquanto o outro
se apoia sobre seu lado. Ambos possuem o mesmo peso e, portanto, exercem a mesma
força sobre a superfície (se os colocar sobre uma balança, ela marcará o mesmo peso),
mas o bloco apoiado na extremidade exerce maior pressão sobre a superfície.

Quando você nada sob a água, pode sentir a pressão da água sobre os tímpanos de
seus ouvidos. Quanto mais fundo você mergulha, maior torna-se a pressão. A pressão
que você sente deve-se ao peso da água acima de você. Quando você mergulha mais
fundo, mais água existe acima de você e, portanto, maior é a pressão. A pressão que um
líquido exerce depende de sua profundidade.

4
Densidade e Pressão
A pressão também depende da densidade do líquido. Se você submergisse em um
líquido mais denso do que a água, a pressão correspondente seria maior. A pressão
exercida por um líquido é precisamente o produto da densidade pela aceleração
gravitacional e pela profundidade.

p = ρ.g.h

A dependência da pressão em um líquido com a


profundidade não é problema para a girafa, por
causa de seu grande coração e do intricado sistema
de válvulas e vasos sanguíneos absorventes e
elásticos no cérebro. Sem tais estruturas, ela
desmaiaria quando erguesse subitamente a cabeça
e estaria sujeita a hemorragia cerebral quando a
abaixasse.

ANOTAÇÕES

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2020 - 2022

QUANTIDADE DE MOVIMENTO
QUANTIDADE DE MOVIMENTO
Com a introdução dos conceitos de quantidade de movimento e de impulso, você irá
compreender um dos princípios mais importantes da física e aprenderá a analisar os
diferentes tipos de colisão.

Esta subárea é composta pelo módulo:

1. Impulso e Quantidade de Movimento


IMPULSO E QUANTIDADE DE
MOVIMENTO
QUANTIDADE DE MOVIMENTO
Sabemos que uma bicicleta que se choca a uma certa velocidade contra uma parede
causa menos estrago do que um caminhão se chocando à mesma velocidade contra
a parede. Enunciamos esse fato dizendo que o caminhão tem mais quantidade de
movimento do que a bicicleta. E se considerarmos dois veículos com a mesma massa
(duas bicicletas, por exemplo), a mais rápida delas causará mais estrago (e será mais
difícil de parar) do que a mais lenta. Logo, concluímos também que o veículo mais rápido
possui mais quantidade de movimento do que o mais lento.

Quantidade de movimento (Q) significa inércia em movimento. Esta quantidade é


definida como o produto da massa de um objeto pela sua velocidade:

Q = mv

Podemos entender que um objeto em movimento pode possuir uma grande quantidade
de movimento se sua massa for grande, se sua velocidade for grande, ou se tanto a
massa como a velocidade forem grandes (pense em um caminhão se movendo muito
rapidamente!).

“Os motores de um superpetroleiro normalmente


são desligados a 25 km do porto devido à sua
enorme massa, o que torna também enorme a
A grande rocha possui uma maior quantidade de sua quantidade de movimento, dificultando a
movimento do que o corredor. desaceleração causada pela água”

IMPULSO
Uma coisa importante na variação da quantidade de movimento é o tempo decorrido
durante a atuação de uma força. Podemos aplicar brevemente uma força sobre um
objeto e assim, conseguiremos produzir uma aceleração, que por sua vez, pode alterar
a velocidade e consequentemente a quantidade de movimento por um determinado
tempo.

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Aplique a mesma força por um período maior de tempo e haverá uma variação maior
Impulso e Quantidade de Movimento

da quantidade de movimento. Uma força mantida por um longo período produz mais
alteração na quantidade de movimento que a mesma força aplicada brevemente. Assim,
para alterar a quantidade de movimento de um objeto, tanto a força aplicada quanto o
tempo de aplicação são relevantes.

A grandeza força vezes intervalo de tempo é chamada de impulso:

I = Ft

Teorema do Impulso: Quanto maior for o impulso exercido sobre algo, maior será a
variação da quantidade de movimento. A relação fica:

Ft = I = ΔQ

Em que Ft = I (impulso) e ΔQ é a variação da quantidade de movimento.

A relação entre impulso e quantidade de movimento nos ajuda a analisar muitos


exemplos em que as forças atuam e o movimento sofre alterações. Algumas vezes, o
impulso pode ser considerado a causa de uma variação na quantidade de movimento.
Já em outras vezes, uma variação da quantidade de movimento pode ser considerada
a causa de um impulso. O importante é que o impulso e a variação da quantidade de
movimento estão sempre vinculados.

O impulso pode estar relacionado a:

f Um aumento da quantidade de movimento. Para aumentar a quantidade de


movimento de um objeto, faz sentido exercer sobre ele uma força máxima durante
o maior tempo possível.

f Uma diminuição da quantidade de movimento em um longo período de tempo.


Quando você salta de uma posição elevada para o solo, sentirá mais os efeitos da
queda se cair com as pernas esticadas e firmes. Ao invés disso, você dobra os joelhos
quando seus pés entram em contato com o solo. Fazendo isso, você prolongará o
tempo em que sua quantidade de movimento diminui em relação à situação em
que as pernas ficam retas. A força decorrente sobre seus ossos será reduzida
consideravelmente, amortecendo o impacto.

f Uma diminuição da quantidade de movimento num curto período de tempo. Um


curto tempo de contato explica como um praticante de karate consegue quebrar uma
pilha de tijolos com um golpe de sua mão desprotegida. Ele levanta o braço e investe
velozmente com sua mão contra os tijolos, com uma quantidade de movimento
consideravelmente grande. Esta quantidade de movimento é rapidamente reduzida
quando ele exerce um impulso nos tijolos. O impulso é a força da mão multiplicada
pelo tempo durante o qual sua mão faz contato com os tijolos. Devido à execução
rápida, ele torna muito breve o tempo de contato e, correspondentemente, enorme
a força de impacto.

4
Impulso e Quantidade de Movimento
CONSERVAÇÃO DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO
Somente um impulso externo a um sistema é capaz de alterar a sua quantidade de
movimento. Forças e impulsos internos não são capazes. Por exemplo, as forças
moleculares no interior de uma bola não têm efeito sobre a quantidade de movimento da
bola, assim como empurrar o painel do carro onde você se encontra sentado não afeta o
movimento do veículo. As forças moleculares no interior da bola e o empurrão contra o
painel são forças internas. Elas existem em pares equilibrados que se cancelam dentro do
objeto. Para fazer variar a quantidade de movimento da bola ou do carro, é necessária a
atuação de uma força externa. Se nenhuma força externa está presente, então nenhum
impulso externo existe, e nenhuma alteração da quantidade de movimento é possível.

A quantidade de movimento, como as grandezas velocidade e força, possui tanto


um módulo quanto uma orientação (direção e sentido). É uma grandeza vetorial. A
orientação da quantidade de movimento de um corpo é sempre a mesma da velocidade
desse corpo.
→ →
Q = mv

Quando a quantidade de movimento, ou qualquer outra grandeza da física não varia,


dizemos que ela é conservada. A ideia de que a quantidade de movimento seja
conservada quando forças externas não são exercidas corresponde a uma das leis
essenciais da mecânica, chamada de princípio de conservação da quantidade de
movimento, que estabelece:

Na ausência de uma força externa, a quantidade de movimento de um sistema


mantém-se inalterada.

Para qualquer sistema sobre o qual todas as forças exercidas são internas – como,
por exemplo, carros colidindo, núcleos atômicos que sofrem decaimento radioativo ou
estrelas explodindo – a quantidade de movimento total anterior ao evento é igual a
quantidade de movimento total posterior.

Assim:

Qinicial = Qfinal

COLISÕES
A quantidade de movimento é conservada durante as colisões – ou seja, a quantidade
de movimento total de um sistema de objetos em colisão uns com os outros mantém-se
inalterada antes, durante e depois da colisão.

Existem dois tipos de colisões: a elástica e a inelástica.

f Colisão elástica: ocorre quando os objetos em colisão ricocheteiam sem qualquer


deformação permanente ou geração de calor: a energia cinética é conservada.

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Impulso e Quantidade de Movimento

f Colisão inelástica: o que caracteriza uma colisão inelástica é o fato de a energia


mecânica não ser conservada: ocorrem dissipações na forma de deformação, calor,
som.... No caso das colisões inelásticas, elas podem ser classificadas em dois tipos:
totalmente inelásticas e parcialmente inelásticas. Em uma colisão totalmente
inelástica, ocorre a maior dissipação de energia cinética e os objetos seguem juntos
após a colisão. Já em uma colisão parcialmente inelástica, os objetos seguem
separados após colidirem, mas a energia cinética não se conserva: a velocidade
relativa entre os corpos antes da colisão é maior do que a velocidade relativa entre
os corpos após a colisão.

ANOTAÇÕES

6
Através dos cursos
2020 - 2022

TRABALHO E ENERGIA
TRABALHO E ENERGIA
Entenda o significado físico de trabalho, os três tipos de energia mecânica e como
podemos trabalhar com essas energias em sistemas conservativos e dissipativos.

Esta subárea é composta pelos módulos:

1. Trabalho, Potência e Energia Mecânica


TRABALHO, ENERGIA
E MECÂNICA
TRABALHO
O conceito físico de trabalho difere do conceito de trabalho que usamos no dia a dia. Na
física, quando falamos em trabalho, estamos nos referindo ao trabalho de uma força.
Esse trabalho consiste em uma transferência de energia que ocorre quando uma força
que atua sobre um corpo é responsável por causar um deslocamento desse corpo.

Dessa forma, para haver trabalho, é preciso existir tanto uma força quanto um
deslocamento provocado por essa força. Matematicamente, o trabalho é representado
pela letra grega 𝝉 (tau) e é dado pela seguinte expressão:

τ = F .d .cos(θ)

F é o módulo da força aplicada, d é o deslocamento escalar e θ é o ângulo entre os


vetores força e deslocamento.

Veja que o cosseno do ângulo θ indica que, além da dependência da força e do


deslocamento, o trabalho também depende da posição dessas grandezas vetoriais..

Imagine a seguinte situação: você está empurrando um armário sobre o chão. Esse
chão possui atrito (como qualquer outro que não seja um chão dos exercícios ideais de
física). Vamos usar a trigonometria a nosso favor para relembrar alguns casos especiais
do cosseno.

Um ângulo de 0 graus possui o valor do cosseno igual a 1. E sabemos que esse é o maior
valor que o cosseno pode assumir (pois os valores de cosseno vão de -1 até 1). Portanto,
quando o ângulo entre a força e o deslocamento é 0, o trabalho realizado por essa força
será máximo. Se, na situação do armário que consideramos, a força que você exerce tem
a mesma direção e sentido com que o armário se desloca, isso significa que o ângulo
entre eles é nulo. Como vimos, o trabalho dessa força é máximo, pois cos(0) = 1. Então,
podemos escrever o trabalho simplesmente como F . d. Essa é uma situação em que o
trabalho está auxiliando o deslocamento do armário. Chamamos esse tipo de trabalho de
trabalho motor.

E se, nesse mesmo exemplo, quiséssemos calcular o trabalho realizado por alguma outra
força envolvida? Como o peso do armário, por exemplo. Primeiramente, vamos analisar

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o ângulo entre esses dois vetores. Como estamos considerando que o chão é horizontal
Trabalho, Potência e Energia Mecânica

(que é a direção do deslocamento), então o ângulo entre os vetores peso e deslocamento


é 90º. E sabemos que o cosseno de 90º é igual a 0. Logo τ = F .d .cos(θ) = F .d .0 = 0. Isso
significa que, nessa situação, o peso não realiza trabalho.

É interessante notar que o trabalho realizado pela força normal que o chão exerce sobre
o armário também é nulo, pois essa força e o deslocamento são ortogonais (formam 90º).

Para um último caso notável, vamos analisar o trabalho realizado pela força de atrito.
Perceba que o ângulo entre o deslocamento do armário e a força de atrito é de 180º.
Ou seja, esses dois vetores estão na mesma direção, mas possuem sentidos contrários.
O cosseno, nesse caso, vale -1. Esse é o menor valor possível para o cosseno, como
havíamos comentado. Podemos escrever então o trabalho, nesse caso, da seguinte
forma: τ = F .d .cos(180º) = F .d .(-1) = - F .d.

Isso significa que o trabalho exercido pela força de atrito será negativo. Fisicamente,
isso significa que essa força está dificultando o deslocamento do armário. Ela está
oferecendo uma resistência. Dizemos que esse tipo de trabalho é um trabalho resistente.

Para outros ângulos entre força e deslocamento, você deverá multiplicar o módulo da
força pelo deslocamento escalar e pelo cosseno desse ângulo. Foi exatamente o que foi
feito nos exemplos acima, mas esses exemplos foram casos particulares.

Perceba que para ângulos no primeiro e no quarto quadrante, o valor do trabalho será
positivo. Já para ângulos no segundo e no terceiro quadrante, o trabalho será negativo.

No Sistema Internacional, a unidade de trabalho é a mesma unidade de outras formas


de energia: joule (J), que corresponde a N . m.

POTÊNCIA
Existe uma grandeza física que nos dá uma ideia do quão rapidamente um objeto realiza
trabalho. No exemplo em que você empurra o armário ao longo do chão, o trabalho é o
mesmo para certo deslocamento, independentemente se você faz isso rapidamente ou
de forma mais lenta.

4
Para o caso em que o trabalho é realizado em um intervalo de tempo menor, dizemos

Trabalho, Potência e Energia Mecânica


que a potência para realizar esse trabalho é maior.

Se você demorasse mais para deslocar esse armário, a potência para realizar esse
trabalho seria menor. Vemos então que há uma relação inversa entre a potência e o
tempo gasto para realizar o trabalho. Definimos a potência da seguinte forma:

P= W
t

A unidade de potência é o joule por segundo (J/s),


também conhecido como watt (em homenagem
a James Watt, o inventor da máquina a vapor do
século XVIII).

Um foguete ilustra conceitos como


empuxo (força), trabalho (força x distância),
energia (consumo de combustível) e
potência (a taxa segundo a qual a energia é
despendida).

ENERGIA MECÂNICA
Quando uma arqueira realiza trabalho para esticar um arco,
este adquire a capacidade de realizar trabalho sobre a flecha.
Nesse caso, algo foi ganho. Esse “algo” dado ao objeto que
capacitou-o a realizar trabalho é chamado de energia. Como
o trabalho, a energia é medida em joules, conforme vimos
anteriormente.

A energia aparece em várias formas: energia elétrica, energia luminosa, energia térmica,
energia mecânica... Focaremos nosso estudo agora na energia mecânica, essa pode
estar na forma de energia potencial (energia armazenada devido à posição de algo),
energia cinética (energia devido ao movimento de algo) ou na soma dessas duas
energias. Estudaremos os outros tipos de energia nos próximos programas de estudo.

Energia Potencial

Um objeto pode armazenar energia por conta de sua posição. A energia armazenada
e mantida pronta para ser utilizada é chamada de energia potencial (EP), pois ao ser
armazenada, ela tem potencial para realizar trabalho. Por exemplo: uma mola distendida
ou comprimida tem o potencial de realizar trabalho. Quando um arco é vergado, é
armazenada energia nele, podendo então realizar trabalho sobre a flecha.

É preciso realizar trabalho para erguer objetos contra a gravidade


da Terra. A energia de um corpo devido à sua posição elevada
é chamada de energia potencial gravitacional. A água numa
caixa elevada possui energia potencial gravitacional.
A água num reservatório
elevado possui energia
potencial gravitacional.

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A quantidade dessa energia que um objeto elevado possui é igual ao trabalho realizado
Trabalho, Potência e Energia Mecânica

contra a gravidade para erguê-lo. O trabalho realizado é igual à força necessária para
movê-lo para cima multiplicado pela distância vertical na qual ele foi deslocado (lembre-
se de que 𝛕 = F . d). A força para cima necessária para se mover com velocidade
constante é igual ao peso do objeto, P = m . g, de modo que o trabalho realizado para
erguê-lo em uma altura h é igual ao produto m . g . h:

EP = mgh

Note que a altura h é a distância acima de algum nível de referência, como o chão ou um
piso de algum andar de um prédio. A energia potencial gravitacional, m . g . h, é relativa
àquele nível e depende apenas de m . g e da altura h.

Quando falamos de energia mecânica, existe também a energia potencial elástica,


que é a energia armazenada numa corda, numa mola ou em qualquer outro corpo que
apresente elasticidade.

A energia potencial elástica é definida como:

Eel = ½ kx²

Energia Cinética

Se um objeto está em movimento, então ele é capaz de realizar trabalho. Ele possui uma
energia associada ao movimento, chamamos essa de energia cinética (EC). A energia
cinética de um objeto depende de sua massa e de sua velocidade. Ela é representada
matematicamente da seguinte forma:

EC = ½ mv²

A energia potencial da caixa elevada é convertida em energia cinética quando ela é solta.

O TEOREMA TRABALHO-ENERGIA
Quando um carro acelera, a energia cinética que ele adquire provém do trabalho que foi
realizado sobre ele. Já quando um carro torna-se mais lento, é porque um trabalho foi
realizado para reduzir sua energia cinética. Podemos então afirmar que:

Trabalho = ΔEC

6
O trabalho é igual à variação da energia cinética. Este é o teorema trabalho-energia.

Trabalho, Potência e Energia Mecânica


Nesta equação, o trabalho considerado é o trabalho resultante – ou seja, o trabalho que
é realizado pela força resultante. Por exemplo, se você empurra um objeto e o atrito
também atua sobre ele, a variação da energia cinética é igual ao trabalho realizado
pela força resultante, que é igual à força que você exerce menos o atrito. Nesse caso,
apenas uma parte do trabalho total que você realiza é que faz variar a energia cinética
do objeto. O restante está se dissipando em outras formas de energia (como energia
térmica, por exemplo). Se a força de atrito é igual e oposta à sua força exercida, a força
resultante sobre o objeto é nula, nenhum trabalho resultante é realizado e não ocorre
variação na energia cinética do objeto.

O teorema trabalho-energia também se aplica quando a velocidade diminui. Quando


você pisa fundo no freio de um carro, fazendo-o derrapar, a estrada realiza trabalho
sobre o carro. Esse trabalho é igual à força de atrito multiplicada pela distância ao longo
da qual o atrito atua.

CONSERVAÇÃO DA ENERGIA
Podemos entender melhor os processos e transformações que ocorrem na natureza se
os analisamos em termos de transformações de energia de uma forma para outra ou de
um lugar para outro. O estudo das diversas formas de energia e suas transformações
de uma forma em outra levaram a uma das maiores generalizações da física – a lei de
conservação da energia:

Energia não pode ser criada ou destruída; pode apenas ser transformada de uma
forma para outra, com sua quantidade total permanecendo constante.

ANOTAÇÕES

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Através dos cursos
NOTAÇÃO CIENTÍFICA

A matemática está muito conectada à física. Veremos a seguir algumas das técnicas
matemáticas fundamentais para o nosso curso de física.

Primeiramente, quando vamos trabalhar com física, não podemos


esquecer das grandezas físicas. Uma grandeza física é definida
como toda grandeza capaz de ser medida por instrumentos.
As grandezas são divididas entre escalares e vetoriais: uma
grandeza escalar possui apenas um módulo (valor numérico)
acompanhado de uma unidade; uma grandeza vetorial possui,
além do módulo e da unidade, uma direção e um sentido.

NOTAÇÃO CIENTÍFICA
Para expressar números muito grandes e números muito pequenos, utilizamos a
notação científica. Esse tipo de notação é expresso da seguinte forma:

n x 10a

em que:

f n é um número com módulo maior ou igual a 1 e menor do que 10, podendo ser tanto
positivo quanto negativo (nesse caso o número estaria entre -1 e -10, incluindo o -1
e excluindo o -10);

f a é qualquer número inteiro.

Para entender a notação científica, tomamos um exemplo:

2 x 103

Perceba que o número 2 está dentro do intervalo entre 1 e 10 e o número 3 é um


número inteiro.

Definimos o limite numérico entre 1 e 10 por conveniência, mas às vezes as notações


podem aparecer da seguinte maneira:

Exemplo 1: 0,034 x 105

Exemplo 2: 11,9 x 10-9

Exemplo 3: -585 x 1011

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Quando as notações aparecem assim, os exercícios podem solicitar que você, estudante,
Notação Científica

organize-os. Ou seja, os números devem ser reajustados para ficar no intervalo numérico
entre 1 e 10.

No exemplo 1, temos que deslocar a vírgula duas casas para a direita. Quando a vírgula é
deslocada para a direita, o expoente deve diminuir, proporcionalmente, em dois valores.
Assim:

3,4 x 103

No exemplo 2, a vírgula deve ser deslocada uma casa para a esquerda. Quando isto
acontece, o expoente deve aumentar. Desta forma:

1,19 x 10-8

No exemplo 3, a vírgula deve ser deslocada duas casas para a esquerda. Nesse caso, o
expoente deve aumentar em duas unidades:

-5,85 x 1013

Também existem situações em que os números precisam ser transformados para


notação científica.

Exemplo 1: 30000 = 3 x 104

O número diferente de zero, neste caso o 3, deve ser escrito antes da potência de 10.
O expoente representa a quantidade de zeros depois do número diferente de zero, ou
seja, quatro zeros.

Exemplo 2: 0,0006 = 6 x 10-4

O número diferente de zero, neste caso o 6, deve ser escrito antes da potência de 10.
O expoente está representando o número de zeros antes e depois da vírgula. Como se
trata de um número negativo, o expoente também deve ser negativo.

Exemplo 3: 129400 = 1,294 x 105

Este exemplo é similar ao exemplo 1, porém, a diferença aqui é que existe mais de um
número diferente de zero. Neste caso, devem ser reescritos todos estes números, ou
seja, 1294, porém, respeitando o intervalo entre 1 e 10. Por isso, deve ser colocada uma
vírgula logo após o primeiro número, no caso, após o número 1, e os demais números
seguem após a vírgula. O expoente representa a quantidade de números após o primeiro
número.

OPERAÇÕES COM POTÊNCIAS DE 10


Adição e Subtração
Na adição e na subtração, basta colocar todos os valores na mesma potência de 10 e
realizar as operações normalmente.

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Notação Científica
7 x 107 - 2 x 107 = 5 x 107

3,3 x 10-4 + 1,6 x 10-4 = 4,9 x 10-4

1,2 x 105 + 150 x 103 = 1,2 x 105 + 1,5 x 105 = 2,7 x 105

5,4 x 109 – 2000 x 106 = 5,4 x 109 - 2 x 109 = 3,4 x 109

Multiplicação
Na multiplicação, os expoentes das potências de 10 devem ser somados e os valores
na frente delas devem ser multiplicados normalmente.

Soma-se o Expoente

6 x 107 x 3 x 103 = 18 x 1010 = 1,8 x 1011

4 x 10-7 x 3 x 103 = 12 x 10-4 = 1,2 x 10-3

3 x 109 x 7 x 10-3 = 21 x 106 = 2,1 x 107

Divisão
Na divisão, os expoentes das potências de 10 devem ser subtraídos e os valores na
frente delas devem ser divididos normalmente.

Subtrai-se o Expoente

6 x 107 : 3 x 103 = 2 x 104

45 x 105 : 5 x 10-3 = 9 x 108

Potenciação e Radiciação
Na potenciação os expoentes devem ser multiplicados e na radiciação eles devem ser
divididos um pelo outro.

Multiplica-se o Expoente

(7 x 107)2 = 49 x 1014 = 4,9 x 1015

(5 x 10-4)3 = 125 x 10-12 = 1,25 x 10-10

Divide-se o Expoente
2
√4 x 106 = 2 x 103

Ordem de grandeza
A ordem de grandeza é uma estimativa do valor da grandeza, expressa por meio da
potência de 10 mais próxima de seu valor em notação científica. Para determinar a
potência de 10 mais próxima do valor de uma medida e, consequentemente, determinar
sua ordem de grandeza, seguimos o seguinte critério:

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Dado um valor expresso em notação científica na forma A x 10n, sua ordem de grandeza
Notação Científica

será 10n se A < √10 e 10n+1 se A ≥ √10 , onde a √10 vale aproximadamente 3,16.

Exemplos:

A ordem de grandeza do número 1,5 x 1010 é 1010 pois 1,5 < √10.

A ordem de grandeza do número 7,8 x 104 é 105, pois 7,8 > √10.

ANOTAÇÕES

4
VETORES
GRANDEZAS ESCALARES E VETORIAIS
Existem algumas grandezas na física, como o tempo e a temperatura, que não precisam
ser indicadas pela direção e pelo sentido. Por exemplo, quando falamos que é 10 horas,
não temos a necessidade de dizer se é 10 horas para baixo, para cima, para a esquerda
ou para a direita. O mesmo acontece com a temperatura. Isso significa que as grandezas
tempo e temperatura são grandezas escalares.

Uma grandeza escalar é representada apenas pelo seu valor numérico e pela sua
unidade. Por exemplo, indicamos 10 horas como 10 h; 35 graus Celsius como 35°C, 32
litros como 32 L.
Diferentemente de uma grandeza escalar, uma
grandeza vetorial é definida também pela sua direção
e sentido. Ao afirmar que a velocidade de um carro é
12 m/s, sentimos a falta de indicar para onde o carro
está indo, certo? É 12 m/s para onde? Leste? Oeste?
Sul? Norte?

A velocidade, assim como a aceleração e a força, são grandezas vetoriais. Elas precisam
do sentido e da direção.

A direção de uma grandeza vetorial é o eixo no qual o corpo está. Ela pode ser horizontal,
vertical ou transversal.

O sentido de uma grandeza vetorial representa o lado para o qual o corpo está apontando,
por exemplo, direito, esquerdo, para cima, para baixo, etc. Perceba que duas grandezas
vetoriais podem ter a mesma direção, mas não o mesmo sentido: ambas podem estar
na horizontal, mas uma pode apontar para a esquerda e outra para a direita.

Lembre-se de que toda grandeza vetorial é uma grandeza orientada – que é especificada
tanto por um módulo quanto por uma orientação (direção e sentido).

Vetores podem ser representados por setas, em que o comprimento da seta representa
seu módulo e a ponta indica o sentido. Vetores que se somam são denominados
componentes vetoriais. A soma desses componentes vetoriais é o vetor resultante.

Módulo, direção e sentido do vetor 𝑎⃗

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Módulo: O módulo (valor numérico ou intensidade) de um vetor é sempre um número
Vetores

real e positivo. Na representação gráfica, o comprimento do vetor corresponde ao


módulo da grandeza que ele representa.

Direção: A reta suporte de um vetor determina a sua direção.

Sentido: A orientação do segmento (ponta de seta) indica o sentido do vetor.

Observação

f Os vetores podem ser representados tanto por uma seta em cima da letra como pela
letra em negrito. Por exemplo, a e 𝑎⃗ são representações equivalentes.

DECOMPOSIÇÃO DE VETORES
Considere a figura a seguir. Para decompor o vetor 𝑣⃗ são traçadas duas componentes,
𝑣⃗𝑥 na direção 𝑥, e 𝑣⃗𝑦 na direção 𝑦. Para calcular seus valores, utilizamos a trigonometria.

Considerando que a figura formada é um triângulo


retângulo, calcula-se o valor de 𝑣⃗𝑥 (seu módulo) utilizando
as noções de hipotenusa e cateto adjacente relacionadas
ao cosseno do ângulo alfa (α).
𝑣𝑥
Cos (α) =
𝑣

E isolando 𝑣𝑥 , temos:

𝑣𝑥 = 𝑣 cos α

O mesmo acontece para encontrar o valor de 𝑣𝑦, porém, como 𝑣𝑦 corresponde ao cateto
oposto, utiliza-se o seno:
𝑣𝑦
Sen (α) = 𝑣

Logo:

𝑣𝑦 = 𝑣 sen α

Exemplo de vetores e seus componentes


Ernie Brown, empurrando um cortador de grama, aplica uma força que empurra a
máquina para frente e também contra o solo. Na Figura, F representa a força aplicada
por Ernie. Podemos decompor esta força em duas componentes. O vetor V representa
a componente vertical que aponta para baixo, enquanto H é a componente horizontal,
a força que move para frente o cortador de grama. Se conhecemos o valor, a direção
e o sentido do vetor F, podemos estimar o valor de suas componentes a partir de um
diagrama vetorial.

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Vetores
OPERAÇÕES COM VETORES
É muito simples somar vetores que possuem direções paralelas: se eles possuem o
mesmo sentido, eles se somam; se possuem sentidos opostos, eles se subtraem. Vale
lembrar que a soma de dois ou mais vetores é chamada de vetor resultante.

Adição de Vetores
Ligam-se os vetores pela origem de um com a extremidade do outro (os dois vetores
azuis da figura). Considere que cada quadradinho na figura tenha lados de comprimento
1 cm. Logo, cada vetor azul possui, em módulo, 2 cm de comprimento. Somando os
dois, obtemos um vetor resultante (em vermelho) de módulo 4 cm.

Subtração de Vetores
Observe na figura que o vetor azul superior possui módulo 2 cm e o vetor azul inferior
possui módulo 1 cm. A diferença entre eles é o sentido: eles estão em sentidos opostos.
Dessa forma, a operação que deve ser realizada é a subtração. Logo, vetor superior –
vetor inferior = vetor resultante, de módulo 1 cm.

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Vetores

Regra do paralelogramo
Para obter a resultante de dois vetores que possuem direções diferentes, usamos a
regra do paralelogramo. Construa um paralelogramo no qual os dois vetores são os
lados adjacentes – a diagonal dele representará o vetor resultante. Na figura abaixo, os
paralelogramos são retângulos:

O par de vetores formando um ângulo reto um com o outro constitui os dois lados de
um retângulo cuja diagonal é o vetor resultante do par.

No caso especial de dois vetores que são iguais em módulo, mas perpendiculares um
ao outro, o paralelogramo é um quadrado (como mostrado na figura abaixo). Uma vez
que, para qualquer quadrado, o comprimento da diagonal é igual a √2 ou 1,41 vezes o
comprimento de um dos lados, o comprimento do vetor resultante será √2 vezes o de
um dos vetores. Por exemplo, a resultante de dois vetores de módulos iguais a 100, e
que são mutuamente perpendiculares, tem módulo igual a 141.

Quando se adicionam dois vetores de mesmo comprimento, e que formam um


ângulo reto entre si, o paralelogramo formado será um quadrado. A diagonal desse
quadrado é o vetor resultante, que possui módulo igual a √2 vezes o comprimento
das laterais.

Regra do Polígono
Esta regra é útil para quando você quiser somar 3 ou mais vetores. Os vetores devem ser
traçados de modo que a extremidade de um coincida com a origem do vetor seguinte:

4
ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS
Para se fazer medidas em física, utiliza-se os algarismos significativos, os quais são
todos os algarismos lidos com certeza mais o primeiro algarismo duvidoso.

Quando medimos algo com uma régua, por exemplo, o resultado pode indicar um valor
entre um número e outro na escala. Suponha que queiramos medir o comprimento de
um lápis. A medida nos mostra algo entre 20 cm e 21 cm. Qual seria o algarismo que viria
depois do 20? Apesar de a menor divisão de escala da régua ser 1 cm, é razoável fazer
uma subdivisão mental do intervalo compreendido entre 20 cm e 21 cm, para avaliar o
algarismo procurado, que pode ser, por exemplo, o 4. Dessa maneira, representa-se o
resultado como 20,4 cm. O algarismo 20 desta medida foi lido com certeza, porém o 4
não. Outras pessoas poderiam ler 20,3 cm ou 20,5 cm. Na leitura 20, 4 cm, o algarismo
4 foi avaliado. Não se tem certeza do algarismo 4, por isso ele é denominado algarismo
duvidoso.

A regra geral é que se deve apresentar a medida com apenas os algarismos de que se
tem certeza mais um único algarismo duvidoso. Esses algarismos são denominados
algarismos significativos da medida.

É importante salientar que, em uma medida, os zeros à esquerda do número, isto é, os


zeros que posicionam a vírgula, não são significativos.

Exemplos:

f A medida 0,023cm tem somente dois algarismos significativos: o 2 e o 3;

f A medida 0,348s tem apenas três algarismos significativos;

f A medida 0,004000m tem quatro algarismos significativos.

CRITÉRIOS DE ARREDONDAMENTO
Ao efetuar qualquer operação matemática com grandezas expressas com diferentes
números de algarismos significativos, é necessário exprimir os resultados segundo a
norma de que o número obtido pode ter apenas um algarismo duvidoso. Assim sendo, é
preciso arredondar o resultado obtido no primeiro algarismo duvidoso. Os critérios são:

1. Se numa quantidade os algarismos que vierem após o primeiro algarismo duvidoso


formarem números superiores a 5, 50, 500, etc., aumenta-se de uma unidade o primeiro
algarismo duvidoso e desprezam-se os demais.

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Exemplo:
Algarismos Significativos

123,684 g = 123,7 g

0,0082154 A = 0,00822 A

2. Se os algarismos a serem desprezados numa quantidade formarem números


inferiores a 5, 50, 500, etc., os algarismos significativos que restam não se modificam.

Exemplo:

761,05 mmHg = 761 mmHg

0,09341 cal/gK = 0,093 cal/gK

3. Se os algarismos a serem desprezados numa quantidade formarem números iguais


a 5, 50, 500, etc., faz-se com que o número fique par (caso o último algarismo que fica
seja ímpar, soma-se a ele uma unidade para torna-lo par).

Exemplo:

2,73500 s = 2,74 s

0,0755 A = 0,076 A

45,185 s = 45,18 s

0,0285 mA = 0,028 mA

OPERAÇÕES COM ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS


São apresentados a seguir os critérios para a determinação do número correto de
algarismos significativos no resultado das quatro operações matemáticas fundamentais.

Adição
O resultado da adição de várias medidas é obtido arredondando-se a soma na casa
decimal da parcela mais pobre em decimais, após efetuar a operação.

27,8m + 1,326 m + 0,66 m = 29,786 m = 29,8 m

Subtração
A subtração é um caso particular da adição, adotando-se, dessa forma, o mesmo critério
apresentado no item anterior.

18,2476 m – 16,72 m = 1,5276 m = 1,53 m

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Multiplicação

Algarismos Significativos
O produto de duas ou mais medidas deve possuir, em geral, o mesmo número de
algarismos significativos da medida mais pobre em algarismos significativos.

3,27251cm x 1,32cm = 4,3197132 cm² = 4,32 cm²

Divisão
A divisão é simplesmente um caso particular do produto, com o mesmo critério do item
anterior.

63,72 cm : 23,1 s = 2,758441558 cm/s = 2,76 cm/s

ANOTAÇÕES

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UNIDADES E ANÁLISE
DIMENSIONAL
SISTEMA DE UNIDADES E PREFIXOS
Durante a Conferência Internacional de Pesos e Medidas de 1960 em Paris, as unidades
do Sistema Internacional de Unidades (SI) foram definidas. A tabela abaixo mostra
as unidades do SI e seus símbolos. O SI é baseado no sistema métrico, usado pelos
cientistas franceses após a Revolução Francesa de 1791.

Unidades básicas

Unidades do SI
Grandeza Unidade Símbolo
Comprimento metro m

Massa quilograma kg

Tempo segundo s

Corrente Elétrica ampère A

Temperatura Termodinâmica kelvin K

Quantidade de Matéria mol mol

Intensidade Luminosa candela cd

Unidades derivadas

Grandeza Unidade Símbolo Dimensional

Capacitância farad F A²·s4/(kg·m²)

Carga elétrica coulomb C A.s

Frequência hertz Hz 1/s

Campo magnético tesla T kg/(s2.A)

Velocidade angular radiano por segundo rad/s 1/s

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Unidades e Análise Dimensional

Grandeza Unidade Símbolo Dimensional

Potência watt W kg·m²/s³

Resistência elétrica ohm Ω kg·m²/(s³·A²)

Tensão elétrica volt V kg·m²/(s³·A)

Pressão pascal Pa kg/(s2·m)

radiano por segundo por


Aceleração angular rad/s2 1/s2
segundo

joule por quilograma por


Calor específico J/(kg.K) m2/(s2·K)
kelvin

Força newton N m · kg · s-2

Energia joule J m2 · kg · s-2

Prefixos matemáticos

Prefixos matemáticos
Fator Prefixo Símbolo Fator Prefixo Símbolo
101 deca da 10-1 deci d
102 hecto h 10-2 centi c
103 quilo k 10-3 mili m
106 mega M 10-6 micro µ
109 giga G 10-9 nano n
1012 tera T 10-12 pico p
1015 peta P 10-15 femto f
1018 exa E 10-18 atto a

ANÁLISE DIMENSIONAL
A análise dimensional é um método utilizado para descobrir o tipo de unidade do
resultado de equações envolvendo grandezas físicas. As unidades de medida padrão,
que utilizamos como referência, são as unidades do Sistema Internacional de Unidades
(SI).

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Em análise dimensional utilizamos apenas três grandezas principais:

Unidades e Análise Dimensional


f Comprimento (metro): L

f Massa (quilograma): M

f Tempo (segundo): T

As letras L, M, e T indicam dimensão de comprimento, massa e tempo, respectivamente.


A partir destas grandezas, muitas outras podem ser determinadas, como veremos nos
exemplos abaixo.

Exemplo 1:

Velocidade: v

Solução:

[v] = m/s = [L]/[T] = L.T-1

Exemplo 2:

Determinar a dimensão de trabalho [W].

Solução:

Trabalho (W) = Força (F) x Deslocamento (L)

f [W] = [F].[L] e se [F] = N (newton) e [L] = m (metro), então [W] = N.m;

f Entretanto, Força (F) = massa (kg) x aceleração (m/s2), então [F] = kg.m.s–2;

f Logo, como resultado final, [W] = kg.m2.s–2;

f Usando apenas LMT, a dimensão desse resultado expressa-se assim: [W] = L2.M.T–2.

Principais grandezas:

Grandeza Símbolo Dimensão


Comprimento l L
Tempo t T
Massa m M
Velocidade v M0 . L1 . T-1
Aceleração a M0 . L1 . T-2
Força F M1 . L1 . T-2

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Unidades e Análise Dimensional

Grandeza Símbolo Dimensão


Frequência f T-1
Gravidade g M0 . L1 . T-2
Pressão p M1 . L-1 . T-2
Massa específica ρ M1 . L-3 . T0
Trabalho W M1 . L2 . T-2

ANOTAÇÕES

4
CINEMÁTICA

2020 - 2022
CINEMÁTICA
Conheça os diferentes tipos de movimento e aprenda a descrevê-los, prevê-los e
entendê-los através de equações e gráficos.

Esta subárea é composta pelos módulos:

1. Introdução à Cinemática 4. Gráficos de Movimento


2. Movimento Uniforme 5. Movimentos Verticais
3. Movimento Uniformemente 6. Lançamentos
Variado
INTRODUÇÃO À CINEMÁTICA

A cinemática é a parte da mecânica que descreve os movimentos, sem se preocupar


com o que os causa. A descrição dos movimentos é feita através das grandezas posição
(s), tempo (t), velocidade (v) e aceleração (a).

Mas como descrever um movimento em um universo onde tudo parece se mover? É por
isso que precisamos fazer aproximações, simplificando ao máximo o movimento a ser
descrito.

Ponto Material
Para descrevermos um movimento, precisamos saber primeiro o tipo do corpo que se
move. Qual seu formato? Seu tamanho faz alguma diferença? Ele pode girar enquanto
se move? Seu formato é alterado durante o movimento?

Na maior parte dos problemas de cinemática, o formato e as dimensões do corpo não


são importantes para a resolução. Por exemplo: no salto de um atleta, não faz diferença
o movimento das suas pernas ou de seus braços. Estes são movimentos extremamente
complexos. O problema se resolve descrevendo apenas o movimento do centro de
gravidade do atleta, como na figura a seguir.

De forma análoga, quando descrevemos o movimento de um automóvel em uma


rodovia e queremos saber quando ele chegará ao seu destino, não fazemos um cálculo
diferente para cada parte do veículo, afinal, o tempo de chegada do para-choques do
carro não é muito diferente do tempo de chegada do pneu traseiro. Escolhemos então
um ponto (normalmente o centro do veículo) para descrever seu movimento.

Nos exemplos acima, tanto o atleta quanto o automóvel são substituídos por um ponto
para simplificar a resolução do problema. Essa simplificação é chamada de ponto
material ou partícula.

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Um ponto material é um ponto que não possui dimensões e nem estrutura interna,
Introdução à Cinemática

mas que carrega consigo algumas características importantes do corpo que está
representando, tal como sua massa por exemplo.

Um grande avanço proporcionado pelos físicos clássicos foi o de relativizar o movimento,


ou seja, entender que não existe um movimento absoluto. O estado de movimento de
um corpo só pode ser descrito em relação a outro corpo utilizado como referência.

Referencial
De forma simplificada, quando um corpo muda sua posição em relação a um determinado
referencial dizemos que ele é um móvel, pois está se movendo: está sofrendo um
deslocamento ou translação.

Quando o movimento é giratório, dizemos que o corpo está sofrendo uma rotação.

Esquerda: Coisas que se deslocam. Direita: Coisas que giram.

Movimento, Repouso e Referencial


A compreensão de que não existe movimento nem repouso absolutos traz a necessidade
de um ponto de referência para a descrição de cada movimento.

A afirmação de que “a Terra está imóvel no centro do universo e tudo o que existe gira
em torno dela”, conhecida como a base do geocentrismo, foi defendida com ‘unhas e
dentes’ pela Igreja Católica até meados do século XVII por fazer parte de um modelo de
mundo extremamente conveniente aos seus interesses. O geocentrismo é um modelo
que tem a Terra como referencial.

O heliocentrismo, defendido por Nicolau Copérnico no século XVI, utiliza o Sol como
referência para a descrição dos movimentos e é muito mais eficiente na descrição
dos movimentos dos planetas, sendo capaz de explicar movimentos aparentemente
estranhos desses corpos celestes quando vistos da Terra. Esta mudança de referencial
provocou uma revolução na forma de descrever os movimentos planetários e, com o
passar dos anos, passou a predominar sobre o modelo anterior.

Assim, a Terra deixou de ser imóvel e passou a se mover e a ter seu movimento descrito
através das mesmas leis físicas que regem os movimentos dos outros planetas.

Afinal, a Terra está ou não em movimento?

– Depende do ponto de vista!

4
E isto vale para qualquer descrição de movimento: primeiro conhecemos ou adotamos

Introdução à Cinemática
um referencial conveniente, depois descrevemos os movimentos em relação a ele.

Posição (Espaço)
Para localizarmos um corpo em uma estrada linear (unidimensional), basta conhecermos
a distância que ele se encontra da origem dos espaços (marco zero), é assim definimos
a posição escalar de um corpo em uma determinada trajetória.

Quando queremos localizar um corpo em um plano,


utilizamos um sistema de coordenadas cartesianas
(constituído de dois eixos perpendiculares). Assim, para
cada posição, temos um par de coordenadas capazes
de informar com precisão a localização do corpo ou um
vetor com a origem no marco zero e a extremidade na
posição do corpo – posição vetorial.

A posição (S) do móvel A pode ser descrita por um par de coordenadas cartesianas:

𝑆𝐴 = (6, 8)

...ou pelo vetor posição ( 𝑠⃗ ) cuja origem coincide com a origem do sistema cartesiano e
possui componentes ortogonais 𝑠𝑥 e 𝑠𝑦 com módulos iguais a | 𝑠𝑥 | = 6 m e | 𝑠𝑦 | = 8 m
respectivamente. Teremos então, por pitágoras, | 𝑠 | = 10 m.

Outra notação vetorial relevante utiliza os versores 𝑖 e 𝑗 e para representar os vetores


unitários nas direções 𝑥 e 𝑦 respectivamente. Assim, o vetor posição poderia ser
representado de forma equivalente por 𝑠⃗ = 6 𝑖 + 8 𝑗 .

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Deslocamento (Translação)
Introdução à Cinemática

Localizar e descrever posições é muito importante e fazemos isso de várias maneiras


diferentes em nosso cotidiano. Tão importante quanto localizar a posição de um móvel
é descrever seus deslocamentos, isto é, sua mudança de posição. Definimos um
deslocamento como um vetor que representa a variação da posição de um móvel, ou
seja, a diferença entre a posição inicial e a posição final dele.

De forma análoga ao que vimos para a posição, o deslocamento em uma estrada


linear pode ser descrito sem a necessidade de notação vetorial, afinal, a direção do
deslocamento sempre coincidirá com a direção da estrada e o sentido do deslocamento
pode ser substituído por um sinal algébrico (+ ou -). Isto não significa que o deslocamento
deixou de ser uma grandeza vetorial, mas por simplificação podemos tratá-lo como
uma grandeza escalar.

Desta forma, definimos o deslocamento escalar (∆𝑠) como a diferença entre a posição
escalar inicial e a posição escalar final do móvel. Matematicamente temos:

∆𝑠 = 𝑠 - 𝑠0

Onde 𝑠 indica a posição final e 𝑠0 a posição inicial na trajetória.

Já em um plano, o deslocamento não pode ser tratado de forma escalar pois isto
implica em sempre conhecer a direção do deslocamento, o que não é verdade em um
movimento bidimensional. Logo, definimos o vetor deslocamento ou simplesmente
deslocamento ( ∆𝑠⃗ )=como
𝑠⃗ − 𝑠0a diferença vetorial entre os vetores posição inicial e posição
final. Matematicamente:

∆𝑠⃗ = 𝑠⃗ − 𝑠0

O deslocamento é um vetor cuja origem coincide com a posição inicial do móvel e sua
extremidade coincide com a posição final. Como toda grandeza de natureza vetorial, o
∆𝑠⃗ =
só𝑠⃗ estará
− 𝑠0 completamente descrito se conhecermos, além do módulo (tamanho do
vetor), sua direção e seu sentido.

A velocidade e a velocidade média


O conceito de velocidade está relacionado à rapidez com que um evento pode ocorrer e
isto vincula a velocidade ao tempo.

A velocidade de translação de um móvel é uma grandeza vetorial que mede a rapidez


com que a posição de um móvel varia à medida que o tempo passa. A velocidade pode
ser medida em inúmeras unidades diferentes como km/h, que é a unidade mais comum
em nosso dia a dia, e m/s, que é a unidade do Sistema Internacional. Além dessas,
podemos encontrar velocidades medidas em diversos outros sistemas de unidades.

A conversão entre as unidades mais importantes pode ser feita da seguinte forma:

6
Introdução à Cinemática
Fica claro que, para converter de km/h para m/s basta
dividirmos por 3,6 e para a conversão contrária
multiplicamos pelo mesmo valor.

Como dissemos, os movimentos reais são complexos e


sofrem constantes modificações durante um percurso. Da
mesma forma, a velocidade de um móvel pode sofrer inúmeras variações complicadas
que impossibilitariam sua descrição de forma simples. Por isso, se torna útil definir e
usar as grandezas velocidade média 𝑉𝑚 e velocidade escalar média 𝑉𝑚.

A velocidade média é definida como a razão entre o deslocamento efetuado e o intervalo


de tempo necessário para realizá-lo. Esta é uma grandeza vetorial.
∆𝑠⃗
𝑉𝑚 =
∆𝑡
Velocidade é uma grandeza vetorial. Velocidade escalar média é simplesmente o valor
(ou seja, o módulo) desse vetor. Podemos calcular a velocidade escalar média como o
deslocamento escalar (Δs) dividido pelo intervalo de tempo
∆𝑠
𝑉𝑚 =
∆𝑡

ANOTAÇÕES

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GLOSSÁRIO DE FÍSICA
2019
GLOSSÁRIO
DE FÍSICA
Aceleração: grandeza vetorial correspondente Apogeu: Em uma órbita elíptica, esse é o
à taxa de variação da velocidade em função do ponto, sobre a órbita, mais afastado do centro.
tempo. Unidade no SI: m/s2.
Área: grandeza escalar correspondente a uma
Aceleração gravitacional: aceleração sofrida região bidimensional delimitada. Unidade no SI:
pelos corpos em decorrência da força de atração metro quadrado (m2).
gravitacional. Na Terra, é representada por g e
Astigmatismo: problema de visão
vale aproximadamente 9,8 m/s2 ao nível do mar.
caracterizado por uma imagem borrada, pois
Acústica: área da física responsável pelo apresenta mais de um ponto imagem para
estudo do som e suas propriedades. um único ponto objeto. Corrigido com lentes
cilíndricas.
Alavanca: tipo de máquina simples que
rotaciona em torno de um ponto fixo e permite Átomo: partícula que compõe a matéria. É
multiplicar a força aplicada sobre ela, gerando formado por partículas elementares.
GLOSSÁRIO DE FÍSICA

uma vantagem mecânica.


Atrito: força de resistência que surge em sentido
Altura: qualidade fisiológica do som associada contrário ao deslizamento (ou à tendência ao
à sua frequência. deslizamento) entre superfícies.
Ampère (A): unidade de corrente elétrica Atrito cinético: força de resistência que surge
no SI. Equivalente a 1 coulomb de carga por devido ao deslizamento relativo entre duas
segundo (A = 1 C/s). superfícies.
Amperímetro: instrumento utilizado para Atrito estático: força de resistência entre duas
medir a intensidade de uma corrente elétrica. superfícies em repouso entre si, decorrente da
tendência ao deslizamento entre as superfícies.
Amplitude: deslocamento máximo em relação
à posição de equilíbrio para uma vibração/onda. Autoindução: indução de um campo elétrico
no interior de uma bobina, causada pela
Ângulo crítico: ver ângulo limite. interação entre as suas espiras.
Ângulo de incidência: ângulo entre o raio Barômetro: instrumento utilizado para medir o
incidente a uma superfície e a reta normal a essa valor da pressão atmosférica.
superfície.
Bateria: instrumento que transforma em
Ângulo de reflexão: ângulo entre um raio corrente elétrica a energia gerada por reações
refletido e a reta normal à superfície. químicas.
Ângulo de refração: ângulo entre um raio Batimento: fenômeno em que duas ondas
refratado e a reta normal à superfície. sonoras de frequências próximas se superpõem,
Ângulo limite: ângulo de incidência em que o produzindo uma onda de frequência rítmica.
raio refrata e sai paralelo à superfície. Bel (B): unidade de intensidade sonora. A
Ano-luz: unidade de distância. Corresponde unidade de referência é de 0 bel, que equivale
à distância percorrida pela luz durante um ano. a 10-12 W/m2, que é conhecida como limiar de
Equivalente a 9,46 x 1012 km. audição.

2
Big Bang: evento que teria desencadeado a Unidade no SI: tesla (T = kg.s-2.A-1). É uma
formação de matéria, energia, espaço e tempo e grandeza vetorial.
cujos efeitos ainda se manifestam na expansão
Capacidade térmica: grandeza escalar
do Universo como conhecemos hoje.
correspondente à quantidade de calor necessária
Braço de alavanca: distância perpendicular para variar a temperatura de uma substância.
entre o eixo de rotação e o ponto de atuação de Unidade no SI: J/K.
uma força.
Capacitância: grandeza escalar correspondente
Buraco negro: região do espaço com enorme à capacidade de armazenar energia elétrica em
campo gravitacional, da qual nem mesmo a luz um dispositivo (capacitor). Unidade no SI: farad
escapa. (F = s4.A2.m-2.kg-1).
Calefação: mudança do estado líquido para o Capacitor: instrumento capaz de armazenar
gasoso que ocorre a uma temperatura maior do carga elétrica em um circuito.
que a temperatura de ebulição.
Carga elétrica: grandeza escalar correspondente
Calor: grandeza escalar correspondente à à propriedade fundamental das partículas que
energia que flui entre corpos em decorrência da descreve suas interações eletromagnéticas.
diferença de temperatura entre eles. Unidade no Unidade no SI: coulomb (C).
SI: joule (J).
Centi (c): Prefixo utilizado para representar que
Calor específico: grandeza escalar a unidade é multiplicada por um fator de 10 -2.

GLOSSÁRIO DE FÍSICA
correspondente à quantidade de calor necessária
Centro de gravidade: ponto hipotético
para fazer variar a temperatura de uma certa
localizado no centro da distribuição de peso de
quantidade de massa de uma substância.
um corpo, onde podemos considerar que atua a
Unidade no SI: J/(kg . K).
força gravitacional (não confundir com centro de
Calor latente: grandeza escalar correspondente massa).
à quantidade de calor necessária para que uma
Centro de massa: ponto hipotético localizado
certa quantidade de uma substância mude de
no centro de distribuição de massa de um corpo,
fase. Unidade no SI: J/kg.
onde podemos considerar que esteja concentrada
Calor sensível: grandeza escalar toda a sua massa.
correspondente ao calor responsável por variar
Cinemática: área da física responsável pelo
a temperatura de uma substância, sem que ela
estudo dos movimentos dos corpos.
mude de fase.
Circuito elétrico: caminho fechado por onde
Caloria (cal): unidade de calor. Equivalente ao
pode passar uma corrente elétrica. Geralmente é
calor necessário para aumentar a temperatura
composto por diversos dispositivos.
de 1 g de água em 1 ºC. 1 cal = 4,184 J.
Colisão elástica: tipo de colisão ideal em
Campo elétrico: campo associado a uma
que os objetos colidem sem sofrer deformações
carga elétrica. Cada carga possui o seu próprio
permanentes ou dissipação de energia.
campo elétrico. Unidade no SI: N/C. É uma
grandeza vetorial. Colisão inelástica: tipo de colisão em que a
energia cinética do sistema não se conserva.
Campo gravitacional: campo associado a
uma massa. Todo corpo massivo apresenta um Comprimento de onda: distância entre
campo gravitacional. É uma grandeza vetorial. partes idênticas e consecutivas de uma onda
(como entre uma crista e a crista seguinte). Dado
Campo magnético: campo presente em
em metros, no SI.
regiões próximas a um ímã ou a uma carga
elétrica em movimento.

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Condensação: mudança do estado gasoso Constante universal dos gases ideais:
para o líquido. constante de proporcionalidade utilizada no
estudo termodinâmico das variáveis de estado
Condição de equilíbrio: para que um corpo dos gases ideais. Representada por R e vale
ou sistema esteja em equilíbrio, é necessário que aproximadamente 8,31 J/mol . K.
a força resultante e o torque (momento de uma
força) resultantes sejam nulos. Contato térmico: estado no qual dois ou mais
sistemas termodinâmicos podem trocar calor
Condução: processo de transmissão de entre si.
calor que ocorre diretamente entre os átomos/
moléculas próximos, em virtude do aumento de Convecção: processo de transmissão de calor
temperatura do sistema. que ocorre nos fluidos devido à sua diferença de
densidade em diferentes partes.
Condutividade elétrica: grandeza escalar
correspondente ao quão bom um material é em Corpo extenso: corpo cujas dimensões são
conduzir corrente elétrica. Unidade no SI: 1/(Ω . m). relevantes para o fenômeno que está sendo
estudado.
Condutividade térmica: grandeza escalar
correspondente ao quão bom ele é em conduzir Corrente alternada: corrente elétrica caracterizada
calor. Unidade no SI: W/(m . K). pela inversão do seu sentido ao longo do tempo.
Congelamento: mudança do estado líquido Corrente contínua: corrente elétrica cujo
para o sólido. sentido não se altera.
GLOSSÁRIO DE FÍSICA

Conservação de carga: princípio que nos diz Corrente elétrica: grandeza escalar correspondente
que uma carga elétrica não pode ser criada nem ao fluxo ordenado de carga elétrica. Unidade no SI:
destruída, apenas transferida de um corpo para ampère (A = C/s).
outro.
Coulomb (C): unidade de carga elétrica no
Conservação de energia: princípio que SI. Equivalente à carga elétrica transportada e 1
nos diz que a energia não pode ser criada nem segundo por uma corrente de 1 ampère (C = A . s).
destruída: ela apenas é transformada em outros
Crista: ponto de máxima amplitude de uma
tipos de energia, sem que sua quantidade total
onda. A região é oposta a um vale.
se altere.
Curto-circuito: fluxo excessivo de carga em
Conservação de quantidade de
um circuito, o que causa danos sobre o mesmo.
movimento: princípio que nos diz que, na
ausência de uma força resultante externa, a Decibel (dB): um décimo de bel. A escala dB
quantidade de movimento de um corpo ou é logarítmica.
sistema não se altera.
Densidade: grandeza escalar correspondente
Constante de Gravitação Universal: à relação entre uma massa e o volume no qual
constante de proporcionalidade utilizada na ela está distribuída. Unidade no SI: kg/m3.
Lei da Gravitação Universal de Newton. É
representada por G e vale aproximadamente Deslocamento:grandeza vetorial correspondente
6,67 x 10-11 N . m2/kg2. à variação da posição de um corpo em um certo
intervalo de tempo. Unidade no SI: metro (m). Não
Constante de Planck: constante de confundir com distância percorrida.
proporcionalidade utilizada na mecânica
quântica, importante para os estudos de Diapasão: instrumento utilizado para afinação
quantização de energia. É representada por h e de instrumentos musicais através da vibração de
vale aproximadamente 6,6 x 10-34 J . s. uma onda emitida.

4
Diferença de potencial (ddp): grandeza escalar Efeito Doppler: fenômeno em que a
correspondente à diferença de potencial elétrico frequência aparente de uma onda é alterada
entre dois pontos. Unidade no SI: volt (V = J/C). devido ao movimento relativo entre a fonte da
onda e o receptor.
Difração: fenômeno em que uma onda
contorna um obstáculo ou atravessa uma fenda Efeito fotoelétrico: fenômeno em que elétrons
estreita. são emitidos por metais ao serem expostos a
luzes de determinadas frequências.
Dinâmica: área da física responsável pelo
estudo do movimento dos corpos juntamente Eixo de rotação: eixo (material ou imaginário)
com a origem desses movimentos. em torno do qual um corpo realiza um movimento
de rotação.
Diodo: instrumento que permite a passagem
em um único sentido da corrente elétrica em um Eixo principal: no contexto de lentes: linha
circuito. que une os centros de curvatura da superfície.
No contexto de espelhos: linha que une o centro
Dispersão: fenômeno em que a luz branca, de curvatura e o foco.
em interação com um prisma/rede de difração,
é decomposta nas cores que a compõem de Eletricidade: termo utilizado para designar
acordo com suas frequências. fenômenos elétricos.
Distância focal: em uma lente, corresponde à Eletrização: processo no qual um corpo recebe
distância entre o centro e um dos pontos focais. ou perde elétrons, deixando de ser neutro e

GLOSSÁRIO DE FÍSICA
Se tratando de espelhos, corresponde à distância tornando-se eletrizado.
do espelho ao ponto focal.
Eletrização por atrito: processo de eletrização
Distância percorrida: grandeza escalar no qual a transferência de elétrons entre corpos é
correspondente ao comprimento do trajeto feita ao esfregar um corpo no outro.
percorrido durante um movimento. Unidade no
Eletrização por contato: processo de
SI: metro (m).
eletrização no qual ocorre uma redistribuição de
Domínio magnético: região dentro de um carga após dois condutores entrarem em contato,
material magnético em que a magnetização se de forma que ambos fiquem com a mesma carga.
dá em uma direção uniforme.
Eletrização por indução: processo de
Ebulição: mudança do estado líquido para eletrização no qual ocorre uma aproximação
o gasoso. Ocorre em toda a extensão de um entre um corpo eletrizado (indutor) e um corpo
líquido e a uma certa condição específica de neutro (induzido).
temperatura e pressão.
Eletrodinâmica: área da física responsável
Eclipse lunar: evento astronômico em que a pelo estudo de fenômenos associados ao
Lua passa por dentro da sombra da Terra. No movimento de cargas elétricas (corrente elétrica).
eclipse lunar, a Terra se localiza entre o Sol e a
Eletrodo: terminal de uma bateria, por onde
Lua.
pode passar uma corrente elétrica.
Eclipse solar: evento astronômico no qual a
Eletroímã: ímã que apresenta propriedades
Lua, situada entre a Terra e o Sol, oculta a maior
magnéticas produzidas por uma corrente elétrica.
parte da luz emitida pelo Sol, e a sua sombra
recai sobre parte da Terra. Eletromagnetismo: área da física responsável
pelo estudo de fenômenos associados a
Eco: reflexão do som que se dá a uma distância
eletricidade e magnetismo.
relativamente longa (para que seja percebida a
diferença entre os sons) da fonte. Elétron: partícula elementar negativamente
carregada.

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Elétron-volt (eV): quantidade de energia equilíbrio. Esse tipo de equilíbrio faz com que
equivalente à que um elétron adquire quando um objeto tenda a se afastar cada vez mais da
acelera numa ddp de 1 volt. 1 eV = 1,60 x 10-19 J. posição de equilíbrio devido a um deslocamento.
Eletrostática: área da física responsável Equilíbrio térmico: estado em que dois
pelo estudo de fenômenos associados a cargas corpos, em contato térmico, não variam suas
elétricas em repouso. temperaturas.
Elipse: curva cônica caracterizada por ter Escala Celsius: escala termométrica em que,
constante a soma das distâncias entre um ponto ao nível do mar, 0 ºC corresponde ao ponto de
da curva e os dois focos. congelamento da água e 100 ºC correspondem
ao ponto de ebulição da água.
Empuxo: força vertical e para cima exercida por
um fluido sobre um corpo nele imerso. Escala Fahrenheit: escala termométrica em
que, ao nível do mar, 32 ºF correspondem ao
Energia: grandeza física que pode ser ponto de fusão da água e 212 ºF correspondem
convertida em diversas formas e não é bem ao ponto de ebulição da água.
definida conceitualmente. É compreendida como
a capacidade de realizar trabalho. Unidade no SI: Escala Kelvin: escala termométrica considerada
joule (J). a escala absoluta de temperatura, em que não
existem temperaturas negativas e 0 K corresponde
Energia cinética: energia mecânica associada ao zero absoluto.
ao movimento.
GLOSSÁRIO DE FÍSICA

Espectro: para uma luz branca, corresponde


Energia interna: energia interna a um sistema à faixa de cores vista quando essa luz sofre
físico. Em algumas situações, pode se referir à dispersão. Em uma ordem crescente de
energia contida em uma partícula. frequências, as cores que compõem o espectro
Energia mecânica: energia cinética, potencial são as seguintes: vermelho, laranja, amarelo,
ou a combinação entre as duas. verde, azul, anil e violeta.

Energia potencial elástica: energia armazenada Espectro de absorção: espectro contínuo


por um corpo ao ser submetido a uma deformação. interrompido por linhas negras em certas
frequências. Essas são resultantes da absorção
Energia potencial elétrica: energia armazenada da luz após passar por uma determinada
por uma carga devido à sua localização em um substância.
campo elétrico.
Espectro de emissão: distribuição de
Energia potencial gravitacional: energia comprimentos de onda da luz que são emitidos
armazenada por um corpo devido à sua altura em uma determinada fonte luminosa.
um referencial dentro de um campo gravitacional.
Espectro de linhas: padrão de linhas coloridas
Entropia: grandeza escalar correspondente único associado a cada elemento químico. Cada
à medida do grau de desordem de um dado linha representa um comprimento de onda
sistema. Unidade no SI: J/K. particular.
Equilíbrio estável: estado de equilíbrio em Espectro eletromagnético: escala que
que um corpo tem o seu centro de gravidade representa as ondas eletromagnéticas de acordo
elevado ao ser deslocado da posição de equilíbrio. com as suas frequências.
Nesse tipo de equilíbrio, o objeto tende a voltar à
posição original. Espectrômetro: instrumento utilizado para
separar e medir as frequências componentes de
Equilíbrio instável: estado de equilíbrio em um feixe luminoso na forma de linhas espectrais.
que o corpo tem o seu centro de gravidade
abaixado ao ser deslocado da posição de Espelho côncavo: espelho cuja curvatura é
“para dentro”.

6
Espelho convexo: espelho cuja curvatura é Força centrífuga: sensação, decorrente de
“para fora”. A imagem formada nesse tipo de efeitos inerciais, experimentada por um corpo
espelho é sempre virtual, direita e menor do que que esteja em movimento circular. Não é, de fato,
o objeto. uma força, e sim uma “força aparente” dirigida
para fora da curva de rotação.
Espelho plano: espelho que possui superfície
plana. Força centrípeta: força que aponta para o
centro de uma trajetória circular ou curvilínea,
Estado físico: característica de objetos responsável por alterar a direção da velocidade.
macroscópicos originada do movimento de suas
partículas. Força de reação: de acordo com a terceira lei
de Newton, quando uma força é exercida sobre
Evaporação: mudança do estado líquido para um corpo (força de ação), este exerce uma força
o gasoso. Ocorre de forma lenta e na superfície chamada força de reação, que possui o mesmo
do líquido a uma temperatura menor do que a módulo, mesma direção e sentido oposto à força
temperatura de ebulição. de ação.
Fase (1): fração do ciclo de uma onda no qual Força elástica: força exercida por um corpo
um ponto dessa onda se encontra em um dado elástico quando deformado. Essa força sempre
instante. se opõe à deformação.
Fase (2): ver estado físico. Força eletromotriz: voltagem que origina
Física: ciência que busca estudar e compreender uma corrente elétrica.

GLOSSÁRIO DE FÍSICA
a origem, o funcionamento e a relação entre Força elétrica: força atrativa ou repulsiva
fenômenos associados à natureza e ao universo exercida por uma carga elétrica sobre outra.
em si.
Força magnética: força atrativa ou repulsiva
Física moderna: nome dado ao conjunto de existente entre polos magnéticos.
áreas de estudo da física desenvolvidas a partir
do início do século XX em virtude das teorias de Força gravitacional: força atrativa entre
relatividade e mecânica quântica. corpos massivos.
Física quântica: área da física responsável Força normal: força exercida por uma
pelo estudo da natureza e dos fenômenos a superfície sobre um objeto nela apoiado. Recebe
níveis atômicos e subatômicos (de partículas esse nome porque sua direção é sempre normal
ainda menores do que o átomo). (ortogonal) à superfície.
Fluido: substância capaz de fluir, escoar. Gases Força nuclear forte: força de atração entre
e líquidos são exemplos de fluidos. os núcleons (prótons e nêutrons) no interior do
núcleo atômico.
Foco (1): uma elipse apresenta dois focos, que
são pontos localizados sobre o maior eixo. A Força nuclear fraca: força responsável pela
soma das distâncias de um ponto qualquer da emissão beta.
elipse aos dois focos é um valor constante.
Força resultante: soma de todas as forças
Foco (2): ponto para onde os raios de luz que atuam sobre um corpo.
paralelos ao eixo principal convergem (no caso
Fóton: partícula elementar mediadora da força
de lentes convergentes e espelhos côncavos);
eletromagnética e manifestação da luz como
ponto de onde os raios divergem (no caso de
partícula.
lentes divergentes e espelhos convexos).
Frequência: grandeza escalar correspondente
Força: grandeza vetorial capaz de alterar o
ao número de vezes em que um fenômeno
estado de inércia de um corpo. Unidade no SI:
periódico se repete por unidade de tempo.
newton (N).

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Unidade no SI: hertz (Hz). Ímã: objeto que possui propriedades magnéticas.
Frequência fundamental: a menor Imagem direita: possui o mesmo sentido do
frequência natural de vibração de um corpo. objeto.
Frequência natural: frequências possíveis na Imagem invertida: possui o sentido oposto
qual um corpo vibra quando perturbado por uma ao do objeto.
força externa.
Imagem real: imagem obtida por raios de luz
Fulcro: ponto de apoio de uma alavanca. que convergem. Esse tipo de imagem pode ser
projetada sobre uma tela.
Fusão: mudança do estado sólido para o líquido.
Imagem virtual: imagem formada pelo
Fusível: instrumento de um circuito elétrico
prolongamento de raios de luz. Pode ser vista
que interrompe a corrente elétrica quando esta
por um observador, mas não projetada sobre
atinge um valor que oferece riscos.
uma tela.
Galvanômetro: instrumento utilizado para
Imponderabilidade: condição em que ocorre
detectar corrente elétrica.
uma sensação de “peso zero” em decorrência de
Gás: estado físico capaz de se expandir se estar em queda livre sem que haja uma força
livremente até ocupar todo o recipiente, sem de suporte.
adquirir uma forma definida.
Impulso: grandeza vetorial correspondente
ao produto entre uma força e o intervalo de
GLOSSÁRIO DE FÍSICA

Gerador: instrumento utilizado para produzir


energia elétrica. tempo em que essa força é aplicada. Também
corresponde à variação da quantidade de
Grama (g): unidade de massa. 1 g = 0,001 kg. movimento (teorema do impulso) Unidade no SI:
Grandeza física: atribuição qualitativa e N . s = kg . m/s.
quantitativa que permite mensurar elementos Índice de refração: grandeza adimensional
relacionados a fenômenos físicos. associada a um meio material, obtida através
Grandeza escalar: grandeza que é bem da razão entre a velocidade da luz no vácuo e a
caracterizada apenas pela sua magnitude e velocidade da luz nesse meio material.
unidade. Indução eletromagnética: indução de
Grandeza vetorial: grandeza que deve ser voltagem em um condutor através da variação de
caracterizada por uma orientação (direção e um campo magnético próximo a esse condutor.
sentido) além de por magnitude e por unidade. Inércia: tendência dos corpos de resistir a
Grau: divisão de ângulo cuja unidade alterações em seu estado de movimento.
corresponde a 1/360 de uma circunferência. Infravermelho: uma faixa do espectro
Gravidade: dependendo da definição, pode eletromagnético. Radiação cuja faixa de
se referir à aceleração gravitacional ou à força frequência está abaixo da faixa de luz vermelha
gravitacional. visível.

Gravitação: efeito de atração mútua entre dois Intensidade: grandeza escalar correspondente
corpos massivos. à potência por metro quadrado de uma onda
sonora. Unidade no SI: W/m2.
Harmônico: múltiplo inteiro da frequência
fundamental de um corpo. Interferência: fenômeno ondulatório
caracterizado pela superposição de duas ondas
Hertz (Hz): unidade de frequência no SI. ao se encontrarem.
Equivalente a uma oscilação/vibração por
segundo (Hz = 1/s).

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Interferência construtiva: tipo de pressão e do volume é constante.
interferência em que as ondas superpostas Lei de Coulomb: em um sistema composto
produzem uma onda de amplitude maior. por duas cargas elétricas, cada uma das cargas
Interferência destrutiva: tipo de exerce sobre a outra uma força (atrativa ou
interferência em que a crista de uma onda se repulsiva) diretamente proporcional ao produto
superpõe ao vale da outra, produzindo uma das cargas e inversamente proporcional ao
onda resultante com amplitude reduzida. quadrado da distância entre elas. A constante de
proporcionalidade k equivale a 9 . 109 N . m2 / C2.
Interruptor: dispositivo usado para abrir ou
fechar circuitos elétricos. Lei de Faraday: a voltagem induzida sobre um
sistema de espiras é proporcional ao número de
Ionização: efeito de adicionar ou remover espiras e à taxa de variação do campo magnético
elétrons de um átomo, tornando-o um íon. presente.
Irradiação (radiação): processo de Lei de Hooke: a deformação sofrida por um
transmissão de calor que se dá na forma de corpo que apresenta elasticidade é diretamente
ondas eletromagnéticas, não necessitando de proporcional à força que causa essa deformação.
um meio material para haver a propagação. A constante de proporcionalidade k é chamada
Isolante elétrico: material que não é um bom de constante elástica.
condutor de eletricidade. Lei de Lenz: o sentido da corrente, gerada por
Isolante térmico: material que não é um bom indução eletromagnética, é o oposto da variação

GLOSSÁRIO DE FÍSICA
condutor de calor. do campo magnético que lhe deu origem.

Joule (J): unidade de energia no SI. Leis de Kepler: 1. Cada planeta do Sistema
Solar descreve uma órbita elíptica, com o Sol
Kelvin: unidade de temperatura no SI. 0 K localizado em um dos focos.
corresponde ao zero absoluto (aproximadamente
-273 ºC). 2. A linha que liga cada planeta até o Sol percorre
áreas iguais em intervalos de tempo iguais.
Lâmina bimetálica: formada por duas lâminas
de metais diferentes, soldadas ou rebitadas. 3. O quadrado do período orbital de um planeta
Utilizadas em termostatos. é diretamente proporcional ao cubo do raio
médio do planeta em relação ao Sol.
Lei: afirmação geral que sintetiza ideias testadas
muitas vezes sem apresentar contradições, Leis de Newton: 1. Inércia: todo corpo tem
acerca de fenômenos físicos. a tendência de permanecer em seu estado de
repouso ou de movimento retilíneo e uniforme
Lei da gravitação universal: em um até que esse estado seja alterado por uma força
par de quaisquer corpos massivos, cada um resultante exercida sobre o corpo.
dos corpos exerce sobre o outro uma força
diretamente proporcional ao produto de 2. A aceleração de um corpo submetido a uma
suas massas e inversamente proporcional ao força resultante é diretamente proporcional a
quadrado da distância entre eles. A constante de essa força e inversamente proporcional à massa
proporcionalidade é a constante de Gravitação do corpo.
Universal, representada por G. 3. Quando um corpo exerce uma força (força de
Lei da reflexão: o ângulo de incidência de uma ação) sobre um outro corpo, este devolve a força
onda sobre uma superfície é igual ao ângulo de (força de reação), que possui mesmo módulo,
reflexão. mesma direção e sentido oposto à força de ação.

Lei de Boyle: para uma certa quantidade de Leis de Ohm: 1. A corrente elétrica em
um gás a uma temperatura fixa, o produto da um circuito é diretamente proporcional e
inversamente proporcional à resistência.

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2. A resistência elétrica de um material de secção Luz monocromática: luz de uma única cor,
transversal constante é diretamente proporcional formada por ondas de mesma frequência.
ao seu comprimento e inversamente proporcional
Luz visível: parte do espectro eletromagnético
à sua área de secção transversal, dependendo
que pode ser enxergada pelo olho humano.
também do tipo de material.
Magnetismo: fenômenos que são associados
Lente: pedaço de um material transparente,
a campos magnéticos.
como vidro ou acrílico, capaz de desviar a luz
para um foco. Máquina simples: instrumento capaz de
aumentar (ou diminuir) uma força ou então
Lente convergente: desvia os raios paralelos
alterar a sua direção.
de luz que a atravessam para um foco. São mais
largas no meio do que nas bordas. Máquina térmica: instrumento capaz de
utilizar calor fornecido para realizar trabalho.
Lente divergente: faz os raios paralelos de luz
Uma máquina térmica também pode utilizar
que a atravessam divergirem, como se tivessem
trabalho para transferir calor de um lugar mais
partido de um mesmo ponto. São mais largas nas
frio para um lugar mais quente.
bordas do que no meio.
Maré: fenômeno em que o nível das águas é
Lente objetiva: em um instrumento óptico
alterado devido à atração gravitacional exercida
que possui lentes como componentes, a lente
pelo Sol e pela Lua.
objetiva é a lente localizada mais próxima do
objeto observado. Massa: grandeza escalar correspondente à
GLOSSÁRIO DE FÍSICA

quantidade de matéria de um corpo. Equivale à


Lente ocular: em um instrumento óptico que
resistência que esse corpo oferece à mudança do
possui lentes como componentes, a lente ocular
seu movimento. Unidade no SI: quilograma (kg).
é a lente localizada mais próxima do observador.
Massa atômica: massa média dos átomos de
Liga: mistura sólida de dois ou mais metais ou
um elemento.
de um metal com um não-metal.
Massa molar: massa correspondente a 1 mol
Linhas de absorção: linhas escuras
de alguma coisa.
representadas em um espectro de absorção.
Cada elemento possui um único padrão de linhas Matéria: tudo o que ocupa espaço e apresenta
e absorção. massa.
Linhas de campo magnético: linhas que Mecânica: área da física responsável pelo
indicam a forma de um campo magnético de um estudo de fenômenos envolvendo movimento,
ímã. suas descrições, suas causas e efeitos.
Liquefação: ver condensação. Mecânica quântica: área da física responsável
pelo estudo de fenômenos a nível subatômico, se
Líquido: estado físico em que a matéria não
baseando em funções de onda e probabilidades.
possui forma definida (se molda à forma do
recipiente), mas possui volume definido. Mega (M): prefixo utilizado para representar
que a unidade é multiplicada por um fator de 106
Litro (L): unidade de volume. 1 L = 1.000 cm3
(um milhão).
= 0,001 m3.
Método científico: forma de investigar
Luz: radiações eletromagnéticas cuja faixa de
fenômenos naturais de maneira sistemática e
frequência é visível ao olho humano.
lógica.
Luz branca: luz que consiste em uma
Metro (m): unidade de comprimento e
combinação de todas as cores.
distâncias no SI.

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Micro-ondas: ondas eletromagnéticas de Movimento uniformemente variado: tipo de
frequências maiores do que as de ondas de rádio e movimento em que há uma variação no módulo da
menores do que as infravermelhas. velocidade ao longo do tempo, havendo, portanto, a
presença de uma aceleração.
Microscópio: instrumento óptico utilizado para
ampliar objetos muito pequenos. Movimento retrógrado: tipo de movimento que
ocorre no sentido decrescente da trajetória orientada.
Mili (m): Prefixo utilizado para representar que a
unidade é multiplicada por um fator de 10-3. Nêutron: partícula eletricamente neutra. Em
conjunto com próton, forma o núcleo atômico.
Miragem: efeito óptico em que uma falsa imagem
é formada pela refração da luz. Newton (N): unidade de força no SI. Equivalente à
força aplicada a um quilograma de massa produzindo
Molécula: união de dois ou mais átomos de uma aceleração de um metro por segundo a cada
mesmo elemento (ou elementos diferentes) através segundo (N = kg . m/s2).
de ligação covalente.
Nó: ponto de uma onda estacionária onde não há
Momento de uma força (torque): grandeza vibração e a energia é mínima.
vetorial correspondente ao produto de uma força
pelo comprimento de um braço de alavanca. O Normal: algo que forme um ângulo reto, ou seja,
torque causa a tendência de uma rotação em um perpendicular.
corpo. Unidade no SI: N . m.
Núcleo atômico: centro dos átomos, composto
Momento linear: ver quantidade de movimento. por prótons e nêutrons. Contém quase toda a massa

GLOSSÁRIO DE FÍSICA
do átomo, porém representa apenas uma pequena
Movimento: alteração da posição de um objeto fração de seu volume.
em um dado referencial.
Ohm (Ω): unidade de resistência elétrica no SI.
Movimento acelerado: tipo de movimento Equivalente à resistência de um corpo percorrido por
uniformemente variado em que a velocidade e a uma corrente de um ampère quando a voltagem
aceleração têm o mesmo sentido: o módulo da aplicada é de um volt (Ω = kg.m²/(s³.A²)).
velocidade aumenta ao longo do tempo.
Onda: uma perturbação transmitida no espaço e no
Movimento circular: tipo de movimento cuja tempo, se repetindo regularmente.
trajetória é uma circunferência.
Onda eletromagnética: onda composta por
Movimento harmônico simples: tipo de oscilações de campos elétricos e magnéticos. Esse
movimento periódico e oscilatório, ocorrendo em tipo de onda é portadora de energia.
torno de uma posição de equilíbrio.
Onda estacionária: padrão de onda formado
Movimento progressivo: tipo de movimento pela superposição de duas ondas idênticas que
que ocorre no sentido crescente da trajetória atravessam o mesmo meio em sentidos opostos.
orientada. Esse tipo de onda, como um todo, parece nunca
Movimento retardado: tipo de movimento estar se propagando.
uniformemente variado em que a velocidade e Onda gravitacional: perturbação gerada pelo
a aceleração têm sentidos opostos: o módulo da movimento de objetos massivos sobre o tecido do
velocidade diminui ao longo do tempo. É dito que esse espaço-tempo.
tipo de movimento apresenta uma “desaceleração”,
ou seja, o objeto está freando. Onda longitudinal: tipo de onda em que as
partículas vibram, individualmente, na mesma
Movimento retilíneo: tipo de movimento em que direção de propagação da onda como um todo.
a trajetória é retilínea.
Onda mecânica: oscilações de matéria. Esse
Movimento uniforme: tipo de movimento em tipo de onda transfere energia através de um
que o módulo da velocidade não varia ao longo do meio material.
tempo.

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Onda transversal: tipo de onda em que a Polia: tipo de máquina simples utilizada para
vibração individual das partículas ocorre em uma mudar a direção de uma força (no caso de
direção perpendicular à propagação da onda polias fixas) ou para ampliá-la (no caso de polias
como um todo. móveis).
Ondulatória: área da física responsável pelo Polo magnético: regiões dos ímãs onde a
estudo das ondas e dos fenômenos a elas força magnética é mais intensa.
associados.
Ponto focal: ponto para onde convergem os
Órbita: trajetória curva, sob ação de uma força, raios de luz paralelos ao eixo principal (no caso
em torno de um ponto ou corpo. de lentes convergentes ou espelhos côncavos)
ou ponto de onde os raios de luz parecem provir
Oscilação: movimento periódico de “vai e (no caso de lentes divergentes ou espelhos
vem” em torno de uma posição de equilíbrio. convexos).
Partícula: uma pequena porção de matéria ou Ponto material: corpo, participante de
energia. um fenômeno físico, que possui dimensões
Partícula elementar: são os blocos desprezíveis, ou seja, que não afetam o estudo
constituintes básicos da matéria. São divididas do fenômeno.
em quarks e léptons.
Potência: grandeza escalar correspondente à
Pascal (Pa): unidade de pressão no SI. taxa de realização de trabalho ou de transformação
Equivalente à força de um newton aplicada sobre de energia. Unidade no SI: watt (W).
GLOSSÁRIO DE FÍSICA

um metro quadrado de área (Pa = N/m2). Potência elétrica: taxa de realização de


Pêndulo: consiste em uma massa suspensa trabalho (medida pelo produto da voltagem e
por um fio inextensível. Essa tem a liberdade de da corrente) ou de transformação de energia
oscilar em torno de um ponto fixo. elétrica.

Perigeu: em uma órbita elíptica, esse é o ponto, Potência solar: taxa de recebimento de
sobre a órbita, mais próximo do centro. energia solar.

Período: tempo necessário para completar um Potencial elétrico: grandeza escalar


ciclo. correspondente à energia potencial elétrica por
unidade de carga. Comumente chamado de
Perpendicular: que forma um ângulo reto (90 voltagem. Sua unidade no SI é o volts (V).
graus).
Pressão: grandeza escalar correspondente à
Peso: força de atração gravitacional exercida razão entre a força aplicada e a área da superfície
por um corpo massivo sobre um objeto de massa de aplicação. Unidade no SI: pascal (Pa).
muito menor do que a dele.
Pressão atmosférica: pressão aplicada
Plano focal: plano perpendicular ao eixo sobre todo corpo imerso na atmosfera. Essa é
principal e que atravessa um dos focos da lente resultado do peso de ar sobre esse corpo. Vale
(ou do espelho). aproximadamente 101 kPa ao nível do mar.
Plasma: estado físico da matéria onde essa é Princípio da incerteza: princípio da mecânica
formada por elétrons livres e íons positivamente quântica que estabelece um limite na precisão
carregados. Geralmente ocorre em altíssimas com que alguns pares de grandezas físicas
temperaturas. de uma dada partícula podem ser conhecidos
Polarização: fenômeno ondulatório que simultaneamente. Alguns desses pares são:
consiste no alinhamento das vibrações de uma posição e quantidade de movimento e energia
onda transversal. Ocorre através da eliminação e tempo.
de ondas que vibram em outras direções.

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Princípio da superposição: princípio para aumentar a temperatura de um quilograma
da ondulatória: quando duas ou mais ondas de água em 1 ºC.
ocupam o mesmo espaço ao mesmo tempo, os Quilograma (kg): unidade de massa no SI.
seus deslocamentos individuais se somam em Equivalente a 1000 gramas.
cada ponto do espaço.
Quilômetro (km): unidade de distância.
Princípio de Arquimedes: princípio da Equivalente a 1000 metros (km = 1000 m).
hidrostática que estabelece uma relação entre
força de empuxo e volume de fluido deslocado Quilowatt (kW): unidade de potência
por um objeto imerso nesse fluido. equivalente a 1000 watts (1 kW = 1000 W).
Princípio de Pascal: princípio da hidrostática Quilowatt-hora (kWh): quantidade de
que diz que uma variação de pressão aplicada energia consumida durante 1 hora a uma taxa
sobre qualquer ponto de um fluido será de 1 quilowatt.
transmitida integralmente a todo o fluido, desde
Radiação: pode se referir à energia transmitida
que este esteja em repouso e num recipiente
por ondas eletromagnéticas ou a partículas
fechado.
emitidas por núcleos de átomos radioativos.
Prisma: objeto de material transparente usado Também pode ser um sinônimo de irradiação.
para decompor a luz branca, por refração, em
Radiano: unidade padrão de medida angular.
suas cores componentes.
Corresponde à razão entre o comprimento de um
Projétil: um objeto que se move no espaço sob arco e o seu raio.

GLOSSÁRIO DE FÍSICA
ação única da gravidade e da resistência do ar
Radioatividade: processo que ocorre quando
(se esta for considerada).
o núcleo de alguns átomos emite partículas
Próton: partícula positivamente carregada. Em energéticas.
conjunto com nêutron, forma o núcleo atômico.
Raio: feixe estreito de luz. Na óptica, também
Quanta: plural de quantum. pode se referir às linhas traçadas para representar
as trajetórias de um feixe luminoso.
Quantidade de calor: ver calor.
Raio X: uma faixa do espectro eletromagnético.
Quantidade de movimento: grandeza Radiação de frequência maior que o ultravioleta
vetorial correspondente ao produto entre a (invisível). Geralmente emitida por átomos que
massa de um corpo e sua velocidade. Unidade tiveram seus elétrons mais internos excitados.
no SI: kg . m/s.
Referencial: sistema de coordenadas de
Quantum: a menor quantidade discreta referência utilizado para medir diversas
possível para uma uma grandeza física. grandezas físicas.
Quark: uma classe de partículas elementares. Reflexão: fenômeno ondulatório em que a
Possuem seis tipos, sendo dois deles (up e down) onda atinge um obstáculo e retorna ao seu
os componentes dos prótons e dos nêutrons. mesmo meio de propagação. No caso da óptica,
Queda livre: movimento vertical sob influência é o fenômeno em que raios de luz retornam
apenas da gravidade. após atingir uma superfície. O ângulo de retorno
deve ser igual ao ângulo de incidência sobre a
Quilo (k): prefixo utilizado para representar superfície.
que a unidade é multiplicada por um fator de 103
(mil). Refração: fenômeno ondulatório em que uma
onda muda o seu meio de propagação, tendo a
Quilocaloria (kcal): unidade de calor. sua velocidade alterada. No caso da óptica, é uma
Equivalente a 1000 calorias, 1 caloria de passagem de um raio de luz de um meio óptico
alimento ou à quantidade de calor necessária para outro, com diferente índice de refração.

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Relativístico: algo que possui velocidade entre si. Sistema Internacional de Unidades (SI):
próxima à velocidade da luz. Corpo sobre o conjunto de medidas aceito e usado por diversos
qual os efeitos da teoria da relatividade não são cientistas em todo o mundo.
desprezíveis. Sólido: estado físico em que forma e volume são
Relativo: considerado em relação a alguma bem definidos, ou seja, resistente a deformações.
outra coisa. Depende do referencial. Solidificação: mudança do estado líquido para
Rendimento: medida da eficiência energética o estado sólido.
de algo. Em uma máquina térmica, se refere Som: onda longitudinal que consiste de sucessivas
ao percentual de energia que essa é capaz de compressões e rarefações do meio de propagação.
aproveitar para realizar trabalho útil.
Sublimação: mudança direta do estado sólido
Resistência do ar: atrito atuante sobre tudo para o gasoso, sem passar pelo estado líquido.
que se move através do ar. A mudança do estado gasoso para o sólido
Resistência elétrica: grandeza escalar também é chamada de sublimação, podendo
correspondente à resistência que um determinado também ser chamada de ressublimação.
corpo oferece ao fluxo de corrente elétrica Supercondutor: material que possui resistência
Unidade no SI: ohm (Ω). nula ao fluxo de corrente elétrica, ou seja, um
Resistor: instrumento de um circuito elétrico. condutor perfeito.
Projetado para oferecer uma grande resistência Telescópio: instrumento óptico utilizado para
GLOSSÁRIO DE FÍSICA

ao fluxo de corrente elétrica. observar objetos muito distantes.


Ressonância: fenômeno ondulatório que Temperatura: grandeza escalar correspondente
ocorre quando uma vibração externa que atua à medida da energia cinética média das moléculas
sobre um corpo possui frequência idêntica de um corpo. Unidade no SI: kelvin (K).
à frequência natural do mesmo. Tem como
consequência um considerável aumento da Tempo: grandeza escalar correspondente ao
amplitude de vibração. sequenciamento correto de eventos, mediante
ordem de ocorrência. Unidade no SI: segundo (s).
Reverberação: quando o som é captado
pelo tímpano humano após ser refletido por um Tensão: também chamada de força de tração,
obstáculo muito próximo, o tímpano ainda está é a resultante das forças de atração e repulsão
vibrando e não há percepção de diferença entre entre as partículas de um sólido submetido a
o som emitido e o som refletido. uma deformação.
Roldana: ver polia. Tensão: ver diferença de potencial.
Rotação: movimento giratório. Ocorre quando Tensão superficial: característica da superfície
um objeto gira em torno de um eixo (eixo de de líquidos onde elas tendem a se comportar
rotação) que está localizado em seu interior. como uma membrana elástica.
Satélite: corpo que orbita outro corpo Teorema de Stevin: teorema da hidrostática:
consideravelmente maior. a diferença entre as pressões de dois pontos de
um fluido em equilíbrio é igual ao produto entre
Semicondutor: corpo que possui propriedades a densidade do fluido, a aceleração da gravidade
de condução intermediárias (entre condutores e e a diferença entre as profundidades dos pontos.
isolantes). Podem variar consideravelmente sua
resistência caso condições como temperatura e Teorema trabalho-energia cinética: o
voltagem aplicada sejam alteradas. trabalho realizado sobre um objeto é equivalente
à variação da energia cinética causada no
Sistema físico: conjunto de corpos que mesmo.
possuem algum tipo de vínculo ou interação

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Termodinâmica: área da física responsável Vácuo: ausência de matéria.
pelo estudo do calor e da sua transformação em
energia mecânica. Vale: ponto de mínima amplitude de uma onda.
A região é oposta a uma crista.
Termologia: área da física responsável pelo
estudo do calor e de seus efeitos sobre a matéria. Vantagem mecânica: razão entre a força na
saída e a força na entrada de uma máquina.
Termômetro: instrumento utilizado para medir
temperatura. Vapor: substância no estado gasoso a uma
temperatura inferior à sua temperatura crítica,
Trabalho: produto entre a força aplicada sobre ou seja, que pode ser condensada para o estado
um corpo e o deslocamento espacial desse corpo líquido apenas pelo aumento de pressão.
devido à ação dessa força. Trabalho é uma
medida de transferência de energia. Vaporização: mudança do estado líquido para
o vapor. Subdividida em calefação, ebulição e
Tração: ver tensão. evaporação.
Trajetória: conjunto de posições ocupadas pelo Velocidade: grandeza vetorial correspondente
móvel ao longo do movimento. à rapidez com que um corpo se desloca em um
dado instante, juntamente com a orientação
Transformação adiabática: transformação
desse movimento. Também chamada de
termodinâmica em que nenhum calor entra ou
velocidade instantânea. Unidade no SI: m/s.
sai do sistema de estudo, ou seja, o sistema não
troca calor com sua vizinhança. Velocidade angular: grandeza vetorial

GLOSSÁRIO DE FÍSICA
correspondente à rapidez com que é realizado
Transformação isobárica: transformação
um percurso circular. Unidade no SI: rad/s.
termodinâmica de um gás em que a pressão é
constante. Velocidade da luz: ao se referir à velocidade
da luz, é considerada a velocidade da luz
Transformação isotérmica: transformação
no vácuo, representada pela letra c e sendo
termodinâmica de um gás em que a temperatura
uma constante universal, independente do
é constante.
observador. É a maior velocidade possível no
Transformação isovolumétrica (isocórica, universo e vale aproximadamente 3 x 108 m/s.
isométrica): transformação termodinâmica de Em um meio material, a velocidade da luz é
um gás em que o volume constante. reduzida.
Transformador: instrumento usado para Velocidade da onda: rapidez com que uma
aumentar ou diminuir a voltagem ou para onda se propaga, juntamente com sua direção e
transferir potência elétrica de um circuito a outro. sentido de propagação.
Transistor: instrumento semicondutor utilizado Velocidade de escape: velocidade mínima
para amplificar ou atenuar a intensidade da que um corpo precisa atingir para escapar da
corrente elétrica em circuitos. influência gravitacional de um corpo celeste.
Tubo de Pitot: instrumento utilizado para Velocidade do som: velocidade com que
medir a velocidade de fluidos. uma onda sonora se propaga. A velocidade do
som no ar vale aproximadamente 340 m/s.
Ultravioleta: uma faixa do espectro
eletromagnético. Radiação de frequência um Velocidade linear (tangencial):
pouco superior às da luz violeta visível. componente da velocidade que é tangente à
trajetória de um corpo.
Unidade: quantidade específica de uma dada
grandeza física. Geralmente utilizada como Velocidade média: grandeza vetorial
padrão para fazer comparações e aferir medidas. correspondente a uma taxa de variação da
posição em função do tempo. Unidade no SI: m/s.

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Ventre: ponto de uma onda estacionária onde Voltímetro: instrumento utilizado para medir
deslocamento e energia são máximos. diferenças de potencial.
Vetor: elemento matemático utilizado para Volume: grandeza escalar correspondente à
representar grandezas vetoriais. Representado quantidade de espaço ocupada por um corpo.
visualmente por uma flecha cujo tamanho Unidade no SI: metro cúbico (m3).
indica o módulo e a orientação indica a direção
e o sentido da grandeza. Watt (W): unidade de potência no SI. Equivalente
a um joule de trabalho realizado por um segundo
Volt (V): unidade de potencial elétrico no SI. (W = J/s).
Equivalente à diferença de potencial pela qual
um coulomb de carga ganha um joule de energia Zero absoluto: menor valor de temperatura que
(V = J/C). qualquer corpo pode atingir. Nessa temperatura
(-273,15 ºC ou 0 K), os átomos atingem sua
Voltagem: ver diferença de potencial. energia cinética mínima.

ANOTAÇÕES
GLOSSÁRIO DE FÍSICA

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MOVIMENTO UNIFORME

O modelo idealizado, no qual o móvel mantém sua velocidade instantânea constante e não
nula, é denominado Movimento Uniforme (MU). Uma velocidade constante e diferente
de zero implica em aceleração nula. Desta forma, o móvel percorre deslocamentos
iguais em tempos iguais.

A função que descreve o movimento uniforme é chamada de função horária das


posições do MU:

𝑆⃗ = 𝑆⃗0 + 𝑉 � 𝑡

Onde s é a posição (no espaço) do móvel no instante t; s0 é a sua posição inicial, e v a


sua velocidade.

Podemos notar na fórmula acima, que a posição em que móvel se encontra no instante
t nada mais é do que a posição onde ele se encontrava no início da trajetória mais o
quanto ele se deslocou. Veja:

𝑆⃗ = 𝑆⃗0 + 𝑉 � 𝑡

Posição no Posição Quanto o


instante t inical móvel se
deslocou
ANOTAÇÕES

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MOVIMENTO
UNIFORMEMENTE VARIADO
O modelo que descreve aqueles movimentos cuja velocidade varia de forma regular
é chamado de movimento uniformemente variado (MUV) e tem como principais
representantes os movimentos verticais sob a ação exclusiva da aceleração da gravidade.

A grandeza física que indica como a velocidade varia no tempo se chama aceleração.
Sempre que houver uma variação em uma velocidade dizemos que houve aceleração.

Em um automóvel, por exemplo, tanto o acelerador quanto o freio podem produzir


acelerações, já que são capazes de provocar variações na velocidade do veículo.

ACELERAÇÃO
A expressão matemática para a aceleração de um móvel é:
∆𝑣⃗
𝑎⃗ =
∆𝑡
e a unidade de aceleração no SI é o metro por segundo ao quadrado (m/s2).

CLASSIFICAÇÕES NO MUV
Um MUV pode ser do tipo acelerado, quando a velocidade e a aceleração possuem
mesma direção e mesmo sentido, ou seja, possuírem o mesmo sinal. Nesse caso, o
módulo da velocidade irá aumentar. Por exemplo, se a velocidade e a aceleração forem
positivas, a velocidade do móvel estará aumentando ‘para frente’. Se a velocidade e a
aceleração forem negativas, a velocidade do móvel estará aumentando ‘para trás’.

Um MUV é dito retardado (ou desacelerado) quando a velocidade e a aceleração


possuem mesma direção, mas sentidos opostos. Logo, nesse tipo de movimento, os
sinais da velocidade e da aceleração são contrários. Por esse motivo, o módulo da
velocidade diminui com o passar do tempo.

Diferentemente do modelo MU, no MUV, o deslocamento do móvel é proporcional ao


quadrado do tempo decorrido ou, em outras palavras, se em determinado intervalo de
tempo ∆t o móvel percorre um deslocamento ∆s, em um intervalo de tempo duas vezes
maior, 2∆t, o móvel percorrerá um deslocamento quatro vezes maior: 4∆s.

A descrição matemática do MUV é feita através de duas funções horárias, sendo uma
para as posições e outra para as velocidades.

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Movimento Uniformemente Variado

FUNÇÃO HORÁRIA DAS POSIÇÕES


A função horária das posições é:
𝑎⃗ � 𝑡2
𝑆⃗ = 𝑆⃗0 + 𝑉 0 � 𝑡 +
2
e mostra claramente a relação da posição com o quadrado do tempo.

FUNÇÃO HORÁRIA DAS VELOCIDADES


A função horária das velocidades é:

𝑉 = 𝑉 0+ 𝑎⃗ � 𝑡

e mostra que a velocidade varia linearmente com o tempo.

Podemos notar na fórmula acima que a velocidade do móvel no instante t nada mais é
do que a soma de sua velocidade inicial com o quanto sua velocidade variou. Observe:

𝑉 = 𝑉 0+ 𝑎⃗ � 𝑡

Velocidade no Velocidade Quanto a


instante t inical velocidade
variou

EQUAÇÃO DE TORRICELLI
Para solucionar problemas onde não se conhece o tempo de duração do movimento
uniformemente acelerado, o físico e matemático italiano Evangelista Torricelli
desenvolveu uma equação que é conhecida como ‘equação de Torricelli’:

𝑉2 =𝑉𝑉0=�𝑉
2+𝑎20� ∆𝑠
2 � 𝑎 � ∆𝑠

É importante salientar que a equação de Torricelli não é uma função!

VELOCIADE ESCALAR MÉDIA NO MUV


Como a velocidade varia linearmente no MUV, a velocidade escalar média pode ser
calculada como a média aritmética entre a velocidade final e a inicial. Assim:
𝑉f + 𝑉0
𝑉𝑚 =
2
Mas isso só vale para o MUV!

Nos casos onde o movimento acontece na direção vertical, sob a ação exclusiva da
aceleração da gravidade, como na queda livre e nos lançamentos verticais, utilizamos
as mesmas fórmulas descritas acima, mas costumamos substituir a aceleração a pela
aceleração da gravidade g = 9,81 m/s2 e a posição s pela altura h em relação ao marco
zero (o chão).

2
MOVIMENTOS VERTICAIS

MOVIMENTOS VERTICAIS NO VÁCUO


Vácuo é a ausência de matéria. Trabalharemos aqui com os movimentos verticais
no vácuo, também chamados de queda livre, já que nestes é desprezada qualquer
interferência, incluindo a resistência do ar.

Vale lembrar que, qualquer resistência apresentada pela matéria sempre atua no corpo
desacelerando-o, ou seja, diminuindo a sua velocidade.

As coisas só caem por causa da força da gravidade. A letra g é usada para representar
a aceleração da gravidade. Na Terra, o valor de g é cerca de 9,8 m/s² e geralmente
arredondamos esse valor para 10 m/s², pois múltiplos de 10 são mais óbvios que
múltiplos de 9,8, não é? A tabela a seguir mostra os valores instantâneos da velocidade
de um corpo em queda livre, em intervalos de 1 segundo. Durante cada segundo da
queda, o objeto torna-se 10 m/s mais rápido. Esse ganho por segundo é gerado pela
aceleração.

Queda livre a partir do repouso


Tempo da queda (em segundos) Velocidade adquirida (metros/segundo)
0 0
1 10
2 20
3 30
4 40
5 50
. .
. .
. .
t 10t

De forma geral, a velocidade de um objeto em queda livre a partir do repouso, depois de


um tempo t, pode ser expressa como:

𝑣 = 𝑔𝑡

Para ver que essa equação faz sentido, confronte-a com a tabela acima. Observe que
a velocidade é simplesmente a aceleração g = 10 m/s² multiplicada pelo tempo t em
segundos.

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Movimentos Verticais

A aceleração de queda livre é mais facilmente compreendida quando consideramos que


o objeto de estudo está equipado com um velocímetro. Suponha que o objeto seja um
pedaço de rocha abandonado do alto de um penhasco e que você o acompanha com
um telescópio. Com o telescópio focado no velocímetro, você notaria um crescimento
na velocidade com o passar do tempo. Mas de quanto? A resposta é: 10 m/s a cada
segundo que passa.

t= 0s

t= 1s

t= 2s

t= 3s

t= 4s

Suponha que uma pedra em queda esteja equipada com um velocímetro.


Você descobrirá que, a cada segundo decorrido, a rapidez da pedra sempre
aumentará aproximadamente 10 m/s. Desenhe a agulha do velocímetro que
está faltando na figura correspondente a t=3s, t=4s e t=5 s. (A Tabela mostra
os valores de rapidez que leríamos nos vários segundos da queda).

Até aqui, temos considerado objetos que estão se movendo em linha reta para baixo,
sob ação da gravidade. E o que acontece com um objeto arremessado diretamente para
cima? Uma vez liberado, ele continua a mover-se para cima por algum tempo e depois
retorna. No ponto mais alto, quando ele está mudando o sentido de seu movimento de
ascendente para descendente, sua velocidade instantânea é nula. Só então ele inicia
seu movimento para baixo, exatamente como se tivesse sido solto do repouso naquela
altura.

Durante a parte ascendente de seu movimento, o objeto torna-se gradualmente mais


lento. Isso não deveria causar surpresa, já que um objeto subindo experimenta da
mesma aceleração (gravidade) de quando está caindo.

2
Movimentos Verticais
A taxa com a qual a velocidade varia a cada segundo é sempre a mesma.

Neste exemplo específico, a velocidade e a aceleração da gravidade possuem sentidos


diferentes quando o objeto é lançado para cima. Se adotarmos a gravidade como positiva,
a velocidade será negativa. Se adotarmos a gravidade como negativa, a velocidade será
positiva.

Os sinais são apenas convenções, então não existe uma regra específica em que a
gravidade precisa ser obrigatoriamente positiva.

𝑔(+) → 𝑣 (−)

𝑔(−) → 𝑣 (+)

Situação em que um objeto é lançado para cima.

Considerando a gravidade como positiva, as equações para o movimento vertical são


as mesmas do MUV, sendo a aceleração a aceleração gravitacional:

𝑣 = 𝑣 0 + 𝑔�

Função horária da velocidade no movimento vertical.

ℎ = ℎ0 + 𝑣 0� + ½ 𝑔�²

Função horária da posição no movimento vertical.

𝑣 ² = 𝑣 0² + 2𝑔Δℎ
Equação de Torricelli

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Movimentos Verticais

Vale lembrar que, se considerarmos a gravidade como negativa, os sinais da gravidade


e das velocidades serão invertidos em todas as equações acima.

Curiosidades: Queda Livre


A aceleração da gravidade na Terra varia
com a altura e o local, por isso ela não é
considerada uma constante universal. O
valor de g varia de acordo com:

f A latitude: g vale 9,78031 m/s² no


Equador e 9,8323 m/s² no Polo Norte.

f A altitude: g tem um valor menor nos


pontos mais altos da superfície terrestre.

f A geologia do lugar: em lugares com


grandes concentrações de massa, o
valor de g aumenta.

As equações da queda livre são válidas


para outros corpos celestes também, como
a Lua por exemplo. A única diferença é que
na Lua encontramos um valor de g igual a
1,621 m/s².

ANOTAÇÕES

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GRÁFICOS DE MOVIMENTO

MOVIMENTO UNIFORME (MU)


No movimento uniforme, os gráficos do espaço e da velocidade (em função do tempo)
são retilíneos, pois representam funções de 1º grau.

Gráfico do espaço em função do tempo:

De acordo com o gráfico, um carro desloca-se


em movimento retilíneo e uniforme durante 5 s.
Observe que:

f O primeiro ponto marcado no gráfico é a


origem O dos dois eixos, porque, em uma
situação idealizada, quando t = 0 s, temos
também S = 0 m;

f O segundo ponto marcado (ponto A)


indica que até o instante t1 = 1 s o carro
havia percorrido uma distância s1 = 20 m;

f O terceiro ponto marcado (ponto B) indica que até o instante t2 = 2 s o carro havia
percorrido uma distância s2 = 40 m, e assim sucessivamente.

No movimento uniforme, as grandezas são diretamente proporcionais, ou seja, quando


o valor do tempo é duplicado, o valor do espaço percorrido também é duplicado. Nestes
casos, podemos assumir que o espaço percorrido é diretamente proporcional ao tempo.

A seguir, um exemplo dos tipos de movimento (progressivo e retrógrado) que podem


ser representados graficamente:

Movimento progressivo
Movimento uniforme da trajetória
Movimento uniforme com Movimento uniforme com Movimento uniforme com
posição inicial positiva. posição inicial nula. posição inicial negativa.

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Gráficos De Movimento

Movimento retrógrado
Movimento uniforme da trajetória
Movimento uniforme com Movimento uniforme com Movimento uniforme com
posição inicial positiva. posição inicial nula. posição inicial negativa.

Gráfico da velocidade em função do tempo


Considere um automóvel se deslocando em movimento uniforme com uma velocidade v
= 60 km/h e que essa velocidade seja mantida durante um tempo t = 5h. Para construir
o gráfico da velocidade desse automóvel em função do tempo, devemos traçar dois
eixos perpendiculares para representar essas grandezas.

No gráfico ao lado:

f Estão representados diversos valores


de tempo t, no eixo horizontal;

f Estão representados os valores da


velocidade v, correspondentes a cada
valor do tempo t, no eixo vertical.

Quando começamos a contar o tempo (t = 0 h), o carro já possuía a velocidade v = 60 km/h.


O ponto A no gráfico mostra esse fato, pois no eixo das velocidades (eixo vertical), o ponto
A representa um valor igual a 60 km/h. Após decorrido um tempo t = 1 h, o carro continua
com uma velocidade v = 60 km/h e isso é indicado pelo ponto B no gráfico.

No instante t = 2h, a velocidade do carro será representada pelo ponto C. Suponha que
esse carro tenha se movimentado durante 5h, como podemos descobrir a distância
percorrida pelo carro? Se calcularmos a área sob o gráfico, obtemos 60 km/h x 5 h =
300 km.

MOVIMENTO UNIFORMEMENTE VARIADO (MUV)


No movimento uniformemente variado, não só a posição muda, mas também a
velocidade. Isso acontece porque existe uma aceleração, que causa uma mudança na
velocidade do objeto ao longo do tempo.

2
Gráfico do espaço em função do tempo

Gráficos De Movimento
Em cada um dos gráficos a seguir, do espaço (s) em função do tempo (t), vamos verificar
se o movimento correspondente é acelerado, retardado ou uniforme.

Gráfico A Gráfico B Gráfico C

Gráfico da velocidade em função do tempo


Se a aceleração for positiva, e função que relaciona a velocidade (v) com o tempo (t) será
crescente e a sua representação gráfica será parecida com um dos exemplos abaixo:

Gráfico v x t - quando a aceleração escalar é positiva

Se a aceleração for negativa, teremos:

Gráfico v x t - quando a aceleração escalar é negativa

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Gráfico da aceleração em função do tempo
Gráficos De Movimento

No MUV, a aceleração não varia, logo temos apenas duas opções para esse tipo de
gráfico: aceleração positiva ou aceleração negativa.

ANOTAÇÕES

4
LANÇAMENTO OBLÍQUO

O lançamento oblíquo recebe esse nome porque descreve as trajetórias de objetos


lançados de forma inclinada, ou seja, o lançamento não é nem vertical nem horizontal.
As características desse tipo de movimento que podemos calcular são: tempo de
subida, altura máxima, tempo de descida e alcance.

Na figura a seguir, podemos ver uma bola sendo lançada obliquamente em um jogo de
futebol. Nota-se que a trajetória realizada pela bola é uma parábola. Isso é válido em
todos os casos de lançamento oblíquo.

Quando um corpo é lançado com


velocidade v0, formando um ângulo θ com
a horizontal, temos a seguinte trajetória
(indicada pelo pontilhado em vermelho na
figura abaixo):

Durante todo o movimento, a única aceleração que o objeto experimenta é a da


gravidade:

Importante: o movimento oblíquo é considerado como uma composição de dois


movimentos simultâneos: o movimento uniforme e o movimento uniformemente variado.

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Lançamento Oblíquo

f O movimento vertical é um movimento uniformemente variado devido à ação da


aceleração gravitacional;

f O movimento horizontal é livre de acelerações, portanto, é uniforme.

Movimento vertical
Tomemos um eixo Oy orientado para cima e com sua origem (O) coincidindo com o
ponto de lançamento. Como a aceleração é vertical e tem sentido para baixo, então:

Decompomos a velocidade inicial como:


𝑣0𝑦
𝑠𝑒𝑛 𝜃 = → 𝑣0𝑦 = 𝑣0 𝑠𝑒𝑛 𝜃
𝑣0
Logo, as equações do MUV para o movimento vertical são:

1 2 equação horária do espaço


𝑦 = 𝑣0 𝑠𝑒𝑛 𝜃 𝑡 − 𝑔𝑡
2
𝑉𝑦 = 𝑣0 𝑠𝑒𝑛 𝜃 − 𝑔𝑡 (equação da velocidade)
𝑉𝑦2 = 𝑣02 � 𝑠𝑒𝑛2𝜃 − 2𝑔∆𝑦 (equação de Torricelli)

Observação: no ponto máximo da trajetória, a velocidade vy é nula.

Movimento horizontal
Tomemos um eixo Ox orientado para a direita e com sua origem (O) coincidindo com o
ponto de lançamento.

2
Lançamento Oblíquo
Decompomos a velocidade inicial como:
𝑣𝑜𝑥
𝑐𝑜𝑠 𝜃 = → 𝑣𝑜𝑥 = 𝑣𝑜 𝑐𝑜𝑠 𝜃
𝑣𝑜
Logo, as equações do MU para o movimento horizontal ficam:

𝑣 = 𝑣𝑜 𝑐𝑜𝑠 𝜃

𝑥 = 𝑣𝑜 𝑐𝑜𝑠 𝜃 𝑡

Composição dos movimentos vertical e horizontal

Para encontrar o vetor velocidade total, utiliza-se a soma vetorial abaixo:

𝑣⃗ = 𝑣𝑥 + 𝑣𝑦

Observação: no ponto de altura máxima, o módulo da velocidade é mínimo, não nulo, já que
somente a velocidade vertical se anula (a velocidade horizontal se mantém constante).

ANOTAÇÕES

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Através dos cursos
2020 - 2022

INTRODUÇÃO À FÍSICA
INTRODUÇÃO À FÍSICA
Nessa área introdutória, você conhecerá as principais áreas de estudo da física e
aprenderá tópicos essenciais para se dar bem nessa ciência maravilhosa!

Esta subárea é composta pelos módulos:

1. Introdução à Física
2. Notação Científica
3. Unidades e Análise Dimensional
4. Algarismos Significativos
5. Vetores
INTRODUÇÃO À FÍSICA

A Física é uma ciência natural desenvolvida desde a Antiguidade. Porém, ela era
conhecida como filosofia natural, e seus estudiosos eram chamados de filósofos
naturais, não de físicos, como hoje em dia. Os primeiros estudos começaram com a
contemplação do céu: o movimento das estrelas chamou a atenção dos seres humanos
durante milhares de noites.

A Física está presente no nosso cotidiano,


aplicada a muitas situações e fenômenos
naturais, desde o estudo da menor parte
da matéria (a nível subatômico) até o
estudo das galáxias e do universo. Os
físicos pesquisam muitas coisas que têm
aplicações na indústria, na medicina, na
engenharia...

Quando estudamos física, o fazemos seguindo uma estrutura didática


que se baseia em uma divisão nas seguintes áreas: mecânica,
termologia, óptica, ondulatória, eletromagnetismo e física moderna.

No entanto, essas áreas se relacionam intimamente em muitos


Fenômeno natural
fenômenos: a natureza não funciona de maneira tão separada quanto
essas divisões arbitrárias feitas pelo ser humano.

Um dos objetivos da física atual é fundamentar uma teoria que


unifique o maior número de fenômenos possíveis num número muito
pequeno de leis que regem a natureza. Porém, para fins didáticos,
faz sentido que estudemos por essas divisões para que tenhamos
uma melhor compreensão e que, após adquirir um conhecimento
Aplicação
mais sólido, possamos associar todas essas subáreas.

A mecânica é a área mais antiga da física. É


ela que explica o movimento dos corpos, desde
um objeto caindo até a Lua orbitando a Terra e
a Terra orbitando o Sol. Ela descreve diversos
tipos de movimento dos corpos, explica o
que faz com que alguns objetos fiquem em
estado de equilíbrio e também explica como
se comportam os fluidos (líquidos e gases). A
essência da mecânica se baseia no conceito
de forças, cuja idealização foi formalizada e
matematizada por Isaac Newton séculos atrás.

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A termologia se desenvolveu através do estudo do calor
Introdução à Física

(uma forma de energia) e da temperatura. O calor e o trabalho


são conceitos essenciais para entender o funcionamento das
máquinas térmicas.

A óptica é a área que estuda a luz: seus fenômenos, propriedades e características.


A óptica geométrica envolve o estudo da luz se movendo como uma partícula, onde
utilizamos o conceito de raios de luz, representados por linhas retas. Esta subárea
também engloba as aplicações em instrumentos ópticos, como óculos, espelhos, lentes,
microscópios e telescópios, por exemplo.

Já a óptica física encara a luz como sendo uma onda eletromagnética. Além da luz,
existem outras ondas eletromagnéticas: as ondas de rádio, as micro-ondas, a radiação
infravermelha, ultravioleta, os raios X e os raios gama.

Espectro Eletromagnético

A ondulatória é o estudo das ondas no geral, tanto das ondas


eletromagnéticas quanto das ondas mecânicas. O som é um
exemplo de onda mecânica e a subárea que o estuda é chamada
de acústica, esta envolve inclusive os instrumentos musicais.

O eletromagnetismo se originou da descoberta de que os corpos


possuem uma natureza elétrica, oriunda da presença de elétrons.

Aplicações importantes são motores e geradores elétricos, brinquedos, lâmpadas e


diversos aparelhos eletrônicos.

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Atualmente, a eletricidade está presente em todos os lugares

Introdução à Física
ao nosso redor, existem diversas usinas geradoras de
eletricidade para iluminar nossas casas.

Um incrível fenômeno da natureza ocorre na produção de


eletricidade nessas usinas: a transformação da energia.

Através deste, vários tipos de usinas transformam diferentes tipos de energia em


energia elétrica: as usinas hidrelétricas transformam a energia potencial da água, as
termelétricas transformam o calor por meio da queima do carvão e as usinas nucleares
transformam a energia proveniente dos núcleos atômicos por meio da fissão do urânio
e de outros elementos químicos.

E não para por aí! O eletromagnetismo é uma área vasta, que envolve ainda o estudo do
magnetismo, por exemplo as propriedades dos ímãs em atrair magneticamente outros
corpos e a bússola, que é um dispositivo inventado a partir do ímã.

O magnetismo é importante também para estudar o núcleo da Terra, pois descobriu-se


que o planeta Terra possui um núcleo de ferro e níquel no seu interior, comportando-se
como um gigantesco ímã.

A física moderna e contemporânea começou a ser desenvolvida apenas no século


passado e até hoje ainda existem muitos estudos a serem realizados. É uma área
extremamente recente e muito promissora.

Um dos campos de estudo principais da física moderna é a mecânica quântica: o estudo


do mundo subatômico, que explica fenômenos que ocorrem em nossos celulares e
computadores por exemplo.

Já a Teoria da Relatividade procura responder perguntas como: a viagem no tempo é


possível? Para o passado? Para o futuro? A velocidade da luz é o limite? Essa teoria foi
publicada pelo físico Albert Einstein e é dividida em duas partes: Relatividade Especial
(ou Relatividade Restrita) e Relatividade Geral.

A física de partículas é o estudo sobre como se comportam


as partículas ainda menores do que os prótons e os nêutrons.

E por fim, a cosmologia é o estudo do universo, suas origens e


teorias sobre o seu formato, composição e evolução.

ANOTAÇÕES

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